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Aranhas e escorpiões

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MÓDULO 3
Aranhas e escorpiões
Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
Governo do Estado do Rio Grande do Sul – Secretaria da saúde (SES/RS); Fundação Estadual de Produção 
e Pesquisa em Saúde (FEPPS); Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT/RS). 2016
EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO
Kátia Rosana Lima de Moura da Silva (1)
Maria da Graça Boucinha Marques (2)
Alberto Nicolella (2)
(1) Bióloga, (2) Médico(a) Veterinário(a) – CIT/RS
RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Saúde. Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde. Centro de 
Informação Toxicológica. 
 
 Manual de Acidentes por Animais Peçonhentos e Venenosos para Agentes Comunitários de Saúde / 
Organizado por Kátia Rosana Lima de Moura da Silva, Maria da Graça Boucinha Marques e Alberto Nicolella. – 
Porto Alegre: CIT/RS, 2016. 72. p.
 1. Animais Peçonhentos. 2. Prevenção de Acidentes. 3. Primeiros Socorros. I. Silva, Kátia Rosana Lima de 
Moura da. II. Marques, Maria da Graça Boucinha. 
Ficha Catalográ� ca elaborada por Rosely de Andrade Vargas – CRB10/2320
Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul.
Av. Ipiranga 5400
90610-000 – Porto Alegre – RS 
Telefone de Emergência: 0800 721 3000 (plantão permanente 24hx7dias semana)
Telefone Administrativo: (51) 2139.9200
E – mail: cit@fepps.rs.gov.br
Web site: www.cit.rs.gov.br
Núcleo de Telessaúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul 
Rua Dona Laura, 320 - 11º andar
90430-090 - Porto Alegre - RS
Teleatendimento: 0800 644 6543 (08h às 17h30min de segunda a sexta)
Telefone Administrativo: (51) 3333.7025
E-mail: contato@telessauders.ufrgs.br 
Web site: https://telessauders.ufrgs.br
Este Manual é parte integrante do Curso de Prevenção de Acidentes por Animais Peçonhentos, produzido pelo CIT/RS 
e pelo TelessaúdeRS-UFRGS
ApoioRealização
Governo
Federal
Ministério da
Saúde
Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
SUMÁRIO
5
8
11
12
13
15
18
19
20
Aranhas
Principais aranhas
Situações de risco para acidentes com aranhas
Medidas de prevenção de acidentes com aranhas
Escorpiões
Principais escorpiões
Ação do veneno
Locais de Risco
Medidas de prevenção
APRESENTAÇÃO 4
4
Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
Apresentação:
Este manual foi elaborado por técnicos do Centro de Informação Toxicológica do Rio grande do Sul (CIT/RS), 
como material de apoio ao Curso de Prevenção de Acidentes por Animais Peçonhentos realizado em parceria com 
o Núcleo de Telessaúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (TelessaúdeRS-UFRGS).
O objetivo do curso é auxiliar os pro� ssionais de saúde da Atenção Primária à Saúde a identi� car os animais 
de interesse toxicológico, locais e situações de risco, realizar coletas com segurança, reconhecer os acidentes causados 
e tomar as primeiras providências frente a casos de picada ou contato com estes animais.
O CIT/RS mantém um plantão de emergência atuando 24 horas por dia, sete dias por semana, que pode ser 
acionado através do telefone 0800.721.3000 frente a acidentes com animais peçonhentos.
Desenvolve, também, ações e programas relacionados à pesquisa, educação e prevenção de acidentes com 
animais peçonhentos ou venenos e plantas tóxicas em nosso Estado. Mantém uma estrutura de diagnóstico a 
distância por imagem em apoio ao plantão de emergência. 
Esperamos que este manual seja uma ferramenta importante às diversas equipes de saúde na identi� cação e 
manejo de acidentes com animais peçonhentos e venenosos.
5
Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
Aranhas
As aranhas são animais quelicerados, ou seja, possuem quelíceras, que é a estrutura especializada 
para inocular o veneno.
Esta estrutura é formada por duas partes, uma basal maior e outra dura em formato de ferrão ou 
dente. Neste ferrão há um canal por onde passa o veneno proveniente da glândula de veneno. 
Apresentam o corpo dividido em duas partes: o cefalotórax, que seria a cabeça fundida com o tórax 
e o abdômen, e estas duas partes são ligadas por uma estrutura chamada de pedicelo. No cefalotórax � cam 
localizados os olhos, geralmente em número de seis ou oito, dispostos em duas ou três � leiras, um par de 
pedipalpos, que apresenta função sensorial, um par de quelíceras, e os quatro pares de pernas. 
As aranhas são ovíparas. Os ovos são esféricos e raramente ultrapassam um centímetro de diâmetro. 
Podem ser brancos, amarelados, rosados ou até mesmo esverdeados. Para proteger os ovos da ação de 
predadores e de parasitas e também da umidade e temperaturas extremas, as aranhas fazem uma postura 
em massa, ou seja, os ovos são aglutinados em um envoltório chamado de ooteca.
Foto CIT/RS Foto CIT/RS
Foto CIT/RS
6
Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
HÁBITOS E HABITAT 
ALIMENTAÇÃO
As aranhas são predadoras, geralmente solitárias, e possuem hábitos diurnos e noturnos. Vivem em 
teias geométricas ou irregulares, ocupam buracos naturais no solo, em fendas de barrancos, em árvores e 
arbustos, sob troncos podres, em cupinzeiros, em bromélias. Algumas podem viver domiciliadas, dentro 
das residências, em depósitos, garagens e outras construções. Habitam praticamente todas as regiões da 
terra com exceção da Antártica. São encontradas em vários ecossistemas, inclusive na água. Têm como 
inimigos naturais os pássaros, lagartixas, sapos, rãs e outras aranhas, entre outros.
São carnívoras, alimentando-se principalmente de larvas de insetos e até de outras aranhas ou de 
pequenos roedores de acordo com seu tamanho. A alimentação destes animais é de extrema relevância na 
saúde, controlando no ambiente, muitos vetores de doenças, como moscas, mosquitos e ratos. 
Foto CIT/RS
Foto CIT/RS
7
Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
CLASSIFICAÇÃO
As aranhas são divididas em duas infraordens de acordo com a inserção, posição de suas quelíceras. 
As Mygalomorphae, conhecidas como falsas aranhas, cujas quelíceras se posicionam de forma paralela ao 
eixo do corpo e tem como principal representante a caranguejeira. As Araneomorphae, conhecidas como 
aranhas verdadeiras, possuem as quelíceras posicionadas transversalmente ao eixo do corpo. 
Todas as aranhas são peçonhentas, isto é, possuem glândula produtora de veneno e aparelho 
inoculador. O veneno e suas características é que variam de acordo com a espécie de aranha envolvida e, 
portanto, caracteriza o acidente e sua gravidade. 
Existem mais de 40.000 espécies de aranhas, mas a Organização Mundial de Saúde considera 
apenas quatro gêneros de aranhas importância médica, capazes de causarem acidentes graves: Phoneutria, 
Loxosceles, Latrodectus que ocorrem no Brasil e o gênero Atrax, uma caranguejeira encontrada no 
continente australiano. 
Mygalomorphae Araneomorphae
Foto CIT/RS Foto CIT/RS
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Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
PRINCIPAIS ARANHAS
Armadeira (Phoneutria sp.) 
Entre as aranhas de importância médica, as aranhas conhecidas como armadeira ou aranha das 
bananeiras destacam-se pelo seu tamanho e a postura agressiva ao erguer as patas dianteiras, sendo capaz 
de saltar até 30cm. 
Medem 3 cm de corpo e até 15 cm de envergadura de patas quando adulta, apresentam coloração 
marro-acinzentada e corpo coberto por pelos curtos. No dorso do abdômen possuem desenhos em pares 
de machas claras. O ventre é negro nas fêmeas adultas e é vermelho ou alaranjado em jovens e machos 
adultos. A fase de acasalamento ocorre nos meses de março e abril, período em que sua agressividade se 
torna mais evidente e consequentemente podem ocorrer acidentes. Os acidentes têm sido observados no 
ato de calçar-se, ao realizar a limpeza doméstica e ao manuseio de legumes e frutas,especialmente bananas. 
Desse modo, as regiões do corpo mais atingidas são as extremidades dos membros superiores e inferiores.
Foto CIT/RS
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Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
Viúva-negra (Latrodectus sp.) 
Também conhecida como � amenguinha, pertence ao gênero Latrodectus, é comum nos estados 
do nordeste brasileiro. São aranhas pequenas, de 1,5 cm corpo e 3 cm de envergadura de pernas. Os 
machos são bem menores que as fêmeas. Em algumas espécies, apresentam coloração preta com 
vermelho vivo. Em outras, a cor varia do verde ao cinza com manchas alaranjadas. O abdômen é globoso 
e na parte ventral há um desenho em forma de ampulheta vermelha ou laranja. Não são agressivas. 
Frequentemente são encontradas em ambientes externos, vegetação arbustiva, em locais de erosão de 
gramados. No ambiente doméstico, podem estar em canaletas de água de chuva, abrigando-se em latas 
vazias, pneus, etc. Os machos vivem na teia das fêmeas, podendo servir de alimento para elas logo após 
a cópula, daí a denominação de viúva.
Foto CIT/RS
Foto CIT/RS
Latrodectus mirabilis
Aranha-de-jardim (Lycosa sp.) 
Conhecidas também como aranha-da-grama, aranha-lobo ou tarântula. Apresentam coloração 
marrom-acinzentada, com desenho no abdome em forma de seta. Atingem até 3 cm de corpo e 5 cm de 
envergadura de patas. São comuns em jardins, próximas às residências. 
10
Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
Caranguejeiras (Infraordem Mygalomorphae sp.) 
As caranguejeiras são as aranhas mais primitivas que ocorrem em nosso meio. Alimentam-se de 
pequenos animais, como pássaros, roedores ou anfíbios. Apresentam quelíceras em posição paralela ao 
eixo do corpo. São aranhas grandes, podendo atingir até 25 cm de envergadura de pernas. Possuem oito 
olhos pequenos, agrupados. De coloração castanha ou preta uniforme, todo seu corpo é coberto por 
muitas cerdas escuras ou avermelhadas. Não constroem teias e são pouco agressivas. 
Chamamos de Foneutrismo o acidente causado por aranhas do gênero Phoneutria. 
O veneno tem ação neurotóxica periférica e central causando dor intensa e imediata no local da 
picada, muitas vezes irradiada para raiz do membro e edema. Pode � car marca de dois pontos da picada. 
Manifestações sistêmicas como sudorese, hiperemia, parestesia, taquicardia, hipertensão arterial, 
agitação psicomotora, visão turva, vômitos ocasionais, dor abdominal, priapismo, sialorréia discreta e 
fasciculação muscular podem ocorrer. 
Os acidentes graves são raros, sendo praticamente restritos aos acidentes com crianças. 
O tratamento para dor local deve incluir um analgésico sistêmico e a realização de bloqueio 
anestésico por in� ltração local.
Como tratamento especí� co, a soroterapia (Soro Antiaracnídeo) é formalmente indicada nos casos 
de manifestações sistêmicas em crianças e, obrigatoriamente, em todos os acidentes graves. 
Foto CIT/RS
Foneutrismo
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Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
O acidente causado por aranhas do gênero Loxosceles, chamado de Loxoscelismo, ocorre, 
geralmente em ambiente intradomiciliar, em circunstâncias nas quais a aranha é comprimida contra o 
corpo do indivíduo, como ao vestir-se e ao dormir. Em consequência disso, o tronco e a região proximal 
dos membros são os segmentos do corpo mais comumente acometidos. 
O veneno tem ação local proteolítica local e manifestações sistêmicas. A picada é indolor. Há dois 
tipos de loxoscelismo: o cutâneo e o visceral. A forma cutânea do loxoscelismo é a mais comum, e é 
caracterizada por uma “lesão em alvo”, com um ponto necrótico ou uma área de necrose central circundada 
por halo isquêmico e eritema. O loxoscelismo cutâneo-visceral (cutâneo-hemolítico) é a forma mais 
grave do acidente e caracteriza-se pela hemólise intravascular associada à presença de lesão cutânea. 
Os pacientes podem evoluir para um quadro de insu� ciência renal aguda (IRA); secundariamente, à 
hemólise; e há probabilidade de evolução para rabdomiólise, decorrente do extenso dano tecidual no 
local da picada e da coagulação intravascular disseminada (CIVD).
O tratamento será sintomático para os casos leves sem presença de necrose e de soro antiaracnídeo 
ou soro antiloxoscélico para casos moderados e graves. 
É o nome do acidente causado por aranhas do gênero Latrodectus. O veneno tem ação neurotóxica 
central e periférica, caraterizado pela dor intensa no local da picada que pode persistir por até 48 horas. 
Podem ocorrer manifestações sistêmicas, como contraturas musculares generalizadas e miagia intensa 
que podem evoluir para convulsões. Pode ocorrer também dor abdominal intensa, um quadro bem 
similar ao de abdome agudo. Outros sintomas que caracterizam a fácies latrodectísmica podem ocorrer. 
Em casos mais graves, podem ocorrer taquicardia e hipertensão, seguidos de bradicardia, arritmias, 
� brilação atrial entre outros. 
O tratamento é realizado com a administração de analgésicos potentes. 
As aranhas de interesse toxicológico vivem em terrenos baldios, onde abrigam-se em cascas de 
árvores, bainhas de bananeiras, locais com material de construção, lenha acumulada ou empilhada e 
dentro de casa em locais escuros, calçados e entre as roupas. 
Devemos evitar as situações de risco, como locais e ambientes que proporcionam abrigo e 
alimentação para as aranhas. Evitar acúmulo de lixo e vegetação pouco cuidada perto das residências.
Loxoscelismo
Latrodectismo
SITUAÇÕES DE RISCO PARA ACIDENTES COM ARANHAS
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Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM ARANHAS
Usar luvas de raspa de couro ou 
mangas proteção nas atividades 
de jardinagem.
Usar graveto, enxada ou gancho 
ao mexer em lenha, buracos, 
folhas secas e troncos ocos.
Evitar folhagens densas junto as 
paredes e muros de casas
Manter a grama aparada e jardins 
e quintais limpos
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Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
Escorpiões
Pedipalpos
Olhos
Télson
Prossoma (carapaça)
Pré-abdômen 
Mesossoma (tronco)
Pós-abdômen 
Metassoma (Cauda)
Abdôben 
(Opistossoma)
CARACTERÍSTICAS
Os escorpiões, assim como as aranhas, são aracnídeos (possuem quatro pares de patas). Apresentam 
o corpo alongado, dividido em carapaça e uma cauda longa que apresenta no � nal um aguilhão pelo qual 
é inoculado o veneno.alimentação para as aranhas. Evitar acúmulo de lixo e vegetação pouco cuidada 
perto das residências.
Foto CIT/RS
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Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
HÁBITOS E HABITAT
ALIMENTAÇÃO
Todos os escorpiões são terrestres e são encontrados nos mais diversos ambientes. A maioria apresenta 
hábitos noturnos. Durante o dia, os escorpiões procuram abrigo embaixo de pedras, telhas, madeiras e 
troncos em decomposição e à noite, saem à procura de alimentos. Nas residências, podem se esconder 
dentro de calçados ou em roupas caídas no chão. São mais ativos durante os meses mais quente do ano.
 São animais carnívoros, alimentando-se de outros animais, como aranhas, insetos, principalmente 
baratas. Não possuem inimigos naturais especí� cos, como muitas espécies animais, mas as aves, em especial 
as galinhas, podem ser aliadas no controle destes animais, apesar de as aves possuírem hábitos diurnos e os 
escorpiões serem, como já vimos, em maioria, noturnos. Podem também ser predadores, camundongos, 
sapos, lagartos, lacraias, entre outros. 
Foto CIT/RS
15
Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
 Escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) 
É o responsável pelos acidentes de maior gravidade, inclusive com registros de óbitos. 
Possui as pernas e a cauda amarelo-claras e o tronco escuro. O nome serrulatus deve-se à 
presença de serrilha encontrada nos 3º e 4º anéis da cauda. Mede até 7 cm de comprimento. Nestaespécie só existem fêmeas. 
PRINCIPAIS ESCORPIÕES
 Com mais de 1000 espécies de escorpiões conhecidas pelo mundo, cerca de 25 apresentam interesse 
toxicológico. Todas as espécies de escorpiões consideradas de importância médica pertencem à família 
Buthidae. No Brasil, apenas algumas espécies do gênero Tityus podem causar acidentes graves. 
 Elas se reproduzem por partenogênese, um processo em que os óvulos começam a se dividir sem ter 
tido a fusão com espermatozoides. Este fato aliado a facilidade de adaptação a qualquer ambiente facilita 
muito a sua dispersão.
Serrilha
Foto CIT/RS
16
Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
Escorpião-marrom (Tityus bahiensis) 
Apresenta tronco escuro e pernas e cauda marrom-avermelhadas, com manchas escuras. Não 
possuem serrilha na cauda, e os adultos medem cerca de 7 cm. O macho é diferenciado da fêmea por 
possuir pedipalpos mais volumosos. Sobrevivem bem em áreas urbanizadas porém são menos numerosos 
que T. serrulatus nessas áreas. 
Escorpião-amarelo-do-nordeste (Tityus stigmurus) 
É semelhante ao T. serrulatus nos hábitos e na coloração, porém apresenta uma faixa escura 
longitudinal em seu mesossoma, seguido de uma mancha triangular na região frontal de carapaça. 
Assim como em T. serrulatus, também possui uma serrilha, menos acentuada, nos 3º e 4º anéis 
da cauda. Embora existam machos e fêmeas desta espécie, podem se reproduzir por partenogênese. É o 
principal causador de acidentes na Região Nordeste, muito encontrado em áreas residenciais. 
Foto: Ministério da Saúde. Manual de Controle de Escorpiões.
Foto: Ministério da Saúde. Manual de Controle de Escorpiões. 2009.
17
Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
Escorpião-preto-da-Amazônia (Tityus obscurus) 
A apresenta coloração negra, podendo chegar a 9 cm de comprimento quando adultos. Quando 
jovens, sua coloração é bem diferente, com corpo e apêndices castanhos e totalmente manchados de 
escuro, podendo ser confundido com outras espécies da região amazônica. É responsável por acidentes 
considerados graves na região Norte do Brasil, principalmente no Estado do Pará.
Também são registrados acidentes por outras espécies do gênero Tityus, porém, sua incidência e 
gravidade são menores. Além do gênero Tityus, outros gêneros podem causar acidentes como os dos gêneros: 
Brotheas sp. encontrado na região Amazônica. Rhopalurus sp., que são animais de grande 
porte, podendo chegar a 9 cm de comprimento, 
encontrados no Nordeste e no Brasil Central.
Foto: Ministério da Saúde. Manual de Controle de Escorpiões. 2009.
Foto CIT/RSFoto CIT/RS
18
Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
Bothriurus sp., escorpião bastante comum em todo o Brasil, encontrado em nos jardins e quintais de áreas 
urbanas. Apresenta coloração preta ou marrom escura ou corpo escuro com patas marrom mais claras.
AÇÃO DO VENENO 
 Os acidentes são classi� cados em leves, quando ocorrem predominantemente sintomas locais, 
sendo que a dor está presente em praticamente todos os casos. Ocasionalmente podem ocorrer vômitos, 
taquicardia e agitação discretas, muitas vezes associadas a quadros de ansiedade.
Os acidentes moderados e graves são causados pelos quatro escorpiões de interesse médico: Tityus 
serrulatus, T.bahiensis, T.stigmurus e T.obscurus.
Acidentes moderados são caracterizados pela dor local e manifestações sistêmicas de média 
intensidade como sudorese, náuseas e vômitos, hipertensão arterial, taquicardia, taquipnéia e agitação. 
Nestes casos existe a necessidade da utilização de soro antiescorpiônico ou aracnídico.
Nos acidentes graves, as manifestações sistêmicas são intensas como: vômitos profusos e frequentes, 
sudorese generalizada e abundante, pilo ereção (pele arrepiada), palidez, agitação alternada com sonolência, 
hipotermia, taquicardia ou bradicardia, extra-sístoles, hiperpnéia, tremores, espasmos musculares, 
hipertensão. Pode evoluir para choque cardiorrespiratório e edema agudo de pulmão que são as causas 
dos óbitos no escorpionismo.
19
Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
Margens de rios
Córregos
Riachos
Galerias de águas
Esgotos
Barrancos
Cupinzeiros
Troncos de árvores
Nas áreas rurais, a preparação do solo para plantio pode 
promover o desalojamento de escorpiões de seu habitat natural.
LOCAIS DE RISCO
20
Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
MEDIDAS DE PREVENÇÃO
Em prédios, é preciso atenção
nas áreas comuns.
Fosso de elevador
Caixas de gordura
Pontos de energia
Lixeiras
Colocar telas nos ralos das 
pias ou tanques.
Rebocar paredes para 
que não apresentem 
rachaduras ou frestas.
Vedar soleiras de portas 
com rolos de areia ou 
rodos de borracha.
Consertar rodapés soltos.
Colocar telas nas janelas.
21
Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
Referências bibliográ� cas:
RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Saúde. Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde. Centro 
de Informação Toxicológica. Animais peçonhentos [Internet]. Porto Alegre: CIT/RS, 2016. Disponível em: 
http://www.cit.rs.gov.br/. Acesso em: 11 nov. 2016. 
SILVA, K. R. L. M.; MARQUES, M. G. B. M; NICOLELLA, A. (Org.). Manual de acidentes por animais 
peçonhentos e venenosos. Porto Alegre: CIT/RS, 2016. 
O e-book “Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos” será fornecido gratuitamente a 
todos os alunos do curso. 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
AZEVEDO-MARQUES, M. M.; HERING, S. E.; CUPO, P. Acidente crotálico. In: CARDOSO, J. L. C. et al. 
Animais peçonhentos no Brasil: biologia, clínica e terapêutica dos acidentes. São Paulo: Sarvier, 2003. p.91-98. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de controle de escorpiões. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 72 p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de diagnóstico e tratamento dos acidentes por animais 
peçonhentos. Brasília: Ministério da Saúde, 1998. 131 p. 
FENWICK, A. M. et al. Morphological and molecular evidence for phylogeny and classi� cation of South 
American pitvipers, genera Bothrops, Bothriopsis, and Bothrocophias (Serpentes: Viperidae). Zoological 
Journal of the Linnean Society, Londres, v. 156, n. 3, p. 617-640, 2009.
FRANÇA, F. O. S.; MÁLAQUE, C. M. S. Acidente botrópico. In: CARDOSO, J. L. C. et al. Animais 
peçonhentos no Brasil: biologia, clínica e terapêutica dos acidentes. São Paulo: Sarvier, 2003. p. 72-86.
LEMA, T. Os répteis do Rio Grande do Sul: atuais e fósseis – biogeogra� a – O� dismo. Porto Alegre: 
EDIPUCRS, 2002. 264 p.
LUCAS, S. M. Aranhas de interesse médico no Brasil. In: CARDOSO, J. L. C. et al. Animais peçonhentos no 
Brasil: biologia, clínica e terapêutica dos acidentes. São Paulo: Sarvier, 2003. p.141-149.
MELGAREJO, A. R. Serpentes peçonhentas do Brasil. In: CARDOSO, J. L. C. et al. Animais peçonhentos no 
Brasil: biologia, clínica e terapêutica dos acidentes. São Paulo: Sarvier, 2003. p.33-61.
MORAES, R. H. P. Lepidópteros de importância médica. In: CARDOSO, J. L. C. et al. Animais peçonhentos 
no Brasil: biologia, clínica e terapêutica dos acidentes. São Paulo: Sarvier, 2003. p.211-219. 
WEN, F. H.; DUARTE, A. C. Acidentes por Lonomia. In: CARDOSO, J. L. C. et al. Animais peçonhentos no 
Brasil: biologia, clínica e terapêutica dos acidentes. São Paulo: Sarvier, 2003. p.224-232. 
Manual de acidentes por animais peçonhentos e venenosos
www. telessauders.ufrgs.br
E-mail: contato@telessauders.ufrgs.br | Twitter/Facebook/Youtube: TelessaudeRS
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ApoioRealização
Governo
Federal
Ministério da
Saúde
Coordenação Geral 
TelessaúdeRS-UFRGS
Erno Harzheim
Marcelo Rodrigues Gonçalves
Coordenação da Teleducação
do TelessaúdeRS-UFRGS
Roberto Nunes UmpierreOtávio Pereira D’Avila
Conteudistas
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Maria da Graça Boucinha Marques
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Revisores (TelessaúdeRS-UFRGS)
Ana Paula Borngräber Corrêa 
Roberto Nunes Umpierre 
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Projeto Gráfi co
Luiz Felipe Telles
 
Diagramação e Ilustração
Luiz Felipe Telles 
Edição/Filmagem/Animação
Diego Santos Madia
Rafael Martins Alves
Divulgação
Camila Hofstetter Camini
Guilherme Fonseca Ribeiro
Vitória Oliveira Pacheco
Design Instrucional
Ana Paula Borngräber Corrêa 
Equipe de Teleducação
Andreza de Oliveira Vasconcelos
Ana Paula Borngräber Corrêa 
Cynthia Goulart Molina-Bastos
Fábio De Cesare
Filipe Ribeiro da Silva
Rosely de Andrade Vargas
Ylana Elias Rodrigues
Dúvidas e informações sobre o curso:
Site: www.telessauders.ufrgs.br
E-mail: ead@telessauders.ufrgs.br 
Telefone: 51 3308 2098 ou 3308 2093
Equipe Responsável:
A Equipe de coordenação, suporte e acompanhamento do Curso é formada por integrantes do Núcleo de 
Telessaúde do Rio Grande do Sul (TelessaúdeRS-UFRGS) e do Centro de Informação Toxicológica (CIT/RS).
Ao Prof. Dr. Paulo Sérgio Bernarde, que gentilmente cedeu parte das fotos utilizadas no 
Guia e no módulo sobre serpentes, nosso muito obrigado.

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