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Desenvolvimento embrionário e fetal - Medipédia, Conteúdos de Saúde

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02/03/2015 Desenvolvimento embrionário e fetal ­ Medipédia, Conteúdos de Saúde
data:text/html;charset=utf­8,%3Ch3%20name%3D%221%22%20id%3D%221%22%20style%3D%22margin%3A%200px%3B%20padding%3A%200px%3… 1/5
Fases do desenvolvimento
Embora o desenvolvimento do produto da fertilização seja ininterrupto, pode ser dividido de
forma arbitrária em três fases, de modo a distinguir três grandes períodos bem diferentes. A
primeira fase é a denominada fase embrionária e corresponde ao período que se inicia no
momento da fertilização e termina com a nidificação da blástula na mucosa uterina. Ao
longo desta fase, deve­se falar de ovo ou produto da concepção. A segunda fase
designa­se fase embrionária e engloba o primeiro trimestre de desenvolvimento, período
ao longo do qual todos os órgãos do corpo vão sendo formados. Durante esta fase, o novo
ser é denominado embrião. A terceira fase, a mais prolongada, é a denominada fase
fetal e compreende o tempo que resta até ao momento do nascimento, correspondendo ao
período de amadurecimento, ao longo do qual os órgãos, já formados na etapa anterior,
acabam de adquirir a sua estrutura definitiva, alcançando a sua plena actividade, factores
essenciais para possibilitar uma vida independente fora do organismo materno. Ao longo
desta fase, o produto da fertilização deve ser denominado feto.
Desenvolvimento embrionário
A nidificação proporciona o desencadeamento de transformações espectaculares, já que ao
fim de poucos dias a existência de vários mecanismos codificados na constituição genética
que desconhecemos faz com que uma simples aglomeração de células se diferencie em
várias estruturas que irão, por um lado, constituir o embrião e, por outro lado, as
membranas que o irão proteger e a placenta, o órgão responsável pela sua oxigenação e
nutrição.
Primeiro mês. A primeira transformação ocorre no trofoblasto, que se diferencia em duas
camadas, uma externa, denominada sinciciotrofoblasto, e outra interna, ocitotrofoblasto.
A camada externa é constituída por uma massa de células, cujo crescimento e penetração
no endométrio provoca a erosão dos vasos sanguíneos presentes no endométrio, levando à
formação de lagos de sangue na espessura do mesmo, que pouco depois irão
desempenhar um papel essencial na circulação placentária. Entretanto, o polo embrionário
desenvolve um espaço, denominadocavidade amniótica, cuja repleção de líquido irá
separar o embrioblasto do trofoblasto. Esta cavidade vai aumentando gradualmente de
tamanho, ficando revestida por uma camada que formará o âmnio, ou saco amniótico, um
elemento normalmente conhecido como "bolsa das águas''. O blastocelo, ou seja, a
cavidade repleta de líquido delimitada pelo citotrofo­blasto que já existia anteriormente, é ao
mesmo tempo revestida por uma camada de células que constitui o denominadosaco
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02/03/2015 Desenvolvimento embrionário e fetal ­ Medipédia, Conteúdos de Saúde
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vitelino.
Estas transformações proporcionam a conversão do embrioblasto num disco, no qual é
possível distinguir duas camadas celulares, ou folhetos blastodérmicos, que irão
proporcionar a formação de várias estruturas orgânicas: uma situada mais perto da parede
uterina, a ectoderme, que originará a pele e o tecido nervoso, e outra situada mais
profundamente, a endoderme, que originará órgãos como os do aparelho digestivo,
respiratório e urinário. Pouco depois, evidencia­se um folheto blastodérmico situado entre
as anteriores, a mesoderme, do qual derivarão o aparelho locomotor e o circulatório. É
igualmente possível encontrar uma camada celular denominada mesoderme extra­
embrionária que irá formar uma terceira cavidade, o celoma, que separa as estruturas
embrionárias das que constituem a placenta. Como esta cavidade é temporária, vai sendo
progressivamente substituída pela cavidade amniótica. Ao longo desta fase, o conjunto
constituído pelo embrioblasto pelas suas camadas distintas, o saco vitelino e o saco
arnniótico, fica unido ao trofoblasto apenas por um cordão de células, o pedúnculo do
embrião, onde se irá formar o cordão umbilical. À medida que a placenta se vai
desenvolvendo, a cavidade amniótica vai aumentando de tamanho, enquanto que o celoma
vai diminuindo até desaparecer, o que faz com que o embrião fique a flutuar no líquido
amniótico, unido à parede uterina apenas pelo pedúnculo, onde o saco vitelino é substituído
pelo cordão umbilical que o liga à placenta.
No fim do primeiro mês, embora o embrião apenas meça 5 mm e o seu peso nem sequer
alcance 1 g, já apresenta uma forma comprida, com uma proeminência numa das suas
extremidades que corresponde à cabeça, ainda muito flectida sobre o tronco, e com polpas
que irão proporcionar os membros. Dado que é nesta fase que tanto o sistema nervoso
como o aparelho circulatório se começam a formar, o coração começa, igualmente, a bater,
mesmo que de forma descompassada.
Segundo mês. Ao longo do segundo mês, começam a surgir os esboços de todos os
restantes órgãos e o crescimento do embrião intensifica­se. De facto, durante a quinta
semana, o seu crescimento duplica, fazendo com que o embrião adopte uma forma
semelhante a um girino ou um cavalo marinho, com uma cabeça muito grande em relação
ao corpo e um tronco que vai diminuindo de dimensão até terminar num pequeno colo, que
acaba por desaparecer. Ao longo deste mês, já é possível distinguir os orifícios da boca e
do nariz na cabeça, assim como os botões dos ouvidos e dos olhos. Nos lados do tronco
vão crescendo os membros e desenvolvendo­se as mãos e os pés, com todos os seus
dedos, começando igualmente a formar­se os órgãos do aparelho digestivo, fígado,
02/03/2015 Desenvolvimento embrionário e fetal ­ Medipédia, Conteúdos de Saúde
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pâncreas, rins, os vários músculos... De facto, no final da oitava semana, o embrião já tem
um aspecto mais humano e conta com todos os aparelhos e sistemas orgânicos, alguns já
em funcionamento. Quando apresentarem um comprimento de apenas 3 a 4 cm e peso de
2 a 3 g, pode­se considerar que o embrião está completamente formado, passando a ser
designado feto.
Desenvolvimento fetal
O período fetal inicia­se com todos os órgãos do corpo formados na sua quase totalidade,
pois apenas falta o seu amadurecimento e o início do seu funcionamento. Embora as
alterações se processem de maneira ininterrupta, em cada mês ocorrem transformações
características.
Terceiro mês. É ao longo do terceiro mês que o feto adquire um aspecto definitivamente
humano. A cabeça, proporcionalmente muito maior do que o resto do corpo, vai
progressivamente endireitando­se e o rosto acabando de se constituir: os olhos,
anteriormente situados nos lados, passam a estar à frente, embora muito separados,
revestidos por uma pele que se transformará nas pálpebras; os lábios vão ganhando a sua
forma, enquanto que as orelhas, ainda não totalmente moldadas, ocupam uma posição
mais baixa. Como os membros ficam mais compridos, sobretudo os superiores, começa a
ser possível distinguir os dedos das mãos e dos pés. O fígado encontra­se muito
desenvolvido, o tubo digestivo começa a funcionar e os rins trabalham em perfeitas
condições, pois o feto ingere líquido amniótico, que é absorvido nos intestinos, acabando
por verter urina no meio que o rodeia. Embora os órgãos genitais já se encontrem
diferenciados, não se consegue distinguir o sexo através da ecografia. Apesar de a mãe
ainda o não conseguir detectar, o feto começa a movimentar­se. No final do terceiro mês, o
feto mede cerca de 10 cm e pesa perto de 30 g.
Quarto mês. O crescimento do feto ao longo deste mês é muito significativo. Embora a
cabeça continue a ser grande, não é tão desproporcionada emrelação ao resto do corpo,
sendo possível observar progressivas alterações no rosto, ou seja, as orelhas adquirem a
sua localização definitiva, os olhos, embora já sejam grandes, tal como a boca, continuam a
estar muito separados, enquanto que o queixo é muito pequeno. Dado que os genitais já
estão diferenciados, pode­se saber o sexo do feto através da realização de uma ecografia.
O coração já bate com tanta força que se pode detectar a sua actividade através de um
aparelho electrónico especial. Os membros encontram­se igualmente desenvolvidos e as
mãos tão formadas que as impressões digitais já se encontram definidas. O fortalecimento
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02/03/2015 Desenvolvimento embrionário e fetal ­ Medipédia, Conteúdos de Saúde
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dos músculos faz com que os movimentos do feto comecem a ser activos, sendo
perceptíveis para a mãe. Na pele vai surgindo um fino pêlo de cor escura, denominado
lanugem, que se vai progressivamente estendendo a todo o corpo. No final do quarto mês,
o feto mede cerca de 16 cm e pesa perto de 150 g.
Quinto mês. O quinto mês é a etapa de amadurecimento do funcionamento dos órgãos. O
coração bate com tanta força que pode ser facilmente auscultado com um estetoscópio
obstétrico. Os olhos ainda permanecem proeminentes e as pálpebras continuam fechadas.
Os movimentos do feto são tão nítidos que são perceptíveis períodos de sono intercalados
com outros de plena actividade, em que agita as pernas e os braços, sobretudo quando a
mãe está deitada, existindo momentos em que chupa o polegar com satisfação. A lanugem
começa, em algumas zonas do corpo, a ser substituída por cabelo verdadeiro, enquanto
que as sobrancelhas e o cabelo vão crescendo. Nesta fase, o feto mede cerca de 25 cm e
pesa entre 250 a 300 g.
Sexto mês. O feto continua a movimentar­se bastante, mesmo que o faça de forma
desordenada, ocorrendo também períodos de sono e de vigília. Para além disso, começa a
reagir perante os ruídos externos, chupa frequentemente o polegar e, por vezes, tem
soluços. A cabeça deixa de ser tão desproporcionada em relação ao corpo, o pescoço
torna­se mais evidente e a cara fica mais fina. O nariz fica maior e as orelhas aumentam de
tamanho. A superfície cutânea vai­se revestindo de uma substância untuosa de cor
esbranquiçada, denominada vérnix caseosa, que a protege do contínuo contacto com o
líquido amniótico. Embora todos os órgãos já estejam completamente formados, alguns
ainda não amadureceram o suficiente para que o feto tenha uma vida independente,
sobretudo os pulmões, que muito provavelmente seriam destruídos se o parto ocorresse
nesta altura e o bebé fosse exposto ao ar livre. No fim do sexto mês, pode­se constatar
como o crescimento ao longo desta etapa foi considerável, já que o feto mede 32 cm e pesa
cerca de 600 g.
Sétimo mês. Embora o crescimento, ao longo deste mês, seja mais lento, o sistema
nervoso amadurece significativamente, na medida em que o feto movimenta as mãos com
suavidade e precisão, abre e fecha os olhos, reage a estímulos externos, como uma luz
intensa ou sons, com um aumento da sua frequência cardíaca... Embora os movimentos
sejam activos, o feto movimenta­se menos porque já ocupa praticamente todo o espaço
disponível no interior do útero que o acolhe. Nesta fase, o feto costuma girar e colocar­se
com a cabeça para baixo, apontando para a pélvis materna, como se estivesse a preparar­
se para nascer. De facto, a partir do sétimo mês, o organismo do feto já está praticamente
02/03/2015 Desenvolvimento embrionário e fetal ­ Medipédia, Conteúdos de Saúde
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preparado para enfrentar o mundo exterior, embora os pulmões ainda não estejam
maduros, a pele ainda esteja tão fina que não lhe proporciona uma boa camada isoladora e
o sistema termorregulador não funcione perfeitamente. No entanto, caso nascesse
prematuramente, o feto teria elevadas probabilidades de sobreviver, sobretudo com a
devida ajuda técnica. No fim do sétimo mês, o feto mede cerca de 40 cm e pesa entre 1,2 a
1,4 kg.
Oitavo mês. É ao longo deste mês que o amadurecimento dos pulmões chega ao fim, já
que o septo interno dos alvéolos reveste­se de uma substância denominada surfactante,
que impediria a sua destruição, caso o feto nascesse e respirasse. Para além disso, a
camada de gordura subcutânea aumenta, isolando­o do exterior, e a pele fica mais lisa e
suave. Ao longo deste mês, o feto prepara­se para nascer, colocando a cabeça para baixo e
as nádegas para cima. Mede cerca de 47 cm e pesa entre 2 e 2,5 kg.
Nono mês. O organismo do feto já está preparado para o nascimento. Ao longo das últimas
semanas, o desenvolvimento dos ossos é acelerado, a pele torna­se mais espessa e a
lanugem tem tendência para desaparecer. A cabeça está muito mais proporcional, pois
mede 1/4 do comprimento total do corpo, as orelhas estão separadas do crânio, o nariz bem
formado e os olhos adoptam uma cor azul acinzentada. Os genitais externos adquirem as
características definitivas consoante o sexo, já que nos rapazes os testículos descem do
abdómen e situam­se no interior do escroto, enquanto que nas raparigas a vulva ganha
forma, encontrando­se praticamente revestida pelos grandes lábios. Os reflexos estão muito
apurados, sobretudo os de sucção, algo que será indispensável para mamar correctamente.
No fim do último mês, o feto mede, em média, cerca de 50 cm e pesa entre 3 a 3,5 kg. Por
fim, a sua cabeça encaixa­se na pélvis materna, de modo a preparar­se para o nascimento.

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