Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Aula 05 Olá, Pessoal! Está é nossa quinta aula do curso. Nela, veremos os seguintes itens dos editais: TCU: 4. Estrutura e estratégia organizacional. Cultura organizacional e mudança no setor público. Convergências e diferenças entre a gestão pública e a gestão privada. O paradigma do cliente na gestão pública. 9. Comunicação na gestão pública e gestão de redes organizacionais. CGU: 14. Comunicação na gestão pública e gestão de redes organizacionais. Só não veremos nesta aula as convergências e divergências entre a gestão pública e a gestão privada e o paradigma do cliente na gestão pública, pois creio que é melhor estudarmos estes tópicos na Aula 07. ERRATA: na Aula 01, o gabarito da questão 63 é ERRADA. A explicação mantém, já que ela explica justamente o erro da questão. Nessa mesma aula, eu discordei do gabarito da questão 03 da parte teórica. Na aula, falei que ele ainda era preliminar, mas já saiu o definitivo e o CESPE manteve o gabarito CERTO. Na Aula 02, questionei o gabarito da questão 28. Ele também foi mantido como CERTO. Na Aula 03, eu discordei do gabarito preliminar da questão 39. Esta questão foi ANULADA, mas ainda não saiu a justificativa. Suponho que a anulação ocorreu porque, como foi dito na aula, o corporativismo brasileiro foi inclusivo no período Vargas e excludente no período da Ditadura de 1964, e não excludente em toda nossa história. ÍNDICE 1 Estrutura Organizacional ............................................................................................ 2 2 Estratégia Organizacional ........................................................................................ 27 3 Relação entre Estrutura e Estratégia ....................................................................... 35 4 Cultura Organizacional ............................................................................................. 38 5 Mudança Organizacional .......................................................................................... 41 1 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS 6 Relação entre cultura e mudança............................................................................. 46 7 Comunicação na Gestão Pública ............................................................................. 48 8 Gestão de Redes Organizacionais ........................................................................... 59 9 Questões Comentadas............................................................................................. 70 10 Lista das Questões................................................................................................... 98 11 Gabarito.................................................................................................................. 112 12 Leitura Sugerida ..................................................................................................... 112 13 Bibliografia.............................................................................................................. 113 Antes de começarmos a estudar o conteúdo da aula, é bom atentarmos para a forma como o edital nos apresenta o assunto que será cobrado. Ele coloca “estrutura e estratégia organizacional”. Estes dois assuntos não foram colocados juntos de forma gratuita. O CESPE está nos dizendo que, além de conhecermos os conceitos referentes à estrutura e à estratégia organizacional, devemos saber também como estas duas coisas se relacionam, como se influenciam. Por isso, nossa aula abordará, primeiro, a estrutura organizacional, depois a estratégia, para então estudarmos como se dá a relação entre as duas. 1 Estrutura Organizacional Vamos começar a estudar o conceito de estrutura organizacional com uma questão do CESPE. 1. (CESPE/CAIXANS/2006) Estrutura organizacional é o arcabouço visível que, formal e informalmente, estabelece a hierarquia e o desempenho de cada pessoa em relação a todas as demais pessoas do grupo, servindo para promover a coordenação, uma vez que também define as relações interpessoais nos vários níveis e nas várias divisões. Esta questão foi feita com base na definição de Michael Jucius, segundo o qual a estrutura organizacional é: Arcabouço invisível que, formal ou informalmente, estabelece o status e o desempenho de cada pessoa em relação a todas as demais pessoas do grupo. Ela especifica que indivíduos e que trabalho estão subordinados a que superiores. Ou sob o ponto de vista do superior, a estrutura organizacional especifica quem tem jurisdição sobre quem e 2 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS para quê. Ela também define as relações interpessoais que existiriam entre os indivíduos e o trabalho nos vários níveis jurisdicionais e nas várias divisões De cara, percebemos que a questão trocou “invisível” por “visível”, o que tornaria a questão errada, mas ela teve como gabarito CERTA. Pois é, gente! Concurso é assim mesmo, há muitos equívocos. Vamos tentar entender este conceito. Arcabouço é definido pelo Dicionário Houaiss como “esqueleto, armação dos ossos do corpo humano ou de qualquer animal; estrutura (de madeira, ferro etc.) de uma construção; armação de uma máquina; carcaça”. Assim, podemos entender que arcabouço é o que dá sustentação, é a estrutura que dá suporte a um corpo humano ou a uma casa. Também podemos dizer que a estrutura organizacional é um arcabouço, mas aqui será algo abstrato. Diferentemente dos ossos, não conseguimos ver nem pegar a estrutura de uma organização, trata-se de algo abstrato, por isso Jucius fala em arcabouço invisível. O autor se refere a “formal ou informalmente” porque toda organização possui uma estrutura formal e uma informal. A formal é aquela deliberadamente planejada e colocada no papel. É o organograma da empresa, com seus cargos de chefia e direção, funções definidas. Já a informal consiste numa rede de relações sociais e pessoais que não é estabelecida formalmente, ou seja, a estrutura surge da interação entre as pessoas. Veremos estes dois tipos de estrutura mais detalhadamente adiante. A definição fala ainda em “estabelece status e o desempenho de cada pessoa em relação a todas as demais pessoas do grupo”. Veremos que a estrutura organizacional estabelece a hierarquia e o agrupamento das atividades, ou seja, quem manda em quem e quem é responsável por fazer o quê. Por fim, Juscius afirma que a estrutura organizacional “também define as relações interpessoais que existiriam entre os indivíduos e o trabalho nos vários níveis jurisdicionais e nas várias divisões”. Podemos entender aqui que é a estrutura organizacional que também estabelece como deve ser feita a coordenação entre os diversos setores da organização, como é seu relacionamento. Assim, a estrutura não só divide tarefas, como também as coordena. Vamos ver outras definições acerca da estrutura organizacional: MINTZBERG: A soma total das maneiras pelas quais o trabalho é dividido em tarefas distintas e como é feita coordenação entre essas tarefas. HALL: distribuição das pessoas entre posições sociais que influenciam os relacionamentos de papéis desempenhados pelas mesmas. Esta distribuição possuiduas implicações: a divisão de trabalho (distribuição das tarefas entre as pessoas) e a hierarquia (distribuição das pessoas em posições). 3 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS VASCONCELOS: o resultado de um processo no qual a autoridade é distribuída, as atividades são especificadas (desde os níveis mais baixos até a alta administração) e um sistema de comunicação é delineado, permitindo que as pessoas realizem as atividades e exerçam a autoridade que lhes compete para o alcance dos objetivos da organização. STONER: a disposição e a inter-relação entre as partes componentes e cargos de uma empresa. Especifica a divisão das atividades mostrando como estão interligadas, apresenta o nível de especialidade do trabalho e a disposição da hierarquia e da autoridade mostrando as relações de subordinação. Podemos notar nas definições que elas falam em divisão e coordenação. A estrutura organizacional tem estas duas funções: ela divide o trabalho na organização, distribuindo as responsabilidades; ela coordena as pessoas, estabelecendo a hierarquia e o sistema de comunicação. Veremos isso melhor mais a frente. O CESPE ainda fala em outra definição possível de estrutura organizacional: 2. (CESPE/CPC/2007) A estrutura organizacional pode ser definida como o conjunto ordenado de responsabilidades, autoridades, comunicações e decisões das unidades organizacionais de uma empresa. Esta questão é CERTA, pois traz os chamamos quatro componentes-chave da estrutura organizacional: ƒ Sistema de Autoridade ƒ Sistema de Responsabilidade ƒ Sistema de Comunicação ƒ Sistema de Decisão O Sistema de Autoridade constitui a distribuição do poder dentro da organização. A autoridade é conceituada como o direito de dar ordens conferido ao ocupante de cargo administrativo. O Sistema de Comunicação estabelece a forma como será feita a integração entre as diversas unidades da organização. É a rede por meio da qual fluem as informações, que permitem o funcionamento da estrutura de forma integrada e eficaz. O Sistema de Decisão é o esquema que delineia a natureza das decisões, os responsáveis por elas e a metodologia para tomá-las. É definido também como o resultado da ação sobre as informações. 4 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS O Sistema de Responsabilidade faz a distribuição das atividades na organização. Define que unidades vão ser responsáveis por que tarefas. Estrutura Formal X Informal A estrutura formal é a colocada no papel, é a estabelecida no estatuto da empresa. Ela é a representada pelo organograma da empresa, que é a representação gráfica da estrutura organizacional. A estrutura informal é a rede de relações sociais e pessoais que não é formalmente estabelecida pela empresa, as quais surgem e se desenvolvem espontaneamente, e, portanto, apresenta situações que não aparecem no organograma. O organograma é um gráfico que representa a organização, mas ele só irá refletir a estrutura formal, já que a informal não foi colocada no papel, no estatuto, nas normas da empresa. Normalmente, os executivos gostariam de ter um controle maior sobre a estrutura informal, pois isso tornaria seu trabalho mais simples e envolveria menos preocupação; isto porque, do ponto de vista deles, a estrutura informal é um empecilho que, normalmente, oferece resistência às ordens formais, ou as altera, ou ainda as cumpre por um procedimento diferente do desejado. Independentemente de quão útil ou prejudicial ela é, o executivo logo percebe que a primeira característica da estrutura informal é não poder ser extinta, ou seja, enquanto houver pessoas nas empresas, existirão equipes informais. Segundo Djalma de Oliveira, as principais vantagens da estrutura informal são: ƒ Proporciona maior rapidez no processo decisório; ƒ Reduz distorções existentes na estrutura formal; ƒ Complementa a estrutura formal; ƒ Reduz a carga de comunicação dos chefes; ƒ Motiva e integra as pessoas da empresa. Já suas principais desvantagens são: ƒ Provoca o desconhecimento da realidade empresarial pelas chefias; ƒ Ocasiona maior dificuldade de controle; ƒ Possibilita atritos entre as pessoas. Vamos ver agora dois daqueles componentes-chave da estrutura organizacional de forma mais aprofundada: o sistema de autoridade e de responsabilidades: Sistema de Autoridade Autoridade é o direito formal e legítimo de tomar decisões, ditar ordens, requerer obediência e alocar recursos. Quando dizemos que a estrutura organizacional 5 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS estabelece o sistema de autoridade, estamos dizendo que a estrutura determina quem tem o poder de mandar em quem, quem tem poder de decisão. No entanto, a autoridade também pode ser informal, uma espécie de autoridade adquirida que é desenvolvida por meio das relações informais entre as pessoas da empresa. Já a responsabilidade é o reverso da moeda da autoridade. É o dever de realizar a tarefa ou atividade que um funcionário recebeu. Tipicamente, os gerentes recebem autoridade em proporção a responsabilidade. Outro conceito relacionado à autoridade é a delegação, que é o processo que os gerentes usam para transferir autoridade e responsabilidade para as posições abaixo deles na hierarquia. Os mecanismos envolvidos na definição das características estruturais da organização, de forma geral, podem ser agrupados em mecanismos de divisão e de coordenação. Eles correspondem às duas faces de qualquer processo de organizar. A hierarquia é definida como um mecanismo de coordenação que define as relações de supervisão existentes em uma organização ou que define a quem cada indivíduo deve se reportar. Veremos no sistema de responsabilidades que um mecanismo de divisão é a departamentalização. Assim, se por um lado temos uma coordenação entre os níveis hierárquicos por meio da hierarquia, por outro temos também uma divisão horizontal do trabalho, dentro do mesmo nível hierárquico. A linha ininterrupta de autoridade que coordena todas as pessoas em uma organização e mostra quem se reporta a quem é a cadeia de comando. Ela está associada a dois conceitos básicos: a unidade de comando enfatiza que cada subordinado deve prestar contas a um superior e somente a um superior; já o princípio escalar se refere a uma linha claramente definida de autoridade na organização que inclui todos os funcionários. Outro conceito importante no sistema de autoridade é a amplitude de controle, que significa o número de empregados que devem se reportar a um administrador. Determina quanto um administrador deve monitorar estreitamente seus subordinados. Quanto maior a amplitude de controle, maior será o número de pessoas para supervisionar e menor será o número de supervisores, ou seja, menor será o controle. Uma vantagem é que o custo é menor. O modelo racional-legal de Max Weber tinha como característica o alto controle dentro da organização. Por isso, a amplitude de controle nas organizações burocráticas é baixa, ou seja, menos gente um chefe tem sob sua supervisão. Já a administração gerencial muda o foco do controle do processo para oresultado, aumentando a amplitude de controle. O resultado, é que nas organizações burocráticas a estrutura será vertical, já que teremos muitos níveis hierárquicos, enquanto nas organizações pós- burocráticas teremos estruturas horizontais, ou seja, achatadas. Vejamos como são estes dois tipos de estruturas: 6 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Outra diferença entre as organizações burocráticas e as pós-burocráticas é a localização da autoridade, do poder de decisão, na cadeia de comando: a centralização- descentralização. Refere-se ao nível hierárquico no qual se devem concentrar as decisões a serem tomadas. As organizações tradicionais são altamente centralizadas, ou seja, somente os níveis hierárquicos mais altos tomam decisões; já nas organizações pós-burocráticas, temos estruturas descentralizadas, em que o poder decisório se encontra nos níveis organizacionais mais baixos, a autoridade de decisão é pressionada para baixo. Como vantagens da centralização podemos citar: ƒ As decisões são tomadas por administradores que têm visão global da empresa; ƒ As decisões de cúpula são mais coerentes com os objetivos empresariais globais; ƒ Elimina esforços duplicados de vários tomados de decisão e reduz custos operacionais; No entanto, temos também desvantagens: ƒ As decisões ficam mais longe dos fatos e das circunstâncias locais; ƒ Os tomadores de decisão têm pouco contato com as pessoas e situações; ƒ As linhas de comunicação provocam demoras e maior custo operacional pelo envolvimento de intermediários; Já a descentralização apresenta como vantagens: ƒ A decisão fica mais próxima das pessoas e das situações; ƒ A decisão é mais rápida, já que quem recebe a demanda já pode decidir; ƒ Maior motivação dos funcionários, já que eles passam a ter um papel mais importante; Como desvantagens temos: ƒ Falta de uniformidade nas decisões; ƒ Insuficiência de aproveitamento dos especialistas; ƒ Risco de subobjetivação: os administradores podem defender objetivos departamentais em lugar dos empresariais. 7 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Sistema de Responsabilidades Já vimos que a responsabilidade é o dever de realizar a tarefa ou atividade que um funcionário recebeu. O Sistema de Responsabilidades faz a distribuição das atividades na organização. Define que unidades vão ser responsáveis por que tarefas. Vimos que a hierarquia é uma coordenação vertical da organização. Já a departamentalização é uma divisão horizontal do trabalho. Vamos ver outra questão do CESPE: 3. (CESPE/TJDFT/2007) Nas organizações, existem dois tipos distintos de especialização: horizontal e vertical, sendo esta última referente aos componentes das tarefas e às suas especificações. Está correta a parte que fala em dois tipos distintos de especialização: um vertical – a hierarquia –, e outro horizontal – a departamentalização. Contudo, a questão é ERRADA porque é a especialização horizontal que é referente aos componentes das tarefas e suas especificações, ou seja, é ela que estabelece as responsabilidades pelas tarefas. Na questão 18 da aula demonstrativa vimos que a burocracia apresenta uma divisão horizontal do trabalho. Isso não quer dizer que sua estrutura será horizontal, ela continuará bastante vertical. Significa que no modelo burocrático o trabalho é dividido em departamentos. O sistema de responsabilidades é composto por departamentalização, atividades de linha e assessoria e especialização do trabalho. Pode-se classificar as atividades em dois grupos principais: atividades de linha e atividades de assessoria. Existem duas formas de diferenciar estas atividades nas empresas. Na primeira forma, considera-se que as unidades organizacionais de linha têm ação de comando, enquanto as unidades de assessoria não têm ação de comando, pois apenas aconselham as unidades de linha no desempenho de suas atividades. A outra forma de apresentar a diferenciação entre linha e assessoria é considerar as unidades organizacionais de linha como ligadas às atividades-fim da empresa, enquanto as unidades organizacionais de assessoria como ligadas às atividades-meio ou de apoio da empresa. Os órgãos de assessoria são também chamados de staff. Eles fornecem aos órgãos de linha serviços, conselhos, recomendações, assessoria e consultoria. Neste ponto de vista, podemos dizer que os órgãos de staff possuem autoridade funcional. Aqui, podemos classificar a autoridade em dois tipos: de linha e de assessoria. A primeira significa que as pessoas nas posições administrativas têm autoridade formal para dirigir e controlar os subordinados imediatos. Já a autoridade funcional, autoridade de staff ou autoridade de assessoria, é mais estreita e inclui o direito de advertir, recomendar e aconselhar na área de conhecimento dos especialistas no quadro de funcionários. Por exemplo, o departamento de finanças de uma empresa de manufatura teria autoridade de assessoria para coordenar com os departamentos de linha sobre 8 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS quais formulários contábeis usar para facilitar as compras de materiais e padronizar os serviços da folha de pagamentos. Vamos ver uma representação no organograma da autoridade funcional: Presidente Diretor de Marketing Diretor de Finanças Diretor de Regionais Regional Norte Regional Sul Setor de Vendas Setor de Caixa As linhas tracejadas indicam a autoridade funcional, enquanto as linhas cheias a autoridade de linha. A especialização do trabalho é o grau em que as tarefas organizacionais são divididas em trabalhos separados. Este conceito surgiu com a administração científica de Taylor, em que se entendia que o operário deveria se especializar com o objetivo de aumentar a produtividade. Assim, cada operário passou a ser especializado na execução de uma única tarefa ou de tarefas simples e elementares. A especialização foi adotada por Ford, o que possibilitou uma grande redução de custos na época. A especialização do trabalho é prontamente visível em uma linha de montagem automotiva, onde cada funcionário desempenha a mesma tarefa repetidamente. Apesar das vantagens aparentes da especialização, muitas organizações estão se afastando deste princípio. Com muita especialização, os funcionários são isolados e fazem um único serviço entediante. Muitas empresas estão aumentando os serviços para proporcionar maiores desafios ou atribuindo equipes às tarefas para que os funcionários possam circular entre os vários serviços desempenhados pela equipe. Por fim, temos a departamentalização, que é a base para agrupar as posições em departamentos e os departamentos em uma organização completa. A departamentalização é a forma como dividimos as tarefas em departamentos, é o critério que usamos para definir as responsabilidades. Departamentalização pode ser definida também como o processo através do qual as unidades são agrupadas em unidades maiores e assim sucessivamente até o topo da organização. Na medida em que ocorre a especialização do trabalho, a organização passa a agrupardiferentes atividades em unidades maiores para garantir uma adequada coordenação e integração. Daí o princípio da homogeneidade: as funções devem ser designadas a unidades organizacionais na base da homogeneidade de conteúdo, com o 9 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS objetivo de alcançar operações mais eficientes e econômicas. As funções são homogêneas na medida em que seu conteúdo apresenta certas semelhanças entre si. 1.1 Tipos de departamentalização: a) Departamentalização Funcional: Consiste no Agrupamento das atividades e tarefas de acordo com as funções principais desenvolvidas dentro da empresa. As unidades são formadas por especialistas de um mesmo assunto, ou função. Por exemplo, setor financeiro, setor de vendas, setor de compras. Cada departamento exerce uma função típica dos elementos que o compõe. Este é o critério mais utilizado para organizar atividades empresariais. Vejamos um exemplo. Este tipo de departamentalização também pode ser feito considerando as funções de administração. Nesse caso, a empresa irá ter unidades responsáveis pelo planejamento, pela execução e pelo controle e avaliação. Este tipo de estrutura é adequado para ambientes estáveis, de poucas mudanças e que requeiram desempenho continuado de tarefas rotineiras. Contudo, ela não é adequada para ambientes instáveis, pois possui pouca flexibilidade. As vantagens da departamentalização funcional são: ƒ Permite agrupar os especialistas sob uma chefia comum; ƒ Garante o máximo de utilização das habilidades técnicas das pessoas, isto porque se baseia no princípio da especialização ocupacional; ƒ Permite economia de escala pela utilização integrada de pessoas, máquinas e produção em massa; ƒ Orienta as pessoas para uma específica atividade, concentrando sua competência de maneira eficaz e simplifica o treinamento de pessoal; As desvantagens da departamentalização funcional são: ƒ Reduz a cooperação interdepartamental, pois exige forte concentração intradepartamental e cria barreiras entre os departamentos devido à ênfase nas especialidades (criam-se panelinhas, da contabilidade, do marketing, etc.). ƒ É pouco flexível, por isso é inadequada quando as circunstâncias externas são mutáveis ou imprevisíveis; 10 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS ƒ Faz com que as pessoas focalizem seus esforços sobre suas próprias especialidades em detrimento do objetivo global da empresa. ƒ Pior cumprimento de prazos e orçamentos, pois este tipo de departamentalização não cria condições para uma perfeita interligação das várias atividades da empresa. b) Departamentalização por Produtos ou Serviços Envolve diferenciação e agrupamento das atividades de acordo com o resultado da organização. Divide a empresa em unidades de produção. Cada unidade é responsável por um produto, havendo diversos tipos de funções dentro da mesma unidade. Todas as atividades necessárias para produzir um produto ou serviço deverão ser agrupadas no mesmo departamento. Vejamos um exemplo: Vantagens: ƒ Fixa a responsabilidade dos departamentos para um produto ou uma linha de produto. O departamento é avaliado pelo sucesso do produto ou serviço; ƒ Facilita a coordenação interdepartamental, uma vez que a preocupação básica é o produto e as diversas atividades departamentais tornam-se secundárias; ƒ Facilita a inovação, que requer cooperação e comunicação de vários grupos contribuintes para o produto; ƒ Indicada para circunstâncias externas instáveis e mutáveis, pois induz a cooperação entre especialistas e à coordenação de seus esforços para um melhor desempenho; ƒ Permite flexibilidade, pois as unidades de produção podem ser maiores ou menores, conforme as condições mudem, sem interferir na estrutura organizacional como um todo. Desvantagens: ƒ Enquanto a departamentalização funcional concentra especialistas em um grupo sob uma só chefia, a departamentalização por produtos os dispersa em subgrupos orientados para diferentes produtos, provocando duplicação de recursos e de órgãos, com evidente aumento dos custos operacionais; ƒ É contra-indicada para circunstâncias externas estáveis, para empresas com poucos produtos ou linhas reduzidas de produtos, por trazer elevado custo operacional nestas situações; 11 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS ƒ Enfatiza a coordenação em detrimento da especialização. c) Departamentalização Geográfica O surgimento de organizações cada vez maiores, com atuações em diversos pontos do globo, resultou na departamentalização por área geográfica, cujo agrupamento é feito conforme localização geográfica ou territorial. A ênfase é na cobertura geográfica e a orientação para o mercado. Requer diferenciação e agrupamento das atividades de acordo com a localização onde o trabalho será desempenhado ou uma área de mercado a ser servida pela empresa. A presunção implícita nesta estratégia é que, onde os mercados estão dispersos, a eficiência poderá ser melhorada se todas as atividades relacionadas com um produto forem agrupadas em uma área geográfica específica. É mais indicada para a área de produção (operações) e de vendas, sendo pouco utilizada para área financeira. Vejamos um exemplo: Vantagens: ƒ Quando as circunstâncias externas indicam que o sucesso da organização depende particularmente do seu ajustamento às condições e necessidades locais ou regionais, a estratégia territorial torna-se imprescindível; ƒ Permite fixar a responsabilidade de lucro e desempenho, da mesma forma que a departamentalização por produto; ƒ Encoraja os executivos a pensar em termos de sucesso do território, melhor que em sucesso de um departamento especializado; ƒ O desenho organizacional pode acompanhar variações regionais e locais sem grandes problemas. ƒ Possibilidade de ações mais rápidas em determinada região ƒ Maior facilidade de conhecer fatores de influência e os problemas locais por ocasião das decisões tomadas pela empresa. Desvantagens: ƒ Deixa em segundo plano a coordenação tanto dos aspectos de planejamento, execução ou controle da organização como um todo, em face do grau de autonomia colocado nas regiões ou filiais; 12 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS ƒ Ocorre principalmente nas áreas de marketing e produção, e quase não requer especialização. As outras áreas da empresa tornam-se secundárias; ƒ Possibilidade de duplicação de instalações e de pessoas; d) Departamentalização por Clientes As atividades são agrupadas de acordo com o tipo de cliente. Cada departamento vai estar organizado de modo a atender determinado cliente. O foco passa a ser o mercado. As características dos clientes – como idade, sexo, nível socioeconômico, etc. – constituem a base deste tipo de departamentalização. É um critério importante quando a organização lida com diferentes classes de clientes e usuários com diferentes características e necessidades. Vamosver um exemplo: Vantagens: ƒ Importante quando a satisfação do cliente é o aspecto mais crítico da organização e quando os grupos de clientes apresentam grandes diferenças; ƒ Predispõe os executivos e todos os participantes da organização para a tarefa de satisfazer às necessidades dos clientes; ƒ Permite à organização concentrar seus conhecimentos sobre as distintas necessidades e exigências dos canais mercadológicos. Desvantagens: ƒ Pode tornar secundárias ou acessórias as demais atividades da organização devido à preocupação compulsiva com o cliente. ƒ Os demais objetivos da organização, como lucratividade e eficiência, podem ser deixados de lado ou sacrificados em função da satisfação do cliente; ƒ Não é adequada para organizações com pouca diferenciação entre os clientes, pois eleva os custos operacionais em virtude da duplicação de trabalhos. e) Departamentalização por Processo A divisão das atividades segue a ordem do processo produtivo. Cada departamento será responsável por uma etapa do ciclo de produção. É freqüentemente utilizada nas empresas industriais nos níveis mais baixos da estrutura organizacional das áreas produtivas ou de operações. A diferenciação e o agrupamento se fazem por meio de 13 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS seqüência do processo produtivo ou operacional, ou ainda, pro meio do arranjo e disposição racional do equipamento utilizado, por isso dizemos que o foco está na tecnologia utilizada. Vantagens: ƒ Procura extrair vantagens econômicas oferecidas pela própria natureza do equipamento ou da tecnologia; Desvantagens: ƒ Quando a tecnologia utilizada sofre mudanças devido ao intenso desenvolvimento que altera o processo produtivo, a departamentalização por processo peca pela absoluta falta de flexibilidade e de adaptação. f) Departamentalização por Projetos As atividades são agrupadas de acordo com as saídas e resultados (outputs) relativos a um ou vários projetos da empresa. Os departamentos são criados para desenvolver determinado projeto, ou seja, são agrupamentos temporários, já que todo projeto tem um fim. É adequada para organizações que trabalhem por encomenda com produtos de grande magnitude, como estaleiros, obras, etc. A estrutura terá que ser muito mais flexível, uma vez que é alterada a cada novo projeto. Como o produto é de grande porte e exige planejamento individual e detalhado e um extenso período de tempo para a execução, cada produto é tratado como um projeto especial e sob encomenda. Vantagens: ƒ Permite uma maior flexibilidade, uma vez que a estrutura é alterada a cada novo projeto; 14 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS ƒ Concentra diferentes recursos em uma atividade complexa e que exige pontos definidos de início e término, com datas e prazos determinados; ƒ É o tipo de departamentalização orientado para resultados; ƒ Os técnicos ficam mais motivados porque passam a ter visão do conjunto, não ficando restritos a uma pequena parte do todo. Desvantagens: ƒ Há descontinuidade no trabalho das equipes, já que com o fim do projeto acabam os trabalhos. ƒ Se não há um planejamento que já coloque os trabalhadores e equipamentos em outros projetos, pode haver desperdício de tempo. ƒ Provoca ansiedade e angústia da equipe com o fim do projeto. Existem ainda outras departamentalizações mais simples: g) Departamentalização por quantidade: as unidades são formadas pelo mesmo número de pessoas. É aplicada quando os processos podem ser agrupados em equipes com o mesmo número de funcionários e em situações em que a empresa quer equilibrar o nível de poder entre unidades organizacionais de mesmo nível hierárquico; h) Departamentalização por turno ou por tempo: as atividades são alocadas tendo em vista o turno em que as atividades similares são realizadas. Ocorre, por exemplo, em indústrias que trabalham 24 horas, em três turnos de oito horas. Cada turno é um departamento. 1.2 Tipos de Organizações No estudo das organizações, foram identificadas formas diferentes de se organizar a organização como um todo, e não só os departamentos. Portanto, aqui não estamos mais falando de departamentalização, mas da sua organização em conjunto com as outras características da estrutura organizacional, como a hierarquia. Vejamos os tipos de organização nesta questão do CESPE. 4. (CESPE/ANCINE/2006) Os tipos de estruturas organizacionais mais usuais são: clássica ou linear; funcional; linha e assessoria; comissional ou colegiada; matricial. A questão é CERTA. Além destas, veremos também a organização em rede. As estruturas linear, funcional e linha-staff são os tipos tradicionais de organização. 15 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS a) Organização Linear Constitui a forma estrutural mais simples e antiga, tendo sua origem na hierarquia militar. O nome linear significa que existem linhas diretas e únicas de autoridade e responsabilidade, entre superior e subordinado. A autoridade linear é uma decorrência do princípio da unidade de comando: significa que cada superior tem autoridade única e absoluta sobre seus subordinados e que não a reparte com ninguém. É uma organização simples e de formato piramidal. Sua base é a hierarquia do poder de autoridade. Além disso, cada gerente recebe e transmite tudo o que se passa na sua área de competência, pois as linhas de comunicação são rigidamente estabelecidas. Há uma grande centralização na estrutura, que é verticalizada. É uma forma de organização típica de pequenas empresas ou de estágios iniciais das organizações, pois as funções básicas das organizações aparecem em primeiro lugar e passam a constituir o fundamento da organização. As suas características são: ƒ Autoridade linear ou única: unidade de comando, cada subordinado só se reporta a um chefe, por isso dizemos que apresenta linhas de cadeia de comando. ƒ Linhas formais de comunicação: as comunicações entre os órgãos ou cargos da organização são feitas unicamente através das linhas existentes no organograma. Cada administrador centraliza as comunicações. ƒ Centralização das decisões: como cada linha de comunicação liga cada órgão ou cargo ao seu superior e sucessivamente até a cúpula da organização, a autoridade linear que comanda toda a organização centraliza-se no topo. ƒ Aspecto piramidal: em decorrência da centralização da autoridade e da autoridade linear, à medida que se sobe na escala hierárquica, diminui o número de cargos ou órgãos. Vantagens: ƒ Estrutura simples e de fácil compreensão; ƒ Clara delimitação das responsabilidades; ƒ Facilidade de implantação; ƒ É estável; ƒ É o tipo de organização indicado para pequenas empresas. Desvantagens: ƒ Estabilidade e constância das relações formais, levando à rigidez e inflexibilidade; ƒ Autoridade linear baseada no comando único e direto, tornando-se autocrática; 16 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS ƒ Exageraa função de chefia e de comando, pressupondo que os chefes são capazes de fazer tudo e saber tudo; ƒ A unidade de comando torna o chefe um generalista; ƒ Na medida em que a empresa cresce, provoca congestionamentos nas linhas formais de comunicação; ƒ As comunicações tornam-se demoradas, sujeitas a intermediários e distorções; b) Organização Funcional É o tipo de estrutura organizacional que aplica o princípio funcional ou princípio da especialização por funções. Este tipo de estrutura é fundamentado no trabalho de Taylor sobre supervisão funcional, em que ele dividiu o processo de produção em dois níveis: estudos ou planos e execução ou contramestre. Ou seja, separou o planejamento da execução. A autoridade é funcional ou dividida, que é relativa e baseada na especialização. Assim, cada operário da linha de produção se reporta a diversos supervisores, cada um relacionado a uma especialidade. É uma autoridade do conhecimento. Nada tem de hierárquica, linear ou de comando. As suas características são: ƒ Há linhas diretas de comunicação, sem necessidade de intermediação; ƒ Descentralização das decisões, que são delegadas aos órgãos ou cargos especializados; ƒ Ênfase na especialização, em todos os níveis da organização. Cada órgão ou cargo contribui com sua especialidade e as responsabilidades são delimitadas de acordo com as especializações. Vantagens: ƒ Proporciona o máximo de especialização; ƒ Permite melhor supervisão técnica; ƒ Desenvolve comunicações diretas e sem intermediações; ƒ Separa as funções de planejamento e de controle das funções de execução. Desvantagens: ƒ Dilui e perde autoridade de comando; ƒ Subordinação múltipla; ƒ Tendência à concorrência entre os especialistas; ƒ Confusão quanto aos objetivos, já que há subordinação múltipla. 17 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS c) Organização Linha-staff (linha e assessoria) Representa a combinação da linear com a funcional. É o tipo mais empregado atualmente. Na organização linha-staff existem órgãos de linha (execução) e de assessoria (apoio e de consultoria) mantendo relações entre si. Os órgãos de linha utilizam-se de autoridade linear e pelo princípio escalar, já os de staff prestam assessoria e serviços especializados. As unidades e posições de linha se concentram no alcance dos objetivos principais da empresa e as demais unidades e posições da empresa que receberam aqueles encargos passaram a denominar assessoria (staff), cabendo-lhes a prestação de serviços especializados e de consultoria técnica, influenciando indiretamente o trabalho dos órgãos de linha por meio de sugestões, recomendações, consultoria, prestação de serviços como planejamento, controle, levantamentos, relatórios etc. As suas características são: ƒ Fusão da estrutura linear com a funcional, com predomínio da primeira. Cada órgão se reporta a um e apenas um órgão superior, mas cada órgão recebe também assessoria e serviços especializados de diversos órgãos de staff; ƒ Coexistência entre linhas formais de comunicação com linhas diretas. As primeiras se dão entre superiores e subordinados, representando as relações de hierarquia. Já as diretas ligam os órgãos com o staff; ƒ Separações entre órgãos operacionais e órgãos de apoio. ƒ Hierarquia versus especialização, havendo predomínio dos aspectos lineares na organização. Mantém o princípio da hierarquia, sem abrir mão da especialização. Vantagens: ƒ Assegura assessoria especializada e inovadora, mantendo o princípio da autoridade única; ƒ Atividade conjunta e coordenada de órgãos de linha e de staff; Desvantagens: ƒ Possibilidade de conflito entre órgãos de linha e de staff; ƒ Dificuldade na obtenção e manutenção do equilíbrio entre linha e staff. d) Organização Comissional ou Colegiada Comissão é um grupo de pessoas a quem se dá um assunto para estudar ou um projeto para ser desenvolvido. Este tipo de estrutura é encontrado nas grandes organizações nos níveis de alta administração e no setor público quando da formulação de políticas e orientações como conselhos de assessoramento. 18 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS A autoridade dada às comissões é tão variada que reina bastante confusão acerca de sua natureza. Para alguns, é um tipo distinto de organização de assessoria, não possuindo características de linha. Outros conceituam comissão como um grupo designado de pessoas para desempenhar um ato administrativo. Dependendo da autoridade de que é revestida, a comissão pode ter autoridade de tomada de decisão sobre os subordinados na forma de administração múltipla, uma comissão administrativa. Pode ter autoridade de aconselhamento, como comissão de assessoria ou ainda pode ser utilizada como meio de coleta e estudo de informações. Suas características são: ƒ Não é um órgão da estrutura organizacional, pode ser criada para analisar problemas que ultrapassam os limites ou a competência de um ou mais órgãos da empresa. Enquanto cada órgão tem seu pessoal próprio, a comissão é formada por participantes que pertencem a vários e diferentes órgãos. ƒ Podem assumir tipos bastante diferentes: formais, informais, temporárias, relativamente permanentes. Vantagens: ƒ Tomadas de decisões e julgamentos grupais; ƒ Coordenação; ƒ Transmissão de informações; ƒ Restrições à delegação de autoridade, evitando a delegação a uma só pessoa; ƒ Consolidação de autoridade, juntando vários administradores juntos; Desvantagens: ƒ Possível perda de tempo na tomada de decisões, já que envolve consenso; ƒ Custo em tempo e em dinheiro; ƒ Absorção de tempo útil de diversos participantes; ƒ Divisão de responsabilidades; ƒ Exigem um coordenador excepcionalmente eficiente; e) Organização Matricial Nada melhor do que ver os conceitos do que em questões da banca. 5. (CESPE/TRE-RS/2003) Estrutura matricial é aquela em que duas ou mais formas de estrutura são utilizadas simultaneamente nos mesmos membros de uma organização. 19 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Esta questão é certa e foi tirada da definição do Eduardo Vasconcellos: Quando duas ou mais formas de estrutura são utilizadas simultaneamente sobre os mesmos membros de uma organização, a estrutura resultante chama-se matricial. A organização matricial combina dois critérios de departamentalização nas mesmas pessoas simultaneamente. Portanto, não basta que um nível organizacional seja agrupado de acordo com um critério e o nível seguinte ser agrupado por outro. É preciso que a mesma unidade possua os dois critérios. Dizemos que agrupa com base no critério funcional e num divisional. A abordagem divisional envolve os tipos de departamentalização que agrupam as tarefas com base nos resultados organizacionais. Assim, quando apresenta-nos uma departamentalização por produto, por projetos, temos uma departamentalização divisional. A forma matricial apareceu como uma solução devido à inadequação da estrutura funcional para as atividades integradas, isto é, aquelas que para serem realizadas exigem interação entre as áreasfuncionais. A matriz é uma forma de manter as unidades funcionais criando relações horizontais entre elas. O CESPE gosta de dizer que a organização matricial combina a departamentalização funcional com a por produtos ou com a por projetos, como podemos ver nesta questão. 6. (CESPE/PRODEST/2006) A estrutura matricial combina duas formas de departamentalização, a funcional e a por produtos, na mesma estrutura organizacional, sendo considerada uma estrutura híbrida ou mista. A questão é certa, mas a estrutura matricial pode envolver a combinação de outros critérios de departamentalização. Como a estrutura matricial mantém o critério funcional, conjugado com outros, podemos dizer que uma de suas vantagens é que ele mantém a especialização da departamentalização funcional. f) Organização em Rede Alguns conceituam redes como um conjunto de pontos (nodos ou nós) ligados por um conjunto de relações. Nas empresas, percebe-se uma mudança progressiva nos processos de coordenação das atividades, na maneira como elas estruturam suas atividades e como a estrutura organizacional vem se adaptado às imposições do ambiente. 20 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Na estrutura em rede, as fronteiras das atividades da organização vão se diluindo e as formas organizacionais de uma empresa vão se misturando às atividades organizacionais de outras empresas. Podemos perceber que a estrutura em rede abrange tanto a estrutura interna da organização, como também seu relacionamento com outras organizações. Os processos organizacionais vão além das fronteiras de uma organização e se concluem ao longo de diversas organizações que se entrelaçam. A unidade básica do desenho em uma estrutura de rede é o empregado, mais do que um trabalho ou uma tarefa específica. Os empregados podem contribuir para múltiplas tarefas organizacionais ou podem ser reconfigurados e recombinados à medida que as tarefas da organização mudam. As competências individuais vão além de fronteiras funcionais da empresa, as parcerias entre empresas garantem a geração dos resultados de cada uma das integrantes. Células organizacionais surgem para interagir dentro e fora da empresa na realização das tarefas organizacionais. A abordagem mais recente para a departamentalização expande a idéia de coordenação e cooperação para além dos limites da organização. A estrutura em rede significa que a empresa subcontrata muitas de suas principais funções para empresas separadas e coordena suas atividades a partir de uma pequena organização matriz. Nas organizações em rede, as comunicações laterais são mais importantes que as comunicações verticais, e as hierarquias são muito mais horizontais ou desaparecem totalmente. Este ponto de vista aponta que a estrutura formal ficará mais parecida com uma estrutura informal, onde os colaboradores, em todos os níveis, ignorarão as fronteiras usando a tecnologia da informação para localizar e contatar diretamente os indivíduos cujos conhecimentos ou cooperação necessitam. Veremos mais um pouco da estrutura em rede a seguir, ao diferenciarmos as estruturas mecanicistas das orgânicas. Ainda nesta aula veremos como se dá a gestão de redes. Estrutura Mecanicista X Orgânica Os primeiros que alertam para a emergência dessa nova forma organizacional, a estrutura em rede, encontrada com denominações diferentes (horizontalizada, orgânica, stratocacia, rede interna etc.), são Burns & Stalker, representantes da Teoria de Contingência. Eles apresentaram duas formas extremas de organização: a mecanicista e a orgânica. Na mecanicista, as atividades da organização são divididas em tarefas separadas, especializadas. A centralização é muito evidente, porque é preciso assegurar uma hierarquia formal de autoridades. Os procedimentos exigem que a organização se torne uma máquina eficiente, com muitas regras, regulamentos e controle. Nas estruturas mecanicistas, a variabilidade humana, suas personalidades, seus julgamentos e suas dúvidas são vistos como produtores de ineficiências e inconsistências. 21 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Na orgânica, os indivíduos trabalham em grupos, recebem menos ordens dos chefes. Os membros se comunicam através de todos os níveis da organização. Na estrutura orgânica a variabilidade humana e toda a sua complexidade são aproveitadas para estimular as decisões. Por causa disso, a supervisão direta é menor, o aprendizado é contínuo e a quantidade de regras formais é menor. O termo orgânico aqui pode ser relacionado com os “vegetais orgânicos”. Estes são cultivados sem uma intervenção do homem, crescem por meio de um desenvolvimento natural. A estrutura orgânica funciona da mesma forma, ou seja, não é preciso que haja uma intervenção de cima determinando como as coisas devem acontecer. O desenvolvimento da organização é mais natural. Burns e Stalker, concluíram que o sistema mecanicista era o mais apropriado para o ambiente estável, enquanto o orgânico mais indicado para ambientes turbulentos. Para eles as organizações que operavam em ambientes em transformação utilizariam um misto de mecanicista e orgânico. Estas duas formas de sistemas representam um “continnum”, entre os quais existem estágios intermediários. Segundo os autores, não existe um tipo ideal de sistema gerencial que é aplicado em qualquer caso, mas que devem ser continuamente adaptados às características ambientais. Essa é a principal idéia da Teoria da Contingência, a de que tudo depende. A estratégia, a estrutura, a liderança, tudo dentro da organização depende do ambiente em que ela se encontra. Classificação de Mintzberg Henry Mintzberg propôs outra classificação das estruturas organizacionais, composta de: estrutura simples, burocracia mecanizada, burocracia profissional, forma divisionalizada, e adhocracia. Toda atividade humana organizada demanda uma divisão do trabalho em diversas tarefas e uma coordenação dessas tarefas de modo a obter resultados. A estrutura de uma organização pode ser definida como a soma total das diversas formas que o trabalho pode ser dividido em tarefas e como é feita a coordenação entre essas tarefas. Mintzberg propõe cinco configurações organizacionais básicas que explicam muitas das tendências que levam as organizações a se estruturarem por si mesmas. Também caracteriza como cinco os mecanismos de coordenação das tarefas de uma organização. São eles: ƒ Ajustamento mútuo – coordenação do trabalho pelo simples processo da comunicação informal; ƒ Supervisão direta – coordenação por intermédio de uma pessoa tendo a responsabilidade pelo trabalho dos outros, lhes dando instruções e monitorando suas ações; 22 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS ƒ Padronização dos processos de trabalho – especificação e programação das execuções de trabalho; ƒ Padronização dos resultados – especificação das saídas, dos resultados, como por exemplo, as dimensões do produto ou o desempenho; ƒ Padronização das habilidades dos trabalhadores – especificação do tipo de treinamento necessáriopara execução do trabalho. À medida que o grau de complexidade do processo de trabalho aumenta, os meios para coordenação do trabalho parecem mudar do ajuste mútuo para a supervisão direta, e depois para a padronização, finalmente revertendo para o ajustamento mútuo inicial. Além de cinco formas organizacionais e cinco tipos de coordenação, Mintzberg propõe também cinco partes básicas da organização: ƒ Núcleo operacional – composto por um grupo de pessoas que executam o trabalho básico de fabricar produtos e prestar serviços. Inclui tarefas como: assegurar as entradas para produção, transformar entradas em saídas, distribuir essas saídas e dar suporte para as entradas, para as transformações e para as funções de saídas. É o coração de todas as organizações por produzir os resultados essenciais e vitais. Nas organizações mais simples, os operadores são basicamente auto-suficientes e se coordenam pelo ajustamento mútuo. ƒ Cúpula estratégica - composta por pessoas com total responsabilidade pela organização. Em geral, é composta pelo principal administrador executivo – o presidente, superintendente ou CEO – e por aqueles que lhe dão suporte direto, como assessores e secretárias. A cúpula estratégica é encarregada de garantir que a organização cumpra sua missão de forma eficaz, satisfazendo as exigências daqueles que controlam ou que exercem poder sobre a organização. Para tanto, a cúpula estratégica está em constante contato com o ambiente no qual a organização se insere. Como essas pessoas também têm a função da supervisão direta, elas têm a visão mais global da situação da organização – suas forças e fraquezas, bem como conhecem o que ocorre no ambiente – as oportunidades e ameaças. Não são as únicas pessoas a formular estratégias. Porém, dentre as cinco partes da organização, é a cúpula estratégica quem caracteristicamente representa o papel mais importante na formulação de estratégia. Desenvolvem o planejamento estratégico, que veremos em outra aula. Dentro da cúpula estratégica, o mecanismo de coordenação mais comum é o ajustamento mútuo. ƒ Linha intermediária – composta por gerentes com autoridade formal que ligam a cúpula estratégica ao núcleo operacional. Utiliza como forma de coordenação a supervisão direta, que demanda contatos pessoais entre chefe e executor, o que limita o número de subordinados por chefe. O gerente de nível médio também deve formular as estratégias de sua unidade, devendo estas estar em linha com as diretrizes globais da organização. Desenvolve o chamado planejamento tático, que é a setorização do planejamento estratégico e que veremos junto com este. As atividades administrativas mudam de orientação à proporção que descem na 23 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS cadeia de autoridade, tornando-se mais detalhadas e menos abstratas e mais operacionais. ƒ Tecnoestrutura – composta pelos analistas que prestam serviços à organização delineando, planejando e alterando as tarefas dos outros, de modo a torná-las mais eficazes. Os analistas de controle são incumbidos de efetuar algumas formas de padronização da organização que diminuem a necessidade da supervisão direta. Os analistas de controle podem atuar em todos os níveis da hierarquia: desde a produção (com a padronização dos processos), passando pela padronização das habilidades gerenciais, até a padronização de sistemas de planejamento estratégico e de informações financeiras e gerenciais que possam atender à cúpula estratégica. Entre si, os analistas da tecnoestrutura se comunicam informalmente e adotam a coordenação por ajustamento mútuo. ƒ Assessoria de apoio – composta pelas pessoas que prestam diversos serviços distintos das atividades-fim da organização. Muitas unidades de apoio são auto- suficientes e se configuram como mini-organizações que recebem recursos da grande organização e, em troca, lhe fornecem serviços específicos. Como existem várias unidades de apoio, a forma de coordenação depende das suas funções e do que é mais apropriado para cada unidade. Podemos observar estas cinco partes nesse diagrama: Cúpula Estratégica Tecnoestrutura Linha Intermediária Assessoria de Apoio Núcleo Operacional a) Estrutura Simples A estrutura simples possui pequena ou nenhuma tecnoestrutura, poucos assessores de apoio, reduzida divisão do trabalho, mínima diferenciação entre suas unidades e pequena hierarquia administrativa. Pouco de seu comportamento é formalizado, existe pouco planejamento e treinamento e os instrumentos de interligação são escassos. Por essas características, é considerada uma estrutura orgânica. Sua coordenação é feita principalmente pela supervisão direta e o poder sobre todas as decisões importantes tende a ser centralizado nas mãos do principal executivo. Não é 24 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS raro que todos se reportem a este executivo e que a coordenação entre as unidades seja feita por ele. A tomada de decisão é rápida, uma vez que o poder de decisão é concentrado na figura de quem tem visão geral e de quem centraliza as informações. É por isso que a cúpula estratégica se destaca como a parte central da estrutura. O logotipo usado para caracterizar essa estrutura não apresenta nem tecnoestrutura nem assessoria de apoio, uma base ampla composta por um núcleo operacional orgânico, irrelevante linha intermediária e uma cúpula estratégica poderosa. b) Burocracia Mecanizada A burocracia mecanizada é a estrutura mais próxima da burocracia descrita por Weber, com padronização de responsabilidades, de qualificações e de canais de comunicação, assim como normas para o trabalho e uma clara hierarquia de autoridade. Os principais parâmetros para delinear esse tipo de estrutura são: especialização do trabalho vertical e horizontal; tarefas operacionais rotinizadas e, portanto, padronizáveis por meio de uma grande proliferação de normas, regulamentos e comunicações que formalizam o comportamento; o trabalho é comumente agrupado por função, contando com unidades operacionais com grande dimensão; o poder é relativamente centralizado verticalmente (para a tomada de decisão) e existe uma descentralização horizontal limitada, com nítida distinção entre linha e assessoria. As tarefas executadas pelo núcleo operacional de uma burocracia mecanizada são repetitivas, rotineiras, simples, com um mínimo de treinamento exigido e estreitamente definidas e especializadas, tanto vertical, quanto horizontalmente. Existe uma ênfase na coordenação pela padronização do processo de trabalho, tornando a formalização do comportamento um parâmetro chave para o planejamento. A padronização dos processos diminui a autonomia no núcleo operacional e reduz o poder dos gerentes de primeira linha, uma vez que a coordenação é exercida mais pela padronização do que pela supervisão direta. A linha intermediária é altamente desenvolvida e diferenciada basicamente por unidades funcionais. Uma das principais funções dos gerentes da linha intermediária é tratar dos problemas entre os trabalhadores que não podem ser tratados pelo ajustamento mútuo, uma vez que a padronização inibe a comunicação entre as unidades altamente especializadas. A tecnoestrutura tende a ser grandedevido à elevada padronização de processos. Como é na tecnoestrutura que encontramos os analistas responsáveis pela padronização, essa parte da estrutura é considerada principal na configuração da burocracia mecanizada. c) Burocracia Profissional A burocracia profissional se apóia na padronização das habilidades dos peritos e especialistas, aqui denominados profissionais. A padronização das habilidades permite que os profissionais consigam se coordenar por saber exatamente o que esperar de seus colegas de trabalho. 25 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Enquanto que a burocracia mecanizada gera seus próprios padrões, via tecnoestrutura, a burocracia profissional tem seus padrões originados fora de sua estrutura, nas associações profissionais. Enquanto que a primeira se apóia na autoridade de natureza hierárquica (poder e status do cargo), a última enfatiza a autoridade de natureza profissional, pelo poder da perícia. Os profissionais atuam no núcleo operacional da estrutura com grande autonomia, uma vez que o trabalho é altamente especializado na dimensão horizontal. O controle sobre seu próprio trabalho significa que o profissional atua relativamente independente de seus colegas, mas próximo aos clientes aos quais serve. O grande poder existente no núcleo operacional faz com que essa seja a parte-chave da organização. A única outra parte também completamente elaborada é a assessoria de apoio, apesar de o seu foco ser o de bem servir o núcleo operacional. A tecnoestrutura não é altamente elaborada porque há baixa necessidade de planejamento e formalização do trabalho dos profissionais. A linha intermediária é estreitada porque existe pequena necessidade de supervisão direta dos operadores e o ajustamento mútuo entre eles favorece a existência de unidades operacionais muito grandes, com poucos gerentes na primeira linha de supervisão e, por esse motivo, também acima deles. d) Forma Divisionalizada A forma divisionalizada consiste num conjunto de entidades praticamente autônomas, acopladas a uma estrutura administrativa central. Tais entidades são unidades na linha intermediária, denominadas divisões, que respondem ao escritório central. O fluxo do poder é de cima para baixo. O relacionamento entre a divisão e o escritório central remete à relação entre a cúpula estratégica e a linha intermediária. As unidades são agrupadas pelo topo da linha intermediária com base no mercado. Cada divisão possui suas próprias funções operacionais, o que minimiza a interdependência entre as divisões, permitindo-lhes atuar de forma praticamente autônoma, sem que haja necessidade de coordenação entre si. Essa estrutura permite que um escritório central tenha grande amplitude de controle sobre diversas divisões, ainda que o poder esteja descentralizado com uma limitação vertical, uma vez que os poucos gerentes do escritório central delegam poder aos gerentes que administram as divisões. Mesmo diante da grande autonomia de cada divisão, o escritório central consegue controlar cada uma delas por meio do sistema de controle de desempenho. Assim, as decisões são tomadas pelas divisões, mas os resultados dessas decisões são monitorados pelo escritório central. Portanto, o primeiro mecanismo de coordenação na forma divisionalizada é a padronização de resultados e o parâmetro-chave para delinear é o sistema de controle de desempenho. e) Adhocracia 26 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS É uma configuração capaz de agregar especialistas de diversas áreas em equipes de projeto ad-hoc, isto é, para determinado fim específico. Possui uma estrutura basicamente orgânica, com baixa formalização do comportamento, grande especialização horizontal do trabalho (baseada em treinamento formal), tendência para agrupar os peritos em unidades funcionais ou em pequenas equipes de projeto baseadas no mercado, utilizando como instrumento de interligação o ajustamento mútuo intra e entre equipes. Trata-se de uma configuração fluida, dinâmica, flexível e orgânica, que busca promover sofisticadas inovações. Para tanto, foge de padrões pré- estabelecidos e das armadilhas de uma estrutura burocrática, tais como nítida divisão do trabalho, alta diferenciação de unidades, grande formalização dos comportamentos, ênfases nos sistemas de planejamento e controle. Os conhecimentos e habilidades dos peritos devem servir como base para construir mais conhecimento, decorrente da interdisciplinaridade intrínseca à Adhocracia, a qual reúne profissionais de diversas áreas de conhecimento ao redor de um determinado projeto ou inovação específica. Esses profissionais devem manter laços com seu campo de origem ao mesmo tempo em que devem se desprender de suas raízes para poderem estar abertos às idéias de peritos de outras áreas. Por isso, a Adhocracia tende a utilizar, concomitantemente, as bases funcionais e por mercado em uma estrutura matricial, que agrupa os peritos em unidades funcionais para fins de administração interna (admissões, comunicações, etc.) e são efetivamente destacados para equipes de projeto coordenadas por ajustamento mútuo, podendo adotar a figura do gerente integrador para coordenar os esforços entre as unidades funcionais e as equipes de projeto (forças-tarefa). 2 Estratégia Organizacional Eu prefiro sempre conceituar por meio de questões da banca. Vamos ver então como o CESPE conceitua estratégia. 7. (CESPE/SEGER/2007) A estratégia empresarial é plano de ação que estabelece a alocação de recursos e atividades para que a organização possa obter uma vantagem competitiva na relação com seu ambiente e para o alcance de suas metas. A questão é CERTA. As empresas precisam redistribuir continuamente seus recursos disponíveis, pois eles são limitados aos objetivos traçados e às oportunidades percebidas no ambiente. As empresas, então, direcionam os negócios e suas operações de maneira coerente (racional), por meio de padrões próprios, ou seja, determinando ações organizacionais e comportamentos diferenciados e personalizados denominados estratégias. 27 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS As estratégias ajudam a delinear os amplos limites dentro dos quais as organizações realizam suas operações, ditando tanto os recursos aos quais as organizações terão acesso quanto os padrões de alocação desses recursos. Vamos ver algumas definições de estratégias: CHANDLER - Estratégia é a determinação dos objetivos básicos de longo prazo de uma empresa e a adoção das ações adequadas e afetação de recursos para atingir esses objetivos KATZ - Estratégia refere-se à relação entre a empresa e o seu meio envolvente: relação atual (situação estratégica) e relação futura (plano estratégico, que é um conjunto de objetivos e ações a tomar para atingir esses objetivos). PORTER - Estratégia competitiva são ações ofensivas ou defensivas para criar uma posição defensável numa indústria, para enfrentar com sucesso as forças competitivas e assim obter um retorno maior sobre o investimento. THIETART - Estratégia é o conjunto de decisões e ações relativas à escolha dos meios e à articulação de recursoscom vista a atingir um objetivo. As várias definições trazem em comum que a estratégia (1) estabelece os objetivos, (2) o caminho a ser seguido para alcançá-los, (3) sem levando em consideração o ambiente em que a organização está inserida. Quando observamos a definição de Porter, podemos perceber uma das duas correntes de pensamento que evoluíram nas teorias sobre estratégia organizacional. Primeiro, tivemos a corrente do posicionamento, em que a estratégia organizacional é associada a princípios de adaptação e posicionamento, isto é, a estratégia organizacional pressupõe uma adaptação ao meio envolvente para deste modo adquirir uma posição dominante e proceder seguidamente à sua defesa. A segunda corrente é a do movimento, colocando em evidência uma estratégia centrada no constante aprimoramento, já que, num mundo que muda cada vez mais rapidamente, seria inviável tentar manter uma posição defensável. Estratégia como Posicionamento Até ao início dos anos 1990, a estratégia organizacional era pensada à volta da noção de posicionamento concorrencial. O seu princípio era o da adequação estratégica, o que pressupunha dois outros princípios fundamentais: ƒ para assegurar a sua sobrevivência a empresa precisa se adaptar ao seu ambiente; 28 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS ƒ para ter sucesso a empresa deve construir uma vantagem competitiva e seguidamente defendê-la. Michael Porter é um dos maiores pensadores dessa escola. Segundo ele, ainda que outros elementos sejam ocasionalmente considerados, o posicionamento da firma dentro da estrutura industrial é o principal determinante de seu sucesso ou fracasso no cenário competitivo. Porter criou o Modelo das Cinco Forças para descrever quais eram os cinco fatores, ou cinco “forças competitivas”, que influenciavam o posicionamento da empresa e que devem ser estudados para desenvolver uma estratégia empresarial eficiente. A primeira força é a rivalidade entre os concorrentes. Quanto maior o úmero de empresas disputando o mesmo mercado, maior será a dificuldade da empresa em manter uma posição vantajosa. Por isso ela deve evitar a entrada de novas empresas no mercado, que é a segunda força. Outro problema do número alto de concorrentes é que os fornecedores passam a ter uma força maior, já que a disputa será maior por seus produtos. Se a empresa trabalhar sozinha no mercado, como um monopólio, o poder de barganha dos fornecedores será menor, já que ela será a única compradora de seus produtos. O tamanho da empresa e dos fornecedores também influencia. Uma empresa grande tem muito mais vantagens em relação a fornecedores pequenos. Já o inverso é problemático. Se a empresa for pequena e os fornecedores grandes, estes estarão em vantagem na negociação dos preços. Com os clientes vale as mesmas regras. Se a empresa é um monopólio, os clientes terão que comprar apenas dela e seu poder de barganha será menor. Se o cliente for grande a empresa pequena, ela pode estar em uma situação desvantajosa, já que o cliente poderá significar uma fatia grande de seu faturamento. Por fim, os produtos substitutos funcionam como concorrentes da mesma forma que as outras empresas do mercado. Se o preço da margarina sobe, as pessoas irão aumentar o consumo de manteiga, o que diminui o poder das empresas em controlarem os preços. Estratégia como Movimento 29 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Nos anos 80, assistiu-se ao aparecimento e generalização de formas concorrenciais radicalmente novas. Em muitas indústrias, os atores dominantes, ao defenderem posições há muito tempo estabelecidas, forçaram os novos entrantes a fazer prova de imaginação para modificar as regras do jogo. Este mecanismo gerou progressivamente um contexto de hipercompetição, no qual as estratégias de movimento predominavam. Com efeito, a idéia de hipercompetição parte do pressuposto que uma vantagem competitiva está condenada a deteriorar-se e que a possibilidade de defesa de uma posição é completamente ilusória. A velocidade da evolução da concorrência e dos mercados é de tal ordem que torna o ambiente muito instável, o que faz com que a única “posição defensável” seja a do movimento, com o objetivo central de viver em constante perturbação. Hamel e Prahalad são certamente os autores mais conhecidos dos que questionaram a abordagem clássica da estratégia. Estes autores, apoiando-se essencialmente nos exemplos das empresas japonesas, demonstraram que a abordagem clássica não permitia explicar a trajetória concorrencial das empresas que, partindo de uma posição concorrencial mais desfavorável, conseguiam mudar o jogo da concorrência a seu favor. Segundo eles, era preciso substituir o paradigma da adequação por uma nova filosofia: a intenção estratégica. Esta última consiste em colocar as empresas no centro da formulação da estratégia, tendo como objetivo a transformação das regras do jogo do ambiente e a criação de novos espaços concorrenciais. Esta filosofia repousa sobre dois pressupostos: a perseguição de uma visão (ambiciosa e de longo prazo), e o desenvolvimento baseado numa carteira de competências centrais. Esta abordagem integra na sua formulação, um parâmetro inteiramente novo: o movimento. A empresa deverá, para ser bem sucedida, conciliar, por um lado, vantagens competitivas múltiplas e não duráveis, e por outro lado, o principal objetivo da estratégia não é mais a adaptação às condições da concorrência, mas a sua transformação e renovação. Com efeito, a intenção leva-nos a considerar que uma posição concorrencial não é nem durável nem defensável e que a única solução consiste em mudar a posição antes que a concorrência tome a iniciativa. Em suma, a empresa torna-se o ator do seu futuro e assume que a melhor defesa é o ataque constante. Hamel e Prahalad propuseram uma concepção de estratégia radicalmente oposta à adequação: a partir dos seus próprios recursos e competências centrais, uma empresa pode transformar as condições do ambiente. A teoria concentra-se na dinâmica da empresa, dos mercados e da concorrência, enfatizando mais os processos de mudança e inovação do que as estruturas das indústrias. As firmas obtêm lucros por meio da descoberta de oportunidades e da mobilização pioneira de recursos operada pelos empreendedores. Estes últimos, motivados pela perspectiva de lucros excepcionais, procuram sempre inovar, gerando novos arranjos econômicos e, conseqüentemente, causando o desequilíbrio do mercado. Tendo em vista que os concorrentes procuram imitar e suplantar os inovadores introduzindo outras 30 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ TCU E CGU PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS inovações, o desequilíbrio do mercado passa a ser um estado permanente, e não um fenômeno transitório. É nos trabalhos de Schumpeter que o empreendedor adquire sua expressão mais plena. O empreendedor é, segundo esse autor, o responsável pela introdução de inovações capazes de melhor satisfazer as demandas do mercado. Segundo ele, o desenvolvimento econômico ocorre quando as firmas desenvolvem inovações perturbando o equilíbrio de forças competitivas anteriormente prevalecentes. Para Schumpeter, é
Compartilhar