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REDAÇÃO PROJETO: “PORTUGUÊS APLICADO” 1. TÉCNICA E TREINO A técnica exige o conhecimento de certos pontos: 1) Gramática Normativa; 2) Livro(s) de Redação; 3) Livros Formadores de Opinião; 4) Outros Meios Formadores de Opinião (Revistas e Jornais – Editoriais); 5) Consulta a Dicionário: aprimora a ortografia e amplia o vocabulário; O treino requer “transpiração” (inspiração não é algo definidor). Parte do projeto é realizar uma redação por semana, entretanto faltando 2 ou 3 meses, deverá ser feita 3 redações por semana, e na iminência da prova, uma por dia. Bibliografia 1) Gramática: Faraco e Moura; 2) Dicionário: Aurélio, Houiaiss e Volp (www.academia.org.br); Dicionário de Dificuldades (Domingos Paschoal Cegalla); 3) Livros Específicos de Redação: Redação Linha a Linha (Thaís Nicolleti Camargo); Técnica de Redação (Lucilia H. do Carmo Garcez); Curso de Redação (Antônio Abreu); Enciclopédia do Estudante – Vol. 8 (Estadão); A Arte de Escrever Bem e Revista Língua Portuguesa. 4) Bibliografia Avançada: Comunicação em Prosa Moderna (Othon M. Garcia); 5) Coleção Primeiros Passos (Editora Brasiliense): - O que é Alienação; - O que é Capitalismo; - O que é Contracultura; - O que é Cultura; - (Ver outros no site); 6) Material Indicação do Professor: Redação Forense e Elemento da Gramática (Pág. 41 à 84); A Redação em Concurso (Lançamento em Breve); Turma de Português Aplicado (www.professorsabbag.com.br); 2. QUALIDADES DA BOA LINGUAGEM 1) Correção Gramatical (ortografia, acentuação, crase, regência e concordância); 2) Concisão (os períodos não devem ser longos, nem mesmo os parágrafos. O texto conciso trata o tema com objetividade certeira. Aliás não haverá tempo e espaço em excesso); 3) Clareza (texto que não é obscuro); 4) Precisão (passa pelo erro na palavra em que se vai expor o pensamento. A precisão passar pela escolha da palavra certa, na hora correta. Ex.: - “Suas idéias são contrárias às minhas idéias” para “Suas idéias vêm de encontro às minhas” - Ir ao encontro à: Contrariar, Chocar-se; - Ir ao encontro de: Confirmar, Ratificar, Chocar-se - Em vez de: Substituição (Ex.: Em vez de estudar, iremos trabalhar) - Ao invés de : Contrariedade (Ex.: Ao invés de entrar na sala, ele saiu dela - A fim de: Trás idéia de finalidade (Estou a fim de estudar) - Afim: a) Adjetivo: Afim = Concorde (Ex.: Temos ideais concordes) b) Substantivo: (Ex.: Os afins em linha reta) Ditado: - Eu estudo dia a dia; (Temos uma locução adverbial, pois está ligada ao advérbio “estudo” que pode ser substituída por “diariamente”) - Meu dia-a-dia é interessante; (Temos um substantivo, pois está ao lado de pronome “meu” e artigo “a”, e sempre aparece com hífen) 5) Naturalidade (evitar o rebuscamento do texto, procurando ser simples e espontâneo nos argumentos e o plantio artificial de palavras); 6) Originalidade (evite a mesmice dos lugares-comuns ou clichês, que indicam a falta de mundividência do escritor. Devemos seguir e nos conduzir pela normalidade e originalidade, sendo que esta não pode ferir o estereótipo do que foi estabelecido); 7) Nobreza (é a linguagem solene de um texto dissertativo, que prima pela impessoalidade. A linguagem nobre é aquela que não enxovalha o texto). - Mau-caráter; Maus-caracteres. Observação - É importante destacar que existem expressões (clichês) que retiram a força argumentativa da idéia transmitida. - A nível de: essa expressão deve ser banida, pois não é condizente com o português culto, sendo rebarbativa e desnecessária. Expressões próximas gramaticalmente correto: “Em nível de”, “Em nível”, “Ao nível de”; - Através de: Esta locução é usada de forma pródiga, pois é vítima de abuso. Essa locução deve ser utilizada para indicar travessia ou o ato de atravessar. Ex.: A bala passou através da parede. O passageiro passou através do portão. Cuidado: Não se usa tal locução para substituir: “por meio de”, “por intermédio de”, ou “por”. Ex.: Venho provar através de testemunhas – ERRADA Venho provar por (ou por intermédio de/por meio de) testemunhas - CERTA 3. O USO DO “ONDE” - Com verbos de Movimento: AONDE = Chegar a/ir a + onde Ex.: Eu chequei aonde me indicou - Quando houver a idéia de procedência de origem: DONDE Ex.: “Donde houveste, ó bela pélago revolto, esse rugido teu?” (Gonçalves Dias) - Quando é usado para designar lugar, estando ao lado de verbos sem movimento: ONDE Frases Certas: Ex.: Onde está o livro. Onde mora o professor! A bela cidade de Salvador é o lugar onde se come uma boa cocada. Frases Errada: Ex.: Este é o processo onde anexei provas Forma certa: Este é o processo no qual anexei provas. (em + o qual = no qual, onde “em” é preposição) {Ex.: Irei ao lugar ao qual você fez menção. (a + o qual = ao qual)}. No caso “fez menção” exige a preposição “a”. Caso ele não existisse, poderíamos utilizar “o qual”. PORTANTO: No lugar de onde deve se utilizar: a) No qual/Na qual; b) Nos quais/Nas quais; c) Em que; Ex.: As provas foram trazidas ao inquérito em que se demarcou o horário do ilícito. 4. DISSERTAÇÃO Produção de texto crítico acerca de dado objeto investigável. Traços Principais: 1) Impessoalidade (discurso em 3ª pessoa) Ex.: A violência urbana merece análise detida ou Entende-se que a violência Erro: Eu entendo..... Eu acho 2) Direcionalidade: Enfocar o tema de modo direto, sem experimentalismo lingüísticos. Deve-se tomar cuidado com a “fuga do tema”, evitando informações defensáveis, todavia desconexas com o tema proposto. Observação: Em todo o texto será mantido o fio lógico do raciocínio, em plena coesão textual 3) Coesão Textual: A dissertação trará argumentos que devem apresentar concatenação (elo entre os argumentos, formando a coesão redacional). a) Argumento 1 e Argumento 2 Um reforça o outro Note: - Argumento 1 – Além disso, Ademais (textos jurídicos), Outrossim (textos jurídicos), A esse propósito, Nesse passo, etc. – ELEMENTOS DE LIGAÇÃO DE PARÁGRAFOS. Eles são antagônicos Note: - Argumento 1: Por outro lado, De modo oposto, b) Na conclusão: Assim, Diante do exposto (jurídico), Em fase do exposto (jurídico), ante o exposto (jurídico) 4.1 Fotografia da Dissertação Manter a margem e realizar a separação silábica. A paragrafação deve estar na metade da página. A redação deve conter frase e períodos curtos, com 5 parágrafos, sendo o primeiro a introdução e o último a conclusão. Os parágrafos internos contém o desenvolvimento: 1º argumento genérico, o 2º Argumento X, o 3º Argumento Y (X diferente de Y). 4.2 Na Prova (Detecção) - Detectar o tema da dissertação, onde tema é o assunto, que pode ser: a) “Com sacrifício” – Três textos ofertados ou desenhos, por exemplo b) “Sem sacrifício” – O Tema é ofertado pela Banca (sem textos) Exemplo: Apresente uma dissertação sobre o tema “Violência Urbana”. - Após a detecção do tema, deve o estudioso fazer certas indagações: a) Qual o objetivo do tema? b) O que se quer provar com este objetivo? c) Há argumentos favoráveis e contrários? - Lavratura do rascunho: A violência é considerada “causa” dos problemas sociais, porém se mostra adequadamente como “conseqüência” do sistema no qual nos inserimos. O sistema prestigia o ter em detrimento do ser, valorizando o patrimônio material e não o espiritual. Com efeito o engajamento social se faz mediante aquisições de bens. O hipossuficiente pode ser valer da violência para se sentir engajado no sistema A violência não é causa, o que permite discutir sua possível origem: desigualdade social; Além da informação manipuladora ideológica, que associa a felicidade/engajamento à aquisição de bens. Note que são sugeridas medidas paliativas para a resolução do problema, tais como a pena de morte e a prisão perpétua. Devehaver o reconhecimento legítimo do Estado com relação à forças policiais, à medida que a criminalidade aumenta quando o estado se fragiliza. A noção de impunidade que impera no Brasil incentiva o cometimento do ilícito, e este, naturalmente trás à reboque a violência. Conclusão: Fazer a retomada da tese, reafirmando o objetivo que foi demarcado no início – Violência não é causa e sim conseqüência. TESE – Objetivos – Introdução (Informa a frase núcleo) ARGUMENTO 1 – Violência = Causa (pena de morte/prisão perpétua – Desenvolvimento 1 ARGUMENTO 2 – “De fato” – Violência = Conseqüência (desigualdade social, que nos leva a idéia de ter bens = engajamento) ARGUMENTO 3 (LIGADO AO 2) – Felicidade = Ter, bem como com a noção de impunidade CONCLUSÃO – retomada da tese, sem originalidade. Observações: 1. As idéias (argumentos) deve se basear numa estrutura gramatical perfeita, respeitando temas como regência, crase, pontuação), bem como seu próprio elemento substancial, isto é, deve ser internamente concatenada e externamente defensável, representadas pela coerência interna (fio de raciocino: “São Paulo à Curitiba”) e externa. Tema: “Tudo vale a pena/Se a alma não é pequena” (Fernando Pessoa) Obs.: Trata-se do tema, não se confundido com o título. Este pode ser até a própria frase anunciada, mas pode também não ser. Título na Redação: Resumo vocabular do assunto tratado. É um resumo, que pode ser a própria idéia trazida ao texto. - Lavratura do rascunho: A frase acima é eminentemente dialética, pois o autor usou de contraposições (tudo/nada). Assim, as idéias já estão no próprio texto. Assim temos: Tudo vale a pena X Nada vale a pena: a alma não é pequena, que é igual a grande alma, e ao contrário, a alma não é grande, que é igual pequena alma. Quem seria o proprietário da alma (atenção: redação não é local para proselitismo religioso, não sendo cabível “caminhos religiosos”)? 1. Proprietário da alma grande? Para essa pessoa tudo vale a pena e segundo Fernando Pessoa, é aquela que tem sensibilidade e racionalidade. - A sensibilidade (sentir, perceber, apreender) se exterioriza através da valorização de objetos (sentido lato) aparentemente insignificantes. “As coisas tem o sentido que nela projetamos, sendo que quanto mais sensível for a pessoa, mas sentido haverá nas coisas (evitar esta palavra na redação), ou seja, quanto mais sensibilidade tivermos diante da realidade que se apresenta, maior será a capacidade de ver que tudo valerá a pena” (este trecho já pode ser inserido na redação). - A racionalidade, ao contrário da sensibilidade, é algo que vêm de fora, tendo a ver com a capacidade de se analisar os objetos com criticidade. Desta forma, que tem alma grande, terá condições de enxergar que atitudes passionais, como a compra de um veículo Ferrari, não são suficientes, apesar da alegria momentânea, de nos dar uma felicidade perene. Desta forma, o racional é aquele que analisa o objeto investigado com criticidade (capacidade de enxergar e não apenas ver). “A racionalidade permite que não nos deixemos contagiar pela idéia manipuladora divulgada/tendenciosa (que é igual aquela que desvia o foco).” Tudo vale a pena para o ser racional (alma grande). 2. Proprietário de alma pequena? É aquele para qual nada vale a pena. - Somente para nortear: “Insensível” (trabalhar com sensibilidade) e “Irracional” (trabalhar com racionalidade). - Como as coisas tem o sentido que nela projetamos, a projeção equivocada de sentidos gerará o sentimento de frustração (nada vale a pena), sendo que quem projeta mal os sentidos, tem alma pequena. Projetar mal o sentido das coisas significa não ter sensibilidade para aferir entre o ruim e o bom; o belo e o feio, o saudável e o nocivo, etc., bem como não ter racionalidade para dimensionar o verdadeiro conceito de felicidade (idéia imanente da frase de Fernando Pessoa). Conclusão: retomada da tese “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”. Vê-se, que aquele que possui uma grande alma terá a sensibilidade e a racionalidade para perceber que tudo é válido se a alma não se apequena. São exemplos de títulos para esta redação: “Tudo é valido se a alma não apequena”; “Quem possui alma grande enxerga a realidade investigável?” (nesse caso, deve haver a respostas na dissertação, feita no transcorrer do texto); “A diferença entre o ‘valer’ e o ‘não valer’ a pena: sensibilidade e racionalidade”; “Tudo vale a pena, se a alma no é pequena.” - Estrutura: 1º § - Demonstrar (citar) que aquele que possui uma grande alma terá condições de perceber que tudo vale a pena. ‘Por outro lado, a alma pequena obstaculiza a visão sensível e racional da realidade” 2º § - Explicar o contexto daquele que possui “alma pequena”: ele não vê diferença entre as coisas; não enxerga a realidade posta (projeta valor no que não tem, o que causa frustração e nada valerá a pena). 3º § - Explicar o contexto daquele que possui “alma grande”. Sensibilidade (apreensão do valor das coisas) e Racionalidade (não é sugestionável) – pequenas e grandes coisas. 4º § - Concluir retomando a tese e reforçar sua legitimidade. Tema: “Televisão” - Lavratura do rascunho: Qual o objetivo a ser perseguido? Aonde você quer chegar? Tv como importante instrumento de comunicação de massa, entretanto deve se analisada com parcimônia, tendo em vista os interesses sob-reptícios dos detentores do seu controle. Televisão informa? Ou desinforma? Sim, no entanto deve o telespectador utilizar de filtragem racional para enxergar interesses escusos veiculados por esse meio. Veículo de comunicação em massa; Nível dos programas apresentados: Consumismo, preguiça mental – ALIENAÇÃO Informação veloz sobre tudo em todas as partes do mundo. Velocidade da imagem – conclusões precipitadas – informações fragmentadas. Programas de baixo nível cultural e intelectual. Patrocínio sustenta programas. Envolve consumo, quanto maior melhor – maior audiência é igual a maior consumo – programas de baixo conteúdo – refletem o contexto social no qual ele são irradiados. Como o meio é tão poderoso, este meio poderia mudar o meio, dando ênfase aos valores, engrandecimento da família. - Estrutura: 1. Introdução: TV bom e ruim 2. Desenvolvimento: crítica (depois: programa de baixo nível – explorar a questão do patrocínio, consumismo e alienação) e o elogio (1º lugar: caráter democrático e educativo). 3. Desenvolvimento: preguiça mental, distanciamento entre os que assistem. 4. Conclusão: Tevê informa e desinforma, sendo que a desinformação/alienação propagadas paradoxalmente nesse meio de comunicação podem ser filtradas por aqueles que detêm racionalidade. Títulos sugeridos: “A televisão informa ou desinforma?” “A televisão: o paradoxo da informação”. “A tevê: a diferença entre a informação que une e aquela que desune.” “A televisão: O paradoxo da informação” A televisão é um poderoso veículo de comunicação, que contribui para a difusão da informação. É necessário aferir, entretanto, até que ponto a tevê “informa” de fato, uma vez que uma mesma notícia pode gerar orientação e alienação. É conhecida a relevância do papel da televisão na sociedade a que se dirige. A informação veiculada neste instrumento difunde-se de modo expressivo a todos que assistem aos programas veiculados, em qualquer parte do planeta. Trata-se de um viés democraticamente orientador que notabiliza a televisão como um dos mais eficientes veículos de comunicação. Por outro lado, a tevê apresenta um paradoxal propósito: informa permitindo “desinformação”. Com efeito, há prevalência de programas televisivos de baixo conteúdo intelectual, em razão da massa desinformada para a qual se dirige. Esta “consome” o programa da mesma forma que consome os produtos ali veiculados, que servem para sustentar financeiramente sua manutenção. A mídia tem lógica própria, orientando a programação para aqueles que, assistindo os programas, assumirão a alienada condição de consumidores, semhaver preocupação com uma análise crítica de seu conteúdo. A televisão igualmente desinforma quando oferece uma informação “pasteurizada”, veiculada de modo fragmentado, o que provoca conclusões precipitadas, além de uma criticável preguiça mental ao telespectador. Diante das idéias expostas, é louvável a missão informativa proposta pela televisão, todavia é necessária a racionalidade para inibir os deletérios efeitos desse paradoxal instrumento que informa e desinforma. Tema: Futebol: Ópio do Povo - Argumentos: Qual o objetivo a ser perseguido? Aonde quero chegar? O futebol é ópio e, portanto, deletério? Ou o futebol é puro entretenimento que não promove a alienação? Futebol é esporte praticado por muitos e promove entretenimento. Assistir ao jogo e defender o time significa igualar-se perante uma sociedade que desigualiza. Todos são iguais perante a lei do futebol. A vitória em campo pode ser assimilada como uma vitória diante dos problemas sociais a que todos se sujeitam. Ser campeão em campo sinaliza uma resposta aos “nãos” impostos ao marginalizado torcedor. Por ser esporte das massas, a concentração de pessoas de baixo nível intelectual tende a gerar tensão e rebeldia/frustração, ocasionando violência entre grupos rivais e até mesmo familiar. Fanatismo das torcidas organizadas – racionalidade nas condutas X alienação. Aspectos positivos (1º lugar): O Futebol deve ser incentivado por se tratar de esporte benéfico à saúde e é democrático, pois por ser barato não discrimina. O futebol é esporte com uma face democrática, pois sua prática não requer custos elevados. Isso permite sua difusão ilimitada e irrestrita, em que ricos e pobres se igualam nesse isonômico esporte (golfe, hipismo, tênis, natação – esportes seletivos, que beneficiam a saúde de alguns - $) Conclusão: Mantenha-se distante do tema, enfocando os aspectos positivos deste esporte, sem deixar de sintonizá-lo como inequívoca manifestação de controle ideológico, quando promove a sensação letárgica (ópio) de que todos os problemas dele (torcedor) foram resolvidos com a vitória de seu time). Tema: Editorial de Jornal - Dados Leis Suntuárias: Origem moral (inibir comportamento) Em dada época também afetaram o vestuário, na esteira de seu comportamento moralizante; Tais leis eram positivadas; Em momento histórico posterior, tais leis abandonaram o aspecto moralizante e ganharam status de diferenciação de classes. Rei Eduardo III, que baixou decreto neste sentido, representa hoje o próprio sistema; As leis suntuárias com o tempo perderam parcialmente o sentido de diferenciação social, entretanto a parte que restou contêm maior eficiência. As leis suntuárias permanecem no tempo, apesar se não serem mais positivas, encontrando-se no inconsciente das pessoas. O assunto do editorial encontra-se nas leis suntuárias no tempo. Sugestão de Título: “As leis suntuárias no tempo”. Grife = capacidade de associação da marca com a classe social a qual o usuário dela pertence. O não consuma de ontem (Esparta), transfigurou-se no consuma de hoje. O lado tirânico da lei suntuária acaba sendo mais eficiente. Aquele que consome busca uma inclusão social. Tema: Observar os textos Três textos que deverão ser concatenados entre si para que seja produzida a dissertação. 1) Multiplicidade de telas velozes que retiram o poder de reflexão do sujeito, que é devorado pelas mesmas, ao invés de ser o devorador; 2) “Na neblina intensa, somos incapazes de ver o mau tempo”. A neblina mascara a verdade e impende o sujeito de se inteirar da realidade. Sua impossibilidade de não ver o sol, logo acima da neblina, o torna inconsciente, alienado. Desta forma, a neblina é uma forma de inconsciência. 3) “Vem, farol tímido, dizer-nos que o mundo de fato é restrito, cabe num olhar” (Carlos Drummond de Andrade). Trata-se da consciência, que é farol tímido por que nem todos a possui. A regra é que a massa é inconsciente. Quem possui consciência sabe que o mundo cabe num olhar, não sendo necessário as diversas formas de telas, de velocidade. O sistema usa a grandeza do mundo como forma de alienação do sujeito, pois o que é pequeno é conhecido e de fácil compreensão. Assim que possui consciência, e não encontra-se preso sob a neblina da alienação, não necessita de diversas telas para conhecer o mundo, pois este se torna restrito. A realidade se torna dominável e cabe em um olhar. Num plano menor podemos utilizar o que estamos aprendendo. 4) Foto: mulher em escrivaninha. A frente computador ligado. Mulher olhando para trás. Impressões do Professor: O primeiro texto trabalha com oposições importantes: olhar veloz-olhar reflexivo. - Olhar que não reflete (superficial)/olhar que reflete (profundo). - Olhar faminto de imagens (não reflexivo)/olha consciente (espelha a alma). - Olhar devorado/olhar devorador. A metáfora trazida no texto (imagem devorando) reproduz a fragmentação das idéias que interessam ao sistema, no propósito de geração da alienação. A fragmentação associada à velocidade dão uma idéia de grandeza indomável do objeto investigável ou investigado. Tal sensação de fragilidade tendem a gerar passividade, enquanto esta provoca a dominação. Observação: Traga para cá idéia de grandeza do mundo dos versos de Drummond. Nessa medida a “luminosidade” da consciência, que timidamente aparece àqueles que se deixam iluminar pelo seu farol, propiciará a visão concreta da realidade. Esta não é grande, nem incompreensível. Cabe sim no olhar daquele que busca enxergá-la além do véu da inconsciência. Em outras palavras, a neblina da alienação impede identificar as verdadeiras “condições” do tempo da racionalidade. Há necessidade de usarmos o olhar como uma racional ponte de observação, sem que ele seja vítima do poder de hipnose da inúmeras e velozes telas que são apresentadas. O olhar detido e reflexivo representa a capacidade de dimensionar as distâncias entre o real e o irreal, o racional e o irracional, afastando a espessa neblina da incompreensão. Sugestões de Título: “Os olhares do Olhar”; “A necessidade do olhar reflexivo”; “A projeção dos olhares na consciência humana”. Tema: “Compro, logo existo” (ver material) Tema: “A transgressão faz parte das ações humanas ou ela pode ser entendida como violação às normas”? Nesse ponto devemos trabalhar com dois tipos de transgressão: a benéfica e a maléfica. - Argumentos: As ações humanas estão ligadas a regras e padrões de comportamento e muitas vezes tais pautas de condutas precisam ser questionadas por aquele que possui consciência da realidade, nessa medida certas transgressões permitem a reflexão sobre o status quo mantido propiciando a viabilidade positiva de sua mudança, além disso, as transgressões dos conceitos formulados pela ciência tem levado a humanidade a vitais descobertas de vitais paradigmas até então desconhecidos. É da natureza humana a tendência à transgressão: foi assim com os descobridores de terra que “transgrediram” os mistérios dos mares; é assim com os cientistas e teóricos que nos levam à evolução do pensamento; Por outro lado não é possível a construção de uma sociedade de normas (estado de direito) sem a existência de leis que, aplicada isonomicamente a todos, iniba a transgressão. Todavia a lei, em si, não é suficientemente hábil a regular justiça e segurança, caso desatenda os interesses soberanos da coletividade. É natural, também neste caso que tenhamos meios de exteriorizar a insatisfação popular por meio da transgressão da norma. Daí a sociedade de direito ter previsto os meios jurídicos para a análise das possíveis transgressões da lei; Em termos conclusivos, a transgressão é vital para a evolução do homem, que, vivendo harmonicamente em sociedade, deverá evitar transgredir as normas legítimas e justas impostas pelo estado de direito, ressalvadas aquelas que avoquem uma necessária inovação.
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