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APOSTILA DA CLASSE INSECTA IMPORTÂNCIA AGRÍCOLA

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1 
Ministério da Educação 
Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA 
Instituto de Saúde e Produção Animal - ISPA 
Disciplina: Zoologia Agrícola 
Profª: Andréa Bezerra de Castro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARTHROPODA - CLASSE INSECTA 
 
ZOOLOGIA GERAL 
E 
ZOOLOGIA AGRÍCOLA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém-Pará 
2010 
 
 2 
FILO ARTHROPODA - CLASSE INSECTA 
CARACTERES GERAIS, MORFOLOGIA, FISIOLOGIA, ECOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO 
 
Introdução 
Os Insecta (L. insectus, cortado, segmentado) são o mais diverso e mais abundante 
grupo de artrópodes. Existem mais espécies de insetos do que de todas as outras classes de 
animais em conjunto. O número total de espécies de insetos foi estimado em 10 milhões. 
Também existem evidências marcantes de que os insetos continuam evoluindo no presente, 
mesmo que o registro fóssil indique que o grupo como um todo seja estável. 
É difícil apreciar completamente o significado desse enorme grupo e de seu papel no 
padrão biológico da vida animal. O estudo dos insetos (entomologia) ocupa o tempo e os 
recursos de homens e mulheres experientes em todo o mundo. A batalha entre os seres 
humanos e seus competidores-insetos parece ser interminável, embora, paradoxalmente, os 
insetos tenham se entremeado na economia da natureza em tantos papéis tão úteis que 
teríamos muitos problemas sem eles. 
Os insetos diferem dos outros artrópodes por possuírem três pares de pernas e, 
geralmente, dois pares de asas na região torácica do corpo, embora alguns possuam apenas um 
par ou nenhum. O tamanho dos insetos varia desde menos de 1 mm até 20 cm de comprimento, 
e a maioria é menor do que 2,5 cm de comprimento. Geralmente, os insetos maiores vivem nas 
áreas tropicais. 
 
Características Gerais 
Apesar da enorme diversidade de formas que este filo apresenta, existem 
algumas características que são comuns a todos os seus membros: 
• o corpo é sempre revestido por um exoesqueleto endurecido contendo quitina (um 
polissacarídeo), que é trocado periodicamente, permitindo o crescimento do animal; 
• são segmentados, mas a metameria é mais evidente na fase embrionária, pois no 
adulto há tendência à fusão de segmentos, originando partes definidas do corpo, como 
cabeça, tórax e abdome (entretanto, a segmentação do adulto aparece claramente nos 
apêndices, na musculatura e no sistema nervoso); 
• apresentam patas e outros apêndices articulados (daí o nome do filo), formados por 
vários segmentos ou artículos, unidos por juntas moveis, facilitando bastante a 
locomoção; 
• são dotados de simetria bilateral, adaptativa para animais que exploram seu 
ambiente; 
• possuem uma cavidade corpórea, o celoma, mas extremamente reduzido; 
• apresentam, em sua maioria, alto grau de concentração e desenvolvimento do 
sistema nervoso central e dos órgãos sensitivos, o que permitiu, em alguns grupos, a 
existência de padrões de comportamento complexos, inclusive organizações sociais. 
Distribuição 
Os insetos estão entre os animais terrestres mais abundantes e amplamente 
distribuídos. Espalharam-se por praticamente todos os habitais que conseguem suportar a 
vida, com exceção da maior parte dos mares. Relativamente, poucos insetos são marinhos. 
Hemípteros marinhos, que vivem sobre a superfície dos oceanos, são os únicos invertebrados 
marinhos que vivem na interface entre o ar e a água do mar. Os insetos são comuns em água 
 3 
salobra, em alagados salgados e em praias arenosas. São abundantes em água doce, no solo, em 
florestas (especialmente no dossel das florestas tropicais), e sobre vegetais, e são 
encontrados até mesmo em desertos e regiões devastadas, no topo das montanhas, e como 
parasitas em plantas e animais. 
Sua ampla distribuição foi possibilitada por seu poder de voo e por sua natureza 
amplamente adaptativa. Na maioria dos casos, podem ultrapassar facilmente barreiras que são 
virtualmente impossíveis de serem ultrapassadas por muitos outros animais. Seu tamanho 
reduzido possibilita que sejam carregados pelas correntes de ar e de água para regiões 
distantes. Seus ovos bem protegidos podem resistir a condições rigorosas e podem ser 
carregados por longas distâncias por aves e outros animais. Suas agilidade e agressividade 
permitem que lutem por qualquer nicho disponível em um dado habitat. Nenhum padrão simples 
de adaptação biológica pode ser aplicado aos insetos. 
 
Adaptabilidade 
Durante sua evolução, os insetos mostraram uma adaptabilidade inacreditável, o que 
pode ser evidenciado pela sua ampla distribuição e enorme diversidade de espécies. A maioria 
das suas modificações estruturais ocorreu nas asas, pernas, antenas, peças bucais e trato 
digestivo. Essa tamanha diversidade permite que esse grupo vigoroso tire proveito de todo 
alimento e abrigo disponível. Alguns são parasitas, alguns sugam a seiva de plantas, outros 
mastigam a folhagem vegetal, alguns são predadores, e alguns vivem do sangue de vários 
animais. Dentre esses diferentes grupos, ocorrem especializações, de forma que um tipo 
particular de insetos venha a comer, por exemplo, as folhas de um só tipo de vegetal. Essa 
especificidade de hábitos alimentares diminuiu a competição com outras espécies e contribuiu 
sobremaneira para sua diversidade biológica. 
Os insetos estão bem adaptados a regiões áridas e desérticas. A proteção de seu 
esqueleto rígido ajuda a prevenir a evaporação. Alguns insetos também extraem a maior parte 
da água dos alimentos que ingerem, da matéria fecal e de subprodutos do metabolismo celular. 
Como em outros artrópodes, o exoesqueleto é composto por um sistema complexo de placas 
conhecidas como escleritos, que se conectam através de articulações laminares flexíveis e 
escondidas. Os músculos que conectam os escleritos permitem que os insetos executem 
movimentos precisos. A rigidez de seu exoesqueleto é atribuída à presença de 
escleroproteínas únicas e não à sua composição de quitina. Sua leveza possibilita o vôo. Ao 
contrário, a cutícula dos crustáceos é endurecida principalmente por minerais. 
 
Morfologia Externa e Função 
Os insetos apresentam uma variedade marcante de características morfológicas, mas 
são muito mais homogêneos quando consideramos a tagmose do que os crustáceos. Alguns 
insetos possuem a estrutura do corpo bastante generalizada, enquanto outros são altamente 
especializados. Os gafanhotos são um tipo generalizado frequentemente utilizado em 
laboratórios para demonstrar as características gerais dos insetos. 
Os tagmas dos insetos são cabeça, tórax e abdômen. A cutícula de cada somito do 
corpo é composta tipicamente por quatro placas (escleritos), um noto (tergito) dorsal, um 
esternito ventral e um par de pleuritos laterais. Os pleuritos dos segmentos abdominais são 
membranosos em vez de esclerotizados. 
A cabeça geralmente possui um par de olhos compostos relativamente grandes, um par 
de antenas e, usualmente, três ocelos. As antenas, que podem variar amplamente em forma e 
tamanho, atuam como órgãos táteis, olfativos e, em alguns casos, auditivos. 
 4 
 
Estrutura de uma antena típica 
 
Tipos de antenas 
Tipos de antenas Representantes Figuras 
Filiforme esperanças e baratas 
 
Setácea 
 
gafanhotos e serra paus 
 
Clavada 
 
borboletas 
 
Furcada 
 
machos de alguns microimenópteros 
 
Fusiforme 
 
família Hesperiidae 
 
Moniliforme cupins e algumas espécies de besouros 
 
Capitada besouros na broca-do-café 
 
Imbricada besouros da espécie Calosoma 
 
 5 
Serreada besouros da família Bupestiadae 
 
Denteada espécies de vagalumes 
 
Pectinada mariposas, principalmente machos 
 
Flabelada 
 
espécies de microimenópteras 
 
Plumosa 
 
machos de pernilongos 
 
Geniculada 
 
formigas, abelhas, vespas e 
mamangavas 
 
Lamelada 
 
besouros da famíliaScarabaeidae 
 
As peças bucais, formadas por uma cutícula especialmente endurecida, consistem 
tipicamente em um labro, um par de mandíbulas e um de maxilas, um lábio e uma hipofaringe 
com forma de língua. O tipo das peças bucais que um inseto possui vai determinar como ele se 
alimenta. 
 
 6 
Classificação dos aparelhos bucais 
 
Tipo de aparelho 
bucal 
Triturador ou 
mastigador 
Sugador labial 
ou picador 
sugador 
Sugador 
maxilar 
 
Lambedor 
 
Representantes maioria das 
ordens (barata, 
gafanhoto). 
pernilongos, 
mutucas e 
borrachudos 
borboletas e 
mariposas. 
 
abelhas e 
mamangavas 
 
Figura 
 
 
 
 
Direção das peças bucais 
Direção do Hipognatas Prognata Opistognatas 
Representantes gafanhotos e 
baratas; 
cupins e tesourinhas cigarras, percevejos e 
pulgas 
Figura 
 
 
O tórax é composto por três somitos: protórax, mesotórax e metatórax, e cada um 
deles apresenta um par de pernas. Na maioria dos insetos, o mesotórax e o metatórax 
apresentam um par de asas em cada. 
 
 
As asas são prolongamentos cuticulares formados pela epiderme. Consistem em uma 
dupla membrana que contém veias compostas por uma cutícula mais grossa, que servem para 
dar maior resistência às asas. Embora os padrões dessas veias variem entre os diferentes 
táxons, são constantes dentro de uma mesma família, gênero ou espécie, e servem para a 
classificação e identificação. 
 
 7 
Quanto a presença de Asas 
• Aptésicos: mariposas do bicho da seda; 
• Ápteros sem asas (piolhos e pulgas); 
• Dípteros: duas asas (moscas e mosquitos ); 
• Tetrápteros: quatro asas - maioria das espécies. 
 
Tipos de asas 
Tipos de asas Representantes Figura 
Membranosa borboletas e libélulas 
 
Tégmina baratas, louva-a-deus, 
gafanhotos, grilos etc 
 
Hemiélitro asa anterior de 
percevejos 
 
Élitro 
 
besouros e tesourinhas 
 
Pseudo-halteres 
 
machos da ordem 
Strepsiptera 
 
Franjada 
 
microlepidópteros, 
microimenópteros, tripés 
 
Balancins ou 
halteres 
moscas, borrachudos, 
mutucas, verejeiras 
 
 
 
As pernas dos insetos são frequentemente modificadas para propósitos especiais. 
Formas terrestres possuem pernas locomotoras terminando com almofadas e garras, como nos 
besouros. Essas almofadas podem ser adesivas, permitindo que caminhem de ponta cabeça, 
como nas moscas domésticas. As pernas posteriores dos gafanhotos e grilos estão adaptadas 
para o salto. As paquinhas possuem o primeiro par de pernas modificado para escavar o solo. 
Vários hemípteros e besouros aquáticos possuem apêndices em forma de remo para natação. 
Para a captura de presas, as pernas anteriores dos louva-a-deus são longas e fortes. As 
pernas das abelhas apresentam adaptações complexas para a coleta de pólen. 
 8 
 
Tipos de Pernas 
Tipos de Pernas Representantes Figura 
Ambulatórias baratas, moscas, besouros, 
borboletas, mariposas formigas 
 
Saltatórias gafanhotos, esperanças, pulgas e 
alguns besouros. 
 
Natatórias baratas d’água e besouros aquáticos 
 
Preensoras baratas d’água 
 
Raptatórias louva-a-deus 
 
Escavadoras paquinhas 
 
Escansoriais piolhos hematófagos 
 
Coletoras abelhas 
 
Adesivas besouros aquáticos 
durante a cópula 
 
 
O abdômen dos insetos é composto por 9 a 11 segmentos; o décimo primeiro, quando 
presente, está reduzido a um par de cercos (apêndices da porção terminal do corpo). Formas 
larvais ou ninfais possuem uma grande variedade de apêndices abdominais, mas esses 
apêndices não existem nos adultos. O final do abdômen apresenta uma genitália externa. 
 
 
 9 
 
 
 
Existem inumeráveis variações na forma do corpo dos insetos. Os besouros são 
geralmente grossos e arredondados; libélulas, formigas-leão e bichos-pau são longos e 
delgados; muitos insetos aquáticos são hidrodinâmicos; e baratas são achatadas, adaptadas 
para viver em fendas. 
 
Tipos de abdome 
Tipos de abdome Representantes Figura 
Séssil ou aderente barata, gafanhotos, besouros 
 
Livre moscas, abelhas e borboletas 
 
Pedunculado formigas e vespas 
 
 
O ovipositor da fêmea das vespas icneumonídeas é extremamente longo. Os cercos 
formam pinças duras nas tesourinhas e são alongados e multiarticulados nas efêmeras e 
plecópteros. As antenas são longas nas baratas e nas esperanças, curtas nas libélulas e na 
maioria dos besouros, clavadas em borboletas, e plumosas na maioria das mariposas. 
 
Tesourinha 
 
ORGANIZAÇÃO 
A organização morfofisiológica dos insetos é extremamente diversificada. 
 
Exoesqueleto 
A existência de um esqueleto externo duro formado por um polissacarídeo 
denominado quitina é uma das razões do sucesso alcançado pelos insetos. Ao contrário 
da cutícula fina e flexível dos anelídeos, os insetos possuem o exoesqueleto composto 
 10 
por uma cutícula grossa, responsável pela rigidez do corpo. Sua porção externa é 
impermeável, sendo composta de proteínas e cera. A porção interna, mais espessa, é 
formada por camadas de quitina e contém ainda pigmentos e carbonato de cálcio. É 
totalmente acelular e secretado pela epiderme subjacente, estando ligado a ela. 
A quitina que compõe o exoesqueleto é um material extraordinário. Pode 
constituir uma verdadeira armadura, mas se mantém fina e flexível nas juntas e 
articulações, facilitando os movimentos. Como a quitina é rígida e impermeável, 
proporciona sustentação, proteção mecânica e atua contra a desidratação, o que 
representa uma importante adaptação à vida em meio terrestre. A quitina também é 
componente das peças bucais, das asas, de partes de vários órgãos sensoriais, e até 
mesmo da lente do olho do artrópode. Entretanto, o exoesqueleto é inflexível, 
constituído por material não-vivo, e reveste completamente todo o corpo. Isso limita o 
crescimento do animal. Para que um artrópode possa crescer, o esqueleto antigo deve 
ser periodicamente eliminado e substituído por outro mais novo e maior. A eliminação 
do velho esqueleto e formação de um novo é conhecida como muda ou ecdise. Neste 
processo, o animal secreta uma nova cutícula, bastante mole, e, depois de romper a 
velha cutícula através de uma fenda, sai de dentro dela. Enquanto a nova cutícula 
estiver mole e expansível, o animal cresce bombeando ar para seu interior. Quando 
finalmente a cutícula endurece, o ar é substituído por um real crescimento de tecidos. 
A muda é perigosa, pois o animal que acabou de realizá-la torna-se vulnerável a 
predadores e também à perda de água, no caso dos animais terrestres. Assim, muitos 
artrópodes buscam refúgio até que a nova cutícula tenha endurecido. 
O período entre duas mudas sucessivas é conhecido como intermuda, durante o 
qual o crescimento do animal é muito lento, feito à custa de proteínas e outros 
compostos orgânicos sintetizados, repondo os fluidos absorvidos após a ecdise. O 
grande aumento de tamanho e peso ocorre no período imediatamente seguinte à muda, 
quando a cutícula mole pode ainda ser distendida. Assim, o crescimento dos 
artrópodes tem certa continuidade, embora com variações de intensidade. A duração 
das intermudas torna-se maior à medida que o animal envelhece. Os insetos cessam as 
mudas quando atingem a maturidade sexual. A muda é controlada por hormônios, como 
a ecdisona, secretada por glândulas especiais, e que circulam pela corrente sangüínea, 
atuando diretamente sobre as células epidérmicas. Há inclusive hormônios 
encarregados de regular a produção de ecdisona. 
 
Músculos 
A utilidade do exoesqueleto se estende à locomoção. Enquanto o movimento dos 
anelídeos depende dos músculos que atuam sobre o liquido celomático, nos insetos os 
músculos atuam sobre unidades esqueléticas rígidas adjacentes,funcionando como um 
sistema de alavancas. O exoesqueleto é que fornece os pontos para a inserção 
muscular, com a ação antagônica, ou seja, cada estrutura corporal que se contrai sob 
ação de um músculo, distende-se pela ação de outro. Isso permite movimentos 
elaborados que facilitam a exploração do ambiente. A ação do esqueleto, servindo de 
apoio à musculatura, lembra o que ocorre nos vertebrados; a diferença é que as peças 
 11 
esqueléticas são externas e não internas. Um exoesqueleto é muito útil para animais 
pequenos, como os insetos. Para animais grandes, como os vertebrados, o esqueleto 
interno é mais eficiente, uma vez que um exoesqueleto seria muito pesado e de difícil 
locomoção. 
 
Respiração 
Os insetos respiram através das traquéias que formam um sistema de tubos 
aéreos, revestidos por quitina, que conduzem o ar diretamente aos tecidos do corpo. O 
fluxo do ar é regulado pela abertura e pelo fechamento de poros especiais situados no 
exoesqueleto, denominados estigmas. Existem em insetos, aracnídeos, quilópodes e 
diplópodes. Na respiração traqueal, o sangue não participa; todo o transporte gasoso é 
feito pelas traquéias. 
 
 
Nutrição e Digestão 
De forma geral, o tubo digestivo dos insetos é completo. Algumas variações 
podem surgir, dependendo do animal. O tubo digestivo é formado por: boca; faringe 
muscular; esôfago curto, associado a glândulas salivares, produtoras de secreções 
que umedecem o alimento; papo grande para armazenamento; moela ou proventrículo 
para trituração mecânica; estômago, ligado a cecos gástricos glandulares, que 
secretam sucos para a digestão química; intestino, área de maior absorção alimentar; 
reto, onde é feita a absorção final de água; e ânus. 
 
Hábitos Alimentares 
Os insetos necessitam basicamente em sua dieta de aminoácidos, vitaminas, sais 
minerais, carbohidratos e ácidos nucléicos. 
Sendo assim os insetos podem apresentar os seguintes modos ou guildas alimentares: 
 
a) Onívoros ou pantófagos: insetos que se nutrem tanto de matéria vegetal quanto 
animal 
 
b) Zoófagos: que se alimentam de outros animais ou partes destes; como por exemplo 
os hematófagos que se nutrem de sangue e os entomófagos que se alimentam de 
 12 
insetos. Existem espécies de insetos dulcícolas, como por exemplo besouros e 
percevejos aquáticos, que se alimentam de anfíbios e peixes. 
 
c) Fitófagos: se alimentam de vegetais. Os quais podem ser divididos em: 
c1) Xilófagos: se alimentam de madeira, como no caso das brocas 
c2) Antófagos: se alimentam de flores 
c3) Rizófagos: se alimentam de raízes 
c4) Carpófagos ou frugívoros: se alimentam de frutos 
c5) Micetófagos: se alimentam de fungos 
c6) Cletrófagos: se alimentam de grãos 
c7) Filófagos: se alimentam de folhas. Dentro dos filófagos podemos ter os 
minadores que se alimentam do mesófilo da folha; 
 
Ainda temos insetos cecídogenos ou galhadores, que são aqueles que causam 
deformações nas plantas. As galhas podem ser causadas por atrofia através da morte 
das células; hipertrofia, através do aumento do volume celular, e por hiperplasia, 
através da proliferação do tecido vegetal. 
 
Conforme o número de espécies vegetais que os insetos se alimentam podem ser 
chamados: 
Polífagos: se alimentam de muitas espécies vegetais de diferentes famílias 
Monófagos; se alimentam de uma única espécie vegetal 
Oligófagos; se alimentam de algumas espécies, geralmente pertencentes a uma ou 
poucas famílias aparentadas. 
 
Ecologicamente, quanto a obtenção do alimento os insetos podem ser: 
Predadores: caçam suas presas esperando-as e perseguindo-as ativamente. 
Saprófagos: que se alimentam de material morto animal (saprozóicos) ou saprófítas 
(vegetais). 
Parasitas: são aqueles que vivem as custas de um hospedeiro sem obrigatoriamente 
matá-lo. 
Parasitóides: são aqueles que vivem as custas de um hospedeiro levando-o a morte 
 
Circulação 
O sistema circulatório dos artrópodes é do tipo aberto, no qual o sangue deixa 
os vasos e passa a fluir por espaços livres entre os tecidos, as lacunas ou hemoceles. 
O coração muscular fica situado dorsalmente e bombeia o sangue para todo o corpo. 
Os insetos possuem o sangue totalmente incolor, denominado hemolinfa, desprovido de 
pigmentos e responsável apenas pelo transporte alimentar, uma vez que o oxigênio 
chega diretamente aos tecidos pelo sistema traqueal. Isso pode explicar o fato de, 
apesar da circulação aberta, com menor pressão sangüínea e fluxo mais lento, os 
movimentos serem rápidos. Há uma completa independência entre respiração e 
circulação nos insetos. 
 13 
 
Excreção 
Insetos possuem um sistema excretor único, que consiste em túbulos de 
Malpighi que operam em conjunto com glândulas especializadas localizadas na parede 
do reto. Os túbulos de Malpighi, que ocorrem em número variável, são túbulos finos, 
elásticos, de fundo cego ligados à junção entre o mesênteron e o proctodeu. Eles 
retiram os excretas da hemocele e descarregam-nos no interior do intestino, de onde 
são eliminados com as fezes. O principal produto de excreção nos insetos é o ácido 
úrico que é um material de baixa toxidade e requer pouca água para sua eliminação. 
Isso representa uma economia de água para o animal, constituindo-se em outra 
adaptação à vida em meio terrestre. 
 
 
Sistemas: Digestivo – Reprodutor – Excretor – Circulatório – Nervoso 
 
Reprodução 
Os artrópodes, em geral são dióicos. As formas terrestres têm fecundação 
interna, utilizando apêndices modificados na copulação. Já as formas aquáticas podem 
realizar externas ou internas. A maioria das formas apresenta estágio larval, sendo o 
estágio adulto atingido através de metamorfose. Mecanismos de corte precedem a 
copulação em diversas formas. 
 
Processos reprodutivos 
 
Partenogênese- Desenvolvimento de ovos sem fecundação: 
 Telítoca - Origina apenas fêmeas 
 Arrenótoca - Origina apenas machos 
 Anfítoca - Origina machos e fêmeas 
 
Oviparidade- a fêmea deposita ovos que dão origem a larvas ou ninfas; 
 
Viviparidade- a fêmea deposita larva ou ninfa -> vivípara; 
 14 
 Ovoviviparidade: ovos contém embriões em adiantado estádio de desenvolvimento ou 
mesmo larvas recém-eclodidas. Ex. mosca da família Tachinidae. 
 
 Viviparidade adenotrófica: as larvas são retidas no corpo das fêmeas, onde se alimentam de 
secreções de glândulas. Ex. mosca tsé tsé (Glossina). 
 
 Viviparidade no hemocele: os ovos no hemocele, onde se desenvolvem, no final do 
desenvolvimento as larvas jovens escapam, devorando a fêmea. Ex. Strepsiptera. 
 
Desenvolvimento 
 
Neotenia- Retenção dos caracteres imaturos no estádio adulto. 
Poliembrionia. Produção de dois ou mais embriões a partir de um único ovo. Às vezes, centenas 
de indivíduos podem ser originados de um mesmo ovo. 
Hermafroditismo. Os dois sexos acham-se presentes no mesmo indivíduo. O hermafroditismo 
funcional é extremamente raro em insetos. Ex. Icerya purchasi. 
 
Metamorfose 
Ametabolia Holometabolia 
 
 
Hemimetabolia 
 
 
 
 15 
 
Sensibilidade 
Há um alto grau de cefalização nos artrópodes, com um cérebro mais 
avantajado em relação aos celenterados, por exemplo. Há também um grande 
desenvolvimento dos órgãos sensoriais, levando a padrões de comportamento mais 
complexos. A estrutura do sistema nervoso é semelhante àquela encontrada nos 
anelídeos, ou seja, é ganglionar ventral. Há um par de gânglios cerebrais situados 
dorsalmente, de onde parte uma dupla cadeia ganglionar ventral, com pequenos 
gânglios segmentares. Estes controlam muitas atividades do animal e várias funções 
podem ser realizadas sem a presença do "cérebro". Um caso extremo, mas muito 
ilustrativo, é o dos louva-a-deus. São insetos carnívoros entre os quais pode ocorrer 
canibalismo. A fêmea, geralmente maior, captura o macho que se aproximapara a 
corte e começa a degluti-lo, iniciando pela cabeça. O macho decapitado passa a ter 
fortes atividades motoras, escapa da fêmea e acasala-se com ela. Pesquisas 
demonstram que o macho decapitado é mais propenso a copular que o macho intacto. 
Depois do acasalamento, a fêmea pode completar a refeição. 
Os receptores sensitivos dos artrópodes estão associados a modificação do 
exoesqueleto que, de outra maneira, serviria como barreira à detecção dos estímulos 
ambientais. São comuns os pêlos sensitivos e cerdas que, quando se movem, estimulam 
receptores na sua base, estando colocado tanto no corpo quanto nas patas e antenas. 
Cavidades do exoesqueleto podem conter quimioreceptores ou estarem cobertas por 
membranas que captam vibrações. As antenas contem quimioreceptores e 
desempenham função olfativa e acústica. 
Os insetos possuem olhos compostos que é formado 
por várias unidades denominadas omatídios, cada qual 
contendo uma pequena lente derivada da cutícula 
exoesquelética. A superfície exterior da lente é uma 
faceta geralmente hexagonal. Cada lente funciona como 
unidade fotoreceptora e forma um ponto da imagem. Assim, 
a imagem total formada pelo olho composto resulta da soma 
das imagens formadas pelos omatídios excitados. Seria 
análoga àquela produzida em uma tela de televisão, onde é uma rede formada por 
pontos de luz. Um olho composto forma a chamada imagem em mosaico, na qual a 
imagem total resulta de pequenas peças colocadas umas ao lado das outras. 
A vantagem do olho composto é a sua facilidade em detectar movimentos, uma 
vez que um ligeiro deslocamento, em um ponto de luz leva a um deslocamento 
correspondente nos omatídios estimulados. Além disso, a disposição dos omatídios e o 
posicionamento dos olhos, nas laterais da cabeça, ampliam o campo visual. 
 
Classificação da Classe Insecta 
Os insetos estão divididos em ordens com base principalmente na estrutura das 
asas, peças bucais e metamorfose. Nem todos os entomólogos concordam com os 
nomes das ordens ou com os limites de cada ordem. Alguns preferem combinar e 
 16 
outros preferem dividir os grupos. Entretanto, a seguinte sinopse de ordens é uma das 
mais amplamente aceitas. 
Ordem Protura (Gr. pratos, primeiro, + oura, cauda). Diminutos (1 a 1,5 mm); sem 
olhos nem antenas; apêndices no abdómen e no tórax; vivem no solo e em locais 
escuros e úmidos; desenvolvimento direto. 
Ordem Diplura (Gr. diploos, duplo, + oura, cauda). Geralmente menos de 10 mm; claros, 
sem olhos; um par de filamentos terminais longos ou um par de pinças caudais; vivem 
em húmus encharcado ou troncos em decomposição; desenvolvimento direto. 
Ordem Collembola (Gr. kolla, cola, + embolou, pino, cunha): podura. Pequenos (5 mm ou 
menos); respiração através de traquéias ou pela parede do corpo; um órgão elástico 
dobrado sob o abdómen usado para saltar; abundantes no solo; às vezes aglomeram-se 
sobre o filme superficial de lagos ou bancos de neve durante a primavera; 
desenvolvimento direto. 
Ordem Thysanura (Gr. thysanos, franja, + oura, cauda): traças. Tamanho pequeno a 
médio; olhos grandes; antenas longas; três cercos terminais longos; vivem sob pedras e 
folhas e próximo a habitações humanas; desenvolvimento direto. 
Ordem Ephemeroptera (Gr. ephemeros, que dura não mais que um dia, + pteron, asa): 
efêmeras. Asas membranosas; asas anteriores maiores que as posteriores; peças 
bucais vestigiais no adulto; ninfas aquáticas, com brânquias traqueais laterais. 
Ordem Odonata (Gr. odontos, dente, + ata, caracterizado por): libélulas. Grandes; 
asas membranosas longas e estreitas, com venação em rede, e com tamanhos 
semelhantes; corpo longo e estreito; ninfas aquáticas com brânquias e lábio preênsil 
para a captura de presas. 
Ordem Orthoptera (Gr. orthos, reta, + pteron, asa): gafanhotos, grilos, baratas, 
bichos-pau, louva-a-deus. Quando presentes, asas anteriores espessadas e asas 
posteriores dobradas em leque sob as anteriores; peças bucais mastiga-doras. Muitos 
entomólogos dividem os Orthoptera aqui apresentados em um número maior de ordens, 
como Orthoptera (limitada aos gafanhotos, grilos e formas relacionadas), Blattaria 
(baratas), Mantodea (louva-a-deus), Phasmida (bichos-pau) e Grylloblattaria. 
Ordem Dermaptera (Gr. derma, pele, + pteron, asa): tesourinhas. Asas anteriores 
bem curtas; asas posteriores amplas e membranosas dobradas sob as anteriores 
quando em repouso; peças bucais mastiga-doras; cercos em forma de pinças. 
Ordem Plecoptera (Gr. plekein, torcer, + pteron, asa). Asas membranosas; asas 
posteriores maiores e em forma de leque; ninfas aquáticas com tufos de brânquias 
traqueais. 
Ordem Isoptera (Gr. isos, igual, + pteron, asa): cupins. Pequenos; asas membranosas e 
estreitas, semelhantes em tamanho e com poucas veias; asas são perdidas com a 
maturidade; organização social complexa. Na língua inglesa, são erroneamente 
chamados de " white ant” (formigas-brancas); são distintos das formigas por 
apresentarem ampla união entre tórax e abdómen. 
Ordem Embioptera (Gr. embios, vividamente, + pteron, asa). Pequenos; asas dos 
machos membranosas e estreitas, e semelhantes em tamanho; fêmeas ápteras; peças 
bucais mastigadoras; coloniais; produzem canais revestidos de seda em solos tropicais. 
 17 
Ordem Psocoptera (Gr. psoco, piolho, + pteron, asa) (Corrodentia): piolhos-de-livro. 
Corpo geralmente pequeno, podendo atingir até 10 mm; asas estreitas e membranosas 
com poucas veias, geralmente mantidas em telhado sobre o abdómen quando em 
repouso; algumas espécies ápteras; encontrados em livros, cascas de árvore, ninhos de 
aves, sobre a folhagem. 
Ordem Zoraptera (Gr. zo TOS, puro, + a, sem, + pteron, asa). Atingem 2,5 mm; asas 
membranosas e estreitas geralmente perdidas na maturidade; coloniais e parecidos 
com cupins. 
Ordem Mallophagat (Gr. mallos, lã, + phagein, comer): piolhos mordedores. Atingem 
6 mm; ápteros; peças bucais mastigadoras; pernas adaptadas para agarrar no 
hospedeiro; vivem em aves e mamíferos. 
Ordem Anoplurat (Gr. anoplos, desarmado, + oura, cauda): piolhos sugadores. Corpo 
deprimido; atingem 6 mm; ápteros; peças bucais para perfurar e sugar; adaptados 
para agarrar-se em hospedeiros de sangue quente; inclui os piolhos-humanos (de 
cabeça, de corpo), os chatos etc. 
Ordem Thysanoptera (Gr. thysanos, franja, + ptemn, asa): lacerdinhas. Comprimento 
0,5 a 5 mm (alguns maiores); se presentes, asas longas, muito estreitas, com poucas 
veias e uma franja de pêlos longos; peças bucais sugadoras; herbívoros destrutivos, 
mas alguns alimentam-se de insetos. 
Ordem Hemiptera (Gr. hemi, metade, + pteron, asa) (Heteroptera): percevejos, 
marias-fedidas, barbeiros etc. Comprimento de 2 a 100 mm; asas presentes ou 
ausentes; asas anteriores com porção basal coriácea e apical membranosa; asa 
posterior membra-nosa; em repouso, asas mantidas achatadas sobre o abdômen; peças 
bucais perfuradoras e sugadoras; muitos com glândulas de cheiro. 
Ordem Homoptera (Gr. homos, igual, + pteron, asa): cigarras, cigarrinhas, pulgões 
cochonilhas, jequitiranabóias etc. (Frequentemente incluídos como uma subordem de 
Hemiptera.) Se com asas, asas anteriores membranosas ou espessadas e posteriores 
membranosas; asas mantidas em telhado sobre o corpo; peças bucais perfuradoras e 
sugadoras; todos herbívoros; alguns destrutivos; alguns servem como fonte de laca, 
pigmentos etc.; alguns com história natural complexa. 
Ordem Neuroptera (Gr. neuron, nervo, + pteron, asa): formigas-leão, blchos-lixeiros 
etc. Tamanho médio a grande; asas membranosas semelhantes com muitas veias; peças 
bucais mastigadoras; coridalídeos possuem mandíbulas muito aumentadas nos machos, 
e larvas aquáticas; larvas de formigas-leão fazem crateras na areia para capturar 
formigas. 
Ordem Coleoptera (Gr. koleos, bainha, + pteron, asa): besouros, vaga-himes, 
gorgulhos. A maior ordem animal do mundo;asas anteriores (élitros) espessas, duras, 
opacas; asas posteriores membranosas dobradas sob as anteriores quando em repouso; 
peças bucais mastigadoras; incluem joaninhas, vaquinhas, serra-paus, carunchos, 
gorgulhos, bicudos, rola-bosta, escaravelhos, vaga-lumes etc. 
Ordem Strepsiptera (Gr. strepsis, uma volta, + pteron, asa). Fêmeas sem asas, olhos 
nem antenas; machos com asas anteriores vestigiais e asas posteriores em forma de 
leque; fêmeas e larvas são parasitas em abelhas, vespas e outros insetos. 
 18 
Ordem Mecoptera (Gr. mekos, comprimento, + pteron, asa). 
Tamanho pequeno a médio; asas longas, delgadas, com muitas veias; em repouso, asas 
são mantidas em telhado sobre o dorso; órgão copulador do macho em forma de cauda 
de escorpião localizado no final do abdómen; carnívoros; vivem na maioria das 
florestas. Ordem Lepidoptera (Gr. lépidos, escama. + pteron, asa): borboletas e 
mariposas 'N.T.: As traças-de-roupa pertencem à ordem Lepidoptera. 
Asas membranosas cobertas por escamas sobrepostas, asas acopladas na base; peças 
bucais em forma de um tubo sugador, que se enrola quando não está em uso; larvas 
(lagartas) com peças bucais mastigadoras para comer plantas, falsas pernas curtas e 
grossas no abdómen, e glândulas de seda para tecer casulos; antenas clavadas em 
borboletas e geralmente plumosas em mariposas. 
Ordem Diptera (Gr. dís, dois. + pteron, asa): moscas e mosquitos. Um único par de 
asas, membranosas e estreitas; asas posteriores reduzidas a balancins inconspícuos 
(halteres); peças bucais sugadoras ou adaptadas para encharcar como esponja, lamber 
ou perfurar; larvas apodes; incluem moscas-das-frutas, drosófilas, moscas-
domésticas, pernilongos, mosquitos, borrachudos, piuns, mutucas, varejeiras, moscas-
do-berne etc. Ordem Trichoptera (Gr. trichos, pêlo, + pteron, asa): mosca-d'água, 
frigana. Corpo pequeno e mole; asas com muitas veias e pilosas, dobradas como em 
telhado sobre corpo piloso; peças bucais mastigadoras; larvas aquáticas de várias 
espécies constróem abrigos de folhas, areia, cascalho, pedaços de concha, ou matéria 
vegetal, aderidos entre si através de cimento ou seda que secretam; algumas 
constróem redes de seda para alimentação que são presas a pedras na correnteza. 
Ordem Siphonaptera (Gr siphon, sifão, + apteros, áptero): pulgas. Pequenos; apteros; 
corpo comprimido lateralmente; pernas adaptadas para o salto; ectoparasitas de aves 
e mamíferos; larvas apodes e detritívoras. 
Ordem Hymenoptera (Gr. hymen. membrana. + pteron, asa): formigas, abelhas e 
vespas. Bem pequenos a grandes; asas membranosas e estreitas acopladas 
distalmente; asas posteriores subordinadas; peças bucais para morder e lamber 
líquidos; ovipositor às vezes modificado para picar, perfurar ou serrar; tanto espécies 
sociais como solitárias, a maioria das larvas é apode, cega e vermiforme. 
 
 
Comportamento Social 
Os insetos posicionam-se em um nível muito elevado dentro do reino animal em 
relação à organização de grupos sociais, e a cooperação dentro dos grupos mais 
complexos depende maciçamente da comunicação química e tátil. Entretanto, nem 
todas as comunidades sociais são complexas. Alguns grupos comunais são temporários 
e descoordenados, como as associações de joaninhas para hibernação, ou 
agrupamentos de pulgões para alimentação. Alguns são coordenados apenas por curtos 
períodos, e alguns cooperam mais completamente, como é o caso das lagartas der 
gênero Malacosoma, que se juntam na construção de uma rede que serve de abrigo e 
local de alimentação. No entanto, todos esses exemplos são comunidades abertas com 
comportamento social limitado. 
 19 
Nas sociedades verdadeiras de algumas ordens, como os Hymenoptera (abelhas 
e formigas) e Isoptera (cupins), uma vida social complexa é necessária para a 
perpetuação da espécie. Elas envolvem todos os estágios do ciclo de vida, as 
comunidades são geralmente permanentes, todas as atividades são coletivas, e existe 
uma comunicação recíproca e divisão de trabalho. A sociedade geralmente demonstra 
um polimorfismo, ou diferenciação de castas As abelhas possuem uma das mais 
complexas organizações dentro do mundo dos insetos. Em vez de durar uma estação, 
sua organização contínua por um período indefinido. Um total de 60.000 a 70.000 
abelhas pode viver em uma mesma colónia. Dentre elas, existem três castas: uma única 
fêmea madura sexualmente, ou rainha; algumas centenas de zangões, que são machos 
sexualmente maduros; e o resto é composto por operárias, que são fêmeas genéticas 
sexualmente inativas. 
As operárias tomam conta dos jovens, se-cretam cera com a qual constróem as 
células hexagonais do favo, coletam néctar das flores, manufaturam o mel, coletam 
pólen e ventilam e tomam conta da colónia. Um zangão, às vezes mais, fertiliza a rainha 
durante o voo nupcial, quando uma quantidade suficiente de esperma é armazenada na 
espermateca da fêmea para durar por toda sua vida. 
As castas são determinadas parcialmente pela fertilização e parcialmente pelo 
que é oferecido como alimento para as larvas. Os zangões desenvolvem-se 
partenogeneticamente a partir de ovos não-fertilizados (e, conseqüentemente, são 
haplóides); as rainhas e as operárias desenvolvem-se de ovos fertilizados (sendo, 
portanto, diplóides; ver haplodiploidia). As larvas de fêmeas que vão se tomar rainhas 
são alimentadas com geléia real, uma secreção produzida pelas glândulas 
hipofaringianas das operárias. A geléia real difere da "geléia das operárias" dada 
como alimento para as larvas comuns, mas os componentes que possui e que são 
essenciais para a determinação de rainha ainda não foram identificados. Mel e pólen 
são adicionados à dieta da operária a partir do terceiro dia de vida larval. Feromônios 
existentes na "substância da rainha", que são produzidos pelas glândulas mandibulares 
das rainhas, previnem que as operárias amadureçam sexualmente. As operárias 
produzem geléia real apenas quando os nível da "substância da rainha" cai na colônia. 
Essa mudança ocorre quando a rainha torna-se muito velha, morre ou é removida. 
Então, o ovário das operárias desenvolve-se, e elas passam a aumentar uma célula 
larval e a alimentar uma larva com geléia real a fim de produzir uma nova rainha. 
As abelhas desenvolveram um eficiente sistema de comunicação através do qual, por 
meio de certos movimentos do corpo, as campeiras informam as operárias qual a 
localização e a quantidade das fontes de alimento. 
As colônias de cupins contêm várias castas, que consistem em indivíduos férteis, 
incluindo machos e fêmeas, e indivíduos estéreis. Alguns dos indivíduos férteis podem 
apresentar asas e abandonar a colónia, acasalar, perder suas asas e, como rei e 
rainha, iniciar uma nova colônia. Indivíduos férteis sem asas podem, sob certas 
condições, substituir o rei ou a rainha. Membros estéreis não possuem asas e tornam-
se operárias ou soldados. Os soldados possuem cabeças e mandíbulas grandes e 
servem na defesa da colônia. Assim como entre as abelhas e as formigas, fatores 
 20 
extrínsecos causam a diferenciação das castas. Indivíduos reprodutores e soldados 
secretam feromônios inibidores que são passados pela colónia às ninfas através de um 
processo de alimentação mútua, chamado trofaláxis, de modo que se tornem 
operárias estéreis. As operárias também produzem feromônios, e se o nível da 
"substância das operárias" ou da "substância dos soldados" cair, o que pode ocorrer 
após o ataque de predadores saqueadores, por exemplo, a próxima geração irá 
produzir proporções compensatórias das castas apropriadas. 
As formigas também apresentam sociedades altamente organizadas. 
Superficialmente, assemelham-se aos cupins, mas são bastante diferentes (pertencem 
a ordens diferentes) e podem ser distinguidas facilmente. Em contraposição aos 
cupins, as formigas possuem geralmente colorido escuro, corpo duro e uma constriçãoapós o primeiro somito abdominal. 
Nas colônias de formigas, os machos morrem logo depois do acasalamento e a 
rainha funda sua própria colónia ou junta-se a alguma colônia já estabelecida e efetua 
a postura de ovos. Operárias e soldados são fêmeas estéreis sem asas que fazem o 
trabalho da colónia: recolhem alimento, tomam conta dos jovens e protegem a colônia. 
Em muitas das grandes colónias, pode haver dois ou três tipos de indivíduos em cada 
casta. 
As formigas desenvolveram alguns padrões marcantes de comportamento 
"econômico", tais como fazer escravos, produzir fazendas de fungos, criar "gado de 
formiga" (pulgões e outros homópteros), tecer seus ninhos com seda e usar 
ferramentas. 
 
Insetos e a Saúde dos Seres Humanos 
 
Insetos Benéficos 
Embora a maioria de nós pense nos insetos primariamente como pragas, a 
humanidade teria grande dificuldade para sobreviver se todos os insetos 
desaparecessem de repente. Alguns produzem materiais úteis: mel e cera de abelhas, 
seda do bicho-da-seda, e laca de uma cera produzida por uma cochonilha. Mais 
importante, no entanto, é que os insetos são necessários para a fertilização de muitas 
plantações. As abelhas polinizam plantações de alimento em um total que equivaleria a 
quase dez bilhões de dólares por ano somente nos EUA. e esse quadro não inclui a 
polinização de forrageiras para o gado ou a polinização por outros insetos. 
Bem cedo em sua evolução, os insetos e as plantas com flores formaram uma relação 
de adaptações mútuas que foi muito vantajosa para ambos. Os insetos exploram as 
flores para obter alimento, e as flores exploram os insetos para a polinização. Cada 
desenvolvimento floral considerando o arranjo de pétalas e sépalas está 
correlacionado com o ajuste sensorial de certos insetos polinizaclores. Dentre essas 
adaptações mútuas, existem mecanismos inacreditáveis para atração, aprisionamento, 
estruturas especializadas e coordenação temporal perfeita. 
Muitos dos insetos predadores, como os besouros cicindelíneos, larvas de 
moscas sirfídeas, formigas-leão, louva-a-deus e joaninhas, destroem insetos 
 21 
daninhos. Insetos parasitóides são muito importantes no controle de populações de 
muitos insetos daninhos. Animais mortos são rapidamente consumidos por larvas que 
emergiram de ovos que foram colocados em carcaças. 
Os insetos servem como uma importante fonte de alimento para muitas 
aves, peixes e outros animais. 
 
Insetos Daninhos 
Insetos daninhos incluem aqueles que comem e destroem plantas e frutos, como 
os gafanhotos, as mariasfedidas, mariposas piralídeas, gorgulhos, carunchos, 
cochonilhas, entre outros. Praticamente toda plantação cultivada apresenta vários 
insetos-praga. Os seres humanos gastam enormes recursos em todas as atividades da 
agricultura, na silvicultura, e na indústria de alimentos para con-ter os insetos e os 
danos que provocam. Infestações de besouros escolitíneos ou insetos desfolhadores, 
como as mariposas Choristoneura fumiferana e Porthetria dispar, geraram perdas 
econômicas enormes e tomaram-se um elemento principal na determinação da 
composição das florestas nos EUA. As Porthetria dispar introduzidas nos EUA em 
1809 em uma tentativa mal-assessorada para procriar um bicho-da-seda melhor, 
espalharam-se por todo o nordeste norte-americano, atingindo, ao sul, até a Virgínia. 
Elas desfolharam florestas de carvalho em alguns anos, quando ocorreram 
infestações. Em 1981, desfolharam 13 milhões de acres em 17 estados do nordeste 
norte-americano. 
Piolhos, moscas e mosquitos sugadores de sangue, moscas estrídeas e 
gasterofilídeas e muitos outros atacam os seres humanos ou animais domésticos, ou 
ambos. A malária, transmitida por mosquitos do gênero Anopheles, é ainda uma das 
principais doenças no mundo; mosquitos também transmitem febre amarela e filariose 
linfática. Pulgas transmitem a peste bubônica, que em vários momentos da história 
eliminou porções significativas da população humana. As moscas domésticas são 
transmissoras da febre tifóide, assim como os piolhos transmitem o tifo; moscas tsé-
tsé transmitem a doença do sono africana; e percevejos sugadores de sangue, do 
gênero Rhodnius e gêneros aparentados, transmitem a doença de Chagas. 
Existe uma tremenda destruição de alimentos, vestuário e propriedades pêlos 
besouros curculionídeos e dermestídeos, baratas, formigas, traças-de-roupa e cupins. 
Também entre os insetos-praga estão os percevejos do gênero Cimex; hemípteros 
sugadores de sangue que foram contraídos pêlos seres humanos provavelmente cedo 
em sua evolução a partir de morcegos que compartilhavam suas cavernas. 
 
CARACTERIZAÇÃO DE ORDENS DE INSETOS DE MAI0R IMPORTÂNCIA 
AGRÍCOLA 
 
ORTHOPTERA (orthos = reta; pteron = asa) 
Inclui insetos comumente conhecidos como gafanhotos, grilos, paquinhas e 
esperanças. O tamanho é variável de 5 a mais de l00 mm. Aparelho bucal mastigador; 
pernas posteriores saltatoriais. exceto quando as anteriores forem fossoriais; adultos 
 22 
com asas anteriores sub-retangulares e planas, pergamináceas (tégminas); posteriores 
membranosas e, quando, em repouso, mantidas sob as anteriores, dobradas 
longitudinalmente em leque. Desenvolvem-se por paurometabolia. Existem cerca de 
150 mil espécies descritas distribuídas em duas subordens: 
Caelifera (caelum = cinzel; fero = trazer, ter): ortópteros com antenas curtas, 
tímpanos no primeiro uromero e ovipositor pouco aparente. Exemplo: gafanhotos. 
Ensifera (ensis – espada; feros = ter): ortópteros com antena longas, geralmeme 
maiores que o corpo; timpanos quando presemes situados nas tíbias anteriores: 
ovipositor quase sempre muito desenvolvido em forma de espada ou estilete. Quando 
com antenas curtas ou ovipositor oculto, as pernas anteriores são fossoriais e as 
posteriores ambulatoriais Inclui as esperanças, grilos e cachorrinhos-da-terra ou 
paquinhas. 
 
Algumas espécies de ortópteros de interesse agrícola 
Espécie 
 
Nome popular 
 
Principais culturas 
atacadas 
Danos 
 
Gryllus assimilis grilo 
 
hortaliças, 
sementeiras, 
viveiros, raízes e 
plântulas de 
algodoeiro, arroz, 
milho, batata e 
tomateiro 
alimentam-se das 
folhas, ramos e 
raizes 
 
Neocurtilla 
hexadactila 
cachorrinhos-da-
terra, paquinhas, 
grilo 
hortas em geral, 
sementeiras e 
viveiros 
se alimentam das 
raízes 
 
Rhammatocerus 
schistocercoides 
 
gafanhoto crioulo 
 
diversas culturas 
 
se alimentara das 
folhas e outras 
partes aéreas das 
plantas 
Scapteriscus sp. 
 
cachorrinhos-da--
terra, paquinhas, 
grilo 
 
Schistocerca 
americana 
 
gafanhoto 
migratório sul-
americano, 
diversas culturas 
 
comem folhas e 
outras partes aéreas 
das plantas 
ISOPTERA (isos = igual; pteron = asa) 
Esta ordem inclui insetos conhecidos como cupins ou térmitas. O comprimento é 
variável: até 15cm (fêmeas fisogástricas). São insetos sociais, diferenciando-se em 
castas de indivíduos estéreis e ápteros (soldados e operários) e formas reprodutivas, 
incluindo reprodutores de substituição (ápteros ou com asas encurtadas) e casais 
primários. Estes últimos, após revoada, perdem as asas e aos pares, constróem novas 
sociedades (cupinzeiros ou termiteiros). 
 23 
Possuem aparelho bucal mastigador, antenas moniliformes; abdome aderente ao 
tórax em toda sua largura, ou seja, não existe constrição entre tórax e abdome. As 
formas aladas possuem dois pares de asas membranosas e sub-iguais. dotadas de uma 
sutura transversa basal, que permite a fácil perda das mesmas, após a revoada. 
Desenvolvem-se por paurometabolia. São conhecidas mais de 2000 espécies. A 
importância agrícola reside na presença de espécies rizófagas e xilófagas. 
 
Algumas espécies de cupins de interesse agrícola 
Espécie Principais cultura atacadas e danos 
Amitermes sp. 
Cornitermes cumulans 
Nausitermessp. 
Neocapritermes opacus 
 
 
Atacam raízes de eucalipto 
Procornitermes striatus 
 
Atacam raízes de abacaxi, aspargo, cafeeiro, cana-de-
açúcar e mudas novas de eucalipto 
 
 
 
DERMAPTERA (derma = pele; peteron =asas) 
São conhecidos popularmente como tesouras, tesourinhas, iacraias ou 
lacrainhas. Possuem aparelho bucal mastigador. As antenas podem ser filiformes ou 
moniliformes. Tetrápteros. sendo as anteriores do tipo tégmina e as posteriores 
membranosas. O ápice do abdome possui cercos em forma de pinça. Inclui espécies 
predadoras de lagartas e pulgões, merece destaque a espécie Doru luteipes, 
predadora da lagarta-do-cartucho-do-milho. 
Possui cerca de 1200 espécies em 3 subordens: 
Arixeniina: Com apenas duas espécies, que vivem nos habitats de morcegos e não são 
necessariamente seus ectoparasitos. Encontrados na Indonésia, Malásia e Filipinas. Os 
cercos são pequenos e não em forma de pinça. São ápteros e vivíparos 
Hemimerina: Com 10 espécies ectoparasitas de ratos do sul da África. São ápteros e 
os cercos são pequenos e não em forma de pinça. 
Forficulina: É a única subordem das Américas e que contém o maior número de 
espécies 
 
 
THYSANOPTERA (thysanos = franja; pteron = asa) 
São conhecidos como tripés ou trips. Comprimento variável entre 0,5 a 14mm. 
Aparelho bucal picador-sugador, representado por uma estrutura cônica que contém 
três estiletes. Possuem dois pares de asas membranosas. muito estreitas e com longos 
pêlos marginais. O desenvolvimento é por paurometabolia. A maioria das espécies são 
fitófagas. Existem cerca de 5.000 espécies descritas. Distribuídas em duas 
subordens: 
 24 
Terebrantia (terebro = eu furo): fêmeas com ovipositor em forma de sabre (terebra); 
asas com pêlos microscópicos, as anteriores com pelo menos duas nervuras 
longitudinais; último urômero cônico. 
Tubulifera (tubus = tubo: fero = trazer): fêmeas sem ovipositor. asas sem pêlos 
microscópicos, as anteriores com uma só nervura: último urômero comumente 
tubuliforme. 
 
Algumas espécies de tripés fitófagos 
Espécie Nome popular Principais culturas atacadas e danos 
Caliothrips bicintus tripés ataca as folhas e botões florais da bananeira 
Frankliniella scultzei tripés transmissor do vírus do "vira-cabeça" ao 
tomateiro 
Gynaikothrips ficorum "lacerdinha" ataca cerca-viva 
Holopothrips ananasi tripés ataca abacaxi 
Thrips tabaci tripé ataca algodoeiro, alho, cebola, ervilha, feijão, 
fumo, etc 
 
HEMÍPTERA (hemi =- metade-; pteron = usa) 
Caracterizam-se pelo aparelho bucal picador-sugador. com lábio articulado e 
pernas com no máximo três tarsômeros. 
 
SUB BORDEM HOMOPTERA (homo = mesma; pteron = asa) 
Este grupo abarca as cigarrinhas, cigarras, cochonilhas, pulgões e outras formas 
menos conhecidas. Tratam-se de insetos heterogêneos morfologicamente, 
apresentando, porém, pelo menos dois aspectos gerais: aparelho bucal picador-sugador 
e regime alimentar exclusivamente fitófago. O tamanho varia de 0,3 a 70mm de 
comprimento. O desenvolvimento é por paurometabolia ou hipometabolia. Existem 
cerca de 36 mil espécies descritas incluídas em uma das duas Infraordens: 
o Auchenorryncha (auchen = pescoço; rhynchos = tromba): inclui as cigarras e 
cigarrinhas: rostro emergindo da região póstero-inferior da cabeça; dois pares de 
asas membranosas ou o primeiro par do tipo tegmina. 
o Sternorryncha (sternon = esterno; rhynchos = tromba): inclui as cochonilhas, 
pulgões, psilídeos e "moscas-brancas", O rostro emerge entre o primeiro par de 
pernas ou mais para trás; exceto para cochonilhas; que os adultos possuem dois 
pares de asas membranosas. 
 25 
Algumas espécies de homopteros de interesse agrícola 
Espécie Nome popular Principais culturas atacadas e danos 
Acrogonia sp. 
Dilobopterus costalimai 
Bucephalogonia xanthopsis 
Plesiommata facilais 
Oncometapia facilais 
cigarrinhas vetoras da 
CVC 
 
são vetoras da bactéria Xylella fastidiosa causadora da Clorose 
Variegada dos Citros (CVC). Sintomas: clorose amarelada nas folhas, 
frutos reduzidos e amarelecem prematuros 
 
Aethalion reticulatum, 
 
cigarrinha-das-
frutíferas 
suga a seiva de citros, café, figueira, jaca, mangueira, etc... provocando 
o secamento dos ramos e queda dos fruto 
Aleurothrixus floccosus 
 
mosca-branca 
 
devido à sucção contínua de seiva, a planta pode definhar e morrer. 
Ataca principalmente citros 
Aonidiella aurantii 
 
cochonilha 
 
devido à sucção contínua de seiva, a planta pode definhar e morrer. 
Ataca principalmente citros 
Aphis gossypii 
 
pulgão 
 
Causam encarquilhamento das folhas e deformação oos brotos. Ataca 
algodoeiro, cajueiro, cucurbitaceas, quiabeiro, etc.. 
Bemisia tabaci 
 
mosca-branca 
 
os insetos tem ação toxicogênica, sendo que os maiores prejuízos são 
devido a transmissão de viroses. Atacam feijoeiro, soja. ervilha, fava 
Ceroplastes spp. cochonilha-de-cera suga a seiva de diversas plantas 
Chrysomphalus ficus 
 
cochonilha cabeça de 
prego 
Idem a A. floccusus 
 
Deois flavopicta 
Zulia entreriana 
Cigarrinha das pastagens a ninfa suga os perfilhos, o adulto ao sugar a seiva, inocula toxinas que 
causam a "queima-do-capim" 
Dysmicoccus brevipes Piolho farinheiro ao sugarem a seiva, inoculam toxinas, causa;»' a "murcha-do-abacaxi" 
Empoasca sp. 
 
Cigarrinha verde 
 
tanto a ninfa quanto adulto sugam a seiva e injetam toxina na planta, 
provocando, um amarelecimento dos bordos da tolha e secamento: a 
planta fica “enfezada” e os folíolos enrugado. ataca batata, amendoim, 
feijoeiro, soja ctc.. 
 26 
Eriosoma lanigerum 
 
Pulgão lanígero da 
macieira 
ataca o tronco, ramos novos, brotos, raízes, e as vezes, os frutos, 
cansam em alta infestações nodosídades na planta, podendo !evar a 
morte. Ataca principalmente madeira, pereira e marmeleiro. 
Euthizoccocus brasiliensis perola-da-terra suga a seiva das raízes principalmente da videira 
Gyropsylla spegazzinianna âmpola-da-erva-mate causa deformações rãs folhas de erva-mate 
Mahanarva spp. çigarrinha-da-cana sugam a seiva de cana-de-açúcar 
Lepidosalphes becki escama-vírgula idem A. floccosus 
Toxoptera citricidus pulgão-preto-dos-citros causam o encarquilhamemo das folhas e deformação dos brotos 
Unaspis citri cochonilha escama-
farinha 
 
a sucção de seiva e introdução de toxinas, provocam fendas 
longitudinais no tronco e galhos de citros, facilitando a penetração de 
microorganismos 
 
 27 
SUBORDEM HETEROPTERA (hetero = diferente; pteron = asas) 
Esta ordem inclui as baratas d'água e percevejos. O tamanho é variável de 1,5 a 
mais de l00 mm de comprimento. O aparelho bucal é picador-sugador, que se articula à 
região anterior da cabeça, sempre diante dos olhos. Os adultos possuem dois pares de 
asas, sendo as anteriores do tipo hemiélitro e as posteriores membranosas. A maioria 
das espécies são fitófagas, existindo várias zoófagas e algumas hematófagas. O 
desenvolvimento pós embrionário ocorre por paurometabolia. Existem 
aproximadamente 45 mil espécies conhecidas, agrupadas em dois grupos: 
Cryptocerata (cryptos = escondido; ceras = antena): agrupa hemípteros de antenas 
muito curtas, invisíveis por vista dorsal, tais como percevejos aquáticos e baratas 
d"água. São todos zoófagos. 
Gymnocerata (gimnos = nu: ceras = antena) hemípteros de antenas bem visíveis 
dorsalmente; a grande maioria é terrestre com hábito alimentar variado. Todavia, 
existem exemplos de percevejos importantes para controle biológico: Zelus spp. 
predadores de diversos insetos em plantas frutíferas 
 
Algumas espécies de percevejos de interesse agrícola 
Espécie Nome popular Principais culturas atacadas e danos 
Corecoris 
dentiventris 
percevejo-
cinzento-do-
fumo 
atacam partes verdes causando 
murchamento 
 
Diactor bilineatuspercevejo-do-
maracujá 
 
ninfas e adullos sugam caule, frutas e 
folhas, botões florais e flores que murcham 
e caem. 
Holymenia clavigera Percevejo das 
frutas 
Idem a D. Bilineatus, atacando, também 
goiabeiro 
Nezara viridula 
 
Percevejo verde quando atacam a soja na floração diminuem 
a produção de sementes: quando na 
frutificação, a planta interrompe a fase 
reprodutiva, ocorrendo um aumento na fase 
vegetativa, permanecendo as plantas verdes 
(soja louca). ataca também outras 
leguminosas. 
Peizodorus guildinii 
 
percevejo-
verde-pequeno-
da-soja 
Idem a Nezara viridula 
 
Oebalus poecilus 
 
percevejo-do-
arroz 
 
ataca as panículas. Sugando o grão durante a 
casca do arroz branca e a panicula fica mais 
creta. Ao sugar os grãos na fase de 
maturação, deixa a casca com uma 
pontuação marrom e o grão torna-se 
gessado e quebradiço, no beneficiamento. 
 28 
Scaptocoris castanea 
 
percevejo-
castanho 
 
adultos e ninfas sugam a seiva das raízes, 
provocando o amarelecimento da planta e 
posterior secamento. Atacam algodoeiro. 
cana-de-açúcar alfafa, amendoim, milho. 
feijoeiro, sorgo, etc.. 
 percevejo-
marrom-do-
arroz e 
percevejo da 
haste 
 
atacando a planta na fase vegetativa; suga o 
colmo e provoca o sintoma de "coração 
morto", o que leva a pianta a morte; na fase 
reprodutiva, suga a haste que sustenta a 
panícula, causando "a panícula branca" do 
arroz, islo é, o chochamento de todo cacho, 
em consequência a casco do arroz adquire 
uma coloração esbranquiçada sem a formar 
o grão 
Thyanta perditor 
 
percevejo-do-
trigo 
 
suga a seiva dos grãos em formação, 
reduzindo a produção e afetando o poder 
germinativo das sementes. 
 
Para a distinção do hábito alimentar dos percevejos é conveniente observar a chave 
dicotômica a seguir: 
 
1. rostro longo, dividido em quatro artículos; 
delgado, quando em repouso forma um ângulo 
reto agudo com a superfície do corpo ........................................percevejo fitófago 
2. rostro curto, dividido em três artículos......................................................................3 
3. rostro quando em repouso apresenta 
acentuada curvatura formando um ângulo 
curvilíneo com a superfície inferior do corpo; 
rostro robusto...................................................................................percevejo predador 
4. rostro quando em repouso forma um ângulo 
agudo com a superfície inferior do corpo; 
rostro reto......................................................................................percevejo hematófago 
 
NEUROPTERA (neuron = nervura; pteron = asa) 
Inclui cerca es 4500 espécies, com tamanhos variáveis entre 1,2 e 6,3mm de 
comprimento. Algumas espécies com envergadura superior a 150mm. Aparelho bucal 
mastigador. Os adultos são providos de quatro asas membranosas, com grande número 
de veias longitudinais e transversais, formando um retículo um tanto complexo. São 
holometabólicos. As larvas, em geral, são terrestres, todavia existem aquáticas, 
sempre com hábitos predadores, de onde reside a importância dessa ordem. No Brasil 
o crisopídeo Chrysoperla externa destaca-se como o principal predador de 
homópteros. 
 
 29 
LEPIDOPTERA (lépido = escama; pteron = asa) 
Ordem constituída por insetos conhecidos como borboletas e mariposas. O 
comprimento pode atingir até 80mm, a envergadura varia de 3 280mm. O aparelho 
bucal é sugador em forma de tubo, que é mantido enrolado sob a cabeça quando em 
repouso, denominado de espiritromba. Os adultos apresentam dois pares de asas 
membranosas recobertas de escamas minúsculas. Desenvolvem-se por holometabolia. 
recebendo as larvas a denominação de lagartas e as pupas de crisálidas. A importância 
dessa ordem decorre das lagartas que possuem aparelho bucal mastigador. 
comportando-se principalmente como filófagas (ver tabela). Existem cerca de 150 
mil espécies de lepidópteros descritos, incluídos em uma das três subordens: 
Jugatae: asas anteriores com jugo. São as formas mais plesiomóficas, e menos 
encontradas em nosso país. 
Frenatae: asas posteriores geralmente com frênulos ou com área umeral ampliada, 
encontram-se antenas de diversos tipos. Inclui as mariposas. 
Rhopalocera: asas posteriores sem frênulo, porém com área umeral ampliada. As 
antenas são sempre clavadas. Inclui as borboletas 
 30 
Algumas espécies de lepidópteros de interesse agrícola 
Espécie Nome popular Principais culturas atacadas e danos 
Agraulis vanilae vanilae lagarta-do-maracujazeiro provoca o desfolhamento 
Agrotis ipsilon 
 
lagarta-rosca 
 
corta plantas novas e destrói tubérculos. Ataca algodoeiro, 
amendoim, arroz, feijoeiro, fumo, girassol, milho. soja. tomateiro, 
etc.. 
Alabama argillacea cururquerê-do-algodão provoca o desfolhamento 
Anagasta kueniela traça ataca grãos armazenados 
Anticarsia gemmatalis lagarta-da-soja provoca o desfolhamento 
Ascia monust orneis lagarta-da -couve alimentam-se das folhas 
Diatraea sacharalis broca-da-cana broqueia o colmo, causa prejuízos diretos e indíretos. Ataca ainda 
arroz, milho, cana-de-acúcar, trigo, sorgo, aveia e capins 
Dione juno juno lagarta-do-maracujazeiro provoca o desfolhamento 
Elasmopalpus lignosellus 
 
lagarta-elasmo; broca-do-colo 
 
causa nas gramíneas o sintoma do "coração morto" e em 
leguminosas o secamemo de plantas novas 
Erinnyis ello maranduvá-da-mandioca provoca o desfolhamento 
Grapholita molesta 
 
broca-dos-ponteiros--das-
rosáceas 
 
as lagartas perfuram as extremidades dos galhos novos, abrindo 
galerias descendentes e causando a morte da parte atingida: 
podem penetrar também nos frutos. Atacam principalmente 
pessegueiro e ameixeira 
Hilicoverpa zae lagarta-da-espiga-do-milho destrói os grãos das espigas do milho frutos em tomateiro 
Heliothis virescens lagarta-da-maçã-do- 
algodoeiro 
Ataca as maçãs 
Manduca sexta palphus Manduvá do fumo provoca o desfolhamento 
Mocis latipes Lagarta dos capinzais Alimenta-se do limbo foliar, deixando apenas as nervuras centrais, 
ataca, gramíneas, principalmente millho, sorgo, arroz e pastagens. 
Oiketicus kirbyi bicho-do-cesto provoca o desfolhamento de cafeeiro goiabeira. eucaliptos, etc.. 
 31 
Heraclides thoas 
brasiliensis 
lagarta-das-folhas-dos-citros alimentam-se das folhas 
Perileucoptera coffeella bicho-mineiro-do-café provoca minas nas folhas de café 
Plodia interpunctela traça ataca grãos, farelos e farinhas armazenados 
Pseudalatia sequax lagarta-do-trigo provoca o desfolhamento 
Phyllocnistis citrella lagarta-minadora-dos-citros causa minas nas folhas de cirtos, diminuindo a capacidade 
fotossintética da planta 
Rachiplusia nu falsa-medideira-da-soja provoca o desfolhamento 
Scrobipalpuloides absoluta traça-do-tomateiro abre galerias nas folhas, ramos, gemas e frutos 
Silotroga cerealella traça ataca grãos armazenados 
Trichoplusia ni falsa-medideira provoca o desfolhamento de hortaliças, leguminosas, algodoeiro e 
tomateiro 
Sprodoptera frugiperda lagarta-do-cartucho-milho destroi o cartucho 
 
 
 32 
DIPTERA (di = dois; pteron = asa) 
Inclui as moscas, mosquitos e mutucas, O comprimento varia de 0,5 a 60mm. O 
aparelho bucal é sugador ou picador-sugador, em alguns é atrofiado. Possuem apenas 
um par de asas mesotorácicas, haja vista que as metatorácicas transfonnaram-se em 
órgão utilizado para o equilíbrio durante o voo, denominado de balancins ou halteres. 
Estes insetos desenvolvem-se por holometabolia. 
A importância agrícola dessa ordem é bem diversificada, pois existem espécies 
carpófagas, minadoras ou brocas, além de espécies predadoras e parasitas que 
auxiliam no controle de pragas ou, ainda, como polinizadoras. 
Cerca de 85 mil espécies já foram descritas e encontram-se distribuídas em 
três subordens: 
 
Nematocera: (nema = fio;cera = antena): dipteros de antenas longas, geralmente 
maiores que o tórax, inclui os mosquitos. 
Brachycera (brachy = curto; cera = antena): dipteros que, em geral, apresentam 
antenas com três artículos, via de regra, com estilo terminal; sem lúnula. Emergência 
da pupária através de uma abertura em forma de "T". Inclui algumas moscas e as 
mutucas. 
Cyclorrapha (cyclos = círculo; rhaphé = costura): antenas geralmente com três 
artículos, com arista dorsal; com lúnula; emergência da puparia através de uma 
abertura circular apical. Inclui a maioria das moscas. 
 
Algumas espécies de dípteros de interesse agrícola 
Espécie Nome popular Principais culturas atacadas e 
danos 
Anastrepha fraterculus mosca-sulamericana 
Anastrepha obliqua mosca-da-fruta 
Anastrepha pseudoparallela mosca-do-maracujá 
Anastrepha grandis mosca-da-abóbora 
Ceratitis capitata 
 
mosca-do-
mediterrâneo 
 
 
as larvas causam o 
apodrecimento prematuro das 
frutas 
Contarinia sorghicola 
 
mosca-do-sorgo alimentam-se do ovário floral, 
afetando a produção dos grãos 
Euxesta sp. 
 
mosca-da-espiga 
 
atacam a espiga do milho 
causando apodrecimento 
Jatrophobia brasiliensis 
 
mosca-da-galha 
 
causam galhas nas folhas de 
mandioca, impedindo o 
desenvolvimento normal da 
planta 
Liriomyza sp. 
 
mosca-minadora 
 
fazem minas nas folhas de: 
batata, couve, feijoeiro, 
tomateiros, etc,. 
 33 
Entretanto, existem várias espécies que funcionam como agentes de controle 
biológico, como por exemplo: larvas de Allograpta e Pseudodorus, predadoras de 
pulgões; Eutrichopodopsis nitens parasitóide de percevejos-da-soja, Lixophaga 
diatraeae, Metagonisilum minense, Paratheresia claripalpis parasitóides da broca-da-
cana., Xanthozona meianopyga parasitóide de lagartas-das-palmeiras, etc.. 
 
COLEOPTERA (koleos = estojo: pteron = asa) 
Conhecidos como cascudos ou besouros, estes insetos tem um comprimento 
variável entre 0,25 e 200mm. Caracterizam-se pela dureza do exoesqueleto e pelas 
asas anteriores, de consistência coriácea e não funcionais, denominadas élitros, que 
em repouso, protegem as posteriores membranosas. O aparelho bucal é mastigador. 
Desenvolvem-se por holometabolia. São fitófagos, na maioria, durante uma das fases 
do desenvolvimento, adulta ou larval, ou em ambas; todavia algumas espécies são 
predadoras e importantes inimigas de pragas. 
Esta é a maior ordem da classe, com cerca de 300 mil espécies descritas, 
distribuídas em duas subordens; 
Adephaga (adephagos = voraz): coleópteros cujo primeiro urosternito é dividido pelas 
cavidades coxais posteriores. Todos são predadores, destaca-se Calosama spp., cujos 
adultos e larvas são predadores de lagartas, principalmente em soja e trigo; e Lebia 
concina que preda pequenas lagartas. 
Polyphaga (poly = muitos; phagos = comer): coleópteros: cujo primeiro urosternito não 
é dividido pelas cavidades coxais posteriores. A maioria das espécies é fitófaga. 
 
 
 34 
Algumas espécies ae besouros 
Espécie Nome popular: Principais culturas atacadas e danos 
Acanthoscelides obtectus 
 
carunchu-do feijão 
 
Danificam grãos armazenados 
 
Agriotis spp. 
 
larva-arame: verme-arame a larva destrói as raízes das plantas, tornando-as amareladas, 
podendo até secar; quando ataca as sementes, causa as falhas 
nas plantações. Perfura os tubérculos de batata. Ataca ainda 
arroz, milho, sorgo e hortaliças 
Anthonomus grandis bicudo-do-algodoeiro provoca a queda anormal dos botões florais, flores e maçãs 
Cerotoma sp. Vaquinha preta e amarela o adulto ataca as folhas mais tenras, abrindo grande quantidade 
de buracos em soja, feijoeiro, alfafa, etc.. 
Conoderus spp. larva-arame; verme-arame Idem a Agriotis 
Diabrotica speciosa 
 
vaquinha-verde-e-amarela: 
patriota, brasilerinho; larva-
alfinete 
o dano realizado pelo adulto é idêntico ao de Cerotoma: as larvas 
perfuram os tubérculos de batatinha e atacam as raízes de 
diversas espécies de gramíneas 
Diloboderus abderus coró, capitão, bicho-bolo 
 
as larvas atacam as raízes causando o secamento e morte das 
plantas gramíneas e hortaliças 
Diploschema rotundicolle broca-do-ramo-dos-citros as larva abre galerias nos ramos, provocando secamento 
Epicauta atomaria 
 
burrinho-das-solanáceas 
 
o adulto causa o desfolhamento de soianáceas, leguminosas, 
altata. batata doce, etc. 
Epilachna cacica joaninha, vaquinha adultos e larvas atacam as folhas de cucurbitácea. 
Epitrix spp. pulga-do-fumo adulto causa o desfolhamento principalmente de solanáceas. 
Euetheola humilis Coró, capitão, bicho-bolo Idem a D. abderus 
Faustinus sp. 
 
bicho-da-tromba-de-elefante. 
 
Os adultos alimentam-se de plântulas e ramos mais novos, as 
larvas abrem galerias na base do caule e nas raízes do fumo. 
Hedypates betulinus broca-da-erva-mate Idem a Diploschema rotundicolle 
Hypotemus hampei broca-do-café adultos e larvas atacam as sementes do café. afetando a 
 35 
produção pela destruição das sementes 
Lagria villosa idiamin provoca o desfolhamento em diversas leguminosas 
Lasiodeerma serricone caruncho danificam grãos armazenados 
Naupactus sp. carneirinho (adulto): broca-da-
raiz( larva) 
os adultos comem as folhas, deixando as bordas sarrilhadas, 
podem matar plantas de café. citros. soja e alfafa pela 
destruição de brotos, as larvas atacam as raízes de citros e 
cana-de- açúcar 
Oryphagus oryzae bicheira-da-raiz-do-arroz as larvas alimentam-se da raiz do arroz irrigado, deixando 
inicialmente as plantas cloróticas, que depois secam e morrem, os 
adultos se alimentam das folhas perfurando-as 
Pantomorus sp. 
 
carneirinho 
 
Idem a Naupactus 
Sithophilus spp. caruncho danificam grãos armazenados 
Trachyderes thoracicus broca Idem a D. rotundicolle 
Tribolium spp, caruncho danificam grãos armazenados 
 36 
HYMENOPTERA (hymen = membrana; pteron = asa) 
Insetos popularmenle conhecidos como abelhas, formigas. marimbondos e 
vespas abrigam-se nessa ordem, além de outros menos conhecidos, como por exemplo, 
os microimenópteros. O tamanho varia de 0,21 a 60mm de comprimento. O aparelho 
bucal é mastigador, exceto nas abelhas, que é lambedor. Adultos geralmente com dois 
pares de asas membranosas sendo as posteriores menores, contudo existem formas 
ápteras. 
São holometabólicos. A importância agrícola da ordem está relacionada com a 
polinização, com o controle biológico e com espécies fitófagas. Existem cerca de 120 
mil espécies descritas agrupadas em uma das duas subordens: 
Symphyta (syn = com; phyton = planta): himenópteros com abdome aderente ou séssil, 
asas posteriores com três células basais. A espécie de maior importância agrícola é 
Sirex noctilio, a vespa-da-madeira, praga de florestas de pinus no sul do Brasil, e em 
especial no Estado de Santa Catarina. 
Apócrita (apo = separado; critus = separado): himenópteros com abdome pedunculado 
ou peciolado, asas posteriores com menos de três células basais. 
 37 
Algumas espécies de himenópteros fitófagos 
Espécie Nome popular Principais culturas atacadas e danos 
Acromyrmex spp. Quenquéns 
Atta capiguara Saúva parda 
Atta leavigata Saúva de vidro ou cabeça de vidro 
Atta sexdens rubropilosa Saúva limão 
Atta sexdens piriventris Saúva limão sulina 
 
 
Cortam folhas de diversas espécies de plantas 
Sirex noctilo Vespa da madeira A larva forma galerias no tronco e ramos de Pinus 
Trigona spinipes Irapuá, abelha cachorro O adulto destrói flores, folhas, frutos, hastes e ramos de 
diversas espécies de planta. 
 
 
 
Algumas espécies de microimenopteros parasitóides 
Espécie Forma que atua no controle biológico 
Aganaspis pelleranoi 
Pachycrepoideus vindemmiae Microimenopteros parasitóides de pupas de moscas das frutas 
Aphidius spp., Ephedrus spp., Praon spp. Microimenopteros parasitóides de pulgõesDoryctobracon brasiliensis Microimenopteros parasitóides de pupas de moscas das frutas 
Doryctobracon areolatus Microimenopteros parasitóides de pupas de moscas das frutas 
Opius bellus Microimenopteros parasitóides de pupas de moscas das frutas 
Cotesia sp. Microimenopteros parasitóides de lagartas 
Polistes sp. Vespas predadoras de lagartas 
Trichogramma spp. Microimenopteros parasitóides de ovos de mariposas 
Trissolcus basalides Microimenopteros parasitóides de percevejos 
 
 38 
Controle dos Insetos 
Considerando que todos os insetos são uma parte integrante das comunidades 
ecológicas em que estão inseridos, sua total destruição provavelmente traria mais mal 
do que bem. As cadeias alimentares seriam perturbadas, algumas de nossas aves 
preferidas desapareceriam, e os ciclos biológicos que levam à desintegração da 
matéria morta animal e vegetal e sua reintegração, que enriquece o solo, seriam 
seriamente retardados. O papel benéfico dos insetos em nosso ambiente é 
frequentemente desconsiderado, e em nosso entusiasmo em controlar as pragas, 
pulverizamos indiscriminadamente a paisagem com inseticidas de "amplo espectro" 
extremamente efetívos, que erradicam tanto os insetos bons como os daninhos. 
Também descobrimos, para nossa consternação, que muitos dos inseticidas químicos 
persistem no ambiente e se acumulam como resíduos nos animais que atingem altos 
níveis nas cadeias alimentares. Além disso, muitos insetos desenvolveram resistência 
aos inseticidas de uso comum. 
 
Coleta de Insetos 
A coleta de insetos depende do habitat e do hábito do inseto que se busca 
coletar. No entanto vamos apresentar os métodos mais utilizados. 
 
Rede entomológica: consiste em um aro de 
metal com 30 a 50cm de diâmetro, acoplado a 
um cabo de madeira de l m de comprimento. 
Preso ao aro encontra-se uma rede de filó. 
Serve para coletar insetos durante o voo, 
principalmente, borboletas e libélulas. 
 
Rede de varredura: semelhante a anterior só 
que ao invés de uma rede, encontra-se preso ao 
aro pano de algodão ou similar. Utilizado 
principalmente na coleta de insetos em 
gramíneas ou plantas rasteiras. 
 
 
 
 39 
Guarda-chuva entomológico ou pano-de-bater: 
consiste em um quadrado de pano de 70cm de 
lado, o qual é mantido aberto por meio de dois 
sarrafos cruzados em X e preso nas cantoneiras 
do pano. É colocado abaixo das plantas e ao 
chacoalhar as plantas os insetos caem e são 
coletados com pinças ou aspiradores. 
 
 
Armadilhas de solo: são utilizadas para captura 
de insetos que caminham sobre o solo, por 
incapacidade de voo ou por preferência de 
habitat, tal como larvas de Diptera, adultos e 
larvas de Coleoptera, aranhas, diplópodes, etc.. 
Um tipo de simples confecção é o seguinte: um 
recipiente com cerca de 15cm de diâmetro por 
1Ocm de altura, enterrado no solo de forma que 
a abertura fique ao nível da superfície do solo. 
Tal recipiente é coberto por tela firme de 
malha grossa de arame. Este deve ter cerca de 
um terço do volume total do recipiente com 
água com algumas gotas de detergente, visando 
quebrar a tensão superficial. Sobre a 
armadilhas deve-se colocar dois suportes 
(pedras ou tijolos) para apoio de uma prancha 
de madeira, evitando o acúmulo de água de 
chuva na armadilha. 
 
 
Armadilha luminosa: existem vários tipos de 
armadilhas luminosas, no entanto a mais 
utilizada é a modelo "Luiz de Queiroz". Ela 
consiste de um funil de alumínio de cerca de 
65cm de altura. O diâmetro maior do funil deve 
ter na máximo 37cm; o cone do funil, 40cm de 
comprimento, o tubo do funil, 25 de cm de 
altura. Sobre o maior diâmetro do funil, 
encaixa-se uma armação feita com quatro aletas 
de alumínio, de 45cm de altura por 14cm de 
largura cada uma, dispostas de maneira cruzada 
ao redor de uma lâmpada fluorescente. 
Dependendo do objetivo acopla-se uma gaiola de 
tela ou um pote com álcool 70% . 
 
Frascos caça-moscas: consistem em 
recipientes plásticos com perfurações de no 
máximo 1 cm de diâmetro, contendo atrativos 
como sucos de uva ou maracujá diluídos a 25%, 
ou glicose invertida a 10%, pode-se utilizar 
embalagens plásticas de soro hospitalar ou de 
refrigerantes, ou ainda, utilizar o modelo Mc 
Phail. 
 
 
 
 
 40 
Bibliografia 
 
BARNES, R. D. Zoologia dos Invertebrados. 4ª edição. Roca. 1984. 
BARROS, L. A. A. Zoologia. São Paulo. Ed. Nobel, 1985. 
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KÜKENTHAL, W.; MATTHES, E. & RENNER, M. Guia de Trabalhos Práticos de Zoologia. 19ª 
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STORRER et al. Zoologia Geral. 6ª edicão. São Paulo, Ed. Nacional, 1995. 
RUPPERT, E. E.; BARNES, R. D. Zoologia dos Invertebrados. 6ª edição. Roca. 1996. 
RIBEIRO-COSTA, C. S., ROCHA, R. M. Invertebrados: Manual de Aulas Práticas. 2ª edição. 
Ribeirão Preto, Holos, 2006.

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