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aspectos clínicos e epidemiológicos do câncer de próstata A glândula prostática é órgão mais acometido por neoplasias benignas e malignas no homem Anatomicamente falando ela é uma glândula de maior parte formada por tecido muscular liso e tecido fibroso, a parte glandular é formada por cerca de 30 a 50 glandulas túbulo- aveolares, sendo dividida em 3 partes identificadas como zona central, zona periférica e zona de transição que correspondem respectivamente a 70%, 25% e 5% do volume da próstata de um adulto. Cada uma desses zonas possui achados distintos e atingidas de forma diferenciada por processos neoplásicos, sendo a zona periférica acometida por 60 a 70% das neoplasias, a de transição de 10 a 20% e a central de 5 a 10%. Quanto à divisão em LOBOS, o posterior é o mais acometido por tumores malignos. HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA. Trata-se do tumor benigno mais comum nos homens, tendo incidência relacionada com a idade. A partir dos 40 anos o epitelial prostático periuretral inicia um crescimento lento e gradativo, crescendo mais lentamente em alguns indivíduos e com maior rapidez em outros. Aos 60 anos a maioria dos homens apresenta evidencias palpáveis de hiperplasia benigna da próstata, mas nem todos apresentam manifestações obstrutivas que levam à problemas miccionais obstrutivos. O risco é aumentado em 20% para pessoas entre 41 e 50 anos, 50% entre 51 a 60 anos e 90% em homens com mais de 80 anos. Acredita-se numa herança genética autossômica dominante para o desenvolvimento dessa patologia, tendo homens com parentes de primeiro grau afetados risco aumentado em até 4 vezes. A etiologia não é bem compreendida parecendo ser multifatorial de base endócrina. Sendo assim, o fato da próstata ter receptores hormonais influencia consideravelmente o possível desenvolvimento de alterações com o passar da idade, o irmão de Fabrício, por exemplo, tem próstata aumentada, provavelmente característica de uma hiperplasia prostática benigna (HPB), o que levou a um prognostico para orquiectomia (retirada dos testículos-regressão de HPB e redução dos sintomas miccionais-) baseado no fato de que com o envelhecimento os níveis aumentados de estrogênio, provenientes da aromatização, causam indução do receptor de androgênio e assim sensibiliza a próstata à testosterona livre, levando em alguns casos à proliferação epitelial e estromal prostática, no entanto nos androgênios como fatores adjuvantes e não causais dessa condição. Há ainda evidências de que o estrogênio, atuando por meiod e receptores de estrogênio do estroma e epiteliais, possa contribuir em parte para doença na próstata. HPB começa como proliferação do estroma fibromuscular e do epitélio glandular na região periuretral e na zona de transição. A relação estroma-epitélio, que normalmente é de 2:1, torna-se 4:1 na hiperplasia prostática. Sintomas obstrutivos: incluem hesitação (intervalo aumentado entre o desejo de miccionar e o inicio efetivo do fluxo urinário, que em pessoas normais demora segundos) diminuição da força de calibre e jato, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga micção dupla (urinar uma segunda vez dentro de 2h da micção previa) esforço para urinar (o aumento do esforço abdominal é realizado voluntariamente no intuito de aumentar a pressão intravesical para vencer a resistência uretral) gotejamento após micção (pode acontecer com remanescente de urina na uretra bulbar ou falha na pressão detrusora durante a fase mccional). Sintomas irritativos são derivados da hipertrofia do musculo detrusor da bexiga que gera contrações vigorosas, entrando em espamo. urgência para urinar polaciúria (aumento do número de micções com diminuição do volume da urina, ou seja, urinar pouca quantidade muitas vezes ao dia) nictúria (necessidade de urinar com frequência no período noturno). Classicamente, retenção urinária aguda é o evento final da obstrução crônica causada pela HPB. TRATAMENTO Tratamento da HPB tem dois objetivos principais: aliviar as manifestações clínicas do paciente e corrigir as complicações relacionadas ao crescimento prostático. Pacientes com sintomas leves (I-PSS 8) são inicialmente conduzidos com espera vigilante ou terapia medicamentosa, sabendo-se que aqueles com sintomas severos (I-PSS >19) evoluem ao procedimento cirúrgico em cerca de 30% dos casos. Na espera vigilante deve-se haver instrução sobre a doença e monitoração anual para identificar progressão ou regresso da doença, sendo comum a melhora sintomática dos casos. Quanto ao tratamento clínico, é dividido em terapia farmacológica e cirúrgica e adequado para cada caso em especifico. FARMACOTERAPIA: Alfa-bloqueadores: é o tratamento mais comum para HPB, devido ao fato de bloquear os receptores alfa1-adrenérgicos das células musculares lisas estromais da próstata, na uretra e da base (colo) vesical. Dessa forma relaxam a musculatura diminuindo a resistência ao fluxo urinário e, por consequência, melhora dos sintomas. TERAPIA CIRÚRGICA Ressecamento transuretral da próstata: é a técnica de tratamento cirúrgico padrão na próstata, sendo realizada em próstatas com menos de 60g, apresenta grande melhora sintomática e do fluxo urinário, no entanto tem como complicações hemorragia com necessidade de transfusão, síndrome da ressecção transuretral (resultante de hipervolemia e hiponatremia) e várias outras como ejaculação precoce e disfunção erétil. Incisão transuretral da próstata: Sua indicação principal seria para pacientes jovens, com sintomatologia de moderada a severa e com próstata de pequeno tamanho (inferiores a 30 g). Prostatectomia simples: quando a próstata é grande demais (>100g) para ser removida via endoscópica, uma enucleação aberta é necessária . CÂNCER DE PRÓSTATA Refere-se ao segundo câncer mais comum no brasil (61 mil novos casos registrados em 2017) (Primeiro é melanoma) e segunda mais causa de morte por neoplasia. Apesar de ter a incidência três vezes inferior à do câncer de próstata, o câncer de pulmão é o tipo de câncer que mais mata homens no Brasil. A incidência cresce com o passar da idade, risco latente aos 50 anos é de 40%, 15% é a probabilidade de diagnostico e 2,9 a chance de morte. FATORES DE RISCO Afro-americanos parecem ter risco mais elevado do que caucasianos. Histórico familiar positivo, com risco aumentado de acordo com a idade de inicio no familiar, se mais novo, maior a probabilidade. Ingestão de gordura total gordura animal e carne vermelha, bem como IMC mais elevado aumentam a probabilidade de desenvolvimento do CaP. SINTOMAS A maioria das pessoas é assintomática, os sintomas passam a ser evidenciados no entanto quando a doença já está avançada localmente ou está metastática. Queixas miccionais obstrutivas ou irritativas podem indicar crescimento local do tumor para dentro da uretra ou do colo vesical, ou mesmo de sua extensão direta para o trigono da bexiga. É mais comum esses sintomas estarem atribuídos a coexistência de HPB. A doença maligna para os ossos pode causar dor óssea , ou ainda compressão na medula, causando parestesias distais (alterações sensoriais, formigamentos...) e fraqueza nas extremidades. HÁBITOS DE VIDA E CaP Todos estudos co-horts c grandes amostras variando de 10000 a 500.000 de diversas localidades. Segundo a Sociedade brasileira de MFC, baseada em estudos do JAMA (jun 2011, Smoking and Prostate Cancer Survival and Recurrence) diz que o tabagismo pode estar ligado a vários cânceres, mas há poucos dados sobre o hábito de fumar e seus efeitos no curso do câncer de próstata. fumo durante o diagnóstico de câncer de próstata está associado ao aumento geral da mortalidade por DCV, mortalidade específica por câncer de próstata e recorrência.Os homens que pararam de fumar por pelo menos 10 anos têm riscos de mortalidade específica por câncer de próstata semelhantes àqueles que nunca fumaram. Já no entanto, o BRITSH JORNAL OF CANCER, 2013, mostou uma pequena redução do risco de desenvolvimento de câncer próstata associada ao tabagismo moderado, não sendo evidenciado que o hábito levou a uma forma mais agressiva de câncer. No entanto fumantes assíduos (HEAVY SMOKES, cerca de 15 a 25 cigarros por dia) mostraram significante aumento do risco de morte por câncer. (Smoking and the risk of prostate cancer in the European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition) O QUE FAZER? OMS e MS preconizam o não uso de tabaco Além disso, mudanças no estilo de vida, como perda de peso (quando se está sobrepeso ou obeso), diminuição no consumo de álcool, exercício físico pelo menos uma vez por semana parecem melhorar o prognostico do câncer de próstata. International Journal of Cancer, 2015 Atenção aos sinais de alerta e encaminhamento oportuno • Dificuldade de urinar • Demora em iniciar e finalizar o ato urinário • Presença de sangue na urina • Diminuição do jato urinário • Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite Já no caso da próstata, a retirada e tratamento podem resultar em incontinência urinária (~20%), visto que a próstata está na base da bexiga –, e impotência (~60%), o que pode afetar em muito a qualidade de vida do paciente. Para alguns homens, a questão da sexualidade pode ter grande peso, ao ponto de a vida perder o significado ou criar outros transtornos familiares e pessoais. (CADERNOS DE ATENÇÃO BÁSICA, 2013) RASTREIO: Primeiramente, já posso afirmar que estávamos certos na nossa abertura. O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes (INCA), o Ministério da Saúde e até a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomendam que se realize o rastreamento do câncer de próstata, devido à baixa efetividade dessa busca e à possíveis danos que seus resultados possam causar (falso positivo, por exemplo).1 Em relação a essa inefetividade, encontrei uma revisão da Cochrane, 2013, que afirma que não há redução das taxas de mortalidade por câncer de próstata devido ao seu rastreamento.2 Seguindo a lógica e o que combinamos na nossa abertura eu vou falar sobre o "PS", mencionado por Reinaldo. O PS na verdade é PSA, e é uma sigla para Prostate-Specific Antigen (Antígeno Prostático Específico), e se trata de uma molécula liberada pela próstata mesmo saudável. O exame de PSA é usado para investigar o Câncer de Próstata. Entretanto, os níveis de PSA podem estar aumentados em algumas outras situações como: Hiperplasia prostática benigna; Infecção e inflamação da próstata, idade avançada.1,3 Além do PSA, o outro exame utilizado para investigar o CA de próstata é o toque retal, onde o médico avalia pelo toque a textura, tamanho e forma da próstata.1 O PSA e Toque retal são exames que podem servir para o diagnóstico precoce de câncer de próstata. Porém, depois do que eu trouxe acima, acredito que eles devem ser realizados em pessoas que tenham sintomas iniciais da doença, ou que tenham fatores de risco, não em todos os homens. O Antígeno Específico da Próstata (PSA) é uma protease produzida pela próstata com a finalidade de liquefazer o esperma, para que os espermatozoides consigam se locomover mais facilmente após a ejaculação. Ele é também um marcador tumoral, que aumenta de concentração quando há a presença de uma hiperplasia na próstata. IMAGEM: UROLOGIA FUNDAMENTAL; PARA CADA g DE TECIDO HIPERPLASIADO O PSA AUMENTA NÍVEL SÉRICO EM 0,31ng/ml, equanto no tecido neoplásico, para cada grama de neoplasia, o PSA aumneta 0,35ng/ml segundo a American Cancer Society, o TR deve ser realizado com periodicidade anual, em homens com idade igual ou superior a 50 anos e com expectativa de vida de pelo menos 10 anos e a partir dos 45 anos em homens pertencentes a grupos de risco (afro-americanos e parentes de primeiro grau afetados, segundo o INCA, Pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos pode aumentar o risco de se ter a doença de 3 a 10 vezes comparado à população em geral, podendo refletir tanto fatores genéticos (hereditários) quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas famílias.
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