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Direito Constitucional - Pedro Taques

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DIREITO CONSTITUCIONAL
Lei Formalmente Complementar: LO que trata de assunto reservado a LC é inconstitucional, classificada de formal e orgânica. Todavia, LC que trata de assunto cabível a LO não é inconstitucional, pois o quórum da primeira é mais qualificado, entretanto LO e MP pode alterá-la, tendo em vista ser somente formalmente complementar. (Importante)
Normas sobre o devido processo legislativo constitucional são normas de reprodução obrigatória em sede estadual. O legislador constituinte derivado/decorrente não pode inovar neste tema. Tais normas são denominadas de Normas Centrais Federais (Raul Machado Horta).
FISCALIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA PELO LEGISLATIVO
Historicamente esta foi a primeira atribuição dos parlamentos. Por volta de 1789, com a Revolução Francesa, é que os órgãos parlamentares se assenhorearam da inovação legislativa.
A partir do Código Civil Napoleônico de 1804, direito passou a ser sinônimo lei, o que se denominou de Positivismo.
A fiscalização político-administrativa é desempenhada pelas denominadas Comissões.
Comissões são organismos parlamentares com número restrito de membros que tem por objetivo apresentar, debater, votar proposições legislativas e fiscalizar.
Três espécies são importantes:
A) Comissão Temática Material
B) Comissão Representativa ou de Representação.
C) Comissão Parlamentar de Inquérito
Disposições Gerais sobre Comissões:
- Todas as comissões devem obediências ao princípio da representação proporcional partidária. Todo organismo parlamentar deve refletir sua composição partidária. Art. 58, § 1º.
Comissão Simples: É aquela formada somente por deputados federais ou por senadores;
Comissão Mista ou Conjunta: É aquela composta conjuntamente por deputados federal e por senadores.
- Tendo em conta sua duração, as comissões podem ser (art. 58, caput):
Comissão Permanente: É aquela que ultrapassa um legislatura (lapso temporal de 4 anos, art. 44, § único);
Comissão Temporária: É aquela que se inicia e se encerra na mesma legislatura. Também é conhecida como Comissão Especial.
- As comissões podem apresentar projeto de lei, conforme art. 61 da CF.
PEC pode ser apresentado por comissão? Não.
Comissão Temática ou Material
A CF a denomina de Comissão em Razão da Matéria.
O objetivo da Comissão Temática ou Material - CTM é aprimorar projetos de lei, atuando através da realização de audiências públicas e convocação de especialistas para a discussão dos temas.
No Brasil a CTM pode aprovar projeto de lei, independentemente da aprovação do plenário. O nome deste fenômeno é Indelegação Interna ou Imprópria (Gilmar Mendes a ela se refere como Processo Legislativo Abreviado), que é o poder que a CF dá à CTM para aprovar projeto de lei independentemente da aprovação do plenário. Entretanto não é qualquer tema que pode ser aprovado pela CTM, mas somente aqueles que estão elencados no regimento interno (art. 58, § 2º, I). Membros das CTM’s que não aprovem pode solicitar que o projeto seja aprovado em plenário, desde que este recurso seja previsto no regimento, pois em regra não é.
A CTM mais importante e relevante é a CCJ – Comissão de Constituição e Justiça. Cabe à CCJ o controle preventivo de constitucionalidade. Todo projeto de lei deve obrigatoriamente passar por duas CTM’s. 
Um projeto de lei, em primeiro momento é levado à CCJ, para verificar sua compatibilidade com a CF, se inconstitucional é arquivado ou alterado, após é enviado a uma CTM de sua área de abrangência (Ex.: Comissão da Saúde, Comissão da Educação, etc.).
As espécies de CTM’s em nenhum momento é dado pela CF, que somente nós fala acerca do gênero. As espécies de CTM são fornecidas pelo regimento interno de cada casa legislativa.
Comissão Representativa ou de Representação
Durante o recesso do congresso nacional, existirá uma comissão que representará o parlamento da União. Em nome da continuidade do serviço público, a comissão em tela é formada.
Esta comissão é mista ou conjunta, sendo composta por deputados federais e por senadores.
Esta comissão é temporária, somente funcionando no recesso parlamentar (art. 57).
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
Esta comissão está prevista no art. 58, § 4º.
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.
§ 4º - Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.
Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI (Importante)
Em razão do relevo que esta comissões adquiriram após o advento da CF/88, elas são muito cobradas em concurso.
Requisitos Necessários para Constituição de uma CPI
1º - Necessário se faz que um mínimo de 1/3 dos deputados federais ou senadores devem subscrever pedido de abertura de CPI (assim, seriam no mínimo 171 deputados ou 27 senadores). É possível que existam CPIs privativas a cada casa, que são denominadas de CPI Simples. Por outro lado, se for formada por membros das duas casas, será denominada de CPMI – Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. Se a comissão for mista, sua abertura deverá ocorrer por no mínimo 1/3 dos deputados e 1/3 dos senadores;
2º - Fato Determinado: As CPIs somente podem investigar fatos específicos. No momento de sua constituição uma CPI deve circunscrever o fato para qual está sendo criada. Mas não é qualquer fato determinado que pode ser objeto de investigação por CPI, mas somente fatos que tenham repercussão pública, interesse social e sejam relevantes para a sociedade. A intimidade e vida privada das pessoas, que não tenham conotação e repercussão pública, não podem ser devassadas por CPI.
CPI do Congresso Nacional não pode investigar fatos que não estejam dentro das atribuições das casas legislativas que o compõe. Assim CPI do Congresso Nacional não pode investigar órgãos estaduais ou municipais.
Não podemos confundir o “nome de fantasia” da CPI com os fatos que ela investiga. Ex.: CPI do Judiciário, CPI dos Correios. Assim a constituição destas CPIs observou a regra dos fatos determinados.
Após sua instauração, a CPI pode investigar outros fatos que não aqueles originais, deste que possuam ligação/conexão com estes.
Questões de concursos são retiradas no arquivo que está alocado neste link: http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/publicacaoPublicacaoTematica/anexo/CPI.pdf
3º - Prazo Certo: Não existe CPI permanente. Ela deve iniciar os trabalhos e finalizá-los num prazo determinado. Este prazo é previsto regimentalmente e depende da casa legislativa, podendo ser 120 ou 180 dias prorrogáveis dentro da mesma legislatura. A finalidade deste requisito, em razão do princípio da segurança jurídica, é dar tranqüilidade e estabilidade aos cidadãos investigados. A segurança jurídica está disposta no art. 5º, caput.
É possível que as constituições estaduais podem inovar nos requisitos? Não e será considerada inconstitucional, pois as constituições estaduais não podem dificultar a criação de CPI em seu âmbito com requisitos que não sejam aqueles disciplinados acima.
Poderes da CPI
Define o que as CPIs podem e não podem. Estes poderem estão disciplinados no art. 53, § 3º, onde nos informa que as CPIs terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais. 
§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjuntoou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
Em nosso país, os juízes não investigam, pois é adotado o sistema processual penal acusatório (art. 129, I), que possui dentre suas várias características, a separação entre quem acusa e quem julga, pois se não houvesse essa separação, o juiz estaria emocionalmente envolvido com a investigação, e esta imparcialidade estaria ferindo o devido processo legal. 
O juiz é inerte, e é provocado pelas duas instituições que possuem capacidade postulatória (podem falar processualmente com o juiz): MP e Advocacia.
E a capacidade postulatória para falar processualmente com o juiz dos delegados de polícia? A corrente que diz que delegados de polícia não podem representar diretamente ao juiz, mas somente através do MP. O CPP diz que pode, entretanto devemos responder a luz da CF. O professor não disse nem que sim e nem que não, pois não há posicionamento do STF e nem do STJ. 
Segundo o STF juiz não investiga e reconheceu que a Lei 9.34/95 (Organizações Criminosa), no dispositivo que permitia a investigação pelos juízes, sua inconstitucionalidade. 
No entanto existe as seguintes exceções: 
- LC 35/79 (LOMAN), que informa que um juiz será investigado por outro juiz em caso de prática de crime; 
- Foro por prerrogativa de função, onde ministro relator supervisiona a investigação, que coordena os trabalhos policiais de investigação. Importante: Quem não pode investigar de forma autônoma, não pode indiciar sem autorização de ministro relator.
Desta forma, devemos entender o art. 58, § 3º, assim:
- A CPI possui poderes instrutórios, e não de investigação, próprios das autoridades judiciais, pois em regra juiz não investiga.
Dentre os poderes instrutórios, a CF confere a CPI autoridade própria, independentemente de autorização judicial e autoridade para, onde será necessário autorização judicial.
	AUTORIDADE PRÓPRIA
NÃO NECESSITAM DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL
	1. Notificar e ouvir testemunhas. Caso estas não apareçam, podem ser conduzidas coercitivamente (condução sob vara).
Indígena não pode ser conduzido coercitivamente. Segundo STF, a condução coercitiva do índio o retiraria de sua terra, sendo que o art. 231 da CF veda a retirada forçada do índio de sua terra, salvo ad referendum do Congresso Nacional, sendo que CPI não é o Congresso Nacional;
Juiz e membro do MP tem direito de marcar dia, hora e local. Estes não estão obrigados a responder sob fatos que constarem em suas peças judiciais. Ex.: Não cabe questão sobre sentenças e peças do MP, que podem ser desafiadas por recursos próprios.
Existem duas leis que regulamentam os trabalhos da CPI:
a) Lei 1.579/52
b) Lei 10.001/00
Além destas duas leis aplica-se subsidiariamente o CPP
O cidadão ostenta uma de três qualidades perante depoimento à CPI:
a) Convidado (Este não pode ser conduzido coercitivamente)
b) Testemunha;
c) Investigado.
	2. Pode prender em flagrante, nestas situações:
Testemunha, por crime de falso testemunho. O investigado não pode ser preso em flagrante por falso testemunho, pois ele não é testemunha.
Todos que comparecem perante a CPI não são obrigados a fazer prova contra si, pois ninguém é obrigado a auto incriminar-se. O STF possui decisões neste sentido.
	3. Pode por autoridade própria afastar o sigilo fiscal e bancário, sem necessidade de autorização judicial. Concretamente se dá através de ofício à receita e às instituições financeiras;
CPI simples e conjunta do Congresso pode afastar sigilo bancário e fiscal diretamente;
CPI de Assembléia Legislativa pode afastar sigilo bancário e fiscal diretamente;
CPI de Câmara Municipal não pode afastar sigilo bancário e fiscal diretamente, sendo necessário a integração judicial, conforme posição do STF e STJ, pois poderia servir de instrumento de chantagem e extorsão política, em razão do grande número de município que possui o país.
	4. Pode determinar a realização de perícias e exames.
	AUTORIDADE PARA SOLICITAR A AUTORIDADE JUDICIAL
NECESSITAM DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL
	1. Expedir mandado de prisão, que é atribuição privativa de juiz de direito a liberdade de locomoção.
	2. Expedir mandado de busca e apreensão, pois somente o juiz de direito pode determinar a violação de domicílio, pois a casa é asilo inviolável do cidadão, conforme CF
Casa é todo espaço corporal autônomo e limitado. Existindo duas espécies:
a) Casa em sentido restrito: Local onde o cidadão habita e faz como sua morada (pode ser hotel, motel);
b) Caso por extensão: É o local onde o cidadão exerça seu trabalho, ofício ou profissão, desde que não seja aberto ao público (art. 150, § 4º do CP.
Escritório de advocacia é casa por extensão.
	3. Expedir mandado de interceptação telefônica, pois é privativo ao juiz de direito quebrar este sigilo, conforme art. 5º, XII (Somente a gravação da voz).
Os extratos telefônicos (dados telefônicos) pode ser requisitados por CPI sem autorização judicial diretamente à Cia. Telefônica.
	4. Reserva Constitucional de Jurisdição: São determinados atos (1, 2 e 3) que somente podem ser realizados se houver decisão judicial, pois aqui temos o Monopólio Restrito de Jurisdição, pois o juiz tem a primeira, única e última palavra.
	5. Existem outras diligências que o STF entende que não podem ser adotadas diretamente por CPI:
a) Proibir a saída do território nacional, que é decisão privativa de juiz de direito;
b) Determinar a apreensão de passaporte, que é decisão privativa de juiz de direito;
c) Constrição Judicial: arresto, seqüestro, hipoteca penal (medidas assecuratórias), que são medidas cabíveis somente a juiz de direito determinar
Toda decisão da CPI deve ser fundamentada, pois os juízes devem fundamentar suas decisões (art. 93, XI). 
Vige o princípio da colegialidade, pois as decisões são tomadas por maioria.
A CPI é finalizada por relatório, que é votado pelo plenário, e em sendo o caso será enviado ao MP (oportunidade e conveniência), ato este que não é obrigatório, mas sim discricionário. Se o relatório não foi enviado, o MP pode requerê-lo.
O relatório da CPI não vincula o MP.
O relatório quando enviando ao MP, é para promover a responsabilidade civil e criminal dos envolvidos.
O MP deve priorizar os trabalhos da CPI, conforme Lei 10.001/00
O MP e a Polícia pode investigar de forma paralela.
As CPIs também podem:
- Apresentar projeto de lei, pois capacidade legiferante (art. 61)
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
- Promover a responsabilidade política dos envolvidos.
ESTATUTO DO CONGRESSO NACIONAL
Estatuto do Congresso Nacional é o conjunto de regras previstas constitucionalmente diversas do direito comum que tem por objetivo a manutenção da independência parlamentar.
Para o exercício de suas atribuições constitucionais os congressistas possuem prerrogativas que, juntamente com imunidades, deveres, direitos, incompatibilidades, compõe o conjunto de regras que formam o estatuto, cuja finalidade é dotá-lo de independência na realização das mesmas.
O estatuto do congresso nacional, assim, defende a independência da liberdade de atuação dos parlamentares.
Dentro do estatuto do congresso nacional iremos discorrer acerca das imunidades.
1. IMUNIDADES
São prerrogativas ofertadas aos parlamentares visando a liberdade na atuação parlamentar. As prerrogativas não se constituem em privilégio, pois são ofertadas em razão do cargo, enquanto estas são ofertados em razãoda pessoa. A prerrogativa pertence ao próprio cargo e não ao titular do cargo, o que a torna irrenunciável. Os privilégios são renunciáveis.
São espécies de imunidade:
a) Imunidade Material (Absoluta, Real, Substancial ou Inviolabilidade)
b) Imunidade Relativa (Processual, Formal, Adjetiva)
1.1 Comparativo entre Imunidade Material e Relativa
A quem se aplica a imunidade material:
- Deputados Federais, Senadores (Art. 53)
- Deputados Estaduais (art. 27)
- Vereadores: Somente na circunscrição do município (art. 29)
Quando se inicia a imunidade material:
- A partir da posse.
A quem se aplica a imunidade relativa:
- Deputados e Senadores (art. 53, § 3º)
- Deputados Estaduais (art. 27)
- Vereadores: Não possuem imunidade relativa ou processual
Quando se inicial a imunidade relativa:
- Inicia-se a partir da diplomação, que é o último ato do processo eleitoral e ocorre após as eleições (normalmente entre novembro e dezembro do ano eleitoral).
1.2 Imunidade Material ou Absoluta
Existe na maioria dos estados civilizados, pois a essência da função parlamentar é falar, debater, usar da palavra verbal, que resultam na síntese que é a lei. 
Em razão de sua opinião, palavra e voto, os parlamentares são invioláveis civil e criminalmente. 
A Inviolabilidade material protege o parlamentar somente no recinto da casa legislativa? Não, pois a imunidade material e absoluta protege os parlamentares onde quer que estejam, excetos os vereadores, que possuem esta imunidade somente na circunscrição municipal.
Dentro da casa legislativa presume-se que os parlamentares estejam na função parlamentar. Fora do recinto legislativo, deve se prova e demonstrar que estava na função parlamentar.
Assim, ofensa por radiodifusão, comícios e discussões do dia a dia não estão acobertadas por esta imunidade, deste que as opiniões emitidas não sejam
Inviolabilidade Civil
Significa dizer que o parlamentar não pode ser responsabilizado por danos morais por suas opiniões e palavras emitidas em razão da função e exercício parlamentar.
Inviolabilidade Penal
Significa dizer que o parlamentar, no exercício da função, não pode ser processado criminalmente por injúria, calúnia e difamação
A natureza jurídica do imunidade parlamentar, segundo a doutrina é:
- José A. da Silva, Pontes de Miranda, Nelson Hungria: Causa excludente de antijuridicidade;
- Damásio: Causa funcional de isenção da pena.
- Magalhães Noronha: Causa de irresponsabilidade penal
- LFG: Causa excludente de tipicidade.
- STF: Causa excludente de tipicidade (prevalece).
Abrange a Inviolabilidade Política? Caso: Expulsão de parlamentar em razão de voto (Babá, Luciana Genro):
1ª Posição: A expulsão foi inconstitucional, pois a CF garante a inviolabilidade do voto. 
2ª Posição: A expulsão foi constitucional, pois a CF no art. 17 permite que os partidos políticos tracem regras sob fidelidade partidária.
Se a impressa propala, é responsabilizada civilmente e criminalmente? Não, 
O Suplente possui imunidade material ou absoluta? Não pois não está no exercício do cargo. A imunidade pertence ao cargo e não a pessoal, pois é prerrogativa e não privilégio.
Deputado licenciado não possui imunidade absoluta.
Prerrogativa de Foro
Algumas autoridades em virtude da relevância e dignidade do cargo, possuem prerrogativa de foro. 
Para tanto, são apontadas as seguintes razões:
- Os membros dos tribunais, em razão do afastamento físico das disputas políticas locais, teriam maior imparcialidade.
- Os membros dos tribunais, em razão da experiência acumulada poderiam decidir de melhor forma.
Segundo Nucci, tais argumentos não procedem. Assim o foro por prerrogativa de função ofende o principio da igualdade e o princípio da igualdade.
	CARGO
	TRIBUNAL
	NORMA
	CRIMES 
	Deputados Federais e Senadores
	STF
	- Art. 102, I, b e
- Art. 53, § 1º
	Infrações Penais Comuns (Gênero):
- Crime comum em sentido restrito (Código Penal);
- Crime Eleitoral;
- Crime Militar;
- Crime Doloso contra a Vida;
- Contravenções Penais
	Deputados Estaduais
	- Em regra pelo TJ, desde que o crime seja estadual;
- Por crimes federai: TRF;
- Por crimes eleitorais: TER;
* Aplica-se a Súmula 702 do STF, que é aplicada aos prefeitos.
* Vigora o critério da regionalidade: Afasta o critério do lugar da infração, pois deputados estaduais são julgados no TJ onde exerce o mandato e não o do lugar do crime
	
	
	Vereadores
	- Em regra não são dotados de foro por prerrogativa de função.
- Exceções: Algumas Constituições Estaduais ofertam foro por prerrogativa de função a vereadores (Piauí e Rio). O STF já informou que é constitucional, pois o art. 125 da CF permite que as Constituições Estaduais prevejam essa competência.
	
	
Mandado de Segurança 25.579 do STF: Deputado licenciado mantém o foro por prerrogativa de função se estiver licenciado.
Autoridade com foro por prerrogativa de função pode se valer de duplo grau de jurisdição? Não podem apelar, isto é, usar dos recursos ordinários, mas somente RE e RExtr, desde sejam possíveis no caso.
Autoridade com foro por prerrogativa de função não responde por inquérito policial, mas somente por inquérito judicial, supervisionado por ministro relator.
1.3 Imunidade Relativa ou Processual
Imunidade em Razão da Prisão
Prisão é a subtração e restrição da locomoção.
Deputados Federais, senadores e deputados estaduais não podem sofrer, em regra, prisão, salvo prisão em flagrante em razão da prática de crimes inafiançáveis e prisão em razão de sentença penal condenatória com trânsito em julgado (prisão sanção).
Prisão provisória e preventiva não se aplicam aos deputados federais, senadores e deputados estaduais.
Assim esta imunidade somente abrangem as prisões processuais e não a prisão sanção.
O STF em julgado da Ministra Carmen Lúcia, permitiu a prisão temporária de deputado estadual, pois se tratava de situação excepcional, onde 23 dos 24 deputados estavam envolvidos com irregularidades, onde foi aplicado um direito excepcional.
Caso o parlamentar pratica crime afiançável e for pego em flagrante delito, não poderá ser preso. Caso o policial prenda-o, responde por abuso de autoridade.
Deputado que é pego em flagrante em crime de tráfico pesado combinado com estupro, em razão de serem crimes inafiançáveis, pode ser preso em flagrante delito. Em até 24 horas os autos devem ser remetidos à casa respectiva do parlamentar, sob pena de abuso de autoridade. A razão desta remessa é impedir o Executivo, através de seu aparato, inviabilize votações no Legislativo. A casa respectiva vai decidir pela manutenção ou não da prisão. A casa respectiva emite uma decisão política (oportunidade e conveniência) e não jurídica. A decisão é por maioria absoluta de votos (art. 53, § 2º)
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
Vereadores não são dotados de imunidade relativa em razão de prisão.
Imunidade em Razão do Processo
A CF foi alterada em 2001 pela EC 35, que alterou o art. 53. A principal alteração foi no § 3º. A finalidade foi introduzir inovações no tema das imunidades.
a) Procedimento Atual (Após a EC 35/01)
- Após passar pela casa respectiva, os autos são enviados ao STF, onde é sorteado um ministro relator. Este envia os autos ao PGR, que se entender cabível, oferta denúncia contra o parlamentar. Neste momento o STF não pode se manifestar ainda. 
- A Lei 8.038/90 normatiza a defesa preliminar do parlamentar, que deveser ofertada após o PGR denunciar. Após, os 11 ministros do STF se manifestam acerca da denúncia. 
- É feita a questão: O crime foi praticado antes ou depois da diplomação? Se praticado antes, o STF não dá necessita dar ciência a casa respectiva; por outro lado, se foi praticado após a diplomação, o STF deverá dar ciência a casa respectiva, para que esta se manifeste sobre o sobrestamento da ação penal;
- Partido político com representação na casa respectiva pode requerer que seja colocado em votação o sobrestamento ou não da ação. A votação dever ocorrer por maioria absoluta. Sobrestado, a prescrição é suspensa.
b) Procedimento Antigo (Antes da EC 35/01)
- O STF não podia se manifestar acerca do recebimento da denúncia, sem que antes houvesse o chamado juízo de admissibilidade da cada respectiva.
Se o PGR entender que não é caso de denúncia e sim arquivamento, o STF deve acatar e arquivar os autos, uma vez que neste caso não se aplica o art. 28, pois o PGR já é a instância final acerca do tema.
Se ocorrer continência, desmembra-se a os autos e co-autor que não tiver foro por prerrogativa de função será processado no juiz de primeiro grau de jurisdição (art. 69 do CPP).
Se o parlamentar renunciar, os processos voltam aos juízos de origem.
Parlamentar que pratica homicídio é julgado pelo STF, e afasta o Tribunal do Júri. Assim o foro por prerrogativa de função afasta o Tribunal do Júri.
A cada legislatura existe uma diplomação, que é levada em consideração pelo STF no momento de se considerar se o parlamentar estava ou não diplomando no momento da ocorrência da infração penal. 
1.4 Prerrogativa Testemunho
Em regra todo cidadão é obrigado a prestar testemunho, no entanto a CF e norma infraconstitucional abre algumas exceções, tais como: Advogados, psicólogos, jornalistas, que não são obrigados a testemunhar sobre informações recebidas em função do exercício da profissão.
Neste mesmo caso, se enquadram os parlamentares, que conforme o § 6º do art. 53, informa que estes não são obrigados a testemunhar acerca de fatos que souberam em função do exercício do mandato, caso estes tenham pertinência temática com a função de parlamentar. A função é resguardar a fonte.
Entretanto, se não houver pertinência temática entre o fato e o exercício da função, o parlamentar possui o dever de testemunhar em local, dia e horário marcados por ele.
Alguns doutrinadores entendem que esta prerrogativa é renunciável.
ÓRGÃO EXECUTIVO
1. ATRIBUIÇÕS PRECÍPUAS
São atribuições precípuas do órgão executivo:
- Aplicar a lei geral ao caso concreto;
- Administrar a coisa pública.
No Brasil órgão executivo é exercido por uma única autoridade. Desta forma nosso executivo é monocrático (art. 76) e nosso sistema ou regime de governo é Presidencialista. 
No parlamentarismo temos duas ou mais autoridades exercem a função executivo. Neste caso, demos o executivo dual.
Quando falamos em sistema ou regime de governos, estamos buscando responder à seguinte indagação: De que maneira se relacionam o Executivo e o Legislativo? Esta forma de se relacionarem, nos trás o sistema ou regime de governo. Diferenças:
	PRESIDENCIALISMO
	PARLAMENTARISMO
	- Executivo Monocrático: Uma única autoridade desempenha as funções de chefe de estado e de chefe de governo.
	- Executivo Dual: Uma autoridade exerce a função de chefe de estado e outra autoridade exerce a função de chefe de governo.
- Existem duas modalidade de Parlamentarismo:
a) Parlamentarismo Monárquico Constitucional: Temos Rei (chefe de estado e 1º Ministro (chefe de governo). Ex. Inglaterra.
b) Parlamentarismo do Tipo Republicano: Temos Presidente (chefe de estado) e 1º Ministro (chefe de governo). Ex.: França.
	- Independência entre o legislativo e o executivo.
	- Dependência do executivo em relação ao legislativo.
O sistema ou regime de governo não é cláusula pétrea. Assim nosso regime pode ser alterado por emenda constitucional.
O Brasil foi parlamentarista entre 09/61 à 02/63, onde Tancredo Neves pois o chefe de governo e João Goulart foi chefe de estado.
2. REQUISITOS PARA SER PRESIDENTE E VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
São requisitos para ser presidente da república ou vice-presidente da república:
a) Ser brasileiro nato (art. 12, § 3º). O motivo reside na segurança nacional;
b) Idade mínima de 35 anos (art. 14, § 3º). Somente com 35 anos o sujeito adquire capacidade política absoluta; 
Não existe idade máxima para exercer cargo ou função elegível.
c) Filiação partidária, pois não existe candidatura avulsa no Brasil (art. 14, § 3º);
d) Plenitude do exercício dos direitos políticos, isto é, não ter perdido ou suspenso os direitos políticos.
Não incorrer nos caso do art. 15.
O presidente e o vice-presidente da república são eleitos, pelos sistema eleitoral majoritário, conjuntamente para mandato de 04 anos, podendo ser reeleitos para mais 04 anos subseqüentes, sendo vedado nova reeleição.
O sistema majoritário com segundo turno se aplica à: Presidente, Governador, Prefeito (cidade com mais de 200.000 eleitores) e Senadores.
O sistema majoritário sem segundo turno se aplica à: Prefeito (cidade com menos de 200.000 eleitores).
2.1 Posse
O presidente e vice-presidente da república tomam posse em sessão conjunta do Congresso Nacional, se comprometendo a respeitar a CF.
A posse ocorrem em 1º de Janeiro.
O dois ou um dos dois, deve tomar posse até 11 de janeiro. Caso nenhum, até essa data, tome posse, os cargos são declarados vagos, salvo por motivo de força maior. 
A declaração de vacância dos cargos é realizada pelo congresso nacional.
2.2 Funções
As funções do presidente da república estão no art. 84.
O vice-presidente desempenha funções especiais a mando do presidente, até que exista LC elencando atribuições para o mesmo (art. 79, § único)
2.3 Sucessão
Sucessão é gênero, que divide-se em:
a) Sucessão em Sentido Restrito: Ocorre nos casos de vacância. A vacância é definitiva. Ex. Morte, renúncia, condenação por crime de responsabilidade. Somente Vice-Presidente sucede definitivamente o Presidente da República, as demais autoridades somente o substituem no caso de impedimento, que não é definitivo, mas transitório.
b) Substituição: Ocorre nos casos de impedimento, que não é definitivo, mas transitório e temporário. Ex.: Viagem, férias, licença para tratamento de saúde. 
2.4 Mandato
O mandato presidencial tem duração de 04 anos. Se ocorrer vacância dos cargos de Presidente e Vice durante os 02 primeiros anos, será provisoriamente ocupado pelo Presidente da Câmara, que convocará eleições diretas em 90 dias. Se a vacância ocorrer nos 02 dois últimos anos, o Presidente da Câmara assume de forma temporária e convoca eleições indiretas num prazo de 30 dias.
A eleição direita é aquela em que não existe intermediários entre aquele que é titular do poder e aquele que o exerce. Ao contrário, nas eleições indiretas, existe intermediários entre o titular e os que exercem o poder. Ocorre no caso do art. 81 da CF. A lei que regulará o fato ainda não foi criada. 
Os eleitos, tanto na eleição direta como na indireta em caso de vacância, serão eleitos para mandato tampão: isto é, exercerão somente o restante do prazo que falta para completar o mandato anterior (art. 81, § 2º). O mandato tampão tem como fundamento a conciliação entre as eleições do executivo e legislativo, que devem coincidir.
2.5 Responsabilidade Política e Criminal do Chefe do Executivo da União.
Atenção: Será comentada também sobre a responsabilidade dos chefes dos executivos estaduais e municipais.
Porque o chefe do executivo deve ser responsabilizado por seus atos? Esta resposta necessita de falarmos novamente de forma de governo. Forma de governo é a maneira pela qual o poder é exercido em um determinado território. Atualmente faz-se referência a duas formas de governo: monarquia e república. Na monarquia o poder é exercido de maneira vitalícia, hereditária e irresponsável.Na CF de 1824 estava consignado expressamente que o “rei não erra”. Por sua vez, na república o poder é exercido de maneira eletiva, temporária e responsável. Na república todos que exercem parcela da soberania do estado devem ser responsáveis pelos seus atos. A dimensão da responsabilidade é proporcional ao tamanho do poder exercido, assim quanto maior poder exercido, maior será a responsabilidade do agente que o exerce. 
A CF informa que o presidente pode ser responsabilizado politicamente e criminalmente. Desta forma temos duas esferas de responsabilidade: política e criminal.
a) Responsabilidade Política: crimes de responsabilidade.
b) Responsabilidade Criminal: infração penal comum.
A diferença entre as esferas é a natureza jurídica da infração, isto é, suas qualidades e características.
2.5.1 Crimes de Responsabilidade
É uma infração de natureza político-administrativa. É também chamado de impedimento (impeachment).
Nos crimes de responsabilidade devemos fazer referência ao art. 85 da CF, onde estão mencionados.
2.5.2 Crimes Comuns
Infração de natureza jurídica penal, isto é, as características e qualidades desta infração são relativas ao Direito Penal.
2.5.2 Crimes de Responsabilidade do Presidente da República.
O tribunal responsável para julgar o presidente da república em caso de crime de responsabilidade e o Senado Federal. A razão de ser o Senado está no Sistema de Freios e Contrapesos, que é mecanismo de controle entre os poderes. Está previsto no art.52, I da CF.
A presidência do Senado, neste caso, será exercida pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal (art. 52, § único).
O Senado somente efetuará o julgamento do presidente, se houver prévia autorização da Câmara dos Deputados. Esta autorização da Câmara, que não julga, é denominada de juízo de admissibilidade.
As condutas perpetradas pelo Presidente da República que constituem-se em crimes de responsabilidade são aquelas mencionadas pelo art. 85 da CF. Questão é saber se este rol é taxativa ou meramente exemplificativo. Entende-se que o rol é meramente exemplificativo, pois existem outras condutas previstas em leis especiais, conforme apontado pela própria constituição (art. 85, § único).
A Lei 1079/50 nos informa outras condutas que em sendo praticadas pelo presidente, importam em crimes de responsabilidade. O STF já se manifestou que parte desta lei foi recepcionada pela CF/88.
A tipicidade do Direito Penal pode ser aplicada no apontamento dos crimes de responsabilidade? Não, a adequação da conduta não pode ser idêntica, pois as condutas previstas no art. 85 e na Lei. 1079/50 são tipos abertos, não se exigido a adequação perfeita entre a conduta e a norma, tendo em vista tratarem-se de infrações político-administrativas e não crimes de natureza penal.
Juízo de Admissibilidade na Câmara dos Deputados
Conforme já falado, a Câmara não julga o Presidente da República, mas somente autoriza seu julgamento pelo Senado.
Qualquer cidadão é parte legítima para denunciar o presidente pela prática de crime de responsabilidade, conforme preceituado pela Lei. 1.079/50. Esta informação não consta da CF que somente aponta os procedimentos.
Cidadão conforme o art. 14 da CF (sentido restrito), é o nacional que exerce direitos políticos. Por sua vez o art. 12 trata dos nacionais (natos e naturalizados). A conjugação entre os arts. 12 e 14 nos dá a definição de cidadão.
A denúncia e efetuada perante a Câmara dos Deputados. Conforme o art. 15 da lei citada acima, a denúncia somente pode ser recebida e oferecida se o Presidente estiver no exercício do cargo.
Com a denúncia oferecida, é constituída uma comissão na Câmara dos Deputados, que analisa a viabilidade formal da denúncia. Na própria Câmara o Presidente da República possui o exercício do direito constitucional do contraditório e ampla defesa (constituir advogado, juntada de documentos, depoimento de testemunhas e realização de perícia). A final do exercício do contraditório e ampla defesa, a Câmara dos Deputados faz o juízo político da admissibilidade (oportunidade e conveniência da acusação, ou seja, o interesse público da mesma). Se o juízo de admissibilidade for negativo (juízo de admissibilidade negativo), a Câmara entendeu que não era oportuno ou conveniente ao momento histórico o julgamento do Presidente da República. Por outro lado, há o juízo de admissibilidade positivo (que também é político), que autoriza o julgamento pelo Senado, sendo necessários 2/3 dos deputados federais votarem a favor, através de votação aberta. O juízo positivo se concretiza em uma Resolução, que é espécie normativa, conforme art. 59 da CF.
Julgamento pelo Senado Federal
A resolução que autoriza o julgamento é entregue ao Senado, que é obrigado a realizar o julgamento (não há discricionariedade, mas sim vinculação)
As conseqüências do início do julgamento pelo Senado, são as seguintes:
1. O Presidente da República é cientificado do início do Julgamento, devendo ser afastado de suas funções por até 180 dias. A razão do afastamento está no bloqueio do poder do Presidente, que pode influenciar no julgamento realizado pelos Senadores. Há neste caso a substituição pelo Vice e não sucessão
2. O Senado passa a ser presidido pelo Presidente do STF, em prestígio aos mecanismos de controle entre os poderes;
3. O Presidente afastado, tem no Senado, direito ao contraditório e a ampla defesa.
No caso de renúncia do Presidente da República antes de acontecer o julgamento no Senado, para Michel Temer, deve-se continuar o processo. 
São as penas para o condenado por crime de responsabilidade:
a) Perda do Cargo;
b) 08 anos de inabilitação para função pública.
As penas são de mesma categoria, não havendo hierarquia de gravidade entre ambas.
O quórum para condenação é de 2/3, sendo a votação aberta. A decisão do Senado pode ser modificada pelo Poder Judiciário? Não cabe ao poder judiciário analisar o mérito do resultado, mas cabe analisar, através do STF, se foram preservados os direitos constitucionais aplicáveis ao caso, isto é, se houve respeito aos mesmos.
O período de inabilitação para função pública, não significa a perda ou suspensão dos direitos políticos, podendo o inabilitado participar de eleições na condição de candidato, entretanto somente após esgotado o tempo de inabilitação poderá o mesmo assumir o cargo. O mesmo raciocínio aplica-se no caso de concurso público, cuja a realização não é vedada, mas não podendo ser nomeado para o cargo.
As demais sanções cabíveis são: sanções judiciais e sanções da Lei de Improbidade Administrativa (art. 82, § 2º)
Julgamento dos Governadores por Crimes de Responsabilidade
Os governadores são julgados por um tribunal misto, compostos de deputados estaduais e de desembargadores do TJ, presidido pelo presidente deste. Em São Paulo são 7 deputados e 7 desembargadores, conforme a CE.
Segundo o STF isso é inconstitucional, pois o número seria de 5 deputados e 5 desembargadores. A inconstitucionalidade reside no fato de que não cabe ao estado membro legislar sobre processo e crime de responsabilidade, que é legislação privativa da União (Súmula 722). Segundo a Lei. 1.079/50 o número é de 5 deputados e 5 desembargadores.
Julgamento dos Prefeitos por Crimes de Responsabilidade
Se o prefeito cometer crime de responsabilidade, o julgamento caberá à Câmara dos Vereadores.
O Decreto Lei. 201/67, em seu art. 1º, informa as condutas que importam em crime de responsabilidade por parte dos prefeitos, juntamente com o art. 29-A da CF.
O decreto em tela estabelece duas espécies de crimes de responsabilidade:
1) Crime de Responsabilidade Próprio: infração de natureza jurídica penal, sendo o prefeito julgado pelo poder judiciário (art. 1º do Decreto-Lei 201/67)
2) Crime de Responsabilidade Impróprio: infração de natureza jurídica administrativa, sendo o prefeito julgado pela câmara dos vereadores (art. 4º do Decreto-Lei 201/67).
Questão: A autoridade que responde por crimede responsabilidade também pode ser responsabilizada por improbidade administrativa? Na Reclamação 2138 o STF entendeu que autoridade que responde por crime de responsabilidade não deve responder por crime de improbidade, pois estaria caracterizado o bis in idem. Em razão desta discussão o STJ vem aplicando em vários recursos especiais a Reclamação 2138 do STF, entretanto não é pacífico no próprio STJ. Recentemente o STF, através da 2º Turma, não aplicou a Reclamação 2138, em função de serem duas instâncias que não se comunicam (relativas às espécies de crime). Neste caso, a perda do cargo não é possível através de ação de improbidade administrativa, podendo ser aplicada outra sanções que não essa. A perda do cargo, somente através de julgamento de crime de responsabilidade.
2.5.4 Crimes Comuns Praticados pelo Presidente da República.
Crime comum é a infração penal comum. A competência é do STF, conforme arts. 86 e 102, I, b da CF.
Infração penal comum é gênero, de quais são espécies:
a) Crime Comum;
b) Crime Eleitoral
c) Crime Militar;
d) Crime Doloso contra a Vida;
e) Contravenções Penais.
O Presidente da República, no Brasil, é dotado de irresponsabilidade relativa importa nas seguintes prerrogativas:
a) O presidente nunca poderá ser preso (prisão flagrante, prisão provisória, prisão preventiva). Exceção: Prisão com sentença penal condenatória com trânsito em julgado (prisão sanção).
b) Durante o mandato o presidente não pode ser processado por atos estranhos ao exercício da função, ou seja, somente pode ser processado por crimes ex-oficio, isto é, relativos à função (art. 86).
Exemplo 1: O candidato a presidente comete crime a 02 dias das eleições, não podendo ser preso em razão do fato que candidatos não podem ser presos 15 dias antes da eleição. Se for eleito e tomar posse, somente poderá ser processado após o término do mandato, sobrestando-se o prazo prescricional, tendo em vista se tratar de crime não vinculado à sua função.
Exemplo 2: Presidente comete homicídio passional durante o mandato. Não poderá ser preso e nem processo até cessar o mandato, sendo sobrestado a prescrição
Exemplo 3: Presidente mata Presidente do Banco Central durante o mandato, não poderá ser preso, mas poderá ser processado durante o mandato, em razão do crime ser em razão da função.
O foro do Presidente da República é privilegiado, sendo o STF responsável pelo julgamento. Ministro é que supervisiona e conduz o inquérito, que não é policial, mas judicial. 
Se o ministro indicia o Presidente e envia ao PGR, este pode: 
- Requerer o arquivamento, não podendo o STF não concordar.
- Ofertar a denúncia, sendo que o STF não poderá aceitá-la sem a prévia aprovação, através de juízo político, com quorum de 2/3 e votação aberta, da Câmara dos Deputados (art. 86, caput). A decisão poderá ser positiva ou negativa, que é materializada em uma resolução, que é por sua vez é encaminhada ao STF. Este concede ao Presidente da República 15 dias para o exercício da defesa preliminar (Lei 8.038/90 do STF). Somente após a defesa preliminar é que o STF deve analisar a denúncia.
Diferenças Importantes:
Deputados e Senadores (Art. 53, § 2 da CF): Podem ser presos em flagrante e ; A denúncia pode ser sobrestada pela decisão da casa. 
Presidente: Não pode ser preso, salvo se prisão sanção; A denúncia não pode ser recebida sem que antes seja autorizado pelo Câmara em quórum de 2/3.
Recebida da denúncia, o Presidente ficará afastado de suas funções por 180 dias.
Se condenado com trânsito em julgado pelo STF, os direitos políticos são suspensos e pode o mesmo ser preso.
Crimes Comuns Praticados pelo Governadores
Os governadores são julgados pelo STJ pelos seguintes crimes: crime comum em sentido restrito, crime doloso contra a vida, crimes militares e contravenções penais.
Os Vices-Governadores não são julgados pelo STJ, conforme o art. 105, I, a. Substituição não significa a fixação de competência de tribunal, já a sucessão sim. O Vice Governador é julgado por qual órgão? Depende do crime e depende da CE.
O STJ somente pode receber a denúncia contra o governador se houver a autorização da assembléia legislativa (juízo de admissibilidade do parlamento estadual).
Governador é dotado de irresponsabilidade relativa? Não se aplica aos governadores, que podem ser presos em flagrante, preventivamente e provisoriamente. Se CE instituir a irresponsabilidade relativa, será considerada inconstitucional, que é matéria de competência federal.
Governador pode ser processado durante o mandato? Sim, pois a eles não é aplicado a irresponsabilidade relativa.
Crimes Comuns Praticados por Prefeitos
Os crimes comuns praticados por prefeitos são julgados pelo Tribunal de Justiça, inclusive por crimes dolosos contra a vida.
Segundo a Súmula 702 do STF, a competência do TJ é relativa aos crimes comuns estaduais. Se for crime federal, será de competência do TRF.
Crimes eleitorais são julgados pelo TRE.
Aqui, aplica-se o critério da regionalidade, que afasta o critério do lugar da infração. Exemplo: Se prefeito de São Paulo, comete crime de Porto Alegre, será julgado pelo TJ/SP ou TRF da Região de São Paulo.
Os prefeitos também não possuem irresponsabilidade relativa. 
A CF não exige que o prefeito seja julgado pelo pleno do tribunal, podendo ser turma, câmara ou sessão.
Se prefeito comete crime federal, como já informamos, será julgado pelo TRF, não cabendo os recursos ordinários (apelação, recurso em sentido estrito), mas somente os extraordinários (Recurso Especial e Recurso Extraordinário), desde que seus requisitos estejam preenchidos.
O art. 125, § 1º, permite que as CE ofertem foro por prerrogativa de função a determinadas autoridades, desta forma algumas CE’s informa que o Vice-Governador será julgado pelo TJ. Mas se ele comete crime doloso contra a vida ou um crime federal? Exemplo: pela prática de furto, a competência é do TJ; se homicídio, conforme Súmula 721 do STF, a competência é do Tribunal do Júri, que prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente por CE; Se o crime for federal?
Crimes Comuns Praticados por Vereadores e Vice-Governadores
A CF em nenhum momento oferta foro especial para a estas duas autoridades, no entanto a competência para julgar estas duas autoridades pode estar prevista em CE.
Vice-governador e vereador, se comentem crime estaduais, caso a CE preveja, são julgados pelo TJ. No caso dá prática de crime federal, as CE não podem prever que sejam julgados pelos TRF’s, tendo em vista que um instrumento estadual não pode criar competência para órgão federal.
ÓRGÃO JUDICIÁRIO
Em 1748, quando Montesquieu escreveu o livro o Espírito das Lei, o Poder Judiciário tinha somente um a função: aplicar o direito no caso concreto em substituição às partes, resolvendo a questão com força definitiva.
Atualmente, conforme Gilmar Mendes, devemos fazer uma interpretação ou compreensão constitucionalmente adequada do art. 2º da CF, isto é, entende-lo conforme nossa atual realidade e não conforme o momento histórico vivido por Montesquieu.
Assim, indicar ao Poder Judiciário somente aquela função acima não reflete as suas atuais funções, que envolvem também.
- O Poder Judiciário busca a defesa dos direitos fundamentais, ou seja, busca que todos respeitem os direitos fundamentais e sua concretude. Essa atribuição do Poder Judiciário como guardião dos direitos fundamentais, bem como sua concretização, surgiu após a 2ª Guerra Mundial.
Observação: Juiz de Garantias é aquele que, não sendo o mesmo juiz que processará o réu, que definirá as cautelares. Tal projeto está em trâmite em projeto legislativo perante o Congresso.
- O Poder Judiciário realiza seu autogoverno, isto é, para manutenção do Poder Judiciário como poder independente frente aos Poderes Executivos e Legislativo, a CF lhe oferta um autogoverno, donde decorrem: autonomia administrativa, autonomia financeira e autonomia funcional.Os predicativos da magistratura, tais como: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios, garantem a independência do juiz: Iná
- O Poder Judiciário resolve os conflitos entre dos demais poderes, com a função de evitar a hipertrofia de um deles em detrimento dos outros, isto é, para se evitar abuso de poder. Um exemplo desta situação: Poder Executivo edita ato administrativo eivado de arbitrariedade, cabe ao Poder Judiciário anulá-lo.
- O Poder Judiciário defende a supremacia da Constituição através do controle de constitucionalidade ou fiscalização de constitucionalidade.
O conjunto de atribuições acima elencados se denomina de Conjunto de Atribuições Constitucionalmente Definidas do Poder Judiciário.
1. CARACTERÍSTICAS DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL
A prestação jurisdicional significa exercício de parcela de soberania do Estado.
O juiz quando decide está exercendo parcela de soberania do Estado, Mesmo caso se aplica quando um parlamentar está votando projeto de lei.
São características da prestação jurisdicional:
1) Inércia: Não existe jurisdição sem autor, não existe processo sem parte e não existe decisão de ofício. O juiz deve se manter inerte para manutenção de sua capacidade subjetiva, nada mais significando que sua imparcialidade. Um juiz imparcial é direito constitucional do cidadão, sendo que a imparcialidade decorro do devido processo legal (art. 5º, LIII), isto é, justo.
Não estamos afirmado que o juiz não pode praticar atos instrutórios, que deve ocorrer somente após o ajuizamento da ação. 
A provocação do juiz ocorre pelas funções essenciais da justiça: MP (art. 127 da CF) e Advogados (art. 134 da CF).
Questão 1: Por que o delegado pode representar perante o juiz tendo em vista que não possui capacidade postulatória, tendo em vista não integrar o rol acima? 
Questão 2: Se o juiz é inerte e não pode agir de ofício, como é que pode decretar a prisão preventiva de ofício? O juiz pode decretar prisão preventiva de ofício em razão do CPP ser de 1941, o mesmo não ocorrendo com a prisão provisória, que por ser posterior ao CF/88, não pode ocorrer de ofício.
De forma minoritária, alguns entendem que o delegado de polícia não pode representar perante o juiz, tendo em vista não possuir capacidade postulatória.
Questão 3: O juiz que solicitou a instauração de inquérito policial perante a autoridade policial pode julgar o caso quando este voltar ao judiciário? Minoritariamente entendem que não.
2) Substitutividade: Em determinado momento histórico o Estado trouxe para si o monopólio da jurisdição, sendo que a partir deste momento qualquer conflito de interesse deve ser por ele resolvido. Traduz-se no princípio da inafastabilidade ou indeclinabilidade jurisdicional: significa que o Estado, através do juiz, não se pode furtar de resolver o conflito, pois fazer justiça com as próprias mãos configura crime.
3) Definitividade: significa dizer que só Poder Judiciário, isto é, somente as decisões judiciais podem trazer a paz. Trata-se da chamada Coisa Julgada (qualidade dos efeitos da sentença), que é a estabilidade e tranqüilidade.
Questão: No processo penal a coisa julgada é absoluta ou relativa? É relativa em relação ao réu, que a qualquer momento pode requerer revisão criminal e relativamente relativa (relativização da coisa julgada) para o Estado no que tange a punir alguém que utiliza de subterfúgio para que lhe seja atribuída um coisa julgada eivada de vício. Nelson Hungria entendia ser absoluta em relação ao direito de punir do Estado.
2. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO
No topo temos o STF, que constitucionalmente não é um tribunal superior, mas sim um tribunal que está sobre os tribunais superiores.
Temos:
	STF
	CJN *
	STJ
	TSE
	STM
	TRT
	
	
	
	
A EC 45/05 criou o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que está abaixo do STF e acima dos tribunais superiores.
O CNJ não possui jurisdição, mas possui atribuições administrativas.
O STJ constitui a Justiça Comum e o TSE, STM e TST configuram a Justiça Especial.
A Justiça Comum pode ser divida em: Justiça Comum Estadual, constituída pelos TJ (27 TJ’s) e pela Justiça Comum Federal, composta pelos TRF’s (05 TRF’s).
A Justiça Especial é composta pelo: TSE, que possui abaixo de si: TRE, JE e Juízes Eleitorais; STM, que possui abaixo de si: TM (previstos na CF, mas ainda não existentes) e JM; e TST, que possui abaixo de si: TRF e Juízes Trabalhistas.
A Justiça Militar Estadual é composta da seguinte forma: TJ e abaixo de si o CJ, que é o 1º grau da Justiça Militar, onde temos: Juiz de Direito Singular e Conselho de Justiça Militar Colegiado, conforme EC 45/05. Em três Estados (SP, MG e RS) existe o Tribunal de Justiça Militar.
2.1 Supremo Tribunal Federal
A composição do STF está no art. 101 da CF e são compostos por 11 membros, denominados de Ministros.
2.1.1 Requisitos para Ser Ministro do STF:
a) Ser brasileiro nato (art. 12, § 3º), pois está na linha sucessória do Presidente da República;
b) Idade mínima de 35 anos (capacidade política absoluta) e idade máxima de 65 anos (aos 70 se aposenta compulsoriamente). A capacidade política é determinada de acordo com a idade (art. 14 da CF);
c) Notável conhecimento jurídico: é aquele que dispensa prova, isto é, a sociedade entende que o cidadão é cultor da ciência jurídica (a doutrina entende que no mínimo deve ser bacharel em direito).
d) Reputação ilibada: vida pretérita sem qualquer mácula ou nódua.
O Presidente da República escolhe entre brasileiros que tenham as características acima e indica o nome ao Senado, que por maioria de votos aprova ou não o nome indicado. Antes o Senado realiza uma sabatina.
A escolha é livre, não sendo necessário ser advogado, membro do ministério público ou juiz.
2.2 Superior Tribunal de Justiça
Está disposto no art. 104 do STJ, que dispõe que deverá conter no mínimo 33 ministros, não havendo imposição de número máximo (o TSE também não possui número máximo de membros, devendo ter no mínimo 07 membros).
Foi criado pela CF/88, com a finalidade de uniformizar a jurisprudência da Justiça Comum Estadual e da Justiça Comum Federal, cujo sentido é dar maior segurança jurídica ao sistema. O STJ é um tribunal nacional e sucedeu ao TRF (Tribunal Federal de Recursos).
São requisitos para ser membro do STJ:
a) Ser brasileiro nato ou naturalizado;
b) Idade mínima de 35 anos (capacidade política absoluta) e idade máxima de 65 anos (aos 70 se aposenta compulsoriamente). A capacidade política é determinada de acordo com a idade (art. 14 da CF);
c) Notável conhecimento jurídico: é aquele que dispensa prova, isto é, a sociedade entende que o cidadão é cultor da ciência jurídica (a doutrina entende que no mínimo deve ser bacharel em direito).
d) Reputação ilibada: vida pretérita sem qualquer mácula ou nódua.
O Presidente da República escolhe entre brasileiros que tenham as características acima e indica o nome ao Senado, que por maioria de votos aprova ou não o nome indicado. 
Enquanto no STF a escolha é livre, no STJ deve se vincular à categorias: 1/3 dentre desembargadores de Tribunais de Justiça (11), 1/3 entre desembargadores dos Tribunais Regionais Federais (11) e 1/3 entre membros do MP e da Advocacia (11, com divisão alternada).
Questão: Porque o Senado deve aprovar os nomes do STJ e STF? Freios e contrapesos, controle dos demais poderes sobre o Poder Judiciário. 
2.3 Tribunais Regionais Federais
Os Tribunais Regionais Federais foram criados em 1988 e são 05.
O território do país foi divido em 5 regiões, da seguinte forma:
a) 1ª Região: Sede em Brasília e abarca DF e mais treze estados (todos da Região Norte, Todos da Região Centro-Oeste)
b) 2º Região: Sede no Rio de Janeiro e abarca Rio de Janeiro e Espírito Santo;
c) 3ª Região: Sede em São Paulo e abarca São Paulo e Mato Grosso do Sul;
d) 4º Região: Sede em Porto Alegre e abarca Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná;
e) 5º Região:Sede em Recife e abarca dos estados da Região Nordeste, exceto Bahia, Maranhão e Piauí.
Podem ser criadas mais regiões, havendo projetos de lei neste sentido.
Idade Mínima: 30 anos e número mínimo de 7 membros.
No primeiro grau estão os Juízes Federais e no segundo grau os Desembargadores Federais, sendo que o concurso para entrar no cargo é regionalizada.
A Justiça Federal em 1º grau de jurisdição foi criada pela Lei 5.010/66. A Justiça Federal não é divida em comarcas, sendo que cada Estado representa uma Seção Judiciária, que são divididas em Subseções Judiciárias.
Observação: Em regra, as delegacias de polícia federal seguem a divisão das Seções Judiciárias.
2.4 Justiças Estaduais
Cada estado possui seu Tribunal de Justiça, sendo 27 unidades.
O número mínimo de desembargadores é de 7 membros, que podem ser aumentados em razão do número de habitantes e de feitos.
No 1º grau de jurisdição estão os Juízes de Direito e no 2ª grau estão Desembargadores Estaduais.
2.5 Escolha dos Membros do STJ
Como 1/3 dos membros do STJ devem ser compostos de membros dos TRF’s, ocorrendo abertura de vaga oriunda de tais tribunais, estes são oficiados para o preenchimento da vaga, que indicam os nomes ao STJ, são filtrados em número de 3 e repassados ao Presidente da República, que escolhe um, que deverá ser aprovado pelo Senado por maioria absoluta.
Com relação às vagas que deverão ser preenchidas por membros dos Tribunais de Justiça, ocorre o mesmo procedimento.
Já para os oriundos do MP, são escolhidos através de uma lista de 06 nomes que é repassada ao STJ pelo MP, que filtra três nomes e envia ao Presidente da República que aprova um, devendo ser aprovado pelo Senado por maioria absoluta.
Com relação à parte que cabe à advocacia, aplica-se as regras do MP, sendo que a lista de 06 nomes é preparada pela OAB e remetida ao STJ.
2.6 Justiça Eleitoral
São regras que se aplicam a toda estrutura da Justiça Eleitoral:
a) A Justiça Eleitoral é federal especializada, sendo atribuição da Polícia Federal a investigação de crimes eleitorais.
b) Não existe um quadro próprio de juízes eleitorais. A Justiça Eleitoral usa de empréstimo juízes da Justiça Estadual e Justiça Federal.
c) Todos os juízes da Justiça Eleitoral exercem mandato de 02 anos permitindo-se uma única recondução por mais 02 anos, a fim de se evitar o comprometimento com partido político.
2.6.1 Composição do TSE
No mínimo 7 ministros, que são escolhidos da seguinte forma:
- 03 dentre ministros do STF, que são escolhidos por votação entre os próprios 11 ministros, que também oficiarão no TSE. O subsídio de ministro do STF é de R$ 24.500, 00, mais R$ 4.500,00 relativo ao exercício junto ao TSE. 
- 02 dentro ministros do STJ, que são escolhidos por votação entre os próprios 33 ministros, que também oficiarão no TSE.
- 02 dentre advogados, escolhidos em lista feita pelo STF, que é remetida ao Presidente da República, que escolhe um nome. Os advogados podem continuar advogando, exceto em causas eleitorais.
O presidente do TSE deverá obrigatoriamente ser um dos três indicados pelo STF.
Um dos dois indicados pelo STJ será o corregedor geral eleitoral.
2.6.2 Tribunais Regionais Eleitorais
Existe um em cada Estado da Federação. São compostos por no mínimo 07 juízes, escolhidos da seguinte forma:
- 02 desembargadores do Tribunal de Justiça, através de eleição dentre os próprios desembargadores.
- 02 juízes de direito da entrância mais elevada, que são escolhidos pelo TJ.
- 02 advogados, escolhidos por lista indicada pelo TJ que é remetida ao Presidente da República, que escolhe um. Podem advogar, exceto na área eleitoral.
- 01 representante da Justiça Federal, que pode ser um desembargador federal ou um juiz federal. Será desembargador federal naquele estado que for sede de TRF (Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Pernambuco) e será juiz federal nos demais Estados.
Somente pode ser presidente do TER um dos desembargadores do Tribunal de Justiça.
2.6.3 Juiz Eleitoral
É um Juiz de Direito exercendo função federal: judicatura eleitoral. O princípio que norteia isso é o princípio da delegação.
Se o Juiz de Direito é morto em relação às sua atribuições eleitorais, o crime é de competência da Justiça Federal e deve ser investigado pela Polícia Federal.
Mesário em dia de eleição é servidor público federal e se ocorrer crime em face deste serviço, a competência para punir e investigar será federal.
2.6.4 Junta Eleitoral
A CF somente menciona a Junta Eleitoral, que é estruturada pelo Código Eleitoral, sendo composta pelo próprio Juiz Eleitoral e mais dois cidadãos.
2.7 Justiça Militar
Existem duas Justiças Militares: Federal e Estadual. A única justiça especial que pode ser criada pelos Estados é a Justiça Militar.
A competência da Justiça Militar da União está no Decreto Lei 1.001, sendo o processo penal militar definido pelo Decreto Lei 1.002. Julga crimes cometidos por membros das forças armadas e civis.
2.7.1 Composição do STM
Se compõe de 15 juízes que recebem o nome de ministros, sendo que são 10 militares (04 do Exército, 03 da Marinha e 03 da Aeronáutica, todos Oficiais Generais) e 5 civis (03 advogados, 01 Juiz Auditor e 01 membro do MP Militar).
A escolha se dá pelo Presidente da República, devendo terem mais de 3 anos.
Os 10 militares, somente podem ser brasileiros natos. Os 5 civis podem ser brasileiros natos e naturalizados.
2.7.2 Auditorias Militares
São 12 as Auditorias Militares em todo o país. 
A Auditoria Militar judica de duas formas:
a) Conselho Permanente: Juiz Auditor Militar mais Oficiais Militares, sendo que julga não oficiais e civis.
b) Conselho Especial: Juiz Auditor Militar que julga oficiais, exceto oficiais generais, que são julgados pelo STM.
2.7.1 Justiça Militar Estadual
É única justiça especializada que pode ser criada pelo Estado. 
A Justiça Militar Estadual só pode ser criada por iniciativa privativa pelo Tribunal de Justiça, que apresenta projeto de lei perante a Assembléia Legislativa (art. 125, § 3º da CF).
É composta:
a) Em 1ª grau: Conselho de Justiça Militar, que judica de duas formas: Juiz de Direito que julga singularmente e o Conselho de Justiça de Forma Colegiada (Juiz de Direito mais Oficiais Militares). O concurso para Juiz de Direito ocorre em alguns Estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
b) Em 2º grau: Próprio Tribunal de Justiça. Nos estados onde o efetivo da Polícia Militar conte com mais de 20.000 membros, poderá ser criado o Tribunal de Justiça Militar. 
São regras da Justiça Militar Estadual:
a) Nunca julga civis, somente julga membros da Polícia Militar e dos Bombeiros Militares, conforme Súmula 53 do STF;
b) Nunca julga crimes dolosos contra a vida cuja a vítima civil (Lei 9.299/99, denominada de Lei Hélio Bicudo, que foi constitucionalizada pela EC 45);
c) Crime de tortura praticado por policial militar é julgado pelo Justiça Comum.
d) Abuso de autoridade também é julgado pela Justiça Comum;
e) A EC 45 deu a Justiça Militar Estadual competência civil
f) O Juiz Singular atua quando o crime foi praticado contra civil, exceto nos crimes dolosos contra a vida, abuso de autoridade e tortura;
g) O Conselho de Justiça Colegiado atua nos demais crimes (art. 125, §§ 3º, 4º e 5º).
2.8 Justiça do Trabalho
A Justiça do Trabalho está disciplinado no art. 111-A.
O Superior Tribunal do Trabalho é composto por 27 ministros todos togados e vitalícios, com mais de 35 anos, escolhidos pelo Presidente da República, devendo o nome ser aprovado pelo Senado Federal. Dos 27 membros, 1/5 são escolhidos entre membros do MP e advogados (na divisão do 5º Constitucional, se o número não for inteiro, iremos para o primeiro número inteiro superior, portanto dos 27 ministros, 03 são do MP do Trabalho e 03 são advogados, ambos com mais de 10 anos de efetivo exercício).
2.8.1 Tribunais Regionais de Trabalho
São 25 TribunaisRegionais do Trabalho no país, havendo estados que não possuem e estados que possuem dois.
São compostos por no mínimo 7 juízes.
Cada TRT realiza seu próprio concurso.
2.9 Órgão Especial
Estão previstos no art. 93, XI da CF, onde nos tribunais com mais de 25 membros poderão ser criados Órgão Especiais, que terão no mínimo 11 membros e no máximo de 25 membros (exemplo TJ/SP e STJ).
A composição se dá da seguinte forma:
a) Até a EC 45 os membros do órgão especial eram os mais antigos do tribunal;
b) Após a EC 45 houve uma democratização do órgão especial, sendo hoje composto por metade mais antigo e metade por eleição.
O art. 93, XI é norma constitucional bastante em si mesmo, isto é de eficácia plena, não necessitando de complementação futura.
Observação: O Juizados Especiais e o Tribunal do Júri não estão no art. 92, portanto não foram aqui mencionados.
2.10 Conselho Nacional de Justiça
É órgão administrativo que não exercer jurisdição ( §§ 1º e 2º do art. 92).
Foi criado pela EC 45/04, sendo composto de 15 membros.
O CNJ, que está previsto no art. 103-A é órgão de controle externo do Poder Judiciário, pois doa 15 membros, 09 são juízes, bem como por não exercer jurisdição, não tem poder der reforma de decisões, não podendo se imiscuir nas atribuições constitucionais do Estado.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Em todos os concursos, o tema é cobrado, bem como se tornou um dos mais importantes na seara constitucional.
Questão: O que é controlar a constitucionalidade? Significa indagar, questionar acerca da compatibilidade ou incompatibilidade da lei em relação à constituição, isto é, a norma subconstitucional é ou não adequada à carta constitucional. 
Controle de constitucionalidade ou fiscalização de constitucionalidade tem um objetivo, que é garantir a supremacia da constituição (significa: buscar que a constituição seja obedecida/atendida). Nessa assunto devemos fazer menção ao princípio da supremacia da constituição.
Quando mencionamos controle de constitucionalidade, devemos mencionar o princípio da supremacia da constituição.
Importante neste ponto é saber que existem dois mundos:
- Mundo do ser: no mundo do ser, a um antecedente obrigatoriamente se liga uma conseqüência. O homem racionalmente não consegue mudar uma conseqüência de um determinado antecedente. Se este ocorre, inexoralvemente teremos uma conseqüência.
As leis do mundo do ser são imodificáveis e naturais (exemplo: congelamento e vaporação da água).
- Mundo do dever ser: as ciência sociais e jurídicas fazem parte do mundo do dever ser. Aqui temos regras de educação, regras de etiquetas e regras morais (no mundo do dever ser, o homem liga racionalmente um antecedente a uma conseqüência – exemplo: preceito antecedente – matar alguém; o homem liga a conseqüência que melhor lhe interessa: homicídio simples e homicídio qualificado, com penas diferenciadas). 
As leis do mundo do dever ser diferem das leis do mundo do ser em razão da possibilidade, no primeiro, de definir as conseqüências que melhor caber ao homem.
Enquanto as regras de educação, etiqueta e moral são postadas de forma horizontal, as regras jurídicas são postadas de forma vertical. 
Questão: porque a regras de etiquetas são postadas de forma horizontal? Pois todas elas estão na mesma categoria e entre elas não existe hierarquia.
Exemplo: portaria que discrimina a entrada de homossexual de escola pública → A portaria retira validade do decreto, que por sua vez retira do decreto, que por sua vez da lei estadual, que por sua vez da CE e por fim, esta retira sua validade da CF, que se posta no ápice/cimo da pirâmide normativa. A CF possui supremacia sobre as demais normas que abaixo dela se postam, e havendo choque entre ambas, a resolução cabível é a supremacia da constituição.
A supremacia da constituição se divide em duas espécies:
- Supremacia Formal da Constituição: a constituição é norma suprema porque decorre do poder constituinte originário. O poder constituinte originário é ilimitado. As demais leis decorrem do poder constituinte derivado. Podemos ver que a origem das normas são distintas.
- Supremacia Material da Constituição: a constituição é o documento mais importante que temos, isto é, a lei fundamental, portanto as matérias nela tratadas são as mais importantes para a sociedade política denominada Estado. 
Questão: Quando surgiu a constituição? Segundo Lassale, todos os Estados sempre tiveram e sempre terão constituição. O chamado Constitucionalismo, que surge na Europa em 1899, teve um único objetivo: dar aos Estados constituições escritas denominadas “folha de papel”. Para Lassale, o mais importante eram os fatores reais de poder. 
As primeiras constituições escritas: Americana (1787) e a Francesa (1791).
Neste momento histórico, o temas mais importantes para a sociedade eram:
1) direito e garantias fundamentais;
2) organização do estado;
3) divisão orgânica de Montesquieu;
Na atualidade, a estes temas foram acrescentados os seguintes:
4) ordem econômica;
5) ordem social ou direitos sociais;
6) objetivos do Estado.
Observar-se a variação dos temos no transcorrer da história.
Outro ponto importante a se tratar da assunto da rigidez constitucional, pois não há a que se falar em controle de constitucionalidade se a constituição não for rígida.
Questão: o que é constituição rígida? Temos as seguintes classificações, que podem ser mais ou menos úteis:
A) Quanto a Alterabilidade/Mutabilidade/Consistência:
1- Rígida: é aquela que detém um processo legislativo de alteração mais trabalhoso/mais solene/mais burocrático.
Temos diferença entre o processo legislativo comum/ordinário e o especial.
2 – Flexível ou Plástica: é aquela em que a constituição se modifica, se altera, atendendo, obedecendo o mesmo processo legislativo de uma lei ordinária.
Em uma constituição flexível, não temos diferença entre lei ordinária e lei constitucional.
3 – Semi-rígida ou Semi-Flexível: algumas normas se alteram por processo legislativo mais rigoroso/dificultoso, diferente de outras normas que podem ser modificadas pelos mesmo processo legislativo da lei ordinária.
A constituição brasileira de 1824 foi semi-rígida ou semi-flexível, pois tínhamos duas espécies de normas constitucionais: materialmente constitucional, que exigiam processo mais trabalho para sua alterações e as formalmente constitucionais, que tinham processo de alteração idêntico às normas ordinárias.
Para Alexandre de Morais, nossa atual constituição é do tipo rígida, mas possui uma parte super-rígida, que são representadas pelas cláusulas pétreas do art. 60, § 4º da Lei Ápice.
LGF, a partir de um julgado do STF, entende que na pirâmide normativa existe mais uma camada: os tratados sobre direitos humanos (normas supra-legais, que estão abaixo da CF e acima da lei ordinária).
Existem várias classificações para o controle de constitucionalidade. 
Vamos iniciar:
1) Momento em que é elaborado
Tendo em conta o momento em que o controle é feito, ele poder ser de dois tipos:
1.1) Controle Preventivo de Constitucionalidade
Questão: Qual o objetivo do Controle Preventivo? O Controle Objetivo tem por finalidade impedir que a norma inacabada, portanto, projeto de lei, de antemão inconstitucional, adentre no ordenamento jurídico.
O ordenamento jurídico é o conjunto de normas de um determinado Estado em um dado momento.
O controle preventivo se manifesta em três momentos:
a) Feito pelo Poder Legislativo: CCJ – Comissão de Constituição e Justiça, que se manifesta antes da votação do projeto de lei. A CCJ dá um parecer acerca da constitucionalidade do projeto de lei. O parecer é terminativo e não meramente opinativo, pois sendo inconstitucional, será o projeto arquivado (art. 58, § 2º)
b) Feito pelo Poder Executivo: Veto jurídico do Presidente. Se o Presidente entende que o tema é inconstitucional, pode vetá-lo, o que se traduz em controle de constitucionalidade (art.66, § 1º).
c) Feito pelo Poder Judiciário: mandado de segurança impetrado por parlamentar. Somente parlamentar federal detém legitimidade para impetrar mandado de segurança perante o Judiciário. Somente o parlamentar tem direito líquido e certo ao devido processo legislativo.
1.2) Controle Repressivo de Constitucionalidade:
Questão: Qual o objetivo do Controle Represssivo? Tem a finalidade de expurgar/expulsar/retirar do ordenamento jurídico a norma incompatível e inadequada à constituição.
No mundo todo ele pode ser feito através de três órgãos:
a) Controle por Órgão Político: cria-se um órgão que não faça parte de nenhum dos três poderes para fazer o controle. Trata-se de órgão político, que não exerce jurisdição. 
b) Controle por Órgão Jurisdicional: faz parte do poder judicial.
c) Controle por Órgão Misto: existe na Suíça, onde temos leis locais, onde quem faz o controle é um órgão jurisdicional e temos as leis nacionais cujo controle é feito por um órgão político.
No Brasil, o controle repressivo é feito em regra pelo Poder Judiciário. Portanto, como regra, o controle repressivo no Brasil é jurisdicional, pois cabe ao Poder Judiciário fazer o controle. Existem exceções, que são as hipóteses que o Legislativo também o realiza:
- Lei Delegada: o Presidente solicita autorização para legislar sobre X . O Presidente exorbita a delegação. O Legislativo pode sustar a parte que exorbitar (art. 49, V). O Judiciário também pode também promover este controle.
- Decreto Autônomo: o Presidente edita decreto que diz mais do que deveria, exorbitando do poder regulamentar. Também pode ser feito pelo Poder Judiciário.
- Medida Provisória: o Presidente edita medida provisória, que é rejeitada pelo Congresso, por não conter os requisitos constitucionais da urgência e relevância. Neste caso, salientamos que o controle é Represssivo, pois a MP já estava pronta.
- Tribunal de Contas: O TC não exercer jurisdição, sendo órgão que auxilia o legislativo, entretanto, pode conhecer de inconstitucionalidade no caso concreto, isto é, no exercício estrito de suas atribuições.
Hipóteses do controle repressivo pelo Executivo:
- O Chefe do Executivo Federal, Estadual ou Municipal pode determinar aos órgãos vinculados a ele e em normas de sua seara, que a lei é inconstitucional. Deverá dar ciência a este fato.
O Controle Repressivo Jurisdicional, no Brasil, é misto, pois adota dois sistemas ou dois modelos: Sistema Difuso ou Sistema Concentrado.
O Sistema Difuso foi sistematizado em 1803 nos Estados Unidos, portanto é também denominado de Americano. Por sua vez o Sistema Concentrado foi sistematizado em 1920 na Áustria, portanto é denominado de Austríaco ou Europeu Constitucional (por Kelsen).
Eles não foram criados, mas sim sistematizados, pois deste Aristóteles já tínhamos uma noção, onde existiam normas gerais de organização e normas comuns, onde a primeiras são superiores as segundas.
2) Nas Constituições Brasileiras
2.1) 1824
Nossa constituição de 1824 não tratou de controle de constitucionalidade, pois teve como fonte inspiradora o Constitucionalismo Inglês e a Constituição Francesa. Ambos pregavam a supremacia do parlamento, não podendo o Judiciário se manifestar acerca da lei. 
Outro motivo é que a CF de 1824 adotou a Teoria do Poder Moderador, encarregado de resolver o conflito entre os demais poderes
2.2) 1891
A Constituição de 1891 teve como fonte a Constituição Americana de 1787.
Trouxe o sistema difuso, através da seguinte norma: “qualquer juiz, qualquer tribunal pode reconhecer a inconstitucionalidade”.
2.3) 1934
Influenciou-se na Constituição Alemã de 1919 (Constituição de Weimar) 
Trouxe as seguintes inovações ao controle difuso:
- Reserva de maioria absoluta (atual art. 197);
- Cria a Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva: O STF reconhecendo a inconstitucionalidade em sistema difuso, comunicava ao Senado para que este a suspenda (atual art. 58, X, da CF);
2.4) 1937
A fonte inspiradora foi a Constituição Polonesa. Denominou-se de Polaca.
Manteve as características da Constituição de 1934 e trouxe inovação: O presidente detinha a última palavra a acerca da constitucionalidade de norma, podendo modificar a decisão do STF.
2.5) 1946
 A CF volta todas as características da constituição de 1934, sem a excrescência da parte relativa ao poder do Presidente da República, pois foi
Esta constituição recebeu várias emendas. A EC 16 acrescentou, em 1965, o Controle Concentrado de Constitucionalidade.
2.6) 1967 e 1969
Nada inovaram no controle de constitucionalidade.
2.7) 1988
Nossa atual constituição menciona os controles: Preventivo e Repressivo.
O controle represssivo, que em regra é feito pelo Judiciário, com as exceções acima.
O controle repressivo pode ser:
A) Controle Repressivo Concentrado: Significa aquele que é feito em um único local, não sendo sinônimo de abstrato. O concentrado pode ser concreto ou abstrato.
São ação do controle repressivo concentrado:
- Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN ou ADIN Genérica): Essa ação foi sistematizada em 1920 na Áustria e chegou ao Brasil em 1965 através da EC 16 da CF da 1946.
A legitimidade, de 1965 até 1988, somente o PRG era legitimado. Recebia a denominação de Representação de Inconstitucionalidade. 
A CF/88 alargou a legitimidade, conforme o art. 103. Houve uma democracia participativa, pois significa o alargamento da participação do cidadão na organização do estado.
A Lei 9869/99, que regulamentou a ADIN, em seu art. 7º, § 2º, trouxe o Amicos Curie, que não é um legitimado.
A democratização da legitimidade, que ampliou os rol dos interessados em discutir a constituição, significa “sociedade aberta de interpretes constitucionais”, que significa que a constituição, por ser o processo mais importante que temos, a sociedade deve viver a constituição e debater a constituição.
A CF não diferencia os legitimados, todavia a jurisprudência do STF não dá notícia de duas espécies de legtimados:
- Ação Direta de Inconstitucionalidade Por Omissão:
- Ação Direta de Constitucionalidade
- Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva: É controle concentrado concreto.
- ADPF – Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental
Espécies de Inconstitucionalidade:
- Inconstitucionalidade Formal/Orgânica/Nomo Dinâmica (Kelsen/Luiz Alberto David Araújo): é aquela em que a lei ou o ato normativo infra-constitucional viola o devido processo legislativo constitucional.
- Inconstitucionalidade Material/Nomo Estática (Idem): é aquela em que a lei ou ato normativo infra-constitucional viola, desrespeita o conteúdo da constituição. 
- Pedro Lenza: Por Ofensa ao Decoro Parlamentar – caso do Mensalinho/Mensalão, onde parlamentares estava recebendo propinas para votarem.
B) Controle Repressivo Difuso: recebe o nome de difuso, que significa espalhado por mais de um ponto, isto é, qualquer juiz, qualquer tribunal. É o oposto do concentrado, que localiza-se em um único ponto. Recebe o nome de Indireto, Incidental, Incidente Tantum, Pela Via da Exceção ou da Defesa, Concreto, Subjetivo.
Vamos trabalhar o sistema difuso de forma articulada:
- Legitimidade: qualquer pessoa física, qualquer pessoa jurídica, diante de um caso concreto pode alegar incidentalmente a inconstitucionalidade. Incidentalmente refere-se que a alegação da inconstitucionalidade não é pedido, mas sim causa de pedir.
O Juiz pode reconhecer de ofício a inconstitucionalidade.
- Competência: qualquer juiz, qualquer tribunal diante de um caso concreto pode reconhecer a inconstitucionalidade, inclusive de ofício. Tribunal somente por maioria absoluta de votos (art. 97 da CF – reserva de maioria absoluta, surgida em 1934).
O próprio Tribunal e seu respectivo órgão especial, por maioria absouta podem declarar a inconstitucionalidade, por sua vez seus órgãos fracionados/fracionário (turma, órgão, sessão) não podem reconhecer a inconstitucionalidade, mas

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