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Apostila Empresarial Propriedade Industrial (Lei 9.279.96)

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Propriedade Industrial (Lei 9.279/96)
1º - Aspectos Gerais
A propriedade intelectual é um gênero formado pela propriedade industrial
e o direito autoral. A propriedade industrial foi regulada pela 9.279/96 e
tem por finalidade garantir a exclusividade de uso.
2º – Bens protegidos pela lei
A lei de propriedade industrial serve para a proteção dos seguintes bens: a)
invenção; b) modelo de utilidade; c) desenho industrial; d) marca.
Ademais, a lei também regula a repressão à falsa indicação geográfica e a
concorrência desleal.
a) formas de proteção
1º – Patente: é o meio adequado para a proteção da invenção e do modelo
de utilidade;
a) período máximo de sigilo da patente: após o protocolo de um pedido
de patente de invenção, o período de sigilo determinado pela lei n.º
9.279/96 é de 18 meses, contados da data de depósito ou da prioridade
mais antiga.
Art. 30. O pedido de patente será mantido em sigilo durante 18
(dezoito) meses contados da data de depósito ou da prioridade mais
antiga, quando houver, após o que será publicado, à exceção do caso
previsto no art. 75.
Se um novo pedido de patente reivindica exatamente a invenção já
reivindicada por um pedido anterior de outro titular que está em sigilo,
após a publicação do pedido anterior: a invenção do pedido posterior
estará no estado da técnica e o pedido não será considerado novo.
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2º – Registro: é o meio adequado para a proteção de desenho industrial e
marca.
b) Ente responsável por zelar pela proteção
Tanto a patente quanto o registro devem ser feitos no Instituto Nacional de
Propriedade Industrial – INPI. Trata-se de uma autarquia federal.
c) Períodos de proteção
Art. 40. A patente de invenção vigorará pelo prazo de 20 (vinte)
anos e a de modelo de utilidade pelo prazo 15 (quinze) anos
contados da data de depósito. 
Art. 108. O registro vigorará pelo prazo de 10 (dez) anos contados da
data do depósito, prorrogável por 3 (três) períodos sucessivos de 5
(cinco) anos cada. 
Art. 133. O registro da marca vigorará pelo prazo de 10 (dez) anos,
contados da data da concessão do registro, prorrogável por períodos
iguais e sucessivos. 
Os bens protegidos pela lei possuem os seguintes períodos de proteção: 1)
invenção: 20 anos; 2) modelo de utilidade: 15 anos. A invenção e o
modelo de utilidade são improrrogáveis. 3) desenho industrial: 10 anos,
prorrogáveis por 03 vezes, cada uma por 05 anos; 4) marca: 10 anos,
podendo ser prorrogada ilimitadamente, sendo que cada prorrogação vale
por 10 anos.
d) Marco Inicial
O período de exclusividade da Invenção, do Modelo de Utilidade e do
Desenho Industrial começam a contar da data do depósito no INPI. Já a
marca, tem seu período de exclusividade contado da data de concessão.
3º Espécies de bens protegidos
a) Invenção
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1º – Conceito: 
Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de utilidade:
I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos; 
II - concepções puramente abstratas; 
III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis,
financeiros, educativos, publicitários, de sorteio e de fiscalização; 
IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou
qualquer criação estética; 
V - programas de computador em si; 
VI - apresentação de informações; 
VII - regras de jogo; 
VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como
métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação no corpo
humano ou animal; e 
IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos
encontrados na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o
genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos
biológicos naturais 
A invenção não tem um conceito definido na lei. Ela, contudo, diz aquilo
que não é considerado invenção.
2º – Requisitos da invenção
Art. 8º É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de
novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. 
a) Novidade: será considerado novo aqueles inventos não compreendido
no estado da técnica. O estado da técnica é constituído por tudo aquilo
tornado acessível ao público antes da data de depósito do pedido de
patente, por descrição escrita ou oral, por uso ou qualquer outro meio, no
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Brasil ou no exterior, ressalvado o disposto nos arts. 12, 16 e 17 da Lei
9.279/96. 
b) Atividade Inventiva: a invenção é dotada de atividade inventiva
sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira evidente
ou óbvia o estado da técnica:
Art. 13. A invenção é dotada de atividade inventiva sempre que, para
um técnico no assunto, não decorra de maneira evidente ou óbvia do
estado da técnica. 
c) Aplicação Industrial: somente será considerado uma invenção aquilo
que tem aplicação industrial. A invenção e o modelo de utilidade são
considerados suscetíveis de aplicação industrial quando possam ser
utilizados ou produzidos em qualquer tipo de indústria:
Art. 15. A invenção e o modelo de utilidade são considerados
suscetíveis de aplicação industrial quando possam ser utilizados ou
produzidos em qualquer tipo de indústria.
d) Não impedimento:
Art. 18. Não são patenteáveis:
I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à
ordem e à saúde públicas;
II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de
qualquer espécie, bem como a modificação de suas propriedades
físico-químicas e os respectivos processos de obtenção ou
modificação, quando resultantes de transformação do núcleo atômico;
e
III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos
transgênicos que atendam aos três requisitos de patenteabilidade -
novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previstos no art.
8º e que não sejam mera descoberta.
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Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microorganismos
transgênicos são organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de
animais, que expressem, mediante intervenção humana direta em sua
composição genética, uma característica normalmente não alcançável
pela espécie em condições naturais.
A lei estabelece algumas coisas que não podem ser objeto de patente. São
elas: 
1) o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e
à saúde públicas;
2) as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer
espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e
os respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes
de transformação do núcleo atômico; e
3) o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos
transgênicos que atendam aos três requisitos de patenteabilidade -
novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previstos no art.
8º e que não sejam mera descoberta. Para os fins da Lei, microorganismos
transgênicos são organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de
animais, que expressem, mediante intervenção humana direta em sua
composição genética, uma característica normalmente não alcançável pela
espécie em condições naturais. 
3º - Quebra de Patente
Aquilo que se costuma chamar de quebra de patente, na verdade se trata de
uma licença compulsória. Nos casos de emergência nacional ou interesse
público, declarados em ato do Poder Executivo Federal, desde que o
titular da patente ou seu licenciado não atenda a essa necessidade, poderá
ser concedida, de ofício, licença compulsória, temporária e não exclusiva,
para a exploração da patente, sem prejuízo dos direitos do respectivo
titular:
https://www.instagram.com/direitodiretoblog/Art. 71. Nos casos de emergência nacional ou interesse público,
declarados em ato do Poder Executivo Federal, desde que o titular
da patente ou seu licenciado não atenda a essa necessidade, poderá
ser concedida, de ofício, licença compulsória, temporária e não
exclusiva, para a exploração da patente, sem prejuízo dos direitos do
respectivo titular.
Parágrafo único. O ato de concessão da licença estabelecerá seu
prazo de vigência e a possibilidade de prorrogação.
Quem declara que se trata de um caso de emergência nacional ou de
interesse público, é o Poder Executivo federal, mas, fique atento, porque
a decisão de ter a patente licenciada compulsoriamente pode ser concedida
tanto administrativa quanto judicialmente. 
Art. 68. O titular ficará sujeito a ter a patente licenciada
compulsoriamente se exercer os direitos dela decorrentes de forma
abusiva, ou por meio dela praticar abuso de poder econômico,
comprovado nos termos da lei, por decisão administrativa ou
judicial.
Cumpre esclarecer que essa licença compulsória é temporária. Na
medida em que se cessa a emergência nacional ou se finda o interesse
público, acaba-se à licença compulsória temporária. 
.A lei estabelece ainda que as licenças compulsórias serão sempre
concedidas sem exclusividade, não se admitindo o sublicenciamento:
Art. 72. As licenças compulsórias serão sempre concedidas sem
exclusividade, NÃO se admitindo o sublicenciamento.
Por fim, a lei diz que não haverá prejuízo para o titular da patente, porque
ele participará de parte dos lucros decorrentes da comercialização
daquele produto.
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4º - Invenções iguais
Se dois ou mais autores tiverem realizado a mesma invenção ou modelo de
utilidade, de forma independente, o direito de obter patente será
assegurado àquele que provar o depósito mais antigo,
independentemente das datas de invenção ou criação.
Art. 7º. Se dois ou mais autores tiverem realizado a mesma invenção
ou modelo de utilidade, de forma independente, o direito de obter
patente será assegurado àquele que provar o depósito mais
antigo, independentemente das datas de invenção ou criação.
Parágrafo único. A retirada de depósito anterior sem produção de
qualquer efeito dará prioridade ao depósito imediatamente posterior.
5º - Invenção feita fora do Brasil
Considere a seguinte situação hipotética: Patrícia, que é cidadã nacional do
Brasil, reside atualmente em outro país, onde realizou uma invenção.
Nessa situação hipotética, é possível que Patrícia apresente requerimento
de patente em organização internacional, com efeito de depósito nacional,
sendo-lhe assegurado, inclusive, direito de prioridade.
Art. 16. Ao pedido de patente depositado em país que mantenha
acordo com o Brasil, ou em organização internacional, que produza
efeito de depósito nacional, será assegurado direito de prioridade,
nos prazos estabelecidos no acordo, não sendo o depósito
invalidado nem prejudicado por fatos ocorridos nesses prazos.
6º – Invenção realizada durante o contrato de trabalho
A legislação estabelece que pertence exclusivamente ao empregador, salvo
disposição em contrário, a invenção ou modelo de utilidade quando
decorrer de contrato de trabalho a ser executado no Brasil:
Art. 88. A invenção e o modelo de utilidade pertencem
exclusivamente ao empregador quando decorrerem de contrato de
trabalho cuja execução ocorra no Brasil e que tenha por objeto a
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pesquisa ou a atividade inventiva, ou resulte esta da natureza dos
serviços para os quais foi o empregado contratado.
§ 1º Salvo expressa disposição contratual em contrário, a retribuição
pelo trabalho a que se refere este artigo limita-se ao salário ajustado.
§ 2º Salvo prova em contrário, consideram-se desenvolvidos na
vigência do contrato a invenção ou o modelo de utilidade, cuja
patente seja requerida pelo empregado até 1 (um) ano após a
extinção do vínculo empregatício.
Note, ainda, que salvo prova em contrário, considera-se desenvolvido na
vigência do contrato a invenção ou modelo de utilizada cuja patente seja
requerida pelo empregado até um ano após a extinção do contrato. 
b) Modelo de Utilidade
É o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial,
que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que
resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação:
Art. 9º É patenteável como modelo de utilidade o objeto de uso
prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que
apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que
resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação. 
O modelo de utilidade traz, assim, uma melhoria funcional, uma utilidade
maior, para algo que já existe. A doutrina chama o modelo de utilidade de
elemento útil.
c) Desenho Industrial
É a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de
linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando
resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa
servir de tipo de fabricação industrial. O desenho industrial não acarreta
nenhuma melhoria na coisa, de forma que a doutrina costuma chamá-lo de
elemento fútil. 
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A lei estabelece também que O desenho industrial é considerado original
quando dele resulte uma configuração visual distintiva, em relação a
outros objetos anteriores:
Art. 95. Considera-se desenho industrial a forma plástica
ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores
que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado
visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir
de tipo de fabricação industrial. 
O resultado visual original poderá ser decorrente da combinação de
elementos conhecido:
Art. 97. O desenho industrial é considerado original quando dele
resulte uma configuração visual distintiva, em relação a outros objetos
anteriores.
Parágrafo único. O resultado visual original poderá ser decorrente da
combinação de elementos conhecidos.
Por fim, não se considera desenho industrial qualquer obra de caráter
puramente artístico:
Art. 98. Não se considera desenho industrial qualquer obra de caráter
puramente artístico. 
d) Marca
1º conceito
É o sinal, visualmente perceptíveis, não compreendidos nas proibições
legais:
Art. 122. São suscetíveis de registro como marca os sinais distintivos
visualmente perceptíveis, não compreendidos nas proibições legais. 
 
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Diante do conceito legal, denota-se que o sinal sonoro não poderá ser
registrado como marca.
2° Quem pode registrar uma marca
Podem registrar uma marca tanto pessoas físicas quanto pessoas jurídicas,
de direito público ou de direito privado.
Art. 128. Podem requerer registro de marca as pessoas físicas ou
jurídicas de direito público ou de direito privado.
3º Extensão territorial 
Uma vez adquirida a propriedade da marca, o seu titular terá uso exclusivo
em todo o território nacional. Não se fala em propriedade mundial da
marca.
Art. 129. A propriedade da marca adquire-se pelo registro
validamente expedido, conforme as disposições desta Lei, sendo
assegurado ao titular seu uso exclusivo em todo o território
nacional, observado quanto às marcas coletivas e de certificação o
disposto nos arts. 147 e 148.
4º Espécies de Marca (Art. 123)
a) marca de produtos ou serviços: aquela usada para distinguir produto
ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa.
b) marca de certificação: aquela usada para atestar a conformidadede um
produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas,
notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e
metodologia empregada.
c) marca coletiva: aquela usada para identificar produtos ou serviços
provindos de membros de uma determinada entidade.
5º Requisitos para registro de uma marca
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a) Novidade: aqui, trata-se de uma novidade relativa. Não poderá haver
uma mesma marca dentro de uma mesma categoria de produtos. Assim é
possível, em regra, haver uma marca com o mesmo nome, desde que uma
atue, por exemplo, no ramo de comida e outra no ramo de roupas.
Mitigação: o STJ (REsp 1.315.621-SP) entende que marcas fracas ou
evocativas, que constituem expressão de uso comum, de pouca
originalidade, atraem a mitigação da regra de exclusividade decorrente do
registro, admitindo-se a sua utilização por terceiros de boa-fé. 
b) Não coincidência com uma marca notoriamente conhecida: a marca
a ser criada não poderá coincidir com uma marca notoriamente conhecida.
Sobre tema, temos o seguinte:
Art. 125. À marca registrada no Brasil considerada de alto renome
será assegurada proteção especial, em todos os ramos de atividade. 
Art. 126. A marca notoriamente conhecida em seu ramo de atividade
nos termos do art. 6º bis (I), da Convenção da União de Paris para
Proteção da Propriedade Industrial, goza de proteção especial,
independentemente de estar previamente depositada ou registrada no
Brasil.
§ 1º A proteção de que trata este artigo aplica-se também às marcas de
serviço.
§ 2º O INPI poderá indeferir de ofício pedido de registro de marca
que reproduza ou imite, no todo ou em parte, marca notoriamente
conhecida.
Marca notoriamente conhecida é aquela ostensivamente pública e
conhecida do grande público internacional (Ex. Ferrari). A marca
notoriamente conhecida não depende de registro no INPI para ter proteção
legal, uma vez que o Brasil é signatário da Convenção da União de Paris.
A proteção nesse caso, contudo, restringe-se apenas ao mesmo ramo de
atividade (Ex: Ferrari só está protegida nesse caso no ramo de carros).
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Marca de alto renome, por sua vez, precisa de registro no INPI para ter
proteção legal. No caso, o registro protege a marca em todos os ramos de
atividade (Ex: Ferrari é protegida em todos os ramos, inclusive fora do
mercado de carros).
Marca Notoriamente conhecida (art. 126) X Marca de Alto Renome
(art. 125)
Marca Notoriamente conhecida Marca de Alto Renome
Não precisa de registro no INPI. Precisa de registro no INPI.
Protege apenas no mesmo ramo de
atividade.
Protege em todos os ramos.
Proteção internacional. Só protege no Brasil.
Direito do titular de marca de alto renome de obter uma declaração
geral e abstrata de que sua marca é de alto renome: o STJ entende que
o titular de uma marca detém legítimo interesse em obter, por via direta,
uma declaração geral e abstrata de que sua marca é de alto renome. Cuida-
se de um direito do titular, inerente ao direito constitucional de proteção
integral da marca (REsp 1.162.281-RJ).
c) não impedimento legal: a marca não poderá infringir um dos
impedimento previstos na lei.
6º - Precedência de nome empresarial que não implica direito ao
registro de marca 
Determinada sociedade empresária registrou seu ato constitutivo na junta
comercial de Blumenau (SC) com o nome empresarial de “Multimed
Distribuidora de Medicamentos Ltda”. Anos mais tarde, uma sociedade
empresária do Rio Grande do Sul (“Multiclínica Serviços de Saúde Ltda.”)
registrou no INPI, como marca, a expressão “MULTIMED”.
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O STJ entendeu que esse registro da marca MULTIMED foi válido mesmo
o nome empresarial da outra empresa sendo igual. Isso porque as formas
de proteção do nome empresarial e da marca comercial não se
confundem. Em regra, a proteção do NOME EMPRESARIAL fica restrita
ao Estado/DF de competência da Junta Comercial em que foi registrado o
ato constitutivo da empresa. Ex: se a empresa “A” registrou seu ato
constitutivo na Junta Comercial de Blumenau, a proteção será apenas em
Santa Catarina. Essa proteção poderá ser estendida a todo o território
nacional, desde que seja feito pedido complementar de arquivamento nas
demais Juntas Comerciais. 
A proteção da MARCA é mais extensa e, depois do registro no INPI,
apenas o titular desta marca poderá utilizá-la em todo o território nacional.
Para que nome empresarial da empresa “Multimed Distribuidora de
Medicamentos Ltda” pudesse impedir que outra empresa registrasse no
INPI a marca “MULTIMED” seria necessário que ela tivesse feito pedido
complementar de arquivamento do seu nome empresarial nas demais
Juntas Comerciais do país.
Para que o registro do nome empresarial (que goza de proteção no
apenas âmbito estadual) possa impedir o registro de marca (que goza de
proteção nacional) é preciso, portanto, nessa ordem: (i) que a proteção ao
nome empresarial não goze somente de tutela restrita a alguns Estados,
mas detenha a exclusividade sobre o uso do nome em todo o território
nacional e (ii) que a reprodução ou imitação seja "suscetível de causar
confusão ou associação com estes sinais distintivos". (REsp 1204488/RS).
3º – Formas de extinção da Marca
Art. 142. O registro da marca extingue-se:
I - pela expiração do prazo de vigência;
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II - pela renúncia, que poderá ser total ou parcial em relação aos
produtos ou serviços assinalados pela marca;
III - pela caducidade; ou
IV - pela inobservância do disposto no art. 217.
a) pela expiração do prazo de vigência.
b) pela renúncia, que poderá ser total ou parcial em relação aos produtos
ou serviços assinalados pela marca.
c) pela caducidade: caducará o registro se decorridos 05 anos da sua
concessão, o uso da marca não tiver sido iniciado no Brasil ou se o uso da
marca houver sido interrompido por mais de 05 anos consecutivos ou se no
mesmo prazo, a marca tiver sido usada com modificação que implique
alteração de seu caráter distintivo original, tal como constante do
certificado de registro. Nesses casos, O titular será intimado para se
manifestar no prazo de 60 (sessenta) dias, cabendo-lhe o ônus de provar o
uso da marca ou justificar seu desuso por razões legítimas.
Inexistência de caducidade no caso de marca de produto que somente
é vendido no exterior: O fato de determinada marca ser destinada
exclusivamente ao mercado externo não significa que o uso da marca
tenha sido iniciado no Brasil. Dito de outra forma, como o cigarro era
produzido em nosso país, pode-se dizer que a empresa iniciou sim o
uso da marca no Brasil, mesmo que as suas vendas fossem apenas
para exportação. Dessa forma, se a empresa fabricava os cigarros no
Brasil e os revendia para o exterior, ela estava usando a marca no Brasil e
tal situação não se enquadra no inciso I do art. 143 da LPI. 
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Se o titular da marca registrada no Brasil industrializa, fabrica, elabora o
produto em território nacional, claramente inicia e faz uso da marca no
Brasil, merecendo toda proteção legal, pois aqui empreende, gerando
produção, empregos e riqueza, sendo indiferente que a mercadoria aqui
produzida seja destinada ao mercado interno ou exclusivamente ao
externo. Produzir no País o produto com a marca aqui registrada atende
suficientemente ao requisito legal de “uso da marca iniciado no Brasil”
(REsp 1.236.218-RJ).
Possibilidade de se reconhecer a caducidade quando o titular da
marca produziu poucos produtos ao longo dos anos: É possívelque se
reconheça a caducidade do registro da marca quando, em um período
de cinco anos, o valor e o volume de vendas do produto relacionado à
marca forem inexpressivos. Na situação em análise, a empresa que era
detentora da marca, uma das maiores do mundo, vendeu apenas 70 pacotes
de cigarros da marca “Colorado”, o que gerou receita de R$ 614,75. Isso é
inexpressivo se for comparado com as outras operações bilionárias
realizadas pela empresa no mesmo período considerando que, nesse
tempo, ela produziu mais de 400 bilhões de cigarros de outras marcas.
Logo, essa pequena produção dos cigarros “Colorado” é insuficiente para
configurar e comprovar o uso efetivo da marca (REsp 1.236.218-RJ).
d) pela inobservância do disposto no art. 217: dispõem o artigo 217: A
pessoa domiciliada no exterior deverá constituir e manter procurador
devidamente qualificado e domiciliado no País, com poderes para
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representá-la administrativa e judicialmente, inclusive para receber
citações.
e) Falta de pagamento da retribuição anual
4º – Aspectos Processuais
a) ação de nulidade: é o meio hábil para impedir o uso irregular de um
bem protegido pela de propriedade industrial. Essa ação poderá ser
proposta tanto administrativamente quanto judicialmente. O prazo para sua
proposição vai variar de acordo com a espécie de bem: 
1) patente: 
Art. 51. O processo de nulidade poderá ser instaurado de ofício ou
mediante requerimento de qualquer pessoa com legítimo interesse,
no prazo de 6 (seis) meses contados da concessão da patente.
Parágrafo único. O processo de nulidade prosseguirá ainda que
extinta a patente.
Art. 56. A ação de nulidade poderá ser proposta a qualquer tempo da
vigência da patente, pelo INPI ou por qualquer pessoa com legítimo
interesse. 
No âmbito administrativo, o prazo é de 06 meses, contados da concessão
da patente irregular, podendo o processo prosseguir ainda que já extinta a
patente. No âmbito judicial, a ação poderá ser proposta enquanto a patente
for vigente.
2) Desenho industrial:
Art. 113. (…)
§ 1º O processo de nulidade poderá ser instaurado de ofício ou
mediante requerimento de qualquer pessoa com legítimo interesse, no
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prazo de 5 (cinco) anos contados da concessão do registro, ressalvada
a hipótese prevista no parágrafo único do art. 111. 
Em sede administrativa, o prazo é de 05 anos contados da concessão. No
âmbito judicial, poderá ser proposta enquanto for vigente o registro. 
3) marca: administrativamente, são 180 dias, contados da expedição do
certificado de registro. Judicialmente é de 05 anos, contados da concessão.
Termo inicial do prazo prescricional de ação de abstenção de uso de
marca: A pretensão de abstenção de uso de marca nasce para seu titular
com a violação do direito de utilização exclusiva. No caso concreto, o
titular da marca havia autorizado que terceiro a utilizasse até determinada
data. A pretensão inibitória nasceu a partir do momento em que este
terceiro desrespeitou a data assinalada como termo final de vigência da
autorização (REsp 1.631.874/SP).
b) Foro competente: 
Art. 57. A ação de nulidade de patente será ajuizada no foro da Justiça
Federal e o INPI, quando não for autor, intervirá no feito.
A ação de nulidade, de patente ou registro, será ajuizada no foro da
Justiça Federal e o INPI, quando não for autor, intervirá no feito.
c) Prazo para resposta:
Art. 57. (…)
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§ 1º O prazo para resposta do réu titular da patente será de 60
(sessenta) dias. 
Será de 60 dias.
d) responsabilidade pelo pagamento de honorários e custas: o STJ
entendeu que, caso o INPI conceda indevidamente registro de marca,
deverá ser demandado junto com a empresa detentora da marca irregular.
Dessa forma, em caso de procedência da ação de nulidade, o INPI deve
responder solidariamente pelos honorários advocatícios sucumbenciais
mesmo que, na ação proposta, ele tenha reconhecido a procedência do
pedido formulada na Inicial, é dizer, em ação de nulidade de registro de
marca em que o INPI for sucumbente, cabe a ele reembolsar as
despesas judiciais feitas pela parte autora. Contudo, mesmo no caso de
sucumbência, o INPI é isento de custas (Resp 1.258.662-PR). 
5º Direito de precedência 
a) na disputa de marcas idênticas ou semelhantes: 
Art. 129. A propriedade da marca adquire-se pelo registro
validamente expedido, conforme as disposições desta Lei, sendo
assegurado ao titular seu uso exclusivo em todo o território nacional,
observado quanto às marcas coletivas e de certificação o disposto nos
arts. 147 e 148. 
§ 1º Toda pessoa que, de boa fé, na data da prioridade ou depósito,
usava no País, há pelo menos 6 (seis) meses, marca idêntica ou
semelhante, para distinguir ou certificar produto ou serviço
idêntico, semelhante ou afim, terá direito de precedência ao
registro.
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§ 2º O direito de precedência somente poderá ser cedido juntamente
com o negócio da empresa, ou parte deste, que tenha direta relação
com o uso da marca, por alienação ou arrendamento. 
No caso de duas ou mais pessoas disputarem marcas idênticas ou
semelhantes, para identificar produtos idênticos ou semelhantes, terá
precedência ao registro o usuário de boa fé que provar uso prévio da marca
por, no mínimo, 06 meses anteriores à data do depósito da marca
disputada.
b) realização, de forma independente, da mesma invenção ou modelo
de atividade: 
Art. 7º Se dois ou mais autores tiverem realizado a mesma invenção
ou modelo de utilidade, de forma independente, o direito de obter
patente será assegurado àquele que provar o depósito mais antigo,
independentemente das datas de invenção ou criação.
Parágrafo único. A retirada de depósito anterior sem produção de
qualquer efeito dará prioridade ao depósito imediatamente posterior.
Se dois ou mais autores tiverem realizado a mesma invenção ou modelo de
utilidade, de forma independente, o direito de obter patente será
assegurado àquele que provar o depósito mais antigo,
independentemente das datas de invenção ou criação.
6º Aspectos finais
a) bens móveis: Consideram-se bens móveis, para os efeitos legais, os
direitos de propriedade industrial:
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Art. 5º Consideram-se bens móveis, para os efeitos legais, os direitos
de propriedade industrial. 
Bibliografia consultada para elaboração da apostila e indicada para
aprofundamento do tema:
– Direito Empresarial Esquematizado – André Luiz
Santa Cruz Ramos
– Dizer o Direito (http://www.dizerodireito.com.br/)
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