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Direito Comercial - Gialluca

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CHEQUE
Cheque: É ordem de pagamento a vista, segundo o art. 32 da Lei 7.357/85, não se considerando qualquer menção ao contrário.
3. Prazo de Apresentação
Na mesma praça, o prazo é de 30 dias, e em praças diferente do emitente, o prazo é de 60 dias.
Só é possível a execução do endossante do cheque se este foi apresentado dentro do prazo legal.
A Súmula 600 do STJ informo que deste que não prescrito a ação cambiária, cabe ação executiva.
A Lei 7.357/85, no art. 38, § único, informa que o portador do cheque não pode recusar o pagamento parcial, entretanto, na prática isso não ocorre.
Quando dois ou mais cheques são apresentados simultaneamente para pagamento, entretanto o correntista/sacador não possuir fundos suficientes para pagar ambos, deve se pagar o título com data de emissão mais antiga. Caso possuam a mesma data de emissão, paga-se o cheque com numeração inferior.
O cheque pós-datado (pré-datado), recusado por falta de fundos, pode ser protestado? Sim, inclusive pode-se ajuizar ação de execução, tendo em vista o disposto no art. 32 da Lei de Cheques. O correntista/sacador, quando emite cheque e o pré-data, está firmando um contrato com o beneficiário, e a quebra deste, gera direito a dano moral, conforme a Súmula 370 do STJ, no entanto, pode ser executado antes do prazo combinado para apresentação, por ser em sua essência, ordem de pagamento a vista.
4. Sustação
Pode ser:
Revogação ou Contra-Ordem – Art. 35
Só faz efeito se expirando o prazo de apresentação, não se confundido com a sustação.
Art . 35 O emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, mercê de contra-ordem dada por aviso epistolar, ou por via judicial ou extrajudicial, com as razões motivadoras do ato. 
Parágrafo único - A revogação ou contra-ordem só produz efeito depois de expirado o prazo de apresentação e, não sendo promovida, pode o sacado pagar o cheque até que decorra o prazo de prescrição, nos termos do art. 59 desta Lei. 
Sustação ou Oposição – Art. 36
Não é necessário aguardar o prazo de apresentação expirar, podendo o emitente, como também o portador, dentro deste prazo, sustar o pagamento, por relevante razão de direito.
Art . 36 Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o portador legitimado podem fazer sustar o pagamento, manifestando ao sacado, por escrito, oposição fundada em relevante razão de direito. 
§ 1º A oposição do emitente e a revogação ou contra-ordem se excluem reciprocamente. 
§ 2º Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invocada pelo oponente. 
5. Prescrição
Os prazos prescricionais dos títulos de crédito são os seguintes:
	PRAZOS PRESCRIONAIS
	
	Devedor Principal
	Co-devedor/Avalista
	Direito de Regresso
	Nota Promissória e Letra de Câmbio
	3 anos – Vencimento
	1 ano – Protesto
	6 meses – Protesto/Demandado
	Duplicata
	3 anos - Vencimento
	1 ano - Protesto
	1 ano – Protesto/Demandado
	Cheque
	Emitente: 06 meses a contar do fim do prazo de apresentação
	Endossante: 06 Meses – Protesto
	6 meses a partir do pagamento ou de quando demandado (citado)
FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL
É certo que caíra no concurso.
A nova lei de falências, Lei 11.101/05, trouxe três institutos:
- Recuperação Judicial;
- Falência;
- Recuperação Extra-Judicial.
1. DISPOSIÇÕES GERAIS
A nova Lei de Falências, segundo o art.1º, somente irá incidir sobre o empresário ou sociedade empresária.
Significa que sociedade simples não poderá falir ou ter o benefício da recuperação judicial.
 No universo de empresário ou sociedades empresárias, temos também os seguintes excluídos, que são os casos do art. 2º da Lei de Falências:
Inciso I – Totalmente Excluídos:
- Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista: Em hipótese alguma, empresa pública ou sociedade de economia mista podem falir, não cabendo mais discussão doutrinária acerca deste tema;
Inciso II – Parcialmente Excluídos:
- Instituição Financeira Pública ou Privada;
- Consórcios;
- Entidades de Previdência Complementar;
- Cooperativas de Crédito;
- Seguradoras, 
- Sociedade de Capitalização;
- Operadoras de Planos de Saúde;
- E outras empresas equiparadas: Empresas de Leasing, Administradoras de Cartão de Crédito (Equiparadas a Instituições Financeiras, segundo STJ).
Ser parcialmente excluído, significa que todo os casos acima podem passar por liquidação extra-judicial e nessa liquidação é nomeando a figura do liquidante. Somente este pode pedir a falência da instituições que estão sob liquidação.
Desta forma, não podemos afirmar categoricamente que instituições financeiras podem sofrer falência, pois todos os casos acima, a princípio não podem. Somente após a liquidação é que podem falir.
O juízo competente para se requerer a falência é o do local do principal do estabelecimento e se a sede for fora do Brasil, é no local da filial. Essa competência territorial, em caso de falência, é absoluta, apesar de competência territorial ser relativa. Essa é a posição do STJ.
2. RECUPERAÇÃO JUDICIAL – LEI 11.101/05
O Decreto-Lei 7.661/45, tinha o instituto da concordata, que podia ser preventiva (antes da decretação de falência) e suspensiva (após a decretação de falência).
No dia a dia, a concordata tornou-se uma ante sala da falência, pois:
- A concordata tratava somente do crédito quirografário, ao contrário de hoje, que abrange o crédito trabalhista, crédito de acidente de trabalho, crédito com garantia real, crédito tributário, crédito com privilégio especial ( art. 964 do CC/02), crédito com privilégio geral (art. 965 do CC/02), créditos quirografários (contratos/títulos de crédito), multas e créditos subordinados;
- Não havia participação do credor;
- Por meio da concordata podia se pedir somente a dilação de prazo (parcelamento) ou perdão parcial da dívida); 
Na nova ordem legal, as vantagens da recuperação judicial sobre a concordata, são as seguintes:
- Inclusão de dívidas trabalhistas, inclusive horas extras (art. 50)
- O credor participa de forma direta da recuperação judicial;
- A recuperação judicial busca não somente a remissão parcial e o parcelamento, mas foram criados novos meios, entre eles a fusão (art. 50, II).
Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros:
        II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente;
2.1 Requisitos p/ Pedido de Recuperação Judicial
Os requisitos estão todos no art. 48, podendo solicitar somente:
a) O empresário ou a sociedade empresária, que exerça regularmente suas atividades há mais de 2 anos, cumulado com as demais abaixo discorridas.
b) E ter sua declaração de falência sido extinta por sentença com trânsito em julgado;
c) Não ter a menos de cinco anos, obtido concessão de recuperação judicial. Conta-se da data de obtenção e não da data do pedido.
d) Não ter a menos de 8 anos obtido concessão de recuperação judicial especial;
e) Não ter sido condenado por crime falimentar: na lei anterior os condenados por apropriação indébito, roubo, furto ou estelionato não podiam usufruir dos benefícios da concordata. Na recuperação judicial somente os condenados por crime falimentar não podem requerê-la.
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente:
        I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
        II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial;
        III – não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo;
        IV – não ter sido condenadoou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
        Parágrafo único. A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente.
Sociedade em Comum (Art. 986 do CC/02 – Aquela não foi levada a registro)? Não pode, pois não cumpre os requisitos do art. 48.
2.3 Créditos que podem ser Incluídos
Segundo o art. 49, todos os créditos podem ser inclusos, mesmos aqueles que ainda não vencidos, assim, todos os créditos existentes na data do pedido da recuperação judicial, mesmo que não vencidos.
Créditos Não Sujeitos à Recuperação Judicial
a) Posteriores ao pedido;
b) Créditos tributários, conforme art. 6º, § 7 c/c art. 57 (Pode-se pedir o parcelamento, mas este não faz parte da recuperação judicial);
c) Art. 49, § 3º - Créditos decorrentes de: 
- Propriedade Fiduciária;
- Arrendamento Mercantil (Leasing);
- Contrato de Compra e Venda com Reserva de Domínio;
- Contrato de Compra e Venda de Imóvel, com Cláusula de Irretratabilidade ou Irrevogabilidade;
d) ACC - Adiantamento de Contrato de Câmbio
2.4 Processo
Petição inicial com os requisitos do art. 51:
a) Exposição das causas concretas da crise;
b) Demonstrativos contábeis dos últimos 3 exercícios sociais;
c) Relação nominais de credores;
d) Relação integral dos empregados.
Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com:
        I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira;
        II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
        a) balanço patrimonial; 
        b) demonstração de resultados acumulados;
        c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
        d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;
        III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente;
        IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento; 
Após, o juiz prolata decisão deferindo o processamento (Despacho de Processamento). Observe-se que não se trata de aprovação ao plano, mas somente o processamento do mesmo. Caso o processamento na seja autorizado, está sendo aplicado a Súmula 264 do STJ, que diz que é irrecorrível a decisão que defere o processamento da recuperação judicial. 
Efeitos do Despacho de Processamento (art. 52):
- Suspensão de todas as ações e execuções contra o devedor, pelo prazo de 180 dias, porém as ações fiscais não se paralisam, pois os créditos tributários não entram no plano de recuperação, bem como as ações dos créditos previstos no art. 49, § 3º (propriedade fiduciária; arrendamento mercantil (leasing); contrato de compra e venda com reserva de domínio; contrato de compra e venda de imóvel, com cláusula de irretratabilidade ou irrevogabilidade; ACC - adiantamento de contrato de câmbio). 
Pelo dispositivo do art. 198, empresas aéreas podem requerer recuperação judicial; Neste caso, as ações relativas a leasing continuam, mas os bens essenciais a atividade não podem ser retiradas.
- Nomeação do administrador judicial;
Após o Despacho de Processamento o juiz deve determinar a expedição de edital, que publicará na impressa oficial, conforme o § 1º do Art. 52. O edital deve conter:
- O pedido do autor;
- Os termos da decisão que deferiu o processamento;
- Relação de credores;
Decorrido estes atos, será o momento de apresentação do plano de recuperação, que ocorrerá em até 60 dias improrrogáveis, contados a partir da decisão que deferiu o processamento do pedido, sob pena de convolação (transformação) do pedido de recuperação judicial em falência (art. 53)
Credores que conheçam o edital, mas que não estejam com seu nome no rol do credores, deverão habilitar seu crédito. O prazo de habilitação de crédito, segundo o art. 7º, § 1º, será de 15 dias a contar da publicação do edital. 
Após encerrado este prazo, inicia-se automaticamente a contagem do prazo de 45 dias para o administrador edital publica uma nova relação de credores, chamada de Relação do Art. 7º, § 2º.
O prazo de 60 dias para apresentação do plano de recuperação judicial corre concomitantemente com os dois últimos prazos referidos acima.
O credor pode apresentar, num prazo de 30 dias contados a partir da publicação da Relação do Art. 7º, § 2º, objeções. Neste período, se não foi apresentada objeções, o plano estará aprovado. 
Caso seja apresentada alguma objeção no prazo acima mencionado, o juiz, atendendo o disposto no art. 56, deverá convocar uma Assembléia Geral de Credores, que em deliberação poderá aprovar ou reprovar o plano. Reprovado, o § 4º do art. 56, determina que o juiz deverá decretar a falência do empresário.
Se o plano for aprovado pelos credores o juiz deve prolatar decisão concessiva, devendo o requerente apresentar CND dos débitos tributários para tanto. Em razão do princípio do contraditório, independente da apresentação de CND dos débitos tributários, o juiz pode deferir o pedido.
2.5 Recuperação Especial Judicial
A recuperação judicial especial é voltada exclusivamente para a micro-empresa e empresa de pequeno porte.
O art. 71 diz que o plano da recuperação judicial especial, diz que esta somente pode abranger os créditos quirografários.
Plano:
- Pagamento em até 36 parcelas mensais (e não 36, mas em até 36), iguais e sucessivas, com correção e juros de 12% ao ano, sendo que a primeira parcela deve ser paga em até 180 dias.
Mesmo com objeção, na recuperação judicial especial, por não haver Assembléia Geral de Credores, o juiz pode aprovar o plano de recuperação judicial. Exceção: Se mais da metade dos credores quirografários apresentar objeções, o juiz reprovará o plano e decretará a falência.
Em razão desta características, o instituto da recuperação judicial especial é semelhante à concordata.
A decisão concessiva:
- O art. 59, caput, diz que a decisão concessiva implica em novação (extinção da dívida anterior com criação de nova dívida). A novação é somente para o devedor, não atingido co-devedores e fiadores, que pode ser solicitados no todo, mesmo que o plano apresentado contemple pedido de remissão parcial.
- Se constitui em título executivo judicial;
- Art. 59, § 2º: da decisão concessiva, cabe recurso de agravo de instrumento, que poderá ser interposto por qualquer credor e pelo membro do MP.
3. RECUPERAÇÃO EXTRA-JUDICIAL
É um acordo privado que o devedor faz diretamente com seus devedores, sendo possível que estes solicitem ao poder judiciário a homologação de um plano judicial. Essa homologação torna o plano de recuperação extra-judicial título executivo extra-judicial, não podendo mais os devedores dele desistir.
Alguns créditos não entram nesta recuperação extra-judicial, conforme o art. 161, § 1º da nova Lei de Falências. São eles:
- Créditos Tributários;
- Créditos Trabalhalhistas;
- Acidente de Trabalho.
Os demais créditos podem ser inclusos.
4. FALÊNCIA
4.1 Legitimidade Ativa
Podem pedir falência:
a) O próprio empresário ou a própria sociedade empresária (auto-falência). É necessário que o empresário ou a sociedade empresária deva estar em crise econômico-financeiro para que ocorra a auto-falência, bem como se julgue incapaz de atender os requisitos da recuperação judicial.Esta assunto é disciplinado pelo art. 105 da Lei de Falências, onde a norma informa que conjugados os requisitos ora mencionados, a autofalência deverá ser solicitada. Assim, não se trata de faculdade, mas sim obrigação.
b) Sócio/Acionista;
c) Qualquer credor (empresário ou não). No caso de não ser residente no país, o credor deverá prestar caução. 
 A razão de se solicitar esta garantia, está no fato de que caso o juiz julgue a ação improcedente e fique comprovado que o autor da mesma agiu com dolo, na própria ação poderá ser condenado a indenizar o devedor, apurando –se as perdas e danos em liquidação de sentença (art. 101).
Segundo o art. 75 o processo de falência deve atender aos princípios da celeridades e da economia processual.
d) Cônjuge sobrevivente, herdeiro e inventariante, no prazo de 01 contado da morte, podem requerer falência do espólio do empresário individual.
4.2 Legitimidade Passiva
Somente podem sofrer pedido de falência:
- Empresário individual;
- Sociedade empresária.
4.3 Fundamentos Jurídicos
São fundamentos jurídicos para o pedido de falências:
a) Art. 94, I - Impontualidades injustificada:
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
        I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
Temos que frisar que o título executivo judicial (sentença), também tem o condão de subsidiar pedido de falência.
Conforme informado acima, os títulos e títulos executivos devem ser protestados. Esse procedimento possui o nome de Protesto Especial para Fins Falimentares (art. 94, § 3º).
É requisito para pedido fundamentado neste inciso que a obrigação possua como valor no mínimo 40 salários-mínimos. 
Litisconsórcio entre credores para se atingir o limite mínimo é possível, conforme art. 94, § 1º.
b) Art. 95, II – É conhecido na doutrina como Execução Frustrada ou Tríplice Omissão:
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal;
Neste caso, ocorrido as omissões acima é solicitada certidão de objeto e pé da ação de execução para embasar o pedido de falência.
Detalhe: pode ser qualquer quantia, mesmo que menor de 40 salários-mínimos.
c) Art. 94, III – Atos de Falência: 
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
        a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos; (IMPORTANTE)
        b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
        c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
        d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
        e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
        f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
        g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.
Atos de Falência são condutas elencadas acima, que se praticadas se pressupõe que o devedor está em estado de insolvências.
Os atos de falência mais importantes são aqueles inseridos na alíneas “a” (liquidação precipitada) e “g” (descumprir plano de recuperação judicial):
- Liquidação Precipitada: É o desfazimento dos bens do empresário, sem a reposição. Possui o condão de fundamentar o pedido de falência;
- Descumprimento de Obrigação Assumida no Plano de Recuperação Judicial: No prazo de 02 anos a contar do início do plano de recuperação, não pode haver descumprimento deste, sob pena de convolação desta em falência. Após passado este prazo, eventual pedido de falência deverá ser requerido originalmente (art. 61), não mais havendo convolação.
4.4 Hipóteses do Devedor ao ser Citado
Depois de citado, pode o devedor:
a) Apresentar contestação. O prazo para efetivação da contestação está no art. 98, caput, isto é, 10 dias;
b) Efetuar o Depósito Elisivo, que impede o juiz de decretar a falência do empresário ou da sociedade empresária. 
O depósito elisivo deve ser feito dentro do prazo de contestação (10 dias). O art. 98, § único, informa que o valor do depósito elisivo deve abarcar o valor principal, correção, juros e honorários advocatícios
c) Contestar e depositar ao mesmo tempo, pois assim, o juiz não pode decretar falência;
d) Apresentar pedido de recuperação judicial dentro do prazo de contestação (art. 95). Alguns autores informam que esta opção do devedor possui semelhança com a antiga “concordata suspensiva”, entretanto não se trata deste instituto, pois essa suspende o processo de falência, enquanto na recuperação judicial não há falência decretada ainda.
4.5 Sentença
A sentença no pedido de falência pode ser procedente ou improcedente.
No caso de ser procedente, será denominada de declaratória, por outro lado, se não procedente, será denominada de denegatória.
Para cada espécie acima, o art. 100 estabelece espécies de recurso.
Assim, para as sentenças declaratórias, há a o recurso de agravo de instrumento e para as sentenças denegatórias, há o recurso de apelação.
No primeiro caso, a sentença declaratória é desafiada por agravo de instrumento pois ela não encerra o processo, havendo outros procedimentos que culminam na sentença de encerramento, onde o falido fica proibido de exercer atividade empresarial. Após este período é decretada outra sentença, denominada de sentença de reabilitação do falido, onde ele poderá voltar a exercer atividade empresarial.
O devedor, no caso de auto-falência, terá interesse de apelar da sentença denegatória.
Os prazo e contagens são os mesmos do CPC.
Denegada o pedido, não haverá maiores conseqüências.
4.5.1 Sentença Declaratória
São requisitos (art. 99):
a) Art. 99, IX: Informa que o juiz irá nomear, na sentença declaratória, o administrado judicial, que se constitui em auxiliar do juiz e representante da massa falida (art. 21): 
Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada.
No art. 22, III, d, o administrador possui a obrigação de abrir as correspondências do falido, lhe entregado o que não se refere a massa. Em que pese o argumento da violação de correspondência, devemos considerar a letra da lei na resposta. 
d) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o que não for assunto de interesse da massa;     
b) Art. 99, II: Termo Legal da Falência é o espaço temporal que antecede a falência, sendo o período em que o falido, por dificuldades financeiras, pode praticar atos que visem a ludibriar os credores, sendo denominado de Período Suspeito. Segundo o art. 129, alguns atos praticados dentro do Termo Legal da Falência, são inválidos: 
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores:
        I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título;
        II – o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentrodo termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato;
        III – a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada;
        IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
        V – a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
        VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos;
        VII – os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior.
        Parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo.
Desta forma não há necessidade de se saber a real intenção do devedor, bastando a ocorrência do ato.
A ineficácia pode ser declarada de ofício, alegada em defesa, ser objeto de ação autônoma ou incidental.
O Termo Legal não pode retrotrair por no máximo de 90 dias. A contagem se inicia: do primeiro protesto, do pedido de falência ou pedido de recuperação judicial.
Os casos do art. 129 acima são denominados de caso de eficácia objetiva, pois aqui não se apura a intenção do devedor.
Ao contrário, os casos do art. 130, abaixo, são denominados de casos de ineficácia subjetiva, uma vez que segundo o legislador é necessário se apurar a intenção do devedor, isto é, se houve o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar. Assim deve se apurar a intenção do devedor. Tais atos são praticados fora do Termo Legal.
Para se ajuizar o processo, será necessário lançar mão da denominada ação revogatória, tanto para o art. 129, como para o art. 130. O prazo para ajuizamento desta ação é de 03 anos a se contar da decretação da falência. Possuem legitimidade ativa: qualquer credor, o administrador judicial e o membro do MP.
Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida.
São efeitos da sentença declaratória:
a) Quanto ao Falido:
- O principal efeito, é aquele do art. 102, onde o falido fica inabilitado para o exercício de qualquer atividade empresarial até a sentença que extingue suas obrigações. Tais efeitos concernentes são concernentes a sociedade empresária e ao empresário individual, não se aplicando aos sócios da sociedade empresária;
- E decretação da falência do sócio, quando da decretação da sociedade empresária, nos termos do art. 81, onde aqueles ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à sociedade falida, devendo ser citados para apresentação de contestação. 
Aplica-se este artigo somente nas seguintes espécies de sociedade: Sociedade em comum; Sociedade em nome coletivo e Sociedade em comandita simples (somente o comanditado).
b) Quanto aos Credores:
- Constituição da massa falida, após a decretação de falência.
- Suspensão de todas as execuções envolvendo interesses do falido: Em razão do chamado Juízo Universal, que resulta na competência exclusiva do juiz da falência para apreciação e julgamento de todas as ações que versarem sobre os bens, interesses e negócios do falido haverá uma unidade, ou seja, um único processo de falência para o mesmo devedor, evitando-se repetição de atos e decisões contraditórias assegurando-se assim maior celeridade e eficiência ao processo falimentar. 
Constituem-se em exceções ao juízo universal: ações que demandam quantia ilíquida ( ex.: ação de dano moral), ações trabalhistas (justiça do trabalho), ações fiscais (vara de ações fiscais), ações em que o falido for autor ou litisconsorte ativo e casos do art. 109, I da CF (união, empresa pública e entidade autárquica federal forem interessadas);
- Art. 124 – Cessamento da Fluência de Juros: Somente são pagos após a decretação de falência se após o pagamento de todos os credores ainda sobrar valores;
- Suspensão do curso das prescrição das obrigações do falido, até a sentença de encerramento.
- Vencimento antecipado da dívida do falido: O crédito se torna exigível, mesmo ainda não vencido.
c) Arrecadação de Bens do Falido:
O administrador judicial deverá providenciar a arrecadação dos bens do falido.
No caso de bem pertencente a terceiro, poderá este pedir sua restituição, conforme art. 85.
É possível a restituição em dinheiro? A Súmula 417 do STF, informa que é possível a restituição em dinheiro, nas seguintes hipóteses:
- Quando o bem que está na posse do falido objeto do pedido é dinheiro (ex.: contribuição do INSS);
- Se o bem a ser restituído não mais existir ao tempo da restituição ao tempo da restituição. Se perecido, o valor é de avaliação, se vendido, será o valor da venda, mesmo se por valor vil.
d) Realização do Ativo:
É a venda judicial de bens.
São pontos importantes acerca deste assunto:
- Formas: Leilão, Proposta Fechada e Pregão (Leilão + Proposta Fechada).
- Art. 141, II: O objeto de alienação está livre de qualquer ônus, não havendo sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive tributária, as derivadas das legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes. Assim, não há sucessão tributária e nem trabalhista.
- O dinheiro fruto da realização do ativo é usado para o pagamento dos credores.
e) Pagamento dos Credores:
Os pagamentos são realizados seguindo a seguinte ordem:
- Art. 150: Despesas relativas à administração da massa falida;
- Art. 151: Créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial, vencidos nos 3 meses anteriores à decretação de falência, até o limite de 5 salários mínimos por trabalhador;
- Restituição em dinheiro dos bens arrecadados não pertencentes ao falido
- Art. 84 – Crédito extra-concursal, que são aqueles que precedente a todos os listados pelo art. 83, inclusive ao trabalhista:
1. Remuneração dos administrador judicial e auxiliares;
2. Tributos decorrentes de fatos geradores ocorridos após a decretação da falência
- Art. 83 – Ordem de Classificação dos Créditos na Falência: 
1. Crédito Trabalhista, até 150 salários mínimos por credor e acidente de trabalho (não possui limitação), sendo que o que exceder a 150 salários mínimos, será considerado crédito quirografário.
Todo crédito trabalhista cedido a terceiro, será considerado quirografário.
2. Crédito com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
3. Crédito tributário, excetuado as multas tributárias;
5. Crédito com privilégio especial (art. 964 do CC/02);
6. Crédito com privilégio geral (art. 965 do CC/02);
7. Crédito Quirografário: Contratos em geral e títulos de crédito;
8. Multas, inclusive a multa tributária;
9. Créditos subordinados: Crédito de sócio não decorrente de relação trabalhista;
Além da sentença de encerramento, que põe fim ao processo, o falido necessita de outra sentença, denominada de Sentença de Extinção das Obrigações do Falido, para que possa se reabilitar.
Essa sentença será decretada somente se ocorrer alguma das hipóteses do art. 158:
- Pagamento de todos os credores;
- Pagamento de mais de 50% do créditos quirografários;
Caso não haja ocorrido os pagamentos em questão, a reabilitação somente ocorrerá pelo decurso de prazo:
- 05 anos se não condenadoa crime falimentar, a contar da decretação de falência.
-10 anos se condenado por crime falimentar, a contar da sentença de encerramento.
No Decreto-Lei 7.661/45, que era a legislação falimentar a anterior a Lei 11.101/05, a decretação de falência teria que observar esta norma, se vigente no momento da sentença declaratória, para todo o restante do processo, inclusive seu término, mesmo se vigente a nova lei. Se a sentença declaratória foi decretada com a nova lei em vigor, o processo falimentar seguirá os trâmites dessa lei.
É possível solicitar recuperação judicial, mesmo estando sob a concordata da lei anterior, deste que esta concordata seja preventiva, pois se for suspensiva não caberá por não atender os requisitos do art. 48 (art. 192, § 2º e § 3º).
CONTRATOS COMERCIAIS
1. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
A partir do art. 1.361 o CC/02 trata da propriedade fiduciária. No entanto nosso objeto de estudo é o Decreto- Lei 911/69. Ver o art. 1.368-A do CC/02.
Interessa nos a propriedade fiduciária ocorrida no mercado de capitais. Esta ocorre quando o credor for uma instituição financeira em sentido amplo ou um consórcio. A estas transações aplicamos o Decreto-Lei 911/69.
O contrato de alienação fiduciária é um contrato instrumental, pois é utilizado para viabilizar outro contrato, que na maioria das vezes é um contrato de compra e venda com financiamento.
Exemplo: Contrato de Mútuo: empréstimo de R$ 50 mil – O mutuante será a instituição financeira e o mutuário será o devedor – o veículo ficará alienado em confiança pelo devedor-fiduciante e o credor-fiduciário irá receber a propriedade do mesmo.
Quando se transfere a propriedade do veículo, como no exemplo acima, teremos a transferência de uma propriedade resolúvel, pois quitado o empréstimo, a propriedade do veículo volta para o devedor.
O credor-fiduciário terá a propriedade resolúvel e a posse indireta do bem. Por sua vez o devedor-fiduciante terá a posse direta do bem.
Questão: é possível a alienação fiduciária de bem que já integrava o patrimônio do devedor? É possível sim, conforme Súmula 28 do STJ:
STJ Súmula nº 28 - 25/09/1991 - DJ 08.10.1991
Alienação Fiduciária em Garantia - Patrimônio do Devedor
O contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bem que já integrava o patrimônio do devedor.
Caso o devedor-fiduciante deixa de pagar as parcelas relativas ao empréstimo, estará sujeito, conforme o Decreto 911/69, a ação de busca e apreensão relativa ao bem.
O art. 3º do Decreto 911/69, informa que se o credor provar que o devedor estiver em mora (a mora decorre do vencimento), o juiz deverá conceder uma liminar de busca e apreensão. A comprovação da mora do devedor, segundo o art. 2º, § 2º, será comprovada por carta-registrada expedida por cartório de título e documentos ou por protesto.
Na notificação para constar o devedor em mora não é necessário constar o valor de débito, conforme Súmula 245 do STJ.
STJ Súmula nº 245 - 28/03/2001 - DJ 17.04.2001
Notificação - Comprovação de Mora - Alienação Fiduciária - Valor do Débito
 A notificação destinada a comprovar a mora nas dívidas garantidas por alienação fiduciária dispensa a indicação do valor do débito.
Na petição da ação de busca e apreensão, ao contrário, sob pena de inépcia, deve constar o valor do débito.
Após a busca e apreensão do bem, a venda do mesmo não é obrigatoriamente realizada através de leilão judicial em hasta pública, pois conforme o art. 2º do Decreto, a venda poderá ser realizada por leilões particulares.
Segundo a Lei. 10.931/04, que alterou norma do Decreto, cinco dias após executada a liminar, o credor terá a propriedade e posse plena do bem. Isto significa que o bem passa a integrar o patrimônio do credor, e portanto não mais é necessário aguardar decisão judicial para aliená-lo (art. 2º, § 1º).
Questão: o devedor não pode contestar a ação de busca e apreensão? Sim, no prazo de 05 dias, contados a partir da execução da liminar, conforme o § 3º do art. 2. 
Se houve erro administrativo do credor sendo provado isso na contestação e o mesmo de tiver vendido o veículo, deverá pagar em favor do devedor a multa estipulada pelo § 6º do art. 2º, no percentual de 50% do valor originalmente financiado.
	Questão: Se porventura a busca a apreensão tiver sido realizada, pode o credor ficar com o bem (pacto comissório)? Neste caso, pode aplicar o CC/02, pois o Decreto não tratou do assunto. O art. 1.365 tratou do tema, informando que é nula a cláusula que autoriza o credor a ficar com o bem dado em garantia caso o devedor não pague o empréstimo.
Após a venda, o valor da mesma é aplicado sobre o saldo da dívida. Se houver saldo remanescente, em razão do valor arrecadado com a venda ser menor do que a própria divida, segundo a Súmula 384 do STJ, caberá ação monitória: “Cabe ação monitória para haver saldo remanescente oriundo de venda extrajudicial de bem alienado fiduciariamente em garantia – de 27/05/2009”.
Questão: Para produzir efeitos o contrato de alienação fiduciária deve ser registrada? Segundo a Lei. 6.015/73, o contrato produz efeitos entre as partes dispensando o registro, mas para produção de efeitos entre terceiros será necessário o registro.
Segundo o art. 1.361 do CC, o registro deve ser feito no Cartório de Títulos e Documentos. 
Observação: O contrato de alienação fiduciária quando o objeto for veículo automotor, o registro será na repartição competente para o licenciamento (Detran), onde a anotação deverá ocorrer no Certificado de Registro de Veículos.
Segundo o STJ, no RESP 686.932/PR de 01/04/2008, não se exige o duplo registro no caso de veículo automotor, bastando o registro no Detran para assegurar a publicidade do ato.
2. CONTRATO DE LEASING
Também é chamado de arrendamento mercantil.
No contrato de leasing não temos uma lei específica sobre o assunto. O substrato normativo que disciplina o tema é a Resolução 2.309/96 do Banco Central do Brasil – BACEN.
Nesta espécie de contrato, temos duas figuras:
- Arrendador: é a empresa de leasing. Conforme a Resolução acima mencionada, somente as sociedades anônimas podem fazer arrendamento mercantil. Portanto, a empresa arrendadora sempre será uma sociedade empresária.
- Arrendatário: pode ser tanto pessoa física, como pessoa jurídica.
O arrendamento mercantil pode envolver bem móvel e bem imóvel. Iremos tratar de arrendamento mercantil de bem móvel.
O contrato de leasing é um contrato de locação com opção de compra ao final do contrato.
O arrendatário, ao fim do contrato de leasing, possui três opções:
1) Devolução do bem;
2) Renovação do contrato;
3) Opção da compra.
O arrendatário, como visto acima, não é obrigado a comprar o bem, sendo a aquisição somente uma das três opções.
Para a aquisição do bem, o arrendatário deverá pagar o denominado VRG – Valor Residual de Garantia.
Pagar o VRG significa o interesse de aquisição do bem. Desta forma, se o contrato de leasing é uma locação com opção de compra ao fim, teoricamente o pagamento da VRG deveria ser paga ao final do contrato.
Na prática o VRG é diluído nos valor mensal relativo à locação, ou é paga simultaneamente a esta.
Segundo a Súmula 263 do STJ, o VGR cobrando antecipado descaracterizaria o contrato de arrendamento mercantil. Todavia, esta súmula está cancelada.
Vigora a Súmula 293 do SJT, pela qual “a cobrança do VRG não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil.”
O princípio da livre convenção das partes foi adotado para a edição da Súmula 293.
2.1 Espécies de Contrato de Leasing
a) Leasing Financeiro
Trata-se do leasing comum do dia a dia. Nesta espécie temos 03 intervenientes:
- Arrendador;
- Arrendatário:
- Fornecedor:
Nesta caso o arrendatário indica o bem, que é adquirido pelo arrendador junto ao fornecedor e realiza o arrendamento mercantil para o primeiro.
Segundo o art. 5º da Resolução, arrendamento mercantil financeiro é a modalidade em que as contraprestações devidaspelo arrendatário devem abarcar o custo do bem arrendado e o lucro do arrendador.
b) Leasing Operacional
No leasing operacional temos somente 02 intervenientes:
- Arrendador;
- Arrendatário.
Nesta caso o fornecedor é o próprio arrendador, pois ele fabrica e fornece ao arrendatário o bem, através de arrendamento mercantil.
Segundo o art. 6º, I, as contraprestações devidas pelo arrendatário devem cobrir o valor do bem e serviços colocados a disposição daquele, entretanto não pode o valor do contrato ultrapassar 90% do valor do bem.
A vantagem deste tipo de operação está na assistência técnica em que o arrendador oferta ao arrendatário, que por ter alto valor agregado, dá ao primeiro a oportunidade de lucrar com o contrato.
c) Lease Back (Leasing de Retorno)
Trata-se de modalidade de leasing para gerar capital de giro. O arrendatário somente pode ser pessoa jurídica.
O bem sai da esfera do arrendatário, que possui a propriedade original do bem, e vai para a esfera do arrendador, mas a posse permanece com o primeiro. Sua finalidade é levantar capital de giro para o arrendatário.
O contrato de leasing dá ao devedor a opção, caso do dever não pague suas obrigações contratuais, de entrar com ação de reintegração de posse.
3. CONTRATO DE FRANQUIA
Encontramos este Contrato na Lei 8.955/94. O art. 2º da mencionada lei nos informa o conceito de franquia.
Art. 2º Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício.
No contrato de franquia temos as seguintes figuras:
a) Franqueador: O franqueador é o titular da franquia.
b) Franqueado:
A celebração de contrato de franquia deve acarretar a:
- Licença de uso de marca e patente;
- Distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços;
- Transferência de know-how.
Quando somente se tratar de contrato de cessão de marca ou patente, teremos o Contrato de Uso de Marca e Patente, e não um Contrato de Franquia.
O franqueador transfere ao franqueado sua experiência técnica no negócio, indo deste a instalação do ponto até o modo de administração da empresa.
Segundo a Lei de Franquias, o contrato de franquia deve ser escrito. Esta regra está disposta no art. 6º da referida Lei. Além de escrito, deve ser assinado por duas testemunhas. A validade do contrato terá validade independemente de ser levado ao registro perante cartório ou órgão público, no entanto a Lei 9.279/96, que é posterior a Lei de Franquias, em no art. 211, informa que o INPI deve fazer o registro dos contratos de franquia e similares, para que estes façam efeitos perante terceiros. Portanto, tais contratos devem ser registrado no INPI para que façam efeitos perante terceiros.
Não existe vínculo empregatício entre franqueador e franqueado.
3.1 Circular de Oferta de Franquia
A circular de oferta de franquia é uma “proposta”, isto é, trata-se do documento onde estão dispostas informações acerca do franqueador, informações estas que dispõe sobre o histórico da franquia, investimento inicial, perfil do franqueado ideal, etc.
O franqueado deve analisar se atende os requisitos dispostos na circular.
A lei informa que o franqueado somente pode assinar contrato de franquia 10 dias após o recebimento da circular de oferta de franquia, conforme o art. 4º. É o chamado prazo de reflexão.
O não respeito ao prazo acima estipulado, poderá acarretar a anulabilidade do contrato. A anulabilidade somente pode ser pleiteada e requerida pelo franqueado. A lei faculta também ao franqueado receber as parcelas até então pagas, corrigidas por índice de poupança.
Além disso, é possível também perdas e danos em favor do franqueado, conforme o § único do art. 4º.
4. FACTORING OU FOMENTO MERCANTIL
Acerca do contrato de factoring incidem as regras de cessão de crédito do CC/02, que estão dispostas nos art. 286 e seguintes. Desta forma, não existe uma legislação específica sobre o tema.
A LC 123/01, em seu art. 17, I, conceitua factoring: Factoring é o contrato pelo qual se explora atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos (assent managetement), compras de direitos creditórios resultados de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).
No contrato de factoring temos as seguintes figuras:
- Faturizador: é a empresa de factoring;
- Faturizado: e a pessoa que vende o crédito.
O fator de deságio é a diferença entre o valor real do crédito e o valor que é pago na compra do mesmo.
No conceito de factoring existe a habitualidade, portanto o contrato deve prever que a venda ocorra com habitualidade.
Segundo o art. 296 do CC/02, salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela insolvência do devedor.
A empresa de factoring não possui a obrigatoriedade de comprar todos os créditos do vendedor, pois possui a mesma a opção de selecionar os créditos desejados.
Esta é justamente uma das diferenças entre factoring e desconto, uma vez que neste, quem desconta responde pela insolvência do devedor.
Na factoring o faturizado não responde pelo pagamento.
Outra diferença está no fato de que o desconto é feito perante uma instituição financeira e no factoring é realizado perante uma empresa de factoring.
Para que o faturizado somente receba créditos bons, o faturizador presta ao mesmo uma assessoria de créditos, cujo conteúdo e repassar informações ao primeiro no intuito de que este venha a se resguardar de receber créditos ruins.
Empresas de factoring não necessitam de autorização do Banco Central para funcionarem.
4.1 Tipos de Factoring
São tipos de factoring:
a) Factoring Tradicional
Nesta espécie temos uma antecipação de pagamento, onde o faturamento é vendido para a empresa de factoring que paga antecipadamente pelo crédito.
b) Factoring de Vencimento
Neste espécie o pagamento não é feito de forma antecipada, mas sim na data de vencimento.
Exemplo: Páginas amarelas com 5.000 assinantes que pagam R$ 20 reais por mês, pagos todo dia 15. A empresa em questão, se quiser administrar seu faturamento, terá que dispor de uma estrutura para tanto. Outra opção é repassar o faturamento para um empresa de factoring, recebendo R$ 18 por assinante, sem qualquer vinculação com a inadimplência de qualquer assinante, que será de total responsabilidade da empresa de factoring, que deverá todo dia 15 pagar sobre o faturamento de todo os 5.000 assinantes
5. CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
Está disciplinado pela Lei 4.886/65. O conceito está no art. 1º.
Nesta espécie de contrato temos:
- Representante Comercial: pode ser tanto pessoa física, como pessoa jurídica. Seu trabalho é fazer a intermediação entre a empresa (representada) com o empresário ou sociedade empresária que tenha interesse no produto ou serviço da representada.
- Empresa Representada;
Trata-se de um agenciamento, onde o representado deve entregar o produto.
Está é a diferença entre a representação e a distribuição, pois nesta o distribuidor possui disponibilidade dos produtos, enquanto na representação o representante funciona como agenciador e não possui disponibilidade dos produtos para pronta entrega.
Não existe vínculo empregatício entre o representante e o representado, cujas eventuais lides são resolvidas a luz das regras do direito civil.
Alguns autores, Maria Helena Diniz por exemplo, informa que o contrato de representação seria o mesmo contrato de agência, previsto no art. 710 do CC/02. Todavia existe uma diferença pois nocontrato de agência o legislador informa que “certos negócios”, enquanto o representante faz intermediação entre “negócios mercantis”. O contrato de agência pressupõe outras atividades que não negócios mercantis
Exemplo de contrato de agência: Agência de Modelos, Agente de Jogadores de Futebol.
O contrato de representação comercial possui duas peculiaridades que não podem ser esquecidos:
a) Exclusividade
- Zona de atuação: exemplo: representação exclusiva no Triângulo Mineiro, representação exclusivo no Rio Grande de Sul. Se o contrato de representação for omisso, o art. 31 da Lei de Representação Comercial informa que fará jus o representante à comissão dos negócios realizados na sua área. 
O § único do art. 31 informa que não se presume a exclusividade, pois caso não disposta no contrato, poderá o representante representar mais de uma representada. A representação na zona de atuação se presume quando da omissão do contrato.
Essa é mais uma diferença entre o contrato de agência e do contrato de representação, pois na omissão do contrato, teremos exclusividade de zona de atuação e exclusividade de agenciamento.
A indenização pela quebra depende se o contrato de representação é por:
- Prazo determinado: média mensal multiplicada pelo número de meses que faltam para o fim do contrato. Exemplo: Contrato com 18 meses, com 12 meses para se encerrar com média mensal de R$ 1.000,00. A indenização é de R$ 12.000,00
- Prazo indeterminado: 1/12 avos sobre o valor total recebido durante o contrato.

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