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APICULTURA TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA

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e-Tec BrasilAula 1 | Organização social das abelhas 5
Aula 1 | Organização social 
das abelhas
Meta da aula
Apresentar um painel sobre a introdução da apicultura no Bra-•	
sil. Descrever as principais características de uma colmeia e de 
seus integrantes.
Objetivos da aula
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. relacionar as principais características envolvidas na introdução 
da apicultura no Brasil;
2. reconhecer as principais características das abelhas;
3. distinguir as características do desenvolvimento de cada tipo de 
indivíduo que compõe um enxame de abelhas;
4. ordenar os passos pelos quais os óvulos de abelhas passam até 
serem postos.
Mas que cultura é essa?
Olá, seja bem-vindo à disciplina Apicultura e Piscicultura. Com essa disciplina 
você está começando uma nova jornada no curso de Técnico em Agropecu-
ária.
Nossas primeiras aulas serão destinadas ao tema apicultura. Para começar, 
você sabe o que esse termo significa? Apicultura é o ramo da zootecnia que 
pesquisa as abelhas produtoras de mel. Esse estudo envolve:
o modo de criação das abelhas e•	
a extração para comercialização do mel e seus subprodutos.•	
Zootecnia
Estudo da reprodução e do 
aprimoramento genético 
e nutricional de animais 
que são criados com fins 
comerciais. A zootecnia tem 
como objetivo aumentar 
a produção e melhorar a 
qualidade dos produtos de 
origem animal.
Fonte: http://www.
zootecniabrasil.com.br/
sistema/modules/tiny4/
Glossário
Técnico em agropecuáriae-Tec Brasil 6
As primeiras técnicas de manejo das abelhas foram desenvolvidas pelos 
egípcios há muitos anos. A partir daí o homem foi aprendendo a proteger as 
colmeias e aumentar a produção de mel sem prejudicar as abelhas. Assim, 
nasceu a apicultura, uma atividade que se espalhou pelo mundo e se trans-
formou em uma importante fonte de renda para muitos agricultores.
Hoje, a apicultura pode ser desenvolvida com baixos investimentos e manti-
da com baixos custos operacionais, sendo, portanto, uma atividade rentável. 
Além disso, tem um importante caráter ecológico, pois não é necessário 
desmatar para criar abelhas.
Nesta aula, você vai aprender como a apicultura foi introduzida em nosso 
país. Também verá quais as raças que podem ser encontradas no Brasil, bem 
como suas principais características. Vamos começar?
Uma breve história da apicultura no Brasil
A apicultura, em termos zootécnicos, refere-se à criação de abelhas da es-
pécie Apis mellifera com fins lucrativos, ou seja, visando obter lucros finan-
ceiros. As abelhas Apis mellifera são as mais exploradas no mundo para a 
produção de:
mel,•	
cera,•	
e-Tec BrasilAula 1 | Organização social das abelhas 7
pólen,•	
geleia real,•	
própolis e•	
apitoxina ou veneno.•	
As abelhas são também utilizadas na polinização dirigida de plantas cultiva-
das, que consiste no deslocamento das colmeias para áreas de determinadas 
culturas que necessitam da polinização por insetos. A produção do veneno 
(apitoxina), entretanto, ainda é pouco explorada mundialmente.
As abelhas Apis mellifera foram introduzidas no Brasil em 1839 pelo Padre 
Antônio Carneiro Aureliano, que importou de Portugal alguns enxames da 
raça. Imigrantes alemães e outros colonos estrangeiros, que aportaram no 
país pelo litoral sul, introduziram outras espécies no país.
Assim, quatro raças de abelhas chegaram ao Brasil e começaram a formar a 
nossa apicultura. Veja a figura a seguir:
Figura 1.1: As espécies de abelhas que foram trazidas para o Brasil vieram de vários 
lugares da Europa e da Ásia. As espécies apresentam algumas características físicas 
próprias, mas nem sempre é possível diferenciá-las visualmente.
Pólen (do grego “pales” = 
“farinha” ou “pó”)
Conjunto dos minúsculos 
grãos produzidos pelas 
flores das plantas, que 
são os seus elementos 
reprodutores masculinos.
Geleia real
O alimento da rainha 
durante toda a sua vida 
e das larvas de operárias 
e zangões durante seus 
primeiros dias de vida.
Própolis (do grego “pro” = 
em favor de ou em defesa 
de + “polis” = cidade)
Uma substância resinosa 
obtida pelas abelhas a partir 
de resinas coletadas em 
brotos e cascas de árvores 
e de botões de rosas. Essa 
resina é enriquecida pelas 
abelhas com pólen e cera 
e é utilizada para fechar 
frestas, “envernizar” 
internamente e proteger a 
sua colmeia.
Enxame
Um grupo de abelhas em 
migração, no qual estão 
presentes abelhas de 
diferentes idades e a rainha.
Glossário
Técnico em agropecuáriae-Tec Brasil 8
Como era difícil para o nosso homem do campo separar as raças entre si, ele 
passou a denominar todas essas abelhas como abelhas Europa ou abelhas 
“Oropa”. Ainda hoje as abelhas que são encontradas no campo, e porque 
usam o ferrão para se defender são chamadas dessa maneira.
Em meados da década de 1950, já havia um consenso na área mais especia-
lizada da apicultura brasileira de que as raças de abelhas que foram introdu-
zidas no país não tinham se adaptado completamente às nossas condições 
climáticas e ambientais e, por esse motivo, não produziam com eficiência. 
As abelhas europeias começam a trabalhar mais tarde e encerram os seus 
trabalhos mais cedo em climas quentes, como o do Brasil.
Preocupadas com a baixa produção de mel no Brasil, as autoridades do Mi-
nistério da Agricultura convidaram o professor Warwick Estevam Kerr para 
resolver esse problema. Outro objetivo dos estudos desenvolvidos pelo pro-
fessor Kerr foi o uso das abelhas para melhorar a polinização das plantas 
cultivadas e, assim, aumentar a produção de frutos e sementes.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Espalhando vida
Você já ouviu falar em polinização? 
Polinizar é transportar o pólen de 
uma flor para outra. Quando isso 
acontece, são produzidas as se-
mentes responsáveis pela geração 
de uma nova planta.
Warwick Estevam Kerr
Engenheiro agrônomo, 
geneticista e biólogo, 
nascido na cidade de 
Santana de Parnaíba, estado 
de São Paulo, em 1922. 
É considerado o maior 
especialista em genética 
de abelhas do mundo. 
Foi o primeiro brasileiro 
eleito membro estrangeiro 
da Academia Nacional de 
Ciências dos Estados Unidos 
(1990). Foi pesquisador da 
Universidade de São Paulo, 
reitor da Universidade 
Estadual do Maranhão e o 
primeiro diretor científico 
da Fundação de Amparo 
à Pesquisa do Estado de 
São Paulo. Atualmente é 
professor da Universidade 
Federal de Uberlândia.
Fonte: http://www.ebras.bio.
br/entomol/entomol_desc.
asp?code=0E1E3B078
Fonte: http://www.inpa.
gov.br/cpca/luizoli/textos/
amazonia_34_kerr.html
Glossário
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1084797
O
na
tu
 M
ih
ai
e-Tec BrasilAula 1 | Organização social das abelhas 9
A polinização pode ser feita pelo vento ou por animais. Um 
dos insetos polinizadores mais importantes são as abelhas. Ao 
pousar sobre uma flor para retirar o néctar (necessário para 
a produção do mel), o pólen se fixa no corpo das abelhas e, 
assim, elas o carregam para a próxima flor a ser visitada.
Por isso, alguns agricultores colocam colmeias artificiais perto 
das plantações, para favorecer a fecundação das plantas que 
são cultivadas por ele. Dessa forma, ele obtém uma colheita 
mais rica e abundante graças ao trabalho das abelhas.
Fonte: Adaptado de http://www.saudeanimal.com.br/abe-
lha22.htm
Em 1956, após coletar informações sobre as abelhas africanas, o professor 
Kerr viajou em missão especial do governo brasileiro à África do Sul. Dessa 
viagem, ele trouxe rainhas acasaladas (você irá aprender sobre as rainhas mais 
à frente) da espécie Apis mellifera scutellata. Essa espécie foi identificada ini-
cialmente, e conhecida durante muitos anos, como Apis mellifera adansonii. 
Asprincipais características dessa espécie são alta capacidade de:
Produção.•	
Defensibilidade: as abelhas mais defensivas são aquelas que protegem •	
melhor suas moradas (elas também são chamadas de mais bravas).
Migração ou enxameação. A enxameação é a migração das colônias de •	
abelhas de um local para outro.
As rainhas de abelhas africanas que chegaram ao Brasil foram introduzidas 
em caixas tipo núcleo e povoadas com abelhas europeias sem rainha, ou 
seja, órfãs. Essa introdução ocorreu no Horto de Camacuã, em Rio Claro, 
cidade do interior do estado de São Paulo.
O objetivo do professor Warwick E. Kerr era promover uma africanização 
controlada da apicultura brasileira através de cruzamentos entre as abelhas 
africanas trazidas por ele e as abelhas europeias que já existiam por aqui. 
Técnico em agropecuáriae-Tec Brasil 10
No ano de 1957, o seu trabalho foi boicotado por alguém que libertou mal-
dosamente as colônias de abelhas dos núcleos. As rainhas eram mantidas 
aprisionadas nesses núcleos com o uso de telas excluidoras de alvado. O 
alvado é o espaço por onde as abelhas entram e saem da colmeia. Já a tela 
excluidora é um equipamento que permite o livre trânsito das abelhas para 
o trabalho de campo fora da colmeia, mas limita a saída da rainha, pois sem 
ela as abelhas não abandonam suas moradas.
Nessa época a apicultura era uma atividade desenvolvida no meio rural e 
mesmo no perímetro urbano, em pequenas cidades do interior, principal-
mente pelas mulheres. As abelhas eram dóceis, sendo criadas em caixas de 
madeira ou balaios (cestos) revestidos com esterco de boi misturado com ar-
gila, nos terreiros das casas, sem nenhuma tecnologia. As abelhas eram cria-
das para produzir o mel usado principalmente como medicamento. A cera, 
que também era produzida pela colônia, era utilizada na produção de velas 
para uso doméstico ou eram vendidas quando havia algum excedente.
A libertação maldosa dos enxames fez com que a africanização das abelhas 
acontecesse ao acaso, fora do controle científico e técnico. Com isso, os 
apicultores que estavam acostumados a lidar com as abelhas mansas passa-
ram a ver animais como aves, cães, cavalos e outros sendo ferroados, e até 
mortos, pelas abelhas, sem entenderem o que estava acontecendo.
A apicultura brasileira viveu, então, momentos de turbulências, com a grande 
maioria dos apicultores abandonando a atividade. Com o passar dos anos, 
entretanto, os apicultores que permaneceram na atividade viram que as abe-
lhas resultantes do cruzamento com as africanas eram melhores produtoras 
que as europeias puras. Com o tempo, eles foram percebendo também que 
para trabalhar com essas abelhas era fundamental usar vestimentas apro-
priadas, como:
botas;•	
calças e camisas largas;•	
chapéus de palha de aba mais larga, e•	
véus pretos, para proteger o rosto e o pescoço das ferroadas.•	
Além desses cuidados, os apicultores passaram a usar colmeias padronizadas 
para abrigar as famílias de abelhas.
e-Tec BrasilAula 1 | Organização social das abelhas 11
Fonte: http://www.es.gov.br/site/files/arquivos/imagem/abelhas050808.jpg
Figura 1.2: Para trabalhar com as abelhas africanizadas é importante o uso de vesti-
menta adequada, que proteja o apicultor.
Para entender o comportamento das abelhas mestiças, é importante conhe-
cer as principais características das abelhas africanizadas:
Alta capacidade de higiene e rápida remoção de resíduos, larvas, abelhas •	
doentes e abelhas mortas da colmeia.
Maior capacidade e rapidez na orientação e identificação de fontes de •	
produção de néctar e pólen (flores) e na localização de sua colmeia.
Maior rusticidade contra as enfermidades e os parasitos, ou seja, elas são •	
mais resistentes ao desenvolvimento de doenças.
São excelentes polinizadoras de pomares e culturas intensivas.•	
Possuem alta capacidade defensiva e enxameatória.•	
Apresentam rápida dominância genética. Isso significa que ao interagi-•	
rem com outros tipos de abelhas, essas passam a expressar (genetica-
mente) as mesmas características das africanizadas.
São mais produtivas.•	
Após essas transformações, as universidades, empresas e institutos de pes-
quisa passaram a estudar de forma mais aprofundada as abelhas que eram 
criadas no país. Foi assim que a apicultura brasileira passou do amadorismo 
para o profissionalismo, ganhando em qualidade e tecnologia.
Técnico em agropecuáriae-Tec Brasil 12
A dispersão das abelhas africanizadas foi tão rápida que hoje elas ocupam 
as três Américas (do Sul, Central e do Norte). Inicialmente, essas abelhas 
eram chamadas de Abelhas Brasileiras e eram muito temidas em função do 
seu caráter defensivo. Mais tarde passaram a ser chamadas de Abelhas das 
Américas, devido ao reconhecimento de sua importância para a apicultura.
Agora que você já sabe como a apicultura foi introduzida em nosso país, é 
importante aprender sobre as principais características apresentadas pelas 
abelhas. É isso que vamos ver na próxima seção.
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
Você acabou de ser apresentado a uma pequena parte da história do desen-
volvimento da apicultura no Brasil. Para testar o que aprendeu até agora, é 
muito importante que você faça esta atividade. Observe as duas colunas a 
seguir e procure correlacionar a coluna da direita colocando o número cor-
respondente às informações encontradas na coluna da esquerda.
(1) Apis mellifera carnica ( ) Impede a saída da rainha da colônia.
(2) Abelhas africanas ( ) São também conhecidas como abelha Europa 
 ou “Oropa”.
(3) Véus pretos ( ) Abelhas de origem africana.
(4) Apis mellifera mellifera ( ) Apresentam como principais características 
 alta capacidade de enxameação e de defen- 
 sibilidade.
(5) Tela excluidora ( ) Um dos itens de proteção necessário para o 
 manuseio de abelhas.
(6) Apis mellifera scutellata ( ) Abelhas dóceis, de coloração acinzentada, 
 originária dos Alpes suíços.
e-Tec BrasilAula 1 | Organização social das abelhas 13
Conhecendo as abelhas
As abelhas são insetos que possuem como principais características:
 a divisão do trabalho entre os indivíduos que compõem a colmeia, e
 a especialização do trabalho, ou seja, cada indivíduo só realiza uma 
única tarefa dentro da colmeia.
Fonte do ícone: http://www.sxc.hu/photo/984794 – Dima Peskoff
As abelhas são insetos holometabólicos, ou seja, apresentam metamorfose 
completa, cuja diferença entre as larvas juvenis e adultas é marcante.
A fase adulta das abelhas é atingida através de mutações e metamorfoses 
que se processam em etapas distintas, numa sequência lógica que é a se-
guinte: ovo, larva, pré-pupa, pupa ou ninfa e adulto. Veja, na Figura 1.3, as 
diferentes fases pelas quais as abelhas passam. Na próxima aula, você verá 
cada uma dessas fases com mais detalhes.
Ovo Pré-pupaLarvas Pupas Adulto
Figura 1.3: Fases da metamorfose das abelhas. Na sequência do desenvolvimento, 
temos: ovo, larvas, pré-pupa, pupa (ou ninfa) e adulto. A duração de cada fase será 
apresentada a você na próxima aula.
As abelhas adultas possuem quatro pares de glândulas ceríferas, localizadas 
na face ventral do segundo, terceiro, quarto e quinto segmentos abdominais 
(Figura 1.4).
Metamorfose
Uma mudança na forma e 
na estrutura do corpo, ou 
seja, nos órgão e tecidos, 
bem como um crescimento 
e uma diferenciação dos 
estados larvários dos insetos 
até chegarem ao estado 
adulto.
Glossário
Técnico em agropecuáriae-Tec Brasil 14
Figura 1.4: Abelha em posição ventral. As quatro glândulas ceríferas estão em pares 
(uma de cada lado) na região abdominal. Observe que o abdômen deste inseto é 
dividido em segmentos.
As glândulas ceríferas produzem e secretam a cera queé utilizada para a 
construção dos favos. Os favos são compostos de milhares de alvéolos (Fi-
gura 1.5), que servem para alojar as crias e para a armazenagem de pólen e 
néctar. Os favos da parte central da colmeia são utilizados como ninho das 
crias. Os demais favos são usados para armazenar as provisões da colmeia, 
que são o mel e o pólen.
Fonte: www.sxc.hu/photo/1147973
K
ris
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Sz
ku
rla
to
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Figura 1.5: Um favo de mel. Observe que ele é composto por diversas unidades com 
formatos hexagonais. Essas unidades são chamadas de alvéolos.
Néctar
Líquido açucarado 
produzido pelas flores, que 
as abelhas colhem para 
transformar em mel.
Fonte: http://www.
saudeanimal. com.br/
abelha11.htm
Glossário
e-Tec BrasilAula 1 | Organização social das abelhas 15
Mas não é só o desenvolvimento e a morfologia das abelhas que apresentam 
peculiaridades. A organização da colmeia também tem características muito 
interessantes e que vão depender do tipo de indivíduo em que se transfor-
marão os ovos. É isso que você irá aprender logo a seguir. Mas, antes, que 
tal fazer uma atividade?
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
A seguir você encontrará algumas assertivas. Coloque V para as verdadeiras 
e coloque F para as falsas. Para aquelas que você colocar F, explique por que 
elas estão incorretas.
( ) As abelhas são insetos hemimetabólicos que possuem metamorfose in-
completa, ou seja, ao sair do ovo a abelha jovem já se parece com a 
abelha adulta.
( ) A sequência do desenvolvimento das abelhas é: ovo, pré-pupa, larva, 
ninfa e adulto.
( ) Os favos são compostos de alvéolos, que servem para armazenar o mel.
( ) A divisão e a especialização do trabalho são características importantes 
da vida social das abelhas.
( ) As glândulas ceríferas das abelhas secretam o néctar.
Um por todos e todos por um: a 
organização do enxame de Apis mellifera
O enxame de abelhas Apis mellifera é formado por três diferentes tipos de 
indivíduos, também chamados de castas, que são:
a rainha;•	
os zangões; e•	
as operárias.•	
Técnico em agropecuáriae-Tec Brasil 16
Os indivíduos de cada casta são morfológica (forma e estrutura do corpo ou 
dos órgãos) e fisiologicamente diferentes e cada um exerce uma função es-
pecífica na colônia. Nessa aula você aprenderá detalhes sobre a morfologia 
e a função da rainha. As características das operárias e dos zangões serão 
apresentadas na próxima aula.
Figura 1.6: A colmeia é constituída de três indivíduos diferentes: a rainha, as operá-
rias e os zangões. Esses indivíduos possuem formas diferentes entre si e cada um tem 
uma função na manutenção da colônia.
O número de indivíduos na colônia varia de acordo com:
a época do ano – nos períodos chuvosos e de frio, a oferta e a coleta de •	
néctar diminuem:
a florada (conjunto de flores)•	 – quanto melhor a florada, maior a dispo-
nibilidade de alimentos;
o clima – em regiões de clima subtropical e tropical existe uma maior •	
variedade de plantas de interesse para as abelhas em relação àquelas de 
clima temperado ou frio;
e-Tec BrasilAula 1 | Organização social das abelhas 17
a área disponível para a postura dos ovos (quantidade de favos); e•	
a capacidade de postura (de ovos) da rainha, que depende da sua idade •	
(quanto mais nova, maior a postura).
Entretanto, uma colônia normal de Apis mellifera é constituída por mais de 
sessenta mil abelhas operárias, aproximadamente quatrocentos zangões e 
uma rainha.
Deus salve a rainha!
Mel
(Caetano Veloso)
“Ó abelha rainha, faz de mim
Um instrumento de teu prazer
Sim, e de tua glória
Pois se é noite de completa escuridão
Provo do favo de teu mel
Cavo a direta claridade do céu
E agarro o sol com a mão
Existe uma única rainha em cada colmeia. Ela também é conhecida como 
abelha-mãe ou abelha-mestra. É ela que gera os novos indivíduos da co-
lônia, daí a sua vital importância. A rainha é sempre alimentada por uma 
secreção especial produzida pelas operárias, chamada de geleia real.
A capacidade de postura da rainha pode chegar a até três mil ovos diários. 
A quantidade de ovos vai depender:
da área disponível para postura;•	
da quantidade de alimento disponível, ou seja, da flora apícola;•	
da idade da rainha; e•	
das condições climáticas existentes.•	
Técnico em agropecuáriae-Tec Brasil 18
Todos os ovos são postos nos alvéolos dos favos. Após serem postos, os ovos 
podem ser fecundados ou não. O que determina se eles serão fecundados é 
a necessidade da colônia, ou seja, do tipo de indivíduo que a colônia precisa 
(você vai entender como eles podem ser selecionados mais à frente). Três 
dias após terem sido postos, os ovos e óvulos dão origem a larvas, que serão 
aquecidas e alimentadas pelas abelhas operárias jovens.
A determinação dos indivíduos da colônia
Três dias após ter sido fecundado, um óvulo dará origem a uma fêmea. Essa 
fêmea poderá ser uma rainha ou uma operária, dependendo:
da alimentação que ela vai receber (veremos com mais detalhes adiante) e•	
do berço onde ela está se desenvolvendo, ou seja, do tipo de alvéolo •	
onde o ovo será depositado.
A fecundação do óvulo é externa, ou seja, após o óvulo ter sido depositado 
no alvéolo a rainha libera espermatozóides para fecundá-lo.
Fonte: http://www.isgtw.org/?pid=1000536
Figura 1.7: Dependendo, entre outras coisas, do alvéolo em que o óvulo será posto, 
dele poderá sair uma rainha, uma operária ou um zangão.
Os óvulos que não serão fecundados são postos em alvéolos maiores que 
aqueles onde se desenvolvem as operárias. Esses óvulos darão origem aos 
machos, chamados de zangões. O processo de desenvolvimento dos machos 
é conhecido como partenogênese, que é o processo de reprodução onde 
não há a participação da célula masculina (espermatozóide).
Óvulo
A célula sexual proveniente 
da fêmea, antes da fecun- 
dação. Após ser fecundado 
pela célula sexual masculina 
passa a ser um ovo.
Glossário
e-Tec BrasilAula 1 | Organização social das abelhas 19
A rainha nasce de quinze a dezesseis dias após a postura do óvulo, em 
uma célula (alvéolo) especial conhecida como realeira. Na realeira o espaço 
é maior e permite o desenvolvimento pleno do seu corpo e o completo de-
senvolvimento de seu aparelho sexual, que é o que a diferencia das demais 
fêmeas (operárias). Para ter ideia de como é uma realeira, volte à Figura 1.6 
e observe as cinco células que aparecem na base do favo. Veja que existem 
cinco pontas com formato de amendoim. Essas são as realeiras e dentro de-
las se desenvolvem e nascem as rainhas.
A rainha é sempre maior que as operárias e os zangões, embora seja menos 
corpulenta que eles. Desde o primeiro instante de sua vida larvária até a sua 
morte, a rainha é alimentada com geleia real produzida ou secretada pelas 
operárias.
As larvas destinadas a serem operárias recebem, a partir do quarto dia de 
idade, um alimento diferente daquele dado àquelas larvas destinadas a se-
rem rainhas. A partir desse momento, a geleia real é substituída por uma 
substância conhecida como quilo, que é constituída de néctar ou água, mel 
e pólen.
Todas as células contendo as crias de zangões, rainhas ou operárias são oper-
culadas (fechadas) quando as larvas completam nove dias de idade. Esse 
tempo de nove dias inclui os três dias da fase de ovo. Os opérculos das 
células que vão gerar operárias são colocados na posição horizontal (são 
lisos), enquanto os dos zangões formam saliências arredondadas e bastante 
distintas quando se observa um favo deitado.
Os opérculos que fecham os alvéolos com as crias possuem uma coloração 
entre o amarelo e o marrom, além de possuírem poros para a passagem do 
ar para as larvas. Já os opérculos que fechamos alvéolos onde fica a pro-
dução de mel são de cor branca e promovem um fechamento hermético 
(completamente fechado), impedindo que o mel absorva umidade do ar e 
fique azedo.
Opérculo
Fina camada de cera 
produzida pelas abelhas 
e por elas utilizada para 
fechar as células do favo 
onde se encontram as crias 
com mais de nove dias de 
idade ou o mel.
Glossário
Técnico em agropecuáriae-Tec Brasil 20
Figura 1.8: Ciclo de desenvolvimento das abelhas, da postura do óvulo à abelha adulta.
Atividade 3
Atende ao Objetivo 3
A seguir você vai encontrar quatro quadros com informações específicas em 
cada um deles. Faça uma associação entre eles a partir do que você apren-
deu sobre o desenvolvimento dos diferentes tipos de abelhas.
Se você achou difícil começar essa atividade, veja uma dica de como resolvê-
la no final da mesma.
Realeiras
Casulo
Invólucro construído 
pela larva dos insetos 
holometabólicos. Ali dentro 
eles passam pela fase de pupa 
e se transformam em adulto.
Fonte: Dicionário Michaelis 
de Língua Portuguesa.
Glossário
e-Tec BrasilAula 1 | Organização social das abelhas 21
DICA: Você teve dificuldade para começar essa atividade? Então siga esses 
passos:
Identifique cada tipo de abelha que você encontrar no primeiro quadro. •	
Que tipo de abelha é aquela indicada pela letra a? Quem são b e c?
Depois relacione cada indivíduo com o tipo de ovo que pode ter gerado •	
aquela abelha.
Agora identifique o tipo de alvéolo em que o ovo deve ter sido posto.•	
Por fim, diga qual o tipo de alimentação que aquele indivíduo recebeu •	
durante o desenvolvimento.
Agora, mãos à obra!
O voo da rainha
Aos cinco dias de idade, após seu nascimento, a rainha atinge a maturidade 
sexual, ou seja, seus órgãos sexuais estão plenamente desenvolvidos e ela 
está apta para reprodução. Nessa fase ela também passa a ter estímulo para 
o acasalamento, o que dura até os vinte e cinco dias de idade. Caso seja im-
pedida de acasalar nesse período, ela jamais o fará, ficando impossibilitada 
de produzir fêmeas.
Técnico em agropecuáriae-Tec Brasil 22
Geralmente, ao atingir a maturidade sexual, a rainha começa a ensaiar pe-
quenos voos na frente da colmeia. Esses voos têm a finalidade de exercitar 
as asas e aprender a localizar a sua habitação, ou seja, memorizar a colmeia 
geograficamente.
Após esses voos a rainha estará apta a efetuar um ou mais voos nupciais. 
Você já ouviu falar no voo nupcial da rainha? Não? Então, vamos entender 
essa história. Após ter certeza de que encontrará o caminho de volta, a 
rainha parte velozmente para grandes alturas, liberando o feromônio que 
atrai os machos para a cópula (ato sexual). O feromônio é produzido pelas 
glândulas mandibulares e tem como componente ativo o ácido 9 ceto 2 
trans decenóico, que tem uma característica muito interessante. Quando ele 
é lançado pela rainha em um voo realizado abaixo de 11 metros de altura, 
ela atrai as operárias. Quando é lançado acima de 11 metros de altura, ele 
atrai os zangões.
Nos locais onde existem concentrações de abelhas em colmeias (apiários), 
grandes grupos de zangões permanecem reunidos em alturas superiores a 
11 metros. Esses espaços onde os zangões ficam reunidos são chamados de 
acasalatórios. Os machos se concentram ali, em horários entre nove horas 
da manhã e quatro horas da tarde, à espera de rainhas virgens para o acasa-
lamento. As rainhas que passam pelos acasalatórios lançam seu feromônio 
e são perseguidas por grupos de zangões. Entretanto, os zangões velhos, 
doentes ou defeituosos vão ficando pelo caminho, sendo a rainha acasalada 
pelos zangões mais jovens e vigorosos, ou seja, pelos melhores.
Figura 1.9: O voo nupcial. A rainha libera um feromônio que atrai os zangões que 
estão no acasalatório. Apenas os zangões mais aptos conseguem alcançá-la.
O voo nupcial não ocorre em dias chuvosos. Caso a rainha fique retida na 
colmeia até os 25 dias de idade ela perderá o estímulo ao acasalamento. 
Feromônio
Substância química 
secretada no ambiente por 
insetos e mamíferos e que 
age como atraente sexual ou 
como marcador de trilhas.
Fonte: Caldas Aulete – 
Dicionário Contemporâneo 
da Língua Portuguesa.
Componente ativo
Também chamado de 
princípio ativo, é o 
componente de uma 
substância ou medicamento 
que exerce o efeito 
esperado.
Glossário
e-Tec BrasilAula 1 | Organização social das abelhas 23
Quando isso acontece só ocorrerá postura de óvulos, que gerarão zangões, 
por falta de fecundação, já que a rainha não terá os espermatozóides neces-
sários para a fecundação dos mesmos.
Durante o voo nupcial a rainha é copulada por nove a dez zangões, o que 
lhe garante fertilidade para o resto de sua vida, que pode durar até cinco 
anos. Durante a cópula os zangões depositam seus espermatozóides na rai-
nha. Esses espermatozóides são então armazenados em um compartimento 
especial que fica no abdômen da rainha e é chamado de espermateca. Se o 
número de espermatozóides na espermateca, provenientes do primeiro voo 
nupcial, não for suficiente para garantir a fertilidade da rainha por toda sua 
vida, ela poderá realizar um novo voo nupcial. Esse novo voo poderá ocorrer 
após alguns minutos de descanso da rainha.
As pesquisas demonstram que o encontro da rainha com o zangão sempre 
se dá fora da colmeia, em pleno voo. Os acasalamentos sempre têm início 
acima de 11 metros, mas podem ter continuidade no solo. Esse é um dos 
motivos por que muitas rainhas não retornam do voo nupcial, pois são víti-
mas de pássaros ou outros animais.
Depois de acasalar, a rainha nunca mais sairá da colmeia e passará a ter 
um comportamento diferente do que possuía quando era virgem, que era 
um estado de excitabilidade. Após o acasalamento, ela se torna tímida e 
se movimenta de forma bastante lenta. Além de produzir os óvulos, agora 
ela também carrega na espermateca os espermatozóides necessários para 
fecundá-los.
E o que acontece depois da cópula?
A rainha começa a desovar (pôr os óvulos), geralmente, cerca de três dias 
após ter acasalado. Ela põe, normalmente, apenas um óvulo em cada alvéo-
lo, começando a colocar nos alvéolos que estão no centro do favo e seguin-
do em direção aos alvéolos que estão na periferia.
As principais características morfológicas dos óvulos são:
possuem coloração branco leitosa;•	
têm forma cilíndrica; e•	
uma de suas extremidades é mais volumosa que a outra.•	
Técnico em agropecuáriae-Tec Brasil 24
O óvulo é colocado dentro do alvéolo na posição vertical. Com o tempo ele 
começa a inclinar até ficar completamente estendido no fundo da célula. 
Veja como na Figura 1.10.
Figura 1.10: A rainha deposita o óvulo na posição vertical. Conforme cresce, ele vai 
se inclinando no fundo do alvéolo até ficar deitado.
A rainha possui dois ovários e é dentro deles que os óvulos são formados. 
Depois de formados, eles passam pelos respectivos ovidutos e podem rece-
ber ou não os espermatozóides que estão armazenados na espermateca. Em 
seguida, eles passam pela vagina. Finalmente, os óvulos escorregam pelo 
aguilhão (ferrão), que faz o papel de ovipositor.
Mas o que você acha que acontece quando a espermateca se esgota? Se 
você respondeu que a partir daí só nascerão zangões, você está certo. Quan-
do isso acontece, os óvulos não podem mais ser fecundados e todas as abe-
lhas nascem machos, constituindo o que chamamos de família zanganeira.
Quanto mais jovem é a rainha, maior será a sua postura. Por esse motivo, 
embora uma rainha chegue a viver de três a cinco anos, é aconselhável que 
o apicultor procure substituí-la com um ano de idade ou, no máximo, dois 
anos.
Mas como é possível identificar a rainha para poder substituí-la? É simples.Basta marcá-la com esmalte de unha de cor facilmente visível. A marcação 
é feita no tórax e as cores como a amarela, branca, azul e vermelha clara 
são mais fáceis de se ver na colmeia quando se pretende, por alguma razão, 
Ovopositor
Órgão utilizado para realizar 
o depósito de ovos.
Glossário
e-Tec BrasilAula 1 | Organização social das abelhas 25
encontrar a rainha. Essa marcação é feita após a rainha se acasalar natural-
mente ou ser inseminada instrumentalmente (por ação humana). Para iden-
tificar a rainha na colmeia basta observar algumas de suas características 
morfológicas, como:
a coloração do seu abdômen, que, geralmente, é avermelhado, e•	
o maior comprimento de seu•	 corpo em relação às operárias e aos 
zangões.
Fonte: www.sxc.hu/photo/1133570
Ba
nj
o 
A
ri
O mundo das abelhas é fascinante, não é mesmo? Exis-
tem muitas outras informações sobre o desenvolvimento 
das abelhas, sua biologia e forma de organização. Ficou 
curioso? Quer saber mais? Então, procure um computador 
e entre no seguinte endereço da internet:
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/Fon-
tesHTML/Mel/SPMel/historico.htm
Esta é uma página produzida pela Embrapa (Empresa Bra-
sileira de Pesquisa Agropecuária), que é um órgão vincula-
do ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 
que tem como objetivo buscar soluções de pesquisa, de-
senvolvimento e inovação para que a agricultura brasileira 
tenha sustentabilidade. Vale a pena conferir!
Técnico em agropecuáriae-Tec Brasil 26
Atividade 4
A seguir você vai encontrar uma lista de eventos que vão até a postura dos 
óvulos ou ovos pela rainha. Coloque esses acontecimentos em ordem cro-
nológica.
Os óvulos passam pelos ovidutos, onde podem ou não ser fecundados.
Os ovos ou óvulos passam pela vagina.
A rainha atinge sua maturidade sexual.
Os óvulos ou ovos são ovipostos através do aguilhão da rainha.
A rainha copula com vários zangões.
Os ovários da rainha produzem óvulos.
Resumo
Apicultura é a criação de abelhas •	 Apis mellifera para comercialização de 
produtos (mel, cera, pólen, geleia real, própolis, apitoxina).
As primeiras raças de abelhas produtoras de mel introduzidas no Brasil •	
foram: Apis mellifera mellifera, Apis mellifera caucásica, Apis mellifera 
ligustica e Apis mellifera carnica.
Para aumentar a produtividade das abelhas, foi introduzida no país a es-•	
pécie Apis mellifera scutellata, também conhecida como abelha africana. 
O cruzamento dessa espécie com as existentes no país gerou abelhas 
mais defensivas, mas também mais eficientes.
e-Tec BrasilAula 1 | Organização social das abelhas 27
Para lidar com as abelhas africanizadas é preciso utilizar: botas, calças e •	
camisas largas, chapéu de palha com abas largas e véus para proteger o 
rosto e o pescoço.
A abelhas são conhecidas pela divisão e especialização do trabalho.•	
Durante o seu desenvolvimento, as abelhas passam por várias fases: ovo, •	
larva, pré-pupa, pupa (ninfa) e adulto.
A cera é produzida pelas glândulas ceríferas e usada para a construção dos •	
favos, que, por sua vez, são constituídos por muitos alvéolos (células).
O enxame é formado por três diferentes tipos de indivíduos (castas): rai-•	
nha (põe os ovos), operárias (força de trabalho) e zangões (produção de 
esperma).
O tamanho do enxame varia de acordo com: época do ano, florada, •	
clima, área disponível para a postura e capacidade de postura da rainha.
Os ovos que são fecundados podem dar origem às operárias ou à rainha, •	
dependendo da alimentação e do tipo de alvéolo em que foram coloca-
dos. Para gerar uma rainha, o óvulo deve ser posto em um alvéolo cha-
mado realeira, e ela deve ser sempre alimentada com geleia real.
Os ovos não fecundados dão origem aos zangões.•	
Os alvéolos com óvulos e com mel são operculados (fechados com cera).•	
Após a maturação sexual, a rainha realiza o voo nupcial. Ao atingir 11 •	
metros de altura ela libera feromônio que atrai os zangões. Os zangões 
mais fortes alcançam a rainha e copulam com ela. A rainha armazena os 
espermas na espermateca.
Informações sobre a próxima aula
Na próxima aula, você irá conhecer os diferentes períodos de vida das ope-
rárias e suas diferentes fases, bem como as tarefas por elas desenvolvidas 
desde o nascimento até a morte. Conhecerá também a forma como elas se 
comunicam entre si, a localização das fontes de alimentos descobertas e as 
características e funções dos zangões na colônia. Até lá!
Técnico em agropecuáriae-Tec Brasil 28
Respostas das atividades
Atividade 1
(5) Impede a saída da rainha da colônia.
(4) São também conhecidas como abelha Europa ou “Oropa”.
(6) Abelhas de origem africana.
(2) Apresentam como principais características alta capacidade de enxame-
ação e de defensibilidade.
(3) Um dos itens de proteção necessário para o manuseio de abelhas.
(1) Abelhas dóceis, de coloração acinzentada, originária dos Alpes suíços.
Atividade 2
(F) As abelhas são insetos holometabólicos que apresentam metamorfose 
completa, ou seja, existe uma grande diferença entre a larva jovem e a 
adulta.
(F) A sequência correta é: ovo, larva, pré-pupa, ninfa (ou pupa) e adulto.
(V)
(V)
(F) As glândulas ceríferas secretam cera.
Atividade 3
A abelha a é uma operária (porque é menor que as outras). Essas abelhas 
nascem de ovos fecundados que são colocados em alvéolos menores. As 
operárias são alimentadas com geleia real apenas até o quarto dia, depois 
recebem o quilo até se tornarem adultas.
A abelha b é a rainha (a maior de todas). A rainha também nasce de ovos 
que foram fecundados. Esses ovos são colocados em realeiras. As rainhas 
e-Tec BrasilAula 1 | Organização social das abelhas 29
são alimentadas com geleia real durante todo o seu desenvolvimento.
A abelha c é um zangão (maiores que as operárias e menores que a rainha). 
Eles nascem de ovos que não foram fecundados. Esses ovos são colocados 
em alvéolos de maior tamanho que os das operárias. Os zangões são alimen-
tados da mesma forma que as operárias.
Atividade 4
A rainha atinge sua maturidade sexual.
Os ovários da rainha produzem óvulos.
A rainha copula com vários zangões.
Os óvulos passam pelos ovidutos, onde podem ou não receber espermato-
zóides para serem fecundados.
Os ovos ou óvulos passam pela vagina.
Os ovos ou óvulos são ovipostos através do aguilhão da rainha.
Referências bibliográficas
AMARAl, E. & S. B. Insetos úteis. Piracicaba, Livroceres, 1979. 192 p.
GAZIRE, J. Apicultura em detalhes: roteiro para um curso médio de apicultura. Belo 
Horizonte, 2008.
JEAN-PROST, P. Apicultura: conocimiento de la abeja, manejo de la colmena. Madrid, 
Mundi-Prensa, 1981.
SANTOS, C. S. ; RIBEIRO, A. S. Apicultura uma Alternativa na Busca do Desenvolvimento 
Sustentável. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável – Grupo Verde 
de Agricultura Alternativa (GVAA). Revista Verde (Mossoró – RN – Brasil) v.4, n.3, p.01/06 
– julho/setembro de 2009. http://revista.gvaa.com.br
SILVA, H. Organização social das abelhas. In: Informe Agropecuário, 106, EPAMIG, Belo 
Horizonte, 1983, p.6-11.
e-Tec BrasilAula 2 | Organização social das abelhas: operária e zangão 31
Aula 2 | Organização social das 
abelhas: operária e zangão
Meta da aula
Apresentar a fisiologia da operária e do zangão.•	
Objetivos da aula
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. identificar os diferentes períodos de vida da abelha operária e 
as suas diferentes fases;
2. identificar as características morfo-fisiológicas da abelha operária;
3. relacionar as características morfo-fisiológicas dos zangões com 
as funções desempenhadas por eles.
Entendendo como as abelhas 
funcionam
Você já se perguntoupor que as pessoas vão ao médico? Geralmente, elas 
vão ao médico porque estão doentes, não é mesmo? No consultório, o mé-
dico faz perguntas ao paciente, analisa os seus sintomas e, por fim, indica 
um tratamento ou receita um remédio para tentar curá-lo.
Toda doença interfere no bom funcionamento do organismo, seja humano 
ou animal. É por isso que todo médico precisa entender como o organismo 
funciona. Para curar o organismo ou fazê-lo trabalhar melhor é preciso en-
tender a sua fisiologia, ou seja, o seu funcionamento.
Agropecuáriae-Tec Brasil 32
Dando continuidade ao tema da Aula 1, onde você estudou detalhes sobre a 
abelha-rainha, nesta aula você vai entender como as abelhas operárias e os 
zangões se desenvolvem e quais as suas funções dentro da colmeia. Estudar 
a fisiologia das abelhas é muito importante para que o apicultor possa de-
senvolver técnicas que tornem a colmeia mais produtiva e eficiente. Então, 
vamos lá!
Por dentro das operárias: A fisiologia da 
abelha operária
O corpo das abelhas, seja ela rainha, operária ou zangão, é dividido em três 
partes (Figura 2.1):
cabeça,•	
tórax e•	
abdômen.•	
e-Tec BrasilAula 2 | Organização social das abelhas: operária e zangão 33
Figura 2.1: Morfologia de uma abelha. A divisão do corpo em três partes: cabeça, 
tórax e abdômen.
O corpo das abelhas é coberto de pelos e possui, externa e internamente, 
diversos órgãos que desempenham funções específicas e distintas. Veja, a 
seguir, os órgãos que compõem cada uma das três partes de uma abelha.
Vamos começar pelos órgãos da cabeça:
O sistema visuala) 
No alto da cabeça da abelha estão 
localizados os olhos compostos, 
um de cada lado (Figura 2.2). A 
superfície de cada olho composto 
é facetada. Você sabe o que sig-
nifica facetado? Não? Então, ob-
serve a imagem do cristal ao lado. 
Você percebe que ele possui vá-
rias superfícies planas? Cada uma 
dessas superfícies é uma face, ou 
seja, essa gema tem várias faces 
e, por isso, dizemos que ela é facetada, ou melhor, multifacetada. Os olhos 
compostos das abelhas também são assim.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1134743
Ja
yc
y 
C
as
ta
ñe
da
Agropecuáriae-Tec Brasil 34
Cada uma das facetas do olho composto é chamada de omatídio. Cada 
olho composto possui milhares de omatídios. Cada grupo de sete omatídios 
é ligado entre si por um filamento nervoso. Os olhos compostos são fixos, 
ou seja, eles não se movimentam de um lado para o outro como os nossos. 
Entretanto, os omatídios se movimentam em várias direções, dando à abelha 
uma capacidade visual fantástica.
Ao sair da colmeia a abelha consegue separar trezentos objetos em um úni-
co olhar. Nós conseguimos separar apenas trinta objetos em um piscar de 
olhos.
Na parte superior central da cabeça, dispostos em forma de triângulo, estão 
localizados os olhos simples, também chamados de ocelos (Figura 2.2). São 
três minúsculos olhos que permitem enxergar de perto e no escuro.
As antenasb) 
As abelhas possuem um par de antenas. Elas estão localizadas na parte cen-
tral da cabeça da operária (Figura 2.2). As antenas possuem movimentos 
livres e são divididas em seções (Figura 2.2), ao longo das quais existem 
milhares de minúsculos orifícios. Nas antenas estão localizados os seguintes 
órgãos dos sentidos: tato, olfato e audição.
O aparelho bucalc) 
Na parte inferior da cabeça, localiza-se a boca da operária, formada por 
mandíbulas, palpos labiais e língua (Figura 2.2). A língua (ou glossa) é envol-
vida pelas mandíbulas e pelos palpos labiais. Os palpos formam uma espécie 
de bainha, por onde a língua desliza no trabalho de coleta de alimento e 
água. A língua tem duas funções: lamber e sugar.
e-Tec BrasilAula 2 | Organização social das abelhas: operária e zangão 35
Figura 2.2: Os principais órgãos da cabeça de uma abelha: os componentes do siste-
ma visual, as antenas e os órgãos que compõem o aparelho bucal.
Agora que você já aprendeu sobre os órgãos que compõem a cabeça, vamos 
ver os que estão localizados no tórax das abelhas?
O tórax é a parte intermediária do corpo da abelha e fica localizado entre 
a cabeça e o abdômen. Nele estão localizados os membros locomotores da 
abelha: dois pares de asas e três pares de patas. Nas patas traseiras (ou tíbias) 
há um rebaixamento achatado denominado corbícula, também chamado de 
cesta de pólen (Figura 2.3). As corbículas são usadas pelas abelhas campei-
ras para o transporte do pólen e da resina coletados das plantas.
Agropecuáriae-Tec Brasil 36
Figura 2.3: No tórax das abelhas estão as asas e as patas. No detalhe amplificado de 
uma das patas posteriores podemos ver uma corbícula, local que serve para o trans-
porte de pólen.
E no abdômen, que órgãos podem ser encontrados nessa parte do corpo da 
abelha?
O abdômen é formado por sete anéis (ou segmentos) que estão interligados 
por músculos e membranas que lhe dão bastante flexibilidade. Observe es-
ses segmentos na Figura 2.3.
Dentro do abdômen encontramos o papo ou vesícula melífera, para onde o 
néctar é recolhido e onde será transformado em mel. Na extremidade pos-
terior da vesícula melífera existe uma válvula chamada pró-ventrículo que 
regula a passagem do alimento para o ventrículo, que é o estômago da 
abelha. O ventrículo está ligado ao intestino delgado, que, por sua vez, está 
ligado ao intestino grosso (ou reto). Na extremidade do reto fica o orifício 
anal (ou ânus). Veja todos os órgãos descritos na Figura 2.4.
Figura 2.4: Anatomia interna da abelha. No abdômen da abelha é possível encontrar 
os órgãos do seu sistema digestivo e os responsáveis pela produção de mel.
e-Tec BrasilAula 2 | Organização social das abelhas: operária e zangão 37
As operárias são indivíduos do mesmo sexo que a rainha. Entretanto, seus 
órgãos de reprodução são atrofiados (não desenvolvidos). Você lembra que 
os ovos que vão dar origem às operárias são colocados em alvéolos meno-
res? Esse fato, aliado à ausência da geleia real em sua alimentação após o 
terceiro dia de vida larvária, impede que esses órgãos se desenvolvam de for-
ma adequada. São elas que executam todos os trabalhos das colmeias, sen-
do as únicas responsáveis pelo bem-estar material da colônia. Mais à frente 
você irá aprender com detalhes sobre as tarefas realizadas pelas operárias.
As operárias nascem de óvulos que foram fecundados, vinte e um dias após 
a postura. Elas vivem, em média, de 42 a 60 dias. Alguns fatores irão influen-
ciar no seu período de vida útil. Alguns deles são:
 a distância entre a colmeia e a fonte de alimento;
 a qualidade e a quantidade do alimento disponível;
 as condições climáticas locais e
 a época do ano.
Fonte do ícone: http://www.sxc.hu/photo/907371 – Julien Osotimehin
Por exemplo, em épocas de grande atividade, as operárias não ultrapassam 
os 28 dias de vida. A época de grande atividade para as abelhas é, normal-
mente, a primavera. Entretanto, ela pode variar de uma região para outra 
em função das condições climáticas e das diferentes plantas cultivadas em 
cada região. A maior ou menor atividade das abelhas, em relação à pro-
dução de mel, está diretamente ligada às floradas existentes. Quando o 
interesse é a produção de própolis, o importante passa a ser o período de 
produção de resinas pelas plantas. As resinas são as matérias-primas neces-
sárias para a produção da própolis.
As diversas tarefas que são realizadas dentro e fora da colmeia, exclusiva-
mente pelas operárias, são executadas por elas desde o seu nascimento até 
Agropecuáriae-Tec Brasil 38
os últimos instantes de vida. Entretanto, conforme vão ficando mais velhas, 
é observada a formação de uma escala de serviços a ser desempenhada. Sehouver necessidade por parte da colônia poderá ocorrer a antecipação ou o 
retardamento dessas atividades.
Um bom exemplo para entender essa história é quando o apicultor muda 
uma colmeia de lugar. Se ele fizer essa mudança sem tomar os cuidados 
necessários (esses cuidados serão abordados na aula sobre manejo de col-
meias), a colônia perderá as abelhas campeiras (as que visitam as flores e 
trazem o pólen). Se isso acontecer, as abelhas novas, que deveriam estar 
produzindo cera, por exemplo, passarão a exercer precocemente a função 
de campeiras.
O primeiro período na vida de uma operária
A vida das operárias compreende três períodos distintos. O primeiro período 
tem início com a postura do óvulo que dará origem a uma abelha fêmea. 
Depois de fecundado, o ovo permanece três dias em célula aberta, ou seja, 
durante esse tempo o alvéolo está sem o opérculo (lembra-se da Aula 1?). O 
primeiro período termina com o nascimento do inseto perfeito.
Os estágios do ovo dentro do alvéolo são:
no primeiro dia ele está em pé,•	
no segundo dia ele começa a se inclinar e,•	
no terceiro dia, repousa no fundo da célula, ocasião em que ele eclode e •	
origina a larva.
A fase de larva dura seis dias, continuando aberta durante esse período. A 
larva, que inicialmente está distendida no fundo da célula, vai se curvando 
progressivamente. No terceiro dia as extremidades da larva se tocam; a partir 
daí ela cresce rapidamente e ocupa toda a célula (Figura 2.5).
e-Tec BrasilAula 2 | Organização social das abelhas: operária e zangão 39
Figura 2.5: Morfologia do desenvolvimento do ovo e da larva dentro do alvéolo. As 
três primeiras imagens mostram os três dias da fase do ovo. As imagens seguintes 
mostram quatro momentos do desenvolvimento da fase de larva.
Nos três primeiros dias, a larva é alimentada somente com geleia real. Os úl-
timos três dias são de extrema importância, pois a larva sofre uma castração 
alimentar, sendo a geleia real substituída por uma mistura de mel, pólen e 
água, conhecida como quilo. A partir desse momento, está definido: essa 
abelha será uma operária e terá toda a sua estrutura física desenvolvida 
para o trabalho. Durante essa fase, a larva recebe aproximadamente dez mil 
visitas de abelhas operárias para simples inspeção ou para distribuição de 
alimento. No sexto dia a célula é operculada, ou fechada.
Durante o desenvolvimento a larva sofre quatro mudas de pele com a célula 
aberta. Depois acontece outra muda com a célula operculada. Essas mudas 
de pele são chamadas também de ecdíases.
O período em que a célula com a larva fica fechada dura doze dias (contan-
do com o dia em que ela foi operculada). A partir do dia seguinte ao alvéolo 
ter sido operculado ocorrem os seguintes eventos:
O tecimento do casulo durante os dois primeiros dias após a célula ser •	
operculada.
O repouso. Essa é a fase de pré-ninfa, que dura três dias. Nela a larva •	
descansa do enorme esforço que fez para tecer o casulo de seda. No fim 
dessa fase ela muda de pele.
A ninfose. Esse é o estado em que ocorre a transformação da larva (pré-•	
ninfa) em ninfa. A ninfa geralmente permanece imóvel dentro de um 
casulo de seda. Durante essa fase, ela respira com dificuldade, não se ali-
menta e perde de 10 a 45% do peso. É durante essa fase que os órgãos 
larvares se desfazem e forma-se o inseto adulto.
Casulo
Invólucro flexível que 
envolve um animal durante 
uma fase inativa de seu ciclo 
reprodutivo.
Glossário
Agropecuáriae-Tec Brasil 40
Ao final de seu desenvolvimento (com a célula ainda operculada) a ninfa:
tece um casulo de seda durante dois dias;•	
descansa, durante três dias, e muda de pele pela última vez e,•	
por fim, sofre a metamorfose.•	
Assim, doze dias após o alvéolo ter sido fechado, a operária rasga o opérculo 
e sai da célula, nascendo como um inseto adulto perfeito.
Os números de dias apresentados, relativos à duração das diferentes fases da 
evolução, são médias dos tempos normalmente observadas por apicultores 
e pesquisadores da vida das abelhas. Geralmente, uma temperatura muito 
favorável, na faixa de 33°C a 36°C, acelera o crescimento e a metamorfose 
da abelha. Por outro lado, um resfriamento produz o efeito contrário. Essa é 
a razão pela qual no centro do ninho de cria (abelhas em desenvolvimento) 
as futuras abelhas evoluem mais rapidamente do que nas extremidades, pois 
no centro a temperatura é maior.
Na colmeia, a cria ocupa um espaço esferoidal (circular), que é chamado de 
ninho de cria. Nesse espaço ficam alternados, em zonas concêntricas:
os ovos,•	
as larvas e•	
as ninfas.•	
O ninho de cria, que é o centro da colônia, é instalado, mantido e cuidado 
pelas operárias, e a posição dos seus favos não deve ser alterada. A alteração 
irá dispersar as crias e dificultar o trabalho das abelhas nutrizes (responsáveis 
por alimentar as crias) e o controle da temperatura.
e-Tec BrasilAula 2 | Organização social das abelhas: operária e zangão 41
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
Você percebeu que durante o primeiro período da vida da abelha operária 
ela passa por várias fases, não é mesmo? A tabela a seguir tenta resumir 
todas essas mudanças, mas ela está incompleta. Que tal você completá-la? 
Assim, você terá um resumo organizado dessas informações e ficará muito 
mais fácil estudar. Vamos lá?
Desenvolvimento da operária no primeiro período de vida
Dia Fase Alimentação Estado da célula e da cria
1º Ovo – A célula está aberta e o ovo fecundado está 
em pé no fundo do alvéolo
2º
3º
4º ao 6º Célula aberta e a larva cresce até que suas 
extremidades se tocam
7º ao 8º Larva
9º Quilo
10º ao 11º Célula operculada e a larva tece um casulo 
de seda
12º ao 14º Pré-ninfa Célula operculada e a larva fica em repouso 
e muda de pele
15º ao 20º Ninfa
21º Adulto
22º A operária adulta não está mais no alvéolo
O segundo período da vida da operária
O segundo período de vida da operária vai desde o nascimento do inseto 
perfeito até o primeiro voo para a coleta de alimento no campo.
Ao nascerem, as operárias são inexperientes e fracas e, por esse motivo, 
ficam inativas durante um curto espaço de tempo. Após esse período elas 
iniciam suas atividades.
Agropecuáriae-Tec Brasil 42
Numa fase que vai do primeiro ao terceiro dia de vida adulta, as operárias 
fazem a limpeza:
 da colmeia,
 dos depósitos de mel e pólen e
 das células destinadas ao desenvolvimento de novas operárias, 
zangões ou rainhas.
Fonte do ícone: http://www.sxc.hu/photo/1199766 – Jean Scheijen
Nesta fase as operárias são conhecidas como faxineiras ou camareiras.
Figura 2.6: Nos três primeiros dias de vida, as operárias trabalham fazendo a limpeza 
da colmeia. Por isso, nessa fase são chamadas de faxineiras ou camareiras.
A partir do quarto dia de vida as operárias passam a executar a sua mais 
importante tarefa no interior da colmeia. Elas passam a preparar o alimento 
e cuidar da alimentação das larvas. Inicialmente alimentam as larvas mais ve-
lhas e, posteriormente, as mais novas. Nessa fase elas são conhecidas como 
nutrizes. As nutrizes se alimentam de mel, pólen e água. Essa alimentação é 
transformada quimicamente por glândulas conhecidas como glândulas qui-
líferas. Após sofrer a transformação, esse alimento (o quilo) é regurgitado 
para o fundo das células contendo as larvas com mais de três dias para serem 
alimentadas.
e-Tec BrasilAula 2 | Organização social das abelhas: operária e zangão 43
Aos oito dias de idade, ocorre o desenvolvimento de duas importantes glân-
dulas:
as glândulas hipofaringeanas, que produzem uma substância clara e pro-•	
teica, e
as glândulas mandibulares, que produzem uma substância branco-leitosa •	
rica emgorduras ou lipídeos.
A mistura das substâncias produzidas por essas glândulas é a geleia real, que 
as operárias passam a secretar e com a qual alimentam as larvas de até três 
dias e a rainha.
As abelhas encarregadas de alimentar a rainha são conhecidas como abelhas 
da corte real ou damas de honra, sendo responsáveis pela sua toalete (lim-
peza), recolhendo as suas fezes e descartando-as fora da colmeia. A rainha 
é a única que consegue expelir as fezes no interior da colmeia. Para expelir 
suas fezes as operárias e os zangões necessitam estar em pleno voo, com a 
traqueia cheia de ar.
Na Aula 1, falamos sobre as glândulas ceríferas, lembra? O desenvolvimento 
dessas glândulas, a partir dos doze dias de idade, marca o início da fase em 
que as abelhas são conhecidas como engenheiras. Nessa fase, elas produ-
zem a cera utilizada para construir os favos. Essa cera também é utilizada 
para opercular as células contendo mel ou larvas com nove dias de idade. 
Esta fase vai até ao seu décimo oitavo dia de vida. É importante ressaltar que, 
dependendo da época do ano, as abelhas necessitam de 10 a 12 quilos de 
mel para produzir um quilo de cera. A cera é, portanto, um produto caro.
Até os dezoito dias de idade as operárias apresentam fototropismo negativo, 
saindo da colmeia apenas para realizar voos de higiene. A partir de dezoito 
dias de idade esse comportamento muda. A partir desse momento elas têm 
seu ferrão plenamente desenvolvido e passam a apresentar fototropismo 
positivo. Nessa fase algumas passam a defender a entrada da colmeia e são 
conhecidas como guardas ou soldados.
Traqueia
Nos insetos, são canais 
que levam ar para todas as 
partes do corpo.
Glossário
Fototropismo
O movimento em relação à 
luz (pode ser de uma planta 
ou animal).
Fototropismo negativo
Quando a abelha foge 
da claridade (movimento 
contrário em relação à luz) 
e desenvolve suas atividades 
no interior da colmeia.
Fototropismo positivo
Quando a abelha busca 
a claridade (movimento a 
favor da luz) e desenvolve 
suas atividades fora da 
colmeia. Isso acontece 
na fase de campeira ou 
coletora.
Glossário
Agropecuáriae-Tec Brasil 44
As mil e uma utilidades da Glândula de Nasanoff
Você já deve ter percebido que as abelhas têm muitas glân-
dulas, não é mesmo? Talvez você não aprenda sobre todas 
elas, mas vai conhecer mais uma: a glândula de Nasanoff.
Essa glândula está localizada entre o penúltimo e o último 
segmento abdominais das operárias. Ela produz um feromô-
nio conhecido como acetato de isoamila. Esse feromônio é 
utilizado pelas operárias para:
• marcar o inimigo para que outras abelhas o ferroem,
• marcar as flores onde não existem mais alimentos para coletar e
• atrair as outras abelhas para junto da rainha, protegendo-a 
e mantendo a família unida contra possíveis ataques de ou-
tras abelhas.
O terceiro período da vida da operária
Como dito anteriormente, após o desenvolvimento completo do ferrão algu-
mas abelhas se tornam guardas ou soldados da colmeia. As outras passam a 
executar um voo estacionário na frente de suas colmeias. Esse voo é conheci-
do como “Sol Artificial”. Esse é um voo de treinamento, no qual as operárias 
exercitam as suas asas e aprendem a memorizar geograficamente as suas mo-
radias. Feito isso, elas partem para o campo em busca de alimentos, que serão 
encontrados a partir das informações recebidas de operárias mais velhas.
e-Tec BrasilAula 2 | Organização social das abelhas: operária e zangão 45
Quer Comer? Então dance!
Você aprendeu que as abelhas que partem para o campo 
em busca de comida fazem isso a partir de informações 
passadas pelas operárias mais velhas. Você se perguntou 
como será que isso acontece? Afinal de contas abelhas não 
falam. Como será que elas se comunicam?
Um pesquisador austríaco chamado Karl Von Frisch resol-
veu estudar a comunicação entre as abelhas Apis mellifera. 
Ele descobriu que essas abelhas comunicam a direção da 
fonte de alimento através de danças. Elas se utilizam do 
sol como uma bússola que orienta as suas idas e vindas ao 
campo.
Quando as fontes de alimento estão situadas a menos de 
100 metros da colmeia, a mensagem é passada através de 
uma dança que ele chamou de dança arco ou dança cir-
cular. Quando as fontes estão localizadas a mais de 100 
metros da colmeia, elas são comunicadas através de uma 
dança corporal, também chamada de dança do requebra-
do ou dança em oito.
Agropecuáriae-Tec Brasil 46
Então, é a partir do voo para o campo que se inicia o terceiro e último perí-
odo de vida da operária. Esse período vai desde o primeiro voo de coleta no 
campo até a sua morte. Essas abelhas são chamadas de abelhas campeiras. 
Elas vão trabalhar no campo, onde irão coletar:
 néctar,
 água,
 pólen e
 resinas.
Fonte do ícone: www.sxc.hu/photo/1223538 – Melita Migan Zgombic
Luz polarizada
Um conjunto de ondas 
eletromagnéticas que se 
propagam em apenas uma 
direção. Uma luz polarizada 
não reflete em todas as 
direções, diferentemente 
de, por exemplo, da luz 
comum de uma lâmpada 
incandescente, que é 
uma luz não polarizada 
e é emitida em todas as 
direções.
Fonte: http://www.
quiprocura.net/isomeria/
optica.htm
Raios ultravioleta
Raios que fazem parte da luz 
solar. A luz solar é composta 
de ondas eletromagnéticas 
de diversos comprimentos. 
Entre essas ondas está 
a luz visível (aquela que 
enxergamos), que vai do 
comprimento de onda do 
vermelho até o violeta. A 
radiação ultravioleta tem 
comprimento de onda acima 
do violeta e não pode ser 
vista pelo olho humano.
Fonte: http://educacao.uol.
com.br/biologia/radiacao-
ultravioleta.jhtm
Glossário
Para saber qual a distância, as abelhas levam em consideração 
o tempo necessário para chegar ao lugar desejado. Quando 
os ventos são contrários à direção do voo, as abelhas acabam 
indicando uma distância maior que a real, pois levam mais 
tempo para chegar ao mesmo lugar.
As abelhas percebem a luz polarizada, assim como são ca-
pazes de distinguir os raios ultravioleta, que atravessam as 
nuvens. Essas características permitem que elas se orientem 
em relação ao Sol, mesmo quando o céu está ligeiramente 
coberto de nuvens.
e-Tec BrasilAula 2 | Organização social das abelhas: operária e zangão 47
Figura 2.7: Funções executadas pelas abelhas de acordo com a sua idade. Os tempos 
apresentados podem variar de acordo com diversos fatores, como o clima e as neces-
sidades da colmeia.
Agropecuáriae-Tec Brasil 48
Você aprendeu muita coisa sobre o desenvolvimento das operárias, não é 
mesmo? Percebeu que elas passam por diversas fases durante seu desenvol-
vimento? Veja que essas fases estão intimamente relacionadas com mudan-
ças na sua morfologia e fisiologia.
A seguir, você irá aprender ainda mais algumas características desses incan-
sáveis elementos da colmeia. Mas, antes, que tal fazer uma atividade para 
reforçar o que vimos até aqui?
Atividade 2
Atende aos Objetivos 1 e 2
Complete as frases a seguir com uma única palavra de forma que elas fi-
quem corretas. Depois, preencha o diagrama que se segue com as palavras 
que serviram de resposta. Para ajudá-lo a começar, a primeira frase já foi 
completada e a palavra transposta para o diagrama.
Após terem seu ferrão plenamente desenvolvido, as operárias passam a a) 
desenvolver __FOTOTROPISMO___ positivo em relação à colmeia.
As abelhas possuem ao todo cinco olhos, sendo um par de olhos com-b) 
postos e três olhos simples, também chamados de _____________.
Durante a fase de larva a abelha passa por quatro ________________.c) 
O _______________ período de vida da operária vai do nascimento do d) 
inseto adulto até o primeiro voo para coleta.Nas patas posteriores das abelhas ficam as _______________, que ser-e) 
vem para transportar o pólen e a resina coletada das plantas.
A língua das operárias tem a função de ______________ e sugar.f) 
Na vesícula _______________ o néctar é transformado em mel.g) 
O sentido de olfato das abelhas é percebido através de suas h) 
________________.
e-Tec BrasilAula 2 | Organização social das abelhas: operária e zangão 49
Quando as operárias vão para o campo coletar néctar, água, pólen e re-i) 
sina, elas são chamadas de ________________.
 
 
 A 
 
 
 
R 
 E N
 
F O T O T R O P I S M O
 
 
 C 
 
Características da operária
Várias características relativas ao desenvolvimento e às fases da vida das ope-
rárias já foram apresentadas. Agora você vai aprender mais algumas. Estas 
estão relacionadas a alguns aspectos curiosos da fisiologia e morfologia das 
operárias:
Agropecuáriae-Tec Brasil 50
Os olhos compostos das operárias •	
distinguem todas as cores, menos a 
cor vermelha. Também são capazes 
de identificar a luz ultravioleta. Eles 
são usados para enxergar a distân-
cia quando as abelhas estão fora da 
colmeia e para orientação do voo 
em relação ao Sol.
Os olhos simples (ou ocelos) ser-•	
vem para enxergar coisas que estão próximas e para estimular os olhos 
compostos. Eles percebem a intensidade, o comprimento de onda e a 
duração da ação da luz. Esses olhos não permitem a visualização de uma 
imagem nítida. No crepúsculo, os ocelos calculam o grau de escureci-
mento progressivo. Assim, as abelhas que trabalham longe da colmeia 
deixam as suas idas e vindas ao campo antes das abelhas que trabalham 
próximo à colmeia. Pelos ocelos passa o estímulo necessário ao bom fun-
cionamento do sistema nervoso.
As asas das operárias podem bater mais de duzentas vezes por segundo. •	
Essa incrível habilidade é capaz de levar a operária a até três quilômetros 
da colmeia, a uma velocidade entre 10 e 20 km/h.
Essas abelhas não conseguem diferenciar determinadas cores entre si. •	
Elas não diferenciam, por exemplo:
o verde do amarelo e do alaranjado; –
a púrpura da violeta; –
a vermelha da preta. –
As cores perfeitamente reconhecíveis pelas abelhas são a branca, a azul, •	
a amarela e a preta.
Em 1 kg de abelhas contam-se, aproximadamente, dez mil abelhas.•	
Mas a colmeia não tem só a rainha e as operárias, não é mesmo? Para com-
pletar esse time faltam os zangões. Quais as diferenças que eles apresentam 
em relação às fêmeas? Quais funções eles desempenham na colmeia? Essas 
e outras perguntas serão respondidas na próxima seção.
Crepúsculo
Claridade no céu entre o 
final da tarde e a noite ou 
entre a noite e o nascer do 
Sol, devido à dispersão da 
luz solar na atmosfera e suas 
impurezas.
Fonte: Dicionário Houaiss de Língua 
Portuguesa
Glossário
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1045740
N
at
e 
Br
es
lfo
rd
e-Tec BrasilAula 2 | Organização social das abelhas: operária e zangão 51
Agora é a vez dos zangões!
Você já sabe quem são os zangões, certo? Eles são os machos da colônia de 
abelhas e realizam diferentes atividades na colmeia, como:
 O aquecimento das crias. Os zangões permanecem no interior 
da colmeia nas horas frias, ou seja, durante a noite e parte da 
manhã; com isso, ajudam na produção de calor, que acontece 
pela combustão das moléculas de açúcar do mel que eles con-
somem. Isso também é feito pelas outras abelhas que ficam na 
colmeia.
 A incubação dos óvulos e ovos. O aquecimento acontece nos 
favos onde estão as crias em desenvolvimento e podem também 
conter óvulos e ovos. Já a incubação é um aquecimento apenas 
dos favos onde estão os óvulos e ovos. Esses favos estão no cen-
tro do ninho, que é a parte inferior da colmeia (falaremos sobre 
isso em outra aula).
 A distribuição do néctar trazido pelas campeiras para as abelhas 
que ficam no interior da colmeia e o transformam em mel. O pe-
ríodo de maior oferta de néctar para as abelhas é o período em 
que os zangões estão presentes nas colmeias. Nesse período é 
comum ver operárias campeiras chegarem do campo e entrega-
rem suas cargas de néctar para alguns zangões. Esses zangões 
entram na colmeia e repassam o néctar para as abelhas de inte-
rior, que continuam a sua transformação em mel. A maioria das 
campeiras se encarrega de distribuir a carga antes de voltar para 
o campo, mas os zangões ajudam. Você aprenderá esse assunto 
com mais detalhes na aula sobre mel.
 O acasalamento das rainhas também é função dos zangões. Eles 
fornecem os espermatozoides necessários à fecundação dos 
óvulos.
Fonte do ícone: http://www.sxc.hu/photo/114236 – Simon Cataudo
Os zangões não possuem os órgãos necessários para a realização de traba-
lho e não possuem ferrão.
Agropecuáriae-Tec Brasil 52
Os zangões, assim como as operárias, nascem cerca de vinte e um dias após 
a postura do óvulo em células de formato hexagonal, porém as dimensões 
desses alvéolos são um pouco maiores do que aqueles das operárias. O pro-
cesso de nascimento dos zangões, sem a participação da célula masculina (os 
óvulos não são fecundados, lembra?), é conhecido como partenogênese.
A maturidade sexual dos zangões é atingida aos doze dias de idade, quando, 
então, estarão aptos ao acasalamento das rainhas. O cruzamento acontece 
em pleno voo, acima de onze metros de altura, resultando na morte do 
zangão, cujo órgão genital é rompido, ficando preso à câmara do ferrão da 
rainha.
A presença dos zangões é comum em colmeias populosas, nas épocas em 
que há abundância de alimentos. Nessas ocasiões as famílias têm tendência 
à multiplicação natural do número de indivíduos, ou seja, elas tendem à 
enxameação.
A perpetuação da espécie
Para que você entenda melhor como funciona a colônia 
das abelhas, vamos entender por que e como acontece a 
produção das rainhas.
Uma colônia produz rainhas em duas situações diferentes: 
para substituir a mãe que está velha ou para enxamear. 
Quando a rainha da colônia começa a fracassar a postura, 
ou seja, quando começam a faltar espermatozoides para 
fecundar os óvulos, aparecem células abertas e vazias entre 
células operculadas nos favos. Nesse momento, as operá-
rias constroem algumas realeiras e inicia-se, assim, a produ-
ção de novas rainhas.
A primeira rainha que nascer elimina as demais princesas 
ainda no berço. Ela abre as realeiras e as ferroa até matá-
las. Feito isso ela mata a mãe e assume o comando da co-
lônia. Parece cruel? Mas é assim que a colmeia se mantém 
de forma tão organizada.
Enxameação
Processo de multiplicação 
natural das famílias ou 
colônias de abelhas. A 
enxameação ocorre quando 
há fartura de alimentos 
para as abelhas na natureza 
e varia de uma região 
para outra. Os fatores 
que contribuem para isso 
são: grande quantidade 
de alimentos no campo e 
na colmeia, presença de 
zangões, elevado número de 
abelhas e falta de espaço na 
colmeia.
Glossário
e-Tec BrasilAula 2 | Organização social das abelhas: operária e zangão 53
Já no processo enxameatório as operárias produzem um 
grande número de realeiras. Antes de nascer a primeira das 
novas rainhas, a mãe sai da colmeia com metade da família 
e vai em busca de nova morada. As novas rainhas, ao nas-
cerem, são protegidas por diferentes grupos de abelhas. 
Com isso, evitam que elas se encontrem e tentem se matar. 
Na medida em que completam cinco dias de idade e atin-
gem a maturidade sexual, as novas rainhas vão saindo da 
colmeia com parte da família em busca de novas moradias. 
A finalidade da enxameação é a perpetuação da espécie e, 
por isso, ela acontece todos os anos.
Durante osperíodos de fartura, os zangões são bem tolerados pelas operá-
rias. Entretanto, quando o alimento diminui, eles são perseguidos por elas e 
expulsos das colmeias. Fora das colmeias, os zangões acabam morrendo de 
fome ou de frio – isso quando não são vítimas de pássaros, como os bem-te-
vis, que adoram alimentar-se de zangões.
Agropecuáriae-Tec Brasil 54
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1094610
Ju
ha
 S
oi
ni
ne
n
Figura 2.8: Os bem-te-vis são predadores naturais dos zangões.
Os zangões são dotados de um superolfato, que lhes permite perceber o fe-
romônio liberado por uma rainha virgem num raio de dez quilômetros. A vida 
dos zangões é muito curta, durando, em média, dois meses. A seguir, você 
encontrará uma lista com as principais características desses indivíduos:
Possuem língua curta. É por isso que eles não são capazes de fazer a •	
coleta de alimentos.
Possuem seis ou sete mil facetas justapostas, conhecidas como omatí-•	
dios, em cada olho composto, contra três mil facetas das operárias. Isso 
significa que seu campo de visão é mais amplo que o das operárias. Eles 
também possuem os ocelos.
Não distinguem a cor amarela.•	
Suas antenas possuem trinta mil placas porosas, enquanto as antenas •	
das operárias têm duas mil e quatrocentas. As antenas apresentam uma 
função importante na reprodução relativa à percepção do feromônio. 
Elas permitem que o zangão tenha um superolfato, percebendo uma 
rainha virgem a uma distância de até dez quilômetros. Por isso suas an-
tenas têm mais placas porosas que as das operárias, permitindo-lhes ter 
um olfato mais apurado.
e-Tec BrasilAula 2 | Organização social das abelhas: operária e zangão 55
Possuem olhos grandes e abdômen retangular.•	
Possuem patas sem instrumentos para o trabalho. Os zangões não pos-•	
suem cestas de pólen.
Não possuem ferrão.•	
Existem zangões de dois tipos: zangões normais e zangões anões. Os •	
zangões anões são aqueles que nascem em células do mesmo tamanho 
das células de operárias. Por esse motivo, eles ficam do mesmo tamanho 
delas, mas com a capacidade reprodutiva de um zangão normal.
Após o período de enxameação, os zangões são expulsos de suas col-•	
meias, ou seja, eles são encontrados apenas naquelas colmeias com boas 
reservas de alimentos.
Que tal uma seção pipoca para relaxar? Você gosta de de-
senho animado? Se a reposta for sim, então procure por 
um filme chamado Bee Movie – A história de uma abelha. 
Esse desenho conta a divertida história de uma abelha que 
vive em conflito com o sistema de organização da colmeia 
e contra a exploração humana do mel fabricado por elas.
Agora que você já tem muitas informações sobre a organi-
zação da colmeia e sobre as características dos indivíduos 
que a compõem, poderá fazer uma crítica desse filme. Você 
vai reparar que existem vários detalhes no filme que não 
são possíveis de acontecer na realidade de uma colmeia e 
na vida de uma abelha. Está lançado o desafio. Assista ao 
filme e anote tudo o que identificar de errado. Faça essa 
identificação usando tudo o que você aprendeu sobre a 
colmeia e as abelhas até agora.
Agropecuáriae-Tec Brasil 56
Atividade 3
Atende aos Objetivos 3 e 4
A seguir você encontrará algumas assertivas. Coloque V para aquelas que 
você acredita serem verdadeiras e F para aquelas que julga falsas. Para aque-
las que você colocar F, explique por que elas estão incorretas.
( ) Os zangões atingem sua maturidade sexual aos doze dias de vida.
( ) Os zangões ajudam na coleta de néctar.
( ) Como não possuem corbículas, os zangões não podem ajudar na distri-
buição de néctar.
( ) As operárias possuem mais omatídios que os zangões e, por isso, sua 
visão tem maior alcance.
( ) O número de placas porosas nas antenas dos zangões tem um papel 
importante para a reprodução das abelhas.
( ) Os zangões anões desenvolvem o ferrão e têm a mesma capacidade 
produtiva dos zangões com tamanho normal.
e-Tec BrasilAula 2 | Organização social das abelhas: operária e zangão 57
Resumo
O corpo das abelhas é dividido em cabeça, tórax e abdômen.•	
Na cabeça encontramos o sistema visual, as antenas e o aparelho bucal.•	
Do tórax saem o par de asas e os três pares de pernas.•	
A vesícula melífera, onde o néctar é transformado em mel, fica no ab-•	
dômen.
As operárias nascem 21 dias após os ovos serem fecundados, são estéreis •	
e vivem entre 42 a 60 dias.
A vida das abelhas passa por três períodos distintos.•	
O primeiro período de vida das abelhas começa com a postura do ovo e •	
termina com o nascimento do inseto adulto perfeito. Durante esse pe-
ríodo a abelha passa por várias fases (reveja os principais detalhes dessa 
fase na Atividade 1).
O segundo período de vida das abelhas vai do nascimento do inseto •	
adulto até o primeiro voo para coleta no campo. Durante esse período 
a abelha irá desenvolver diversas funções na colmeia. Essas funções vão 
mudando de acordo com as mudanças morfo-fisiológicas pelas quais ela 
passa (reveja/quando e que funções elas desempenham durante esse pe-
ríodo, na Figura 2.7).
O terceiro período de vida das abelhas começa com o primeiro voo para •	
a coleta de néctar, água, pólen e resinas e dura até sua morte.
O sol artificial é um voo onde as abelhas aprendem a reconhecer onde •	
estão localizadas suas moradas.
Os zangões nascem cerca de 24 dias após a postura dos ovos que não •	
são fecundados.
Por não possuírem as mesmas glândulas que as operárias, os zangões •	
não conseguem produzir cera ou geleia real. Eles também não possuem 
corbículas e possuem uma língua pequena, por isso não conseguem fa-
zer a coleta de pólen, néctar e resinas.
Agropecuáriae-Tec Brasil 58
Os zangões desempenham algumas funções na colmeia, como: aquecer •	
as crias, incubar ovos e óvulos, distribuir o néctar para as abelhas internas 
e acasalar com a rainha.
Informações sobre a próxima aula
Na próxima aula, você irá aprender sobre como localizar e instalar os conjun-
tos de colmeias ou apiários, a identificar as partes que compõem a colmeia 
racional, os equipamentos de proteção individual e os materiais e os equipa-
mentos utilizados no manejo das abelhas. Até lá!
Respostas das atividades
Atividade 1
DESENVOLVIMENTO DA OPERÁRIA NO PRIMEIRO PERÍODO DE VIDA
DIA FASE ALIMENTAÇÃO ESTADO DA CÉLULA E DA CRIA
1º Ovo -
A célula está aberta e o ovo fecundado está em pé no 
fundo do alvéolo
2º Ovo -
Célula aberta e o ovo fecundado está inclinado no fundo 
do alvéolo
3º Ovo - Célula aberta e o ovo deitado no fundo do alvéolo
4º ao 6º Larva Geleia real
Célula aberta e a larva cresce até que suas extremidades 
se tocam
7º ao 8º Larva Quilo
Célula aberta e a larva cresce até ocupar todo o alvéolo 
(ela fica enroscada)
9º Larva Quilo
Célula operculada e a larva muda de posição, 
ela fica distendida.
10º ao 11º Larva - Na célula operculada a larva tece um casulo
12º ao 14º Pré-ninfa -
Célula operculada e a cria fica em repouso e 
muda de pele
15º ao 20º Ninfa - Dentro da célula operculada a cria sofre ninfose
21º Adulto -
Fim da metamorfose. Operária rasga o opérculo 
da célula e sai
 22º Adulto - O inseto perfeito não está mais no alvéolo
Atividade 2
Após terem seu ferrão plenamente desenvolvido, as operárias passam a a) 
desenvolver FOTOTROPISMO positivo em relação à colmeia.
e-Tec BrasilAula 2 | Organização social das abelhas: operária e zangão 59
As abelhas possuem ao todo cinco olhos, sendo um par de olhos com-b) 
postos e três olhos simples, também chamados de OCELOS.
Durante a fase de larva a abelha passa por quatro c) ECDÍASES.
O SEGUNDOd) período de vida da operária vai do nascimento do inseto 
adulto até o primeiro voo para coleta.
Nas patas posteriores

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