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Alegações Finais

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE DO ESTADO DE MINAS GERAIS.
 
 
Processo nº xxxxxxxxxxxxxxxxx
Autor: Ministério Público do Estado de Minas Gerais
Denunciado: JOÃO FUMAÇO
 
 
 		JOÃO FUMAÇO, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de seu advogado e bastante procurador, conforme instrumento procuratório anexo aos autos (doc. 01), apresentar ALEGAÇÕES FINAIS, pelas razões de fato e de Direito a seguir apontadas;
 
 
SÍNTESE DOS FATOS
O requerente foi denunciado pelos crimes dos artigos 334-A e 334-A, §1º, inciso IV, do Código Penal, em concurso material, e, sucessivamente, pelo crime do art. 334, do Código Penal 
Narram os autos que em 27 de outubro de 2017, por volta das 17:00 horas, policiais militares em diligência se deslocaram para o estabelecimento comercial denominado “HAROLDO’S BAR”, onde era praticado a venda de cigarros supostamente provenientes do Paraguai. 
No local foram encontrados 10(dez) caixas de cigarro fechadas da marca BELVEDERE, contendo 200 cigarros cada, totalizando 2.000 (dois mil) cigarros; 07 (sete) caixas de cigarro fechadas da marca LUXEMBURGO contendo 200 cigarros cada, totalizando 1.400 (mil e quatrocentos) cigarros; 50 (cinquenta) caixas de cigarro fechadas BANDEIRANTE contendo 200 cigarros cada, totalizando 10.000 (dez mil) cigarros, todas as caixas continha a inscrição “made in Paraguay”.
Na Audiência de Instrução e Julgamento as testemunhas ouvidas, declararam conhecer a origem do cigarros, informando que os mesmos eram fabricados pela "Exportadora de Cigarrillos Paraguay".
O Ministério Público em seu Memorial de Alegações Finais pede a condenação do denunciado JOÃO FUMAÇO, sob o argumento de que existem provas suficientes para condená-lo, pelos crimes do art. 334-A e 334-A, §1º, inciso IV, do Código Penal, em concurso material, e, pelo crime do art. 334, do Código Penal.
Autos à defesa, para apresentação de Alegações Finais.
Em síntese, são os fatos.
 
DO MÉRITO
Obs: Nesse momento, deve-se argumentar e expor teses e provas que demonstrem a existência do seu direito e consequentemente, sirvam de amparo para a concessão dos pedidos. Acho sempre interessante ressaltar os efeitos negativos gerados pela pena, a real necessidade de submeter a pessoa ao cárcere, as condições dos presídios, etc. Portanto, expor tudo o que for favorável e capaz de influenciar no convencimento do julgador.
Exemplo:
Inicialmente, cumpre ressaltar que o denunciado é primário, possui residência fixa e trabalho lícito, conforme documentos acostado aos autos.
Cumpre esclarecer ainda, que o denunciado não exerce comércio ilícito de entorpecentes conforme afirmado na denúncia. A irrisória quantidade de drogas encontrada, seria para o consumo pessoal, haja vista que se trata de usuário de drogas.
Verifica-se que nos autos não há nenhuma prova capaz de incriminar o denunciado de forma concreta e inequívoca ao delito em que é acusado, pelo contrário, existem apenas presunções de que a droga encontrada seria para a comercialização.
Como sabemos, no processo penal vigora o princípio segundo o qual a prova, para alicerçar um decreto condenatório, deve ser indiscutível e cristalina.
Portanto, se o conjunto probatório não permitir precisar essa conclusão em decorrência da dúvida, cumpre ao magistrado optar pela absolvição com base no princípio do in dúbio pro réu.
Importante destacar também, que segundo os relatos obtidos nesse procedimento, seja pelas testemunhas ou interrogatório do denunciado, não há qualquer elemento que evidencie a prática do comércio de drogas, maiormente quando não houvera flagrante de venda, detenção de usuários, apreensão de objetos destinados à preparação, embalagem e pesagem da droga.
Conforme se observa do exposto, resta comprovada a situação do denunciado como usuário, conduta tipificada no artigo 28 da Lei 11.343/06 e não a de traficante, conforme aduzido na denúncia.
Não há prova nos autos, de acordo com a análise dos depoimentos, do local do fato, das condições em que se desenvolveu a ação, das circunstâncias sociais e pessoais, bem como a conduta e os antecedentes do denunciado, cheguem à certeza de que a prática do fato era realmente tráfico de drogas, razão pela qual, em caso de não absolvição, mostra-se necessária a desclassificação.
Diante disso, verifica-se que não há nos autos qualquer prova que o denunciado tinha a intenção de vender a droga apreendida em sua residência. Em seu interrogatório, o denunciado é categórico ao afirmar que é apenas usuário habitual e jamais se envolveu na mercância de qualquer entorpecente, fato este corroborado pelo depoimento das testemunhas e demais provas trazidas ao processo.
Portanto Exa., não há nos autos prova inquestionável quanto a ocorrência do delito em que está sendo acusado o denunciado. Mostrando-se prudente a absolvição do mesmo, e em última análise, caso não entenda dessa forma, a desclassificação do delito para uso de drogas, para que assim prevaleça a efetiva aplicação do direito e ditames da justiça.
DOS PEDIDOS
Obs: Muito importante essa parte, deve-se analisar as possibilidades e proceder os pedidos principais e subsidiários, ou seja, requerer absolvição, desclassificação do delito, exclusão de qualificadoras, acatamento de causas de diminuição, aplicação da pena no mínimo legal, conversão em restritivas de direitos, possibilidade de suspensão do processo, concessão de algum benefício, etc.
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência;
a/ A ABSOLVIÇÃO do denunciado, nos termos do artigo 386, inciso V, VI e VII do Código de Processo Penal, haja vista que não há prova concreta e inquestionável para sustentar uma condenação, prevalecendo o princípio do in dúbio pro réu.
b/ Caso não seja a absolvição o entendimento de V. Exa., pelo princípio da eventualidade, que seja acolhida a tese de DESCLASSIFICAÇÃO para o delito de Uso de Drogas (artigo 28 da Lei 11.343/06), dando definição diversa do teor da denúncia, nos termos do artigo 383 do Código de Processo Penal, com a consequente remessa dos autos ao Juizado Especial Criminal, nos termos do § 2º do artigo 383 c/c 394, § 1º, inciso III, do Código de Processo Penal.
c/ Por derradeiro, caso entenda pela condenação do denunciado, o que não se espera, requer a APLICAÇÃO DA PENA NO MÍNIMO LEGAL, com a devida aplicação do § 4º do artigo 33 da Lei 11.343/06, analisando as circunstâncias pessoais favoráveis do denunciado (artigo 59, inciso IV, do Código Penal) e conversão em penas restritivas de direitos, de acordo com o artigo 44 do Código Penal, posto que o denunciado preenche todos os requisitos.
d/ Em caso de condenação, a aplicação do art. 59 da Lei 11.343/06 c/c 283 do Código de Processo Penal, somado aos princípios da presunção de inocência (art. 5º, inciso LVII da Constituição Federal), entendimento da prisão como última ratio, Lei 12.403/11 (medidas cautelares diversas da prisão), pelos efeitos negativos do cárcere, requisitos favoráveis do denunciado (primário, residência fixa, trabalho lícito), para que possa RECORRER EM LIBERDADE, sendo expedido o devido e competente alvará de soltura em favor do denunciado, para que possa ser restabelecida imediatamente sua liberdade.
Para a efetivação da justiça, direitos e garantias asseguradas a todos os cidadãos, e por tudo evidenciado nos autos, revela-se mais adequada, razoável e humana, o acatamento dos argumentos e total procedência dos pedidos formulados pela defesa.
 Termos em que pede e aguarda deferimento.
Local e data.
Nome do advogado OAB/MG

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