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Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) Epidemiologia: Atualmente existem mais de 40 milhões de pessoas convivendo com HIV no mundo; O Brasil conta com 882 mil pessoas vivendo com HIV; A região mais atingida no mundo é a África sub-Saariana que detem 60% dos casos de HIV Nos últimos cinco anos, o Brasil tem registrado anualmente uma média de 40 mil casos de AIDS; De 2007 a 2017, a epidemia de AIDS ficou concentrada em homens, a maioria homossexual, já no sexo feminino, ficou concentrada em mulheres heterossexuais. A maior concentração de casos de AIDS no Brasil está nos indivíduos entre 20 e 34 anos para ambos os sexos; No Brasil, em 2013, 33,5% da população brasileira de 15 a 64 anos haviam realizado o teste de HIV pelo menos uma vez na vida e aproximadamente 13% haviam realizado o teste nos 12 meses anteriores à pesquisa; A cobertura do teste de HIV na vida entre mulheres (40,7%) é 56% maior do que a observada entre os homens (26%), o que está relacionado com o maior numero de casos entre os homens. HIV: É um vírus que contem o material genético constituído de RNA, possuem a enzima transcriptase reversa que faz uma copia de RNA complementar ao RNA viral e a enzima integrase integra o material genético ao material da célula hospedeira; Célula mais atingida pela infecção pelo HIV: linfócito T-CD4; No Brasil existem casos de HIV-1 (99% dos casos) mas também existem casos de HIV-2 (predomina na África ocidental e regiões da Europa); Obs.: uma pessoa pode ter os dois tipos virais ao mesmo tempo. Genoma: O material genético do HIV é constituído por duas fitas de RNA simples Contem os genes: gag – codifica proteínas estruturais internas (p17, p24, p6); pol – codifica as enzimas integrase e transcriptase reversa; env – codifica as proteínas do envelope (p120 e gp41). Ciclo do HIV: Na etapa de adsorção se liga á membrana dos linfócitos T-CD4, fundindo o envelope do vírus com a membrana do linfócito; Em seguida a transcriptase reversa cria uma copia do RNA viral e a integrase integra esse RNA com o material genético viral, a protease quebra as proteínas da célula hospedeira; Infecção pelo HIV Ter HIV não é a mesma coisa que ter a AIDS; Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença; Mas podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas. Fases da infecção: Aguda: ocorre logo após a infecção e a transcrição viral, ocorre um mês a um mês e meio após a infecção. Possui sintomas inespecíficos e muitas vezes passa desapercebida, a não ser que a pessoa saiba que teve contato direto com uma pessoa sabidamente infectada. Possui sintomas parecidos com o de uma gripe (artralgias, calafrios, mal-estar, febre, etc.), esses sintomas desaparecem em alguns dias; Assintomática: equilíbrio entre células infectadas e a carga viral, ou seja, ocorre interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus, mas que não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças. Esse período tem sido estimado em 10 anos para adultos na ausência de terapia; Sintomática inicial: nessa fase a quantidade de linfócitos T-CD4 fica cada vez menor, enquanto a quantidade viral fica cada vez maior. Pacientes apresentam febre, diarreia intensa, suores noturnos, emagrecimento acentuado; AIDS: diminuição ainda mais acentuada de linfócitos T-CD4 e grande carga viral, além do aparecimento de infecções oportunistas, causadas por bactérias, fungos, vírus, neoplasias e alterações neurológicas (ex.: toxoplasmose, tuberculose, citomegalovírus, etc.). Gestantes: A taxa de transmissão materna para o filho sem qualquer tratamento pode chegar a 20%. Quando se usa a profilaxia durante a gestação, no momento do parto e nos primeiros 28 dias de vida da criança, com suspensão do aleitamento, as chances de transmissão vertical são menores que 1%; O diagnóstico durante o pré-natal e feito por meio da testagem para o HIV no primeiro e segundo trimestres de gestação, e, a partir do primeiro trimestre, quando a gestante é diagnosticada com o vírus, já se inicia o tratamento com os antirretrovirais; OBS.: a amamentação é completamente contraindicada. Transmissão: Pode ocorrer por meio de: Transfusão sanguínea; Via sexual; Via intraparto\perinatal\amamentação; Ocupacional (acidentes com perfurocortantes ou exposição das mucosas); Uso de drogas injetáveis\piercings. Diagnóstico laboratorial: O diagnóstico segue a Portaria nº 29, de 17 de dezembro de 2013; e o Manual Técnico para o Diagnóstico da Infecção pelo HIV em adultos e crianças. É feito por: Imunoensaio de triagem: ELISA; Testes rápidos; Ensaios complementares (confirmatórios para os testes de triagem): Western Blot; Imunoblot; Imunofluorescência Indireta; Diagnóstico por detecção direta do HIV: testes moleculares; Diagnóstico utilizando amostras de sangue seco em papel filtro. Janela Imunológica: Janela para o HIV RNA = 10-12 dias; Janela para o Antígeno: 16-17 dias; Janela para o Anti-HIV: 20-25 dias. Acompanhamento médico: Deve ser realizado o hemograma, exame de fezes, exame de urina, testes para hepatite B e C, tuberculose, toxoplasmose, Chagas, sífilis, glicemia, lipidemia, etc. Adesão: A adesão do paciente é difícil devido aos diversos efeitos adversos do medicamento, o tratamento fica irregular, o que acelera o processo de transformação viral, que se torna cada vez mais resistente. Tratamento: Aciclovir (medicamento antirretroviral). Monitoramento: Pacientes que são infectados, devem fazer esses exames, pelo menos três vezes por ano: Contagem de CD4+: citometria de fluxo (hoje em dia não é mais parâmetro rotineiro para o acompanhamento, é utilizado no diagnóstico e se houverem sinais e sintomas de infecções oportunistas); Carga viral: biologia molecular (a cada 4 meses).
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