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UNIVERSIDADE PARANAENSE – UNIPAR CAMPUS UMUARAMA APOSTILA da disciplina de Desenho de Moda Avançado, curso Tecnologia de Design de Moda 1º Bimestre, 2º ano Ana Paula Castilho 2015 1 Olá estudantes de moda! “O desenho de moda é o caminho entre a ideia do designer e a execução da modelagem da roupa, da equipe de desenvolvimento de produto e da costura. O desenho deve ser claro, conciso e, ainda assim, demonstrar a ideia da marca. Muitas vezes o desenho de moda é utilizado com fins de ilustração artística, fazendo parte do branding da própria marca.” Você vai perceber que o traço se aprimora com o tempo, e a criatividade com a experiência. E as suas características vão ser repassadas para o papel toda vez que expressar sua própria maneira de ver o mundo. Nesta apostila, você se lembrará das tecnicas de sombreamento e volume. Conhecerá os fatores importantes para ilustrar o caimento das roupas ao utilizar grafite, lápis de cor, aquarela, guache, cera em pastel seco. São passos que iremos dar juntos no 1º bimestre do ano com tecnicas de ilustração, evoluindo o conhecimento de croqui de moda para se transformar gradativamente em uma ilustração de moda, com o estilo próprio de vocês. Pratique, estude e pesquise sempre mais! Veja essa disciplina como uma evolução de seus desenhos. É a continuação de sua própria arte! Ana Paula Castilho Umuarama, 2015. 2 Um olhar mais atento a luz e a sombra: Antes que você possa desenhar os valores apropriados que ilustram a luz e as sombras corretamente, você precisa ser capaz de identificar visualmente o seguinte: 1.Fonte de luz: A direção da qual se origina uma luz dominante.A colocação desta fonte de luz afeta todos os aspectos de um desenho. 2.Sombras: As áreas em um objeto que recebe pouca ou nenhuma luz. 3.Sombra projetada: A área escura sobre uma superfície adjacente onde a luz é bloqueada pelo objeto sólido. A fonte de luz diz-lhe onde desenhar todos os valores de luz e sombras. Assim que escolher o objeto a ser desenhado, pergunte a si mesmo as seguintes questões: 1.Onde estão os valores de luz? Olhe para as áreas mais claras sobre o objeto. Da luz mais brilhante até as mais leves. 2.Onde estão os valores escuros? Muitas vezes revelam as seções do objeto que está na sombra. Ao localizar sombras, você identifica a fonte de luz. 3.Onde está a sombra? A sessão da sombra mais próxima do objeto é geralmente mais escura em um desenho. Ao localizar a sombra de um objeto, você pode facilmente descobrir a direção de onde se origina a fonte de luz.Com isso, é importante aprender que a iluminação poderá ter até 5 partes: 1.Brilho, ou seja, a área que não será pintada, representando a área de maior concentração da luz. 2.Meio tom 3.Sombra 4.A luz refletida 5.Sombra projetada 3 EXERCÍCIO DE ESCALA TONAL: Fig.01: Luz da esquerda › direita Fig.02: Luz frontal Fig.03: Luz da dir › esquerda 4 Na figura abaixo, um exemplo de ilustração de moda utilizando técnica grafite. Observe a escala tonal na técnica de sombreamento: Ao representar a figura de moda vestida, é essencial que seja observado os quatro fatores ou pontos que influenciam a representação visual e consequentemente o panejamento(a interpretação dos efeitos do caimento e texturas do tecido): 1 - Ponto de sustentação é o ponto que segura de alguma maneira o tecido, como a figura abaixo representa. Provoca pregas em forma de raios, cujo tipo e tamanho serão determinados pela qualidade do tecido. Pode haver mais do que um ponto de sustentação, evidenciando ainda mais a qualidade do peso e grossura do tecido usado. Um exemplo é a saia godê. 2 - Ponto de convergência: é o ponto que indica dobras causadas pelo tecido, que sofre alguma influência ao ser esticado ou repuxado como no desenho abaixo. Este efeito acontece pela tensão contrária de dois ou mais pontos. Um exemplo: uma roupa justa forma “pregas” esticadas no tecido, ou um nó. 5 3 - Ponto de Apoio: Super fácil de desenhá-lo e de reconhecê-lo: basta lembrar de um véu ou vestido com cauda longa até o chão. Ou seja, as linhas de caída livre são interrompidas por uma base. 4 - Ponto de Inércia e Ar: representação do tecido que está em movimento, causado pela presença do ar. Roupas esvoaçantes e leves são exemplo deste fator. Grafite Pode-se desenhar com grafite em quase todas as superfícies, e sua natureza oleosa torna-o bastante permanente. Não precisa de nenhuma fixação final, embora em determinados casos esta seja aconselhável. Em papel, apresenta um aspecto suave e aveludado, quando aplicado à maneira de *grisê, ou intenso e agudo quando se pressiona sua ponta contra o papel. O desenhista tem um controle muito preciso da linha porque pode apagá-la e desenhar tantas vezes quantas precisar. As diferentes intensidades de traço possibilitadas pelo grafite dependem de sua dureza. Os lápis são classificados segundo o grau de dureza, expresso por meio de números e letras. Para o desenho artístico aconselham-se os grafites macios, que vão do HB às gamas mais altas do B. os pertencentes à gama dos H,mais duros, destinam-se ao desenho técnico. Vale a pena comprar vários lápis diferentes para ter a opção de escolher o que mais se adapte a cada caso. *grisê: diz-se de ou efeito de meio-tom obtido na reprodução de originais, por meio de retículas; grisado 6 Usando o lápis de cor Antes de começar a ilustrar seu desenho de moda com o lápis de cor, exercite seu traço reproduzindo os desenhos abaixo, trabalhando diferentes posições ao segurar o lápis: O lápis de cor é formado por hastes ou minas internas, envoltas em madeira, compostas por matérias-primas, como pigmento, aglutinante, minerais e ceras. Estabelecer os vários tons que, em conjunto, transmitam sensação de volume, implica na representação de direcionamentos de luz sobre a figura de moda. Pela agilidade de acabamentos que o sistema de moda exige do designer, em geral, para dar volume ao desenho de moda, trabalham-se três direcionamentos: luz da esquerda para a direita, luz frontal e luz da direita para a esquerda. 7 Guache Para começar a trabalhar com guache, você precisa: • Calma e organização para a execução; • Paciência muita paciência, para preparar o guache na consistência certa; • Paciência, para preparar a gama cromática; • Tranquilidade e tempo para buscar as imagens. Contém pigmentos de tinta que se dissolvem com água. A melhor marca para guache é Talens. Para fazer pinturas a guache precisaremos de um azulejo para fazer as misturas de cores e dissolver na água. A água fica num copinho. É sempre aconselhável forrar a mesa que estiver trabalhando com plástico. O pincel ideal a ser comprado é Tigre, série 482 n° 16 O papel utilizado deve ser bem espesso, como o Canson de gramatura 200g. 8 Aquarela O lápis de cor aquarelável possui em sua composição um pigmento especial que, ao entrar em contato com a água, aquarela. Isso não acontece com os lápis de cor "normais"", que são feitos para uso em seco. Existem duas maneiras mais clássicas de utilizar o lápis aquarela: 1) A primeira delas é fazendo o desenho com o próprio lápis de cor e depois aquarelando com um pincel úmido ou molhado. Para obter figuras com volume / luz e sombra, você pode fazer esses volumes ainda com o lápis de cor:quanto mais força você imprimir ao lápis, mais forte fica o preenchimento. Mas atenção: se o objetivo for aquarelar depois, não coloque tanta força assim, pois pode ser que essa pressão toda marque o papel e impossibilite a "saída" do pigmento. Essa técnica tem como característica forte a presença do rastro do lápis: mesmo depois de ter passado pelas pinceladas molhadas, é possível que aquele desenho inicial apareça de algumaforma no final. Quanto mais leveza você conseguir imprimir ao lápis, menor o rastro que ele irá deixar no papel. Essa técnica é ideal para o preenchimento de áreas grandes, em que você não precisa de muita precisão e detalhamento. 2) A segunda maneira de usar os lápis de cor aquareláveis é umedecer o pincel e passar ele diretamente na grafite do lápis para a retirada do pigmento. Atenção nesse ponto: nunca mergulhe o lápis diretamente na água, e nem encoste o pincel molhado na madeira do lápis! Isso faz com que a madeira apodreça rapidamente, comprometendo a qualidade e a durabilidade do lápis de cor. Para bons resultados, utilize sempre material apropriado para aquarela, principalmente o papel. Um papel diferente (não próprio para aquarela) não te dá esse resultado, enverga mais que o normal e corre o risco de rasgar durante o procedimento. EXERCICIO: Faça um desenho utilizando tecnicas de grafite, lápis de cor e aquarela. Utilize a imagem ao lado como inspiração: 9 Giz Pastel O Giz Pastel Seco é um material antigo, referido pela primeira vez por Leonardo Da Vinci como um material elegante para “pintar a seco”. Este material pode ser utilizado quase em qualquer suporte de papel, mas apresenta um inconveniente na sua utilização, pois uma vez utilizado no suporte pode-se tornar um desafio apagar parcialmente o Pastel Seco sem deixar vestígios. Há três maneiras básicas de aplicar a cor: arrastando a barra sobre o papel, com a ponta da barra e com os dedos. Ao arrastar a barra vai depender da pressão exercida: quanto maior a pressão, mais saturada e opaca será a cor. Já com as bordas agudas da barra, o artista desenhará linhas finas ou traços grossos para pintar detalhes ou cobrir amplas áreas. Finalmente, podemos aplicar cor com os dedos; podemos usar o pó que elas produzem e aplicá-lo no papel com o dedo, formando-se uma mancha de pintura mais difusa. O pastel é um bastão feito de pigmento e giz aglutinante sob fraca pressão com goma, classificado como macio e duro. Ferramenta versátil do desenho de moda permite misturar suas cores, produzindo aveludamento, caracterizando tipos de tecidos, como camurça. Ou a mescla com outras técnicas plásticas, como a aquarela, os acrílicos e o guache. Os macios se desfazem com facilidade durante o uso, deixando manchas de cor intensa nos desenhos de moda. Aconselha-se trabalhar com algodão ou cotonete, ou com o próprio dedo, para chegar-se ao ideal de cores, sombreados e superfícies de colorido mais claro. O pastel acompanha a técnica de pintura com marcador, delineando suas sombras, quando há necessidade de trabalhar a profundidade. ------------------------------------------------------ Referências: PUC-RIO - Tese 0721269-CA, 2011, Capítulo 5: A representação gráfica do desenho no Design de Moda , disponível em http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0721269_2011_cap_5.pdf FATE – Faculdade Ateneu. Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda, Curso de Extensão – Princípios Básicos do Desenho: Apostila organizada pela prof. Priscila Guimarães, Esp. 2012. Inspiração: http://desenhetudo.blogspot.com.br/p/pintura-lapis-de-cor.html http://www.julianarabelo.com/2014/03/equipamentos-pinceis-para-aquarela.html http://www2.anhembi.br/html/ead01/desenho_de_moda_1/aula05/p04.htm 10 Referências:
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