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1 Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 2 Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 3 Amigo (a)! Com muita disciplina e determinação chegamos a mais uma aula do nosso curso. Nessa aula, iremos abordar os conteúdos referentes ao tema Hanseníase. Primeiramente, faremos uma abordagem teórica do tema proposto e, em seguida as questões cobradas em concursos anteriores com os comentários. Boa aula! Profº. Rômulo Passos Profª. Raiane Bezerra Profª. Sthephanie Abreu www.romulopassos.com.br Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 4 HANSENÍASE A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica, de grande importância para a saúde pública devido à sua magnitude e seu alto poder incapacitante, atingindo principalmente a faixa etária economicamente ativa. Acomete principalmente a pele e os nervos periféricos, mas também se manifesta como uma doença sistêmica comprometendo articulações, olhos, testículos, gânglios e outros órgãos. O alto potencial incapacitante da hanseníase está diretamente relacionado à capacidade de penetração do Mycobacterium leprae na célula nervosa e seu poder imunogênico. O M. leprae é um bacilo álcool-ácido resistente e gram-positivo, em forma de bastonete. É um parasita intracelular, sendo a única espécie de micobactéria que infecta nervos periféricos, especificamente as células de Schwann. Este bacilo não cresce em meios de cultura artificiais, ou seja, não é cultivável in vitro. O homem é considerado a única fonte de infecção da hanseníase. A transmissão se dá por meio de uma pessoa doente (forma infectante da doença - MB), sem tratamento, que elimina o bacilo para o meio exterior infectando outras pessoas suscetíveis. A principal via de eliminação do bacilo pelo doente e a mais provável via de entrada deste no organismo são as vias aéreas superiores (mucosa nasal e orofaringe), através de contato íntimo e prolongado, muito frequente na convivência domiciliar. Por isso, o domicílio é apontado como importante espaço de transmissão da doença. A hanseníase não é de transmissão hereditária (congênita) e também não há evidências de transmissão nas relações sexuais. Devido ao padrão de multiplicação do bacilo, a doença progride lentamente. Entre o contato com a pessoa doente e o aparecimento dos primeiros sinais (período de incubação) pode levar em média 2 a 7 anos. O diagnóstico de caso de hanseníase na Atenção Básica de Saúde é essencialmente clínico por meio do exame dermatoneurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos (sensitivo, motor e/ou autonômico). Os casos com suspeita de comprometimento neural sem lesão cutânea (suspeita de hanseníase neural pura) e aqueles que apresentam área(s) com alteração sensitiva e/ou autonômica sem lesão cutânea evidente deverão ser encaminhados para unidades de saúde de maior complexidade para confirmação diagnóstica. Doença crônica e infecto-contagiosa Possui alta infectividade (infecta grande número de pessoas) Baixa patogenicidade (poucos adoecem) Notificação compulsória • Características Intrínsecas do agente etilógico. • Relação hospedeiros- parasita • Grau de endemicidade Investigação obrigatória • Análise da história e condições de vida; • Exame dermatoneurológico. Clínico-epidemiológico •Baciloscopia: esfregaço intradérmico; •Histológico Laboratorial Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 5 Visando o tratamento com o esquema PQT/OMS (poliquimioterapia), a classificação operacional do caso de hanseníase é baseada no número de lesões cutâneas de acordo com os seguintes critérios: • Paucibacilar (PB) – casos com até cinco lesões de pele; • Multibacilar (MB) – casos com mais de cinco lesões de pele. A baciloscopia de pele (esfregaço dérmico), quando disponível, deve ser utilizada como exame complementar para a classificação dos casos em PB ou MB. A baciloscopia positiva classifica o caso como MB, independentemente do número de lesões. No entanto, o resultado negativo da baciloscopia não exclui o diagnóstico de hanseníase. Vamos estudar no quadro abaixo as 4 formas de manifestação clínica da hanseníase: CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS CLÍNICAS DA HANSENÍASE Formas clínicas Características Baciloscópicas Classificação operacional vigente para a rede pública Indeterminada (HI) Mácula solitária, mal definida, com diminuição da sensibilidade. Negativa Paucibacilar (PB) Tuberculoide (HT) Lesão em placa bem delimitada, com pápulas nas bordas de coloração avermelhada ou acastanhada, com o centro plano e mais esbranquiçado e diminuição da sensibilidade. Negativa Dimorfa (HD) Extensas lesões em placas de cor avermelhada, limites imprecisos e alterações da sensibilidade. Positiva (bacilos e globias ou com raros bacilos) ou negativa. Multibacilar (MB) mais de 5 lesões Virchowiana (HV) Infiltração difusa com grande número de lesões de superfície lisa, brilhantes e lesões tuberosas e nodulares de cor marrom avermelhada. Áreas extensas com alterações da sensibilidade. Positiva (bacilos abundantes e globias). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Forma inicial: apenas uma lesão de cor clara; • Distúrbio da sensibilidade. Indeterminada (HI) • Forma mais benigna: pessoas com alta resistência ao bacilo → Lesões são poucas ou única: papulosas ou nodulações com ausência de sensibilidade. Tuberculoide (HT) • Forma intermediária: características clínico-laboratoriais da HT e HV → acometimento extenso de nervos → grande variedade de lesões Dimorfa (borderline / HD) • Mais grave, alto comprometimento de troncos nervosos de forma simétrica → lesões infiltradas e nódulos Vichowiana (HV) Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 6 Os principais sinais e sintomas da doença são: • Manchas esbranquiçadas (hipocrômicas), acastanhadas ou avermelhadas, com alterações de sensibilidade (a pessoa sente formigamentos, choques e câimbras que evoluem para dormência – se queima ou machuca sem perceber); • Pápulas, infiltrações, tubérculos e nódulos, normalmente sem sintomas; • Diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, especialmente sobrancelhas; • Falta ou ausência de sudorese no local - pele seca. As lesões da hanseníase geralmente iniciam com hiperestesia - sensação de queimação, formigamento e/ou coceira - no local, que evoluem para ausência de sensibilidade e, a partir daí, não coçam e o paciente refere dormência - diminuição ou perda de sensibilidade ao calor, a dor e/ou ao tato - em qualquer parte do corpo. Outros sintomas e sinais que têm sido também observados: • Dor e/ou espessamento de nervos periféricos; • Diminuição e/ou perda de sensibilidade nas áreas dos nervos afetados, principalmente nos olhos, mãos e pés;• Diminuição e/ou perda de força nos músculos inervados por estes nervos, principalmente nos membros superiores e inferiores e por vezes, pálpebras; • Edema de mãos e pés; • Febre e artralgia; • Entupimento, feridas e ressecamento do nariz; • Nódulos eritematosos dolorosos; • Mal estar geral; • Ressecamento dos olhos. O tratamento da hanseníase é a Poliquimioterapia (PQT/OMS), sendo constituída por rifampicina, dapsona e clofazimina acondicionadas em quatro (quatro) tipos de cartelas, com a composição de acordo com a classificação operacional de cada caso: Paucibacilar Adulto, Paucibacilar Infantil, Multibacilar Adulto e Multibacilar Infantil. NOTA DE ESCLARECIMENTO: A classificação da Hanseníase, citada anteriormente não foi abordada dessa forma no Manual técnico-operacional: "Diretrizes para Vigilância, Atenção e Eliminação da Hanseníase como Problema de Saúde Pública (2016), lançado de acordo com a Portaria nº 149 de 03 de fevereiro de 2016, porque a finalidade do manual é de orientar os gestores e os profissionais dos serviços de saúde para o exercício de atividades em vigilância e atenção à saúde, em todos níveis de atenção. Mas, meu amigo(a) concurseiro, esteja atento que as bancas poderão cobrar apenas a classificação simples (paucibacilar e multibacilar) ou as manifestações clínicas (Indeterminada, Tuberculoide, Dimorfa, Virchowiana). No link a seguir você pode verificar no site do ministério da saúde essas manifestações clínicas: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/705-secretaria- svs/vigilancia-de-a-a-z/hanseniase/11295-informacoes-tecnicas Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 7 A equipe da Unidade Básica de Saúde deve realizar o tratamento para hanseníase como parte de sua rotina, seguindo esquema terapêutico padronizado de acordo com a classificação operacional. O tratamento da hanseníase é ambulatorial, utilizando-se os esquemas terapêuticos padronizados de acordo com a classificação operacional. ESQUEMA TERAPÊUTICO PARA CASOS PAUCIBACILARES: 6 CARTELAS Adulto • Rifampicina (RFM): dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg) com administração supervisionada na unidade de saúde; • Dapsona (DDS): dose mensal de 100 mg supervisionada na unidade de saúde e dose diária de 100 mg autoadministrada. Criança • Rifampicina (RFM): dose mensal de 450 mg (1 cápsula de 150 mg e 1 cápsula de 300 mg) com administração supervisionada; • Dapsona (DDS): dose mensal de 50 mg supervisionada e dose diária de 50 mg autoadministrada. Duração: 6 doses. Seguimento dos casos: comparecimento mensal na unidade de saúde para dose supervisionada. Critério de alta: o tratamento estará concluído com 6 doses supervisionadas em até 9 meses. Na 6ª dose, os pacientes deverão ser submetidos ao exame dermatológico, à avaliação neurológica simplificada e do grau de incapacidade física e receber alta por cura. Para facilitar a sua compreensão segue outro esquema abaixo: ESQUEMAS TERAPÊUTICOS: PAUCIBACILAR Duração: 6 meses Passemos agora para o esquema terapêutico para casos MULTIBACILARES (12 cartelas). Rifampicina (600 mg): dose mensal supervisionada Adultos Dapsona (100 mg) Crianças Dose diária autoadministrada Rifampicina (450 mg): dose mensal supervisionada Dapsona (50 mg) Dose mensal supervisionada Dose diária autoadministrada Dose mensal supervisionada Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 8 ESQUEMA TERAPÊUTICO PARA CASOS MULTIBACILARES: 12 CARTELAS Adulto • Rifampicina (RFM): dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg) com administração supervisionada na unidade de saúde; • Dapsona (DDS): dose mensal de 100 mg supervisionada na unidade de saúde e dose diária de 100 mg autoadministrada; • Clofazimina (CFZ): dose mensal de 300 mg (3 cápsulas de 100mg) com administração supervisionada na unidade de saúde e uma dose diária de 50 mg autoadministrada. Criança • Rifampicina (RFM): dose mensal de 450 mg (1 cápsula de 150 mg e 1 cápsula de 300 mg) com administração supervisionada na unidade de saúde; • Dapsona (DDS): dose mensal de 50 mg supervisionada na unidade de saúde e dose diária de 50 mg autoadministrada. • Clofazimina (CFZ): dose mensal de 150 mg (3 cápsulas de 50 mg) com administração supervisionada na unidade de saúde e uma dose de 50 mg autoadministrada em dias alternados. Duração: 12 doses. Seguimento dos casos: comparecimento mensal para dose supervisionada. Critério de alta: o tratamento estará concluído com 12 doses supervisionadas em até 18 meses. Na 12ª dose, os pacientes deverão ser submetidos ao exame dermatológico, à avaliação neurológica simplificada e do grau de incapacidade física e receber alta por cura. Os pacientes MB que excepcionalmente não apresentarem melhora clínica, com presença de lesões ativas da doença, no final do tratamento preconizado de 12 doses (cartelas) deverão ser encaminhados para avaliação em serviço de referência (municipal, regional, estadual ou nacional) para verificar a conduta mais adequada para o caso. Para facilitar a sua compreensão segue mais um esquema: ESQUEMAS TERAPÊUTICOS: MULTIBACILAR Duração: 12 meses Rifampicina (600 mg): dose mensal supervisionada Adultos Dapsona (100 mg) Dose mensal supervisionada Dose diária autoadministrada Clofazimina 300 mg: dose mensal supervisionada 50 mg: dose diária autoadministrada Rifampicina (450 mg): dose mensal supervisionada Crianças Dapsona (50 mg) Dose mensal supervisionada Dose diária autoadministrada Clofazimina 150 mg: dose mensal supervisionada 50 mg: dose autoadministrada em dias alternados Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 9 Em relação ao seguimento dos portadores de hanseníase, os pacientes devem ser agendados de rotina a cada 28 dias para receberem, além das orientações e avaliações, a administração da dose supervisionada e nova cartela com os medicamentos para doses autoadministradas no domicilio. Nessa consulta, deve-se orientar o paciente sobre a importância do exame dos contatos; convocá-los, agendá-los e proceder conforme disposições da investigação de contatos intradomiciliares. Os procedimentos devem ser registrados em prontuários e formulários específicos. No ato do comparecimento à unidade de saúde para receber a medicação específica preconizada, supervisionada, o paciente deve ser submetido à revisão sistemática por médico e ou enfermeiro responsáveis pelo monitoramento clínico e terapêutico, objetivando identificação de estados reacionais, efeitos colaterais ou adversos aos medicamentos em uso e surgimento de dano neural. Os pacientes que não comparecerem à dose supervisionada por mais de 30 dias deverão ser visitados em seus domicílios para pesquisar e intervir nas possíveis causas de falta e orientá-los. Para fins operacionais, considera-se contato intradomiciliar toda e qualquer pessoa que resida ou tenha residido com o doente de hanseníase nos últimos cinco anos. A investigação consiste no exame dermatoneurológico de todos os contatos intradomiciliares dos casos detectados. Deverá ser feita a orientação quanto ao período de incubação, transmissão, sinais e sintomas precoces da hanseníase. Deve-se ter especial atenção na investigação dos contatos de menores de 15 anos, já que esta situação de adoecimento mostra que há transmissão recente e ativa que deve ser controlada. Após a avaliação, se o contato for consideradoindene (não doente), avaliar cicatriz vacinal de BCG e seguir a recomendação às novas condutas preconizadas, que não mais deve fazer aprazamento do contato para a segunda dose. Fonte: Manual Hanseníase 2016, pág 09. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2016/fevereiro/04/diretrizes-eliminacao-hanseniase-4fev16-web.pdf Avaliação da cicatriz vacinal de BCG em contato intradomiciliar para menores e maiores de 1 ano. Avaliação da cicatriz vacinal de BCG em contato intradomiciliar Orientação Sem cicatriz de BCG Prescrever uma dose de BCG ID Com uma cicatriz de BCG Prescrever uma dose de BCG ID Com duas cicatrizes de BCG Não prescrever nenhuma dose de BCG BCG contatos HAS < 1 ano Não vacinados 1 dose Vacinados Não faz Vacinados sem cicatriz 1 dose 6 meses após > 1 ano Sem cicatriz 1 dose Vacinados 1 dose 6 meses após Vacinados com 2 doses Não faz Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 10 Avaliação da incapacidade física Incapacidade e função neural Teste de sensibilidade: olhos, mãos e pés Conjunto de monofilamentos: 0,05g; 0,2g; 2g; 4g; 10g; 300g Os principais troncos nervosos periféricos acometidos na hanseníase são: • Face – Trigêmeo e Facial: podem causar alterações na face, nos olhos e no nariz. • Braços – Radial, Ulnar e Mediano: podem causar alterações nos braços e nas mãos. • Pernas – Fibular e Tibial: podem causar alterações nas pernas e nos pés. A avaliação neurológica deverá ser realizada: • No início do tratamento; • Mensalmente, quando possível, ou no mínimo de seis em seis meses; • Com maior frequência durante neurites e reações, ou quando houver suspeita destas, durante ou após o tratamento; • Na apresentação de queixas; • No ato da alta; A avaliação neurológica inclui: • História; • Ocupação e atividades diárias; • Queixas do paciente; • Inspeção; • Palpação dos nervos; • Teste de força muscular; • Teste de sensibilidade. Essas aulas escritas (PDF) são atualizadas mensalmente - se for imprimir, faça isso apenas das aulas que estiver acompanhando, pois o material é ATUALIZADO E AMPLIADO MENSALMENTE. Todos os dias são inseridos novos vídeos potenciais nas disciplinas deste curso Completo de Enfermagem para Concursos. Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 11 Vamos ver quais são os graus de incapacidade da hanseníase: GRAU CARACTERÍSTICAS 0 Nenhum problema com os olhos, mãos e pés devido à hanseníase. 1 Diminuição ou perda da sensibilidade nos olhos. Diminuição ou perda da sensibilidade nas mãos e/ou pés. (não sente 2g ou toque da caneta) 2 Olhos: lagoftalmo e/ou ectrópio; triquíase; opacidade corneana central; acuidade visual menor que 0,1 ou não conta dedos a 6m. Mãos: lesões tróficas e/ou lesões traumáticas; garras; reabsorção; mão caída. Pés: lesões tróficas e/ou traumáticas; garras; reabsorção; pé caído; contratura do tornozelo. DIAGNÓSTICO DAS REAÇÕES HANSÊNICAS Os estados reacionais ou reações hansênicas (tipos 1 e 2) são alterações do sistema imunológico que se exteriorizam como manifestações inflamatórias agudas e subagudas, podendo ocorrer em qualquer paciente, porém são mais frequentes nos pacientes MB. Elas podem surgir antes, durante ou depois do tratamento PQT. A Reação Tipo 1 ou Reação Reversa caracteriza-se pelo aparecimento de novas lesões dermatológicas (manchas ou placas), infiltrações, alterações de cor e edema nas lesões antigas, com ou sem espessamento e dor de nervos periféricos (neurite). A Reação Tipo 2, cuja manifestação clínica mais frequente é o Eritema Nodoso Hansênico (ENH), caracteriza-se pelo aparecimento de nódulos subcutâneos dolorosos, acompanhados ou não de manifestações sistêmicas como: febre, dor articular, mal-estar generalizado, orquite, iridociclites, com ou sem espessamento e dor de nervos periféricos (neurite). Frente a suspeita de reação hansênica, recomenda-se: a) Confirmar o diagnóstico de hanseníase e sua classificação operacional. b) Diferenciar o tipo de reação hansênica. c) Investigar fatores predisponentes (infecções, infestações, distúrbios hormonais, fatores emocionais e outros). d) Avaliar a função neural. As reações, com ou sem neurite, devem ser diagnosticadas por meio da investigação cuidadosa dos sinais e sintomas mais frequentes e exame físico geral, com ênfase na avaliação dermatoneurológica. Tais procedimentos são fundamentais para definir a terapêutica antirreacional e para monitorar o comprometimento dos nervos periféricos. Lembrar da possibilidade da ocorrência de neurite isolada como manifestação única de reação hansênica. Os pacientes de hanseníase devem ser agendados para consulta odontológica e orientados quanto à higiene dental. A boa condição de saúde bucal reduz o risco de reações hansênicas. Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 12 REAÇÕES HANSÊNICAS Principais causas de lesões dos nervos e incapacidades; Mais frequentes nos casos MB; Podem acontecer antes, durante ou após a poliquimioterapia. TRATAMENTO CLÍNICO DAS REAÇÕES Reação Tipo 1 1 - Iniciar prednisona na dose de 1 mg/kg/dia ou dexametasona 0,15 mg/kg/dia em casos de doentes hipertensos ou cardiopatas, conforme avaliação clínica. 2 - Manter a poliquimioterapia se o doente ainda estiver em tratamento específico, não reintroduzi-la em situação de alta. 3 - Imobilizar o membro afetado em caso de neurite associada. 4 - Avaliar a função neural sensitiva e motora antes do início da corticoterapia. 5 - Reduzir a dose de corticoide conforme a resposta terapêutica. 6 - Programar e realizar ações de prevenção de incapacidades. Reação Tipo 2 ou Eritema Nodoso Hansênico (ENH) A talidomida é o medicamento de escolha na dose de 100 a 400 mg/dia, conforme a gravidade do quadro. Na impossibilidade do seu uso prescrever prednisona na dose de 1 mg/kg peso/dia, ou dexametasona na dose equivalente. Além disso, será preciso: 1 - Manter a poliquimioterapia se o doente ainda estiver em tratamento específico e não a reintroduzir na situação de alta. 2 - Associar corticosteroide em caso de comprometimento de nervos (bem definido após palpação e avaliação da função neural), segundo o esquema já referido. 3 - Imobilizar o membro afetado em caso de neurite associada. 4 - Monitorar a função neural sensitiva e motora. 5 - Reduzir a dose da talidomida e/ou do corticoide conforme resposta terapêutica. 6 - Programar e realizar ações de prevenção de incapacidades. 7 - Na associação de talidomida e corticoide, usar AAS 100 mg/dia como profilaxia para tromboembolismo. • Aparecimento de novas lesões dermatológicas; • Infiltração, alterações de cor e edema nas lesões antigas, com ou sem espessamento e neurite. Reação do Tipo I: Reversa • Nódulos subcutâneos dolorosos, acompanhados ou não de febre, dores articulares e mal-estar generalizado, com ou sem espessamento e neurite. Reação do Tipo II: Eritema nodoso hansênico Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 13 MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DA HANSENÍASE I •Detectar precocemente os casos II •Garantir tratamento específico III •Investigação epidemiológicados contatos IV •Vacinação com BCG V •Prevenir e tratar as incapacidades físicas As questões online estão sendo ampliadas diariamente (todas comentadas em vídeo) - estude por elas para ser aprovado (a). Ao final deste curso, acesse o menu Certificados na área do aluno para você fazer download e imprimir seu certificado, com código de autenticidade. Sempre que for estudar, utilize o filtro inteligente do site, afim de ter o direcionamento para cada concurso e não perder tempo estudando o que não será cobrado no concurso almejado. Os temas na enfermagem e SUS são atualizados rapidamente. Por isso, fique atento (a) às atualizações do site. Isso é uma rotina nossa! A aula está acabando, mas a sua luta continua. Não pare! Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 14 QUESTÕES COMENTADAS Meu amigo (a), vamos abordar questões comentadas sobre o conteúdo estudado. Mantenha a força, o foco e a determinação! 1. (HU-UFMT/EBSERH/AOCP/2014) Homem, 52 anos, com diagnóstico de hanseníase, com contração muscular sem movimento em membro superior direito, receberá alta da unidade hospitalar. Qual orientação para o autocuidado deve constar no plano de alta desse paciente? a) Exercícios ativos com resistência. b) Exercícios ativos sem resistência. c) Alongamento e exercícios ativos, com pouca resistência. d) Alongamento e exercícios passivos, com ajuda da mão esquerda. e) Alongamento e exercícios passivos, com ajuda da mão direita. COMENTÁRIOS: Segundo o Ministério da Saúde, o autocuidado é a ação que o indivíduo tem para consigo e um dever para com a saúde dele. São procedimentos, técnicas e exercícios que podem ser desenvolvidos em casa, trabalho ou qualquer lugar para prevenir as incapacidades e/ou seus agravos. Em casos de mãos e braços com fraqueza muscular se deve orientar aos pacientes o hábito de fazer os exercícios indicados para evitar incapacidades e deformidades. Se o paciente tem “mãos fracas”, podem fazer exercícios de alongamento e fortalecimento de forma passiva com ajuda da mão contralateral. Antes de iniciar os exercícios, deve-se preparar a pele de suas mãos para alcançar um melhor resultado. Procedimento: 1º Ensina ao paciente a preparar a mão hidratando-a e lubrificando-a 2º Apoiar a mão na mesa ou colo (desenho abaixo) 3º Com a outra iniciar o deslizamento desde o cotovelo até o dedo 4º Ao final segurar o dedo o mais aberto possível e contar até 30 devagar. Sendo assim, o gabarito da questão é a letra D. Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 15 2. (EBSERH/HU-UFC/INSTITUTO AOCP/2014) No Brasil, apesar da redução drástica no número de casos, a hanseníase ainda se constitui em um problema de saúde pública que exige uma vigilância resolutiva. Com relação a essa doença, assinale a alternativa INCORRETA. a) É uma doença não-contagiosa, que se manifesta principalmente através de sinais e sintomas dermatoneurológicos: lesões na pele e nos nervos periféricos, principalmente nos olhos, mãos e pés. b) O comprometimento dos nervos periféricos é a característica principal da doença, dando-lhe um grande potencial para provocar incapacidades físicas que podem, inclusive, evoluir para deformidades. c) É uma doença curável, e quanto mais precocemente diagnosticada e tratada mais rapidamente se cura o paciente. d) É causada pelo Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que é um parasita intracelular obrigatório. e) O homem é reconhecido como única fonte de infecção (reservatório), embora tenham sido identificados animais naturalmente infectados. COMENTÁRIOS: É claro que a hanseníase é uma doença contagiosa. 3. (EBSERH/HU-UFC/INSTITUTO AOCP/2014) Ainda falando sobre a Hanseníase, a mesma pode ser diagnosticada através do exame clínico do paciente, no entanto o diagnóstico laboratorial é: a) a tomografia. b) a baciloscopia. c) a ressonância magnética. d) o raio X de face. e) a avaliação das plaquetas. COMENTÁRIOS: Nenhum exame laboratorial é suficiente para diagnosticar ou classificar a hanseníase. Ultrassonografia e ressonância magnética auxiliam no diagnóstico da forma neural pura e neurite. Eletroneuromiografia é útil no acompanhamento das reações. Intradermorreação de Mitsuda, baciloscopia e histopatologia, geralmente, permitem diagnosticar e classificar a forma clínica. Sorologia, inoculação, reação de imunoistoquímica e reação em cadeia da polimerase (PCR) são técnicas utilizadas principalmente em pesquisas1. 4. (HU-UFGD/EBSERH/AOCP/2014) Portador de hanseníase multibacilar, com quimioterapia iniciada há apenas dois dias, foi internado para tratamento de crise hipertensiva. Diante desse caso, é recomendável instituir-se: a) precauções padrão. b) isolamento respiratório para gotículas. c) isolamento respiratório para aerossóis. 1 Hanseníase: diagnóstico e tratamento, disponível em: http://goo.gl/O0uTPm. Logo, a assertiva A apresenta-se incorreta. Nesse sentido, “por eliminação”, o gabarito da questão é a letra B. Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 16 d) isolamento de contato. e) isolamento protetor. COMENTÁRIOS: Após as primeiras doses da medicação o indivíduo deixa de ser transmissor da doença, pois os bacilos tornam-se inviáveis, ou seja, incapazes de infectar outras pessoas. Logo, na situação apresentada não necessita de nenhuma precaução específica, apenas a padrão que consiste: na lavagem higienização das mãos, no uso de EPIs, luvas, aventais, óculos, máscara e descarte correto de perfurocortante. 5. (HU-UFS/EBSERH/AOCP/2014) Visando ao tratamento com o esquema de Poliquimioterapia, a classificação operacional do caso de Hanseníase é baseada no número de lesões cutâneas, sendo a forma Paucibacilar casos que apresentem: a) até cinco lesões de pele. b) mais de seis lesões de pele. c) mais de cinco lesões de pele. d) mais de sete lesões de pele. e) até sete lesões de pele COMENTÁRIOS: De acordo com o Ministério da Saúde, visando o tratamento com o esquema PQT/OMS (poliquimioterapia), a classificação operacional do caso de hanseníase é baseada no número de lesões cutâneas de acordo com os seguintes critérios: • Paucibacilar (PB) – casos com até 5 lesões de pele; • Multibacilar (MB) – casos com mais de 5 lesões de pele. Antigamente, a classificação proposta pelo Ministério da Saúde era a seguinte: • Paucibacilares (PB): casos com até 5 lesões de pele e ou apenas um tronco nervoso acometido; • Multibacilares (MB): casos com mais de 5 lesões de pele e ou mais de um tronco nervoso acometido. 6. (HU-UFMA/EBSERH/IBFC/2013) Considera-se um paciente acometido pela hanseníase quando apresenta os seguintes sinais cardinais: a) Alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas, baciloscopia positiva de esfregaço intradérmico e tosse produtiva. b) Lesão e/ou área da pele com alteração de sensibilidade, acometimento de nervo(s) periférico(s) associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas e baciloscopia positiva de esfregaço intradérmico. c) Alterações sensitivas e/ou motoras, disfagia, déficit motor e baciloscopia positiva de esfregaço intradérmico. d) Acometimento de nervos periféricos, alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas e alteração de pigmentação da pele e tosse produtiva. e) Lesão ou área da pele com alteração de sensibilidade, alterações hormonais, baciloscopia positiva de esfregaço intradérmicoe disfagia. Portanto, o gabarito da questão é a letra A. Nesses termos, o gabarito da questão é a letra A. Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 17 COMENTÁRIOS: De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), toda pessoa que apresenta um ou mais dos critérios listados a seguir, com ou sem história epidemiológica e que requer tratamento quimioterápico especifico, ou seja, possui diagnóstico fechado quando apresenta: lesões de pele com alteração de sensibilidade; espessamento de nervo(s) periférico(s), acompanhado de alteração de sensibilidade e/ou motora; e baciloscopia positiva para bacilo de hansen. 7. (HUB/EBSERH/IBFC/2013) A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa, de evolução lenta, que se manifesta principalmente através de sinais e sintomas dermatológicos e neurológicos. Considerando os sinais e sintomas dermatológicos mais comuns e suas características, correlacione as colunas, enumerando-as de cima para baixo, e a seguir assinale a alternativa correta. (1) Mancha pigmentar ou discrômica. (2) Placa (3) Infiltração. (4) Nódulo. ( ) aumento da espessura e consistência da pele, com menor evidência dos sulcos, limites imprecisos, acompanhando-se, às vezes, de eritema discreto. Pela vitropressão, surge fundo de cor café com leite. ( ) lesão sólida, circunscrita, elevada ou não, de 1 a 3 cm de tamanho. E processo patológico que localiza-se na epiderme, derme e/ou hipoderme. Pode ser lesão mais palpável que visível. ( ) é lesão que se estende em superfície por vários centímetros. Pode ser individual ou constituir aglomerado de lesões. ( ) resulta da ausência, diminuição ou aumento de melanina ou depósito de outros pigmentos ou substâncias na pele. a) 3,4,2,1. b) 1,2,3,4. c) 4,3,2,1. d) 1,2,4,3. COMENTÁRIOS: Vamos fazer as devidas associações: 3 - Infiltração - aumento da espessura e consistência da pele, com menor evidência dos sulcos, limites imprecisos, acompanhando-se às vezes, de eritema discreto. Pela vitropressão, surge fundo de cor café com leite; Visto isto, concluímos que o gabarito da questão é a letra B. Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 18 4 - Nódulo - lesão sólida, circunscrita, elevada ou não, de 1 a 3 cm de tamanho. É processo patológico que localiza-se na epiderme, derme e/ou hipoderme. Pode ser lesão mais palpável que visível; 2 - Placa - é lesão que se estende em superfície por vários centímetros. Pode ser individual ou constituir aglomerado de lesões; 1 - Mancha pigmentar ou discrômica - resulta da ausência, diminuição, ou aumento de melanina ou depósito de outros pigmentos ou substâncias na pele. Amigo, esse tipo de questão é resolvido mais facilmente por eliminação. Vejam que a letra A é única em que o item 4 (nódulo) está na segunda coluna. 8. (HU-UFPI/EBSERH/IADES/2013) As formas de manifestação clínica da hanseníase são quatro: indeterminada, tuberculóide, virchowiana e dimorfa. Assinale a alternativa que caracteriza corretamente a forma virchowiana da doença. a) Caracteriza-se clinicamente por manchas esbranquiçadas na pele (manchas hipocrônicas), únicas ou múltiplas, de limites imprecisos e com alteração de sensibilidade. b) Caracteriza-se clinicamente pela disseminação de lesões de pele, que podem ser eritematosas, infiltrativas, de limites imprecisos, brilhantes e de distribuição simétrica. c) Caracteriza-se clinicamente por lesões em placa na pele, com bordas bem delimitadas, eritematosas, ou por manchas hipocrômicas nítidas, bem definida. d) Clinicamente oscila entre as manifestações da forma tuberculoide e as da forma indeterminada. Pode apresentar lesões de pele, bem delimitadas, com pouco ou nenhum bacilo, e lesões infiltrativas mal delimitadas, com muitos bacilos. e) Caracteriza-se por lesões bem delimitadas, hipercoradas, geralmente localizadas nas extremidades. COMENTÁRIOS: Vamos estudar no quadro abaixo as 4 formas de manifestação clínica da hanseníase, conforme o Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, 7ª edição2: CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS CLÍNICAS DA HANSENÍASE Formas clínicas Características Baciloscópicas Classificação operacional vigente para a rede pública Indeterminada (HI) Mácula solitária, mal definida, com diminuição da sensibilidade. Negativa Paucibacilar (PB) Tuberculoide (HT) Lesão em placa bem delimitada, com pápulas nas bordas de coloração avermelhada ou acastanhada, com o centro plano e mais esbranquiçado e diminuição da sensibilidade. Negativa 2 Disponível em: http://goo.gl/A6OmuL. Nesses termos, o gabarito da questão é a letra A. Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 19 Dimorfa (HD) Extensas lesões em placas de cor avermelhada, limites imprecisos e alterações da sensibilidade. Positiva (bacilos e globias ou com raros bacilos) ou negativa. Multibacilar (MB) mais de 5 lesões Virchowiana (HV) Infiltração difusa com grande número de lesões de superfície lisa, brilhantes e lesões tuberosas e nodulares de cor marrom avermelhada. Áreas extensas com alterações da sensibilidade. Positiva (bacilos abundantes e globias). Passemos agora para análise das alternativas: Item A. Forma indeterminada – caracteriza-se clinicamente por manchas esbranquiçadas na pele (manchas hipocrônicas), únicas ou múltiplas, de limites imprecisos e com alteração de sensibilidade. Pode ocorrer alteração apenas da sensibilidade térmica com preservação das sensibilidades dolorosa e tátil. Não há comprometimento de troncos nervosos e, por isso, não ocorrem alterações motoras ou sensitivas que possam causar incapacidades. A baciloscopia de raspado intradérmico é quase sempre negativa. Item B. Forma virchoviana – caracteriza-se clinicamente pela disseminação de lesões de pele que podem ser eritematosas, infiltrativas, de limites imprecisos, brilhantes e de distribuição simétrica. Nos locais em que a infiltração for mais acentuada podem se formar pápulas, tubérculos, nódulos e placas chamadas genericamente de hansenomas. Pode haver infiltração difusa da face e de pavilhões auriculares com perda de cílios e supercílios. Esta forma constitui uma doença sistêmica com manifestações viscerais importantes, especialmente nos episódios reacionais, onde olhos, testículos e rins, entre outras estruturas, podem ser afetados. Existem alterações de sensibilidade das lesões de pele e acometimento dos troncos nervosos, porém, não tão precoces e marcantes como na forma tuberculóide. A baciloscopia de raspado intradérmico é positiva com grande número de bacilos. Item C. Forma tuberculóide – caracteriza-se clinicamente por lesões em placa na pele, com bordas bem delimitadas, eritematosas, ou por manchas hipocrômicas nítidas, bem definidas. Apresenta queda de pelos e alteração das sensibilidades térmica, dolorosa e tátil. As lesões de pele apresentam-se em número reduzido, podendo, também ocorrer cura espontânea. O comprometimento de troncos nervosos ocorre, geralmente, de forma assimétrica, sendo, algumas vezes, a única manifestação clínica da doença. A baciloscopia de raspado intradérmico é negativa. Item D. Forma dimorfa - clinicamente oscila entre as manifestações da forma tuberculóide e as da forma virchoviana. Pode apresentar lesões de pele, bem delimitadas, com pouco ou nenhum bacilo,e lesões infiltrativas mal delimitadas, com muitos bacilos. Uma mesma lesão pode apresentar borda interna nítida e externa difusa. O comprometimento neurológico troncular e os episódios reacionais são frequentes, podendo esses pacientes desenvolver incapacidades e deformidades físicas. A baciloscopia de raspado intradérmico pode ser positiva ou negativa. Item E. Não descreveu uma forma clínica da hanseníase. A partir do exposto, o gabarito é a letra B. Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 20 9. (FESMA/Fundação Sousândrade/2015) Em relação à hanseníase, pode-se afirmar que: a) O tratamento da hanseníase PB deve ser concluído em 12 meses com prazo máximo de 18 meses, enquanto a MB, em 6 meses, estendendo-se até no máximo 9 meses. b) A PQT (quimioterapia) está indicada aos contatos intradomiciliares de um indivíduo diagnosticado como novo caso, mesmo na ausência de sinais da doença. c) Lesões hipocrômicas ou avermelhadas e dormência ou formigamento de mãos e pés são alguns dos sinais/sintomas da doença. d) No exame físico, observa-se o adelgaçamento dos nervos ulnar e patelar com diminuição considerável da sensibilidade periférica. e) O esquema de tratamento para um adulto com hanseníase PB paucibacilar é composto de rifampicina, dapsona e clofazimida. COMENTÁRIOS: Meu amigo(a), vamos analisar as alternativas da questão! a) INCORRETA. O tratamento da hanseníase PB deve ser concluído em 6 meses com prazo máximo de 9 meses, enquanto a MB, em 12 meses, estendendo-se até no máximo 18 meses. b) INCORRETA. A PQT (quimioterapia) NÃO está indicada aos contatos intradomiciliares de um indivíduo diagnosticado como novo caso, mesmo na ausência de sinais da doença. Nos casos de contatos intradomiciliares, deve-se vacinar com a BCG, de acordo com o esquema abaixo: c) CORRETA. Lesões hipocrômicas ou avermelhadas e dormência ou formigamento de mãos e pés são alguns dos sinais/sintomas da doença. d) INCORRETA. No exame físico, observa-se o adelgaçamento, principalmente, dos nervos superiores ulnar, radial ou mediano, e dos nervos inferiores tibial e fibular com diminuição considerável da sensibilidade periférica. e) INCORRETA. O esquema de tratamento para um adulto com hanseníase PB paucibacilar é composto de apenas rifampicina, dapsona e na Multibacilar adiciona-se a clofazimida ao esquema terapêutico. BCG contatos HAS < 1 ano Não vacinados 1 dose Vacinados Não faz Vacinados sem cicatriz 1 dose 6 meses após > 1 ano Sem cicatriz 1 dose Vacinados 1 dose 6 meses após Vacinados com 2 doses Não faz Dessa forma, o gabarito da questão é a letra C. Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 21 10. (EBSERH Nacional/AOCP/2015) Visando ao tratamento com o esquema de Poliquimioterapia, a classificação operacional do caso de Hanseníase é baseada no número de lesões cutâneas sendo a forma Paucibacilar casos que apresentem: a) até cinco lesões de pele. b) mais de seis lesões de pele. c) mais de cinco lesões de pele. d) mais de sete lesões de pele. e) até sete lesões de pele COMENTÁRIOS: Para ajudá-lo (a) a fixar as informações sobre o assunto, segue abaixo um esquema de classificação: Baseada no número de lesões e orienta a poliquimioterapia (PQT). ATENÇÃO! Vale ressaltar, que a mesma questão caiu em provas de locais diferentes (HU/UFS- 2014 e EBSERH Nacional-2015), mas da mesma banca, a AOCP, e em anos consecutivos. Daí a importância de estar sempre resolvendo questões dos temas estudados. 11. (HU-UFTM/EBSERH/IADES/2014) Um portador de hanseníase recém-diagnosticada foi orientado a comparecer ao ambulatório para realizar consultas rotineiras. O objetivo dessas consultas é o de: a) evitar sequelas relacionadas a terminações nervosas, lesão cartilaginosa e tegumentar. b) orientar o paciente sobre os medicamentos Rifampicina e Vancomicina. c) orientar o paciente quanto aos cuidados com os pés e evitar lesão pulmonar. d) entregar medicamentos ao paciente e orientar sobre os cuidados para evitar calos. e) realizar exames, principalmente do aparelho neurológico, para avaliar acometimento e prevenir sequelas incapacitantes. COMENTÁRIOS: Em relação ao seguimento dos portadores de hanseníase, os pacientes devem ser agendados de rotina a cada 28 dias para receberem, além das orientações e avaliações, a administração da dose supervisionada e nova cartela com os medicamentos, os quais não incluem a Vancomicina no tratamento da doença. No ato do comparecimento à unidade de saúde para receber a medicação específica preconizada e supervisionada, o paciente deve ser submetido à revisão sistemática por médico e ou enfermeiro responsáveis pelo monitoramento clínico e terapêutico, objetivando identificação de estados reacionais, efeitos colaterais ou adversos aos medicamentos em uso e surgimento de dano neural, por isso deve ser realizado exames, principalmente do aparelho neurológico, para avaliar acometimento e prevenir sequelas incapacitantes. • Casos com até 5 lesões Paucibacilar (PB) •Casos com mais de 5 lesões e/ou baciloscopia positiva Multibacilar (MB) O gabarito da questão é a letra A. Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 22 Os pacientes que não comparecerem à dose supervisionada por mais de 30 dias deverão ser visitados em seus domicílios para pesquisar e intervir nas possíveis causas de falta e orientá-los. 12. (EBSERH/HU-UFJF/AOCP/2015) Sobre o modo de transmissão da hanseníase, é correto afirmar que: a) o homem e o cão são considerados as únicas fontes de infecção da hanseníase. b) a transmissão se dá por meio de uma pessoa doente (forma infectante da doença - MB) sem tratamento, que elimina o bacilo para o meio exterior infectando outras pessoas suscetíveis. c) estima-se que 90% da população não tenha defesa natural contra o M. leprae, e sabe-se que a susceptibilidade ao M. leprae não tem influência genética. d) a principal via de eliminação do bacilo pelo doente e a mais provável via de entrada deste no organismo são as vias aéreas superiores (aerossóis), através de contato respiratório imediato. e) a hanseníase também pode ser transmitida via congênita e nas relações sexuais. COMENTÁRIOS: Vamos analisar cada alternativa! a) INCORRETA. O homem é considerado a única fonte de infecção da hanseníase. b) CORRETA. A transmissão se dá por meio de uma pessoa doente (forma infectante da doença - MB) sem tratamento, que elimina o bacilo para o meio exterior infectando outras pessoas suscetíveis. c) INCORRETA. Estima-se que 90% da população tenha defesa natural contra o M. leprae devido a doença possuir alta infectividade e baixa patogenicidade, com isso muitas pessoas podem estar infectadas com o bacilo, mas não desenvolvem a doença e sabe-se que a susceptibilidade ao M. leprae não tem influência genética. d) INCORRETA. A principal via de eliminação do bacilo pelo doente e a mais provável via de entrada deste no organismo são as vias aéreas superiores (mucosa nasal e orofaringe), por gotículas através de contato respiratório contínuo. e) INCORRETA. A hanseníase não pode ser transmitida via congênita e também não há evidências de transmissão nas relações sexuais. 13. (EBSERH/HU-UFJF/AOCP/2015) Assinale a alternativa que NÃO condiz com as etapas da avaliação neurológica para diagnóstico da hanseníase. a) Teste de sensibilidade. b) Teste de força muscular. c) Palpação dos nervos. d) Inspeção. e) ExamePPD. COMENTÁRIOS: O diagnóstico de caso de hanseníase é essencialmente clínico e epidemiológico, realizado por meio da anamnese, exame geral e dermatoneurólogico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de Portanto, o gabarito da questão é a letra E. Dessa forma, o gabarito da questão é a letra B. Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 23 sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas. A classificação operacional (Paucibacilar e Multibacilar) deve ser feita pelos critérios clínicos (história clínica e epidemiológica e exame dermatoneurológico). Quando disponível a baciloscopia, o seu resultado positivo classifica o caso como Multibacilar, porém o resultado negativo não exclui o diagnóstico clínico da hanseníase e também não classifica obrigatoriamente o doente como Paucibacilar. É imprescindível avaliar a integridade da função neural e o grau de incapacidade física no momento do diagnóstico, na ocorrência de estados reacionais e na alta por cura (término da poliquimioterapia). Para determinar o grau de incapacidade física, deve-se realizar o teste de força muscular e de sensibilidade dos olhos, mãos e pés por meio da palpação dos nervos e da inspeção. Para o teste de sensibilidade, recomenda-se a utilização do conjunto de monofilamentos de Semmes- Weinstein (6 monofilamentos: 0,05 g, 0,2 g, 2g, 4 g, 10 g e 300 g) nos pontos de avaliação de sensibilidade em mãos e pés e do fio dental (sem sabor) para os olhos. Nas situações em que não estiver disponível o estesiômetro, deve-se fazer o teste de sensibilidade de mãos e pés ao leve toque da ponta da caneta esferográfica. Para avaliação da força motora, preconiza-se o teste manual da exploração da força muscular, a partir da unidade músculo-tendinosa durante o movimento e da capacidade de oposição à força da gravidade e à resistência manual, em cada grupo muscular referente a um nervo específico. Os critérios de graduação da força muscular podem ser expressos como forte, diminuída e paralisada, ou de zero a cinco, conforme o quadro a seguir: Fonte: Manual de Hanseníase, 2016. http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hans/pdf/HANS16_Manual_Tecnico_Operacional.pdf O PPD não se enquadra como exame diagnóstico para a Hanseníase, mas complementar para a Tuberculose. • Análise da história e condições de vida; • Exame dermatoneurológico. Clínico-epidemiológico •Baciloscopia: esfregaço intradérmico; •Histológico Laboratorial Com isso o gabarito da questão é a letra E. Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 24 14. (EBSERH/HU-UFPR/IBFC/2015) Em geral a hanseníase manifesta-se por meio de lesões de pele com diminuição ou ausência de sensibilidade ou lesões dormentes, em decorrência do acometimento dos ramos periféricos cutâneos. As lesões mais comuns são: _____________________ (alteração na cor da pele, sem relevo), _______ (lesão sólida, com elevação superficial e circunscrita), _______ (alteração na espessura da pele, de forma difusa), _____________ (lesão sólida, elevada - caroços externos) e __________ (lesão sólida, mais palpável que visível caroços internos). Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas. a) Hipercromia; Pápulas; Goma; Vegetação; Tumor. b) Manchas escuras; Eritema; Vesículas; Nódulos; Tubérculos. c) Eritema; Ceratose; Ulcera; Bolhas; Nódulos. d) Acromia; Infiltrações; Púrpura; Placa; MiIIium. e) Manchas esbranquiçadas ou avermelhadas; Pápulas; Infiltrações; Tubérculos; Nódulos. COMENTÁRIOS: As principais características das lesões de pele da Hanseníase são: Manchas esbranquiçadas (hipocrômicas), acastanhadas ou avermelhadas, sem relevo com alterações de sensibilidade (a pessoa sente formigamentos, choques e câimbras que evoluem para dormência – se queima ou machuca sem perceber); Pápulas: lesão sólida, com elevação superficial e circunscrita; Infiltrações: alteração na espessura da pele, de forma difusa; Tubérculos: lesão sólida, elevada - caroços externos; Nódulos: lesão sólida, mais palpável que visível caroços internos, normalmente sem sintomas; 15. (HU-FURG/EBSERH/IBFC/2016) Sobre a Hanseníase, leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. I. Doença crônica, infectocontagiosa, causada por um bacilo considerado de baixa infectividade e alta patogenicidade. II. O homem é reconhecido como a única fonte de infecção, embora tenham sido identificados animais naturalmente infectados - tatu, macaco mangabei e chimpanzé. III. Os doentes com poucos bacilos - paucibacilares (PB) não são considerados importantes como fonte de transmissão da doença devido à baixa carga baciIar. As pessoas com as formas multibacilares (MB), no entanto, constituem o grupo contagiante, mantendo-se como fonte de infecção enquanto o tratamento específico não for iniciado. IV. O modo de transmissão ocorre principalmente pelas vias respiratórias superiores das pessoas com as formas clínicas MB (virchowiana e dimorfa) não tratadas; o trato respiratório constitui a mais provável via de entrada do Mycobacterium leprae, no corpo. Estão corretas as afirmativas: a) III e IV, apenas. d) I, II e III, apenas. b) I, II, III e IV. e) II, III e IV, apenas. c) Ie IV, apenas. Dessa forma, o gabarito da questão é a letra E. Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 25 COMENTÁRIOS: Vamos analisar cada item! Item I - INCORRETO. Doença crônica, infectocontagiosa, causada por um bacilo considerado de alta infectividade (alto poder de infecção) e baixa patogenicidade (baixo poder de adoecimento). Item II - CORRETO. O homem é reconhecido como a única fonte de infecção, embora tenham sido identificados animais naturalmente infectados - tatu, macaco mangabei e chimpanzé. Item III - CORRETO. Os doentes com poucos bacilos - paucibacilares (PB) não são considerados importantes como fonte de transmissão da doença devido à baixa carga baciIar. As pessoas com as formas multibacilares (MB), no entanto, constituem o grupo contagiante, mantendo-se como fonte de infecção enquanto o tratamento específico não for iniciado. Item IV - CORRETO. O modo de transmissão ocorre principalmente pelas vias respiratórias superiores das pessoas com as formas clínicas MB (virchowiana e dimorfa) não tratadas; o trato respiratório constitui a mais provável via de entrada do Mycobacterium leprae, no corpo. Segue um esquema, abaixo, para fixar mais algumas informações supracitadas. ETIOPATOGENIA Chegamos ao final de mais uma aula. Espero que tenha gostado! Mantenha o foco e a disciplina! Bons Estudos! Profº. Rômulo Passos, Profª. Raiane Bezerra e Profª. Sthephanie Abreu Mycobacterium leprae Bacilo álcool-ácido-resistente Parasita intracelular obrigatório Infecta nervos periféricos: células de Schwann Ser humano Reservatório Pessoa a pessoa: bacilos eliminados pelas vias aéreas Modo de transmissão Média de 2 a 7 anos Período de incubação O gabarito da questão é a letra E, pois apenas o item I apresenta-se errado. “Procure fazer um planejamento de estudo flexível, cumpra as metas, reavalie e sempre considere o seu tempo disponível.” Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 26 GABARITO 1. D 2. A 3. B 4. A 5. A 6. B 7. A 8. B 9. C 10. A 11. E 12. B 13. E 14. E 15. EGlaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22 27 REFERÊNCIAS Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública: manual técnico- operacional. Brasília-DF, 2016. Disponível em: http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hans/pdf/HANS16_Manual_Tecnico_Operacional.pdf Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22
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