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7071_Capitulo Regime Juridico e Atuacao Administrativa

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www.cursocejus.com.br – josearas@ig.com.br – Twitter: @josearas – Facebook: ProfessorJoseAras 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Capítulo do Livro On Line®: Atuação Administrativa e Regime Jurídico 
Administrativo 
 
 
1. Generalidades 
- O direito administrativo corresponde a um ramo do direito público, que 
regulamenta, que rege as relações jurídicas travadas entre a Administração Pública 
e o Particular e, entre a Administração Pública e a própria Administração Pública; 
 
1.1. Direito administrativo e administração pública 
- Administração Pública = é o Estado, que manifesta a sua vontade através de uma 
pessoa física; 
- Direito Administrativo = ramo do direito público; 
- Ato Administrativo = corresponde a uma conduta humana, praticada em nome da 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA sob a égide do direito público, e sujeito a controle 
notadamente controle judicial; 
 
1.2. Função Administrativa 
- A expressão Administração Pública tecnicamente, corresponde a um 
desempenho de uma função, que denominamos como função administrativa; 
 
1.3. Função típica x função atípica 
- Poder Executivo = função típica administrativa; 
- Poder Legislativo = função típica legislar (criar leis); função atípica é a função 
administrativa (são chamados nesse momento de Administração Pública / regidos 
pelo direito administrativo / ex: firmar contrato administrativo); 
- Poder Judiciário = função típica é resolver as lides; função atípica é a função 
administrativa (são chamados nesse momento de Administração Pública / regidos 
pelo direito administrativo / ex: licitação); 
 
 
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2 
 
OBS: A expressão administração pública NÃO é adstrita ao Poder Executivo, 
aplicando-se então a qualquer poder que exerça função de natureza administrativa; 
 
- Art. 1º e parágrafo 1º da Lei 9.784/99 
Art. 1
o
 Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da 
Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos 
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. 
§ 1
o
 Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da 
União, quando no desempenho de função administrativa. 
 
2. Atuação Administrativa 
- Essa atuação deve ser feita sempre com observância da lei, e o ato administrativo 
pode ser praticado de forma vinculada ou de forma discricionária; 
 
2.1. Atuação vinculada 
- Quando o ato é vinculado TODOS os requisitos são preestabelecidos em lei; 
- Ex: aposentadoria compulsória; de modo que o gestor não tem opção de escolha, 
quando chegar a idade determinada na lei, tem que aposentar; 
- Os atos vinculados envolvem conceitos uni-significativos (único significado); 
 
2.2. Atuação discricionária 
- Quando o ato é discricionário, apenas alguns requisitos são preestabelecidos em 
lei; 
- A Administração tem mais de uma opção de escolha para prática do ato; 
- Ex: aplicação de verbas do IPTU; 
- Os atos discricionários envolvem conceitos pluri-significativos (mais de um 
significado); 
 
OBS: No ato discricionário o gestor valora os critérios da conveniência + 
oportunidade, que compõe o conceito do mérito do ato administrativo; 
 
OBS: NÃO existe mérito no ato vinculado; 
 
 
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3 
2.2.1. A questão do mérito administrativo 
OBS: A avaliação de mérito é exclusiva da Administração Pública; não cabendo ao 
Poder Judiciário a analise dos critérios de conveniência e oportunidade (mérito); 
 
3. Controle sobre a atuação administrativa: anulação e revogação dos atos 
administrativos 
- Essa atuação está sujeita a um sistema de controle; 
- Esse sistema de controle pode partir do Poder Judiciário, como também pela 
própria Administração Pública; 
 
3.1. Controle judicial 
- Corresponde aquele que, o poder judiciário realiza sobre a atuação administrativa; 
- O juiz irá dizer que está e o que não está em conformidade com a lei; 
- Toda vez que o ato administrativo não obedecer a lei, ele será um ato ilegal; 
- Esse ato ilegal deve ser extinto através da anulação; 
- Anulação corresponde à extinção do ato por motivo de ilegalidade; 
- A anulação, portanto atinge os atos vinculados; 
- A anulação atinge também o ato discricionário, quando a inobservância das 
estipulações legais; 
 
3.2. Controle Administrativo 
- É aquele que a Administração Pública faz sobre os seus próprios atos; 
a) Assim como o poder judiciário, a Administração Pública pode anular os seus 
próprios atos ilegais; 
b) A anulação do ato ilegal pode também ser realizada pela própria Administração 
Pública; 
 
OBS: A Administração Pública pode anular, por motivo de ilegalidade, tanto os 
seus próprios atos vinculados, como também os seus próprios atos discricionários; 
 
 
 
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4 
OBS: A anulação efetivada pelo judiciário difere da anulação realizada pela 
Administração Pública, em razão de dois aspectos: 
i) O Poder Judiciário age apenas mediante provocação (princípio da inércia da 
jurisdição); 
ii) A Revogação corresponde a extinção do ato administrativo, por motivo de 
inconveniência + inoportunidade; 
 
OBS: Considerando que a Revogação envolve mérito, e que só existe mérito nos 
atos discricionários, a revogação, portanto, só atinge atos discricionários; de modo 
que NÃO cabe revogação de ato vinculado; 
 
OBS: Considerando que, a revogação envolve mérito, e que o mérito é de 
avaliação exclusiva da Administração Pública, logo, a revogação é exclusiva da 
Administração Pública; O poder judiciário, portanto NÃO pode revogar atos 
administrativos, sob pena de violação ao princípio da separação e harmonia dos 
poderes; O judiciário, portanto, NÃO substituir a vontade do administrador; 
 
OBS: Entretanto o poder judiciário pode, revogar os seus próprios atos, 
oportunidade em que, estará exercendo de forma atípica a função de cunho 
administrativa; Momento em que, também é administração pública; 
 
OBS: Daí porque a revogação NÃO é exclusiva do Poder Executivo, e sim da 
Administração Pública; 
 
4. Tabela comparativa 
Modalidade de 
Extinção 
A quem 
compete 
Tipo do ato 
(incidência) 
Causa / motivo Efeitos 
Anulação = 
invalidação 
Poder Judiciário 
e/ou 
Administração 
Atinge os atos 
vinculados e/ou 
atos 
Ilegalidade e/ou 
ilegitimidade 
Ex tunc 
(retroativo) 
 
 
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5 
Pública discricionários 
Revogação Exclusiva da 
Administração 
Pública (Função 
Administrativa) 
Atinge 
unicamente os 
atos 
discricionários 
Inconveniência 
e/ou 
inoportunidade 
Ex nunc (não 
retroage / 
efeitos futuros); 
ato consumado 
e direito 
adquirido; 
 
 
5. Notas de aprofundamento 
5.1. A revogação não atinge aos consumados e o direito adquirido 
- A revogação NÃO atinge os atos consumados e nem prejudica o direito adquirido; 
- Revogação atinge ato valido; seus efeitos são para o futuro; nunca mais acontece 
(o que já aconteceu será preservado); 
 
5.2. Anulação = invalidação 
 
5.3. Autotutela 
- Corresponde ao controle que a Administração Pública faz, sobre os seus próprios 
atos; anulando osilegais e revogando os inconvenientes ou inoportunos; 
- Controle que a própria Administração faz dos seus próprios atos; pode anular 
pode motivo de ilegalidade, como pode também revogar por motivo de 
inconveniência ou inoportunidade; 
 
OBS: NÃO confundir autotutela com tutela, a tutela é o controle que a 
Administração Pública DIRETA realiza sobre as pessoas da Administração Pública 
INDIRETA; 
 
OBS: A Autotutela está materializada em duas súmulas do STF: 
Súmulas 346 e 473 do STF 
Art. 53, da Lei 9.784/99 (Esfera Federal = Adm. Pública tem o dever de anular) 
 
 
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6 
 
5.4. Anulação face à ilegitimidade 
- A anulação dos atos administrativos se efetiva em razão tanto de ilegalidade, 
como também face a ILEGITIMIDADE; 
- Ilegal é tudo que contraria a lei; 
- Ilegítimo é que viola o princípio de direito administrativo; 
Art. 37, caput, da CF 
Art. 2º e parágrafo único e art. 50, todos da Lei 9.784/99 
 
OBS: Considerando que, em direito administrativo não existe uma codificação, o 
controle, inclusive judicial da atuação administrativa, se realiza em razão da 
observância dos princípios. Os princípios integram assim, o chamado regime 
jurídico administrativo; Regime jurídico administrativo é composto tanto pelas leis, 
como também pelos princípios; 
- Regime = modo de conduta; modo como se comporta a Administração Pública; 
- Princípios podem ser: 
a) Implícitos: não tem previsão expressa no ordenamento jurídico; podem ser dois: 
a.1. Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado; 
a.2. Indisponibilidade do Interesse Público; 
 
OBS: O interesse público se divide, doutrinariamente, em interesse público 
primário e no interesse público secundário; interesse público primário corresponde 
ao próprio interesse coletivo; interesse público secundário é o interesse do Estado 
(sentido amplo), enquanto pessoa jurídica; 
 
OBS: O interesse público secundário é defendido através da procuradoria jurídica 
do ente; o interesse público primário está dentro da tutela da ação popular e da 
ação civil pública, comumente utilizada pelo MP; 
 
b) Expressos: são divididos em dois grupos: 
 
 
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7 
b.1. Art. 37 CAPUT da CF: princípios inerentes a atividade administrativa; LIMPE = 
Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência; 
Legalidade = expressa e estrita (essa legalidade estrita ou restrita não se confunde 
com a legalidade ampla que se aplica ao direto privado); 
Impessoalidade = proíbe a adoção de critérios pessoais quando da conduta 
administrativa, tendo em vista que, a sua finalidade é sempre a consecução do 
interesse público; esse princípio justifica a realização de concurso público; 
Moralidade = intimamente ligado a improbidade administrativa; 
Publicidade = impõe como regra a acessibilidade aos atos administrativos; Art. 5º, 
XXXIII e XXXIV da CF garantem o acesso a informação (os atos tem que ser 
públicos, acessíveis); “sigilo” = Lei 12. 527/11; o princípio da publicidade NÃO se 
confunde com a necessidade de publicação de todos os atos que partem da 
administração pública; 
Eficiência = EC19/98; reforma administrativa; 
 
b.2. Princípios expressos na Lei 9.784/99, Art.2º; são expressos na lei e implícitos 
na CF; Princípio da segurança jurídica, princípio da razoabilidade, princípio da 
proporcionalidade e princípio da motivação; 
Segurança Jurídica = esse princípio proíbe em nome da estabilidade social, a 
interpretação retroativa da lei em prejuízo aos administrados; Art. 2º, § único, XIII 
da Lei 9784/99; 
Princípio da Razoabilidade = impõe uma adequação entre os meios e os fins, 
buscados pela administração pública; ideia da razão; 
Princípio da Proporcionalidade = impõe que a energia despendida pela 
Administração Pública deve se dar NA MEDIDA necessária a proteção do interesse 
público; 
Princípio da Motivação = envolve atos; 
 
OBS: Em direito administrativo a Administração Pública somente pode fazer aquilo 
que é autorizado ou determinado em lei; 
 
 
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8 
 
5.5. Anulação com efeitos ex nunc: atos ampliativos 
- A revogação atinge atos validos; provoca efeitos ex nunc; 
- A anulação atinge atos inválidos; provoca efeitos ex tunc; 
- A anulação também opera efeitos EX NUNC (excepcional); 
- A anulação dos atos administrativos pode gerar efeitos ex nunc, envolvendo os 
denominados atos ampliativos; 
- Esses atos ampliativos são os que geram efeitos FAVORÁVEIS para os 
destinatários, de modo que, em atenção aos princípios da segurança jurídica, da 
boa fé e da vedação ao enriquecimento ilícito do Estado, sua anulação quando 
possível terá efeitos apenas ex nunc (para o futuro); 
 
Art. 54, da Lei 9.784/99; 
 
6. Normas e dispositivos legais pertinentes ao tema: 
 
ASSUNTO NORMA 
CONSTITUCIONAL 
LEI(S) CORRELATAS(S) 
PRINCÍPIOS E 
CONTROLE DA 
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
. 37; 
. 5. LIV e LV 
 
. lei 9784/99 (arts. 2º e 50 – princípios 
do direito administrativo: segurança 
jurídica e RPM: razoabilidade, 
proporcionalidade e motivação) 
 
7. Aspectos jurisprudenciais 
 
Súmulas 346 e 473 do STF 
 
8. Questões sobre o tema QUESTÕES SOBRE O TEMA (EXTRAÍDAS DO 
NOSSO LIVRO DE DIREITO MATERIAL E QUESTÕES)® 
 
 
 
 
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9 
OAB/NE/ 2006.3 
O Presidente da Autarquia X solicitou do seu órgão de consultoria jurídica 
esclarecimento da possibilidade de se revogar um ato administrativo editado há 3 
anos, com violação ao princípio da moralidade. 
– Com base na situação-problema acima, explique a distinção entre revogação e 
anulação do ato administrativo, abordando a competência do Poder Judiciário para 
revogar ou anular os atos administrativos e seus limites, bem como os efeitos 
retroativos,ou não, do ato que revoga ou anula. 
 
- hipótese de anulação do ato administrativo, tendo em vista que o ato que importa 
em violação aos princípios sendo um ato ilegítimo, cabendo, portanto, ao Poder 
Judiciário, se provocado, anulá-lo, com efeitos ex tunc. 
 
UnB / CESPE – OAB – Exame de Ordem 2007.1 
Antes do advento da Constituição Federal de 1988, vários servidores públicos 
federais ascenderam ao cargo hierarquicamente superior dentro da estrutura da 
administração pública sem o devido concurso público. Recentemente, o Ministério 
Público Federal ingressou, tempestivamente, com ação civil pública visando anular 
o ato de nomeação e a posse desses servidores, ao argumento de sua 
inconstitucionalidade. Até o presente momento essa ação não foi julgada. 
– Nessa situação hipotética, seria possível a mencionada anulação, passados 
quase vinte anos? Quais seriam os efeitos da declaração judicial de anulação dos 
referidos atos? 
 
COMENTÁRIOS 
A doutrina especializada ensina que os atos administrativo submetem-se a 
um sistema de controle, através do qual podem ser anulados, em razão de 
ilegalidade ou ilegitimidade, ou revogados, por força de se mostrarem 
inconveniente ou inoportunos. 
 
 
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10 
A hipótese em tela, entretanto, caracterizaa prática de atos administrativos 
ampliativos, quais sejam, aqueles que geram efeitos favoráveis aos administrados. 
Em atenção aos princípios da boa-fé e da segurança jurídica o direito da 
administração pública em anular esses atos decai contados 5 (cinco) anos da sua 
prática, consoante estabelece o art. 54 da Lei nº 9.784/99, abaixo transcrito: 
“Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos 
de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 
cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo 
comprovada má-fé.” 
No caso em tela, portanto, passados mais de 20 anos da ascensão funcional 
dos mencionados servidores, e não havendo qualquer indicativo da prática de má-
fé (que, como se sabe, não se presume) não mais se faz possível a anulação 
desses atos pela administração ou pelo Judiciário. 
Desse modo, os efeitos da sentença somente se dariam em relação aos atos 
futuros, ou seja, “ex nunc”, proibindo-se, portanto, a repetição do ato que, 
efetivamente se mostra ilegal, já que o provimento em cargos públicos de caráter 
efetivo somente se perfaz através de concurso público, conforme Súmula 685 do 
Colendo STF. 
 
NOTA 
Observe que a matéria abordada nessa questão foi objeto de questionamento, 
anos mais tarde, pela própria OAB, cobrada na peça prático-profissional do Exame 
OAB/CESPE 2009.1. OU SEJA, como sempre digo: “QUALQUER SEMELHANÇA 
NÃO É MERA COINCIDÊNCIA!!!” 
 
OAB/CESPE – DIVERSAS REGIOES/ 2007.2 
Maria, servidora pública federal, recebeu uma parcela remuneratória em seu 
contracheque que não vinha recebendo antes. Ingressou com consulta acerca da 
regularidade do recebimento dessa parcela, e foi informada pelo órgão 
administrativo competente de que ela faria jus a essa parcela. No entanto, dois 
 
 
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11 
anos depois, o mesmo órgão alterou sua orientação, afirmando que Maria não fazia 
jus a essa parcela. 
– Considerando a situação apresentada acima, responda, com fundamentação na 
Lei nº 9.784/1999, as perguntas a seguir: A mudança de orientação da 
administração pode retroagir para atingir as parcelas até então recebidas? Há 
algum princípio a ser utilizado em favor de Maria? 
 
Fundamentação e consistência 
– A mudança de orientação da Administração Pública não pode retroagir 
- Princípio da segurança jurídica 
- Princípio da boa-fé, da segurança jurídica e ainda da presunção de legitimidade 
que milita em favor dos atos administrativos. 
 
OAB/CESPE – DIVERSAS REGIOES/ 2007.3 
Segundo entendimento já sedimentado na jurisprudência, a Administração Pública 
pode, por iniciativa própria, anular os seus atos, a qualquer tempo, quando eivados 
de ilegalidade, e se deles decorrerem efeitos favoráveis aos seus destinatários. 
Está correta esta afirmação? 
 
- A Administração pode anular os seus atos a qualquer tempo, quando eivados de 
ilegalidade (Enunciado no 473 do STF). 
- Caso decorram efeitos favoráveis aos seus destinatários de boa-fé, decai o direito 
de anulação dos atos administrativos em 5 anos, conforme o art. 54 da Lei no 
9784/99. 
 
Exame de Ordem 2010.3 – Fundação Getúlio Vargas 
Questão 2 
Ana Amélia, professora dos quadros da Secretaria de Educação 
de determinado Estado, ao completar sessenta e dois anos de 
 
 
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12 
idade e vinte e cinco anos de tempo de contribuição, formulou 
requerimento de aposentadoria especial. O pleito foi deferido, 
tendo sido o ato de aposentadoria publicado no Diário Oficial em 
abril de 2008. Em agosto de 2010, Ana Amélia recebeu 
notificação do órgão de recursos humanos da Secretaria de 
Estado de Educação, dando-lhe ciência de questionamento 
formulado pelo Tribunal de Contas do Estado em relação à sua 
aposentadoria especial. Ficou constatado que a ex-servidora 
exerceu, por quinze anos, o cargo em comissão de Assessora 
Executiva da Secretaria de Estado de Administração, tendo sido 
tal período computado para fins de aposentadoria especial. 
Considerando a situação hipotética apresentada, responda aos 
itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos 
apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
a) Indique o fundamento para a atuação do Tribunal de Contas do 
Estado, informando se o ato de aposentadoria já se encontra 
a p e r f e i ç o a d o . ( V a l o r : 0 , 5 ) 
b) Analise se o questionamento formulado pelo órgão de 
controle se encontra correto. (Valor: 0,5) 
 
ESPELHO 
Nos termos do artigo 71, inciso III, da CRFB, compete ao TCU – e, por simetria, aos 
Tribunais de Contas dos Estados – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos 
atos de concessão de aposentadoria. De acordo com os precedentes do STF, os atos 
de aposentadoria são considerados atos complexos, que somente se aperfeiçoam 
com o registro na Corte de Contas respectiva. 
O questionamento formulado pelo órgão de controle encontra-se correto, pois o 
exercício de função administrativa, estranha ao magistério 
— como é o caso de cargo em comissão de assessora executiva na Secretaria de 
Administração –, não pode ser considerado para fins de aposentadoria especial de 
professores. A norma do artigo 40, §5º, CRFB, ao disciplinar a matéria, exige efetivo 
exercício das funções de magistério e o tema veio a ser objeto de súmula do STF 
(En 726). 
Obs.: É importante registrar que o art. 1º da Lei federal 11.301/2006, que acrescentou o § 2º ao art. 
67 da Lei 9.394/1996 e que veio a ser declarado constitucional pelo STF, não repercute sobre a 
 
 
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13 
questão, pois a situação-problema envolve cômputo, para fins de aposentadoria especial de 
professor, de função eminentemente administrativa, e não relacionada ao magistério. 
 
Em relação à correção, levou-se em conta o seguinte critério de pontuação: 
Item Pontuação 
Os atos de aposentadoria submetem-se ao registro 
perante os Tribunais de Contas, que apreciam sua 
legalidade, nos termos do artigo 71, inciso III, da 
CRFB 
 0 / 0,25 
O ato de aposentadoria é complexo e somente se 
aperfeiçoa com o registro no Tribunal de Contas 
respectivo. 
 0 / 0,25 
O exercício de função administrativa, estranha ao 
magistério, não pode ser considerado para fins de 
aposentadoria especial de professores (artigo 40, 
§5º, CRFB, que exige efetivo exercício das funções 
de magistério) 
 0 / 0,3 
Referência ao Enunciado 726 do STF 0 / 0,2 
 
COMENTÁRIOS: 
A competência do tribunal de contas do estado é estabelecida no art. 71, III, da CF, 
que prescreve: 
“Art. 71. Omissis 
... 
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer 
título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo 
Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, BEM 
COMO A DAS CONCESSÕES DE APOSENTADORIAS, REFORMAS E PENSÕES, 
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; 
Daí se vê tratar-se de um ato complexo, ou seja, depende da manifestação de 
vontade de outro órgão (no caso o Tribunal de Contas) para se aperfeiçoar no mundo 
jurídico. 
Registre-se que o art. 75 da CF determina a aplicação aos tribunais de contas 
estaduais (e municipais) as normas previstas no art. 71 (que trata da competência dotribunal de contas da união - TCU), em razão do princípio da simetria. 
Por sua vez, o art. 40 da CF estabelece as normas pertinentes ao regime 
previdenciário dos servidores públicos. O parágrafo 5º desse artigo é expresso ao 
instituir a necessidade de efetivo exercício para que o servidor possa gozar do 
 
 
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14 
benefício da redução dos prazos. Veja-se: 
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em 
relação ao disposto no § 1º, III, “a”, para o professor QUE COMPROVE EXCLUSIVAMENTE 
TEMPO DE EFETIVO EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES DE MAGISTÉRIO na educação infantil e no 
ensino fundamental e médio. 
No caso em tela, a servidora exerceu, por quinze anos, o cargo em comissão de 
assessora executiva da secretaria de estado de administração, tendo sido tal período 
computado para fins de aposentadoria especial, não fazendo jus, portanto, à 
aposentadoria especial. 
Nesse diapasão, ainda, é o entendimento sumulado no Colendo STF, conforme se vê 
do Enunciado da Súmula 726, literis: 
“Súmula 726 - Para efeito de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo 
de serviço prestado fora da sala de aula.” 
 
V EXAME DE ORDEM UNIFICADO – 2011.2 – FGV (Fundação Getúlio Vargas) 
Questão 3 
Um órgão da Administração Pública Federal lançou edital de 
concorrência para a execução de obra pública. Logo após sua 
publicação, uma empresa interessada em participar do certame 
formulou representação ao Tribunal de Contas da União (TCU) 
noticiando a existência de cláusulas editalícias restritivas da 
competitividade. O TCU, então, solicitou para exame cópia do 
edital de licitação já publicado e, ao apreciá-lo, determinou a 
retificação do instrumento convocatório. 
Cumprida a determinação e regularizado o edital, realizou-se a 
licitação e o contrato foi celebrado com o licitante vencedor. 
Entretanto, durante a execução da obra, o TCU recebeu 
denúncia de superfaturamento e deliberou pela sustação do 
contrato, comunicando o fato ao Congresso Nacional. 
Considerando a situação hipotética narrada, responda aos itens 
a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a 
fundamentação legal pertinente ao caso. 
a) Foi juridicamente correta a atuação do TCU ao solicitar para 
exame o edital de licitação publicado? (Valor 0,60). 
b) O TCU tem competência para sustar a execução do contrato 
 
 
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superfaturado? (Valor 0,65). 
 
Comentários 
A Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB) estabelece a competência 
do Congresso Nacional para efetivar o controle financeiro das entidades da 
administração pública federal, que será exercido com o auxílio do órgão do Tribunal 
de Contas da União (TCU). 
Nesse contexto, a juridicidade da atuação do TCU em solicitar o exame do edital está 
prevista expressamente no art. 113, § 2º da Lei 8.666/1993, abaixo transcrito: 
“Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos 
por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação pertinente, 
ficando os órgãos interessados da Administração responsáveis pela demonstração da 
legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo 
do sistema de controle interno nela previsto. 
... 
§ 2
o
 Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão 
solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das propostas, 
cópia de edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração 
interessada à adoção de medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes 
forem determinadas.” 
Quanto ao segundo questionamento, o TCU não tem competência para sustar o 
contrato superfaturado, atribuição esta a cargo do próprio Congresso Nacional. 
Apenas se transcorridos 90 dias e, assim, caracterizada a omissão do Congresso 
Nacional e do Poder Executivo, é que poderá o TCU deliberará a respeito da 
sustação do contrato. 
É o que se depreende da interpretação conjunta do art. 71, parágrafos 1º e 2º da 
CRFB, in verbis: 
“Art. 71... 
§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso 
Nacional, que solicitará de imediato, ao Poder Executivo, as medidas cabíveis; 
§2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as 
medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito;” 
Vale consignar, por derradeiro, que as normas que estabelecem as atribuições e 
composição do Tribunal de Contas da União previstas nos arts. 70 a 74 da CRFB 
aplicam-se, “mutatis mutandis”, aos tribunais de contas dos estados e dos municípios 
 
 
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(estes, onde houver), em razão da incidência do princípio da simetria, conforme 
igualmente expresso no art. 75 da Carta Magna. 
Espelho 
Em relação ao item a, foi juridicamente acertada a atuação do TCU ao solicitar o 
edital já publicado para exame, conforme previsto no artigo 113, §2º, da Lei 8.666/93. 
A solicitação foi motivada e casuística, conforme exige o Supremo Tribunal Federal. 
Por sua vez, em relação ao item b, o TCU não tem competência para sustar contratos 
administrativos. De acordo com a norma do artigo 71, §1º, da CRFB, a sustação da 
execução do contrato deve ser solicitada ao Congresso Nacional, que deverá 
deliberar em noventa dias. Somente após o prazo, sem manifestação do Congresso 
Nacional, é que o TCU poderá decidir a respeito. 
Distribuição dos pontos 
Item 1 Pontuação 
O TCU atuou corretamente (0,3), com base no artigo 113, §2º, 
da Lei 8.666/93 (0,3). 
0 / 0,3 / 0,6 
Item 2 Pontuação 
O TCU não tem competência para sustar o contrato pela 
necessidade de oficiar ao Congresso Nacional, conforme art. 
71,§1º, da CRFB. 
0 / 0,3 
Se o Congresso Nacional não deliberar a respeito no prazo de 
noventa dias, o TCU decide, conforme art. 71, §2º, da CRFB. 
0 / 0,35 
 
 
OAB/CESPE – DIVERSAS REGIÕES/ 2007.3 – gabarito com padrões de respostas 
fornecidos pelo próprio CESPE 
Questão 5 
 
 
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José Ricardo, aluno do curso de Matemática de certa 
universidade pública, impetrou mandado de segurança contra 
ato praticado pelo diretor acadêmico, consistente na negativa 
de sua matrícula na disciplina Cálculo IV por ausência de pré-
requisito. Todavia, indicou como autoridade coatora o 
magnífico reitor da instituição de ensino, que prestou as 
informações no decêndio legal. Em preliminar, o reitor arguiu 
a sua ilegitimidade passiva ad causam e, adentrando no 
mérito, defendeu o ato praticado. 
– Considerando essa situação hipotética, responda, com a 
devida fundamentação legal, à seguinte pergunta: o juiz terá 
necessariamente de extinguir o feito por ausência de uma das 
condições da ação ou poderá apreciar o pedido? 
 
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO ADMINISTRATIVO – QUESTÃO 5 
Quesito avaliado 
Faixa de 
valores 
Atendimen
to 
ao quesito 
1. Correção gramatical (acentuação, grafia, pontuação) 
2. Fundamentação e consistência 
2.1. O juiz pode julgar o feito, consignando que ocorreu aencampação do ato por parte da autoridade superior 
3. Domínio do raciocínio jurídico (adequação da resposta 
ao problema; técnica profissional e desenvolvimento da 
redação) 
0,00 a 1,00 
 
 
9. Questão (extra) sobre o tema (TRATAREMOS DESSAS QUESTÕES NA ÚLTIMA 
SEMANA DO NOSSO CURSO, QUANDO FAREMOS A REVISÃO DE DIREITO 
MATERIAL E PROCESSUAL): 
. A Empresa Sanear fora declarada vencedora em determinado procedimento 
licitatório realizado pelo Município de Águas Límpidas para contratação de serviços 
de manutenção das redes de esgoto locais. 
 
 
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Dias depois, foi surpreendida por uma notícia jornalística de que "a licitação fora 
anulada por razões de interesse público". De posse de tal notícia, o representante 
da empresa dirigiu-se à Prefeitura e recebeu as seguintes informações: 
Do Presidente da Comissão de Licitação: “A anulação é ato discricionário, 
cabendo ao administrador escolher seu modo de realização, conteúdo, 
destinatários, conveniência e oportunidade, de modo tal que não feriu qualquer 
direito da licitante.” 
Do Secretário Municipal de Obras: “A Administração tem o dever de anular seus 
atos ilegais, a qualquer tempo, porque deles não se originam direitos, sendo 
vedada a apreciação judicial nesse caso.” 
Do Procurador do Município: “Não cabe ao Poder Judiciário controlar a 
discricionariedade administrativa. O mérito do ato administrativo é indevassável.” 
De um servidor público anônimo: “Eu acho que esse serviço deveria ser 
contratado pelo Estado, e não pelo Município. De todo modo, penso que eles 
deveriam ter comunicado ao senhor (representante da Empresa) antes de 
comunicarem aos jornais.” 
De posse de tais informações, o representante da Empresa Sanear dirige-se ao 
seu escritório, querendo saber de seu direito. 
 
Elabore PARECER que analise as inconsistências de cada uma das falas dos 
servidores públicos, indicando a ação cabível para reverter a situação e garantir a 
adjudicação.

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