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Câncer de laringe - FATORES DE RISCO: - Tabagismo; - Consumo de bebidas alcoólicas; - Exposição profissional a metais de indústria têxtil; - História familiar de câncer - Papel do HPV ainda não é claro. - INCIDÊNCIA: - Sexo masculino – 5ª. e 6ª. décadas de vida - Porém mulheres e indivíduos de qualquer idade – podem apresentar. - TIPO HISTOLÓGICO: - Mais comum: carcinoma espinocelular - Menor freqüência: adenocarcinomas (origem – glândulas salivares), sarcomas, linfomas e melanomas. - PROGNÓSTICO: - Depende fundamentalmente: precocidade do diagnóstico e tipo de tratamento inicial empregado. - REGIÕES ANATÔMICAS DA LARINGE: - Importante conhecimento compartimentos da laringe (supra-glote, glote, infra-glote). - Espaços profundos – definidos por cartilagens e membranas da laringe – vias de disseminação previsíveis para tumores. - Espaço pré-epiglótico – anteriormente à epiglote – limites: anterior (cartilagem tireóide, membrana tireo-hióidea), superior (membrana hioepiglótica), inferior (ligamento tireoepiglótico), distância – cerca de 5mm da comissura anterior. - Espaços paraglóticos – situam-se lateralmente – limites:medial (membrana quadrangular, ventrículo, ligamento vocal e cone elástico), lateral (cartilagem tireóide), superior (fundo dos seios piriformes). - DRENAGEM LINFÁTICA: - Supra-glote: rica rede de vasos linfáticos – tumores desta região – maior agressividade – maior risco de metástases para linfonodos cervicais – situados – ao longo – veias jugulares internas. - Glote: drenagem linfática muito pobre - Subglote: Tumores subglóticos ou glóticos que invadem a subglote – drenam para – linfonodos pré e paratraqueais – freqüência de aproxidamente – 20%. - SINAIS E SINTOMAS DO CÂNCER DE LARINGE: - Reconhecimento – sinais –sintomas – atuação – fases iniciais – menor custo – maior impacto – diminuição – morbidade e mortalidade – CA de laringe. - Sinais e sintomas variam de acordo com – tamanho – localização - do tumor - Tumores supra-glóticos: sintomas inespecíficos - fases iniciais (ex. “sensação de bolo na garganta”). Fases mais avançadas - comportamento mais agressivo – odinofagia, disfagia, nódulo cervical ou otalgia reflexa à deglutição. - Lesões volumosas - alteração da ressonância – diminuição da projeção vocal – abafamento. - Tumores glóticos: condições mais favoráveis ao DG precoce. Tendência – permanecer – restritos à origem – mais tempo. Lesões iniciais – alterações na voz – disfonia por + de 15 dias – investigar. Sintomas principais: Rouquidão, aspereza, soprosidade (graus variados). - Tumores subglóticos: neoplasias mais raras – sintomas – quando atingem glote – disfonia. Se volumosos - dispnéia – estridor - Tumores transglóticos: tumores que cruzam o ventrículo – envolvem glote e supra-glote. Fonte e filtro. - DIAGNÓSTICO DOS TUMORES DE LARINGE: - Feito por: história clínica criteriosa – abordagem principal – tempo de início dos sintomas. - Exame loco-regional de rotina compreende: rinoscopia, oroscopia, laringoscopia, palpação cuidadosa do pescoço. Toda via aerodigestiva superior – deve ser examinada – pode ser comum – neoplasias primárias múltiplas. - Se alguma área suspeita detectada – biópsia – início do tratamento. - Aspecto típico do câncer – lesão ulcerada exofítica ( massa nodular firme, dura ao toque, base séssil) ou infiltrativa. - Lesões iniciais – placas brancas, vermelhas ou irregulares da mucosa (especialmente das pregas vocais). - Rigidez de mucosa mais pronunciada – sinal de lesões mais avançadas. - Tomografia computadorizada de laringe – indicação – avaliação dos limites – especialmente – na subglote e espaços paraepiglótico e pré-epiglótico. E, nos casos avançados – auxilia – definição – ressecabilidade da lesão. - Metástases à distância – raras – (5-7% dos casos). Acontecem geralmente – 1os. dois anos após tratamento – metástases pulmonares. Suspeita de metástases pulmonares – Rx de tórax. - Sintomas de metástases em outras localizações – exames para confirmação diagnóstica. - ESTADIAMENTO DAS NEOPLASIAS DE LARINGE: - Critérios estabelecidos pela UICC (União Internacional de Combate ao Câncer) 1997, revisado em 2002. - Considera dados obtidos pelo exame clínico e exames radiológicos. - Estadiamento tem como base o TNM (T= tamanho do tumor; N= tamanho de linfonodos cervicais; M= presença ou ausência de metástases à distância). T – Tamanho do tumor SUPRAGLOTE T1 Tumor limitado a uma subregião supraglótica e com prega vocal móvel T2 Tumor invade a mucosa de mais de uma subregião adjacente da supraglote ou glote, com mobilidade normal da prega vocal T3 Tumor limitado à laringe com fixação da prega vocal ou invasão da área retrocricóide, tecidos pré-epiglóticos, espaço paraglótico, atinge cartilagem tireóide T4a Tumor invade além da cartilagem tireóide, traquéia, tecidos moles do pescoço; musculatura profunda/ extrínseca da língua, músculos pré-tireóideos, esôfago T4b Tumor invade o espaço pré-vertebral, estruturas do mediastino, carótida GLOTE T1 Tumor limitado à(s) prega(s) vocal(is) que pode estender-se à comissura anterior T1a Limitado à uma prega vocal T1b Compromete ambas as pregas vocais T2 Extensão para supra e/ou subglote e/ou com mobilidade da prega vocal diminuída T3 Tumor limitado à laringe com fixação da prega vocal, invasão do espaço paraglótico, cartilagem tireoide T4a Tumor invade além da cartilagem tireóide, traquéia, tecidos moles do pescoço, musculatura profunda/ extrínseca da língua, músculos pré-tireóideos, esôfago T4b Tumor invade o espaço pré-vertebral, estruturas do mediastino, carótida subglote t1 Tumor limitado à subglote T2 Tumor estende-se à(s) prega(s) vocal(is), com mobilidade normal ou diminuída t3 Tumor limitado à laringe com fixação da prega vocal T4a Tumor invade além da cartilagem tireóide ou cricóide, traquéia, musculatura profunda/ extrínseca da língua, músculos pré-tireóideos, esôfago T4b Tumor invade o espaço pré-vertebral, estruturas do mediastino, carótida N – Linfonodos Regionais (Toda a laringe) N1 Metástase em único linfonodo homolateral ≤ 3cm N2a Metástase em único linfonodo homolateral de 3cm a 6cm N2b Metástase em linfonodos múltiplos homolaterais ≤ 6cm N2c Metástase em linfonodos múltiplos bilaterais ou contralaterais ≤ 6cm N3c Metástase em linfonodo > 6cm M - METÁSTASES À DISTÂNCIA M0 Ausência de metástases à distância M1 Presença de metástases à distância TRATAMENTO: - Tratamento do câncer de laringe é complexo e multidisciplinar. - Diversas instituições – tratamento de escolha – tumores glóticos – T1a ou T1b – radioterapia exclusiva – acarreta mínimas seqüelas funcionais – na qualidade da voz. Cirurgia – reservada – eventual recidiva. - Tratamento cirúrgico: indicado – em princípio: * pacientes menos de 40 anos *pacientes que não possam realizar tratamento prolongado * pacientes com outro tumor primário que precisa de cirurgia * casos que existam dificuldade na radioterapia (tireóide volumosa, doenças graves da coluna vertebral ou obesos) * presença de linfonodos cervicais metastáticos - Tumores glóticos e transglóticos T2 – tratados – radioterapia ou cirurgia. - Casos candidatos a laringectomias parciais – devem ser submetidos a cirurgia. - Casos elegíveis para laringectomia near-total ou laringectomia total – devem ser submetidos à radioterapia – reserva-se cirurgia – para eventual – tratamento de resgate. LARINGECTOMIAS - Correspondem a procedimentos cirúrgicos – toda ou parte da laringe é removida. - Laringectomia parcial, subtotal ou total - Principal indicação – laringectomia – presença – neoplasia maligna primária da laringe – ou – tumores originados de estruturasadjacentes – acometem a laringe – total ou parcialmente. - Outras indicações – mais raras – trauma de laringe – estenoses – aspirações intratáveis clinicamente. - Laringectomias – importante impacto sobre a voz. Parciais – alterações na voz. Totais – perda da voz – até estabelecimento – método de reabilitação – natural ou protético. TIPOS DE LARINGECTOMIAS: 1. Laringectomias parciais: ( Horizontais (ou transversais) Supraglótica ( Verticais (ou longitudinais): - Cordectomia - Frontal anterior - Fronto lateral - Hemilaringectomia 2. Laringectomias subtotais: ( Supracricóides: - Com crico-hioidoepiglotopexia (CHEP) - Com crico-hioidopexia (CHP) ( Near Total (ou quase total) 3. Laringectomias Totais CORDECTOMIA LARINGECTOMIA FRONTO-LATERAL LARINGECTOMIA FRONTAL ANTERIOR HEMILARINGECTOMIA LARINGECTOMIA HORIZONTAL SUPRA-GLÓTICA Fonte: Carrara-de-Angelis et al, 2000. 1. LARINGECTOMIAS PARCIAIS: - Proposta de classificação e nomenclatura – mudanças ao longo dos anos – não é consenso entre autores (Camargo, 2003). - Cirurgia considerada conservadora – principais funções da laringe são conservadas – respiração e fonação. - Geralmente – traqueostomia temporária. - Indicação – depende – extensão da lesão primária. ( LARINGECTOMIAS HORIZONTAIS SUPRAGLÓTICAS (LHSG): ( Indicação: - Os tumores T1 de supraglote – quando restritos – à epiglote – radioterapia (para lesões superficiais) – ou – cirurgia endoscópica – ou – cirurgia aberta (epiglotectomia, ressecções parciais da supraglote). - LHSG – indicada – tumores T2 de supraglote – com comprometimento de epiglote e prega vestibular – sem comprometimento ou proximidade – com comissura anterior ou aritenóides. - Pode ser indicada também – tumores de valécula – com extensão para epiglote – porém – resultados funcionais – inferiores – quando – restrito – tumores laríngeos. ( Estruturas Ressecadas/ Reconstrução: - Pregas vestibulares, pregas ariepiglóticas e epiglote, osso hióide, parte superior da cart. tireóide - Terço superior da cart. tireóide – removido – intuito – facilitar – abordagem à endolaringe – e – reconstrução. - Ressecção completa das pregas vestibulares – assegura – não haverá – edema no tecido remanescente – evita – obstrução – desse segmento - no pós-operatório. - Reconstrução – elevação da laringe – sutura da cartilagem tireóide – junto – musculatura da base da língua – permite encobrimento parcial da glote – dificulta a aspiração durante a deglutição. - Muito importante – para diminuição – grau de aspiração – principal conseqüência dessa cirurgia. ( Alterações Fonoaudiológicas Possíveis: - Comprometimento do mecanismo de proteção das vias aéreas inferiores - Disfagias – alterações mais freqüentes – em especial – fase faríngea – aspirações – variáveis – leves a severas – diferentes consistências. - Ressecção ampliada – base da língua – fase oral – especialmente – propulsão do bolo alimentar para fase faríngea – comprometida. - Ressecção de porção supraglótica - encurtamento do trato vocal – ressonância. - Radioterapia pós-operatória – pode favorecer – fibroses – edemas – alteram – padrão vocal. Possível acúmulo de saliva e/ou alimento – neolaringe – sem penetração traqueal – voz “molhada”. ( Fonoterapia: - Objetivo: diminuição da disfagia – manobras – adequação da consistência alimentar – visa – retirar – sonda – fechamento da traqueostomia (quando presentes) – volta da alimentação por via oral. - Trabalho com LHSG – prioridade – disfagia. Melhora da deglutição – auxilia – melhora do padrão vocal. - Trabalho vocal: modulação com vogais – estimulação da elevação laríngea – fala sobrearticulada – voz salmodiada – sons nasais. ( LARINGECTOMIAS PARCIAIS VERTICAIS (LPV): - Ao contrário das LHSG - principal alteração – LPV - padrão vocal. Diminuição da coaptação glótica – capacidade vibratória – pela ausência – estruturas glóticas. - Diferentes graus alterações vocais – após cirurgia – podem ser modificados – se houver – radioterapia associada pós-operatória. - Alterações vocais – dependem – estruturas ressecadas – extensão das ressecções. - Possíveis alterações – deglutição – fase faríngea – especialmente – líquidos – conseqüência – diminuição – função esfinctérica – neolaringe - manobras de disfagia – compensações. - Literatura – poucas descrições – características vocais – LPV – parâmetros subjetivos e/ou objetivos – após cirurgias e fonoterapia. Necessidade de mais estudos (Nemr e Lehn, 2004). - Escala RASATI – graus variáveis – padrão vocal – após LPV. - Rouquidão – freqüente – após LPV – vibração – mucosa remanescente com estruturas supraglóticas. - Aspereza – alterações estruturais – fibroses – prejuízo na onda mucosa. - Soprosidade – Perda da função esfinctérica da laringe – aumento da fenda neoglótica – falta de controle do fluxo aéreo. - Astenia – observada – casos extremos de soprosidade – devido – esforço – compensar - saída excessiva de ar. - Tensão – relacionada ao esforço fonatório – compensações. - Instabilidade – pode estar presente - casos. - Observadas – alterações de pitch e loudness – diminuição TMF. - Com tratamento radioterápico – algumas características – minimizadas – ou – aumentadas – mudanças variáveis – durante – tratamento – radioterápico. - Alterações do trato vocal - conseqüências funcionais na fonação – ocasionam – incoordenação pneumfonoarticulatória – muitas vezes – agravada – padrões articulatórios imprecisos. - Padrão vocal deve ser compatível – extensão da ressecção. - Teoricamente o grau de alteração vocal aumenta de acordo - seguinte ordem - cordectomia – laringectomias frontais anteriores – laringectomias frontolaterais – hemilaringectomias. - Análise acústica da voz – utilizada - comparação – pré e pós-tratamento - limites – cirurgias de cabeça e pescoço – fonte glótica. Medidas isoladas – limitações. → Fonoterapia: - Objetivos: Desenvolvimetno da fonação com estruturas remanescentes -padrão vocal mais próximo do normal possível – diminuição – rouquidão, aspereza, soprosidade e/ou tensão. - Diminuição da severidade das características – depende – tipo de cirurgia – grau de disfonia – tipo de reconstrução – tratamentos complementares realizados – condições de saúde física e psíquica – adesão do indivíduo à fonoterapia – interesse em se comunicar – necessidade profissional de voz. - Exercícios – LPV – visam – maximização da função esfinctérica – esforço vocal – empuxo – exercícios de vibração (estimulação vibração – fonte vibratória neoglote – estruturas remanescentes). - Exercícios – melhorar – capacidade respiratória – padrão de articulação – coordenação pneumofonoarticulatória – devem ser enfatizados. - Limites da terapia – definidos – a partir de – necessidades comunicativas – nível de satisfação do I – achados perceptivo-auditivos e acústicos – exames complementares. - Trabalho vocal: empuxo – deglutição incompleta sonorizada (“bum” – “bum-a”) – vibração de lábios e língua – técnica do B prolongado – fricativos – vogais com modulação – “humming” – sons nasais – sobrearticulação. ( CORDECTOMIA: - Ressecção de uma pv – pode ser feita – formas endoscópica ou laringofissura – técnicas - endoscópica ou laser de CO2. - Técnicas variam - de acordo com as possibilidades - perfil serviço oncológico. - Pinto (2001) – divide cordectomia em 3 tipos – tipos I, II e III. - Em alguns serviços – T1a de glote – pode ser indicada – radioterapia exclusiva – ou cirurgia endoscópica. → Estruturas ressecadas/ reconstrução: - De acordo com Pinto (2001): - Cordectomia tipo I – ressecção do epitélio da pv (casos de carcinoma in situ) - Cordectomia tipo II – remoção da mucosa e parte do músculo TA – extensão – processo vocal até a comissura anterior (casos de T1) - Cordectomiatipo III – remoção de toda a prega vocal (casos de T1 e T2). - Reconstrução da prega vocal – essencial – para – prognóstico – fonoterápico. →Voz: - Padrão vocal – depende – extensão da ressecção – varia – grau leve a intenso. → Fonoterapia: - Objetivo – tentar promover – máximo – coaptação glótica – possível compensação – pv contralateral – limite de mobilidade – sem que haja arqueamento ( LARINGECTOMIA FRONTAL ANTERIOR: - Indicação pouco freqüente – raros – tumores que comprometem – somente – comissura anterior. - Quase sempre – procedimento mais ampliado – laringectomia frontolateral. → Estruturas ressecadas/ reconstrução: - Terços anteriores de ambas pregas vocais – parte – cartilagem tireóide - Reconstrução – fechamento primário da cartilagem – ou – ressecção mais ampliada – rebaixamento da cartilagem epiglote – para refazer – comissura anterior. - Independente – reconstrução – estrutura remanescente – das pregas vocais – deve ser fixada – neocomissura anterior – para manter tensão da pv – facilitar adaptação fonoaudiológica. →Voz: - Padrão vocal – tende – menor soprosidade – coaptação glótica não está tão prejudicada – como nas demais LPV → Fonoterapia: - Exercícios de sustentação glótica – vibração ( LARINGECTOMIA FRONTOLATERAL (LFL) : - Indicação: - Tumores T1a ou T1b – glote. Indicação pode ser ampliada – T2 – casos selecionados – com invasão – ventrículo ou prega vestibular – porém – estes casos – cada vez – mais tratados com – laringectomia supracricóide. → Estruturas ressecadas/ reconstrução: - Ressecção inclui – toda pv acometida e terço anterior da pv contra-lateral -parte – cartilagem tireóide. - Reconstrução – rebaixamento da prega vestibular ou – ressecções maiores – rotação de retalho muscular – rebaixamento cartilagem epiglote. →Voz: - Rouquidão, aspereza, soprosidade e tensão → Fonoterapia: - Reconstrução – importância fundamental – fonoterapia. - Exercícios vibração sonorizada de língua – melhora da QV – manutenção da estabilidade vocal – aumento da projeção vocal – fechamento glótico – aumento dos movs vibratórios estruturas da fonte sonora. - Exercícios com esforço vocal – objetivo – diminuir fenda neoglótica. ( HEMILARINGECTOMIA (HL): - Indicação: - Atualmente técnica pouco utilizada – substituída – laringectomia supracricóide. - Indicada nos tumores T2 de glote, com invasão do ventrículo e prega vestibular ou com extensão para aritenóide. → Estruturas ressecadas/ reconstrução: - Estruturas ressecadas incluem: pv, aritenóide, comissura anterior, ventrículo, prega vestibular e 1/3 anterior da cart. tireóide. - Técnica clássica de cirurgia – incluía – ressecção metade anel da cricóide – porém – não é mais utilizada atualmente. - Reconstrução: utilização retalho miocutâneo →Voz: - Rouquidão, soprosidade e tensão. Graus mais acentuados do que laringectomia frontolateral – devido – estruturas ressecadas. → Fonoterapia: - Devem ser trabalhados – todos os aspectos – descritos – LPV – especial atenção – controle do fluxo aéreo. 2. LARINGECTOMIA SUBTOTAIS: - Representam uma parcela – cirurgias cabeça e pescoço – cujo – comprometimento fonoaudiológico – associa – alterações vocais – quadros de disfagia – aspiração leve a severa. ( Laringectomia subtotal supracricóide: A reconstrução pode ser feita com crico-hioidopexia ou crico-hioidoepiglotopexia – depende – extensão da ressecção. - Indicação: - Laringectomia supracricóide – indicada – tumores T2 de glote – com invasão – ventrículo laríngeo e prega vestibular. Caso haja – invasão – subglote – também pode ser feita – depende – extensão da invasão. Uma aritenóide e epiglote – podem ser incluída – depende – extensão da lesão. - Tumores T3 selecionados – técnica também – pode ser empregada. - Tumores T1b – com acometimento extenso – ambas ppvv – também pode ser utilizada. → Estruturas ressecadas/ reconstrução: - Laringectomia supracricóide – ressecção – toda cart. tireóide, pv, ventrículo laríngeo e prega vestibular – do lado comprometido – pode incluir – ressecção da epiglote e uma aritenóide - depende – extensão do tumor. Necessário – preservação – subglote e pelo menos – uma aritenóide. - Reconstrução - crico-hioidopexia: cartilagem cricóide – elevada – até nível – osso hióide – e nele suturada. - Reconstrução - crico-hioidoepiglotopexia – quando a epiglote é passível de ser preservada – melhor prognóstico – em termos – deglutição. →Voz/Deglutição: - Predomínio de soprosidade - Disfagia – quadro de aspiração - grau leve a severo. → Fonoterapia: Objetivo: Diminuição da aspiração. - Manobra deglutição supraglótica – elevação e anteriorização da laringe - manobras posturais de cabeça – exercícios MO – melhora do controle do bolo alimentar e correta passagem – fase faríngea. - Trabalho vocal – objetivo – melhora do padrão vocal – maior proteção vias aéreas superiores. - Todos os aspectos atribuídos no planejamento terapêutico das LHSG e LPV – devem ser considerados – laringectomias supracricóides. - Literatura aponta – resultados satisfatórios – adaptação fonoaudiológica das laring. supracricóides – tanto – deglutição – como no padrão vocal. - Mecanismos compensatórios de articulação – importantes – laring. supracricóide com crico-hioidoepiglotopexia – por – diminuição do trato vocal e limitação – mobilidade – base de língua. ( Near Total (ou quase total): - Indicação: - Foi muito utilizada – antes – concepção e popularização - laring. supracricóide - indicada – T2 com invasão de uma das aritenóides – ou casos – envolvimento das subglote (o que inviabiliza outra técnica). - Pode ser indicada também – tumores de parede medial – recesso piriforme. → Estruturas ressecadas/ reconstrução: - Toda estrutura do esqueleto laríngeo é removida – preservação uma aritenóide e parte de uma prega vocal. - Reconstrução – feita por intermédio – retalho mucoso – que forma – fístula faringotraqueal – onde o ar é conduzido. Essa técnica inclui – traqueostomia definitiva – para manutenção – respiração e fonação. →Voz: - Near total ou laringectomia três quartos ou quase total. - Traqueostomia definitiva – indivíduo necessita - obstruí-la com dedo para – ar do pulmão – passar – fístula faringotraqueal – e subir – neolaringe – produção da voz. → Fonoterapia: - Visa manter adequada – passagem do ar pela fístula. Trabalho respiratório – coordenação pneumofonoarticulatória – adequação da articulação. 3. LARINGECTOMIAS TOTAIS e FARINGOLARINGECTOMIAS: - Indicação: - Tumores T3 e T4 de laringe – ou – T2 sem condições de laringectomia parcial (ex. invasão ambas aritenóides ou subglote). É única alternativa – T1 e T2 de subglote (extremamente raros). - Caso de lesões primárias de hipofaringe – indicada – tumores de área – pós-cricóide e de recesso piriforme (lesões T3 e T4 e nos T2 sem possibilidade de ressecção parcial). → Estruturas ressecadas/ reconstrução: - Ressecção de toda a laringe – e – osso hióide. Remoção de parte – ou totalidade – hipofaringe (faringolaringectomia)– depende – extensão do tumor. - Em decorrência – remoção da laringe – traquéia – suturada definitivamente ao pescoço – encurtamento – trato respiratório (início na traquéia – não mais no nariz). No pescoço restam – estruturas referente trato digestivo - hipofaringe (quando não ressecada totalmente) – porção cervical do esôfago – completamente dissociadas – das estruturas do trato respiratório. - Reconstrução – fechamento primário da faringe (laring. totais), do remanescente faríngeo (nas faringolaringectomias) ou – retalho miocutâneo. Fonte: Pinho, 2003. →Voz/Deglutição: - L. total e faringolaringectomia – principal alteração fonoaudiológica – perda irreversível da voz laríngea. Alimentação – trajeto normal retomado após retirada da sonda – geralmente – casoscom boa evolução - 1 semana pós-operatória. → Fonoterapia: - Grande desafio na reabilitação fonoaudiológica - apenas um tubo muscular no pescoço (esôfago) – para desempenhar – função de deglutição – e tentativa de adaptação da função fonatória. - Adaptação fonoaudiológica pode ser feita – utilização segmentos anatômicos remanescentes (voz esofágica) – meio protético (laringe eletrônica ou eletrolaringe), cirúrgicos (próteses traqueoesofágicas) – meio protético-cirúrgico (fístulas traqueoesofágicas). - Em cada alternativa - vantagens e desvantagens – opção definida obrigatoriamente – de acordo com indivíduo. Escolha – esclarecimento de todas as alternativas – pela equipe – compreensão do indivíduo e família – condições socioeconômicas e culturais – possibilidades da equipe que o assiste. - Fístula (orifício) traqueoesofágica – punção traqueoesofágica - comunicação entre membrana da parede posterior da traquéia e da parede anterior do esôfago. Embora – literatura – descreva – alto índice de sucesso – pouco utilizada - provavelmente – necessidade domínio da técnica e possibilidades de complicação (ex. estenose da fístula ou aspiração de alimentos). - Próteses traqueoesofágicas – vantagem – uso do ar pulmonar para fonação – aumenta tempo de emissão – possibilidade de verbalização pouco tempo após sua colocação. Desvantagens – alto custo – necessidade de trocas periódicas – complicações (ex. presença de granulomas) – alguns casos – indicada a retirada da prótese. - Eletrolaringe ou laringe artificial – para alguns autores - último recurso de adaptação vocal. Acoplagem à pele do pescoço - favorece – sonoridade – vibração por meio eletrônico – paciente deve articular esse sinal eletrônico. Padrão vocal desagradável – voz robotizada, monótona. Desconforto – indivíduo – colocação aparelho em contato – pele do pescoço – acionamento – sempre que quiser fazer emissão. - Voz esofágica – até hoje – alternativa mais utilizada no Brasil – adaptação vocal desses indivíduos. Consiste em aproveitar o esfíncter esofágico e terço superior do esôfago (deve estar íntegro) – para receber – ar introduzido por meio de 3 técnicas (descritas abaixo) e – devolvê-lo como som associado à articulação. Voz esofágica – mecanismo - Ar deve ser introduzido – terço superior do esôfago – brevemente retido – em seguida – expulsão – provocando – mecanismo de esfíncter no segmento faringo-esofágico (transição da hipofaringe para o esôfago - altura de C5-C6) e vibração dessa região e paredes do esôfago cervical – e às vezes até da hipofaringe. - Sonoridade – modulada e articulada – nas cavidades superiores à região do esfíncter (hipofaringe, orofaringe, cavidades oral e nasal). - QV resultante – áspera e rouca – freqüência (aproximadamente 64Hz) – intensidade – cerca de 5 a 8dB abaixo da voz laríngea. Extensão da intensidade – variação máxima de 20dB - X 45dB voz laríngea. a) Deglutição de ar (Gutsman, 1908) – deglutição do ar seguida – expulsão – com tentativa de sonorização. Início – geralmente – vogal aberta. Uso deste método – pode promover – algumas quebras – seqüência de fala – necessidade de constante interrupção – para mov. de deglutição. b) Injeção de ar ou método holandês (Moolenaar-Bijl, 1953) – duas variações: por pressão bilabial com emissão de sons plosivos ou pressão glossofaríngea. O ar é levado ao esôfago – movs. semelhantes a ação de uma bomba - levam ao reaproveitamento do ar – quer movs de pressão da base da língua contra parede post. da faringe (método - pressão glossofaríngea) soltando emissão logo em seguida (inicialmente uma vogal) – quer pela emissão de sons plosivos (método – emissão de sons plosivos). Segundo autor – mecanismo de introdução do ar – relaciona-se – pequenos movimentos da boca – que podem coincidir com movs. articulatórios – ar entra no esôfago de maneira rápida e sem obstrução. c) Inalação de ar, sucção ou aspiração de ar (Seeman, 1926) – introdução de ar nas cavidades superiores – trato digestivo (cavid. oral e orofaringe) – implica – criação de diferença de pressão - nas cavidades superiores e esôfago – será base de introdução de ar – graças força de sucção – que leva o ar em direção ao esôfago. O paciente deve deixar língua e mandíbula baixas – puxar o ar pela boca - devolvendo-o em seguida – durante a emissão de uma vogal – nas tentativas iniciais. Pode ocorrer ruído no traqueostoma. Obs: método de injeção de ar – permite maior fluência e naturalidade da emissão sem necessidade interrupções longas para reabastecimento do reservatório de ar. - Opção do método – maior facilidade paciente – melhor qualidade sonora. - Voz esofágica – vantagens incontestáveis – adaptação natural – próprio organismo. - Desvantagens – aprendizado – média - 6 meses – não é garantido – indivíduo – vai desenvolver a voz – nem – resultado final (ruim, razoável, bom ou ótimo ?). - Padrão de voz esofágica - considerado ótimo – quando – indivíduo – utiliza em todas situações comunicativas – com fluência – sem ruídos de entrada de ar. No entanto – esta avaliação varia de acordo com - necessidades comunicativas - expectativas em relação à nova voz – interesse em comunicar-se – e padrão final de voz adquirido. - Nemr e Lehn (2004): padrão – 10 sessões para – emissão de som esofágico. Se não conseguir – encaminhamento – avaliação – cirurgião de cabeça e pescoço. - Em qualquer método – injeção de ar no esôfago – necessidade – adequadas condições – MO – contribui - melhores resultados – comunicação mais efetiva. - Radioterapia pós-operatória – outras cirurgias que comprometam OFAs – distúrbios articulatórios prévios à cirurgia – podem comprometer – efetividade comunicativa. ( ESVAZIAMENTOS CERVICAIS: - Considerados procedimentos cirúrgico básicos em cabeça e pescoço. Mais de 50% dos tumores dessa região podem produzir metástases regionais para linfonodos das faces anterior e lateral do pescoço. - Cirurgia – ressecção de metástases para estes linfonodos. Esta cirurgia – pode ser associada às laringectomias. Realizadas de forma parcial ou radical. �PAGE � �PAGE �3�
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