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6/16/2014 1 Curso Ênfase 1ª aula Teoria do Crime • É uma construção dogmática que nos proporciona o caminho lógico para averiguar se há delito em cada caso concreto • crime" ação típica, antijurídica e culpável“ • a punibilidade ( Munoz Conde) a ação como substantivo e as categorias como qualidades ou adjtivos desta ação. • visão geral dos conceitos de tipicidade, ilicitude e culpabilidade 6/16/2014 2 Os Sistemas de Teoria do Delito I- O sistema clássico de Liszt e Beling: • Naturalismo • caráter classificatório e formalista • Separava o objetivo ( exterior) no injusto e o subjetivo na culpabilidade ( interior). No injusto estudava-se um vínculo objetivo entre sujeito e resultado (relação de causalidade) e na culpabilidade um vínculo subjetivo. Pretendeu fornecer um conceito realista de ação • O tipo penal era composto por elementos meramente descritivos e antijuridicidade era uma mera contradição entre a conduta e a norma. • Na culpabilidade adotava-se a concepção psicológica • Razões da decadência do sistema clássico: (i) não havia como explicar os elementos subjetivos do injusto e a culpa inconsciente; (ii) a necessidade de mudança do método 6/16/2014 3 II- Sistema Neoclássico -Ruptura metodológica- reaproximação dos valores - Busca por uma fundamentação material dos diversos institutos e categorias -.base filosófica: neokantismo de Baden • Com a afirmação do injusto, o ato é valorado sob o aspecto de sua lesividade social e na culpabilidade sob o aspecto da reprovabilidade • Introduziu-se um elemento normativo na culpabilidade (a inexigibilidade de conduta diversa), que passou a tratar então da reprovabilidade • O relativismo valorativo 6/16/2014 4 III- o sistema finalista • Tem base realista, acreditando que o conceito ontológico de ação é vinculante para todo o sistema penal • O jurista deve respeitar a “ lógica da coisa” , as estruturas lógico-reais. • Estruturas lógico-reais a serem respeitadas: a) o agir humano de natureza finalista; b) o livre-arbítrio ( poder agir de outro modo) na culpabilidade. • reestrutura a teoria do delito, inserindo o dolo no tipo. • A antijuridicidade se traduz na simples ausência de causas de justificação, que passam a possuir elementos subjetivos. • Crítica: não é possível deduzir soluções de problemas jurídicos a partir de dados ontológicos 6/16/2014 5 IV- Funcionalismo - A construção do sistema penal não pode vincular-se a dados ontológicos (ação, causalidade, estruturas lógico-reais), mas sim orientar-se exclusivamente pelos fins do direito penal. - Parte das funções que deve cumprir o direito penal para determinar a configuração dos elementos que compõem a teoria do delito. • O funcionalismo de ROXIN • Toma em conta a missão constitucional do direito penal de proteção de bens jurídicos através da prevenção geral e especial • Qual seria o parâmetro dos valores no funcionalismo de ROXIN? Fundamentos político-criminais das modernas teorias da pena. • O pensamento de Roxin: sintetiza o ontológico e o valorativo • Exemplo: a teoria da imputação objetiva vai além da mera causalidade física, fazendo agregar valorações jurídicas. 6/16/2014 6 CONDUTA • O direito tem como função regular condutas • O princípio do nullum crimen sine conducta • O conceito de ação deve ser neutro frente às valorações jurídicas a serem feitas nos estratos seguintes ( não se está buscando, ainda, por ex. a ação proibida) FUNÇÕES DO CONCEITO DE AÇÃO a) Função de unificação ( ação + omissão) b) Função de fundamentação c) Função de delimitação 6/16/2014 7 Teorias da Ação I- Teoria Causal: • Conceito: ação seria apenas o processo mecânico da causação do resultado • Ação é a produção, conduzida pela vontade humana, de uma modificação no mundo exterior. • voluntariedade e não finalidade • a conduta é um fazer voluntário, mas o conteúdo da vontade faz parte da culpabilidade – idealismo • a omissão seria a contenção dos músculos CRITICAS: • Há necessidade do dolo para configurar tentativa, que é uma questão ligada ao tipo. Se o dolo é necessário no tipo do delito tentado, será também no tipo do delito consumado 6/16/2014 8 II- Teoria Finalista: Conceito: ação é o exercício da atividade final • Ato de vontade dirigido a uma finalidade e manifestado no mundo exterior. • motivo e finalidade • conceito ontológico de ação • a ação finalista compreende: comportamento exterior, conteúdo psicológico ( vontade dirigida a um fim), a antecipação mental do resultado pretendido, a escolha dos meios e a consideração dos efeitos concomitantes. • É um conceito pré-jurídico • Finalidade e dolo são conceitos diversos. • O finalismo e os crimes culposos • O finalismo e a omissão : é tratada com a ideia do aliud agere. • No finalismo, conduta é sempre ação. A omissão pertence ao tipo penal. 6/16/2014 9 III- Teoria social da ação: - socialmente relevante seria a conduta capaz de afetar o relacionamento do indivíduo com seu meio social, a que transcende a terceiros, fazendo parte do interacionar humano • as posições de Jescheck e Wessels aproveitam a estrutura finalista • críticas IV- O conceito pessoal de ação ( Roxin) • Ação é a manifestação da personalidade • É tudo o que pode ser atribuído ao ser humano como centro anímico espiritual de ação, sendo manifestação dele. • A omissão • críticas • - O estado atual das discussões sobre o conceito de ação 6/16/2014 10 • casos de ausência de ação: • haverá ausência de ação sempre que o indivíduos não for dono de seus movimentos. • Hipóteses: atos reflexos, força física irresistível, estados de inconsciência (sonambulismo, movimentos praticados durante o sono....) • a hipnose • Não afastam a conduta as ações em curto- circuito (reações explosivas ou impulsivas, não contidas pelo agente) e automatismos (comportamentos produto de prévio condicionamento por parte do ser humano) • -Pessoas jurídicas podem praticar crime? • as pessoas jurídicas seriam: • A) incapazes de conduta: Zaffaroni, Pierangelli • A vontade de ação humana é um fenômeno psíquico que não pode conceber-se em uma pessoa jurídica • Resposta da jurisprudência do STJ: se a pessoa jurídica tem existência própria no ordenamento jurídico e pratica atos no meio social através da atuação de seus administradores, poderá vir a praticar condutas típicas e, portanto, ser passível de responsabilização penal; 6/16/2014 11 • B) incapazes de culpabilidade (Magalhães Noronha) • Resposta da jurisprudência do STJ: A culpabilidade, no conceito moderno, é a responsabilidade social, e a culpabilidade da pessoa jurídica, neste contexto, limita-se à vontade do seu administrador ao agir em seu nome e proveito. • ver a nova lei ambiental • A responsabilização penal • É possível imputação de crime a pessoa jurídica isoladamente, sem imputação a pessoas físicas na mesma denúncia? • 1. Para a jurisprudência do STJ, não. Ver Resp. 889.528 • A pessoa jurídica só pode ser responsabilizada quando houver intervenção de uma pessoa física, que atua em nome e em benefício do ente moral – sistema da dupla imputação. Isto porque “não se pode compreender a responsabilização do ente moral dissociada da atuação da pessoa física, que age com elemento subjetivo próprio”. 6/16/2014 12 • 2. STF, informativo 639- RE 628582 AgR/RS Rel Min. Dias Toffoli • É possível a condenação de pessoa jurídica pela prática de crime ambiental, ainda que haja absolvição da pessoa física em relação ao mesmo delito. • 3. STF Informativo 714- Idem( 1ª Turma)- discorda explicitamente daideia de dupla imputação
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