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Cronograma - Calendário para concursos

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Prévia do material em texto

Eduardo Ganymedes Costa
Especialista em Direito do Trabalho e Direito 
Processual do Trabalho pela Universidade São 
Judas Tadeu. Cursando especialização em Docên-
cia no Ensino Superior pela Universidade Cidade 
de São Paulo (Unicid). Graduado em Direito pelo 
Centro Universitário das Faculdades Metro-
politanas Unidas. Professor emérito da Unicid. 
Diretor do curso de Direito da Unicid. Professor 
especialista do Centro Universitário das Faculda-
des Metropolitanas Unidas e advogado.
Noçoes_gerais_direito.indb 3 12/11/2012 17:27:39
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
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Introdução ao estudo do Direito
Objetivo
Introduzir o estudante na ciência do Direito, para sua compreensão e 
inserção no mundo social, não somente sob o aspecto da lei em si, mas como 
instrumento da realização da Justiça e da pacificação dos indivíduos em 
sociedade, quer nas relações individuais, quer na relação com o Estado 
Democrático de Direito.
Definição
O Direito é inerente à existência da sociedade organizada, com regras de 
convivência pacífica entre os componentes dessa união, submissos aos po-
deres constituídos para a garantia de sua existência.
Para bem entender a ciência do Direito, é necessário atentar-se para os 
vários sentidos da palavra direito.
Muitas são as definições de direito, mas aqui lança-se mão da elaborada 
pelo ilustre Miguel Reale, em Curso de Filosofia do Direito (apud PINHO; 
NASCIMENTO, 2004, p. 28): “Direito é a vinculação bilateral atributiva da 
conduta para a realização ordenada dos valores de convivência”.
Ordenamento jurídico
Deve serPode ser
Império da leiImpério da vontade
Vontade das partes Vontade da lei
liberdade
de
escolha
norma
indisponível
=
razão
cogente
Civil
Trabalhista
Comercial
Rel. Consumo
Constitucional
Tributário
Administrativo
Penal
Noçoes_gerais_direito.indb 11 12/11/2012 17:27:46
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Introdução ao estudo do Direito
12
A norma de conduta pode ser positiva ou negativa, sob o aspecto dos 
direitos fundamentais do ser social, expressos no artigo 5.º da Constituição 
Federal (CF de 1988), que se pode resumir em direitos individuais, de pro-
priedade e de atividade.
Para facilitar o entendimento, vale observar que essa indicação de ação 
positiva ou negativa encontra vértice no artigo 5.º, II, da CF:
Art. 5.º [...]
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de 
lei; [...]
Impõe-se anotar que o império da lei deve se colocar a serviço da socie-
dade, regrando ações e omissões de conduta, visando ao bem comum e à 
convivência pacífica dos indivíduos do grupamento social.
Em exercício de reflexão sobre o tema, considere-se a seguinte situação: 
“Observando seu direito fundamental de ir e vir, um indivíduo utilizando um 
veículo automotor, ao longo de seu trajeto, encontra um sinal (farol ou semá-
foro) vermelho e, em um outro ponto, um verde. Em qual das situações ele 
está diante de norma de conduta social negativa? E positiva? O desrespeito 
da norma posta, em ambos os casos, irá lhe causar a sanção de multa pela 
autoridade competente?”
Comentário: a conduta em ambos os casos é cogente (obrigatória), baixo 
a sanção de multa. No caso do farol vermelho, é negativa ao direito de ir e vir; 
no caso do farol verde, é positiva ao direito de ir e vir.
O regramento ora abordado sofre constantes alterações com base na 
evolução da própria sociedade, principalmente da efervescente interação do 
ser humano no seio social, com a aquisição de conhecimento do mundo que 
o rodeia e oriundo da evolução tecnológica, que altera comportamentos e 
facilita a inserção do homem na vida social.
Quem de nós, há 30 anos, poderia imaginar que fatos ocorridos em terras 
longínquas seriam quase que instantaneamente conhecidos pela quase to-
talidade dos indivíduos do planeta?
Essa efervescência, por outro lado, tem interferido nos limites dos direi-
tos fundamentais dos indivíduos, impondo condicionamentos e restrições a 
esses direitos. As restrições limitam os direitos fundamentais, sendo certo, 
porém, que as condições postas não inibem o exercício desses direitos, mas 
o normatizam, em benefício do coletivo, sob o poder estatal de polícia admi-
nistrativa, em regra.
Noçoes_gerais_direito.indb 12 12/11/2012 17:27:46
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Introdução ao estudo do Direito
13
Para a consolidação do quanto posto, vale refletir sobre as seguintes si-
tuações sob o crivo dos direitos fundamentais, para perfeita identificação da 
condição e da restrição.
Exercício de fixação 1: um indivíduo, que possui o direito de transitar em todo o 
território nacional, por diferentes modos (a pé, de bicicleta, de automóvel), 
toma a direção de seu veículo e vai a uma cidade distante 80 quilômetros 
de onde se encontra. Na utilização desse direito, o indivíduo deve possuir 
Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e, embora seu veículo tenha a capaci-
dade de desenvolver 250 quilômetros por hora, em uma estrada estadual ele 
tem que observar a velocidade máxima de 120 quilômetros por hora.
Comentário: a condição ao direito de ir e vir dirigindo um veículo auto-
motor é a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação e a restrição é a limi-
tação da velocidade, o regramento de estacionar etc.
Exercício de fixação 2: ao quitar o preço correspondente à aquisição de um ter-
reno, localizado em um grande centro urbano, com 10 metros de testada e 
50 de fundos, o indivíduo “A”, observado seus direitos fundamentais de pro-
priedade e de construir, resolve erigir uma casa plana, com uma área de 500 
metros quadrados (utilizando todo o terreno). Entretanto, é alertado pelo 
engenheiro da inviabilidade da construção, diante das leis de posturas mu-
nicipais e de zoneamento. Referido profissional – em resposta ao questiona-
mento da inviabilidade de utilização da propriedade em sua totalidade –, in-
forma a necessidade de haver um recuo mínimo de 5 metros na frente, como 
reserva para eventual desapropriação, bem como de 1,5 metro de cada lado 
e, ainda, de uma área nos fundos do terreno, para insolação e aeração natu-
ral; dessa forma, é possível realizar-se uma construção assobradada de área 
de 200 metros quadrados, com início mediante autorização da autoridade 
competente (alvará de construção) e apresentação de uma série de docu-
mentos (planta baixa, perfil e fachada, rede elétrica e hidráulica, escritura ou 
documento de posse, cédula de identidade etc.).
Comentário: a condição é a obtenção do alvará de construção, com a 
apresentação de uma série de documentos, plantas e todo o mais exigido 
pela legislação; a restrição está nos limites do construir, tudo a depender da 
Lei de Postura Municipal e Código de Obras.
Repita-se a lição de Rudolf von Lhering: o Direito “é um conjunto de normas, co-
ativamente garantidas pelo poder público” (apud SIQUEIRA JÚNIOR, 2003, p. 11).
Noçoes_gerais_direito.indb 13 12/11/2012 17:27:46
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Introdução ao estudo do Direito
14
Assim, o Direito visa à realização da justiça por meio de princípios de con-
duta social, com obrigação coercitiva.
Quando esses princípios são sustentados em afirmações teóricas, temos a 
Ciência Jurídica, em cuja cúpula encontra-se a Filosofia do Direito.
Quando esses princípios são concretizados em normas jurídicas, temos o 
Direito Positivo, expresso na legislação.
A sistematização dos princípios em normas legais constitui a Ordem Jurí-
dica, ou seja, o sistema legal adotado para assegurar a existência doEstado 
e a coexistência pacífica dos indivíduos na comunidade. Daí a existência de 
duas ordens jurídicas: a interna e a internacional.
Direito objetivo, subjetivo, elementos e relação de Direito
Direito objetivo: “Direito norma”
O Direito, objetivamente considerado, é o conjunto de normas de conduta 
social coativamente imposta pelo Estado.
Segundo Roberto de Ruggiero (apud PINHO; NASCIMENTO, 2004, p. 28):
O Direito objetivo pode definir-se como o complexo das regras impostas aos indivíduos nas 
suas relações externas, com caráter de universalidade, emanadas dos órgãos competentes 
segundo a constituição e tornadas obrigatórias mediante a coação.
Direito subjetivo: “Direito faculdade”
O Direito subjetivo, segundo Lhering é “o interesse juridicamente protegido” 
(apud PINHO; NASCIMENTO, 2004, p. 28).
Clóvis Bevilácqua, em seu livro Teoria Geral do Direito, ensina que “o Direito 
subjetivamente considerado é o poder de ação assegurado pela ordem 
jurídica” (apud PINHO; NASCIMENTO, 2004, p. 28).
A diferença entre Direito objetivo e Direito subjetivo pode ser facilmente 
compreendida quando observamos as palavras do inesquecível José Cretella 
Júnior (1987), que define o Direito objetivo como “o conjunto de regras obri-
gatórias, em vigor no país, numa dada época”, e o Direito subjetivo como “a 
Noçoes_gerais_direito.indb 14 12/11/2012 17:27:46
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Introdução ao estudo do Direito
15
faculdade ou possibilidade que tem uma pessoa de fazer prevalecer em juízo 
a sua vontade, consubstanciada num interesse”. Assim podemos tomar como 
exemplo a locação de imóvel urbano para fins residenciais: há norma dispondo 
sobre a matéria (a Lei do Inquilinato que, como lei, compõe o Direito objetivo). 
No momento em que duas pessoas – locador e locatário – firmam o contrato 
de locação, esse pacto está sob a luz de norma jurídica expressa; se uma das 
partes deixa de cumprir com o contratado, a outra pode ingressar em juízo e, 
invocando os preceitos normativos que a amparam, exigir do outro a satisfa-
ção de sua obrigação e/ou a imposição de uma sanção (Direito subjetivo).
Elementos e relação de Direito
Em linhas gerais, o Direito compreende um sujeito, um objeto e uma rela-
ção (que assim é o “elemento de ligação” entre os outros).
Os sujeitos do Direito são as pessoas naturais e jurídicas; logo, o sujeito do 
Direito é a pessoa em sua posição ativa.
O objeto do Direito é o bem ou vantagem sobre o qual o sujeito exerce o 
poder conferido pela ordem jurídica, como (PINHO; NASCIMENTO, 2004, p. 19):
 os modos de ser da própria pessoa na vida social (v.g. a existência, a 
liberdade, a honra etc.);
 as ações humanas;
 as coisas corpóreas e incorpóreas.
Assim, objeto é o bem tangível ou intangível sobre o qual recai a manifes-
tação da vontade.
A relação de Direito é o elo de ligação entre o objeto e o sujeito. Para tra-
tarmos dela, observando sua constituição e seus efeitos, adequado se faz 
conceituarmos esse tipo de relação. Dessa forma, mister se faz colacionar-
mos o que preleciona Edvaldo Brito (1999, p. 105), como segue:
Na sua vida social, os homens travam certas relações ou sofrem as consequências de certos 
fatos ocorridos na sociedade, que precisam ser ordenados, regulados, disciplinados, para 
que se torne possível a coexistência social. Essa regulamentação de tais relações se faz 
através de normas jurídicas. [...] A relação jurídica é, portanto, uma relação de caráter social 
que adquire substância jurídica, exatamente porque é regulada pela ordem jurídica.
Noçoes_gerais_direito.indb 15 12/11/2012 17:27:47
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Introdução ao estudo do Direito
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Vários doutrinadores ensinam que a relação de Direito somente se dá 
entre as pessoas; outros fazem distinção entre a atuação sobre objetos natu-
rais e a ligação de pessoas entre si, a qual denominam de direitos de domi-
nação, que impõem deveres diretos a outras pessoas.
Por seu turno, Nelson Palaia (2005, p. 18) ensina:
Relação jurídica é a vinculação direta ou indireta de duas ou mais pessoas à circunstância 
de fato, ou a um bem da vida, disciplinada pela norma jurídica positiva. As pessoas se 
relacionam em função das atividades sociais, profissionais e pessoais, em razão de 
seus mútuos interesses e visando certas finalidades. Tais relações, enquanto de cunho 
meramente pessoal, envolvendo fatos não controvertidos e sem envolver pretensões ou 
interesses atuais ou futuros, podem ser consideradas meras relações sociais. Se, contudo, 
tais relações sociais envolverem interesses pessoais ou reais, vantagens, prerrogativas, 
faculdades, deveres ou obrigações, disciplinados pela norma jurídica, estaremos diante 
de uma relação jurídica.
Assim, um simples “olá” ao dono da mercearia é um ato de relação social; 
porém, se há a aquisição de mercadoria, contra o pagamento de determi-
nado preço, aperfeiçoa-se uma operação de compra e venda, uma relação 
jurídica, um contrato de compra e venda, que tem previsão e regulação em 
norma jurídica.
Exercício de fixação 1: refletir e indicar o Direito objetivo, o subjetivo e os sujeitos
“A”, mediante pagamento em parcela única, liquidada por meio de cheque nomi-
nal, adquire da Casa Comercial “X” um aparelho de som da marca “Z”, com tradição 
imediata. Ao chegar em sua residência, efetua atenta leitura do manual de insta-
lação e uso para, após, ligá-lo corretamente. Verifica, então, que o aparelho está 
com defeito. Imediatamente volta à Casa Comercial, visando à troca. Para tanto, 
leva a nota fiscal, na qual estava consignada a garantia de substituição, em caso 
de defeito, no prazo de 7 (sete) dias da compra. Entretanto, a troca lhe foi negada 
pelo gerente da loja, que se limitou a dizer que o aparelho deveria ser levado a 
uma oficina de assistência técnica autorizada pelo fabricante para conserto, sem 
custo de mão de obra e peças. Não concordando com a postura da Casa Comer-
cial, “A” propõe uma reclamação perante o Procon exigindo a troca do bem ou a 
devolução do preço pago com juros e correção monetária.
Base legal:
Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078, de 11 de setembro de 1990)
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem 
solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou 
inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por 
Noçoes_gerais_direito.indb 16 12/11/2012 17:27:47
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Introdução ao estudo do Direito
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aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da 
embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes 
de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§1.º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, 
alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de 
uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de 
eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§2.º Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no 
parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. 
Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por 
meio de manifestação expressa do consumidor. [...]
Comentário: o Direito objetivo é a própria previsão legal de troca do bem 
e o direito subjetivo é a faculdade de exigir aquilo que está posto no or-
denamento jurídico. Noteque, no caso, “A” poderia, por qualquer razão, ter 
preferido levar e custear o conserto em uma oficina especializada ou ir à 
assistência técnica. Não é uma obrigação, mas uma faculdade que deve ser 
exercida em um determinado tempo, sob pena de incidência da prescrição 
ou decadência.
Exercício de fixação 2: refletir e indicar o direito objetivo, o subjetivo e os sujeitos
“B”, viúvo, por meio de Escritura Pública, constitui usufruto vitalício de um de seus 
bens consistente no apartamento n.º 105-A do Edifício “N” (que lhe tocou indivi-
dualmente após o inventário dos bens de sua falecida mulher) para a sua proge-
nitora, com encargo de mantença no estado recebido, pagamento de impostos, 
taxas, contribuições de melhoria e taxas condominiais (ordinárias e extraordi-
nárias). Sobrevindo o falecimento de “B”, a nua propriedade do referido imóvel 
coube, observada a quota-parte, aos seus 4 (quatro) filhos. Passados 18 (dezoito) 
meses do término do inventário, os detentores da nua propriedade foram noti-
ficados de débitos de IPTU pela prefeitura e, logo em seguida, foram citados de 
ação executiva de débitos condominiais. Com base em tais fatos, os detentores 
da nua propriedade propõem ação de desconstituição de usufruto pelo não cum-
primento das obrigações pela usufrutuária, cuja omissão está a colocar o bem em 
perigo iminente.
Noçoes_gerais_direito.indb 17 12/11/2012 17:27:47
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Introdução ao estudo do Direito
18
Base legal:
Código Civil (Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002):
Art. 1.403. Incumbem ao usufrutuário:
I - as despesas ordinárias de conservação dos bens no estado em que os recebeu;
II - as prestações e os tributos devidos pela posse ou rendimentos da coisa usufruída.
Comentário: o Direito objetivo é a norma que impõe o pagamento das 
despesas pela usufrutuária, sendo que o Direito subjetivo é a faculdade de 
exigir o cumprimento da obrigação. No caso, um dos detentores da nua pro-
priedade (ou todos em concurso) poderia ter decidido quitar as obrigações 
em aberto em respeito e solidariedade à ascendente usufrutuária. 
Direito e moral
A moral é interna (unilateral) e impõe ao sujeito uma escolha entre ações 
que pode praticar, mas diz respeito ao próprio sujeito, não impondo regras 
imperativas nem sanção legal, e sim a da própria consciência (SIQUEIRA 
JÚNIOR, 2003, p. 5).
O Direito é bilateral e impõe conduta (ação ou omissão) para a convivên-
cia pacífica entre os indivíduos em sociedade, sendo imperativa e impondo 
sanção e repressão externa e objetiva (SIQUEIRA JÚNIOR, 2003, p. 5).
Ramos do Direito 
O Direito é uno, mas com o passar do tempo e com base em princípios 
peculiares, sofreu ramificações, sem, entretanto perder de vista a sua unici-
dade, sendo isso um fato de extrema relevância para podermos proceder ao 
seu estudo.
Para a visualização dos ramos do Direito, remetemos o aluno para o 
quadro que segue:
Noçoes_gerais_direito.indb 18 12/11/2012 17:27:47
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Introdução ao estudo do Direito
19
NATURAL
(norma que antecede a lei, observando a 
natureza das coisas)
NACIONAL 
ou 
INTERNO
PRIVADO
INTERNACIONAL 
(lei entre países)
PÚBLICO 
(leis e tratados 
 internacionais)
PRIVADO 
(esfera contratual 
entre empresas 
e/ou instituições)
POSITIVO
(lei que regulamenta as relações 
entre as pessoas)
COMERCIAL
(estuda as relações entre 
as sociedades empresa-
riais, pessoas jurídicas e 
físicas equiparadas)
PENAL
(estuda os crimes 
e as penas)
PROCESSUAL PENAL
(encerra o elenco de normas 
e rito aplicáveis no exercício 
da jurisdição relativa aos pro-
cessos de natureza criminal)
PROCESSUAL CIVIL
(encerra as normas e rito 
aplicáveis no exercício da 
jurisdição relativa aos proces-
sos de natureza civil)
CONSTITUCIONAL
(estuda a Constituição desde 
a sua formação e 
as relações do estado 
do povo)
FINANCEIRO/TRIBUTÁRIO
(estuda as finanças do Estado quan-
to à sua arrecadação, gerenciamento 
e despesas)
ADMINISTRATIVO
(estuda o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes 
e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins 
desejados pelo Estado)
TRABALHISTA
(estuda a relação de 
emprego/capital X 
trabalho, com grande 
incidência de normas 
de ordem pública 
na proteção do 
 hipossuficiente)
CIVIL
(estuda a relação entre 
as pessoas, notada-
mente no concernente 
à sua capacidade e 
liberdade de agir, pro-
ceder e contratar, sob 
a proteção de normas 
públicas que visam 
manter o equilíbrio 
entre elas)
DIREITO
PÚBLICO
Noçoes_gerais_direito.indb 19 12/11/2012 17:27:47
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Introdução ao estudo do Direito
20
Fontes do Direito
A palavra fonte significa o lugar de onde provém alguma coisa.
Edgar Magalhães Noronha (apud PINHO; NASCIMENTO, 2004, p. 39) escla-
rece: é o lugar onde perenemente nasce água. Em sentido figurado é sinônimo 
de origem, princípio e causa.
Por ser uma criação social, a origem do Direito está na própria sociedade, 
fato que enseja que a pesquisa das fontes do Direito se estriba no estudo da 
origem da norma jurídica.
Assim, as fontes do direito, são:
 lei;
 costumes;
 doutrina; 
 jurisprudência.
Além dessas, temos as formas de integração da norma jurídica: analogia, 
equidade e princípios gerais de Direito.
Lei 
Para São Tomás de Aquino, a lei “é uma ordenação ou prescrição da 
razão ao bem comum, promulgada por aquele que tem a seu cargo o cuida-
do da comunidade.”
Em Direito, a palavra lei tem dois sentidos:
 formal – é a disposição cogente emanada da autoridade competente 
(função legislativa);
 material – é toda disposição geral e abstrata pertinente a uma dispo-
sição de Direito objetivo.
Para a eficácia da lei, é necessária a existência de uma sanção (privação de 
liberdade, multa administrativa, embargo de atividade, interdição etc.).
Noçoes_gerais_direito.indb 20 12/11/2012 17:27:47
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Introdução ao estudo do Direito
21
Costumes
Grosso modo, podemos definir costume como a postura normalmente 
aceita e adotada pela sociedade, em grau de consciente coletivo, perante 
determinada situação; é a norma jurídica criada na e pela própria sociedade, 
de forma espontânea e apta a gerar uma prática geral. Os costumes podem 
ser: contra legem (quando há comum e reiterada desobediência a um co-
mando legal, na crença da inefetividade da lei); praeter legem (com a adoção 
de conduta ou prática que não tem previsão nem proibição na lei); e secun-
dum legem (quando constituem prática com previsão na lei, que remete ao 
costume a solução do caso).
Outrora, sem lei positiva nesse sentido, pelo costume, em nossa socie-
dade havia o hábito de o homem render homenagem à mulher, dando-lhe 
o direito de preferência para tomar assento em coletivos. Hoje, no sistema 
de transporte coletivo do município de São Paulo, por exemplo, o costume 
passou para o ordenamento jurídico, que determina, destacando-se com cor 
diferenciada, a reserva de assento para uso preferencial de mulheres em ges-
tação, pessoas com crianças de colo, idosos etc.
Jurisprudência
Vale notar que a expressão jurisprudência vem de iurisprudentia, do latim, 
onde ius é direito, iuris é do direito, e prudentia (para nós, prudência) significa 
circunspecção.
Então, quando determinada ação chega aos tribunais, a matéria nela 
encerrada é submetida a uma criteriosaapreciação, dando-se uma decisão 
que, na interpretação dos membros do tribunal, obedece à melhor exegese 
do texto legal aplicado aos fatos; um só julgado em certo sentido constitui 
precedente; na medida em que cresce o número de ações tratando da mesma 
matéria e os feitos vão sendo apreciados e decididos pela mesma forma, 
sempre no mesmo sentido, esse elenco de decisões forma uma orientação, 
denominada jurisprudência.
É a reiteração de decisões proferidas em um mesmo sentido pelo Poder 
Judiciário, em processos diversos envolvendo a mesma matéria. Conforme 
se vê do Novo Dicionário de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (1995), 
jurisprudência é a “interpretação reiterada que os tribunais dão à lei, nos 
casos concretos submetidos ao seu julgamento.”
Noçoes_gerais_direito.indb 21 12/11/2012 17:27:47
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Introdução ao estudo do Direito
22
Importante observar que, como dito, esse elenco de julgados compõe 
uma orientação, servindo para nortear a todos os operadores do Direito 
(juízes, advogados, promotores etc.). Mas, como o cerne da jurisprudência é 
a interpretação (ou seja: a forma pela qual se entende melhor aplicável a lei ao 
fato concreto), a jurisprudência não compõe regra obrigatória e inflexível.
Ao longo do tempo, o sentido dos julgados varia, adequando o Direito às 
mudanças sociais.
Doutrina
Doutrina é o conjunto de princípios que servem de base para um sistema 
jurídico, compondo-se das obras escritas, dos preceitos, opiniões ou ensi-
namentos dos diversos autores e estudiosos das Ciências jurídicas e sociais, 
na produção ou elaboração de conceitos, teses e explicações dos institutos 
jurídicos.
É, portanto, o estudo reflexivo do sistema jurídico (normas e princípios) 
elaborado pelos juristas.
Formas de integração do Direito
Analogia
Diz-se da existência de elementos de semelhança entre coisas diversas 
entre si. Juridicamente, é o processo lógico que autoriza o juiz a adaptar a 
um caso concreto, não previsto pelo legislador, uma norma que possua o 
mesmo fundamento. Pode-se dizer, ainda, que analogia é a operação pela 
qual se aplica a um caso não previsto, norma que diz respeito a uma situação 
prevista, havendo entre elas identidade de razões, de causas ou de fins. Sua 
finalidade é suprir lacunas da lei; daí porque não se refere à interpretação 
jurídica em si, mas à integração da lei (GUIMARÃES, 1995, p. 68).
Equidade
Conjunto de princípios imutáveis de justiça, fundados na igualdade 
perante a lei, na boa razão e na ética, que conduzem o juiz a um critério de 
moderação ao proferir a sentença, para suprir a imperfeição da lei ou modi-
ficar o seu rigor, tornando-a mais humana e amoldada à circunstância ocor-
rente. É a aplicação ideal da norma no caso concreto, sem o excessivo apelo 
à letra da lei (GUIMARÃES, 1995, p. 297).
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Introdução ao estudo do Direito
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Princípios gerais de Direito
São critérios maiores, muitas vezes não escritos, que estão presentes em 
cada ramo do Direito (GUIMARÃES, 1995 p. 451). Por outro lado, “são ideias 
fundamentais do ordenamento jurídico”, e “segundo o jurisconsulto romano 
Ulpiano, são preceitos do Direito: viver honestamente, não lesar a outrem e 
dar a cada um o que lhe pertence” (PINHO; NASCIMENTO, 2004, p. 51).
A lei e sua formação
Lei é a norma geral e abstrata, emanada do poder competente e provida 
de força obrigatória.
A força obrigatória da lei é condição de sua eficácia; a lei possui a proprie-
dade de ser genérica, na medida em que obriga todos os membros do grupo 
social a que estende sua eficácia, e é abstrata na medida em que não visa a 
situações particulares ou concretas.
A formação e a consumação da lei compreendem três fases distintas:
 iniciativa;
 aprovação; 
 execução.
Iniciativa
É a faculdade de se propor um projeto de lei, sendo atribuída a uma 
pessoa ou a um órgão de forma geral ou especial. Como diz a CF de 1988 em 
seu artigo 61:
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou 
comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, 
ao Presidente da República, ao Superior Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao 
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta 
Constituição.
Aprovação
É a fase de estudo e de deliberação da norma jurídica, por meio de deba-
tes, emendas e discussões dos representantes do povo, visando transformar 
o projeto em regra obrigatória.
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Introdução ao estudo do Direito
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Execução
É a fase de elaboração da lei complementar destinada à formalização da 
proposição, compreendendo a sanção ou veto, a promulgação e a publica-
ção. Esses institutos são entendidos como segue:
 sanção é o ato de concordância do Poder Executivo com o projeto de 
lei; pode ser expressa ou tácita;
 veto é a oposição do Executivo, devendo ser expresso, retornando o 
projeto de lei ao Legislativo para sua aceitação ou rejeição;
 promulgação é a declaração do chefe do Executivo ou do presidente 
do Congresso da incorporação da lei ao Direito Positivo;
 publicação é o meio de se tornar a lei conhecida e vigente.
Hierarquia das normas
As leis possuem estratificação de importância conforme a natureza da 
matéria:
a) leis constitucionais federais;
b) leis ordinárias federais;
c) leis constitucionais estaduais;
d) leis ordinárias estaduais;
e) leis municipais.
A noção de hierarquia deve vir, no sistema federativo brasileiro, acompa-
nhada do estudo das competências de cada ente administrativo, na medida 
em que nosso país possui a forma de República Federativa, com três níveis 
de governo (União, Estados e Municípios), com três Poderes distintos (Execu-
tivo, Legislativo e Judiciário). Como se vê na CF de 1988:
Art. 1.º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem 
como fundamentos:
[...]
Art. 2.º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o 
Executivo e o Judiciário.
Noçoes_gerais_direito.indb 24 12/11/2012 17:27:47
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Introdução ao estudo do Direito
25
Por outro lado, de modo genérico, a lei tem estratificação em graus ver-
ticais, observada, no caso, a forma federativa, com três poderes, distintos e 
harmônicos entre si, em três níveis de governo (CF, art. 59):
a) Constituição;
b) emendas constitucionais;
c) leis complementares;
d) leis ordinárias;
e) leis delegadas;
f ) medidas provisórias;
g) decretos legislativos;
h) decretos;
i) resoluções.
Vigência da lei
A eficácia de uma lei é sedimentada no seu vigor e abrangência no tempo 
e no espaço.
Segundo disposições da Constituição Federal (CF) e do Código Civil (CC), 
a lei começa a vigorar 45 dias depois de oficialmente publicada, salvo se o 
legislador fixar outro prazo; a vacatio legis é o lapso temporal contado da 
data de publicação da lei até a data em que essa lei entra efetivamente em 
vigor. Nesse intervalo, a lei já existe, mas fica dormente, em estado de va-
cância, não tendo aplicação enquanto não transcorrer o prazo nela própria 
previsto, indicado expressamente. É um prazo destinado a “facilitar” a vida 
do cidadão, que assim tem a oportunidade (“tempo suficiente”) para conhe-
cer a lei (texto e objetivos),preparando-se para dar-lhe o adequado e devido 
cumprimento.
Cessação da obrigatoriedade da lei
A lei, em regra, tem duração indeterminada e só deixa de existir na ocor-
rência de revogação expressa (lei nova estabelece a cessação) ou tácita (a lei 
nova é incompatível com as disposições da anterior).
Noçoes_gerais_direito.indb 25 12/11/2012 17:27:47
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Introdução ao estudo do Direito
26
Irretroatividade da lei
A lei é expedida para disciplinar fatos futuros, havendo exceções (v.g. apli-
cação de lei penal superveniente, se mais benéfica).
Ampliando seus conhecimentos
Norma jurídica
(LISBOA, 2003, p. 150)
Vicente Ráo observa que toda norma jurídica deve conter as seguintes característi-
cas: utilidade, clareza, possibilidade, brevidade, honestidade e justiça.
A norma jurídica deve regular as relações sociais. Para tanto, deve ser justa, manten-
do a igualdade entre os seus destinatários, observado o princípio da justiça distributiva. 
O abandono da igualdade meramente formal e do critério de justiça comutativa é 
por demais satisfatório para a sociedade, devendo-se pugnar para que a lei presti-
gie o asseguramento da proteção da dignidade da pessoa humana e a solidariedade 
social. Desse modo, mesmo os pobres poderão ter o asseguramento de seus direitos, 
garantindo-se em favor deles o patrimônio mínimo de subsistência, e assim o Direito 
civil alcançará a sua real finalidade (proteger a pessoa, e não o patrimônio).
A lei não deve conter qualquer elemento contrário à moral permanente, que é vis-
lumbrada pelo elaborador da norma conforme a média social.
A lei deve ser útil ao interesse da coletividade em geral (prevalência dos interesses 
sociais sobre os meramente individuais ou egoísticos). O assunto por ela regulado 
deve ser de factível cumprimento, sob pena de anomia ou desuso do dispositivo. O 
conteúdo da norma deve ser claro e preciso em seus termos.
Além disso, a quantidade de leis em um ordenamento jurídico deve ser reduzida, 
a fim de que não gere insegurança social. A grande quantidade de normas jurídicas 
é perfeitamente explicável nos sistemas legais de origem romano-germânica, porém 
a normatização excessiva tem o óbice de gerar a intranquilidade pelo não conheci-
mento real da lei. Em que pese a ignorância da existência de várias leis (ninguém as 
conhece em sua totalidade), prevalece o princípio da inescusabilidade da lei. Segundo 
ele, ninguém pode deixar de cumprir a lei, alegando que a desconhece.
Noçoes_gerais_direito.indb 26 12/11/2012 17:27:47
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Introdução ao estudo do Direito
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Atividades de aplicação
1. Verifique as seguintes situações e informe quando se tratar de condi-
ção ou restrição aos direitos fundamentais do indivíduo.
a) Para a obtenção da cédula de identidade, o cidadão deve apresen-
tar à autoridade competente (Delegado de Identificação Civil e Cri-
minal) diversos documentos (certidão de nascimento, formulário 
devidamente preenchido etc.).
b) Para estacionar na denominada zona azul, por determinado perío-
do (de uma hora ou duas horas), o cidadão deve expor o formulá-
rio, devidamente preenchido.
c) A placa de sinalização indicando a proibição de circulação de veícu-
los por certa via pública, ainda que só em determinados dias e/ou 
horários.
d) Sabe-se, por um lado, que, para desenvolver regularmente uma 
atividade comercial, é necessária a obtenção de alvará de fun-
cionamento de atividade comercial, e, por outro lado, que o mu-
nicípio disciplina o uso da ocupação do solo, e, através da lei de 
zoneamento, demarca áreas comerciais, de indústria, uso misto 
etc., em benefício do coletivo; nessa conformidade, normatizando 
e disciplinando construções e atividades, o município estabelece 
determinada(s) área(s) como de uso estritamente residencial.
2. Como classificar de forma sintética os ramos do Direito?
3. “É a fase de estudo e deliberação da norma jurídica por meio dos de-
bates, emendas e discussões dos representantes do povo, visando 
transformar o projeto de lei em regra obrigatória”. Tal assertiva define:
a) a iniciativa da formação da lei.
b) a execução.
c) a aprovação.
d) n.d.a.
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Introdução ao estudo do Direito
28
Gabarito
1. 
a) No caso, o dever de apresentação dos documentos é condição para o exer-
cício do Direito (de auferir a cédula de identidade).
b) O uso do “talão” da “zona azul” é condição ao exercício do direito de esta-
cionar em via pública de alto interesse público, normalmente de grande 
movimento comercial, com pagamento de taxa pública.
c) Relativamente a essa via pública, é restrição ao direito de trafegar (ir e vir 
livremente, mediante uso de seu veículo automotor).
d) Se a legislação define a área como estritamente residencial, ela veda a ins-
talação e funcionamento regular de atividades industriais e comerciais, ha-
vendo, nesse caso (e relativamente a essa área), restrição ao direito funda-
mental de atividade.
2. O Direito, apesar de ser uno, se divide em natural e positivo, sendo que este 
se subdivide em nacional e internacional, público e privado. No campo do 
Direito nacional ou interno, temos que o Direito privado se constitui dos 
ramos do Direito Empresarial, Civil e Trabalhista, sendo da orbe pública o 
Direito Penal, Processual Penal, Processual Civil, Constitucional, Financeiro, 
Tributário e Administrativo; vale lembrar que, no campo do Direito privado, 
o ordenamento jurídico se enovela na vontade do indivíduo, e, no campo 
do Direito público, na vontade da lei ou em normas indisponíveis.
3. C 
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259
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GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
GUIMARÃES, Deocleciano Torrieri (Org.). Dicionário Técnico Jurídico. São Paulo: 
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JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e ContratosAdminis-
trativos. 8. ed. São Paulo: Dialética, 2001.
_____. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2005.
LISBOA, Roberto Senise. Manual de Direito Civil: Teoria Geral do Direito Civil (vol. 
1). 3. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003. v. 3.
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Noçoes_gerais_direito.indb 259 12/11/2012 17:28:01
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Pioneira, 1999.
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SIQUEIRA JÚNIOR, Paulo Hamilton. Lições de Introdução ao Direito. 5. ed. São 
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Noçoes_gerais_direito.indb 260 12/11/2012 17:28:01
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Eduardo Ganymedes Costa
Especialista em Direito do Trabalho e Direito 
Processual do Trabalho pela Universidade São 
Judas Tadeu. Cursando especialização em Docên-
cia no Ensino Superior pela Universidade Cidade 
de São Paulo (Unicid). Graduado em Direito pelo 
Centro Universitário das Faculdades Metro-
politanas Unidas. Professor emérito da Unicid. 
Diretor do curso de Direito da Unicid. Professor 
especialista do Centro Universitário das Faculda-
des Metropolitanas Unidas e advogado.
Noçoes_gerais_direito.indb 3 12/11/2012 17:27:39
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31
Da personalidade e capacidade 
jurídica, do domicílio e bens
Objetivo
Abordar o nascimento da personalidade civil e a proteção dessa persona-
lidade na órbita do Direito Civil, alcançando a capacidade para operar direi-
tos e obrigações; a figura do domicílio (residência) da pessoa natural (física) 
e da pessoa jurídica e, por fim, as diferentes classes de bens, fornecendo ins-
trumental ao aluno nas relações pessoais, sociais e profissionais.
Personalidade da pessoa natural
Na acepção jurídica, pessoa é o ente natural suscetível de direitos e 
obrigações.
Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil, sendo que sua per-
sonalidade começa com o nascimento com vida, embora a lei coloque a salvo os 
direitos do nascituro, desde a concepção. Segundo o Código Civil (CC):
Art. 1.º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
Art. 2.º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a 
salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Há de se verificar que, ao lado do registro do nascimento da personalidade 
jurídica, a lei impõe a obrigação do registro civil da pessoa natural.
Personalidade da pessoa jurídica de Direito Privado 
A pessoa jurídica pode ser de Direito Público ou de Direito Privado. Em 
tempo oportuno veremos a pessoa jurídica de Direito Público; aqui 
trataremos da pessoa jurídica de Direito Privado que, sendo uma invenção 
humana, tem a sua existência legal no exato momento do registro do seu ato 
constitutivo.
Assim, quando duas ou mais pessoas naturais somente ajustam a criação 
de uma terceira pessoa por meio de um contrato social, estatuto etc., nada 
acontece no mundo jurídico.
Noçoes_gerais_direito.indb 31 12/11/2012 17:27:48
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Da personalidade e capacidade jurídica, do domicílio e bens
32
Imagine-se, assim, a formação de uma sociedade, em qualquer de suas 
formas, para a consecução do objeto de comercialização de gêneros alimen-
tícios, a prestação de serviço de conservação de bens imóveis, a construção 
civil e outros tantos objetivos que congregam os chamados sócios, por meio 
de um contrato social, por exemplo. A partir do seu registro, de forma legal, a 
pessoa jurídica passa a existir de forma autônoma e distinta das pessoas natu-
rais que a compõem, sendo passível de alteração, quer no capital social, quer 
na composição societária, no domicílio, na abertura de filiais etc. Diz o CC:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição 
do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização 
ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que 
passar o ato constitutivo.
Capacidade da pessoa natural
A pessoa natural existe, com possibilidade de criar direitos e obrigações, 
a partir do seu nascimento.
Isso posto, a questão passa a ser a identificação do momento em que ela 
pode criar esses direitos e obrigações de per si (por si mesma). Portanto, não 
estamos aqui a investigar a capacidade pessoal, mas sim a capacidade jurídica.
Consultando o Novo Dicionário Aurélio, de Aurélio Buarque de Holanda 
(1995), temos especificamente sobre o âmbito jurídico: “7. Aptidão legal para 
adquirir e exercer direitos e contrair obrigações.”
A capacidade, em nosso sistema jurídico, é medida por meio de uma 
escala etária, com absoluta presunção da inserção do indivíduo dentro do 
complexo social que o rodeia, com informações suficientes para o estabele-
cimento de direitos e obrigações.
Assim, na forma dos artigos 3.º, 4.º e 5.º do CC, temos a seguinte 
gradação:
 incapacidade – de 0 a 16 anos;
 capacidade relativa – de 16 a 18 anos; e
 capacidade – acima de 18 anos.
Noçoes_gerais_direito.indb 32 12/11/2012 17:27:48
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Da personalidade e capacidade jurídica, do domicílio e bens
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Essa é a regra, mas, enquanto regra, tem exceções, dada a dinâmica pró-
pria da vida de cada indivíduo, as repercussões de seu desenvolvimento e os 
caminhos trilhados.
Para bem situar o discente, pela importância do tema, temos no texto 
do CC:
Art. 3.º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento 
para a prática desses atos;
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
Art. 4.º São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o 
discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV - os pródigos.
[...]
Art. 5.º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada 
à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento 
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o 
tutor, se o menor tiver dezesseisanos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, 
desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia 
própria.
Note-se, com base nos dispositivos legais, a regra etária, hoje muito dis-
cutida no campo penal, sem se perder de vista a interferência da inserção do 
indivíduo na sociedade que o rodeia, em determinada situação.
Podemos tomar, por exemplo, a situação de um indivíduo, com 32 anos 
de idade, em perfeita higidez física e mental, em primeira viagem à capital 
do estado de São Paulo, com vista a participar de um workshop de produtos 
Noçoes_gerais_direito.indb 33 12/11/2012 17:27:48
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Da personalidade e capacidade jurídica, do domicílio e bens
34
veterinários, representando a empresa na qual trabalha, no ramo de venda 
desses produtos, estabelecida no Norte do país. Chegando ao aeroporto da 
cidade de São Paulo, ele toma um táxi e, ao perguntar o valor da corrida, 
é-lhe cobrado um valor “x”. Naquele momento, o valor informado é conside-
rado exorbitante diante dos padrões conhecidos. O passageiro então pede 
que o motorista explique o preço. Sendo informado que o preço da corrida 
corresponde ao dobro da importância consignada no taxímetro, em razão 
de recente aumento havido por ato da autoridade competente com tabela 
ainda a ser divulgada, e acréscimo pela bagagem de 20% (vinte por cento), 
solicitou o competente recibo discriminado, que lhe foi entregue. Em con-
tato com o representante da empresa em São Paulo, toma conhecimento 
de haver sido lesado, uma vez que não existe a cobrança do dobro do valor 
consignado no taxímetro e tampouco o percentual de 20% para bagagem.
Sendo assim, pergunta-se: será que o citado indivíduo possui capacida-
de jurídica para o estabelecimento do contrato de transporte? Certamente 
que não; sua inserção social é completamente diferente da existente em São 
Paulo, com clara inexperiência. Aqui, independente da idade, pelo desco-
nhecimento (ignorância) da situação, a vontade e capacidade estão prejudi-
cadas e tornam passível de invalidação o negócio celebrado ou sua revisão. 
Isso nos remete para o que diz o artigo 157 do CC, a ensejar a invalidade do 
valor cobrado e consequente direito de reembolso do excedente.
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por 
inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da 
prestação oposta.
Vejamos outro exemplo, para melhor fixação do conceito de capacidade 
jurídica: imagine-se, com base nos conhecimentos postos acima, que um in-
divíduo com 16 anos de idade migre de sua terra natal e se instale na região 
Sul do país, longe de seus familiares e, com a força de seu trabalho e com 
vínculo de emprego – posteriormente, como autônomo – na área de infor-
mática, passe a ter vida própria com o produto de seu trabalho.
Dessa forma, pergunta-se: será que com 16 anos de idade o referido in-
divíduo, com subsistência derivada de seu trabalho, adquiriu capacidade? 
É certo que sim; a partir daí ele se inseriu no sistema social, alugando um 
quarto em uma pensão, posteriormente um pequeno apartamento, adqui-
riu bens móveis, contratou a prestação de serviços como autônomo, estando 
capacitado a decidir na esfera dos negócios jurídicos. Nesse sentido é a 
 orientação do CC:
Noçoes_gerais_direito.indb 34 12/11/2012 17:27:48
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Da personalidade e capacidade jurídica, do domicílio e bens
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Art. 5.º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada 
à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
[...]
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde 
que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Domicílio
Domicílio da pessoa natural
O domicílio é o local onde a pessoa estabelece sua residência com ânimo 
definitivo.
A conotação da palavra definitivo não deve ser tomada de forma abso-
luta, mas relativa, tendo em vista o primado dos direitos fundamentais do 
indivíduo (CF, art. 5.º), divididos em direitos individuais, de propriedade e de 
atividade. Assim, a pessoa natural se estabelece em uma residência (domi-
cílio), podendo alterá-lo de acordo com suas conveniências, não existindo 
para tanto a mensuração temporal (um dia, um mês, um ano, dez anos etc.).
O domicílio também não é uno; pode ser que uma pessoa tenha mais 
de um endereço, quando então qualquer um deles será considerado seu 
domicílio. Veja-se o caso do indivíduo que possua residência em uma cidade 
litorânea, abrigando ali sua mulher e filhos e, em virtude de suas atividades 
profissionais, em um grande centro possua um apartamento para viver, em 
regra, quatro dias da semana. Assim, essa pessoa natural possui dois domicí-
lios (um na cidade litorânea e outro no grande centro).
Além disso, temos o domicílio profissional, onde a pessoa natural exerce 
as suas atividades.
A seguir, encontram-se as disposições concernentes ao domicílio no CC:
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com 
ânimo definitivo.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, 
considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à 
profissão, o lugar onde esta é exercida.
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Da personalidade e capacidade jurídica, do domicílio e bens
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Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles 
constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o 
lugar onde for encontrada.
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o 
mudar.
Domicílio da pessoa jurídica de Direito Privado
O domicílio da pessoa jurídica de Direito Privado é o lugar onde funcio-
nam as respectivas diretorias e administrações, ou o local de eleição (cons-
tante no ato constitutivo ou estatuto). Sobre o assunto, diz o CC:
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
[...]
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias 
e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos 
constitutivos.
§1.º Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um 
deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
§2.º Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio 
da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, 
o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.
[...]
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se 
exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
Diferentes classes de bens
Abstraindo-se o sujeito do direito, tem-se o objeto do direito (a coisa, o 
bem, o direito) serviente economicamente ao indivíduo.
Os bens são divididos em diferentes classes: são considerados em si 
mesmos, observa-se sua titularidade, sua função, sua destinação, sua fruição 
e sua penhorabilidade.
Observada a amplitude desse trabalho, tomaremos a divisão utilizadapelo CC de 2002, descrita a seguir.
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Da personalidade e capacidade jurídica, do domicílio e bens
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Bens considerados em si mesmos
Bens imóveis
São imóveis o solo e tudo o que se lhe incorpora natural ou artificialmente, 
bem como os direitos reais sobre imóveis, as ações que os asseguram e o 
direito à sucessão aberta, sendo importante verificar-se a mantença do caráter 
de imóvel da edificação separada do solo para remoção para outro local e os 
materiais provisoriamente separados para reemprego. Segundo o CC:
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou 
artificialmente.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas 
para outro local;
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
Bens móveis
São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio ou de remoção por 
força alheia, sem alteração da substância ou destinação econômico-social, 
bem como as energias com valor econômico, os direitos reais sobre objetos 
móveis, as ações correspondentes e os direitos pessoais de caráter patrimo-
nial e as respectivas ações, além dos materiais destinados à construção en-
quanto não forem empregados, com reaquisição dessa qualidade quando 
provenientes de demolição. De acordo com o CC:
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força 
alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I - as energias que tenham valor econômico;
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
Noçoes_gerais_direito.indb 37 12/11/2012 17:27:48
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Da personalidade e capacidade jurídica, do domicílio e bens
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Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, 
conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demoli-
ção de algum prédio.
Bens fungíveis e consumíveis
São fungíveis os bens móveis que podem substituir-se por outros da mes ma 
espécie, qualidade e quantidade; por exemplo, uma mesa ou uma caneta.
São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da 
própria substância, sendo também considerados tais os destinados à aliena-
ção; por exemplo, os alimentos (bens consumíveis de fato) e o dinheiro (bem 
consumível de direito). Diz o CC:
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, 
qualidade e quantidade.
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da 
própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.
Bens divisíveis
São os que se pode fracionar sem alteração da sua substância, diminuição 
considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam; por exemplo, 
a divisão em duas porções de um saco de açúcar ou de farinha. Segundo o 
CC:
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, 
diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da 
lei ou por vontade das partes.
Bens singulares e coletivos
São singulares os bens que, embora reunidos, consideram-se de per si, in-
dependente dos demais. São singulares simples na formação de um todo ho-
mogêneo por força da natureza ou da ação humana (materiais ou imateriais); 
por exemplo, um carneiro, uma folha de papel, crédito. São singulares com-
postos quando coisas heterogêneas são ligadas pela ação humana, como os 
materiais utilizados em uma construção.
Os bens tomam a característica de uma universalidade de fato quando 
formam um conjunto de bens singulares, corpóreos e homogêneos, liga-
dos entre si pela vontade humana para a realização de um determinado fim, 
como uma coleção de discos ou uma biblioteca. 
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Da personalidade e capacidade jurídica, do domicílio e bens
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Os bens coletivos são aqueles compostos de vários bens singulares que, 
enquanto juntos, passam a formar um todo homogêneo. Como uma manada 
de búfalos, uma esquadra de navios, uma frota de táxis ou ônibus, um reba-
nho de ovelhas. Também são denominados universalidades. Eles, no conjun-
to, são vistos como unidade e, assim, podem, por exemplo, ser adquiridos e 
vendidos (no seu todo). Uma esquadrilha é formada por vários aviões, mas 
eles não estão rigorosamente ligados. Assim, se forem vendidos ou desapa-
recerem todos menos um, o remanescente continuará sendo aeronave, mas 
passará a ser tido e havido apenas um avião, como singelamente ele o é.
De acordo com o CC:
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, 
independentemente dos demais.
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinen-
tes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações 
jurídicas próprias.
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma 
pessoa, dotadas de valor econômico.
Bens reciprocamente considerados
O bem pode ser principal e acessório.
Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente (CC, art. 92, 
primeira parte), como o solo. Acessório é o bem ou valor cuja existência supõe 
a do principal (CC, art. 92, segunda parte), como uma árvore frutífera plantada 
no jardim de uma casa ou um galpão construído nos fundos do terreno.
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, 
aquele cuja existência supõe a do principal.
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de 
modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem 
as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das 
circunstâncias do caso.
Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem 
ser objeto de negócio jurídico.
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
§1.º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do 
bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
§2.º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
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Da personalidade e capacidade jurídica, do domicílio e bens
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§3.º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao 
bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.
Bens públicos
São públicos os bens de domínio nacional pertencentes às pessoas jurídi-
cas de Direito Público Interno.
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de 
direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a quepertencerem.
Art. 99. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabele-
cimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas 
autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, 
como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens 
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de 
direito privado.
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, 
enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for 
estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
Ampliando seus conhecimentos
Personificação da sociedade empresária
(COELHO, 2003, p. 112-115)
A pessoa jurídica não se confunde com as pessoas que a compõem. Esse princípio, 
de suma importância para o regime dos entes morais, também se aplica à sociedade 
empresária. Tem ela personalidade jurídica distinta da de seus sócios; são pessoas in-
confundíveis, independentes entre si.
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Da personalidade e capacidade jurídica, do domicílio e bens
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Pessoa jurídica é um expediente do direito destinado a simplificar a disciplina de 
determinadas relações entre os homens em sociedade. Ela não tem existência fora 
do Direito, ou seja, fora dos conceitos tecnológicos partilhados pelos integrantes da 
comunidade jurídica. Tal expediente tem o sentido, bastante preciso, de autorizar de-
terminados sujeitos de direito à prática de atos jurídicos em geral.
Explique-se: sujeito de direito e pessoa não são conceitos sinônimos. Antes, sujeito 
de direito é gênero do qual pessoa é espécie. Todos os centros subjetivos de referên-
cia de direito ou dever, vale dizer, tudo aquilo que a ordem jurídica reputa apto a ser 
titular de direito do devedor de prestação, é chamado de sujeito de direito. Ora, isso 
inclui determinadas entidades que não são consideradas pessoas, tais a massa falida, 
o condomínio horizontal, o nascituro, o espólio etc. Essas entidades, despersonifica-
das, compõem juntamente com as pessoas o universo dos sujeitos de direito.
O que distingue o sujeito de direito despersonalizado do personalizado é o regime 
jurídico a que ele está submetido, em termo de autorização genérica para a prática 
dos atos jurídicos. Enquanto as pessoas estão autorizadas a praticar todos os atos ju-
rídicos a que não estejam expressamente proibidas, os sujeitos de direito desperso-
nalizados só poderão praticar os atos a que estejam, explicitamente, autorizados pelo 
direito.
Assim, a uma indagação do tipo “tal sujeito pode praticar tal ato jurídico?” deve-se 
responder partindo da definição da natureza personalizada ou despersonalizada do 
sujeito. No primeiro caso, a resposta será afirmativa se inexistindo proibição; no se-
gundo caso, será afirmativa se existir uma permissão explícita. Por exemplo: qualquer 
pessoa capaz pode exercer empresa, desde que não esteja proibida; já o nascituro, o 
condomínio horizontal, a massa falida, os sujeitos de direito despersonalizados em 
geral não poderão exercer atividade empresarial (mesmo inexistente proibição que 
os alcance) por faltar, no ordenamento jurídico em vigor, norma permissiva expressa.
Essas definições acerca do regime jurídico dos sujeitos de direito personalizados e 
despersonalizados convivem com três exceções: os atos jurídicos típicos da pessoa 
física, como o casamento ou a adoção, não podem ser praticados pela pessoa jurídica, 
mesmo se, eventualmente, o ordenamento jurídico deixar de prever vedação expres-
sa neste sentido; os atos jurídicos da essência dos sujeitos de direito despersonaliza-
dos podem ser praticados, mesmo se, eventualmente, o ordenamento deixar de au-
torizá-los expressamente, como no caso da celebração de contrato de trabalho pelo 
condomínio horizontal; finalmente, o Estado, embora seja pessoa jurídica, depende 
de autorização expressa do direito para praticar, validamente, ato jurídico, em virtude 
do sentido específico que assume o princípio da legalidade no Direito público.
De qualquer forma, a sociedade empresária, como uma pessoa jurídica, é sujeito 
de direito personalizado, e poderá por isso, praticar todo e qualquer ato ou negócio 
jurídico em relação ao qual inexista proibição expressa.
Noçoes_gerais_direito.indb 41 12/11/2012 17:27:48
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Da personalidade e capacidade jurídica, do domicílio e bens
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A personalização das sociedades empresárias gera três consequências bastante 
precisas, a saber:
a) Titularidade negocial – quando a sociedade empresarial realiza ne-
gócios jurídicos (compra matéria-prima, celebra contrato de trabalho, 
aceita uma duplicata etc.), embora ela o faça necessariamente pelas 
mãos de seu representante legal (Pontes de Miranda diria “presentan-
te legal”, por não ser a sociedade incapaz), é ela, pessoa jurídica, como 
sujeito de direito autônomo, personalizado, que assume um dos polos 
da relação negocial. O eventual sócio que a representou não é parte 
do negócio jurídico, mas sim a sociedade.
b) Titularidade processual – a pessoa jurídica pode demandar e ser 
demandada em juízo; tem capacidade para ser parte processual. A 
ação referente a negócio da sociedade deve ser endereçada contra a 
pessoa jurídica e não os seus sócios ou seu representante legal. Quem 
outorga mandato judicial, recebe citação, recorre, é ela como sujeito 
de direito autônomo.
c) Responsabilidade patrimonial – em consequência, ainda, de sua per-
sonalização, a sociedade terá patrimônio próprio, seu, inconfundível 
e incomunicável com o patrimônio individual de cada um de seus 
sócios. Sujeito de direito personalizado autônomo, a pessoa jurídica 
responderá com o seu patrimônio pelas obrigações que assumir. Os 
sócios, em regra, não responderão pelas obrigações da sociedade. So-
mente em hipóteses excepcionais, que serão examinadas a seu tempo, 
poderá ser responsabilizado o sócio pelas obrigações da sociedade.
Como se pode perceber, essas consequências da personalização da sociedade em-
presária constituem verdadeiros princípios do Direito Societário, cuja presença se fará 
notar por toda a exposição dessa parte do Direito Comercial.
O fim da personalização da sociedade empresária resulta de todo um processo de 
extinção, também conhecido por dissolução em sentido largo (dissolução-procedi-
mento), o qual compreende as seguintes fases: a) dissolução, em sentido estrito (ou 
dissolução-ato), que é o ato de desfazimento da constituição da sociedade; b) liquida-
ção, que visa à realização do ativo e pagamento do passivo da sociedade; c) partilha, 
pela qual os sócios participam do acervo da sociedade. Há quem pretenda a extinção 
de uma quarta fase de extinção, consistente no decurso do prazo de prescrição de 
todas as obrigações sociais (Fran Martins). Por outro lado, há diversos modos de se 
extinguir a personalidade jurídica da sociedade, além da dissolução; por exemplo: a 
incorporação, a fusão, a cisão total e a falência. De qualquer forma, relegando o trata-
Noçoes_gerais_direito.indb 42 12/11/2012 17:27:48
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Da personalidade e capacidade jurídica, do domicílio e bens
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mento mais demorado deste tema para o momento oportuno, registre-se, aqui, que 
a personalidade jurídica da sociedade empresária não se extingue em virtude de um 
ato ou fato singular, mas somente após a conclusão de todo um processo, judicial ou 
extrajudicial.
Atividades de aplicação
1. “D”, menor, com mais de 16 e menos de 18 anos de idade, adquire um 
apartamento de “B” pelo preço certo e ajustado de R$40.000,00 (quaren-
ta mil reais), com sinal de R$10.000,00 (dez mil reais) e o compromisso 
de liquidar o restante em 60 (sessenta) parcelas mensais e sucessivas de 
R$500,00 (quinhentos reais), sob juros mensais de 1% (um por cento) 
e atualização monetária, com base em índice oficial. A posse precária 
ocorre no momento do pagamento do sinal, e o pacto – Compromisso 
de Compra e Venda de Bem imóvel – é celebrado com cláusula de per-
dimento do montante pago no caso de inadimplemento contratual. Os 
pais de “D” tomam conhecimento do compromisso assumido, e, diante 
da impossibilidade de seu cumprimento, observado que o menor vive 
às expensas do mesmos, pleiteiam o desfazimento do negócio com a 
devolução do valor pago, oriundo de caderneta de poupança aberta 
por eles em nome do menor com vistas ao custeio dos primeiros anos 
de nível superior. Por sentença, o negócio é desfeito em razão de enten-
der, o juiz, ausente um dos requisitos de validade do negócio jurídico. 
Está correta a sentença proferida? Por quê?
a) Não; houve a aquisição mediante a vontade de “D”, em face de um 
objeto lícito e possível e na forma não vedada em lei (compromisso 
de compra e venda).
b) Não; a existência de um negócio jurídico válido e eficaz exige 
vontade isenta de mácula, objeto lícito e possível, agente capaz e 
forma prescrita e não vedada em lei, todas as presentes no caso em 
concreto.
c) Sim; apesar da vontade expressa (isenta de mácula), objeto lícito 
e possível (o bem), a forma não vedada em lei (compromisso de 
compra e venda de bem imóvel), no caso em concreto, a capacidade 
Noçoes_gerais_direito.indb 43 12/11/2012 17:27:48
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Da personalidade e capacidade jurídica, do domicílio e bens
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jurídica para a celebração do negócio jurídico não está presente, na 
medida em que “D”, menor, é relativamente incapaz.
d) n.d.a.
2. Em que momento a pessoa natural adquire plena capacidade 
jurídica?
a) No nascimento.
b) No registro de nascimento.
c) No nascimento com vida.
d) Quando completa 18 anos.
3. Embora com 49 anos de idade, solteiro e sem filhos, o indivíduo “A”, 
em acidente de trânsito, tem a sua capacidade mental aniquilada, 
passando a sobreviver com a ajuda de aparelhos. Para o custeio do 
tratamento médico, seu pai propõe em juízo a curatela, com pedido 
de venda de imóvel de “A”, e, no curso do processo, ficou demonstra-
do por laudos médicos seu estado físico e mental; constatou-se, por 
perícia judicial determinada, a drástica redução de sua capacidade 
de discernimento. Em sentença, é acolhido o pedido de curatela, com 
ordem de venda do bem na forma da legislação em vigor. Está correta 
a sentença proferida?
a) Não, na medida em que, em sendo maior, a capacidade jurídica 
deve ser exercida pessoalmente pela pessoa natural, devendo-se 
aguardar o seu restabelecimento, para a verificação de incapacida-
de total ou parcial e, somente após, dar-se ou negar-se a curatela 
ou tutela, dependendo do estado a autorização ou não da venda de 
um bem, para efeito de assim resguardar-se o patrimônio de “A”.
b) Não, pelo simples fato de que a capacidade jurídica, no caso, ainda 
persiste.
c) Sim, observado que “A” encontra-se inabilitado para produzir direi-
tos e obrigações, em virtude de seu estado vegetativo, devendo aí 
estabelecer-se a curatela e, sendo necessário, viabilizar-se a obten-
ção de recursos para a sua recuperação.
d) n.d.a.
Noçoes_gerais_direito.indb 44 12/11/2012 17:27:48
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Gabarito
1. C 
2. D
3. C
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Noçoes_gerais_direito.indb 259 12/11/2012 17:28:01
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