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Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 4: Contratos no direito empresarial Olá, como vão? Prontos para mais um encontro? Sei que, para muitos, não é um encontro tão agradável como sair pra fazer um happy hour, jogar um futebol, ir a um bom restaurante ou ao cinema. Contudo, trata-se de um encontro necessário (eu, pelo menos, gosto). O Direito Comercial está mais presente em nossas vidas do que imaginamos. Quando você sai de casa para comprar uma calça jeans nova ou quando você é contratado por uma empresa farmacêutica para representar determinado medicamento perante hospitais, farmácias, etc. Ou, melhor ainda, quando você, já aprovado, vai comprar aquele carro dos sonhos, o novo Hyundai Ix 35, por exemplo, e o deixa em alienação fiduciária em garantia. Além dessas, milhares de outras situações já estudadas e a serem estudadas integram e envolvem a nossa disciplina. Como não gostar dela? Hoje nossa aula tratará sobre os seguintes aspectos do edital: 5. Contratos no direito empresarial: contratos de troca (compra e venda mercantil, alienação fiduciária em garantia, arrendamento mercantil); contratos de colaboração (sociedade, representação comercial, comissão mercantil, distribuição, concessão comercial, franquia e faturização). O assunto é divertido, porém, existem muitos detalhes. Estudaremos de forma a não passar nada em branco na hora da prova. Antes de começar, quero esclarecer um aspecto sobre o curso. Recebi alguns e-mails questionando a quantidade de questões de outras bancas presentes nas aulas. Amigos, pergunto: qual a data da última prova de direito empresarial realizada pela ESAF? Pois bem, a resposta ao questionamento de vocês se encontra aí! Foi o AFT, com meras 5 questões. Depois foi o AFRFB em 2009. Depois somente o Procurador do DF em 2007. As questões da banca são poucas. Assim, podemos optar por trabalhar questões de outras bancas e fazer uma abordagem mais completa da disciplina ou nos limitar a questões da ESAF, trabalhando com um número reduzido de questões. Eu, enquanto concurseiro (e sempre penso como tal), Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 2 optaria pela primeira forma e presumi que vocês também assim o fariam. Portanto, meus amigos, salvo convenção coletiva de vocês em contrário, continuaremos trabalhando deste modo. Caso essa não seja a preferência de muitos, peço que nos comunique para que possamos reavaliar. O importante é o aprendizado para a prova! Ok? Como diz um conhecido, tudo é questão de marcar o “x” no lugar correto. Era isso! Vamos “matar” as questões? Começaremos por uma questão sobre um assunto da última aula que ficou para trás. É do AFRFB 2009. Vejamos: 0. (ESAF/AFRFB/2009) Sobre a transformação, assinale a opção incorreta. a) A passagem de uma companhia fechada para uma aberta constitui transformação societária. b) O ato de transformação independe da prévia dissolução ou baixa da forma empresarial originária. c) Na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade limitada sob titularidade de um único sócio, este pode requerer ao Registro Público de Empresas a transformação do registro da sociedade para empresário individual. d) Admite-se a transformação de uma sociedade em nome coletivo para uma sociedade limitada. e) Caso venha a admitir sócios, o empresário individual poderá solicitar ao Registro Público de Empresas a transformação de seu registro de empresário para resgistro de sociedade empresária. Comentários A transformação é a operação pela qual a sociedade passa, independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo para outro. Portanto, com base no exposto a passagem de uma companhia fechada para uma aberta não constitui transformação societária, uma vez que não há mudança de tipo societário. O item a está incorreto. No mesmo caminho, a letra b está correta, vez que o ato de transformação independe de prévia dissolução ou baixa da forma empresarial originária. Passemos à letra c. Segundo o Código Civil dissolve-se a sociedade quando ocorrer a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias (CC, art. 1.033, IV). Todavia, o parágrafo único do artigo em epígrafe dispõe que não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade, Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 3 requeira no Registro Público de Empresas Mercantis a transformação do registro da sociedade para empresário individual. Item correto, portanto. A letra d está correta, vimos que a transformação pode abarcar quaisquer tipos societários. A letra e também está correta. Trata-se de literalidade do Código Civil: Caso venha a admitir sócios, o empresário individual poderá solicitar ao Registro Público de Empresas a transformação de seu registro de empresário para registro de sociedade empresária (CC, art. 968, §3º). Gabarito Æ A. Agora, vamos ao assunto de hoje, contratos mercantis. 1. (ESAF/PGFN/2007) Contratos empresariais caracterizam-se por: a) uma das partes ser empresária. b) terem por objeto o exercício da empresa. c) serem uma das formas de organização da atividade empresária. d) haver cooperação entre diferentes agentes econômicos na organização dos negócios. e) serem essenciais para a circulação de bens e serviços em mercados. Comentários Os contratos existentes no ordenamento jurídico brasileiro podem se submeter a quatro regimes jurídicos distintos: cível, consumerista, trabalho e administrativo. O enquadramento num ou noutro tipo dependerá da figura do contratante. Os contratos mercantis enquadram-se na categoria de contratos cíveis. Um contrato é mercantil quando os dois contratantes são empresários. Portanto, a letra a está incorreta. Na exploração das atividades que lhe são inerentes o empresário celebra contratos constantemente. Os fatores de produção, quais sejam, capital, insumo, mão-de-obra e tecnologia exigem constantemente que sejam feitas essas avenças. Por este motivo os contratos empresariais caracterizam-se, sim, por ser uma das formas de organização da atividade empresária. O gabarito da nossa questão é a letra c. A letra b está incorreta. O objeto de um contrato não é o exercício de empresa. Os contratos visam a auxiliar o exercício de empresa, como corretamente afirmado na assertiva c, contudo, não Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 4 podemos confundir esta finalidade com o objeto. O objeto, por exemplo, de um contrato de compra e venda mercantil entre um importador e um atacadista é exatamente a compra e venda mercantil. A letra d não apresenta uma característica dos contratos empresariais. A letra e está incorreta uma vez que mercadorias e serviços podem circular em mercados tanto entre empresários como entre pessoas físicas ou sociedades simples, associações, fundações, ou quem quer que seja. Por isso, não são essenciais à circulação de bens e serviços os contratos empresariais. Gabarito Æ C. 2. (FCC/Promotor de Justiça/MP CE/2009) Em relação a contratos mercantis, é correto afirmar que: a) por sua natureza, o mandato mercantil pode ser oneroso ou gratuito. b) a compra e venda é mercantil quando o vendedor ou comprador são empresários, podendo uma das partes sê-lo ou não. c) a alienação fiduciária em garantia tem sua abrangência restrita a bens móveis. d) as empresasde faturização, ou fomento mercantil, a exemplo das instituições financeiras, devem manter sigilo sobre suas operações. e) o arrendamento mercantil é a locação caracterizada pela compra compulsória do bem locado ao término da locação. Comentários Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses (CC, art. 653). A procuração é o instrumento do mandato. Como exemplo, pode um fornecedor conferir mandato a pessoa de sua confiança para que trate dos contratos de compra e venda da empresa. O mandato pode ser civil ou mercantil. Sendo mercantil, será ele regido pelas mesmas disposições do civil – art. 653 ao 691 do Código Civil -, porém, a onerosidade do mandato passa ser obrigatória (CC, art. 658). MANDATO MERCANTIL Æ OBRIGATORIAMENTE ONEROSO. Esse assunto, todavia, não consta no edital de direito empresarial. Inobstante, o item está incorreto. Passemos à alternativa b. O contrato de compra e venda mercantil opera-se pela figura de empresários nos dois pólos, Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 5 obrigatoriamente, temos como exemplo uma indústria que vende mercadorias para um atacadista. O contrato de compra e venda mercantil é consensual, isto é, nasce do encontro de vontades do vendedor e do comprador, contanto que acertem dois detalhes: a coisa a ser negociada e o preço. Atente-se para o fato de que o preço deve ser sempre em dinheiro, sendo que, caso contrário, ter-se-á um contrato de troca. A questão b está incorreta. As partes têm obrigação de cumprir o contrato, o comprador deve pagar o preço e vendedor deve transferir a propriedade da coisa vendida. Se o comprador não pagar o preço, responde pelo valor devido + perdas e danos ou pena compensatória e pelos outros encargos assumidos. Se o vendedor não cumprir sua parte cabe ao comprador indenização por perdas e danos, ou, opcionalmente, exigir o cumprimento do contrato. Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. A letra c está incorreta. Os bens móveis e imóveis podem ser objeto de alienação fiduciária em garantia, conforme prescreve a Lei 9.514/97, art. 22. Explique-se melhor o assunto. A alienação fiduciária em garantia, a faturização, o arrendamento mercantil e o cartão de crédito constituem o que a doutrina chama de contratos bancários impróprios. Fábio Ulhoa Coelho traz a seguinte definição para a alienação fiduciária: “Por alienação fiduciária entende-se aquele negócio em que uma das partes (fiduciante), proprietário de um bem, aliena-o em confiança para a outra (fiduciário), a qual se obriga a devolver-lhe a propriedade do mesmo bem nas hipóteses delineadas em contrato”. A alienação fiduciária possui natureza instrumental. Gravem. É ela sempre negócio destinado a realização de outro, chamado de negócio fim. A alienação fiduciária em garantia é espécie do gênero alienação fiduciária. A letra d é o gabarito da nossa questão. Ao vender a prazo, o empresário fica naturalmente sujeito aos riscos de insolvência. Nessa acepção, surge a figura das faturizadoras. Faturização, factoring ou fomento mercantil é, em lição comezinha, o instrumento mediante o qual o beneficiário de um título de crédito, que pode ser nota promissória, cheque, etc., cede Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 6 onerosamente a propriedade do crédito à faturizadora. Esta, por sua vez, assumirá o crédito, mediante pagamento ao antigo titular. Dispõe a Lei Complementar 105/2001 que as instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados. No parágrafo segundo do artigo 1º, equipara as empresas de factoring às instituições financeiras. Deste modo, deflui-se que as empresas de factoring devem também manter o sigilo das operações que praticam. Um ponto importante que também pode ser cobrado em prova é a distinção entre a operação da factoring e o desconto bancário. Veja o esquema... Desconto bancário Æ O endossante do título (quem o transmite) permanece coobrigado. Factoring Æ O cedente se exonera da responsabilidade pela adimplência do devedor. Outro aspecto importante é a distinção entre convencional factoring e maturity factoring. Convencional factoring Æ A faturizadora paga o faturizado antes do vencimento do crédito. Maturity factoring Æ A transferência do dinheiro se dá no vencimento do crédito. Por fim, discorramos sobre a letra e. O arrendamento mercantil, também chamado de leasing, é a realização de negócio entre pessoa jurídica num pólo, como arrendadora, e pessoa física ou jurídica no outro, como arrendatário, para o arrendamento de bens (esses bens podem ser móveis ou imóveis), de propriedade da arrendadora. Frise-se: É o arrendamento mercantil o contrato pelo qual a arrendadora concede à arrendatária o direito de utilizar determinada coisa, cobrando aluguel pelo uso temporário e admitindo que, a certo tempo do contrato, a parte que vem utilizando aquela coisa declare sua opção de compra, pagando o preço residual. Ao final da compra, o arrendatário poderá optar também pela prorrogação do aluguel, ou pela devolução da coisa. Não existe, assim, a compulsoriedade a que a questão aludiu. O Cespe, tentando sabotar os mais desavisados, cobrou o assunto da seguinte forma: (Cespe/Auditor Fiscal/Vila Velha/2007) No contrato de alienação fiduciária em garantia, o proprietário confere ao locador a faculdade de optar pela compra do bem locado, ao final do contrato. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 7 Ora, o item está incorreto. Tratou-se, em verdade, do contrato de arrendamento mercantil, e não de alienação fiduciária em garantia. Gabarito Æ D. 3. (Cespe/Juiz Federal/TRF 5ª/2009) Acerca de aspectos diversos do direito civil e do direito empresarial, assinale a opção incorreta. a) Encontra-se já sedimentado na jurisprudência do STJ que, nos contratos garantidos por alienação fiduciária, não há depósito típico, razão pela qual não há que se falar em imposição de prisão civil, possibilidade presente apenas para o devedor de pensão alimentícia. b) Nos contratos de leasing, caso conste cláusula resolutiva expressa, não se exige a notificação prévia do arrendatário para que o contrato seja considerado em mora. c) Os contratos de colaboração empresarial são aqueles que se definem por uma obrigação particular, em que um dos contratantes (o colaborador) assume, em relação aos produtos ou serviços do outro (o fornecedor), a criação ou ampliação do mercado. d) De acordo com a jurisprudência, as administradoras de cartões de crédito são consideradas instituições financeiras. Comentários Comecemos pela letra d. O cartão de crédito é o contrato bancário em que determinada instituição financeira, chamada operadora, disponibiliza determinada quantia para que os clientes comprem bens e serviços em estabelecimentos comerciais que na financeira possuam cadastro. Os estabelecimentos, por sua vez, receberão os valores diretamente da operadora, que cobrará os respectivos valores dos clientes. O item todavia, também não consta do edital. Segundo a Súmula 283 do Superior Tribunal de Justiça “As empresas administradoras de cartão de crédito são instituições financeiras (...)”. Portanto, o item está correto. Passemos à alternativa a. Há um contrato de depósito quando alguém entrega alguma coisa aoutrem para que o guarde. O depositário exerce a guarda no interesse do depositante, o qual pode dele exigir a restituição do bem a qualquer tempo. Na alienação fiduciária, contudo, o devedor fiduciante recebe o bem alienado fiduciariamente, como possuidor direto e como titular de um direito eventual, sem que tenha a obrigação de restituí-lo segundo o arbítrio ou a vontade do credor. Ou seja, enquanto estiver em dia com as prestações, não poderá o credor fiduciário exigir-lhe a restituição do bem. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 8 Como cediço, a CF/88 prevê duas hipóteses de prisão civil, a saber (art. 5, LXVII): I - a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e II - a do depositário infiel. Como na alienação fiduciária em garantia não há depósito, não há que se falar em prisão civil por esse motivo. É esse o entendimento esposado pelo STJ. Diga-se, ainda, que não mais existe em nosso ordenamento a prisão do depositário infiel, como se vê no informativo a seguir: STF restringe a prisão civil por dívida a inadimplente de pensão alimentícia. Por maioria, o Plenário do STF arquivou o RE 349703 e, por unanimidade, negou provimento ao RE 466343, que discutiam a prisão civil de alienante fiduciário infiel. O Plenário estendeu a proibição de prisão civil por dívida, prevista no artigo 5º, inciso LXVII, da CF, à hipótese de infidelidade no depósito de bens e, por analogia, também à alienação fiduciária, tratada nos dois recursos. Assim, a jurisprudência da Corte evoluiu no sentido de que a prisão civil por dívida é aplicável apenas ao responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia. O Tribunal entendeu que a segunda parte do dispositivo constitucional que versa sobre o assunto é de aplicação facultativa quanto ao devedor – excetuado o inadimplente com alimentos – e, também, ainda carente de lei que defina rito processual e prazos. Portanto, o item a está correto. Falemos novamente sobre o leasing ou arrendamento mercantil. Em nosso ordenamento, em virtude de preocupação com as repercussões de natureza tributária, temos o seguinte conceito para o leasing: negócio jurídico realizado entre uma pessoa jurídica (arrendadora) e uma pessoa física ou jurídica (arrendatária) cujo objeto é a locação de bens adquiridos pela primeira de acordo com as especificações fornecidas pela segunda e para uso desta (Lei 6.099/74, art. 1º, parágrafo único). Essa definição conferirá tratamento especial nas relações tributárias do leasing. O “arrendamento” que não atender as condições estabelecidas pela lei supracitada será considerado como compra e venda a prazo. Para a relação entre as partes (relações de direito privado) não há quaisquer dispositivos que regulem o tipo contratual, regendo-se, portanto, tal como negociado entre elas. Frise-se, também, que o objeto do leasing pode ser bem móvel ou imóvel (Lei 6.099/74, art. 10º). Façamos agora um esquema sobre os tipos de leasing... Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 9 Existe, ainda, o lease-back, que é uma operação de leasing financeiro em que o próprio cliente atua também como “fornecedor”: ele vende o bem para a arrendadora e em seguida arrenda o bem. Ao fim do contrato, o cliente compra o bem pelo valor residual garantido. O lease-back funciona como uma maneira simples e rápida de obter um capital de giro de longo prazo com garantia real e sem incidência de IOF. A empresa vende um bem do seu ativo imobilizado sem perder o seu uso e depois o recompra. O Cespe já abordou este tema, do seguinte modo: 4. (Cespe/Advogado Geral da União/2009) Caracteriza-se leasing operacional quando uma sociedade empresária aliena um bem de sua propriedade à companhia de leasing, que o arrenda à mesma pessoa jurídica que o vendeu. Gabarito: O item está incorreto, uma vez que se trata do conceito de lease-back e não de leasing operacional. Ao termo do prazo pactuado entre as partes resta ao arrendatário: 1) Adquirir o bem, pagando, caso exista, o valor residual; 2) Devolver o bem, restituindo-se-lhe o valor residual, se houver; 3) Renovação do arrendamento. Pois bem, feitas as devidas considerações, passemos à questão. Leasing Financeiro Operacional Inexiste valor residual expressivo. O valor das prestações deve ser suficiente para a recuperação do custo do bem e o retorno do investimento da arrendadora. O prazo mínimo do arrendamento é de dois anos para bens com vida útil de até cinco anos e de três anos para os demais. O somatório das prestações pagas pela arrendatária não pode ultrapassar 75% do custo do bem, o que, de todo o modo, provocará a existência de valor residual ao fim. As despesas com manutenção e assistência técnica são de responsabilidades da arrendadora. O prazo é no mínimo de 90 dias para qualquer bem. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 10 b) Nos contratos de leasing, caso conste cláusula resolutiva expressa, não se exige a notificação prévia do arrendatário para que o contrato seja considerado em mora. Caso haja o não pagamento das prestações do leasing por parte do arrendatário, o arrendador pode propor ação de reintegração de posse para reaver o bem. Faz-se necessária, entretanto, a notificação prévia do arrendatário, a fim de que este possa purgar a mora ou se defender. Vejamos o posicionamento do STJ a respeito... SÚMULA 369: No contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja cláusula resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora. Mesmo que haja cláusula resolutiva expressa, em que a mora é ex re (isto é, automática), faz-se necessária a notificação judicial ou extrajudicial. O item está incorreto, sendo, portanto, o gabarito da questão. Vejamos uma questão da ESAF sobre o assunto? 5. (ESAF/PGFN/2006) Pelo entendimento predominante nos tribunais pátrios, na falta de pagamento das prestações do contrato de leasing, a ação cabível para a retomada do bem é a reintegração de posse, não se admitindo a equiparação do arrendatário à depositário infiel. O item está perfeito, ao encontro de tudo o que ressaltamos aqui! Analisemos agora o item c, cujo enunciado transcrevemos: c) Os contratos de colaboração empresarial são aqueles que se definem por uma obrigação particular, em que um dos contratantes (o colaborador) assume, em relação aos produtos ou serviços do outro (o fornecedor), a criação ou ampliação do mercado. A questão foi transcrição da doutrina de Fábio Ulhoa Coelho, que salienta: Os contratos de colaboração empresarial são aqueles que se definem por uma obrigação particular, em que um dos contratantes (o colaborador) assume, em relação aos produtos ou serviços do outro (o fornecedor), a criação ou ampliação do mercado. Em termos concretos, o colaborador se obriga a fazer investimento em divulgação, propaganda, manutenção de estoques, treinamento de pessoal e outros destinados a despertar, em consumidores, o hábito de adquirir os produtos ou serviços do fornecedor. Dependendo da espécie de colaboração contratada, os investimentos na criação ou consolidação do mercado são maiores ou menores. Pelo contrato de colaboração, o colaborador contratado (comissário, representante, concessionário, franquiado ou distribuidor) se obriga a colocar junto aos interessados as Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 11 mercadorias comercializadasou produzidas pelo fornecedor contratante, observando-se as orientações gerais ou específicas por este fixadas. O autor, ainda, divide os contratos de colaboração empresarial em duas espécies: 1) por aproximação: o colaborador não é intermediário, ou seja, não adquire o produto para revendê-lo. Apenas identifica quem possa estar interessado em fazê-lo. Ex: contratos de comissão e representação. Eles são remunerados percentualmente nos negócios que ajudam a viabilizar, pago pelo fornecedor. 2) por intermediação: o colaborador celebra com o fornecedor um contrato de compra e venda, adquirindo os produtos para revenda. Ex: contratos de concessão e franquia. Não há remuneração por serviços, o colaborador ganha pelos exercícios de suas atividades. São contratos de colaboração: comissão, representação comercial, concessão comercial, franquia, distribuição. Gabarito Æ B. 6. (Cespe/Auditor Fiscal/Vila Velha/2007) Considere-se que João celebre contrato de representação comercial autônoma com certo fabricante de produtos alimentícios. Nesse caso, a relação jurídica travada entre João e o fabricante de produtos alimentícios é regida pelas leis trabalhistas. Comentários A representação comercial é o contrato pelo qual uma das partes, chamado de representante comercial autônomo, se obriga a obter pedidos de compra e venda de mercadorias comercializadas por outro, chamado de representado. É atividade autônoma. Isto é, inexiste vínculo empregatício entre o representado e o representante. A subordinação possui caráter eminentemente empresarial. A representação está regulada na Lei 4.886/65. Deve o representante obter registro no Conselho Regional de Representantes Comerciais, sujeitando-se aos preceitos éticos e administrativos definidos para a sua profissão. Caso o representante seja pessoa jurídica, deve também registrar-se perante a Junta Comercial. A seguir, alguns artigos que podem ser cobrado em prova sobre o exercício da representação comercial, concernentes ao representante... Art. 28. O representante comercial fica obrigado a fornecer ao representado, segundo as disposições do contrato ou, sendo este omisso, quando lhe for solicitado, informações detalhadas sobre o andamento dos negócios a seu cargo, devendo dedicar-se à Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 12 representação, de modo a expandir os negócios do representado e promover os seus produtos. Art. 29. Salvo autorização expressa, não poderá o representante conceder abatimentos, descontos ou dilações, nem agir em desacordo com as instruções do representado. Art. 41. Ressalvada expressa vedação contratual, o representante comercial poderá exercer sua atividade para mais de uma empresa e empregá-la em outros mistéres ou ramos de negócios. Art. 31, parágrafo único. A exclusividade de representação não se presume na ausência de ajustes expressos. Já o representado, por seu turno, deve, principalmente, pagar a retribuição devida ao representante, assim que o comprador efetuar o pagamento, ou antes, se não manifestar recusa por escrito no prazo de 15, 30, 60 ou 120 dias, conforme a localização do seu domicílio. Uma outra obrigação ao representado é o respeito à cláusula de exclusividade de zona, pela qual não pode ele vender os seus produtos em área delimitada em contrato, senão através do representante contratado para ali atuar. Caso infrinja esta regra, ainda assim caberá ao representante a comissão correspondente. Essa questão foi cobrada no concurso para Juiz Substituto do TRT 3ª, em 2008, com o seguinte enunciado (item correto): (Juiz do Trabalho Substituto/TRT 8ª/2008) Ainda que omisso o contrato de representação quanto à exclusividade de zona ou zonas fará jus o representante à comissão dos negócios por aí realizados, ainda que diretamente pelo representado ou por intermédio de terceiros. Gabarito da questão 6 Æ Incorreto. 7. (FCC/Juiz Substituto/TRT 11ª/2007) Alberto era representante comercial da ABC Ltda., tendo exercido essa função por dez anos. Ao longo desse período, por imposição da empresa representada, as partes celebravam contratos por prazo determinado de um ano, ao fim do qual se procedia a sua imediata renovação. Ao final do 10o ano, a ABC Ltda. notificou Alberto a respeito da não-renovação de seu contrato e extinção do vínculo negocial. Alberto agora pleiteia o recebimento de indenização equivalente a 1/12 (um doze avos) das comissões auferidas durante todo o período de representação, em razão da extinção imotivada do contrato por iniciativa da representada. Essa indenização a) é devida, pois é aplicável a todos os contratos de representação comercial. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 13 b) é devida, apenas com relação ao último período anual de contrato. c) é devida, pois é aplicável a contratos com mais de cinco anos de vigência. d) é devida, pois o contrato celebrado com Alberto deve ser considerado a prazo indeterminado. e) não é devida. Comentários Vamos lá, repitamos a lição. Esta questão é muito interessante. A Representação Comercial é o contrato pelo qual o representante comercial autônomo (pessoa física ou jurídica), se obriga a obter pedidos de compra e venda das mercadorias fabricadas ou comercializadas pela representada, com o objetivo de expandir os negócios desta, tendo como contraprestação uma retribuição acordada. A rescisão contratual será calculada de forma distinta, se o contrato contiver prazo determinado ou indeterminado. A lei considera que o contrato com prazo determinado, uma vez prorrogado o prazo inicial, tácita ou expressamente, torna- se a prazo indeterminado. Portanto, já sabemos que no nosso caso o contrato há que ser considerado por prazo indeterminado. A indenização nas representações com prazo indeterminado devem ser 1/12 do total das comissões de todo o período. No caso de prazo determinado, a rescisão é equivalente à média mensal da retribuição auferida até a data da rescisão, multiplicada pela metade dos meses resultantes do prazo contratual (Lei 4.886/65, §1º). Gabarito Æ D. 8. (Juiz do Trabalho Substituto/TRT 6ª/2006) Acerca do contrato de representação comercial, assinale a alternativa correta: a) No contrato de representação comercial, o representado nomeia um procurador, chamado representante comercial, com poderes para administrar bens, vender, negociar preço e condições. b) A representação comercial pode ser exercida por pessoa física ou jurídica, com total autonomia jurídica e negocial em relação ao representado, e se caracteriza pela obrigação do representante distribuir, numa área determinada, os produtos comercializados pelo representado. c) A representação comercial pode ser exercida por pessoa física, que, sem vínculo de emprego com o representado, se obriga a obter pedidos de compra e venda de mercadorias fabricadas ou comercializadas pelo representado, bem como a prestar-lhe contas. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 14 d) Na representação comercial, ao representado é vedado qualquer tipo de ingerência nos negócios do representante, não podendo o representado estipular preços ou condições de pagamento a serem praticados pelo representante, sob pena de caracterizar subordinação e descaracterizar o contrato de representação comercial. e) Nos contratos de representação comercial com prazo determinado, a parte que o denunciar estará obrigada a conceder pré-aviso de 30 dias e pagar indenização correspondente a 1/3 do total de comissõesrecebidas pelo representante. Comentários Comentemos inicialmente as assertivas a e b, que estão incorretas. A letra a está incorreta. A Representação Comercial é o contrato pelo qual o representante comercial autônomo (pessoa física ou jurídica), se obriga a obter pedidos de compra e venda das mercadorias fabricadas ou comercializadas pela representada, com o objetivo de expandir os negócios desta, tendo como contraprestação uma retribuição acordada. O representante comercial não tem poderes para concluir a negociação em nome do representado. Cabe ao representado aprovar ou não os pedidos de compra obtidos pelo representante. A letra b igualmente erra por este motivo. Vejamos o conceito legal do contrato de representação comercial. Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego; que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios. A letra c está correta. É este o exato conceito sobre o contrato de representação comercial, conforme expendido. A letra d está incorreta. Vimos que, em regra, não existe subordinação entre o representado e o representante. A subordinação existente possui caráter meramente empresarial, relativo à organização da atividade econômica. O representante é empresário e organizar seu negócio da forma que lhe convier. Contudo, acaba, sim, por sofrer ingerências por parte do representado, uma vez que não é ele (representante) quem fixa os preços, condições de pagamento, etc. Se as relações ultrapassarem o aspecto meramente negocial, não podemos falar que existe um contrato mercantil, mas um contrato de trabalho. A letra e também está incorreta. A denúncia é modalidade de cessação contratual por iniciativa extrajudicial de um dos contraentes. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 15 A lei estabeleceu que na resolução de contrato, quando firmado há mais de 6 meses, a parte denunciante deverá conceder pré-aviso de 30 dias OU pagar indenização correspondente a 1/3 das comissões AUFERIDAS NOS ÚLTIMOS TRÊS MESES. Gabarito Æ C. 9. (Cespe/Juiz Substituto/TJ TO/2007) Acerca de contrato de compra e venda mercantil, assinale a opção correta. a) Considera-se perfeita a compra e venda pura quando as partes acordam quanto ao preço e ao objeto. b) É vedada a compra e venda sem fixação de preço. c) A compra e venda mercantil não pode ter por objeto coisa futura. d) Com relação a bens excluídos da comunhão, a lei veda a compra e venda entre cônjuges. Comentários O contrato de compra e venda mercantil é consensual, isto é, nasce do encontro de vontades do vendedor e do comprador, contanto que acertem dois detalhes: a coisa a ser negociada e o preço. Assim, de plano o item a é o gabarito da nossa questão. A letra b está incorreta. A fixação do preço é preponderante. Não precisa, porém, que seja determinado. Mister se faz que, pelos elementos consignados no contrato, possamos dele ter noção exata. O preço poderá ser estipulado pelas partes, arbitrado por terceiros e de acordo com o mercado em determinado dia e lugar. Qualquer das três formas de estipulação será escolhida pelas partes que a farão constar no contrato. O arbitramento por terceiros deverá ficar avençado no contrato com os imprevistos possíveis e a maneira de resolvê-los. Assim é que as partes deverão aceitar de forma irrevogável e irrecorrível a decisão do terceiro para não transformar a fixação em divergências sucessivas. A letra c também erra. Nos contratos de compra e venda mercantil, alguma coisa é negociada. É necessário que essa coisa exista e que esteja nas cogitações das pessoas: de comprar, para uma, e de vender, para a outra. Podem ser objeto de compra e venda os bens corpóreos, os incorpóreos, as coisas presentes e futuras, as próprias e alheias. Não só as coisas presentes, que tenham a existência palpável de imediato, podem ser objeto de compra e venda, porque as futuras também poderão sê-lo. Pode o contrato, envolver coisas Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 16 futuras, como uma possível colheita. Esta hipótese configura as vendas aleatórias. A letra d está também incorreta. Segundo o Código Civil, artigo 499: É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão. Ok? Tudo certo? Continuemos... 10. (Juiz do Trabalho Substituto/TRT 24ª/2006) Considere as definições abaixo: I. Espécie de contrato em que um empresário cede a outro, total ou parcialmente, os seus créditos provenientes de vendas a prazo a terceiros, recebendo do segundo o montante desses créditos, mediante o pagamento de uma remuneração. II. Contrato pelo qual um empresário cede a outro o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso da tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo primeiro, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício. III. Negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para uso próprio desta. IV. Contrato pelo qual uma pessoa, que é o devedor, a fim de garantir o adimplemento de obrigação e mantendo-se na posse direta, obriga-se a transferir a propriedade de uma coisa ou a titularidade de um direito a uma outra pessoa, que é o credor, o qual, por sua vez, fica adstrito a retransmitir a propriedade ou a titularidade do direito ao devedor, assim que paga a dívida garantida. V. Contrato que se aperfeiçoa quando um fabricante obriga-se a vender, continuadamente, a um distribuidor, que, por sua vez, se obriga a comprar, com vantagens especiais, produtos de sua fabricação, para posterior revenda, em zona determinada. Os conceitos acima correspondem, seqüencialmente, às seguintes espécies contratuais: a) faturização; franquia; leasing; alienação fiduciária em garantia; concessão comercial. b) factoring; concessão mercantil; alienação fiduciária em garantia; arrendamento mercantil; representação comercial. c) fomento mercantil; franquia; venda com reserva de domínio; alienação fiduciária em garantia; mandato mercantil. d) mandato mercantil; franchising; arrendamento mercantil; venda com reserva de domínio; representação comercial. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 17 e) fomento mercantil; mandato mercantil; arrendamento mercantil; venda com reserva de domínio; concessão mercantil. Comentários Vamos lá! Primeiro item: I. Espécie de contrato em que um empresário cede a outro, total ou parcialmente, os seus créditos provenientes de vendas a prazo a terceiros, recebendo do segundo o montante desses créditos, mediante o pagamento de uma remuneração. Vimos que se trata o conceito retro da definição de faturização, factoring ou fomento mercantil. Segundo item: II. Contrato pelo qual um empresário cede a outro o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso da tecnologia de implantação e administraçãode negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo primeiro, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício. Este é o conceito do contrato de franquia. O contrato de franquia regula-se pela Lei 8.955/94. Franquia é um método para a distribuição de produtos ou serviços, consistente numa parceria entre um empresário, em princípio mais experiente (conhecido também como franqueador) e um ou mais empresários geralmente menos experientes (franqueado), em que o primeiro transfere aos últimos, no todo ou em parcialmente, a “competência” por ele desenvolvida no que se refere à atuação no respectivo mercado (Art. 2º). Exemplos clássicos de franchising adotadas no Brasil são Mac Donalds, Bob´s, Yazigi. Franqueados e franqueadores devem ser empresários, ou seja, pessoas jurídicas legalmente constituídas. Terceiro item: III. Negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para uso próprio desta. Esta ficou fácil, trata-se, nada mais, do que o conceito de arrendamento mercantil ou leasing, já estudado no início da aula. Quarto item: IV. Contrato pelo qual uma pessoa, que é o devedor, a fim de garantir o adimplemento de obrigação e mantendo-se na posse direta, obriga-se a transferir a propriedade de uma coisa ou a titularidade de um direito a uma outra pessoa, que é o credor, o qual, por sua vez, fica adstrito a retransmitir a propriedade ou a titularidade do direito ao devedor, assim que paga a dívida garantida. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 18 E aí, já sabem? É o contrato de alienação fiduciária em garantia. Atentem-se para o fato de que a posse direta fica com o devedor, o credor mantém apenas a posse indireta do bem. V. Contrato que se aperfeiçoa quando um fabricante obriga-se a vender, continuadamente, a um distribuidor, que, por sua vez, se obriga a comprar, com vantagens especiais, produtos de sua fabricação, para posterior revenda, em zona determinada. A concessão mercantil é o contrato de colaboração pelo qual uma parte (concessionário) adquire bens de outra para revenda (da concedente), desfrutando de preços e condições de pagamentos especiais, a fim de que possa auferir lucro na intermediação. É importante distinguir o contrato de distribuição do contrato de concessão mercantil. A distribuição não se confunde com a concessão mercantil, já que esta só ocorre quando há revenda, ou seja, quando o concessionário adquire o produto do concedente e o comercializa em nome próprio e por conta própria. O contrato de agência (representação) e distribuição, a que alude o art. 710 do nosso Código, continua sendo, malgrado a posse e disponibilidade da mercadoria pelo agente, um contrato de intermediação, que o distribuidor conclui como preposto ou mandatário do representado (ou seja, em nome e por conta do preponente). Ok? Cuidado! O gabarito da nossa questão é, portanto, a letra a. Gabarito Æ A. 11. (FGV/Auditor Fiscal/Amapá/2010) A respeito do contrato de franquia é correto afirmar que: (A) configura-se relação trabalhista entre franqueado e franqueador. (B) a validade do contrato de franquia depende do seu registro no órgão competente. (C) o contrato de franquia pode ser apenas verbal. (D) o franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição, exclusiva ou semi- exclusiva de produtos ou serviços. (E) as empresas franqueadora e franqueadas constituem-se como grupo de sociedades nos termos da disciplina societária. Comentários Dissemos que, segundo a lei, franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 19 eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício. Portanto, não há que se falar em vínculo empregatício entre franqueador e franqueado. A relação entre eles é empresarial. A letra a está incorreta. No mesmo caminho, a letra d está correta, uma vez que extraída literalmente do artigo 2º da Lei de Franquia. O contrato de franquia deve ser sempre escrito e assinado na presença de 2 (duas) testemunhas e terá validade independentemente de ser levado a registro perante cartório ou órgão público (Lei 8.955/94, art. 6º). A letra b também está incorreta. Essa é uma ótima pegadinha para a prova! Atentem-se. A letra c também é errônea, uma vez que o contrato de franquia deve ser sempre escrito. Validade do contrato de franquia Æ Independe de registro. A prova para OAB DF, realizada em 2005, cobrou o tema em prova, com o seguinte teor (item correto). (OAB/DF/2005) O contrato de franquia comercial dispensa o registro quando assinado na presença de duas testemunhas A relação entre franqueador e franqueado não caracteriza também grupo de sociedades, nos termos do artigo 265 da Lei das SA´s. Caracteriza-se o grupo de sociedades por ser “um termo de referência para aquele setor da realidade societária moderna que encontra no fenômeno do controle intersocietário e das relações de coligação entre sociedades o seu centro de gravidade”. Gabarito Æ D. 12. (FGV/Agente Fiscal de Rendas/2009) A respeito do contrato de arrendamento mercantil, é correto afirmar que: (A) a cobrança antecipada do Valor Residual Garantido (VRG) descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil, transformando-o em compra e venda a prestação. (B) a cobrança antecipada do Valor Residual Garantido (VRG) não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil. (C) é proibido o pagamento antecipado de Valor Residual Garantido (VRG). (D) o bem objeto do contrato de arrendamento mercantil deve necessariamente ser adquirido pelo arrendatário. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 20 (E) o bem objeto do contrato de arrendamento mercantil deve necessariamente retornar à instituição financeira. Comentários A questão cobrou entendimento jurisprudencial, defendido na Súmula 293, in verbis: A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil. Assim, o gabarito da questão é a letra b. A letra c está incorreta. Devemos distinguir a figura do valor residual da figura do valor residual garantido. Podemos dizer que o valor residual corresponde ao preço para o exercício da opção de compra. Se o arrendatário optar pela compra do bem, pagará um valor residual garantido. Há uma grande divergência doutrinária e jurisprudencial acerca da possibilidade de antecipação deste valor. Contudo, para concursos, numa questão como esta o mais prudente é defender a sua possibilidade, uma vez que há expressa decisão do STJ neste sentido. As letras d e e também estão incorretas. Ao termo do prazo pactuado entre as partes resta ao arrendatário: 1) Adquirir o bem, pagando, caso exista, o valor residual; 2) Devolver o bem, restituindo-se-lhe o valor residual, se houver; 3) Renovação do arrendamento. Gabarito Æ B. 13. (FGV/Agente Fiscal de Rendas/Sefaz RJ/2010) Com relaçãoà representação comercial autônoma, analise as seguintes afirmativas. I. Para o exercício da atividade de representante comercial autônomo é necessário o prévio registro no Conselho Regional dos Representantes Comerciais. II. O contrato de representação comercial passou a ser regido pelo Código Civil, revogando-se a Lei n.º 4.886, de 9 de dezembro de 1965, que regulava, em sede especial, as atividades dos representantes comerciais autônomos. III. O representante comercial autônomo faz jus ao recebimento da comissão quando for feito o pagamento dos pedidos ou propostas. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 21 (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. Comentários Deve, sim, o representante obter registro no Conselho Regional de Representantes Comerciais, sujeitando-se aos preceitos éticos e administrativos definidos para a sua profissão. Caso o representante seja pessoa jurídica, deve também registrar-se perante a Junta Comercial. O item I está correto. A afirmação II está incorreta porque a representação comercial autônoma continua a ser disciplinada pela Lei n.º 4.886, de 9 de dezembro de 1965. O item III, por sua vez, está correto. Vejamos a lei: Art. 32. O representante comercial adquire o direito às comissões quando do pagamento dos pedidos ou propostas. (Redação dada pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992) § 1° O pagamento das comissões deverá ser efetuado até o dia 15 do mês subseqüente ao da liquidação da fatura, acompanhada das respectivas cópias das notas fiscais. (Incluído pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992) § 2° As comissões pagas fora do prazo previsto no parágrafo anterior deverão ser corrigidas monetariamente. (Incluído pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992) § 3° É facultado ao representante comercial emitir títulos de créditos para cobrança de comissões. (Incluído pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992) § 4° As comissões deverão ser calculadas pelo valor total das mercadorias. Gabarito Æ C. 14. (FGV/Agente Fiscal de Rendas/Sefaz RJ/2010) Com relação à alienação fiduciária em garantia, analise as afirmativas a seguir: I. Por meio do contrato de alienação fiduciária em garantia, o credor torna-se proprietário do bem alienado e seu possuidor direto. II. Não se admite a alienação fiduciária em garantia de bens imóveis. III. No contrato de alienação fiduciária, não se admite cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento. Assinale: (A) se nenhuma afirmativa estiver correta. (B) se somente a afirmativa I estiver correta. (C) se somente a afirmativa II estiver correta. (D) se somente a afirmativa III estiver correta. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 22 (E) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. Comentários A afirmação I está errada. Por meio do contrato de alienação fiduciária em garantia, o credor torna-se proprietário do bem alienado e seu possuidor indireto. Segundo o artigo 1.361, § 2°, do Código Civil, “com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o devedor possuidor direto da coisa”. Os bens móveis e imóveis podem ser objeto de alienação fiduciária em garantia, conforme prescreve a Lei 9.514/97, art. 22. Portanto, o item II está também incorreto. Vejam como as questões se repetem. Esta assertiva já foi cobrada na questão 2, em concurso realizado pela FCC. Por fim, o item III está correto. Nos termos do art. 1.365 do Código civil: É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento. Gabarito Æ D. 15. (OAB/DF/2005) Na comissão mercantil o comissário realiza negócios em nome do comitente e, assim, não é parte nos contratos de compra e venda. Comentários Na lição de Fran Martins, comissão mercantil é o contrato segundo o qual um comerciante se obriga a realizar atos ou negócios de natureza mercantil em favor e segundo instruções de outra pessoa, agindo, porém, em seu próprio nome e, por tal razão, se obrigando para com terceiros com quem contrata. Fábio Ulhoa define como aquele em que uma das partes (comissário) se obriga a praticar atos por conta da outra (comitente), mas em nome próprio. São obrigações do comissário: a) Agir de acordo com as ordens do comitente; b) Avisar ao comitente de qualquer dano sofrido pelas mercadorias; c) Prestar contas ao comitente. São obrigações do comitente: a) Pagar a comissão devida; b) Pagar as despesas realizadas no desempenho da comissão. Outro aspecto importante sobre a comissão que pode ser cobrado em prova é o seguinte: Os riscos comerciais do negócio cabem, em princípio, ao comitente. Assim, se verificada Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 23 inadimplência de terceiro, as conseqüências decorrentes serão suportadas por ele (comitente). Contudo, através de cláusula chamada del credere. Por esta cláusula, pode o comissário responder, perante o comitente, pelas obrigações assumidas pelo terceiro com quem contratou, solidariamente com este. O risco da transação realizada ficará, pois, distribuído. Ressalve-se, contudo, que mesmo na comissão em que haja cláusula del credere, os demais riscos, como de vício na coisa vendida ou evicção devem ser suportados pelo comitente. Gabarito Æ Incorreto. 16. (OAB/DF/2005) Nos contratos de distribuição, o proponente se obriga a aceitar todos os pedidos de compra encaminhados pelo distribuidor. Comentários A distribuição é o contrato pelo qual uma das partes, denominada distribuidor, se obriga a adquirir da outra parte, denominada distribuído, mercadorias geralmente de consumo, para sua posterior colocação no mercado, por conta e risco próprio, estipulando-se como contraprestação um valor ou margem de revenda. O preponente não está obrigado a aceitar todos os pedidos de compra encaminhados pelo distribuidor. Todavia, não pode recusá-los todos imotivadamente. Se o fizer, deverá indenizar o distribuidor. Lembrem-se de que dissemos que os contratos de colaboração podem ser: 1) por aproximação: o colaborador não é intermediário, ou seja, não adquire o produto para revendê-lo. Apenas identifica quem possa estar interessado em fazê-lo. 2) por intermediação: o colaborador celebra com o fornecedor um contrato de compra e venda, adquirindo os produtos para revenda. O contrato de distribuição pode enquadrar-se sobre qualquer destes tipos. Gabarito Æ Incorreto. 17. (OAB/DF/2005) O foro do contrato de representação comercial é o do domicílio do representado. Comentários Para julgamento das controvérsias que surgirem entre representante e representado é competente a Justiça Comum e o foro do domicílio do representante (Lei 4.886/65, art. 39). Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 24 Gabarito Æ Incorreto. 18. (Banco do Brasil/Escriturário/2006) A alienação fiduciária, deve ser celebrada por instrumento público ou particular a ser registrado no Cartório de Títulos e Documentos do domicílio do credor. Comentários A questão está incorreta, por um pequeno detalhe. Conforme o §1º do artigo 1.361 do Código Civil: Constitui-se a propriedadefiduciária com o registro do contrato, celebrado por instrumento público ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, OU, em se tratando de veículos, na repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro. Vejam que a questão falou em credor! Errou, portanto. Gabarito Æ Incorreto. 19. (OAB/DF/2006) Em relação aos contratos mercantis é correto afirmar: a) faturizador e faturizado têm que ser, necessariamente, pessoa jurídica; b) o vínculo empregatício entre franqueado e franqueador só se verificará se houver cláusula expressa; c) o representante poderá resolver o contrato face à inobservância da cláusula de exclusividade pelo representado; d) o vendedor poderá exigir uma caução do comprador falido (massa falida) como condição para entrega da coisa. Comentários A letra a está incorreta. A faturizadora deve ser instituição financeira. O faturizado é empresário, seja pessoa física, seja jurídica. Letra b: Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi- exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício. A lei não ressalva a possibilidade de cláusula em sentido contrário. A letra c é o nosso gabarito. Lei 4.886/65. Art. 36. Constituem motivos justos para rescisão do contrato de representação comercial, pelo representante: a) redução de esfera de atividade do representante em desacôrdo com as cláusulas do contrato; Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 25 b) a quebra, direta ou indireta, da exclusividade, se prevista no contrato; c) a fixação abusiva de preços em relação à zona do representante, com o exclusivo escopo de impossibilitar-lhe ação regular; d) o não-pagamento de sua retribuição na época devida; e) força maior. A letra d está incorreta também. Pois bem, a regra geral, aplicável à compra e venda civil, é a de que o vendedor pode exigir, na insolvência do comprador, uma caução antes de proceder à entrega da coisa vendida (CC art. 495). Na compra e venda mercantil, os direitos do vendedor, na falência do comprador, variam segundo o momento em que se encontrava a execução do contrato quando da quebra. Em alguns casos, o vendedor tem o direito à restituição da coisa; em outros, à notificação do administrador para que seja decidido se seu contrato será resolvido ou deverá ser cumprido. Mas, em nenhuma circunstância, pode o vendedor na compra e venda mercantil exigir do comprador falido (isto é, da massa falida) a prestação de caução do pagamento como condição para fazer a entrega da coisa vendida. O art. 495 do CC não se aplica à compra e venda mercantil, sujeitas às regras específicas da LF, e nisso reside sua especificidade. Gabarito Æ C. 20. (ESAF/Fiscal de Tributos Estaduais/Sefaz PA/2002) A franquia é contrato mercantil que visa a) substituir a representação comercial. b) reduzir investimentos em controles e fiscalização na oferta de bens. c) ampliar os canais de distribuição de bens. d) dar maior visibilidade a marcas de serviços. e) criar sociedades entre franquiador e franquiados. Comentários A atividade da franquia envolve sempre duas partes: 1) franqueador: proprietário do know-how do negócio, 2) franqueado, que pretende utilizar a marca e os conhecimentos técnicos do franqueador para desenvolver a atividade comercial. Os dois têm um interesse comum: o sucesso da franquia. O franqueador, porque o bom resultado da loja franqueada lhe permite, além de receber uma boa quantia de royalties sobre faturamente, a ampliação e consolidação da marca por ele detida. O franqueado, pelos lucros que poderá obter com as vendas dos produtos em sua loja. Por isso, pode-se dizer que franqueador e franqueado estão "no mesmo barco", sendo o principal objetivo da franquia ampliar os canais de distribuição de bens. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 26 Gabarito Æ C. Bem, amigos, por hoje é só. Ficaremos por aqui. Já tratamos sobre os principais aspectos dos contratos mercantis. Quaisquer dúvidas podem ser enviadas ao Fórum de Dúvidas ou, alternativamente, em meu e-mail (gabriel@pontodosconcursos.com.br). A disciplina de contratos é extensa, passamos aqui os principais aspectos que já foram cobrados e que têm grande probabilidade de cobrança na prova de vocês. Um abraço a todos e até a próxima! Gabriel Rabelo. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 27 Questões comentadas nesta aula 0. (ESAF/AFRFB/2009) Sobre a transformação, assinale a opção incorreta. a) A passagem de uma companhia fechada para uma aberta constitui transformação societária. b) O ato de transformação independe da prévia dissolução ou baixa da forma empresarial originária. c) Na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade limitada sob titularidade de um único sócio, este pode requerer ao Registro Público de Empresas a transformação do registro da sociedade para empresário individual. d) Admite-se a transformação de uma sociedade em nome coletivo para uma sociedade limitada. e) Caso venha a admitir sócios, o empresário individual poderá solicitar ao Registro Público de Empresas a transformação de seu registro de empresário para resgistro de sociedade empresária. 1. (ESAF/PGFN/2007) Contratos empresariais caracterizam-se por: a) uma das partes ser empresária. b) terem por objeto o exercício da empresa. c) serem uma das formas de organização da atividade empresária. d) haver cooperação entre diferentes agentes econômicos na organização dos negócios. e) serem essenciais para a circulação de bens e serviços em mercados. 2. (FCC/Promotor de Justiça/MP CE/2009) Em relação a contratos mercantis, é correto afirmar que: a) por sua natureza, o mandato mercantil pode ser oneroso ou gratuito. b) a compra e venda é mercantil quando o vendedor ou comprador são empresários, podendo uma das partes sê-lo ou não. c) a alienação fiduciária em garantia tem sua abrangência restrita a bens móveis. d) as empresas de faturização, ou fomento mercantil, a exemplo das instituições financeiras, devem manter sigilo sobre suas operações. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 28 e) o arrendamento mercantil é a locação caracterizada pela compra compulsória do bem locado ao término da locação. 3. (Cespe/Juiz Federal/TRF 5ª/2009) Acerca de aspectos diversos do direito civil e do direito empresarial, assinale a opção incorreta. a) Encontra-se já sedimentado na jurisprudência do STJ que, nos contratos garantidos por alienação fiduciária, não há depósito típico, razão pela qual não há que se falar em imposição de prisão civil, possibilidade presente apenas para o devedor de pensão alimentícia. b) Nos contratos de leasing, caso conste cláusula resolutiva expressa, não se exige a notificação prévia do arrendatário para que o contrato seja considerado em mora. c) Os contratos de colaboração empresarial são aqueles que se definem por uma obrigação particular, em que um dos contratantes (o colaborador) assume, em relação aos produtos ou serviços do outro (o fornecedor),a criação ou ampliação do mercado. d) De acordo com a jurisprudência, as administradoras de cartões de crédito são consideradas instituições financeiras. 4. (Cespe/Advogado Geral da União/2009) Caracteriza-se leasing operacional quando uma sociedade empresária aliena um bem de sua propriedade à companhia de leasing, que o arrenda à mesma pessoa jurídica que o vendeu. 5. (ESAF/PGFN/2006) Pelo entendimento predominante nos tribunais pátrios, na falta de pagamento das prestações do contrato de leasing, a ação cabível para a retomada do bem é a reintegração de posse, não se admitindo a equiparação do arrendatário à depositário infiel. 6. (Cespe/Auditor Fiscal/Vila Velha/2007) Considere-se que João celebre contrato de representação comercial autônoma com certo fabricante de produtos alimentícios. Nesse caso, a relação jurídica travada entre João e o fabricante de produtos alimentícios é regida pelas leis trabalhistas. 7. (FCC/Juiz Substituto/TRT 11ª/2007) Alberto era representante comercial da ABC Ltda., tendo exercido essa função por dez anos. Ao longo desse período, por imposição da empresa representada, as partes celebravam contratos por prazo determinado de um ano, ao fim do qual se procedia a sua imediata renovação. Ao final do 10o ano, a ABC Ltda. notificou Alberto a respeito da não-renovação de seu contrato e extinção do vínculo negocial. Alberto agora pleiteia o recebimento de indenização equivalente a 1/12 (um doze avos) das comissões auferidas durante todo o período de representação, em Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 29 razão da extinção imotivada do contrato por iniciativa da representada. Essa indenização a) é devida, pois é aplicável a todos os contratos de representação comercial. b) é devida, apenas com relação ao último período anual de contrato. c) é devida, pois é aplicável a contratos com mais de cinco anos de vigência. d) é devida, pois o contrato celebrado com Alberto deve ser considerado a prazo indeterminado. e) não é devida. 8. (Juiz do Trabalho Substituto/TRT 6ª/2006) Acerca do contrato de representação comercial, assinale a alternativa correta: a) No contrato de representação comercial, o representado nomeia um procurador, chamado representante comercial, com poderes para administrar bens, vender, negociar preço e condições. b) A representação comercial pode ser exercida por pessoa física ou jurídica, com total autonomia jurídica e negocial em relação ao representado, e se caracteriza pela obrigação do representante distribuir, numa área determinada, os produtos comercializados pelo representado. c) A representação comercial pode ser exercida por pessoa física, que, sem vínculo de emprego com o representado, se obriga a obter pedidos de compra e venda de mercadorias fabricadas ou comercializadas pelo representado, bem como a prestar-lhe contas. d) Na representação comercial, ao representado é vedado qualquer tipo de ingerência nos negócios do representante, não podendo o representado estipular preços ou condições de pagamento a serem praticados pelo representante, sob pena de caracterizar subordinação e descaracterizar o contrato de representação comercial. e) Nos contratos de representação comercial com prazo determinado, a parte que o denunciar estará obrigada a conceder pré-aviso de 30 dias e pagar indenização correspondente a 1/3 do total de comissões recebidas pelo representante. 9. (Cespe/Juiz Substituto/TJ TO/2007) Acerca de contrato de compra e venda mercantil, assinale a opção correta. a) Considera-se perfeita a compra e venda pura quando as partes acordam quanto ao preço e ao objeto. b) É vedada a compra e venda sem fixação de preço. c) A compra e venda mercantil não pode ter por objeto coisa futura. d) Com relação a bens excluídos da comunhão, a lei veda a compra e venda entre cônjuges. 10. (Juiz do Trabalho Substituto/TRT 24ª/2006) Considere as definições abaixo: Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 30 I. Espécie de contrato em que um empresário cede a outro, total ou parcialmente, os seus créditos provenientes de vendas a prazo a terceiros, recebendo do segundo o montante desses créditos, mediante o pagamento de uma remuneração. II. Contrato pelo qual um empresário cede a outro o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso da tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo primeiro, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício. III. Negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para uso próprio desta. IV. Contrato pelo qual uma pessoa, que é o devedor, a fim de garantir o adimplemento de obrigação e mantendo-se na posse direta, obriga-se a transferir a propriedade de uma coisa ou a titularidade de um direito a uma outra pessoa, que é o credor, o qual, por sua vez, fica adstrito a retransmitir a propriedade ou a titularidade do direito ao devedor, assim que paga a dívida garantida. V. Contrato que se aperfeiçoa quando um fabricante obriga-se a vender, continuadamente, a um distribuidor, que, por sua vez, se obriga a comprar, com vantagens especiais, produtos de sua fabricação, para posterior revenda, em zona determinada. Os conceitos acima correspondem, seqüencialmente, às seguintes espécies contratuais: a) faturização; franquia; leasing; alienação fiduciária em garantia; concessão comercial. b) factoring; concessão mercantil; alienação fiduciária em garantia; arrendamento mercantil; representação comercial. c) fomento mercantil; franquia; venda com reserva de domínio; alienação fiduciária em garantia; mandato mercantil. d) mandato mercantil; franchising; arrendamento mercantil; venda com reserva de domínio; representação comercial. e) fomento mercantil; mandato mercantil; arrendamento mercantil; venda com reserva de domínio; concessão mercantil. 11. (FGV/Auditor Fiscal/Amapá/2010) A respeito do contrato de franquia é correto afirmar que: (A) configura-se relação trabalhista entre franqueado e franqueador. (B) a validade do contrato de franquia depende do seu registro no órgão competente. (C) o contrato de franquia pode ser apenas verbal. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 31 (D) o franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição, exclusiva ou semi- exclusiva de produtos ou serviços. (E) as empresas franqueadora e franqueadas constituem-se como grupo de sociedades nos termos da disciplina societária. 12. (FGV/Agente Fiscal de Rendas/2009) A respeito do contrato de arrendamento mercantil, é correto afirmar que: (A) a cobrança antecipada do Valor Residual Garantido (VRG) descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil, transformando-o em compra e venda a prestação. (B) a cobrança antecipada do Valor Residual Garantido (VRG) não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil. (C) é proibido o pagamento antecipado de Valor Residual Garantido (VRG). (D) o bem objeto do contrato de arrendamento mercantil deve necessariamente ser adquirido pelo arrendatário. (E) o bem objeto do contrato de arrendamento mercantil deve necessariamente retornar à instituiçãofinanceira. 13. (FGV/Agente Fiscal de Rendas/Sefaz RJ/2010) Com relação à representação comercial autônoma, analise as seguintes afirmativas. I. Para o exercício da atividade de representante comercial autônomo é necessário o prévio registro no Conselho Regional dos Representantes Comerciais. II. O contrato de representação comercial passou a ser regido pelo Código Civil, revogando-se a Lei n.º 4.886, de 9 de dezembro de 1965, que regulava, em sede especial, as atividades dos representantes comerciais autônomos. III. O representante comercial autônomo faz jus ao recebimento da comissão quando for feito o pagamento dos pedidos ou propostas. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 32 14. (FGV/Agente Fiscal de Rendas/Sefaz RJ/2010) Com relação à alienação fiduciária em garantia, analise as afirmativas a seguir: I. Por meio do contrato de alienação fiduciária em garantia, o credor torna-se proprietário do bem alienado e seu possuidor direto. II. Não se admite a alienação fiduciária em garantia de bens imóveis. III. No contrato de alienação fiduciária, não se admite cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento. Assinale: (A) se nenhuma afirmativa estiver correta. (B) se somente a afirmativa I estiver correta. (C) se somente a afirmativa II estiver correta. (D) se somente a afirmativa III estiver correta. (E) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 15. (OAB/DF/2005) Na comissão mercantil o comissário realiza negócios em nome do comitente e, assim, não é parte nos contratos de compra e venda. 16. (OAB/DF/2005) Nos contratos de distribuição, o proponente se obriga a aceitar todos os pedidos de compra encaminhados pelo distribuidor. 17. (OAB/DF/2005) O foro do contrato de representação comercial é o do domicílio do representado. 18. (Banco do Brasil Escriturário/2006/FCC) A alienação fiduciária, deve ser celebrada por instrumento público ou particular a ser registrado no Cartório de Títulos e Documentos do domicílio do credor. 19. (OAB/DF/2006) Em relação aos contratos mercantis é correto afirmar: a) faturizador e faturizado têm que ser, necessariamente, pessoa jurídica; b) o vínculo empregatício entre franqueado e franqueador só se verificará se houver cláusula expressa; c) o representante poderá resolver o contrato face à inobservância da cláusula de exclusividade pelo representado; d) o vendedor poderá exigir uma caução do comprador falido (massa falida) como condição para entrega da coisa. 20. (ESAF/Fiscal de Tributos Estaduais/Sefaz PA/2002) A franquia é contrato mercantil que visa Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 33 a) substituir a representação comercial. b) reduzir investimentos em controles e fiscalização na oferta de bens. c) ampliar os canais de distribuição de bens. d) dar maior visibilidade a marcas de serviços. e) criar sociedades entre franquiador e franquiados. Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ Professor Gabriel Rabelo www.pontodosconcursos.com.br 34 Gabarito das questões comentadas nesta aula 0. Gabarito Æ A. 1. Gabarito Æ C. 2. Gabarito Æ D. 3. Gabarito Æ B. 4. Gabarito Æ Incorreto. 5. Gabarito Æ B 6. Gabarito Æ Incorreto. 7. Gabarito Æ D. 8. Gabarito Æ C. 9. Gabarito Æ A. 10. Gabarito Æ A. 11. Gabarito Æ D. 12. Gabarito Æ B. 13. Gabarito Æ C 14. Gabarito Æ D. 15. Gabarito Æ Incorreto. 16. Gabarito Æ Incorreto. 17. Gabarito Æ Incorreto. 18. Gabarito Æ Incorreto. 19. Gabarito Æ C. 20. Gabarito Æ C.
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