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Química de Polímeros Profa. Dra. Carla Dalmolin carla.dalmolin@udesc.br Síntese de Polímeros Polimerização Conjunto de reações nos quais moléculas simples reagem entre si formando uma macromolécula de alta massa molar Na síntese de pequenas moléculas, há dois tipos de variáveis: Primárias: afetam o rendimento Secundárias: afetam a velocidade da reação Variáveis de Síntese Variáveis Primárias Variáveis Secundárias Temperatura Presença de inibidor Pressão Presença de catalisador Tempo Agitação Iniciador Na polimerização, as variáveis primárias podem produzir alterações de massa molar média, distribuição de massa molar e estrutura química Processos de Polimerização Número de monômeros Homopolimerização Copolimerização Tipo de reação química Adição etênica, esterificação, amidação, acetilação, etc. Cinética de polimerização Polimerização em estapas Polimerização em cadeia Polimerização com abertura de anel Tipo de arranjo físico Homogênio (em massa e em solução) Heterogêneo (suspensão e emulsão) Polimerização em Etapas . Condensação sucessiva de grupos funcionais reativos, aumentando o tamanho das moléculas até atingirem o tamanho de uma cadeia polimérica Esta reação de esterificação acontecendo sucessivamente milhares de vezes, leva à formação de um poliéster Polimerização em Etapas Ocorre condensação sucessiva de grupos funcionais e eliminação de moléculas de baixa massa molar H2O, HCl, NH3, etc. Não há necessidade de iniciadores Os materiais iniciais reagem rapidamente. No início da polimerização, cerca de 90% de todo o material inicial já reagiu, pois as moléculas menores tem maior mobilidade que os grupos recém-formados A massa molar aumenta com o tempo de reação Fatores que Afetam a Polimerização em Etapas Temperatura vs. Tempo de Reação Quanto maior o tempo de reação, maior a massa molar do polímero formado Inicialmente, o aumento da temperatura aumenta a taxa de polimerização (maior energia para as moléculas iniciais) A longo prazo, o aumento da temperatura desloca o equilíbrio para o sentido dos reagentes (reação exotérmica) Presença de Catalisador Reduz a energia de ativação Formação de cadeias de alta MM Fatores que Afetam a Polimerização em Etapas R´ CC O O O HO R" OH R" HO OH R´ CC OO OHHO + + R´ CC O O O HO R" OH R´ CC O O O HO R" OH R´ CC O O R" C O R´ O O CR"HO O OH + R´ CC O O R" C O R´ O O CR"HO O OH Fatores que Afetam a Polimerização em Etapas Excesso de um dos reagentes Dificulta o encontro de duas pontas de cadeia com grupos funcionais diferentes e reduz a velocidade da reação Razão ideal entre os reagentes é equimolar: 50% de chance de uma ponta de cadeia encontrar outra ponta de cadeia com grupo funcional diferente. Funcionalidade do terceiro reagente Funcionalidade 1: reduz a massa molar final, pois impede o crescimento da cadeia Funcionalidade 3: propicia a formação de ligações cruzadas – pode gerar um termofixo Polimerização em Etapas Término da reação Adição não estequiométrica dos reagentes Quanto maior a diferença entre a quantidade de reagentes e a relação estequiométrica, a polimerização terminará mais rápido Adição de um reagente monofuncional A ponta da cadeia que rage com uma molécula monofunciomal para de reagir Redução da temperatura Reduz a velocidade da reação R´ CC O O O HO R" OH R´ CC OO OHHO + n R´ CC O O O HO R" C O R´ C O OH n Polimerização em Cadeia Ocorre a partir da desestabilização da dupla ligação e sua sucessiva reação com outras ligações duplas de outras moléculas Polimerização via radicais livres Polimerização iônica Catiônica Aniônica Fases da Polimerização em Cadeia Iniciação Geração do centro ativo Propagação Crescimento da cadeia com a transferência do centro ativo de monômero a monômero Término Desaparecimento do centro ativo Polimerização via Radicais Livres Iniciação Iniciadores térmicamente instáveis (Ex.: peróxidos) O iniciador é desestabilizado termicamente, formando dois centros ativos (radical) O radical reage com o monômero, transferindo o centro ativo A iniciação também pode se dar pela ação da radiação (raios-X, UV, luz visível) Polimerização via Radicais Livres Propagação Transferência do centro ativo de monômero a monômero A cadeia cresce em alta velocidade, e com baixa energia de ativação Término Desaparecimento do centro ativo Pode ocorrer de várias maneiras Polimerização via Radicais Livres Combinação de macroradicais Cadeias com alta massa molar Pode ser evitada estericamente com grupos laterais volumeosos Polimerização via Radicais Livres Desproporcionamento Transferência intermolecular de H do carbono cauda para cabeça Ocorre quando o grupo lateral (R) é volumoso e impede a aproximação dos átomos de C Transferência de Cadeia Abstração de um H de um ponto qualquer de outra cadeia, terminando o crescimento O centro ativo é transferido para a cadeia que perdeu o H Promove a formação de cadeias ramificadas Polimerização via Radicais Livres Pequena probabilidade de ocorrer na polimerização do PE Gera ramificações curtas Transferência de Cadeia – Back biting Polimerização via Radicais Livres Polimerização via Radicais Livres Interação com outras moléculas presentes no meio reacional Regulador de massa molar: a porção B* é ativa e reage com outra cadeia carbônica Terminador de cadeia: a porção B* é inativa e termina a reação. Transferência para o Solvente ~~~~~~~CH2-CHR* + A-B ~~~~~~CH2-CHR-A + B* Ex.: hidroquinona Cada H+ reage com um radical livre, do próprio peróxido iniciador Desativação do Iniciador I* + *H I-H Reação com a cadeia em crescimento ~~~CH2-CHR* + *H ~~~CH2-CH2R Inibidores e Retardadores Polimerização Catiônica O centro ativo é um carbocátion Catalisada por ácidos de Lewis (BF3, AlCl3, AlBr3) Iniciação BF3 + H2O H +[BF3OH] - O próton ataca a dupla ligação, gerando o monômero ativado H+ + H2C CH R H2C H CH R Propagação H2C H CH R H2C CH R + H2C H CH R CH H CH R Adição de mais monômero H2C H CH R CH H CH R n Transferência para o monômero Rearranjo com um contra-íon Terminação forçada: adição de um nucleófilo O término da reação é instantâneo Polimerização Catiônica H2C CH R +CH H CH R CH H CH R + H2C H CH R CH H CH R + [BF3OH] - CH H CH R + H+[BF3OH] - CH H CH R ++ CH3HO CH H C H R OCH3 H + H+ + H +[BF3OH] -[BF3OH] - Polimerização Aniônica O centro ativo é um carbânion Catalisada por uma base de Lewis: KNH2 KNH2 K+ + NH2- NH3 Iniciação O ânion (NH2 -) ataca o monômero, ativando-o Propagação NH2 - + H2C=CHR NH2-H2C-CHR NH2-H2C-CHR + H2C=CHR NH2-H2C-CHR-CH2-CHR Adição de mais monômero ~~~~~~~ ~~CH2-CHR Término Somente com a adição de um terminador (H2O) Gera polímeros com pouca variação de massa molar Polimerização em Etapas vs. Cadeia Polimerização em Cadeia Polimerização em Etapas Não há formação de subprodutos Formação de subprodutos de baixa massa molar O centro ativo é uma insaturação Os centros ativos são radicais funcionais Apresenta um mecanismo de reação com Iniciação, Propagação e Término Não apresenta mecanismo de reação As cadeias completas são formadas desde o início da reação, coexistindo polímero e monômero durante toda a reação No início da reação já há a formação de cadeias poliméricas de baixa massa molar, com consumo dos materiais iniciais Há necessidade de um iniciador Não necessita de iniciador Polimerização por Abertura de Anel O monômero é uma molécula cíclica. Na abertura do anel, gera bifuncionalidade. Não há formação de subprodutos Ex.: Polimerização do náilon 6 a partir da -caprolactama Altas temperaturas Presença de H2O Ruptura na ligação de menor energia ( - OC – NH - ) Após a ruptura da ligação, a molécula bifuncional reage entre si C N H O n C N O H n Ruptura na ligação de menor energia Copolimerização Na polimerização de dois monômeros (M1 e M2), são possíveis quatro interações: ~~~~~M1* + M1 ~~~~~M1-M1 (k11) ~~~~~M1* + M2 ~~~~~M1-M2 (k12) ~~~~~M2* + M1 ~~~~~M2-M1 (k21) ~~~~~M2* + M2 ~~~~~M2-M2 (k22) A formação de copolímero alternado, aleatório ou em bloco vai depender da razão de reatividade (r) para cada monômero Copolímero alternado: r1 e r2 pequenos (a reação entre monômeros iguais é dificultada) Copolímero em bloco: r1 e r2 altos (a reação entre monômeros iguais é facilitada) Copolímero aleatório: r1 e r2 intermediários (não há monômero preferencial para que a reação aconteça) v=kij[Mi][Mj] 21 22 2 e 12 11 1 k k r k k r Técnicas de Polimerização Produção de polímeros (em laboratório ou industrial) Formação de inúmeras cadeias poliméricas Controle da massa molar e da distribuição de massa molar Manuseio da massa polimérica Dependendo da forma / aplicação / propriedades do polímero a ser formado, pode ser empregadas diferentes técnicas / arranjos físicos: Polimerização em massa Polimerização em solução Polimerização em suspensão Polimerização em emulsão H2C=CH2 Eteno (gás) -CH2-CH2-CH2-CH2- Polietileno (sólido) Polimerização em Massa Adição direta do monômero ao iniciador Vantagem: alta pureza e alto rendimento Desvantagem: dificuldade em controlar a temperatura (reação exotérmica) O processo consiste em aquecer o monômero em um reator (ou molde), na presença do iniciador e, de um composto capaz de controlar massa molar + INICIADOR + CONTROLADOR DE MASSA MOLAR MONÔMERO Não há adição de solvente Polimerização em Solução O solvente é escolhido de forma que o monômero e iniciador possam se dissolver totalmente no solvente e que o polímero formado seja de fácil remoção O processo consiste em dissolver o monômero e o iniciador. A reação acontece no estado líquido, promovendo a transferência de calor. + INICIADOR MONÔMERO SOLVENTE Polímero em solução Polímero precipitado (separado, seco e granulado) Polimerização em Suspensão Substituição dos solventes orgânicos (na polimerização em solução) pela água O iniciador é dissolvido no monômero A mistura monômero + iniciador fica em suspensão na água, sob agitação Gotas de Monômero + iniciador em suspensão Sob agitação Sob aquecimento A polimerização ocorre separadamente em cada gota Polimerização em Emulsão Adição de surfactante à agua Formação de uma emulsão com o monômero e iniciador Degradação Conjunto de reações que envolvem quebra de ligação da cadeia principal do polímero Mudança na estrutura química Redução de massa molar Alteração das propriedades físico-químicas Despolimerização Degradação Térmica O aquecimento de um polímero pode causar a instabilidade de ligações mais frágeis na cadeia (geralmente na presença de um heteroátomo) A ligação instável pode ser atacada por uma molécula de baixa massa molar: H2O (hidrólise), O2 (oxidação), etc. Hidrólise do náilon N C H O H O H N C H O H O H NH2 HO C O Oxidação do polipropileno CH CH CH3 CH3 CH3 O2 CH CH3 CH3 CH3 OO* CH3 CH3 O CH3 H2C Ataque a Grupos Laterais Perda de grupos fracamente ligados à cadeia principal PVC: libera HCl, que catalisa a degradação PAN: libera HCN, que catalisa a reação
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