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92 R E V I S T A D A E S P M – J U L H O / A G O S T O D E 2 0 0 5 A Matriz BCG Passo a Passo A MATRIZ BCG AOSSAP OSSAP 93 J U L H O / A G O S T O D E 2 0 0 5 – R E V I S T A D A E S P M Aluisio Ambrosio e Vicente Ambrosio O 1. INTRODUÇÃO bserva-se que a grande maioria dos livros de administração, especial- mente os livros de planejamento es- tratégico, apresenta a Matriz BCG apenas superficialmente e, além dis- so, não entra em seus aspectos quantitativos. Ao mesmo tempo, os gestores, e em particular os gestores financeiros, estão se preocupando com a adição de valor para o acionista e a impor- tância do fluxo de caixa – em detri- mento dos lucros contábeis – para a empresa. Assim, os cursos de graduação e os de pós-graduação em Adminis- tração de Empresas e em Comunica- ção Social exigem em seus traba- lhos de conclusão de curso uma abordagem quantitativa cada vez mais profunda. Concomitantemen- te, os profissionais de Marketing e Comunicação cada vez mais são envolvidos em diversos tipos de análises, sendo compelidos a usa- rem ferramentas quantitativas com maior freqüência e exigência. Este artigo busca satisfazer ao espa- ço não preenchido pelos livros, e a TABELA 1 – PARTICIPAÇÃO RELATIVA X CUSTO RELATIVO PARTICIPAÇÃO RELATIVA NO MERCADO 4X 2X 1X 0,5X 0,25X CUSTO RELATIVO 64% 80% 100% 120% 165% Fonte: COOPER, Cary L. e ARGYRIS, Chris. Dicionário Enciclopédico de Administração. São Paulo: Atlas, 2003. p. 1456. fornecer aos estudantes e aos profis- sionais uma abordagem da Matriz BCG completa, tanto em seus aspectos qualitativos, quanto em seus aspectos quantitativos. Para tanto, foi desenvolvido um método passo a passo para se elaborar a Matriz BCG. Visando tornar o método passo a pas- so bastante simples e didático, foi preparado um caso para uma empresa distribuidora de energia elétrica com base em três cenários. Dessa forma, será possível verificar as posições dos produtos na Matriz BCG. 2. HISTÓRICO E BASES CONCEITUAIS DA MATRIZ BCG A Matriz BCG, cujo nome oficial é Matriz Crescimento-Participação, foi criada em meados dos anos 60 por Alan J. Zakon, executivo da empresa de consultoria em planejamento estratégico Boston Consulting Group (BCG), e por William W. Wommack, executivo da Mead Corporation, uma grande empresa do ramo de papel que estava diversificando seus negócios. (1) Em seguida, Barry He- dley, também executivo do Boston Consulting Group, deu seqüência ao desenvolvimento da matriz. (2) A partir de estudos relativos à curva de experiência, ela foi formalizada através de um artigo publicado por Bruce D. Henderson, fundador do Boston Consulting Group, na revista Perspectives, em 1970, editada pelo próprio BCG. (3) A matriz se tornou, e ainda é, o modelo de carteira de produtos (portfólio de produtos, “product por- tfolio”) mais utilizado na criação de políticas de investimento e ad- ministração de caixa em empresas que comercializam diversos pro- dutos (diversificadas). Um conceito essencial que apóia a Matriz BCG é a Curva de Expe- riência, a qual especifica que, para cada duplicação da produção acumulada, os custos unitários decorrentes do aumento do valor adicionado cairão em uma por- centagem fixa alpha, tipicamente, em 20%. Os produtos que apre- sentam elevada participação relativa no mercado deveriam, por- tanto, apresentar uma vantagem em termos de custo, em comparação com seus concorrentes. (4) Ver a tabela 1. 94 R E V I S T A D A E S P M – J U L H O / A G O S T O D E 2 0 0 5 A Matriz BCG Passo a Passo GERAÇÃO DE CAIXA (PARTICIPAÇÃO DE MERCADO) A figura 1 mostra a Matriz BCG (5). 3. COMPONENTES DA MATRIZ BCG Vê-se na figura 1 que a Matriz BCG é composta por seis elementos essenciais, os quais são: 1) EIXO HORIZONTAL – identifica a participação relativa no mercado (market share) de cada um dos negócios ou produtos da carteira da empresa; participação relativa no mercado é definida como a participação da empresa no mercado, dividida pela participação no mercado de sua maior concorrente; é uma escala logarítmica. 6) CÍRCULOS – representam os produtos ou negócios da empresa. O tamanho de cada produto ou negócio é refletido pela área do círculo utilizado para representá- lo. A posição relativa de cada produto dentro dos quadrantes indica o fluxo de caixa gerado e sugere uma estratégia de investimento. 5) QUADRANTES – a matriz tem quatro quadrantes; cada um representa uma quantidade de fluxo de caixa; a partir dessa característica são definidas as oportunidades de investimento. 4) LINHA QUE CORTA A MATRIZ NO EIXO VERTICAL – definida em 10% de crescimento real. 2) LINHA QUE CORTA A MATRIZ NO EIXO HORIZONTAL – geralmente definida no nível 1,0x, onde x é a participação de mercado do maior concorrente. 3) EIXO VERTICAL – representa a taxa de crescimento no setor em termos efetivos, com a remoção do impacto da inflação. Utilização de Caixa (Taxa de Crescimento) BAIXAALTA H ? x$ 1,0x 10% ALTA BAIXA Figura 1 95 J U L H O / A G O S T O D E 2 0 0 5 – R E V I S T A D A E S P M Aluisio Ambrosio e Vicente Ambrosio Os produtos alocados nesse qua- drante (representados pelo “ponto de interrogação”) são aqueles com elevada taxa de crescimento de vendas e participação relativa no mercado ainda muito baixa. Eles demandam alto investimento para que futuramente se convertam em produtos Estrelas e Geradores de Caixa. A figura 1 também mostra as setas cheias que indicam a Seqüência de Sucesso (3), a trajetória ideal de um produto na Matriz. O produto inicia a sua trajetória no quadrante Ponto de Interrogação, prossegue para o quadrante Estrela e evolui para Ge- Os elementos mais significativos da Matriz BCG são os quadrantes. Os quatro quadrantes da Matriz são os seguintes: ESTRELA (STAR NO ORIGINAL EM INGLÊS) Nesse quadrante ficam os produtos (representados pela figura de uma estrela) com a participação relativa no mercado alta e crescimento de vendas alto. Embora esses produtos sejam rentáveis, o fluxo de caixa é pratica- mente neutro, uma vez que os lucros precisam ser sempre reinvestidos para apoiar seu crescimento contí- nuo. Futuramente deverão ser produtos Geradores de Caixa. GERADOR DE CAIXA OU VACA LEITEIRA (CASH COW NO ORIGINAL EM INGLÊS) O produto que é classificado nesse quadrante (representado pelo cifrão “$” ou pela figura de uma vaca) gera caixa continuamente para a em- presa. Ele tem alta participação no mercado e um crescimento real lento de vendas. Como tem custo baixo e alta rentabilidade, espera- se que gere caixa excedente. Além disso, ele precisa de menos inves- timentos futuros à medida que o crescimento diminui. ANIMAL DE ESTIMAÇÃO, ABACAXI, CACHORRO OU CÃO (DOG NO ORIGINAL EM INGLÊS) Os produtos classificados nesse quadrante (representados pela letra “X” ou pela figura de um cachorro) apresentam baixa participação relativa no mercado e baixa taxa de crescimento de vendas. Possivel- mente terão custo relativamente alto em função do volume de vendas menor. Transformar esses produtos em Geradores de Caixa requer um esforço excessivo, pois competem em mercados maduros e têm concorrentes com alta participação no mercado. Esses produtos são por isso, can- didatos à colheita ou à manutenção enquanto o fluxo de caixa não for negativo. Quando for negativo, certamente o produto será retirado de linha. PONTODE INTERROGAÇÃO OU CRIANÇA PROBLEMA (QUESTION MARK NO ORIGINAL EM INGLÊS) 1. 2. 3. 4. H $ x ? rador de Caixa onde permanece. A figura 1 ainda mostra as setas pon- tilhadas que indicam as Seqüências Desastrosas (3), as trajetórias negativas de um produto na Matriz. Elas são: O produto é lançado e inicia o seu crescimento, porém não alcança o quadrante Estrelae em vez disso cai diretamente para a posição Abacaxi. Outra Seqüência Desastrosa ocorre quando o produto inicia a sua trajetória no quadrante Ponto de Interrogação, evolui para Estrela, mas não prossegue para Ge- rador de Caixa e sim para o qua- drante Abacaxi. Uma outra Seqüência Desas- trosa verifica-se quando o produto atinge o quadrante Gerador de Caixa, mas não consegue se manter nesta posição e resvala para o quadrante Abacaxi. 4. CORRELAÇÃO ENTRE A MATRIZ BCG E O CICLO DE VIDA DO PRODUTO A figura 2 mostra que há uma correlação direta entre os qua- drantes da Matriz BCG e os estágios do modelo do Ciclo de Vida do Produto (CVP). O quadrante Ponto de Interrogação na Matriz BCG corresponde ao estágio de Intro- dução no CVP. O quadrante Estrela corresponde ao estágio Crescimen- to, o quadrante Gerador de Caixa A) B) C) 96 R E V I S T A D A E S P M – J U L H O / A G O S T O D E 2 0 0 5 A Matriz BCG Passo a Passo corresponde ao estágio Maturidade e o quadrante Abacaxi corresponde ao estágio Declínio no CVP. (7) 5. ESTRATÉGIAS PRINCIPAIS DECORRENTES DA MATRIZ BCG A Matriz BCG permite a formulação de estratégias para investimento em produtos. As seguintes estratégias principais são decorrentes da análise da Matriz BCG (2): CONSTRUÇÃO OU CRIA- ÇÃO DE PARTICIPAÇÃO DE MERCADO (BUILD NO ORIGINAL EM INGLÊS) Uma das estratégias é a construção ou a criação de participação de mer- cado. Essa estratégia é aplicada aos produtos ou negócios classificados Figura 2 – Correlação entre a Matriz BCG e o Ciclo de Vida do Produto Esta correlação é útil para o planejador porque permite avaliar a aplicação das estratégias recomendadas para cada estágio do CVP nos produtos iden- tificados nos quadrantes específicos da Matriz BCG. VENDAS CVP MODELO CVP MATRIZ BCG Introdução Crescimento Maturidade Declínio Ponto de interrogação Estrela Gerador de caixa Abacaxi Período como Pontos de Interrogação, os quais idealmente irão crescer para futuramente se transformarem em Estrelas e mais tarde em Geradores de Caixa. A estratégia Build também é aplicada aos produtos Estrela. Tanto no caso dos Pontos de Interrogação quanto dos pontos Estrelas, os investimentos são orientados para marketing, desenv- olvimento de novos produtos e fábricas. MANTER A PARTICIPAÇÃO DE MERCADO (HOLD NO ORIGINAL EM INGLÊS) Essa estratégia é aplicada aos pro- dutos Geradores de Caixa, os quais são administrados com vistas na manutenção de sua participação de mercado. Manter uma alta parti- cipação de mercado gera mais dinheiro do que criar a participação. Dessa forma, os recursos oferecidos pelos Geradores de Caixa podem ser utilizados para investir nos Pontos de Interrogação e nos pontos Estrelas que sejam promissores, isto é, que apresentam potencial de crescimento. COLHEITA (HARVEST NO ORIGINAL EM INGLÊS) A colheita quer dizer extrair di- nheiro do produto, o máximo pos- sível, o que implica, normalmente, se permitir a redução da partici- pação de mercado. O dinheiro A) B) C) 97 J U L H O / A G O S T O D E 2 0 0 5 – R E V I S T A D A E S P M Aluisio Ambrosio e Vicente Ambrosio obtido através dessa estratégia é utilizado para investimento em Pontos de Interrogação e Estrelas promissores. Geralmente esta estra- tégia é aplicada aos Abacaxis, aos Pontos de Interrogação e até mesmo aos Geradores de Caixa, que não são promissores, ou seja, que não apresentam potencial de estabili- dade ou de crescimento. DESINVESTIR (DESINVEST NO ORIGINAL EM INGLÊS) O desinvestimento de um produto ou de uma unidade de negócio significa a venda, a interrupção de produção ou mesmo o fechamento do negócio. Quando ocorre através de venda, normalmente gera dinheiro para a empresa. Esse processo também detém o escoamento de dinheiro causado por prejuízo ou investimento. Essa estratégia é aplicada a Abacaxis ou Pontos de Interrogação que não são minimamente promissores. O dinheiro conseguido é redistribuído para Estrelas e Pontos de Interrogação que podem vir a se tornar Estrelas. 6. OUTRAS UTILIDADES DA MATRIZ BCG Além de facilitar a elaboração de estratégias para investimento em produtos, a Matriz BCG é muito útil para se analisar posições estraté- gicas bem como opções estra- tégicas. (5) Veja-se o seguinte: MAPEAMENTO DO NEGÓCIO A Matriz BCG permite que a em- presa mapeie os seus negócios, tanto em forma de unidades de ne- gócios quanto em forma de pro- dutos, visualizando-os em uma perspectiva de carteira de produtos. Como resultado, a dinâmica de es- tratégias para toda a empresa pode ser planejada para ser desenvolvida e implementada no futuro. Exemplo: a empresa pode usar seus produtos Geradores de Caixa e Abacaxis, para financiar o lança- mento de produtos Pontos de Interrogação e o crescimento de produtos Estrela. AVALIAÇÃO DA CONCORRÊNCIA A Matriz Crescimento-Participação pode também ser utilizada para se avaliar a dinâmica de competitividade. A posição relativa no mercado das principais empresas concorrentes é claramente visualizada na matriz. Podem-se deduzir daí estratégias de reação ou de pró-ação face à concorrência. Exemplo: a empresa pode verificar que a sua atual estratégia privilegia produtos Geradores de Caixa, o que permite a entrada de concorrentes com produtos Pontos de Interrogação, ameaçando no futuro a sua atual posição confortável de caixa. A empresa pode, então, decidir investir em novos produtos, lançando Pontos de Interrogação. AVALIAÇÃO DO NEGÓ- CIO POR TECNOLOGIA A Matriz BCG também pode ser usada para analisar os negócios da empresa por tecnologia, gerando uma percepção estratégica de oportu- nidades e ameaças sob este ângulo. Exemplo: uma empresa de trans- portes aéreos pode avaliar o seu portfólio e perceber que a maioria de suas linhas está sendo servida por aviões pequenos e ultrapassados. 7. MÉTODO PASSO A PASSO Antes de iniciar a descrição dos pas- sos para se elaborar a Matriz BCG é necessário esclarecer o seguinte: Foi preparada uma planilha em Excel objetivando calcu- lar as variáveis-chave para a elabo- ração da Matriz. Ver a tabela 2. Também foi preparada uma fi- gura na qual são plotados os círculos que representam os produtos ou negócios da empresa. Ver a figura 3. A planilha mostra as seguintes variá- veis de apoio envolvidas na elabo- ração da Matriz: Unidades de negócios (UNs) ou produtos que compõem o portfólio da empresa; Crescimento de mercado no ano em estudo; Participação da empresa no mercado total no ano em estudo; Participação de mercado do maior concorrente no ano em estudo; Faturamento por Unidade de Negócio no ano em estudo. d) A) B) A) B) A) B) C) D) C) e) 98 R E V I S T A D A E S P M – J U L H O / A G O S T O D E 2 0 0 5 A Matriz BCG Passo a Passo PASSO 1 Construir a planilha para o caso que será estudado a partir do modelo proposto na tabela 2. PASSO 2 Levantar os dados das variáveis de apoio que compõem a planilha. PASSO 3 Preencher a planilha com os dados levantados no Passo 2. PASSO 4 Calcular a primeira variável-chave, ou seja, o Índice de Participação de Mercado do Maior Concorrente (IPMMC) através da seguinte fórmula (6): IPMMC = PASSO 5 Calcular a segunda variável-chave, isto é, a Área do Círculo (AC) através da seguinte fórmula (6): AC = Faturamento = 3,141592 PASSO 6 Construir uma Matriz BCG. PASSO 7 Construir uma figura da Matriz BCG a partir da figura 3. Participação de mercado (%) Participação de mercado do maior concorrente (%) A seguir serão vistos os passos para a elaboração da Matriz BCG: 99 J U L H O / A G O S T O D E 2 0 0 5 – R E V I S T A D A E S P M Aluisio Ambrosio e Vicente Ambrosio 8. CASO- EXEMPLO: EMPRESABETA S/A Será usado o caso da empresa Beta S/A para ilustrar o método passo a passo de elaboração da Matriz BCG. A empresa Beta é uma empresa existente no Brasil, distribuidora de energia elétrica. A empresa tem quatro produtos. O termo produto está sendo usado aqui no seu sentido amplo, ou seja, significando qualquer oferta ao cliente, seja ela tangível ou intangível. No caso da em- presa Beta os produtos são ser- viços de distribuição de energia elétrica. Para melhor entendimento do método passo a passo e também para demonstrar a sensibilidade permitida pelo método, foram preparados três cenários: o Cenário I foi baseado em dados reais; os Cenários II e o III consi- deram alterações nas variá- veis de apoio, as quais geram conse- qüências nas variáveis-chave. PASS0 8 Plotar os círculos correspondentes a cada unidade de negócio ou produto na Matriz BCG. Tomando como exemplo o Cenário I, teremos: a) Cálculo da área da circunferência para cada Unidade de Negócio Faturamento b) Cálculo do índice de participação de mercado do maior concorrente C) Cálculo da posição do círculo nos quadrantes Esta variável é uma função do quociente obtido em b. Caso o quociente seja superior a 1, o círculo será alocado nos quadrantes de alta participação de mercado do maior concorrente e, se inferior a 1, ficará alocado nos quadrantes de baixa participação de mercado do maior concorrente. PASSO 9 Fazer a análise a partir da Matriz BCG elaborada. Podem-se, também, construir outras matrizes a fim de plotar os círculos calculados a partir de alterações nas variáveis de apoio e, conseqüentemente nas variáveis-chave. Esta flexibilidade permitirá ao planejador desenvolver conclusões e sugestões/recomendações mais enriquecidas de estratégias para a gestão do portfólio de produtos da empresa. = 2,82125 3,14159265 = 40% 28% Participação de mercado do produto A (%) Participação de mercado do maior concorrente (%) = 1,43 A) B) = 100 R E V I S T A D A E S P M – J U L H O / A G O S T O D E 2 0 0 5 A Matriz BCG Passo a Passo Tabela 2 – Cenário I (Dados reais) UNIDADE DE NEGÓCIO Produto A 18% 40% 28% 1,43 25 2,821 Produto B 5% 70% 25% 2,80 60 4,370 Produto C 15% 2% 10% 0,20 4 1,128 Produto D 3% 5% 16% 0,31 8 1,596 ÁREA DA CIRCUNFERÊNCIA FATURAMENTO U$ milhões PARTICIPAÇÃO DE MERCADO DO MAIOR CONCORRENTE (ÍNDICE) PARTICIPAÇÃO DE MERCADO CRESCIMENTO DE MERCADO PARTICIPAÇÃO DE MERCADO DO MAIOR CONCORRENTE CENÁRIO I (DADOS REAIS) Figura 3 – Matriz BCG – Cenário I (Dados reais) H ? STARS QUESTION MARKS CASH COWS DOGS 1,43 0,20 0,312,80 1,0010,00 0,10 ALTA BAIXA ALTA 20% 10% BAIXA 0% PARTICIPAÇÃO RELATIVA DE MERCADO CR ES CI M EN TO D O M ER CA DO (% ) CENÁRIO IMATRIZ BCG CENÁRIO II Tabela 3 – Cenário lI (Dados reais) UNIDADE DE NEGÓCIO Produto A 15% 33% 8% 4,13 25 2,821 Produto B 4% 58% 33% 1,76 60 4,370 Produto C 13% 8% 4% 2,00 18 2,394 Produto D 3% 4% 18% 0,22 18 2,394 ÁREA DA CIRCUNFERÊNCIA FATURAMENTO U$ milhões PARTICIPAÇÃO DE MERCADO DO MAIOR CONCORRENTE (ÍNDICE) PARTICIPAÇÃO DE MERCADO CRESCIMENTO DE MERCADO PARTICIPAÇÃO DE MERCADO DO MAIOR CONCORRENTE $ 101 J U L H O / A G O S T O D E 2 0 0 5 – R E V I S T A D A E S P M Aluisio Ambrosio e Vicente Ambrosio CENÁRIO III Tabela 4 – Cenário lIl UNIDADE DE NEGÓCIO Produto A 12% 12% 30% 0,40 18 2,394 Produto B 6% 25% 35% 0,71 52 4,068 Produto C 10% 2% 15% 0,13 3 0,977 Produto D 4% 5% 20% 0,25 5 1,262 ÁREA DA CIRCUNFERÊNCIA FATURAMENTO U$ milhões PARTICIPAÇÃO DE MERCADO DO MAIOR CONCORRENTE (ÍNDICE) PARTICIPAÇÃO DE MERCADO CRESCIMENTO DE MERCADO PARTICIPAÇÃO DE MERCADO DO MAIOR CONCORRENTE H ? STARS QUESTION MARKS CASH COWS DOGS 4,13 0,221,76 1,0010,00 0,10 ALTA BAIXA ALTA 20% 10% BAIXA 0% PARTICIPAÇÃO RELATIVA DE MERCADO CR ES CI M EN TO D O M ER CA DO (% ) CENÁRIO IIMATRIZ BCG H ? STARS QUESTION MARKS CASH COWS DOGS 0,40 0,71 1,0010,00 0,10 ALTA BAIXA ALTA 20% 10% BAIXA 0% PARTICIPAÇÃO RELATIVA DE MERCADO CR ES CI M EN TO D O M ER CA DO (% ) CENÁRIO IIIMATRIZ BCG 2,00 0,13 0,25 Figura 4 – Matriz BCG – Cenário II Figura 5 – Matriz BCG – Cenário III $ $ 102 R E V I S T A D A E S P M – J U L H O / A G O S T O D E 2 0 0 5 A Matriz BCG Passo a Passo BIBLIOGRAFIA ANÁLISE O Cenário I mostra que a empresa Beta tem um portfólio de produtos equilibrado, com um produto em cada quadrante. O principal pro- duto está no quadrante Gerador de Caixa e o segundo maior produto está no quadrante Estrela. A empresa tem um bom presente e um futuro a caminho, pois também tem um produto no quadrante Ponto de Interrogação. O produto Abacaxi é pequeno e acaba gerando fluxo de caixa positivo para apoiar o seu pequeno crescimento de mercado. O Cenário II mostra um portfólio de produtos muito bom, pois dois produtos estão no quadrante Estrela. Entretanto, a empresa precisaria lançar um novo produto para reforçar o seu portfólio visando manter o fluxo de novos produtos com potencial de substituição, por exemplo, do produto Abacaxi. O Cenário III mostra um portfólio desequilibrado com dois produtos no quadrante Abacaxi, um produto no limiar entre os quadrantes Ponto de Interrogação e Abacaxi, embora um produto esteja indo muito bem no quadrante Ponto de Interrogação. RECOMENDAÇÃO O Cenário I é o mais adequado para a empresa Beta porque é o que apresenta o quadro mais equili- brado. Entretanto, o Cenário II também é muito propício para o desenvolvimento da empresa, embora se deva considerar, forte- mente, o lançamento de um novo produto para equilibrar o portfólio, especialmente visando ao futuro. 9. CONCLUSÃO A Matriz BCG oferece ao analista uma ampla visão do portfólio de produtos da empresa, e deve ser utilizada em sintonia com outras metodologias. O grande problema para sua utili- zação é justamente a elaboração da matriz, a qual, na maioria das vezes, é “desenhada” e não calculada; o que invalida a sua apresentação. Com o método passo a passo proposto neste artigo o problema fica resolvido e o planejador passa a ter, disponível, uma ferramenta de análise tanto qualitativa quanto quantitativa bastante poderosa. BETHLEM, Agricola. Estratégia Empresarial. São Paulo: Atlas, 1998. 407 p. (7) COOPER, Cary L.; ARGYRIS, Chris. Dicionário Enciclopédico de Administração. São Paulo: Atlas, 2003. 1456 p. (4) DIAS, Sérgio R. et al. Gestão de marketing. Edição especial. São Paulo: Editora Saraiva, 2002. 496 p. (6) HENDERSON, Bruce D. The Experience Curve Reviewed. The Growth Share Matrix or the Product Portfolio. Perspectives, Boston, no. 135, p. 1-3, 1973. (5) (2) KROLL, Mark J.; PARNELL, John; WRIGHT, Peter. Administração Estratégica – Conceitos. São Paulo: Atlas, 2000. 433 p. (2) (3) STERN, Carl W.; STALK Jr., George. Perspectives on Strategy from The Boston Consulting Group. New York: John Wiley & Sons, 1998. 319 p. (3) INTERNET MEADWESTVACO. Disponível em: http:// www.meadweb.com/cgi-bin/meadweb.storefront. Acesso em: 6 maio 2005. (1) AUTORES ALUISIO AMBROSIO Professor de Finanças e Estatística da ESPM- RJ (aambrosio@espm.br) VICENTE AMBROSIO Professor de Planejamento de Marketing da ESPM-RJ ESPM
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