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2018.3 EAD HISTÓRIA DA CULT.E DA SOC.NO MUNDO CONTEMP. (CEL1330 3028394) 9001

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AULA 1: O PÓS SEGUNDA GUERRA E O REORDENAMENTO MUNDIAL
Observe o reordenamento geopolítico econômico que colocou Estados Unidos e URSS em posições opostas, defendendo áreas sob influência para a preservação e expansão do Capitalismo e Socialismo, respectivamente.
Para o reordenamento geopolítico internacional foram realizadas várias conferências, dentre as quais são destacadas as de Yalta e de Potsdam.
Também como questão importante desse período podemos destacar a criação da Organização das Nações Unidas (ONU). Outra questão importante nas relações internacionais desse período foi a criação do Estado de Israel em 1948. Nesse momento o Brasil passou pelo fim do Estado Novo,  que manteve o Estado centralizado e garantiu, a partir da propaganda e da repressão o regime ditatorial.
REORDENAMENTO GEOPOLÍTICO ECONÔMICO
Após a II Guerra Mundial, o mundo passou por grandes transformações, de ordem social, econômica e política. Os anos a partir dos meados do século XX foram caracterizados por realinhamentos e novas alianças internacionais, a descolonização da África e Ásia, pelas fragmentações territoriais e os novos agrupamentos de países conforme interesses políticos e econômicos.
Mapa do mundo com os participantes da Segunda Guerra Mundial. Os Aliados em verde (os mais recentes, que entraram no confronto após o ataque a Pearl Harbor, em verde mais claro), e as forças do Eixo em azul, com os países neutros em cinza.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Antes mesmo de findar a guerra, as grandes potências iniciaram as negociações políticas sobre o encerramento da mesma. Dois dos principais tratados internacionais foram Potsdam e Yalta.
Conferência de Yalta: Ocorrida na Ucrânia entre os dias 4 e 11 de fevereiro de 1945. Com a Alemanha ainda invadida, discutiram questões relativas a futura ONU, divisão da Alemanha, o estabelecimento de governo pró-britânico na Grécia e de governos pró-soviético na Bulgária e Romênia.
Conferência de Potsdam: Ocorreu em Potsdam, Alemanha, entre os dias 17 de julho e 2 de agosto de 1945. Principais tópicos da conferência:
• Reversão de todas as anexações da Alemanha na Europa após 1937 e a separação da Áustria da Alemanha;
• Ocupação da Alemanha pelos Aliados; 
• Julgamento dos criminosos de guerra;
• O estabelecimento da fronteira da Alemanha com a Polônia "linha Oder-Neisse".
• Acordo sobre as indenizações de guerra. 
• Os Aliados editaram a Declaração de Potsdam que ultimou os termos de capitulação do Japão.
CRIAÇÃO DA ONU
Segundo Sean Purdy, a Organização das Nações Unidas foi pensada como uma instituição de poder internacional que se destinasse a coordenar e evitar conflitos entre nações. A Organização das Nações Unidas (ONU) nasceu outubro de 1945, data de promulgação da Carta das Nações Unidas e, na época foi assinada por 51 países, dentre eles o Brasil. Criada logo após a 2ª Guerra Mundial, o foco da atuação da ONU é a manutenção da paz e do desenvolvimento em todos os países do mundo.
CRIAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL
Depois de quase dois mil anos da expulsão pelos romanos e cinco décadas de organização do movimento sionista que pregava a volta dos judeus a sua terra de origem, no ano de 1947, a ONU decidiu-se pela partilha da Palestina em dois Estados: um judeu e o outro árabe. Enquanto o primeiro grupo aceitou a partilha, o segundo não reconheceu a decisão e organizou-se para guerra, logo que em 1948 os judeus proclamaram a criação do Estado de Israel, que foi reconhecido pelas duas principais potências da época: União Soviética e Estados Unidos. Os Estados árabes vizinhos, que contestaram a criação de Israel, decidiram intervir. Os exércitos do Egito, Iraque, Líbano, Síria e Transjordânia entraram na Palestina. Começava a primeira de uma série de guerras que iriam constituir o longo conflito árabe-israelense. 
A guerra de 1948-1949 foi vencida pelos israelenses, que ampliaram o seu domínio por uma área de 20 mil km. O conflito provocou a fuga de cerca de 800 mil palestinos das áreas incorporadas por Israel que formaram o imenso contingente de refugiados e, nos anos seguintes, serão frequentemente referidos como a questão palestina.
O BRASIL NO CONTEXTO INTERNACIONAL – FIM DO ESTADO NOVO
O ano de 1946 foi marcado pela volta da democracia. A saída de Getúlio Vargas e a entrada de Dutra deram novas áreas à política nacional. Dutra candidatou-se pelo Partido Social Democrático (PSD), em coligação com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), e venceu as eleições de 2 de dezembro de 1945. Dutra assumiu o governo em 31 de janeiro de 1946 em clima da mais ampla liberdade. O governo de Dutra começou com a polêmica medida da proibição do jogo no Brasil, mas a presidência ficou marcada pela nova constituição dos Estados Unidos do Brasil, promulgada em 1946, e consagrou as liberdades expressas na constituição de 1934, que haviam sido retiradas em 1937.
Embora com a constituição promulgada em um regime democrático, foi nela que o PCB teve seu registro cassado e seus líderes perseguidos. Também foi no governo de Dutra que o Brasil cortou relações diplomáticas com a URSS e entrou em alinhamento com a política externa dos Estados Unidos da América (1948).
AULA 2: GUERRA FRIA: BIPOLARIZAÇÃO MUNDIAL
O século XX presenciou a formação e crescimento da URSS, que, desde 1917, apresentava uma nova opção de modelo econômico. Enquanto, na década de 1930, o mundo capitalista passava por uma grave crise econômica, a URSS alcança índices de crescimento econômico impressionantes. Em contrapartida temos os Estados Unidos como principal economia capitalista e em busca de novos mercados para impulsionar ainda mais a economia. Segundo José Sombra Saraiva:
“O curso das duas décadas que vinculam o ano de 1947 ao de 1968, no âmbito das relações internacionais, foi ditado pela supremacia de dois gigantes sobre o mundo. Os estados Unidos e a União Soviética assenhoraram-se dos espaços e criaram um condomínio de poder que só foi abalado no final da década de 1960 e início da de 1970.”
O período em questão ficou conhecido como: GUERRA FRIA, que é a designação atribuída ao momento histórico de disputas estratégicas entre a União Soviética, representando o Socialismo, e os Estados Unidos, representando o capitalismo, do  final da Segunda Guerra Mundial (1945) até a extinção da União Soviética (1991). Em resumo, foi um conflito de ordem política, militar, econômica, social e ideológica entre as duas nações e suas zonas de influência.
PLANO MARSHALL
Com a Europa destruída devido à II Guerra Mundial, os EUA lançaram um programa que visava a reerguer os países do velho continente. Essa política ficou conhecida como Plano Marshall. Com o aporte financeiro, os Estados Unidos financiaram a reconstrução européia após a Segunda Guerra. Essa medida unia os interesses econômicos e políticos, pois ajudava a fortalecer a parceria diminuindo as chances de descontentamento e revolta em relação à hegemonia norte-americana. Nesse momento, Itália e França possuíam fortes partidos comunistas. Assim, essa ajuda garantiria a instalação de grandes empresas norte-americanas nestes países, favorecendo ainda mais o mercado norte-americano.
Dezesseis países (Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Grã-Bretanha, Grécia, Holanda, Islândia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Suécia, Suíça e Turquia) foram  beneficiados pelo Plano Marshall, que, no papel, está fundado nos princípios de ajuda mútua e divisão de recursos, visando não apenas a reconstrução das nações como também a reintegração da Alemanha à coletividade européia.
COMECON
Por seu turno, a URSS precisava ajudar os países que haviam se tornado socialistas com o fim da Segunda Guerra a se reconstruírem. Assim, foi lançado o COMECON (Conselho para Assistência Económica Mútua).
O aparecimento do Comecon, que surgiu no contexto europeu do pós-guerra, foi a resposta soviética ao plano edificado pelos Estados Unidos, o Plano Marshall, que visava a apoiar a reconstrução econômica da Europa Ocidental. Além disso, durante o período deexistência, reuniu os principais países socialistas do mundo, como URSS, Alemanha Oriental, Tchecoslováquia, Polônia, Bulgária, Hungria e Romênia. Mais tarde, outros países juntaram-se à COMECON.
ALIANÇAS MILITARES
OTAN: Organização do Tratado do Atlântico Norte: uma aliança militar ocidental criada em 1949 cujo objetivo era a união de forças militares contra o comunismo. Essa aliança era liderada pelos EUA e tinha duas bases nos principais países europeus.
PACTO DE VARSÓVIA: Em resposta a criação da OTAN, em 1955, a União Soviética lança uma união dos países da Europa Oriental, com exceção da Iugoslávia, para evitar que os países se afastassem da influência soviética e para defender militarmente os países socialistas que pudessem ser atacados.
Desde a primeira guerra mundial, observaram-se tentativas de emancipação por parte de países africanos e asiáticos, mas foi após a Segunda Guerra Mundial que esses países tiveram êxito na proclamação de suas independências.
Dentre os motivos para a de alguns países foi um dos aspectos importantes originados da guerra. Desde a primeira guerra mundial, observaram-se tentativas de emancipação por parte de países africanos e asiáticos, mas foi após a Segunda Guerra Mundial que esses países tiveram êxito na proclamação de suas independências.
A criação do terceiro mundo e o movimento dos não alinhados
O termo “Terceiro Mundo” foi usado pela primeira vez em 1949, referindo-se aos países pobres da África e Ásia. Em 1955, países africanos e asiáticos realizaram a conferência de Bandung, onde foi anunciada uma nova posição política, e queriam ser não alinhados, ou seja, buscavam a neutralidade diante dos blocos socialista e capitalista. Foi a primeira vez que se defendeu abertamente uma postura diferenciada em relação às duas grandes potências daquele momento, onde o colonialismo e a política de blocos são rejeitados, colocando em evidência a resolução pacífica das divergências internacionais, a proclamação da liberdade e igualdade dos povos e nações. Ao mesmo tempo em que, na década de 1960, crescia a participação de países no movimento, ocorriam divergências internas. O conceito inicial de solidariedade afro-asiática começa a desaparecer, assim como o de neutralidade não pode ser mantido a longo prazo por causa da difícil situação econômica, sendo agravado pelo atraso no desenvolvimento desses países recém-independentes. Com isso, ficava ainda mais difícil manter posições comuns tanto nas questões da política internacional quanto nas crises internas.
HISTÓRIA EM QUADRINHOS
Durante a Guerra Fria, a ideologia contrária ao comunismo precisava ser reforçada todo o tempo, os Estados Unidos não abririam mão da “má propaganda” do regime ao qual se opunha. Portanto, grande parte da produção cultural estava ligada ao contexto da Guerra Fria. Assim, os personagens mais famosos da Marvel e da DC Comics estão inseridos nesse contexto e podem servir como material de estudo do período.
Veja as curiosidades sobre os Super-heróis:
(1961) - O principal inimigo do Quarteto era o Doutor Destino cujo visual com armadura de ferro pode ser aludido à Cortina de Ferro imposta contra a URSS.  Ele governava um pequeno país, a Latvéria, que se situava no Leste europeu, região onde se encontravam os países do Bloco Socialista.
O personagem de Hulk surge de uma exposição a raios gama que o cientista Bruce Banner ficou exposto, durante a explosão de uma bomba atômica, bomba essa que explodiu no deserto do Novo México, onde os EUA testaram pela primeira vez a bomba nuclear. O Incrível Hulk era um monstro criado pelo horror atômico da guerra fria.
O Capitão América surgiu no contexto da 2ª Guerra Mundial para lutar contra os nazistas.  Sua representação é a da liderança dos EUA nos diferentes segmentos que exigem uma postura mais ativa contra os supostos inimigos. 
A questão da energia radioativa está presente na maioria das histórias dos super-heróis, sendo ela o que os transforma, de simples seres humanos a grandes heróis, enfocando o poder que o indivíduo pode adquirir ao ser possuidor desse tipo de energia.
O Homem de Ferro, sua gênese está situada em um ambiente de confronto característico da Guerra Fria, a Guerra do Vietnã. Ao inspecionar uma arma fabricada por sua empresa, é atingido por estilhaços da mesma e aprisionado pelos vietnamitas, que querem que ele fabrique uma arma para eles. Ele, então, acaba fabricando sua famosa armadura de ferro.
AULA 3: A ALTERNATIVA SOCIALISTA
Durante a Guerra Fria, a URSS tentou expandir o modelo socialista pelo mundo, conseguindo, inclusive, criar uma área de influência direta nas Américas, fazendo os Estados Unidos perceberem a real importância desse regime. Porém, o socialismo se apresentou de formas diferentes para as nações que o adotaram. Podemos perceber o caso cubano, chinês e vietnamita em que cada um aderiu ao socialismo por inspirações diferentes e, mesmo com a supervisão soviética, administrou seu regime de forma diferente.
O caso chinês é um ótimo exemplo, pois chegou a romper com a União Soviética em defesa de seus próprios parâmetros.
REVOLUÇÃO CHINESA – INSTAURAÇÃO DO COMUNISMO
1911: Os revolucionários liderados por Sun Yat-sen proclamaram a república na China. O mesmo líder fundou o partido Kuomintang (KMT) que tinha a proposta de transformar a China em um país moderno e industrializado
1921: A China funda seu Partido Comunista (PCC) que inicialmente seria parceiro do KMT contra o imperialismo. Pretendia transformar a China de camponês em um país industrializado.
1927: Massacre de Xangai: Com a morte de Sun Yat-sem o KMT começa uma perseguição aos comunistas. O auge dessa perseguição foi quando Kai-Chek ordena o massacre de centenas de comunistas. Os partidos estavam entraram em guerra.
A invasão Japonesa ao território Chinês fez com que a disputa entre os partidos tivesse uma trégua e estes se uniram para expulsar as forçar invasoras.
Neste período, o Partido Comunista conquistou popularidade, seus combatentes se destacavam em relação aos do KMT e isso fazia com que grande parte da população aderisse ao partido, mesmo sem saber corretamente o que significava o modelo ideológico proposto. Quando os Japoneses foram expulsos, em 1945, a guerra civil teve continuidade, mas a maior parte da população pertencia ao PCC.
Em 1949, Mao Tse-Tung e os combatentes comunistas chegam a Pequim vitoriosos e o socialismo era  instaurado na China.
Enquanto isso, na URSS, não se acreditava que o comunismo funcionaria na China. Era defendido que o PCC deveria se aliar ao KMT e promover uma revolução democrático-burguesa para, aos poucos, chegar ao ideal comunista. Mao Tse-Tung, porém, liderou a revolução socialista e, mesmo não seguindo os planos de Stálin, a China recebeu bastante apoio soviético tanto político quanto econômico.
REVOLUÇÃO CHINESA
Em 1949, depois de 28 anos de luta armada, os comunistas liderados por Mao Tsé-tung tomaram o poder. 
No regime de Mao Tsé-tung, o confucionismo continuou sendo condenado como empecilho para o pregresso. No entanto, a influência do confucionismo persistiu e permanece até os dias de hoje.
A fonte do poder do partido provém do Exército de Libertação Popular.
Como dizia o presidente Mao Tsé-Tung: “o poder político nasce do cano de fuzis, mas o partido deve estar sempre a comandar essas armas.” 
Da mesma maneira, o Partido Comunista também se considerava depositário da autoridade moral; se julgava “grandioso, glorioso e correto.”
Inicialmente, a China adotou o modelo soviético de desenvolvimento no qual o Estado, controlava a produção industrial do país. 
No entanto, a receita stalinista de crescimento não alcançou rápida eficiência, sendo motivo de críticas mesmo dentro do partido Comunista Chinês (PCCh).
Houve tentativas de impulsionar o crescimento econômico chinês para que o país se tornasse uma grande potência, porém a indústria cresceu muito pouco. E, com isso, a China acabou por perder o apoio soviético.
Com as ligações diplomáticas interrompidas, a Chinateve espaço para seguir um caminho livre para o socialismo. Para eles, os países socialistas deveriam estimular as revoltas por todo mundo e enfrentar a guerra fria, enquanto a União Soviética era favorável a uma postura mais moderada de coexistência.
Ambos se acusavam de traidores do socialismo, pois defendiam formas diferentes de alcançar a revolução e de administrar o novo modelo político.
A URSS cortou todo o tipo de apoio à China e se recusou a compartilhar a tecnologia nuclear, iniciando um período de grande hostilidade. Nessa época, a China chega a apoiar governos contrários ao soviético, como a ditadura no Chile, além de tentar uma aproximação, com os Estados Unidos.
REVOLUÇÃO CUBANA
Ocorrida em 1959, a revolução marcou a mudança política que levaria Cuba a tornar-se o único país socialista da América Latina. 
O apoio dos EUA a independência de Cuba colocou-a sob domínio norte-americano nos âmbitos econômicos, e políticos. Os EUA nomeavam e depunham governantes apoiados pela elite cubana e legalizados na emenda Platt.
Nos anos 30 essa política se tornou impopular e os Estados Unidos acabaram por nomear um novo governante, Fulgêncio Batista, para exercer a política da boa-vizinhança.
Fidel Castro, jovem advogado, lidera o ataque ao quartel de Moncada, movimento contra a ditadura instalada em Cuba. As forças de Batista reprimem o ataque com violência. Diante da enorme pressão popular, Fidel é libertado, mas é exilado no México em 1954.
No México, Fidel e seu irmão Raul fundam o Movimento Revolucionário ou MR-26. Raul apresenta a Fidel seu amigo argentino, Che Guevara, um jovem médico socialista, interessado na luta pela igualdade social na América Latina.
O movimento ganha apoio e é estimulado pelos EUA que não viam mais em Fulgêncio uma figura de conciliação, mas um problema a ser resolvido. Em pouco tempo, o movimento de Castro e Guevarra já contava com mais de dez mil homens. Os guerrilheiros tomam várias cidades do país. Em 1 de janeiro de 1959, Fulgêncio Baptista foge de Cuba, marcando a vitória da revolução.
Inicialmente, a revolução visava a mudanças nacionais radicais e não ao socialismo, o povo ficava dividido entre as elites que apoiavam a intervenção norte-americana e a classe média que temia uma “ditadura comunista”.
A economia cubana estava diretamente ligada aos Estados Unidos que, nesse momento, interrompe o comércio com Cuba. Esse fator fará com que ela decida pelo alinhamento à URSS.
Temendo dificultar as relações com os Estados Unidos, outros países ocidentais também irão interromper o comércio com Cuba.
Os únicos países a ajudarem-na foram a União Soviética e a China, que passaram a comprar o açúcar cubano por preços elevados. O governo norte-americano não aceitou facilmente a libertação cubana. Em 1961, o presidente Kennedy enviou tropas para invadir o país, porém não obteve sucesso e, no mesmo ano, Cuba oficialmente se tornou um país socialista.
GUERRA DO VIETNÃ
A Guerra do Vietnã foi um conflito armado que começou no ano de 1959 e terminou em 1975. As batalhas ocorreram nos territórios do Vietnã do Norte, Vietnã do Sul, Laos e Camboja. Essa guerra pode ser enquadrada no contexto histórico da Guerra Fria.
Após a Segunda Guerra Mundial, os vietnamitas, que já haviam lutado por sua independência, são invadidos pelos franceses, que buscavam a recolonização da área. 
O exército vietnamita obteve êxito diante a tentativa francesa e ficou decidido que seriam dois territórios independentes: Laos e Kampuchea. O primeiro seria um governo capitalista e o segundo, socialista. Porém, o acordo previa uma reunificação em 1956 a partir de eleições gerais.
Ao perceberem que, se houvesse uma eleição geral, o presidente do lado socialista, Ho Chi Minh, seria eleito, os Estados Unidos decidiram intervir pois temiam que se o governo socialista fosse instaurado, poderia influenciar países vizinhos.
Mesmo com todo o investimento e esforço norte-americano, não conseguiram sair vitoriosos. Os combatentes vietnamitas conheciam melhor o território e estavam motivados pela busca da liberdade, enquanto os soldados norte-americanos eram enviados por obrigação e não conheciam o território. Em 1973, o presidente Nixon ordena a retirada das tropas. Os Estados Unidos saíram da Guerra levando consigo mais de 50.000 mortos e 300.000 mil feridos. O Vietnã foi reunificado em 2 de julho de 1976 sob o regime comunista, aliado da União Soviética.
AULA 4: POLÍTICA EXTERNA NORTE-AMERICANA E SOVIÉTICA
A luta constante pela manutenção da hegemonia capitalista e socialista fez com que Estados Unidos e União Soviética criassem formas de exportar e manter seus modelos políticos e econômicos, utilizando planos de ajuda, intervenções diretas, sabotagem, espionagem.
Os Estados Unidos intensificaram sua influência sobre as Américas, principalmente depois da Revolução Cubana em 1959, que deu força para a União Soviética, pois conseguiu estabelecer um governo socialista “no quintal” do inimigo.
A grande ameaça de um confronto nuclear entre as duas potências que poderia levar à destruição mundial, favoreceu a coexistência pacífica durante a década de 1970. Esse período levou ao diálogo entre os dois principais países do globo.
Estados Unidos e União Soviética criaram o Plano Marshall, Comecon, a OTAN, o Pacto de Varsóvia, entre outros, como forma de conter a expansão um do outro e evitar que seus aliados se revoltassem, garantindo seus interesses econômicos. Com a Revolução Cubana em 1959 e a instauração de um governo socialista nas Américas, as relações se tornaram turbulentas e os Estados Unidos passaram a intervir diretamente nas Américas para impedir que o sistema socialista avançasse.
Com o intuito de melhorar as relações durante a Guerra Fria, no final dos anos de 1960 e início de 1970, surge a détente. É uma palavra francesa que significa distensão ou relaxamento. O termo pode ser empregado para se referir a qualquer situação internacional em que nações que tem um relacionamento hostil passam a restabelecer relações diplomáticas e culturais. É mais utilizado para referir-se a redução da tensão entre EUA e URSS durante a guerra fria.
A détente, consubstanciada no concerto americano-soviético, a tomada de consciência da “diversidade de interesses” no sistema internacional e da generalização da percepção, particularmente na Europa, na Ásia e na América Latina. Assim, a bipolaridade já não se aplicava no campo econômico; o esforço de construção da “nova ordem econômica internacional” pelos países do terceiro mundo; a “crise econômica”, especialmente a energética e a financeira, responsável por um período de grande intranquilidade para as relações internacionais.
Com as crises no período de 1973 a 1979, o clima de confiança mútua ficou abalado. A União Soviética, que enfrentava uma instabilidade política mais intensa do que os Estados Unidos vai receber reclamações ligadas à liberdade política, pois a URSS interferia diretamente nos partidos comunistas das outras nações e com a sucessão de crises, perde forças para reprimir as reclamações. A propaganda, a espionagem e o terrorismo foram extremamente utilizados na Guerra Fria. No caso norte-americano, até mesmo o cinema foi utilizado como forma de exportar seus valores para o mundo. 
As agências CIA, norte-americana, e a KGB, soviética exerciam o treinamento de agentes para sabotagem, assassinatos, chantagens e coleta de informações.
REFLEXOS NA AMÉRICA LATINA: OS ANOS DE CHUMBO
Os Estados Unidos, desde 1823, com a doutrina Monroe defendiam a “América para os americanos”, porém, com a Guerra Fria, tiveram que ampliar esse conceito para impedir que o sistema socialista se expandisse. Embora estivessem firmes na Europa, não mediram esforços para afastar o socialismo das Américas, principalmente após a Revolução Cubana
Voltaram suas atenções para a América, intervindo nos governos e depondo chefes de estado com tendências socialistas, como no caso da Guatemala, apoiando a instalação de uma ditadura, e até mesmo Cuba, embora não tenhaderrubado o regime, criou uma série de embargos para prejudicar o país.
AÇÃO AMERICANA NA GUATELAMA: Em 1954, Os Estados Unidos, articularam um golpe para depor o presidente da Guatemala, Jacobo Arbenz, que fora eleito com o apoio dos comunistas. Obtendo êxito, foi instaurada uma ditadura que atendia aos interesses norte-americanos, já que o governo anterior fez a reforma agrária e expropriou terras de empresas norte-americanas.
AÇÃO AMERICANA NO CHILE: Com a ideia de que as ditaduras militares eram necessárias à América naquele momento, os Estados Unidos vão ajudar a formar o golpe militar que depôs o presidente socialista Salvador Allende. O presidente socialista Salvador Allende, eleito por eleições diretas realizou a reforma agrária, melhorou o sistema de saúde pública e saneamento básico, além de promover a nacionalização de diversas empresas norte-americanas. Em 1973, Augusto Pinochet chega ao poder através de golpe. Ele irá devolver as empresas nacionalizadas por Allende aos Estados Unidos. Seu governo era baseado na repressão e tortura e somente em 1988 foi deposto, porém continuou no governo como chefe das Forças Armadas, impedindo, assim, o julgamento de seus próprios crimes durante a ditadura.
DITADURA NA ARGENTINA: Com a crise que ocorreu no final dos anos de 1960, o país passou por um período em que os líderes políticos ficavam pouco tempo no poder. Em 1976, houve o golpe que ficou conhecido como “Guerra Suja”, liderado pelo general Jorge Rafael Vindela, colocando no poder do país uma junta militar, fechando o congresso e perseguindo oposicionistas. Logo em 1982, o regime já começava a ruir, o então presidente Leopoldo Galtieri ordena a invasão das Ilhas Malvinas como forma de estimular o nacionalismo argentino, mas a investida não foi apoiada no âmbito internacional e perdeu rapidamente ao enfrentar a Grã-Bretanha. Com isso, foi obrigado a renunciar e seu substituto, Reynaldo Bignone, deu início às negociações para devolver os direitos aos civis.
Como se pode perceber, embora a bandeira levantada pelos Estados Unidos fosse a de combate ao comunismo, defendendo que este era um regime que não podia se espalhar, as motivações por trás dos golpes na América e nas demais intervenções estavam ligadas à economia e ao temor de perda de mercado e influência política para garantir esse mercado.
DITADURA NO BRASIL: A década de 1960 no Brasil representa um período de crise e instabilidade política. 
O presidente eleito em 1961, Jânio Quadros, renuncia, após sete meses de governo, buscando aumentar seus poderes políticos, porém a renúncia é aceita, gerando mais um problema: os militares de direita não queriam a posse de seu vice, João Goulart pela identificação do mesmo com o trabalhismo de Getúlio Vargas. As crises são controladas e ele toma posse. Ao tomar posse, Jango se vê diante de novas crises, o país esperava pela modernização e a estética norte-americana se fazia presente. Ele fortalece movimentos sindicais, estudantis e camponeses, anuncia reformas de base, porém adota uma postura política que busca ser independente das potências da Guerra Fria e chega a iniciar uma aproximação com a URSS. Isso faz com que a direita e a população entrem em atrito com o governo, temendo a implantação do comunismo. O golpe aconteceu aos 31 de março de 1964. A ditadura brasileira foi marcada pela repressão, censura e tortura. As liberdades democráticas foram suspensas, a imprensa era duramente censurada.
A ideologia por trás do golpe estava ligada ao combate ao comunismo através de um governo forte e centralizado. A sociedade, de forma geral, apoiou o golpe, embora a memória oficial tenha se tornado uma memória de resistência ao regime. No momento em que os militares estabeleceram a ditadura, foi apenas a consolidação dos anseios das classes médias e das elites que temiam a “ameaça comunista”, ideia adquirida pela aproximação com os Estados Unidos. O momento de maior repressão na ditadura brasileira se deu quando o presidente Costa e Silva assinou o Ato Constitucional Nº 5 (AI-5), que garantia o poder de cassar mandatos políticos, decretar o recesso do Congresso, impor estado de sítio e suspender as garantias individuais.
AULA 5: MOVIMENTOS CULTURAIS (1960-1970)
Durante as décadas de 1960 e 1970, ocorreram enormes transformações sociais e comportamentais em todo o mundo. Da Europa à América Latina, eclodiram movimentos, majoritariamente guiados pela juventude, que visavam desde a derrubada de ditaduras até a luta contra o consumismo cada vez mais crescente na sociedade ocidental. 
Importantes filósofos, como Herbet Marcuse, ficaram conhecidos pelos seus estudos sobre a repressão sexual e a padronização do ser humano no capitalismo. Nesse contexto, é importante citar, também, o psicanalista Wilhelm Reich que enxergou na luta pela liberdade sexual um sinônimo de enfrentamento contra a sociedade burguesa. 
O historiador Eric Hobsbawm classifica esse período como revolução cultural e afirma que, a partir da família e da casa, iniciaram-se as transformações que modificariam as relações sociais em várias partes do mundo.
MOVIMENTO NEGRO
Nos anos de 1950, nos Estados Unidos, ainda existia o apartheid.  Os negros eram proibidos de frequentar lugares reservados para brancos, como bares e restaurantes. O fato de haver escolas somente para negros e lugares reservados para estes deixava claro a institucionalização do preconceito racial. Um dos principais líderes dos direitos civis dos negros, em 1963, o reverendo King reuniu mais de 250 mil pessoas em Washington, onde proferiu seu mais famoso discurso, I have a Dream, no qual pregava a igualdade de direitos entre negros e brancos.
Martin Luther King foi assassinado em 1968 por um branco em Memphis, Tenessee.
MOVIMENTO HIPPIE: PAZ E AMOR
Mais do que um estilo, este é um movimento extremamente politizado em suas origens. Pregavam contra as armas nucleares, a Guerra do Vietnã e eram favoráveis à paz mundial e ao amor livre. As palavras de ordem: “Make love not war” (faça amor e não a guerra) marcou o movimento que ficou também caracterizado pela estilização das roupas, utilização de flores e pelas cores fortes. O símbolo do movimento passou a significar “paz e amor”.
MOVIMENTO FEMINISTA
O movimento feminista remonta ao século XIX, primeiro, com o envolvimento das mulheres na abolição da escravidão. Depois, com a luta pelo voto. O pós-guerra, nos anos 50, marcou a grande virada das feministas. Sutiãs foram queimados, as mulheres passaram a adotar novas maneiras de vestir. A estilista Mary Quant inventou a minissaia, surgiram as primeiras pílulas anticoncepcionais, as mulheres passaram a participar do mercado de trabalho.
MAIO DE 1968
O ano de 1968 foi marcado por grandes manifestações em todo o mundo. Em maio de 68, na França, os jovens foram às ruas reivindicando liberdade de expressão e direitos trabalhistas.
A JUVENTUDE NAS RUAS
No mundo todo, a censura gerava protestos. Na Europa, a proibição de exibir filmes e as manifestações conservadoras contra as demais formas de cultura, como o teatro e a literatura, acabaram gerando uma série de manifestações. 
Na América Latina, boa parte dos países vivia sob o regime militar. Estados Unidos e União Soviética viviam a Guerra Fria, o que acirrava as tensões mundiais e legitimava o controle do Estado sobre os meios de comunicação.
LIBERDADE DE IMPRENSA
A censura dirigia sua atenção, sobretudo para os jornais. A constante vigilância provocou a proliferação dos panfletos e jornais clandestinos que, por não estarem sujeitos ao crivo do Estado, denunciavam a violência, a corrupção, os desaparecimentos e prisões, além de exigirem mudanças urgentes no regime e nas Constituições que os legitimavam.
Grandes mudanças
Os movimentos culturais deram base à diversas mudanças importantes nas sociedades contemporâneas:
- Diretos iguais, independente da etnia e do gênero;  
- Primeiras manifestações contra guerras e armas nucleares;  
- Conquistas de direitos trabalhistas.
DITADURA MILITAR EREPRESSÃO NO BRASIL
No Brasil, como vimos na aula passada, o período foi marcado pelo golpe civil-militar a João Goulart e a instauração da ditadura militar que se estendeu até 1985. Embora iniciada em 1964, o recrudescimento da ditadura aconteceu em 1968 com O Ato Institucional Nº 5, ou simplesmente AI 5, que entrou em vigor em 13 de dezembro de 1968. A ditadura militar brasileira ficou marcada pela censura aos meios de comunicação, além da tortura utilizada como ação do Estado sobre presos políticos.
CULTURA BRASILEIRA: CINEMA / TEATRO / MÚSICA
As décadas de 1960 e 1970 foram um momento fértil para o surgimento de vários movimentos artísticos e culturais que transformaram as concepções estéticas vigentes. Tal fato se deu no campo cinematográfico, teatral e musical.
Nos teatros eram encenadas peças baseadas nas novas concepções do Oficina e do Arena. O Tropicalismo era cantado ao som das guitarras elétricas. No cinema, dois movimentos marcaram a cinematografia nacional, no primeiro caso a mundial: o Cinema Novo e o Cinema Marginal. Observe-se que, concomitantemente ao surgimento de manifestações esteticamente notáveis, como o Cinema Novo, o desenrolar da produção cultural brasileira nos anos 1960 deu-se em um contínuo processo de massificação do consumo de divertimentos que, de algum modo, foi capaz, inclusive, de abranger aquelas expressões com estéticas mais escandalizáveis para o momento. 
TROPICALISMO: No ano de 1967, o movimento Tropicalista revolucionou a MPB ao romper com o tradicionalismo reinante na música popular brasileira. Entre seus participantes, destacam-se Caetano Veloso e Gilberto Gil, além das cantoras Gal Costa e Maria Bethânia e do cantor-compositor Tom Zé, da banda Mutantes, e do maestro Rogério Duprat. Os tropicalistas incorporaram às composições elementos da cultura jovem mundial como o rock, a psicodelia e a guitarra elétrica e produziram a antológica obra coletiva Tropicália ou Panis et Circensis.
CINEMA NOVO: Movimento cinematográfico inspirado no neorrealismo italiano.  Seu marco inicial foi o filme Rio 40 graus de Nelson Pereira dos Santos. Glauber Rocha tomou a frente política do movimento quando escreveu o manifesto Estética da Fome, em 1965. De uma forma geral, o Cinema Novo trouxe às telas do cinema a realidade social brasileira. Além disso, em plena ditadura militar, colocou-se na ordem do dia questões de ordem política e social.
Embora muito bem aceito pelos críticos cinematográficos, não obteve grande sucesso de público. No entanto, Glauber deixou eternizada a frase “Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça.”.
CINEMA MARGINAL: O Cinema Marginal originou-se dos desdobramentos do Cinema Novo, mas com uma clara crítica ao movimento que o precedeu. Os cineastas ligados ao “marginal” descambaram para a representação da marginalidade e do amoralismo. O marco fundador foi o filme Bandido da Luz Vermelha, de 1968, do diretor Rogério Sganzerla. Embora o primeiro filme tenha um tom político-social, os filmes do Boca do Lixo tinham como temáticas recorrentes o adultério, a homossexualidade, o tráfico de drogas, a bissexualidade, as taras sexuais e a violência. O tipo de filme emblemático foi a comédia erótica, conhecida como pornochanchada. Esse gênero marcou de forma decisiva o cinema nacional tendo sido alguns deles sucesso de público, embora hostilizados pela crítica.
AULA 6: A INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA: O NEOLIBERALISMO
Os anos de 1980 resgataram a efervescência na luta entre capitalismo e socialismo, a détente foi abandonada e se intensificou a busca de mercados e novas políticas para promover o capitalismo e manter sua hegemonia. Surge então o neoliberalismo, baseado na defesa dos direito individuais em detrimento aos direitos coletivos, que irá se adequar à lógica capitalista e servir como modelo. Os países capitalistas em geral, inclusive os do terceiro mundo, irão aderir ao novo modelo que será defendido e propagado principalmente por dois governantes: Ronald Reagan e Margareth Thatcher, o primeiro, presidente dos Estados Unidos e a segunda, Primeira Ministra britânica. O Estado de Bem-Estar Social, Welfare State, em Inglês, foi um modelo político em que o Estado servia como agente na regulamentação das ações econômicas, políticas e sociais. Desenvolveu-se principalmente na Europa. 
Em diversos países, após o crack da bolsa de Nova York, em 1929, foi se formando a ideia de que o Estado deveria interferir na economia para tentar melhorar os índices de crescimento. As intervenções irão regular e apaziguar os problemas ocorridos na sociedade, o Estado servirá como estabilizador político-econômico.
A ideia de crescimento econômico através da intervenção estatal se une à ideia dos direitos humanos, em que o Estado seria o responsável por garantir o cumprimento de tais direitos. Aliado a esse pensamento, há um resgate do ideal de felicidade  ser alcançado somente através de uma sociedade baseada no trabalho.
A dificuldade de harmonizar os gastos públicos com o crescimento da economia capitalista levou a chamada Crise da sociedade do bem estar social nos anos 70.
O NEOLIBERALISMO
Surge o neoliberalismo, uma readaptação do liberalismo clássico, onde defende-se a não intervenção do estado na economia. O Estado passa a ser o moderador das atividades econômicas, somente intervindo quando necessário, agindo como regulador. Defende o livre comércio como forma de garantir o crescimento econômico dos países capitalistas. Os defensores dessa política caracterizam seus pontos fortes justamente na ideia de que ela impulsiona e faz a economia crescer, estimulando o aumento na produção, investindo na exportação, aumenta a competitividade e desenvolve também a tecnologia.
As medidas que podem ser consideradas neoliberais são a privatização de empresas estatais, a diminuição do poder do estado na fixação de preços, livre circulação de capitais internacionais, facilitação para a instalação de multinacionais, tudo que permita o aumento da circulação de capital e que impulsione a economia. 
MARGARETH THATCHER E RONALD REAGAN
Margareth Thatcher foi primeira ministra britânica de 1979 a 1990, e Ronald Reagan exerceu dois mandatos como presidente dos Estados Unidos, de 1981 a 1989. 
São considerados expoentes da política neoliberal e marcam o período do fim da détente e reafirmação da luta contra o comunismo. Os dois trabalharam em sincronia para expandir o modelo neoliberal pelo mundo e garantir a hegemonia capitalista. Essa política neoliberalismo os direitos individuais e principalmente os do consumidor serão os mais importantes e, portanto, defendidos e preservados. Ele visava à privatização de empresas estatais e a retirada do Estado da economia, defendendo que o sistema capitalista era capaz de se autorregular e, assim, acabar com as próprias crises.
Dentre as políticas de Reagan, encontra-se a diminuição dos impostos cobrados aos ricos e o aumento dos impostos cobrados às classes baixas, alegando que estas utilizavam mais os serviços do governo aumentando os custos e, por isso, deveriam repor. Seu governo foi o responsável por estimular o desenvolvimento individual através do trabalho. A legitimação do modelo neoliberal veio com a derrocada do socialismo, pois o sistema capitalista aparecia como o grande vencedor. Entretanto, o aumento das desigualdades sociais, da miséria e da injustiça acirrou as disputas econômicas dando início à criação de blocos econômicos como vemos hoje.
Margareth Thatcher iniciou seu governo com a meta de reduzir a inflação na Inglaterra, que vinha de um período de recessão. Para isso, reduziu a produção industrial, aumentando o índice de desemprego, privatizou empresas estatais, o sistema de educação e de meios de ajuda social, e alinhou com Reagan a taxação de impostos mais altos para as classes menos favorecidas e mais baixos para os ricos. Devido a tal atitude, perdeu apoio popular e o apoio do próprio partido, levando-a a pedir demissão do cargo.
A EXPERIÊNCIA NEOLIBERAL NA AMÉRICA LATINA
Esse período coincidecom o fim ou, pelo menos, afrouxamento das ditaduras militares instauradas na América Latina, que no período de redemocratização irão aderir à política neoliberal. Desde muito cedo, a América Latina sofreu influências e intervenção direta dos Estados Unidos, fazendo com que se desenvolvessem ali as mesmas práticas de consumo. Nos anos de 1980, com o fim da détente e a retomada do combate ao comunismo, Reagan vai instituir o force projection, projeção da força, ou seja, os Estados Unidos deveriam dispor de força militar para intervir, a qualquer momento, em qualquer país da América Latina. Exemplos dessa política estão presentes na invasão a Granada (1983), nas manobras militares em Honduras (1985) e na criação de uma estação de rádio com propagandas anticomunistas em Cuba (1985). Além da retomada ao intervencionismo, a América Latina sempre representou um mercado consumidor em potencial. De forma geral, era composta por países atrasados industrialmente o que favorecia a entrada de produtos e empresas norte-americanas. 
A partir da implantação de multinacionais, caracteriza-se uma nova forma de dependência em relação aos Estados Unidos. Além disso, os países mais industrializados também queriam estimular o crescimento de suas economias que, com o fim do socialismo, passariam a representar uma economia mundial, mostrando o capitalismo como vencedor, logo os países da América Latina não ficariam de fora.
AULA 7: O BRASIL NO CONTEXTO INTERNACIONAL
Durante a década de 1980, a América Latina lutava pelo crescimento econômico e ao mesmo tempo travava o duelo contra altas taxas de inflação.
No Brasil, os anos 80 se inauguram com uma profunda crise, iniciada por pelos menos dois fatores: as rígidas restrições externas, provocadas por dois choques do petróleo (em 1973 e 1979) e o aumento dos juros americanos entre 1979 e 1982. Veja o gráfico do crescimento da dívida externa brasileira durante os governos militares:
A ditadura militar começava a  apresentar brechas para a volta da democracia. Devido à inflação, o governo do presidente Figueiredo negocia com o FMI (Fundo Monetário Internacional) e admite a impossibilidade de pagar a dívida externa. A ajuda vem, e com ela as duras exigências do FMI, como a redução de salários e a diminuição do gasto público. Em outras palavras, o governo aceita frear o crescimento brasileiro. Esse cenário econômico também foi percebido em outras partes da América Latina.
Ao final da década de 1970, o Brasil passava por uma crise econômica, e, não distante da realidade dos demais países da América Latina, enfrentava altos índices de inflação. Para controlar a crise, o governo foi obrigado a tomar medidas de retração da economia para seu posterior ajuste. Medidas como a redução de gastos públicos, o controle da moeda em circulação e a redução dos salários dos setores públicos e privado acarretaram a diminuição dos níveis de produção e aumento da taxa de desemprego. O desenvolvimento econômico ficou esgotado devido á constante intervenção do estado na Economia – ora como investidor ora subsidiando investimentos externos – á proteção á indústria e ao fracasso dos programas de estabilização.
A virada política com o final da ditadura promoveu também uma mudança na esfera econômica. Os novos parâmetros da economia mundial e a grande influência norte-americana com que o país teve contato foram primordiais para a estruturação de políticas econômicas voltadas para o neoliberalismo. O Estado passou a intervir menos na economia para apenas regulá-la.
Pensando uma nova medida para valorizar a moeda nacional, o cruzeiro, que desde 1979 vinha sofrendo grande desvalorização, cria-se, em 1986, o Plano Cruzado num momento em que a crise parecia estar sendo superada (1985-1986). O governo congelou a taxa de câmbio no período de um ano, congelou os preços também por um período de um ano, criou uma espécie de seguro desemprego para os trabalhadores que fossem demitidos sem justa causa ou que ficassem sem empregos devido ao fechamento de empresas. Um ano após sua implementação, a crise volta a se instalar gerando novamente crescimento econômico negativo.
Seguindo o mesmo modelo do Plano Cruzado, surgiram o Plano Bresser (1987) e o Plano de Verão (1989), ambos dotados de medidas semelhantes ao primeiro e que não obtiveram êxito na tentativa de promover o crescimento econômico e a diminuição da inflação. Porém, no ano de 1989, o crescimento conseguiu ser superior aos dos anos anteriores, mas ainda assim insatisfatório.
O PERÍODO DE ABERTURA POLÍTICA.
No início da década de 1970, no governo Médici, o Brasil acabava de passar por seu “milagre econômico”, em que a taxa de crescimento da economia havia chegado aos 12%, enquanto a inflação aos 18%. Porém, tamanho crescimento havia gerado uma enorme dívida externa, aliada à alta no petróleo, a altas taxas de juros e ao crescimento da inflação.
Em 1974, Ernesto Geisel foi eleito. Percebendo todos os problemas econômicos e o desgaste do regime, ele anuncia uma “distensão lenta, segura e gradual”. A insatisfação da população, mesmo com a forte censura, era notória. Até mesmo dentro das Forças Armadas esse descontentamento era latente, principalmente entre os militares de patentes mais baixas.
Ainda em 1974, a propaganda política é permitida e o partido de oposição, o MDB, ganha a maior parte das cadeiras do senado, a grande parte da câmara dos deputados e a maioria das prefeituras do país. Os militares conhecidos como “linha dura” iniciam movimentos clandestinos a fim de não permitir a expansão dessa tendência à abertura política. 
Em 1975, o jornalista Vladmir Herzog é assassinado nas dependências do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna), em São Paulo. E em Janeiro de 1976, o operário Manuel Filho é encontrado morto em condições semelhantes. O grande passo de Geisel para a abertura política foi pôr fim ao AI-5.
Em 1978, Figueiredo, do MDB, foi eleito e, logo ao assumir, em 1979, assinou a Lei de Anistia, permitindo que presos políticos, artistas e demais exilados pudessem voltar ao Brasil. 
Nesse mesmo ano, ele institucionalizou o pluripartidarismo no Brasil e, com isso, os antigos partidos políticos, que haviam caído na ilegalidade durante o regime, voltaram a funcionar. Com tais medidas também atraiu a fúria dos que não queriam a abertura política, que nesse momento se tornou ainda mais iminente. Em 1981 uma bomba explodiu durante um evento no centro de convenções Rio Centro.
No ano de 1983, a insatisfação com o regime começou a tomar forma a partir da proposta da Emenda Constitucional Dante de Oliveira, e, em 1984, ocorreu o movimento popular conhecido como “Diretas Já”, que se caracterizou por várias manifestações em todo o país clamando por eleições presidenciais diretas. Essas manifestações tiveram como principais pontos o Rio de Janeiro e São Paulo, levando às ruas 1 milhão de manifestantes e 1,7 milhões, respectivamente. Porém, as reivindicações não foram atendidas, e as eleições do ano seguinte foram indiretas.
A CONSTITUINTE DE 1986 E A CONSTITUIÇÃO DE 1988.
Os anseios da população brasileira estavam todos direcionados à redemocratização do país. A abertura política aconteceu e alguns direitos foram devolvidos, porém era necessária a formulação de uma nova Constituição. A carta existente havia sido modificada várias vezes ao longo da Ditadura e não correspondia ao novo ordenamento político do país. O problema estava em como essa Constituição seria formulada. Ficou decidido que os deputados e senadores acumulariam essa função e seriam os responsáveis pela elaboração da nova carta.
Diversas linhas de pensamento expressavam suas ideias a respeito de como se daria a Assembleia. A corrente progressista defendia que a bancada deveria ser eleita pelo povo, pois assim ela teria maior representatividade, por ter função exclusiva.
Composta por 559 membros, a Assembleia Constituinte foi presidida por Ulysses Guimarães, do PMDB. Era composta, em sua maioria, por membros do CentroDemocrático, mais conservador. (PMDB, PFL, PDS e PTB). Isso influenciou diretamente na formulação da nova Constituição, pois garantiu a maioria dos votos em decisões importantes como a extensão na duração do mandato de Sarney (que durou cinco anos), a questão da reforma agrária e o papel das Forças Armadas.
No período de formulação da constituição, que durou dezoito meses, a população foi estimulada a participar por meio de grupos que levavam as ideias a assembleia: sindicatos de classe, entidades religiosas e demais seguimentos da sociedade, abaixo-assinados etc. A Constituição foi promulgada dia 5 de outubro de 1988. Dividida em nove títulos, passou a garantir direitos democráticos como:               
• Direito de voto a analfabetos.
• Voto facultativo aos jovens entre 16 e 18 anos.
• Direitos trabalhistas como: licença maternidade de 120 dias, e paternidade de 5 dias, direito à greve, liberdade sindical, entre outros. 
• O mandato do presidente passou a 4 anos ao invés de 5, e é instituída a possibilidade de segundo turno nas eleições municipais, (apenas nas cidades com mais de 200 mil habitantes). 
• O aparelho censório foi desmontado, 
• O divórcio se tornou legal, 
• Criação dos direitos da criança e do adolescente.
• Criminalização do racismo.
• Reconhecimento da cultura indígena, entre outros. 
AULA 8: DERROCADA DA URSS
Durante a década de 1980, ficou nítido o atraso econômico da União Soviética em relação aos países ocidentais. Nessa década, o modelo no qual toda a economia estava concentrada no estado mostrou-se insuficiente para atender às demandas sociais. A URSS fechada para os países não socialistas, não conseguiu se manter como grande potência e continuar no páreo contra os Estados Unidos. Com o governo de Gorbachev, a URSS começou a dar os primeiros sinais de abertura política e econômica. Porém, a política por ele aplicada não foi capaz de garantir a unidade do governo, causando descontentamento tanto no partido quanto na população. Enquanto o mundo assistia o ruir da União Soviética, a China, que já exercia políticas de abertura de mercado e que desde cedo já havia negociado, inclusive, com os Estados Unidos, firmava-se cada vez mais no comunismo e como potência mundial.
PLANOS: GLASNOST / PERESTRÓICA
Os dois planos foram lançados juntos no novo governo que se iniciava em 1985, de Mikhail Gorbachev, aliando transparência (Glasnost) e restauração econômica (Perestróica).
A Glasnost foi uma política que consistia em uma abertura nas discussões internas do país, um processo que acabou por intensificar a instabilidade, pois contribuiu com os conflitos étnicos e regionais já existentes. 
Dentre as medidas da Glasnost, encontramos a libertação de presos políticos, o afastamento de funcionários corruptos e a censura sobre jornais e livros foi suspensa.
A Perestróica foi política de reestruturação econômica e, para tanto, foi decidido que as tropas enviadas ao Afeganistão deveriam ser retiradas, pois havia a necessidade de baixar os custos com a defesa.
Outras medidas foram o fim do monopólio do Estado sobre alguns setores, a permissão para a abertura de empresas privadas no país, a permissão para as empresas estrangeiras atuarem na indústria de bens de consumo e no comércio varejista, o estímulo à renovação tecnológica e à competitividade entre as empresas. As medidas foram tomadas com a intenção de diminuir a rigidez do controle do Estado soviético. Um dos pontos altos desse momento de abertura foi a quebra do monopólio partidário, o que permitiu o multipartidarismo e a instauração de eleições diretas para 1994.
Como política externa, a proposta era a desativação das armas nucleares até o ano 2000, apresentada no Fórum Internacional da Paz em Moscou. Ficou decidido também que a URSS não iria interferir nos outros países do bloco socialista.
QUEDA DO MURO DE BERLIM
A conferência de Potsdam dividiu a Alemanha em quatro zonas de influência: britânica, francesa, norte-americana – capitalista e soviética - socialista. A divisão na Alemanha criou a República Democrática Alemã (RDA) e a República Federalista Alemã (RFA). Berlim ficava bem no centro a Alemanha Oriental e também foi dividida em quatro zonas de influência. Mesmo com a divisão, as pessoas podiam circular de Berlim ocidental para Berlim Oriental. Berlim ocidental era uma espécie de vitrine capitalista no meio no mundo socialista. Os EUA fizeram da capital alemã o símbolo do sucesso e da felicidade capitalista, enquanto o lado oriental, sem muito apoio soviético, padecia com prédios antigos, automóveis velhos e uma precária qualidade de vida.
Essa diferença nos modelos de vida fez com que, em 1948, Stalin mandasse fechar todos os acessos terrestres de Berlim para a Alemanha ocidental. O Muro de Berlim foi construído em 13 de agosto de 1961 como medida tomada pela República Democrática Alemã (RDA) para separar o lado socialista do capitalista. Ele circundava toda a Alemanha Ocidental, uma barreira física de divisão entre o capitalismo e o socialismo. Além do muro de 2,40m, havia cercas, armadilhas e torres de guarda com soldados prontos a atirar em qualquer pessoa que tentasse passar para o outro lado. A queda do muro de Berlim, que se tornou um dos marcos do final da Guerra Fria, foi um acontecimento espontâneo, não dependeu de nenhuma ordem direta do governo. Após o anúncio do governo da Alemanha Oriental que dava permissão para visitar o lado ocidental, Em 9 de novembro de 1989, uma multidão de alemães saía para encontrar o outro lado do muro. Logo partes dele fora destruído abrindo espaço para, em menos de um ano, exatamente em 3 de outubro de 1990, a Alemanha celebrasse sua reunificação.
FIM DA URSS
Desde a queda de Stálin, a União Soviética já passava por grandes mudanças que iniciaram a descentralização política. Os governos seguintes presenciaram a denúncia e a condenação de práticas stalinistas. Viram que o fechamento da URSS para as nações não socialistas provocavam um atraso na economia do país e os enormes gastos obtidos com a corrida armamentista da Guerra Fria. A diminuição do investimento interno, acabou contribuindo para que parte da sociedade começasse a perceber o início da ruína do sistema. Em 1985, Gorbachev assume e começa a dar sinais para o fim da Guerra Fria, porém suas ideias e práticas inovadoras (Perestróica e Glasnost) não impulsionam a economia conforme o esperado, além de gerar uma cisão dentro do Partido Comunista. Esse clima de instabilidade econômica e política abriu espaço para reclamações mais efetivas chegando ao golpe militar.
Em agosto de 1991. Um grupo de comunistas conservadores deu um golpe militar e afastou Gorbatchev. O povo russo saiu ás ruas, enfrentou os golpistas, e o pais voltou á ordem. Porém, mesmo com a volta de Gorbachev ao poder, iniciou-se o processo de independência das republicas soviéticas.
EM 8 de dezembro de 1991, o então presidente Yeltsin proclamou a independência da Rússia e a criação da CEI ( Comunidade dos Estados Independentes). Em 25/12/1991, Gorbachev renunciou ao governo. 
O CASO CHINÊS
Desde a instauração do modelo comunista em 1949, a China seguia uma linha diferente da defendida e aplicada na União Soviética. Optou pela coexistência pacífica em relação ao bloco capitalista, o que contribuiu para o corte nas relações diplomáticas com a URSS.
Assim, a China ficou em patamar de igualdade e começava a se apresentar como uma potência em ascensão. A partir de 1971, inicia uma aproximação com os Estados Unidos. Com a morte de Mao Tse-Tung em 1976, os rumos da política chinesa caminharam para uma abertura ainda maior. A direita obteve vitória e iniciaram uma perseguição aos comunistas mais radicais. O secretário geral, Deng Xiao-ping se tornou o principal dirigente da China e seu governo vai de 1976 a 1997. Ele promoveu diversas reformas econômicas que ficaram conhecidas como a política das Quatro Modernizações, que alcançava o setor da indústria, da agricultura, da defesa e da cultura. Os dirigentes chineses dizem que é umsocialismo de mercado. De fato, a China é hoje o país que mais cresce no mundo e seu setor privado já ultrapassa o público. Estima-se que dentro desse panorama a China, em alguns anos, se tornará a maior economia mundial. A China consegue manter sua unidade política dentro do comunismo e, ao mesmo tempo, articular sua economia nos moldes capitalista permitindo crescimento econômico, diretamente oposto à União Soviética que passa por sua maior crise, política e econômica. Apesar da abertura e do crescimento econômico, a China ainda mantém a censura e a repressão como forma de controle estatal. As barbaridades cometidas podem ser exemplificadas quando jovens chineses clamavam por liberdade em 1989 e foram massacrados pelos tanques militares. Esse episódio ficou conhecido como: “O massacre da praça da paz celestial”.
AULA 9: O MUNDO ATUAL: GLOBALIZAÇÃO
A queda do socialismo nos países do leste europeu, a abertura econômica chinesa e a alta tecnologia em comunicação e no transporte e, concomitantemente seu baixo custo, contribuíram para o evento que ficou conhecido como Globalização. A globalização é um dos processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural e política dos países do globo no final do século XX e início do século XXI.
As primeiras ofensivas intelectuais sobre globalização surgiram ainda em 1989, quando o norte-americano Francis Fukuyama publicou um artigo com o título “O fim da História” e posteriormente publicou o livro “o fim da história e o último homem” em 1992. Para os historiadores está claro que a evolução da humanidade em direção ao reino da liberdade não se interrompeu no final de século XX. Para eles, a história sempre avança, sendo escrita por momentos de regressão e períodos de progresso.
O QUE SIGNIFICA GLOBALIZAÇÃO
O fim da Guerra Fria, a dissolução da URSS, a reunificação alemã, a abertura econômica na China e as reformas econômicas na Índia, contribuíram para a ideia de que o modelo capitalista seria o meio correto de guiar a economia e promover o crescimento econômico. Os Estados Unidos, saíram como os vencedores da guerra fria. A base da economia da maioria dos países do mundo já não dependia mais do campo. As indústrias estavam imersas nas políticas neoliberais e a constante expansão pela busca de novos mercados fez com que a economia se tornasse cada vez mais unificada. Os produtos circulavam por praticamente todo o mundo e as economias estavam  dependentes umas das outras. A grande especificidade da globalização se dá no campo tecnológico e da comunicação.
O avanço na área da comunicação se deu forma ainda mais impressionante do final da década de 1980 e início da de 1990. Os jornais, as redes de televisão e, mais adiante, a internet, fizeram com que o mundo acompanhasse ao vivo os acontecimentos por todo o mundo. Outro campo que permitiu que se pudesse falar em globalização, ou aldeia global, foi o avanço tecnológico nos transportes. As importações e exportações já aconteciam, assim como o turismo, mas as melhorias só fizeram com que essas práticas se expandissem cada vez mais.
A comunicação em massa vai servir para levar para o mundo, o modelo de democracia, de consumo, de cultura dos Estados Unidos. A globalização é vista também como uma padronização dos costumes, pois a constante propaganda e exportação de produtos acabam por influenciar as culturas fazendo com que se perca o que há de nacional em cada país. Um dos críticos mais ferrenhos da Globalização é Eric Hobsbawn. Ele diz no livro “Globalização, democracia e terrorismo” que sobre a Globalização três observações são importantes:
Globalização acompanhada de mercados livres, trouxe consigo uma dramática acentuação das desigualdades econômicas e sociais no interior das nações e entre elas. O impacto é mais sensível para os que menos se beneficiam dela. Isso gera pontos de vista opostos sobre ela: os que estão protegidos contra seus efeitos negativos – os empresários, profissionais de alta tecnologia e os formados em cursos de educação superior – e os que não estão protegidos. Embora a escala real da globalização permaneça modesta, seu impacto político é desproporcionalmente grande. Assim, a imigração é um problema político substancial na maior parte das economias desenvolvidas do Ocidente.”
FÓRUM ECONÔMICO
O Fórum Econômico Mundial foi iniciado em 1971, pelo professor alemão Klaus Schwab, através da Comissão Européia. Inicialmente recebeu o nome de Fórum Europeu de Gerenciamento e tinha uma representatividade menor. Posteriormente, com a presença de líderes políticos em 1974, pela primeira vez, e com os próprios acontecimentos no mundo, percebeu-se que as discussões poderiam ser mais amplas. A partir de 1987, passou a ser chamado de Fórum Econômico Mundial, apresentando a proposta de um debate de conflitos internacionais.
Trata-se de uma organização internacional independente, sem fins lucrativos, um espaço para discussão de diversas problemáticas de impacto mundial, onde presidentes, representantes de ONGs, celebridades, intelectuais e representantes de empresas se reúnem anualmente.
Várias questões tornam-se motivos de debates no fórum, por exemplo, a guerra árabe-israelense em 1973, o colapso do mecanismo de câmbio fixo estabelecido pelo acordo de Bretton Woods (de 1944), a eminente guerra entre Grécia e Turquia em 1988. Em 1989, ocorreu a primeira participação das Coréias do Norte e do Sul e a discussão de questões como a reunificação alemã. O Fórum Econômico de 2010 encerrou com a constatação de que a situação global encontra-se melhor que no ano anterior. Porém, os investimentos e as políticas de regulação, em relação aos bancos, devem ser mantidos para que se previna um novo colapso financeiro. Também constataram que as lideranças atuais, os “poderosos”, acabam por impedir que se chegue a um consenso sobre as questões globais, como a conferência sobre o Clima em Copenhague.
FORUM SOCIAL MUNDIAL
O Fórum Social Mundial é um evento que acontece anualmente paralelamente ao Fórum Econômico Mundial. O evento é organizado por movimentos sociais de diversos continentes, com objetivo de elaborar alternativas para uma transformação social global. Foi criado em 2001 e tornou-se um mecanismo de constante busca e construção de alternativas ao neoliberalismo. Ele congrega ONGs, líderes econômicos, manifestantes e outras organizações sociais para a discussão e levantamento de ideias, formulação de propostas e construção de redes para ações concretas.
Diversos países sediaram o fórum, entre eles o Brasil, que foi o responsável pela primeira edição do fórum, em Porto Alegre - Rio Grande do Sul. O FSM pretende ser um espaço aberto e democrático e tem-se mostrando como um movimento antiglobalização. Sua realização é sempre um evento importante no contexto mundial, pois acontece ao mesmo tempo que o Fórum Econômico mundial, mas com uma agenda trazida pelos diversos movimentos espalhados pelo mundo. A importância do movimento só vem aumentando e cada vez mais conta com grandes personalidades e líderes de todo o mundo.
AULA 10: O TERRORISMO NO MUNDO ATUAL
A década de 1990 traz novos desafios para a economia mundial, a grande concorrência faz com que áreas de livre comércio sejam criadas para favorecer determinados países e garantir o crescimento econômico. Enquanto isso, os Estados Unidos afirmam, cada vez mais, sua posição como única potência mundial, exportando sua cultura, seu modelo político e econômico. Essa constante busca de mercados e o processo de globalização da cultura vai favorecer a criação de grupos de extrema-direita, ligados ou não a ideologias religiosas, que vão buscar defender sua visão de mundo. Em 11 de setembro, nos Estados Unidos, temos o exemplo de ataque terrorista. Esse acontecimento marcou uma nova era da política mundial. Afetou as relações econômicas e políticas, tanto internas quanto externas, desde a criação de leis para aumentar o poder da polícia quanto à intervenção direta em países como Afeganistão e Iraque.
TERRORISMO
O terrorismo é umaforma de violência que pode ter diferentes motivos: religioso, político, nacionalista, étnico etc. Usa a violência, física ou psicológica, em tempos de paz, como estratégia política. É uma prática bastante antiga das sociedades, mas teve seu momento se ascensão, por assim dizer, com a Guerra Fria. Tanto os Estados Unidos como a União Soviética desenvolveram poderosas agências de espionagem e se utilizaram da espionagem e do terrorismo para legitimar seus poderes. Assim, com a Guerra Fria o terrorismo incorpora as agências de várias estados.
Hobsbawm diz que:
“Por um lado, a escala de sofrimentos humanos aumentou terrivelmente na década de 1990 e, por outro lado, as guerras religiosas que eram alimentadas por ideologias seculares expandiram-se com o retorno a várias formas de fundamentalismo religioso que se manifestaram em cruzadas e contracruzadas.” 
Interesses políticos, econômicos e religiosos passaram a se misturar e a serem defendidos de forma extrema na forma de ataques à bomba, sequestro de aviões, exterminações em massa. Essa forma de violência aconteceu em diversas partes do mundo. Podem ser considerados atos terroristas o assassinato ao arquiduque Francisco Ferdinando, que acabou por dar início à Primeira Guerra Mundial, os ataques da OLP (Organização Pela Libertação da Palestina) ao Estado de Israel, os ataques realizados por organizações como IRA (Exército Republicano Irlandês) durante a década de 1960.
O caso de terrorismo de maior impacto, e por isso mais presente na memória, foi o ataque ao World Trade Center, nos Estados Unidos, em 11 de Setembro de 2001. Nesta data dois aviões atingiram as torres gêmeas, o World Trade Center, em Nova Iorque (EUA), trazendo os prédios abaixo. Aliados aos ataques aos prédios, outros ataques, como ao Pentágono, foram executados no mesmo dia. 
Os aviões foram sequestrados após decolarem, burlando toda a segurança aérea do país e demonstrando como o plano foi meticulosamente planejado.
Os alvos escolhidos para o ataque representam a posição de potência mundial exercida pelos Estados Unidos. O World Trade Center era o símbolo da economia capitalista globalizada enquanto o Pentágono, símbolo do poderio militar estadunidense. Tais ataques foram executados por árabes muçulmanos pertencentes à Al-Qaeda, organização fundamentalista e extremamente conservadora. Sendo Osama Bin Laden, fundador e líder da organização, o responsável pelos atentados. Em uma era de globalização e de altos investimentos na indústria, as influências que os EUA exerciam no mundo se estendiam ao campo cultura. Por isso, tais grupos extremistas em relação aos fundamentos do islamismo eram contra tal interferência. Outro fator que contribuiu para a insatisfação em relação aos Estados Unidos está na sua ligação com o Estado de Israel, os grupos fundamentalistas defensores do islamismo não aceitam tal Estado e, em casos mais extremos, são a favor de sua exterminação. A resposta a eles foi imediata com o apoio britânico na imagem do Primeiro-Ministro Tony Blair. Ainda em outubro de 2001, foram enviadas tropas ao Afeganistão, onde o chefe da Al-Qaeda Osama Bin Laden estava escondido, apoiado pelos talibãs. Porém, de forma geral, as relações entre os Estados Unidos e o mundo árabe são controversas, o mesmo grupo que protegeu e apoiou Bin Laden, o responsável pelos ataques, havia sido aliado dos Estados Unidos, recebendo ajuda no momento de invasão da URSS, sendo considerados defensores da liberdade. O ataque ao Afeganistão foi intenso, dizimando, em sua maioria, civis inocentes. 
Logo outros alvos foram encontrados, mais adiante o Iraque do ditador Saddam Hussein, sob a justificativa de que ali havia a fabricação de armas químicas, proibidas pela ONU. Houve investigações para confirmar tal suspeita e, mesmo contra todas as evidências, o país foi atacado mesmo sem o apoio da ONU, derrubando o ditador. A ocupação norte-americana e britânica não se deu apenas como resposta ao ataque, as relações entre esses países são também fundamentadas na questão econômica, pois os países árabes em questão possuem grandes reservas de petróleo, importantíssimo para a economia norte-americana. No Estados Unidos, grande parte da população apoiou a invasão aos países do Oriente Médio. Medidas extremas foram tomadas em relação aos árabes, como a aprovação de leis que aumentavam os poderes da polícia. Prisões e investigações podiam ser executadas sem a necessidade, em alguns casos, de evidências, suspeitos foram detidos na base militar de Guantánamo, em Cuba.
NOVOS DESAFIOS DA ECONOMIA GLOBALIZADA
Os anos 90 representaram o aumento na disputa pelo mercado internacional. Nações comunistas começaram a abrir seus mercados e ficava cada vez mais difícil para os Estados Unidos garantirem sua hegemonia econômica. Foi criado um plano de integração entre os Estados Unidos e países da América Latina que se caracterizava como um grande mercado em expansão e, portanto, seria primordial para os Estados Unidos facilitar as relações econômicas. Porém, logo adiante, os Estados Unidos observaram a criação da União Européia e dos Tigres Asiáticos. Esses blocos econômicos eram áreas de livre comércio que favoreciam e atendiam os interesses desses países. Logo a América Latina seguiria a mesma tendência. 
Em 1994, foi criada o Nafta (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), uma aliança entre os Estados Unidos, Canadá e México. A intenção era facilitar o comércio de mercadorias derrubando taxas alfandegárias e aumentando as exportações para impulsionar as economias dos países pertencentes. Esse bloco econômico visava, gradualmente, à inclusão dos demais países da América Latina, porém no mesmo ano foi criado o MERCOSUL.
O MERCOSUL, área de livre comércio de amplo interesse para o investimento europeu e asiático, representando uma ameaça aos Estados Unidos, composto por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Porém, a criação do bloco não garantiu a independência em relação ao capital estrangeiro. As movimentações econômicas ainda se estruturavam baseadas nos interesses das grandes multinacionais.
Nesse momento a Rússia, ex-URSS, não se encaixava em nenhuma das novas políticas econômicas, não pertencia a nenhum bloco. Com a dissolução da URSS o país se transformou em líder da CEI (Comunidade dos Estados Independentes), o que representou um grande mercado para o país. Ainda em 1991, iniciou o processo de privatização do comércio, do sistema bancário e da indústria, mas o grupo que possuía capital para a compra das empresas era composto por mafiosos gerando enorme tensão política no país e favorecendo o crescimento de grupos de extrema-direita no país. O que acabou por dar mais espaço para os Estados Unidos ordenarem a economia mundial. A postura de única potência mundial começava a se tornar cada vez mais real para os Estados Unidos. Sendo o modelo de avanço econômico, as resistências ao capital norte-americano se tornaram cada vez menores.

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