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Sintaxe, modalidade e estilística PORTFÓLIO CICLO 3

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CURSO DE LETRAS
SINTAXE, MODALIDADE E ESTILÍSTICA
ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
CICLO 3
Descrição da atividade: 
O texto que segue é de autoria desconhecida. Alguns, porém, o atribuem ao escritor argentino Jorge Luís Borges, e outros, à escritora americana Nadine Star: 
Se eu pudesse novamente viver a minha vida, 
na próxima trataria de cometer mais erros. 
Não tentaria ser tão perfeito, 
relaxaria mais, seria mais tolo do que tenho sido. 
Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério. 
Seria menos higiênico. Correria mais riscos, 
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, 
subiria mais montanhas, nadaria mais rios. 
Iria a mais lugares onde nunca fui, 
tomaria mais sorvetes e menos lentilha, 
teria mais problemas reais e menos problemas imaginários. 
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata 
e profundamente cada minuto de sua vida; 
claro que tive momentos de alegria. 
Mas se eu pudesse voltar a viver trataria somente 
de ter bons momentos. 
Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos; 
não percam o agora. 
Eu era um daqueles que nunca ia 
a parte alguma sem um termômetro, 
uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um paraquedas e, 
se voltasse a viver, viajaria mais leve. 
Se eu pudesse voltar a viver, 
começaria a andar descalço no começo da primavera 
e continuaria assim até o fim do outono. 
Daria mais voltas na minha rua, 
contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, 
se tivesse outra vez uma vida pela frente. 
Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo (JORNAL DE POESIA, 2017). 
Na Unidade 1, da obra Língua Portuguesa IV, você teve a oportunidade de estudar as Construções Condicionais, Concessivas e Finais, sendo elas factuais, eventuais ou contrafactuais. Levando em conta o que você aprendeu analise o poema anterior, explicando a construção predominante e por que o autor do texto optou por tal construção, ou seja, qual o seu papel para o sentido do texto. Justifique a sua resposta utilizando exemplos retirados do texto. 
	Ao analisar o poema anterior, é possível verificar que a construção predominante é a CONDICIONAL CONTRAFACTUAL (IRREAL), caracterizada pela hipótese. Ao colocarmos dois segmentos em relação por meio de SE, ainda que fazendo hipóteses sobre o passado, notamos que essas hipóteses dependem de certa condição. 
O autor realiza a suposição e todo o seu discurso é construído sobre essa possibilidade: “Se eu pudesse novamente viver a minha vida”. A partir dessa suposição, o autor faz algumas afirmações, que são válidas a partir, e somente a partir de tal suposição inicial:
Se eu pudesse novamente viver a minha vida : relaxaria mais 
Se eu pudesse novamente viver a minha vida : seria menos higiênico
Se eu pudesse novamente viver a minha vida : correria mais riscos
Outro dado é que nas construções contrafactuais, os fatos expressos na prótase (oração que expressa a condição) e na apódose (oração principal, que expressa a consequência), não se verificam no mundo real, mas em um mundo alternativo (MATEUS et al., 1983). 
	Sabemos que quando o autor afirma “Se eu pudesse novamente viver a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros.”, lida-se com a existência de um mundo irreal, onde as pessoas poderiam viver de novo a mesma vida e fazer novas escolhas. Trata-se de uma construção condicional irreal porque sabemos que, no mundo real, isso não é possível.
	É possível observar também que o tempo verbal evidencia a irrealidade dos fatos:
Prótase / apódose
pudesse (pretérito imperfeito do subjuntivo) / trataria (futuro do pretérito do indicativo)
O último trecho do texto é iniciado pelo MAS, que se opõe às afirmações anteriores, e tem por finalidade inverter a orientação argumentativa do discurso. Assim, o poema termina não mais com a suposição, mas apenas com a afirmação de que “tenho 85 anos e estou morrendo”.
Assim, o autor do poema levanta várias hipóteses irreais, optando pela construção CONDICIONAL CONTRAFACTUAL, a fim de fazer considerações acerca do que realmente vale a pena ser vivido e que, na maioria das vezes, não nos damos conta quando ainda estamos em meio à jornada da vida, percebendo, infelizmente, quando já é tarde demais.

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