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Resumo elaborado por: Maria Inês Falcão (outubro, 2018) MATERIAL DE USO EXCLUSIVO PARA FINS DIDÁDICOS, CONFORME PRECEITUA O CÓDIGO DE ÉTICA DOS PSICÓLOGOS. WISC-IV (Wechsler Intelligence Scale for Children - 4. edition) Escala Wechsler de Inteligência para Crianças - Quarta Edição ____________________________________________________________________________________________________________ O QUE É INTELIGÊNCIA ? "O constructo de inteligência tem sido proposto para explicar e esclarecer o complexo conjunto de fenômenos que justificam as diferenças individuais em termos de funcionamento intelectual". (McGrew & Flanagan, 1998, p.1). O QUE SÃO TESTES DE INTELIGÊNCIA ? Testes de inteligência: embora alguns testes possam ser considerados como saturados de fator geral de inteligência (fator g), sabemos hoje que estes testes medem algumas "áreas de funcionamento" e não esgotam a análise da inteligência como um todo. (No caso das Escalas Wechsler de Inteligência, ocorre que um determinado subteste pode exigir uma área de funcionamento ou uma capacidade cognitiva mais ampla e mais complexa do que outra. Exemplo: abstração verbal [Semelhanças] e habilidade para cálculo [Aritmética]). WISC-IV: É um instrumento que contribui para a compreensão das capacidades cognitivas e que possibilita investigar o potencial intelectual da criança / adolescente, indicando também o quociente de inteligência (QI), aplicado complementarmente a outras técnicas, inclusive à entrevista psicológica. QI: "uma estimativa do nível atual de funcionamento, enquanto este é medido pelas várias tarefas requeridas num teste" (Groth-Marnat, 1999, p.153) - itálicos nossos. Desse modo, o resultado não é fixo ou imutável e pode variar de acordo com: ‐ ambiente; ‐ quadro psicopatológico; ‐ situações que afetam as funções cognitivas; ‐ motivação; ‐ compreensão da instrução; ‐ estados emocionais. O QI pode nos "fornecer subsídios quanto ao possível desempenho na escola ou no trabalho, ou pode fundamentar, até certo ponto, o prognóstico do aproveitamento escolar, sempre num sentido extremamente probabilístico" (Cunha et al, 2000, p.552). POR QUE ESCOLHER O WISC-IV COMO TESTE DE INTELIGÊNCIA ? No WISC-III, podemos fazer a quantificação do QI, com sua faixa correspondente, além de ser possível refinar a análise - caso haja discrepâncias entre os subtestes dentro de cada escala - através dos Índices Fatoriais (IF) que investigam a Compreensão Verbal (ICV), a Organização Perceptual (IOP), a Memória Operacional (IMO) e a Velocidade de Processamento (IVP). Resumo elaborado por: Maria Inês Falcão (outubro, 2018) MATERIAL DE USO EXCLUSIVO PARA FINS DIDÁDICOS, CONFORME PRECEITUA O CÓDIGO DE ÉTICA DOS PSICÓLOGOS. QUAIS AS CONDIÇÕES PARA UMA APLICAÇÃO ADEQUADA DO WISC-IV ? Noção da população estudada: crianças e adolescentes entre 6 anos, 0 meses e 1 dia - 16 anos, 11 meses e 29 dias Separação e familiaridade com o material: ‐ Manual de Instruções para aplicação e avaliação ‐ Protocolo de Registro (“folha de respostas”) ‐ Protocolo de Resposta 1 (Código e Procurar Símbolos) ‐ Protocolo de Resposta 2 (Cancelamento) ‐ Livro de Estímulos ‐ Jogo de Cubos ‐ Lápis ‐ Cronômetro ‐ Prancheta ‐ Manual Técnico ‐ Crivos de Correção Familiaridade com as instruções a fim de: ‐ Orientar adequadamente o sujeito ‐ Permitir identificar a quantidade de erros para que o subteste seja interrompido Noção das normas para pontuação com o objetivo de: ‐ Conduzir a aplicação: saber quando interromper ‐ Conduzir perguntas adicionais: necessárias para obtenção de respostas do sujeito - e não para atribuir o escore imediatamente a aplicação de cada item Aplicação do teste e dos subtestes: ‐ A proposta do WISC-IV é de que a aplicação se dê em uma única sessão ‐ Intercalar os subtestes verbais e os de execução, conforme indicado mais à frente. Tal medida tem o objetivo de não sobrecarregar a área cognitiva mais dificultosa para o paciente (caso assim o seja), além de dinamizar a aplicação ao alternar as vias áudio-verbais e as perceptivo-motoras. Anotação (literal): ‐ Das respostas do sujeito ‐ Dos tempos demandados, conforme o subteste ‐ Das perguntas feitas pelo aplicador ‐ De todos os comportamentos verbais e não verbais do sujeito Inquérito: ‐ Não aceitar respostas do tipo: "Não sei", pois as mesmas podem ser devidas a desconhecimento, mas também a atitude oposicionista, insegurança, ansiedade ou temor pelo fracasso. ‐ Conduzido com vistas a melhor compreensão do que o sujeito pretende explicar sobre o teste em si, mas é também para verificar conteúdos emocionais e traços de personalidade (análise das respostas como projetivas). Oscilações no desempenho inter e intra-subtestes: ‐ Oscilações cognitivas: como exemplo, temos oscilação da atenção e da concentração ‐ Oscilações emocionais: por exemplo, mudança na motivação, aumento da ansiedade Manejo dos testes de modo a obter dados qualitativos interessantes: ‐ Não interromper após o tempo-limite: embora a pontuação deva ser feita com base no tempo-limite, é útil verificar: Se o examinando pretende continuar o item: podemos prosseguir além do tempo, a fim de não promover frustração no paciente ao ser interrompido à revelia Se o examinando consegue completar a tarefa após o tempo: tem a capacidade cognitiva relacionada ao teste aplicado, mas apresenta lentidão no desempenho Se o examinando não consegue continuar o item: apresenta dificuldade específica e, desse modo, continuar além do dobro do tempo-limite pode sobrecarregar o examinando e delongar a sessão de teste ‐ Não interromper após erros previstos: às vezes, o sujeito erra, em um determinado subtestes, mais do que nos outros subtestes já aplicados e, assim, convém observar se consegue executar itens mais difíceis (mas não pontuar), já que pode indicar: Incapacidade cognitiva: perceptual ou motora Dificuldade emocional: ansiedade, depressão ‐ Registrar na Folha de Respostas as aplicações "não ortodoxas" Reteste: Pode ser efetuado após seis meses da primeira aplicação, a fim de evitar respostas aprendidas, como pode haver no caso de retestagens com intervalo de um mês ou menos Resumo elaborado por: Maria Inês Falcão (outubro, 2018) MATERIAL DE USO EXCLUSIVO PARA FINS DIDÁDICOS, CONFORME PRECEITUA O CÓDIGO DE ÉTICA DOS PSICÓLOGOS. COMO CORRIGIR O WISC-IV ? Para uma correta correlação do desempenho da criança / adolescente com um índice específico (QI ou IF's), devemos sempre seguir a ordem indicada abaixo: 1ª) Corrigir os subtestes, pontuando como indicado na "Apostila de Instruções para Aplicação e Avaliação do Teste" e obtendo-se, assim, o Escore Bruto. 2ª) Utilizar a tabela - por idade - para transformar o Escore Bruto em Escore Ponderado. 3ª) Somar os Escores Ponderados obtidos nos subtestes que compõem o cálculo do quociente total de inteligência: QIT. 4ª) Somar os escores ponderados para obtenção dos IF - índices fatoriais: ICV, IOP, IMO e IVP. QUAIS OS NÍVEIS DE INTERPRETAÇÃO OBTIDOS NO WISC-IV ? Jurema (2000) sugere que a interpretação dos resultados obtidos deva ser na seguinte ordem (adaptado do WISC-III, o qual continha QI Verbal e QI de Execução: a) cálculo dos QI com o respectivo Intervalo de Confiança; b) cálculo dos Índices Fatoriais com os respectivos Intervalos de Confiança; análise das discrepâncias e das conseqüentes implicações; c) identificação de dispersão entre os subtestes e interpretação das habilidades que se apresentam discrepantes da média. COMO INTERPRETAR OS RESULTADOS DO WISC-IV ? Conforme mencionado anteriormente,