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Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 2: Direito Societário Olá, meus amigos! Como vão? Já se imaginaram nas maravilhosas praias existentes no RJ, passeando por Búzios, Cabo Frio, Arraial do Cabo, tomando uma água de coco, comendo camarão, tomando um chopp (para os que apreciam)? Aos que não são do Rio (e aos que lá estão, mas ainda não podem desfrutar dessas maravilha), está mais perto do que vocês imaginam. E não me digam que não têm condições de serem aprovados ou que o certame será difícil. É aquela velha máxima, se existe vaga, alguém tem de ser aprovado, e, se alguém tem de ser aprovado, por que não você? O que temos que fazer é estudar muito! Tudo é estudar muito. Pois bem, antes de iniciar gostaria de fazer uma pequena errata à aula 1, no que tange à questão 14, página 22, cujo enunciado transcrevemos: 14. (FGV/Auditor/TCM RJ/2008) A personalidade jurídica das sociedades se inicia com a sua constituição e início das atividades. Ora, sabe-se que a sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos. Pode ocorrer, contudo, de um empresário constituir seu negócio e iniciar suas atividades sem que tenha feito requerimento de seu registro ao órgão competente, quando estará em situação irregular, regendo-se pelas regras relativas à sociedade em comum. Portanto, é ERRADO asseverar que a personalidade jurídica se inicia com a constituição e início das atividades da empresa. Ok? Peço desculpas pelo erro e agradeço ao aluno que nos advertiu. Hoje continuaremos estudando os diversos tipos societários previstos no Código Civil. Vamos à aula? Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 2 www.pontodosconcursos.com.br Sociedades em nome coletivo 1. (FGV/Fiscal de Rendas RJ/2009) Nas sociedades em nome coletivo, todos os sócios têm responsabilidade limitada ao valor apartado a título de capital social. Comentários A principal característica da sociedade em nome coletivo é a responsabilidade ilimitada dos sócios que a compõem, após esgotados os meios de cobrança do capital social. Mesmo se o contrato social ou convenção posterior aprovada por unanimidade previr de forma diversa, continuarão respondendo ilimitadamente perante terceiros, havendo, porém, direito a regresso de um sócio contra o outro. O item, portanto, está incorreto. Estudemos o que dispõe o artigo 1.039 do Código Civil a respeito (principal artigo sobre as SNC): Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais. Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um. SOCIEDADE EM NOME COLETIVO Æ RESP. ILIMITADA Outro aspecto importante das sociedades em nome coletivo, previsto no caput do artigo 1.039 é que somente pessoas físicas podem integrar o seu quadro societário! Grave-se: somente pessoas físicas podem tomar parte como sócio de um SNC. Vejamos uma questão sobre o assunto: 2. (Cespe/Juiz Substituto/TJ-SE/2008) As atuais sociedades em nome coletivo, cuja origem remonta à Idade Média, podem ser constituídas por pessoas físicas ou jurídicas, respondendo todos os sócios solidariamente pelas obrigações sociais. A sociedade em nome coletivo realmente provém da Idade Média. Sua origem se deu no meio familiar daquela época em que as pessoas se associavam para o exercício de suas atividades e o patrimônio da sociedade se confundia com dos membros da família. Todos respondiam pelas dívidas da sociedade. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 3 www.pontodosconcursos.com.br A segunda asserção na questão se encontra incorreta, posto só pode ser constituída por pessoas físicas. Chovem questões sobre este assunto, vejamos mais uma, para fechar (item correto): 3. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2008) Nas sociedades em nome coletivo, os sócios somente podem ser pessoas naturais, com responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações sociais. Ok? Próxima! Continuemos nosso passeio... 4. (Vunesp/OAB/RN/2003) O novo Código Civil, apesar de ter mantido a sociedade em nome coletivo, não se refere à sociedade de capital e indústria. Comentários A sociedade em nome coletivo já era sociedade prevista no Código anterior, salvando o Código de 2002 sua vida. O mesmo não ocorreu com as sociedades de capital e indústria. As sociedades de capital e indústria foram extintas pelo Código Civil atual. Caracterizava-se pela existência de dois tipos de sócios: um não tinha responsabilidade perante terceiros pelas obrigações sociais e era chamado sócio de indústria (concorria com o trabalho); o outro respondia ilimitada e subsidiariamente pelas obrigações mencionadas e era chamado sócio capitalista (concorria com o capital). O item está correto. 5. (CESPE/JUIZ FEDERAL TRF 5.ª REGIÃO/2006) Três irmãos são sócios de determinada sociedade em nome coletivo. Lana, administradora, contraiu consideráveis dívidas em nome da sociedade, sem o consentimento dos demais irmãos sócios. Nessa situação, sendo a responsabilidade de Lana solidária e ilimitada, ela pode responder pelas referidas dívidas com suas quotas, mesmo antes de executados os bens da sociedade. Comentários E aí? Com base no que já dissemos, qual o gabarito? Isso! Incorreto. Por quê? Vamos lá, repitamos: A principal característica da sociedade em nome coletivo é a responsabilidade ilimitada dos sócios que a compõem, após esgotados os meios de cobrança do capital social. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 4 www.pontodosconcursos.com.br A execução de Lana só poderá ocorrer após esgotados os bens da sociedade, face ao benefício de ordem conferido às sociedades em geral pelo artigo 1.024 do Código Civil, in fine: Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais. Outro aspecto importante sobre as sociedades em nome coletivo é que somente sócios podem ser administradores da sociedade em nome coletivo. O uso da firma é privativo dos que tenham os necessários poderes, nos limites do contrato (art. 1.042). O nome empresarial da sociedade em nome coletivo é a firma social, conforme previsão do artigo 1.041 do CC. Mas o que vem a ser nome empresarial? Não falamos sobre ele. E mais, não consta expressamente no edital este item. Contudo, um empresário sem nome é a mesma coisa que uma pessoa desprovida de um. Portanto ainda que, implicitamente, entendemos que o item pode ser cobrado no concurso. O que vem a ser nome empresarial? Nome empresarial é a firma ou denominação adotada para o exercício da empresa. É aquele sob o qual o empresário e a sociedade empresária exercem suas atividades e se obrigam nos atos a elas pertinentes (art. 1º IN/DNRC n. 104/2007), operando tal como o nome da pessoa natural. O nome empresarial pode ser de três tipos: a) Firma Individual: Serve para o empresário individual (pessoa física), que deve adotar o nome civil, abreviado ou por extenso, aditando, se quiser, designação mais precisa. Por exemplo: Gabriel Rabelo – Marcenaria. b) Firma Social: Serve para sociedades empresárias. A diferença da firma social para a individual é que naquela mais de um sócio utiliza seu nome para a formação do nome empresarial. Por exemplo: João Silva e Cia Ltda. Nome Empresarial Firma individualFirma Social Denominação Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 5 www.pontodosconcursos.com.br c) Denominação: Baseia-se em nome fantasia para a sua formação. Por exemplo, Paiaguás Autos Peças Ltda. Vocês têm de levar um esquema para a prova, que será muito útil. É o que se segue: 1) Firma individual Æ Apenas empresário individual utiliza. 2) Apenas firma social Æ Sociedade em Nome Coletivo, em Comandita Simples. 3) Apenas denominação Æ Sociedades Anônimas, Cooperativas. 4) Denominação ou firma social Æ Comandita por ações, Sociedades Limitadas. Querem ver como o quadro funciona? (ESAF/AFT/2010) Assinale, a seguir, a sociedade que só pode adotar denominação social. a) Companhia. (Nada mais são do que as Sociedades Anônimas. Só podem utilizar denominação. Gabarito) b) Sociedade em nome coletivo. (Errado. Apenas firma) c) Sociedade Limitada. (Errado. Firma ou denominação) d) Sociedade em conta de participação. (Errado. Não possui nome empresarial) e) Sociedade em comum. (Errado. Não possui nome empresarial) Continuemos! Há outros aspectos das sociedades em nome coletivo que podem ser objeto de cobrança, contudo, não logramos êxito em encontrar questões anteriores que reportassem ao assunto. Vamos lá: 1) Não se admite a participação de incapazes como sócios, posto que nestas sociedades o sócio tem contribuição não só pessoal, mas, também, patrimonial, e os incapazes não podem se obrigar. 2) Os sócios podem disciplinar suas relações do modo que lhe aprouverem, contudo, a condição é que não desnaturem o tipo escolhido. 3) É uma sociedade de pessoas, que depende do consentimento dos outros sócios para que estranhos entrem no quadro social. Esquematizemos o seguinte: Sociedades em nome coletivo e sociedades em comandita simples Æ Sociedades de Pessoas. Sociedade Limitada Æ Pode ser sociedade de pessoa ou de capital. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 6 www.pontodosconcursos.com.br Sociedade anônima e em comandita por ações Æ Sempre sociedades de capital. 4) Aplicam-se às SNC as normas das sociedades simples, subsidiariamente. Era isso o que tínhamos a dissertar sobre as sociedades em nome coletivo. Vejamos um pouco sobre as sociedades em comandita simples... Sociedades em comandita simples 6. (CESPE/Analista de Controle Externo/TCE AC/2009) Todos os sócios de uma sociedade em comandita simples, seja qual for a categoria a que pertençam, respondem ilimitada e solidariamente com os próprios bens pelas obrigações sociais. Comentários Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota. Os sócios comanditários têm responsabilidade limitada em relação às obrigações contraídas pela sociedade empresária, respondendo apenas pela integralização das cotas subscritas. Contribuem apenas com o capital subscrito, não contribuindo de nenhuma outra forma para o funcionamento da empresa, ficando alheios, inclusive, da administração da mesma. Podem, todavia, exercer as atribuições de fiscalização. Já os sócios comanditados contribuem com capital e trabalho, além de serem responsáveis pela administração da empresa. Sua responsabilidade perante terceiros é ilimitada, devendo saldar as obrigações contraídas pela sociedade. A firma ou razão social da sociedade somente pode conter nomes de sócios comanditados, sendo que a presença do nome de sócio comanditário faz presumi-lo comanditado, passando a responder de forma ilimitada. Os sócios comanditados devem ser obrigatoriamente pessoas físicas. Gravem: Sócios de Soc. em nome coletivo Æ pessoas físicas Sócios Comanditados Æ pessoas físicas. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 7 www.pontodosconcursos.com.br Repita-se outro ponto chave! Comanditados Æ Responsabilidade limitada. Comanditários Æ Responsabilidade ilimitada. O Código atribui aos comanditados as mesmas características concernentes aos sócios da sociedade em nome coletivo (CC, art. 1.046, parágrafo único). Esse assunto já foi abordado pela FCC, como se segue: 7. (Procurador Municipal de Manaus/2006/FCC) Com relação à sociedade em comandita simples, de acordo com o Código Civil, é correto afirmar que aos comanditários cabem os mesmos direitos e obrigações dos sócios da sociedade em nome coletivo. Fácil perceber que item está incorreto, uma vez que deveria constar comanditado (e não comanditário) no enunciado. Como a função precípua do comanditário é contribuir para a formação do capital social, sua prestação pode se dar em dinheiro ou em bens, mas não em serviços. Dissemos, também, que o comanditário não pode praticar atos de gestão da sociedade, apenas de fiscalização. Essa regra, todavia, não é absoluta. O parágrafo único do artigo 1.047 permite que o comanditário seja constituído procurador da sociedade, para negócio determinado e com poderes especiais. O item está incorreto. 8. (Cespe/Advogado Geral da União/2009) Considere que Lena seja sócia comanditada de certa sociedade em comandita simples, e João, sócio comanditário. Nessa hipótese, a razão social deve ser composta apenas com o nome de Lena, que possui responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações sociais. Comentários Vamos lá! Repassemos o esquema: 1) Firma individual Æ Apenas empresário individual utiliza. 2) Apenas firma social Æ Sociedade em Nome Coletivo, em Comandita Simples. 3) Apenas denominação Æ Sociedades Anônimas, Cooperativas. 4) Denominação ou firma social Æ Comandita por ações, Sociedades Limitadas. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 8 www.pontodosconcursos.com.br Já sabemos que a sociedade em comandita simples possui firma social. Sabemos também que, na firma social, os sócios utilizam seu nome para a formação do nome empresarial. Por exemplo: João Silva e Luís Silva Ltda. Na firma social das comanditas simples, apenas o nome dos sócios comanditados poderão constar acrescido da expressão “e Cia”. É essa a conclusão à luz do art. 1.157 do CC: Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia" ou sua abreviatura. No nosso caso concreto, apenas Lena, como comanditada, poderá constar na firma social. João, na condição de comanditário, não transparecerá. Se por acaso, constasse o nome de João na razão social, haveria presunção de que se trata também de sócio comanditado, passando a responder solidária e ilimitadamente pelas obrigações do negócio. Vejam essa questão do Juiz do Trabalho, TRT 12ª, de 2000: “Nas sociedades em comandita simples, todos os sócios que derem nome à razão social respondem solidaria e ilimitadamente pelas obrigações sociais”. O item está correto. Levem esse ensinamento para o certame. Ademais, o item está correto, haja vista que o sócio comanditado possui responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações da sociedade. 9. (CESPE/TJ SE/Juiz Substituto/2008) A administração das sociedades em comandita simples será exercida pelos sócios comanditários, os quais assumirão os riscos do empreendimento. Comentários Conforme exposto, a administração das sociedades em comandita simples incumbe aos comanditados. Portanto, item incorreto. 10. (FGV/Agente Fiscal de Rendas/RJ/2008) As sociedades em comanditasimples são constituídas por duas categorias de sócios: os comanditários, obrigados somente pelo valor de suas quotas, e os comanditados, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. Comentários Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 9 www.pontodosconcursos.com.br Trabalhemos com a literalidade do Novo Código: Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota. Item correto! Vocês devem estar se perguntando: mas este professor é maluco. Nossa prova será ESAF, cadê as questões da banca? Pois é, amigos. É isso que estou me perguntando. Não logrei êxito em encontrar questões sobre esses dois tipos societários. Se alguém tiver em seu banco de dados, avise a prova, ano e concurso que incluiremos na aula. Ok? De todo modo, o básico é esse. Não tem como fugir do que estamos vendo. 95% das questões que já vi em comercial sobre as SNC e SCS são sobre os assuntos que estamos trabalhando. Antenem-se, precipuamente, a eles. 11. (OAB/DF/2005) O administrador da sociedade poderá não pertencer ao quadro social se, porém, for nomeado no contrato nas sociedades em Comandita Simples. Comentários Nas sociedades em nome coletivo os administradores devem ser sócios. Nas sociedades em nome coletivo, a administração deve ser exercida por sócio comanditado, vedado também o exercício da administração por estranhos ao quadro societário. Item incorreto. 12. (Juiz do Trabalho/TRT 12ª/2000) Nas sociedades em comandita simples, não podem os sócios comanditários praticar ato algum de gestão, nem atuarem como procuradores nos negócios da sociedade, sob de ficarem solidariamente responsáveis pelas obrigações da sociedade. Comentários Vejamos, inicialmente, o dispositivo que nos dá condições de resolver a questão: Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio comanditado. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 10 www.pontodosconcursos.com.br Parágrafo único. Pode o comanditário ser constituído procurador da sociedade, para negócio determinado e com poderes especiais. Portanto, em regra, os comanditários não praticam ato de gestão. Todavia, poderá ser constituído procurador desde que para negócio determinado e com poderes especiais. Item incorreto. Alguns outros aspectos sobre as comanditas simples antes de passarmos ao próximo tipo societário... O sócio comanditário não é obrigado à reposição de lucros recebidos de boa-fé e de acordo com o balanço. Entrementes, se houver redução do capital por perdas supervenientes, não poderá o comanditário receber quaisquer lucros, antes da reintegração do capital (art. 1.049). Também, se, em razão da redução, houver diminuição da quota do sócio comanditário, essa redução só terá efeitos quanto a terceiros após a averbação da modificação, sem prejuízo dos credores preexistentes (art. 1.048). No mais, aplicam-se à sociedade em comandita simples as normas da sociedade em nome coletivo, que, por sua vez, segue subsidiariamente as regras da sociedade simples (art. 1.046). Ok? Passemos às cooperativas? Sociedades cooperativas 13. (Cespe/Auditor Fiscal de Tributos Municipais de Vila Velha/ES/2008) Consideram-se empresárias as sociedades limitadas, as sociedades anônimas, as sociedades de economia mista e as sociedades cooperativas. Comentários As sociedades cooperativas são sociedades simples, independentemente de seu objeto, como prescreve o art. 982, parágrafo único, do Código Civil. Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 11 www.pontodosconcursos.com.br Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. As sociedades anônimas e de economia mista são sempre empresárias. As limitadas, por seu turno, podem ser empresárias ou simples. Item incorreto. 14. (Cespe/OAB-SP/2009) São consideradas mutualísticas a) as companhias. b) as sociedades limitadas. c) as sociedades de economia mista. d) as sociedades cooperativas. Comentários Celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro (Lei 5.764/71, art. 3º). As sociedades cooperativas têm guarida constitucional, o artigo 174, parágrafo 2º, prevê o apoio e estímulo ao cooperativismo e associativismo. Antes da Carta Magna, a Lei 5.764/71 já instituíra o regime jurídico das sociedades cooperativas. O Código de 2002 trouxe um capítulo específico para este tipo societário, contudo dispõe que: Art. 1.093. A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no presente Capítulo, ressalvada a legislação especial. Portanto, tanto a Lei 5.764 quanto o Código Civil encontram- se em vigor. As cooperativas possuem algumas características típicas. Citemo-las... 9 São estatutárias, uma vez que seu ato constitutivo deve se dar nos moldes da lei que as regulam, sem a liberdade prevista para as sociedades contratuais. 9 Não necessitam de autorização governamental para funcionarem. Essa disposição consta da Lei 5.764, porém, por comando constitucional as cooperativas e associações, podem funcionar independentemente de permissão estatal. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 12 www.pontodosconcursos.com.br 9 As cooperativas são sociedades simples! Portanto, onde será feito seu registro? Junta ou Cartório de Pessoas Jurídicas? Quem disse que é no Registro Civil errou, amigos. As cooperativas, embora sejam sociedades simples, devem registrar seus atos constitutivos na Junta Comercial. 9 As cooperativas não almejam o lucro. Isso não significa dizer que devem, obrigatoriamente, ter prejuízo. Não! O resultado positivo existente nas operações realizadas entre cooperativa e associados recebe a denominação de sobra líquida do exercício (Lei 5.764/71, art. 4º, VII). Essa sobra líquida deve ser rateada proporcionalmente às operações realizadas por cada. Os prejuízos também são arcados da mesma forma. 9 As cooperativas são sociedades de pessoas! A Lei 5.764, em seu artigo 4º, caput, dispõe que as cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços aos associados. A lei proíbe a cessão de quotas sociais de cooperativas a terceiros, ainda que por herança. Contudo, a própria lei prevê a possibilidade destes terceiros ingressarem na sociedade, desde que preencham os requisitos estabelecidos no estatuto e perfilhem do propósito social. Conclui-se, pois, que os associados não podem alienar suas quotas a terceiros, todavia, estes terceiros podem entrar na cooperativa, se satisfizerem as exigências do estatuto. 9 Outra característica importante das cooperativas é a variabilidade ou dispensa do capital social. Isso é muito importante e se cair algo na prova de vocês sobre cooperativas, não duvido que seja esse tema. Significa que todos ossócios podem contribuir apenas com serviços, hipótese em que a sociedade não terá capital social. 9 Cada sócio terá direito a apenas um voto nas deliberações, independentemente do percentual de participação. 9 Pode ter um número ilimitado de cooperados. 9 Atua sob denominação acrescida do termo cooperativa. 9 Cooperativas possuem natureza mutualística, por serem fundadas em ajuda mútua. Atenção! As cooperativas tem o caráter solidário e de responsabilidade social e isso seria ser mutualístico, mas a ESAF não entende assim (aliás, a ESAF é a única banca que entende não serem as cooperativas sociedades mutualísticas. O gabarito de nossa questão 14 é, portanto, a letra d. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 13 www.pontodosconcursos.com.br 15. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2006) As sociedades cooperativas a) caracterizam-se por serem de natureza mutualística. b) têm capital fixo ou variável. c) não têm capital, pois usam os bens dos seus cooperados. d) são consideradas sociedades empresárias para todos os fins de direito. e) podem operar exclusivamente na atividade agrícola e agropecuária. Comentários Essa questão foi anulada pela banca em gabarito definitivo. A ESAF não publicou o motivo pelo qual houve anulação. Entretanto, a letra “a” foi dada como incorreta preliminarmente. Motivo pelo qual defendemos a tese de que para a ESAF não é a cooperativa considerada como de caráter mutualístico. A letra b foi o gabarito da questão (gabarito preliminar). Todavia, as cooperativas possuem capital variável (CC, art. 1.094, I), o que tornou a questão também incorreta. Cremos que o pensamento do examinador, ao elaborar a questão, fora o seguinte: o capital das cooperativas é variável porque a cada saída de sócio ele pode levar consigo o seu capital, ou seja, o capital varia frequentemente. E o fato de haver a possibilidade de cooperativa sem capital social pode indicar um capital fixo, "fixo em $0,00". Contudo, refutamos dessa tese, uma vez que se o capital é zero, ele, na verdade, não existe, não podendo ser fixo. Esse foi o motivo da anulação da questão. A letra c está incorreta. A cooperativa pode ou não ter capital social. A letra d também está incorreta, uma vez que as cooperativas são consideradas sociedades simples. A letra e também está incorreta. No que se refere ao objeto, elas podem ser de diversas espécies, como as cooperativas de crédito, agrícolas e de trabalho. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 14 www.pontodosconcursos.com.br 16. (Cespe/OAB Nacional/2007) À luz do atual Código Civil, assinale a opção correta acerca das características das sociedades cooperativas. a) A dispensa ou a variabilidade do capital social é admitida. b) O valor da soma de quotas de cada sócio é ilimitado. c) As quotas do capital são amplamente transferíveis a terceiros estranhos à sociedade. d) Os sócios têm direito de voto na proporção de sua participação no capital da cooperativa. Comentários Trabalharemos nesta questão com a literalidade, para fins de fixação! A letra a é o gabarito da questão. O Código Civil prescreve que: Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa: I - variabilidade, ou dispensa do capital social. A letra b está incorreta. Segundo o Código Civil: Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa: III - limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio poderá tomar. A letra c está igualmente incorreta. Vamos novamente à literalidade: Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa: IV - intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade, ainda que por herança; E a letra d? Está errada...Senão vejamos: Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa: VI - direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação; 17. (Cespe/OAB DF/2006) É característica das Sociedades Cooperativas: Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 15 www.pontodosconcursos.com.br a) limitação quanto ao número máximo de associados; b) divisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, somente em caso de dissolução da sociedade; c) visa o lucro para a sociedade que tem natureza civil; d) dispensa do capital social e não está sujeita à falência. Comentários O item a está incorreto. Façamos uma reprise. As cooperativas são sociedades de pessoas! A Lei 5.764, em seu artigo 4º, caput, dispõe que as cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços aos associados. A lei proíbe a cessão de quotas sociais de cooperativas a terceiros, ainda que por herança. Contudo, a própria lei prevê a possibilidade destes terceiros ingressarem na sociedade, desde que preencham os requisitos estabelecidos no estatuto e perfilhem do propósito social. Conclui-se, pois, que os associados não podem alienar suas quotas a terceiros, todavia, estes terceiros podem entrar na cooperativa, se satisfizerem as exigências do estatuto. Ainda, prescreve o Código que: Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa: II - concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a administração da sociedade, sem limitação de número máximo; A letra b também incide em erro. Segundo a Lei 5.764/71, art. 28, as cooperativas são obrigadas a constituir: I - Fundo de Reserva destinado a reparar perdas e atender ao desenvolvimento de suas atividades, constituído com 10% (dez por cento), pelo menos, das sobras líquidas do exercício; II – Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social destinado à prestação de assistência aos empregados, seus familiares e, quando previsto no estatuto, aos empregados da cooperativa, constituído de 5% (cinco por cento) pelo menos, das sobras líquidas apuradas no exercício. Os fundos obrigatórios têm como característica a sua vinculação ao objetivo específico para o qual foram constituídos, não podendo, em hipótese alguma, serem aplicados em fins diversos de sua destinação. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 16 www.pontodosconcursos.com.br O Código Civil ressalta que é característica da sociedade cooperativa indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de dissolução da sociedade (CC, art. 1.094, VIII). Essa indivisibilidade se dá mesmo no caso de dissolução da sociedade. A letra c também está incorreta. Voltemos ao conceito de sociedades cooperativas, definido em lei: Celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro (Lei 5.764/71, art. 3º). A letra d é o gabarito. As sociedades cooperativas possuem a característica de variabilidade, ou dispensa do capital social e não estão sujeitas à falência. 18. (FGV/TJ PA/Juiz Substituto/2005) Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios somente pode ser limitada. Comentários Nas sociedades cooperativas a responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada, dependendo do que dispuser o estatuto. Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada. § 1o É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde somente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações sociais, guardada a proporçãode sua participação nas mesmas operações. § 2o É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. O item está incorreto. 19. (ESAF/AFT/2003) As sociedades cooperativas a) podem ter o capital dividido em ações, regendo-se supletivamente pela Lei das Sociedades Anônimas. b) sempre atribuem responsabilidade limitada aos seus sócios. c) exigem que o sócio tenha ao menos uma quota ou ação do seu capital. d) atribuem ao sócio uma distribuição nos resultados proporcional às operações por meio delas realizadas. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 17 www.pontodosconcursos.com.br e) permitem a transferência das quotas a estranhos, desde que atuem profissionalmente no seu ramo de atividade. Comentários As cooperativas têm o capital social dividido em quotas-partes (Lei 5.764/71, art. 21). Art. 24. O capital social será subdividido em quotas-partes, cujo valor unitário não poderá ser superior ao maior salário mínimo vigente no País. Ademais, sua regência supletiva se dá pelas normas relativas às sociedades simples. Art. 1.096. No que a lei for omissa, aplicam-se as disposições referentes à sociedade simples, resguardadas as características estabelecidas no art. 1.094. Logo, concluímos pelo erro da assertiva a. E a assertiva b? Correto ou incorreta? Incorreta! Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada. A letra c igualmente é errônea, uma vez que a cooperativa tem dispensa legal do capital social. A letra d está correta. As cooperativas propiciam distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao capital realizado (CC, art. 1.094, VII). A letra e esta incorreta: os associados não podem alienar suas quotas a terceiros (CC, art. 1.094, IV), todavia, estes terceiros podem entrar na cooperativa, se satisfizerem as exigências do estatuto. Bem, esgotamos cooperativas. Vimos os aspectos mais importantes que já foram (e ainda são) cobrados em concurso, principalmente os da ESAF. Estudem com afinco!!! Passemos às limitadas. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 18 www.pontodosconcursos.com.br Sociedades limitadas Antes de começarmos as questões, vou pedir que vocês leiam muito bem o Código Civil. As questões da ESAF em comercial podem se dividir em dois grupos, antes do AFT 2006 e depois do AFT 2006. As provas de antigamente eram cheias de redações confusas, de entendimentos duplos, de questões incompletas. Contudo, as provas para AFRFB 2009 e AFT 2010 foram provas melhores elaboradas, de forma que o candidato que tivesse um bom conhecimento global da matéria poderia realizá-la tranquilamente. Daí a importância de ler os artigos correspondentes do Código Civil. Certo, amigos? 20. (ESAF/AFRFB/2009) A sociedade limitada opera sob firma ou denominação social. Comentários Segundo o nosso esquema: 1) Firma individual Æ Apenas empresário individual utiliza. 2) Apenas firma social Æ Sociedade em Nome Coletivo, em Comandita Simples. 3) Apenas denominação Æ Sociedades Anônimas, Cooperativas. 4) Denominação ou firma social Æ Comandita por ações, Sociedades Limitadas. As limitadas operam sob firma ou denominação social. O gabarito está correto. 21. (ESAF/AFRFB/2009) Os sócios podem contribuir com serviços para realização de suas cotas na sociedade limitada. Comentários Meus caros, este assunto está no topo do ranking dos mais cobrados em Direito Empresarial. Está errado! Gravem: Nas sociedades limitadas é vedada a contribuição que consista em prestação de serviços. Vejam o texto normativo: Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. § 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 19 www.pontodosconcursos.com.br Apenas para confirmar o que digo: 22. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2010) Sobre as quotas da sociedade limitada, os sócios podem realizar suas quotas mediante prestação de serviços. Comentários O item está errado. É vedada contribuição que consista em prestação de serviços. 23. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2010) Sobre as quotas da sociedade limitada, pela exata estimação dos bens dados em realização das quotas responde apenas o respectivo sócio. Comentários Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. § 1o Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social respondem solidariamente todos os sócios, até o prazo de cinco anos da data do registro da sociedade. Os sócios, no ato da subscrição, poderão comprometer-se a contribuir para a formação do capital social mediante pagamento em dinheiro, conferência de bens ou créditos à sociedade, sendo-lhes, entretanto, vedada a contribuição que consista em prestação de serviços. Em relação à contribuição em dinheiro, ressalte-se que, ao contrário das sociedades anônimas (Lei n. 6.404/74, art. 80, I), não há para as sociedades limitadas qualquer previsão legal que exija a integralização de um percentual mínimo do capital subscrito no ato da constituição da sociedade, tampouco fixe um prazo máximo para sua integralização. Em relação à contribuição dos sócios realizada mediante a conferência de bens, destaque-se que não existe nas sociedades limitadas a obrigatoriedade de prévia avaliação por peritos ou empresa especializada dos bens conferidos pelos sócios, tal como ocorre nas sociedades anônimas (Lei n. 6.404/76, art. 8º). Entretanto, pela exata estimação dos bens conferidos, respondem solidariamente todos os sócios até o prazo de cinco anos da data do registro da sociedade (CC, art. 1.055, § 1º). Assim, por exemplo, se determinado sócio integra à sociedade um veículo que diz valer R$ 30.000,00, responderão todos (o que Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 20 www.pontodosconcursos.com.br declarou e os outros solidariamente) caso se constate em um processo de execução fiscal contra a empresa, que o veículo vale menos do que o declarado. Gabarito Æ Incorreto. 24. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2010) Sobre as quotas da sociedade limitada, o capital pode ser dividido somente em quotas iguais. Comentários Segundo o Código Civil: Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. O capital social pode ser definido como o montante total de recursos que os sócios se comprometem a transferir do seu patrimônio pessoal para a formação do patrimônio da sociedade. A questão, portanto, está incorreta. 25. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2010) Sobre as quotas da sociedade limitada, as quotas são consideradas divisíveis em relação à sociedade. Comentários A quota social representa a unidade do capital social. O art. 1.055 do CC dispõe que as cotas podem ter valores iguais ou desiguais. Uma cota pode ter um ou mais de um dono (co-propriedade de quotas), hipótese em que o representante exercerá o direito de sócio. A quota divida entre os sócios, contudo, não é divisível em relação à sociedade. Para a sociedade, será apenas uma única quota. É o que se extrai da leitura do seguinte artigo: Art. 1.056. A quota é indivisível em relação à sociedade, salvo para efeito de transferência (...) Este assunto também foi cobrado na seguinte forma no concurso para ProcuradorMunicipal de Salvador, organizado pela FCC em 2006: (Procurador Jaboatão dos Guararapes/2006/FCC) A respeito das sociedades limitadas, é correto afirmar que as quotas podem ser iguais ou desiguais, mas são indivisíveis em relação à sociedade. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 21 www.pontodosconcursos.com.br Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. Art. 1.056. A quota é indivisível em relação à sociedade, salvo para efeito de transferência (...) Tudo bem até aqui? Conversaremos agora sobre a responsabilidade dos sócios e sobre o sócio remisso... 26. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2010) Não integralizada a quota do sócio remisso, os outros sócios podem tomá-la para si ou tranferi-la a terceiros, nos termos da lei. Comentários Vamos lá! A questão trata do sócio remisso. Mas o que vem a ser essa figura? O sócio remisso é que aquele que, após firmar o compromisso de integralizar fração do capital social, não o fez, ficando então em débito com a sociedade. Antes de qualquer sanção, é necessário que se faça prévia comunicação (prazo de 30 dias para adimplir a obrigação, a partir da notificação), como se extrai do artigo 1.004, par. único, do CC. Findo o prazo sem adimplemento pode a pessoa jurídica: 1) requerer indenização pelos danos emergentes de mora; 2) reduzir a quota ao montante já integralizado; 3) tomar para si, ou transferir a terceiros a quota não integralizada, excluindo o sócio remisso, devolvendo eventual contribuição já efetuada, descontado o que se deve à sociedade. Fica assim: AaA Sócio Remisso Notificação. Integralizou em 30 dias? SIM Continua como estava a sociedade NÃO Medidas a serem tomadas 1) Requerimento de danos emerg. de mora 2) Redução da quota ao montante já integralizado 3) Tomar para si ou transferir a terceiros a quota não integralizada, excluindo o sócio remisso. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 22 www.pontodosconcursos.com.br A questão, portanto, está correta. 27. (Procurador Municipal Salvador/2006/FCC) Nas sociedades limitadas o sócio remisso quanto às contribuições estabelecidas no contrato social, depois de constituído em mora, terá obrigatoriamente reduzida sua quota ao montante já realizado, não podendo ser compelido a pagar qualquer indenização. Comentários O item está incorreto. Como já trabalhamos com um quadro esquemático, vamos agora ao texto legal. Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora. Contudo, um aluno mais atento vai notar que o artigo 1.004 refere-se à sociedade simples, e não às limitadas. Por que da aplicação? Quando houver omissão do texto normativo em um assunto relativo à limitada, procuraremos a solução nos tópicos referentes à sociedade simples. Assim manda o artigo 1.053 do Código. Porém, neste caso, o artigo 1.058 nos remeteu expressamente ao 1.004: Art. 1.058. Não integralizada a quota de sócio remisso, os outros sócios podem, sem prejuízo do disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, tomá-la para si ou transferi-la a terceiros, excluindo o primitivo titular e devolvendo-lhe o que houver pago, deduzidos os juros da mora, as prestações estabelecidas no contrato mais as despesas. Já vimos que restam outras opções além de reduzir o capital ao montante integralizado. No total, são três, a saber: 1) requerer indenização pelos danos emergentes de mora; 2) reduzir a quota ao montante já integralizado; 3) tomar para si, ou transferir a terceiros a quota não integralizada, excluindo o sócio remisso, devolvendo eventual contribuição já efetuada, descontado o que se deve à sociedade. Gabarito Æ Incorreto. 28. (FGV/Fiscal de Rendas RJ/2009) Nas sociedades limitadas, a responsabilidade dos sócios é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. Comentários Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 23 www.pontodosconcursos.com.br A responsabilidade do sócio nas LTDAs é restrita ao valor de suas quotas, porém, os sócios respondem solidariamente pela integralização do capital social. Esse item também é campeão de cobranças! Levem para a prova. Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. Ou seja, um fornecedor da empresa que não recebeu seus créditos poderá, após executado o patrimônio social e não verificada a integralização completa deste, executar qualquer dos sócios para responder às dívidas até o limite faltante para a integralização completa do capital, havendo, ulteriormente, direito a regresso contra o sócio remisso. O item está correto. 29. (FCC/DPE SP/2007) Cada sócio responde pelo valor de sua quota e todos terão responsabilidade solidária pela integralização do capital social. Após esta integralização do capital, se a sociedade vier a sofrer perdas irreparáveis em razão das operações efetivadas, proceder-se-á à redução do capital social, diminuindo-se proporcionalmente o valor nominal das quotas de cada sócio. As características acima correspondem à sociedade limitada. Comentários A primeira parte já vimos estar correta. Para a segunda parte da questão encontramos resposta no seguinte artigo do Código: Art. 1.082. Pode a sociedade reduzir o capital, mediante a correspondente modificação do contrato: I - depois de integralizado, se houver perdas irreparáveis; II - se excessivo em relação ao objeto da sociedade. Art. 1.083. No caso do inciso I do artigo antecedente, a redução do capital será realizada com a diminuição proporcional do valor nominal das quotas, tornando-se efetiva a partir da averbação, no Registro Público de Empresas Mercantis, da ata da assembléia que a tenha aprovado. Assim, se existem 10 sócios com uma quota de R$ 1.000,00 cada, totalizando um capital social de R$ 10.000,00 e a sociedade tem uma perda irreparável de R$ 5.000,00. A quota de cada um será reduzida também nesta proporção (50% neste exemplo). 30. (ESAF/Defensor Público/CE/2002) Na sociedade por quotas de responsabilidade limitada: Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 24 www.pontodosconcursos.com.br a) não pode ser aplicada, no caso de omissão do seu estatuto social, a lei das sociedades anônimas; b) a sociedade não pode adquirir suas próprias quotas; c) o sócio remisso não pode ser excluído da sociedade; d) limitada é a responsabilidade do quotista, mas não a da sociedade. Comentários A letra a está incorreta. As sociedades limitadas constituem-se por estatuto? Não, amigos! Constitui-se por contrato social. Quanto à regência supletiva, temos a seguinte regra: 1) Se o contrato social não dispuser sobre o assunto, ser-lhe-ão aplicadas supletivamente as regras das sociedades simples. 2) Caso haja previsão no contrato, poderão se aplicar as regras das sociedades anônimas em caráter supletivo. A letra b também está incorreta. Não há regra para tanto no Código Civil. Contudo, a Lei 6.404/76 traz previsão sobre o assunto em seu artigo 30. Mas, a Lei 6.404 trata sobre as sociedades por ações. Ora, existe a possibilidade de a Lei das SAs se aplicar às limitadas? Sim, se o contrato social assim dispuser. Portanto, o item está incorreto. A letra c já vimos estar incorreta.O sócio remisso pode ser excluído da sociedade sim, recebendo de volta qualquer quantia que tenha até então integralizado. A letra d é o gabarito. A responsabilidade do sócio nas LTDAs é restrita ao valor de suas quotas, porém, os sócios respondem solidariamente pela integralização do capital social. Não se confunda, entretanto, a responsabilidade dos sócios com a da sociedade. A responsabilidade da sociedade é sempre ilimitada, responde integralmente com seu patrimônio. 31. (ESAF/AFT/MTE/2003) No novo modelo da sociedade limitada a) continua sendo exigido que os administradores sejam necessariamente sócios. b) todas as deliberações que envolverem compra, alienação ou oneração dos bens do ativo permanente dependerão de prévia autorização por Assembléia Geral de sócios. c) qualquer sócio poderá ser excluído da sociedade, por voto da maioria dos demais, quando sua atuação estiver pondo em risco a continuidade da empresa. d) o contrato social poderá prever a regência supletiva pela lei das sociedades por ações. Não o fazendo, aplicar-se-ão sempre as regras da sociedade simples. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 25 www.pontodosconcursos.com.br e) no silêncio do contrato social, o sócio poderá ceder sua quota a não-sócios, desde que não haja oposição de mais de um quarto do capital social. Comentários A alternativa a foi moleza (porém, aproveitaremos para falar um pouco sobre a Administração das limitdas). Nas sociedades limitadas a administração pode ser exercida por sócios ou não-sócios (letra a incorreta). Para o exercício da administração por não-sócio, há de constar expressa previsão em contrato social. Nas limitadas, a administração compete exclusivamente às pessoas naturais, sendo vedada a administração por pessoa jurídica (CC, art. 997, VI c/c art. 1.054). Nas sociedades em nome coletivo e em comandita simples, existe expressa vedação do Código ao exercício da administração por não-sócios (CC, art. 1.042 e 1.046). O administrador designado em ato separado terá trinta dias para investir-se no cargo, o que se dará mediante termo de posse no livro de atas da administração. Não havendo a posse no prazo citado, a designação tornar-se-á sem efeito (art. 1.062). A contar da investidura, o administrador terá dez dias para requerer a averbação de sua nomeação no registro competente (CC, art. 1.062, §2). O administrador, nomeado por instrumento em separado, deve averbá-lo à margem da inscrição da sociedade, e, pelos atos que praticar, antes de requerer a averbação, responde pessoal e solidariamente com a sociedade (CC, art. 1.012). O Código Civil prevê, em seu artigo 1.061, dois quóruns distintos para a eleição de administradores não-sócios (Independentemente de a nomeação ser feita no contrato social ou em ato separado): a) Se o capital social estiver totalmente integralizado, a eleição depende de 2/3 (dois terços), no mínimo (o contrato pode prever quórum maior), dos sócios; b) Se o capital estiver apenas parcialmente integralizado, a decisão deverá ser unânime, de todos os sócios. Já a destituição de não-sócios depende de votos correspondentes a: a) mais da metade do capital social, se feita em ato separado (CC, art. 1.076, II). Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 26 www.pontodosconcursos.com.br b) Se não-sócio foi nomeado no contrato social o quórum para destituição passa a ser de ¾ (três quartos) do capital social (CC, art. 1.076, I). Vejamos como esses quóruns já foram cobrados em concurso: (FCC/Procurador de Contas/TCE CE/2006) Em sociedades limitadas regidas subsidiariamente pelas regras da sociedade simples, a nomeação e destituição de administradores não sócios depende da concordância da unanimidade dos sócios. A nomeação de não sócio independe de ser feita em contrato social ou em ato em separado. Deve-se utilizar o quórum conforme esteja ou não totalmente integralizado o capital social. Vejamos: A destituição de não-sócio, repita-se, opera por: a) mais da metade do capital social, se feita em ato separado (CC, art. 1.076, II). b) Se não-sócio foi nomeado no contrato social o quórum para destituição passa a ser de ¾ (três quartos) do capital social (CC, art. 1.076, I). Quando se tratar de nomeação de sócio para a administração, feita em contrato separado, o ato deve ser aprovado por maioria absoluta do capital social (CC, art. 1.076, II). Atenção: todos estes quóruns são analisados em função do capital social, e não do número de sócios. A administração atribuída no contrato a todos os sócios não se estende de pleno direito aos que posteriormente adquiram essa qualidade (CC, art. 1.060, parágrafo único). A FCC, literal que é, já abordou este tema, na questão a seguir, em certame para Procurador de Jaboatão dos Guararapes: A respeito das sociedades limitadas, é correto afirmar que a administração atribuída a todos os sócios não se estende de pleno direito aos que posteriormente adquirirem essa qualidade. O item está correto. Nomeação de administrador não‐sócio Capital integralizado? Nomeação por 2/3 dos sócios, no mínimo SIM Unanimidade de sóciosNÃO Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 27 www.pontodosconcursos.com.br Já para a destituição de administradores, temos o seguintes quóruns: Destituição de administradores: Sócio nomeado no contrato Æ 2/3 do capital social Sócio nomeado em ato separado Æ maioria absoluta do capital Administrador Não sócio Æ maioria absoluta do capital Voltemos a nossa já esquecida questão. Letra b: b) todas as deliberações que envolverem compra, alienação ou oneração dos bens do ativo permanente dependerão de prévia autorização por Assembléia Geral de sócios. Esse item também está incorreto. Para respondê-lo, teremos de nos reportar subsidiariamente ao que o CC trouxe para as sociedades simples. Alguém recorda? Art. 1.015. No silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade; não constituindo objeto social, a oneração ou a venda de bens imóveis depende do que a maioria dos sócios decidir. Em outros termos, se o contrato social for silente, os administradores têm permissivo para praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade, salvo a venda ou a oneração de bens imóveis, que depende da decisão da maioria dos sócios, salvo se a operação com imóveis constituir o próprio objeto da sociedade. Para os bens móveis essa regra não é necessária. Como o ativo permanente é integrado por bens móveis e imóveis, temos que o item encontra-se incorreto. A letra c também está incorreta. Segundo o Código Civil: Art. 1.085. Ressalvado o disposto no art. 1.030, quando a maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí- los da sociedade, mediante alteração do contrato social, desde que prevista neste a exclusão por justa causa. Parágrafo único. A exclusão somente poderá ser determinada em reunião ou assembléia especialmente convocada para esse fim, ciente o acusado em tempo hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa. A exclusão de um sócio, em regra, será feita pela via judicial (como preleciona o art. 1.030). Contudo, a via administrativa (extrajudicial) também poderá ser utilizada para a exclusão, como via de exceção. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 28 www.pontodosconcursos.com.br Os quesitos básicos que seimpõem para a expulsão extrajudicial por justa causa são (art. 1.085, CC): REQUISITOS PARA A EXCLUSÃO EXTRAJUDICIAL 1) Previsão no contrato social; 2) Ato de gravidade praticado por parte do sócio; 3) Assembléia ou reunião específica para este fim; 4) Aviso ao sócio para fins de exercer contraditório e ampla defesa; 5) Quórum de maioria absoluta do Capital Social para a exclusão. Algumas pegadinhas que podem cair em concurso (como foi o caso da nossa questão): A) A exclusão é feita pela sociedade ou pelos sócios? Resposta: Pelos sócios. B) Os sócios minoritários e majoritários podem ser excluídos extrajudicialmente? Resposta: Não! Apenas o minoritário. Vejam que o quórum é maioria absoluta do capital social. Assim, apenas os minoritários podem arcar com esta via. Para os majoritários resta a via judicial. Portanto, item incorreto. d) o contrato social poderá prever a regência supletiva pela lei das sociedades por ações. Não o fazendo, aplicar-se-ão sempre as regras da sociedade simples. A assertiva incorre em erro, mas que depende de atenção para que o candidato acerte. Dissemos que as sociedades limitadas podem ter duas regências supletivas: das sociedades simples (contrato omisso); das sociedades anônimas (se o contrato assim dispuser). Assim, analisemos o item: o contrato é omisso quanto as regras a serem aplicadas supletivamente, portanto, a regência se dará pelas regras das sociedades simples. Mas espere, antes de aplicar as regras das SS, temos de aplicar as regras que são próprias às sociedades limitadas. Observem que é exatamente esse o pensamento do examinador da ESAF através da seguinte afirmação (correta) no concurso realizado para PFN em 2006: Em caso de omissão na regulamentação à sociedade limitada, aplicam-se os dispositivos da sociedade simples, e apenas supletivamente os da sociedade anônima e desde que tal aplicação esteja prevista no contrato social, não sendo possível usar de dispositivos da lei que de sociedade anônima quando a matéria estiver regida por artigos do Código Civil no capítulo relativo à limitada. Por fim, a letra e é o gabarito. Vamos ao dispositivo que a arremata: Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 29 www.pontodosconcursos.com.br Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do capital social. Vejamos como a ESAF abordou a questão em outro concurso: 31. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Não havendo disposição em contrário no contrato, desejando o sócio ceder suas cotas, total ou parcialmente, a outro sócio ou a terceiro, poderá fazê- lo desde que não haja oposição de mais de um quarto do capital social. O item está incorreto. Para cessão a outros sócios é prescindível a anuência dos demais sócios. Uma outra questão recente sobre a cessão de quotas: 32. (FCC/Fiscal de Rendas SP/2009) Nas sociedades limitadas, quando a maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, por atos de gravidade inegável, (A) poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social, desde que prevista neste a exclusão por justa causa. (B) deverá promover a dissolução total da sociedade, independentemente de ação judicial, para exclusão dos sócios. (C) terá de propor, necessariamente, ação de dissolução parcial da sociedade, sob pena de responder solidariamente pelos prejuízos sofridos por terceiros. (D) deverá excluí-los da sociedade, independentemente de previsão contratual, pagando ao excluído o valor nominal de suas cotas. (E) poderá depositar judicialmente os créditos dos sócios faltosos, afastando-os da administração da sociedade, mas não poderá excluí-los do quadro societário, por ferir o direito de propriedade. Comentários Indaguemos, no caso concreto, se cabe a exclusão extrajudicial. Analisando a letra a da questão conjugada com o enunciado, abstraímos que são estes os dados: a) maioria dos sócios, mais da metade do capital social; b) atos de gravidade inegável; c) alteração no contrato social; d) previsão no contrato por justa causa. Quais os requisitos que dissemos que devem estar presentes? REQUISITOS PARA A EXCLUSÃO EXTRAJUDICIAL 1) Previsão no contrato social; 2) Ato de gravidade praticado por parte do sócio; Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 30 www.pontodosconcursos.com.br 3) Assembléia ou reunião específica para este fim; 4) Aviso ao sócio para fins de exercer contraditório e ampla defesa; 5) Quórum de maioria absoluta do Capital Social para a exclusão. Portanto, procede o texto da letra a, com a exclusão extrajudicial. Resta desnecessária a exclusão pela via judicial ou a dissolução da sociedade. 33. (FGV/Auditor Fiscal Amapá/2010) Mário Souza alienou as suas quotas da Sociedade Bom Garfo Restaurante Ltda. Para Pedro Silva. O contrato social, no entanto, não foi alterado para reproduzir a modificação do quadro societário, nem houve registro do instrumento de cessão de quotas no órgão competente. Considerando os fatos expostos, é correto afirmar que Mário Souza deve se preocupar com a modificação do contrato social que contenha a retirada do seu nome como sócio, pois ele é responsável solidariamente com Pedro Silva, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações de sócio, até dois anos após a averbação da modificação contratual referente à sua retirada. Comentários Questão fresquinha. Prova realizada em março de 2010. Vamos fazer um combinado de artigos para matá-la. Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade. Ok! Esta alteração societária já não teve efeito perante a sociedade e terceiros. Continuando... Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do capital social. Este artigo não está importando tanto, vamos ao seu parágrafo único... Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à sociedade e terceiros, inclusive para os fins do parágrafo único do art. 1.003, a partir da averbação do respectivo instrumento, subscrito pelos sócios anuentes. Uma outra alternativa desta questão continha o seguinte enunciado....“A alienação de quotas tem eficácia tanto entre as parte – Mário Souza e Pedro Silva – quanto perante a sociedade Bom Garfo Restaurantes Ltda.”. Ora, o parágrafo único acima estudado Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 31 www.pontodosconcursos.com.br diz que não terá eficácia quanto à sociedade e terceiros. Todavia, entre as partes é válido. Por fim, vamos arrematar a nossa questão lá de cima... Art. 1.032. A retirada, exclusão ou morte do sócio, não o exime, ou a seus herdeiros, da responsabilidade pelas obrigações sociais anteriores, até dois anos após averbada a resolução da sociedade; nem nos dois primeiros casos, pelas posteriores e em igual prazo, enquanto não se requerer a averbação. Assim, houve cessão por parte Mário. Ok! Enquanto não requerer averbação continuará respondendo. Após requerer, continuará a responder por dois anos, juntamente a Pedro, pelas dívidas anteriores. A questão está correta. 34. (CESPE/Analista de Controle Externo/TCE AC/2009) Tal como na disciplina das sociedadesanônimas, na constituição das sociedades por cotas de responsabilidade limitada, é obrigatória a instituição do conselho fiscal, composto por três ou mais membros e respectivos suplentes. Comentários O Conselho Fiscal é um órgão colegiado, criado para se acompanhar e fiscalizar, de perto, a gestão da atividade. As sociedades limitadas podem possuir conselho fiscal, composto por três ou mais membros, sócios ou não, residentes no país (CC, art. 1.066). Já nas sociedades por ações é obrigatória a existência de Conselho Fiscal, conforme determina o artigo 161 da Lei 6.404/76. Para a prova: Vejamos uma da ESAF a respeito? 35. (ESAF/PROCURADOR DF/2007) Sem prejuízo dos poderes da assembléia dos sócios, pode o contrato da sociedade limitada instituir Conselho Fiscal. Ficou fácil perceber que o item está correto. Conselho FiscalObrigatório: SAs Facultativo: LTDAs ‐ 3 ou mais membros; ‐ Sócios ou não; ‐ Residentes no país. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 32 www.pontodosconcursos.com.br 36. (ESAF/AFT/MTE/2006) A disciplina sociedade limitada, predisposta no Código Civil, a par de ter revogado o Decreto n. 3.708/1919, no que diz respeito aos administradores prevê que: a) pode ser destituído, sem motivação, qualquer sócio indicado no instrumento de contrato. b) não podem ser destituídos terceiros que, no instrumento de contrato, figurem como delegados de sócios. c) o instrumento de contrato não precisa nomear qualquer administrador, providência que será feita sempre por instrumento separado. d) não pode ser destituído o liquidante designado no instrumento de contrato. e) pode ser destituída qualquer pessoa nomeada administrador por instrumento separado. Comentários A letra a está incorreta. A destituição de administrador de sociedade deve ser devidamente motivada. A letra b está também errada. Qualquer administrador pode ser destituído, sócio ou não sócio, nomeado em ato separado ou no contrato social. A letra c é igualmente falha. A nomeação de administrador pode ser feita em contrato social ou em ato separado. A letra d também é errônea. Por ora, gravem que o liquidante pode ser destituído. Veremos o assunto em aula própria. A letra e é o gabarito. Falou-se que qualquer administrador pode ser destituído, sócio ou não sócio, nomeado em ato separado ou no contrato social. 37. (FCC/ISS/Santos/2006) A respeito das sociedades limitadas é correto afirmar que a assembléia dos sócios instala-se, em primeira convocação, com a presença de titulares de no mínimo 51% do capital social. Comentários Em regra, as decisões da empresa são tomadas por seu administrador ou por seus administradores. Para decidir sobre a compra de uma matéria-prima, contratação de um pedreiro, etc. não há necessidade de reunião entre os sócios. Todavia, algumas matérias a lei dedicou à deliberação social, sem prejuízo de outras que estejam previstas no contrato social, são elas: Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 33 www.pontodosconcursos.com.br Art. 1.071. Dependem da deliberação dos sócios, além de outras matérias indicadas na lei ou no contrato: I - a aprovação das contas da administração; II - a designação dos administradores, quando feita em ato separado; III - a destituição dos administradores; IV - o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no contrato; V - a modificação do contrato social; VI - a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do estado de liquidação; VII - a nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das suas contas; VIII - o pedido de concordata (Substituída pela recuperação judicial). Essas deliberações são tomadas por assembléia de sócios. Porém, nas limitadas com menos de 10 sócios, podemos substituí-la pela chamada reunião de sócios. A diferença entre uma e outra encontra-se no rito. A assembléia está prevista no próprio Código, enquanto que a reunião segue rito previsto no próprio contrato social. A reunião ou a assembléia tornam-se dispensáveis quando todos os sócios decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto delas (CC, art. 1.072, §3º). As deliberações tomadas de conformidade com a lei e o contrato vinculam todos os sócios, ainda que ausentes ou dissidentes (CC, art. 1.072, §5º). 10 sócios O quórum para instalação de uma assembléia é de ¾ do capital social, para a primeira convocação. Para a segunda convocação, realiza-se com qualquer número. Ressalte-se, porém, que o quórum para instalação distingue-se do quórum para deliberação. Art. 1.076. Ressalvado o disposto no art. 1.061 e no § 1o do art. 1.063, as deliberações dos sócios serão tomadas: Menos = reunião Mais = Assembléia Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 34 www.pontodosconcursos.com.br I - pelos votos correspondentes, no mínimo, a três quartos do capital social, nos casos previstos nos incisos V e VI do art. 1.071; II - pelos votos correspondentes a mais de metade do capital social, nos casos previstos nos incisos II, III, IV e VIII do art. 1.071; III - pela maioria de votos dos presentes, nos demais casos previstos na lei ou no contrato, se este não exigir maioria mais elevada. O item, portanto, está incorreto. 38. (ESAF/PFN/2006/Adaptada) Na sociedade limitada, exige-se a concordância de três quartos do capital social para a mudança do objeto social, enquanto que na sociedade simples esta alteração deve ser unânime. Comentários Art. 1.071. Dependem da deliberação dos sócios, além de outras matérias indicadas na lei ou no contrato: V - a modificação do contrato social; Conjugando esse dispositivo com o que se segue, temos que o quórum é realmente de três quartos do capital social nas sociedades limitadas. Art. 1.076. Ressalvado o disposto no art. 1.061 e no § 1o do art. 1.063, as deliberações dos sócios serão tomadas: I - pelos votos correspondentes, no mínimo, a três quartos do capital social, nos casos previstos nos incisos V e VI do art. 1.071; Nas sociedades simples, peço que se reportem à questão 32 da aula 1, onde fora explicado o quórum para modificação no contrato social das SS. Neste caso trata-se de unanimidade de sócios. O item está correto. 39. (ESAF/Procurador do DF/2004) Numa sociedade limitada: a) apenas sócios podem ser administradores. b) a responsabilidade dos sócios é limitada ao valor de suas quotas, não havendo solidariedade. c) o conselho fiscal é obrigatório. d) o capital social é dividido em ações. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 35 www.pontodosconcursos.com.br e) mesmo após a integralização de todo o capital social, o patrimônio dos sócios pode ser responsabilizado por obrigações da sociedade, no caso da desconsideração da personalidade jurídica. Comentários Responderemos esta de forma mais rápida. Letra a: incorreta. A administração das sociedades limitadas pode competir a sócio ou não sócio. Letra b: incorreta. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. Letra c: incorreta. O Conselho Fiscal nas sociedades limitadas é de existência facultativa. Nas SAs é obrigatória a instalação. Letra d: incorreta. O capital social de uma sociedade limitada é dividido em quotas. Letra e: a teoria da desconsideração da personalidade jurídica será estudada em capítulo próprio. Adiante-se, porém, um pouco de sua definição para que possam compreender o cerne da questão.A teoria da desconsideração visa a responsabilizar diretamente os administradores/sócios quando estes utilizam a pessoa jurídica, aparentemente na forma da lei, com desvio, porém, de sua exata função. A teoria da desconsideração da personalidade jurídica está consagrada no artigo 50 do Novo Código Civil, que dispõe: Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. Com efeito, não há óbice que seja desconsiderada a personalidade jurídica da pessoa nos casos de desvio de finalidade, ou confusão patrimonial, mesmo que o capital esteja totalmente integralizado. 40. (FCC/ISS/Santos/2006) A respeito das sociedades limitadas é correto afirmar que o administrador pode, independentemente de deliberação dos sócios, modificar o contrato social em relação à cláusula que possa implicar dano irreparável. Comentários Segundo o artigo 1.014 do Código Civil que os atos de competência conjunta de vários administradores devem ser tomados por decisões de todos, ressalvados os casos de dano irreparável ou Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 36 www.pontodosconcursos.com.br grave. Essa autorização não vige, porém, para que seja alterado o Contrato Social, mas, tão-somente, sejam tomadas as decisões. Item incorreto. 41. (CESPE/Analista de Controle Externo/TCE AC/2009) Na sociedade por cotas de responsabilidade limitada, tendo em vista a sua natureza eminentemente de sociedade de pessoas, caso haja omissão do contrato social, o sócio não pode ceder sua respectiva cota, total ou parcialmente, a quem já seja sócio. Comentários Conforme ensina o insigne Fábio Ulhoa Coelho, as sociedades de pessoas são aquelas em que a realização do objeto social depende mais dos atributos individuais dos sócios que da contribuição material que eles dão. As de capital são as sociedades em que essa contribuição material é mais importante que as características subjetivas dos sócios. A natureza da sociedade importa diferenças no tocante à alienação da participação societária (quotas ou ações), à sua penhorabilidade por dívida particular do sócio e à questão da sucessão por morte. A sociedade limitada pode ser de pessoas ou de capital, de acordo com o previsto no contrato social. Eis o primeiro erro da assertiva. Ainda, estudou-se no decorrer da aula que: Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do capital social. A questão, portanto, está incorreta. 42. (CESPE/Procurador do Estado/PGE AL/2009/Adaptada) Marcos, Pedro e Rodrigo constituíram sociedade limitada para explorar o comércio de compra e venda de produtos hospitalares. No contrato social, consta que o capital social representa R$ 30 mil, sendo dividido em 120 quotas de R$ 250 cada. Os sócios subscreveram e integralizaram cada um 40 quotas. Ficou constando do contrato, também, que poderá ser designado administrador não-sócio e que a sociedade será regida pelas normas do Código Civil. Sobre essa situação, é correto afirmar que caso adote deliberação contrária ao contrato social, Marcos responderá limitadamente pelas obrigações sociais relacionadas à deliberação ilícita. Comentários Segundo o artigo 1.080 do Código Civil: Art. 1.080. As deliberações infringentes do contrato ou da lei tornam ilimitada a responsabilidade dos que expressamente as aprovaram. Item incorreto. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 37 www.pontodosconcursos.com.br 43. (FCC/Procurador SE/2005) Nas sociedades limitadas, o sócio que, para integralizar o capital, fizer conferência de bens, responde pela evicção. Comentários A integralização do capital social pode ser feita através de dinheiro, créditos ou de bens. Se feita em bens o sócio responderá pela evicção, indenização e custas judiciais que dela decorram. Evicção é o desapossamento do bem por causa jurídica. Se o bem for reivindicado por terceiro, posteriormente à integralização, por direito anterior a ela (integralização) este responderá pelos danos sofridos pela sociedade (CC, artigo 1.005). Item correto. 44. (OAB SP/2005) Na sociedade limitada, resolvendo-se o vínculo de um sócio com a sociedade empresária de que faz parte, e não havendo previsão contratual a respeito, seus haveres sociais serão pagos de acordo com o critério do valor patrimonial de suas quotas na data da resolução, apurado em balanço especial. Comentários Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado (CC, art. 1.031). Item correto. Sobre as sociedades limitadas, isso era o que tínhamos necessidade de conhecer. Iremos dar uma introdução ao assunto sociedades por ações, terminando o conteúdo na próxima aula... Sociedades Anônimas 45. (CESPE/Juiz Federal Substituto/TRF 5ª/2009) Uma sociedade anônima é considerada aberta ou fechada conforme os valores mobiliários que emita possam ou não ser negociados no mercado de valores mobiliários. Comentários Sociedade anônima (normalmente abreviado por S.A., SA ou S/A) é uma forma de constituição de empresas na qual o capital social não se encontra atribuído a um nome em específico, mas está dividido em ações que podem ser transacionadas Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo 38 www.pontodosconcursos.com.br livremente, sem necessidade de escritura pública ou outro ato notarial. Por ser uma sociedade de capital, prevê a obtenção de lucros a serem distribuídos aos acionistas. Há duas espécies de sociedades anônimas: a) Companhia aberta (também chamada de empresa de capital aberto), que capta recursos junto ao público e é fiscalizada, no Brasil, pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários); b) Companhia fechada (também chamada de empresa de capital fechado), que obtém seus recursos dos próprios acionistas. Portanto, é esta a diferença essencial entre um e outro tipo de sociedade anônima: a negociação de seus valores mobiliários no mercado de valores mobiliários, possível apenas para a companhia aberta. A Lei 6.404 dispõe neste sentido que: Art. 4o Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários. Mas o que é valor mobiliário? É um título emitido pelas empresas que confere a seu proprietário (do título) direitos patrimoniais ou creditícios sobre as mesmas. São os seguintes os valores mobiliários que podem ser emitidos pelas sociedades anônimas: ações, partes beneficiárias, debêntures, bônus de subscrição e nota comercial. Pelo exposto, encontra-se incorreto o item a seguir, proposto no concurso para Escriturário do Banco do Brasil, em 2006, pela FCC: 46. (Banco do Brasil/2006/FCC) São vários os cuidados estabelecidos para a preservação do bom funcionamento do mercado de capitais. No Brasil, uma das condições estabelecidas para os valores mobiliários é que sua emissão pública se dá exclusivamente por companhias fechadas. Na FEPESE, banca organizadora do
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