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Eletromagnetismo 1 Experimento 7 – Bobinas de Helmholtz e razão carga massa do elétron Eduardo Divino 180069934 Wendell Cruzeiro 180070096 Wesley Vieira 180800377 Eletromagnetismo, Profa. Dra. Adriana Ibaldo e Prof. Dr. Antony Polito 18 de junho de 2018. O presente relatório se baseia na execução da sequência experimental conhecida como Bobinas de Helmholtz. O experimento foi dividido em duas partes objetivando estudar a configuração do campo magnético produzido por espiras circulares e a interação entre um feixe de elétrons e esse campo magnético. Para o campo de uma única espira encontramos o valor de 1,44 mT que diverge do valor teórico em apenas 0,79 % e para o campo magnético das Bobinas de Helmholtz encontramos o valor de 2,0436 mT que diverge do valor teórico em 1,61%. Para a razão carga massa do elétron obtivemos 0,7283×1011 C/kg que apresenta uma diferença percentual de 58,6 % em relação ao valor atualmente conhecido. 1. Objetivo Este experimento foi dividido em duas partes e tem como objetivos principais: mapear o campo magnético produzido por um par de bobinas circulares planas – Bobinas de Helmholtz – buscando-se averiguar a uniformidade do campo magnético na região entre as bobinas e, posteriormente, este arranjo foi utilizado para determinar a razão entre a carga e massa do elétron a partir das trajetórias observadas de um feixe de elétrons em um tubo de raios catódicos. Eletromagnetismo 2 2. Introdução Teórica Grandes partes das aplicações tecnológicas estão vinculas à produção de um campo magnético uniforme de baixa intensidade em um volume relativamente grande. A fim de se obter tal campo utiliza-se com frequência o aparato proposto por Hermann Ludwig Ferdinand von Helmholtz (1821-1894), atualmente conhecido como bobina de Helmholtz, o qual consiste em na associação de duas bobinas circulares planas e paralelas de raio 𝑏, cada uma contendo 𝑁 espiras, em série e separadas por uma distância equivalente ao raio. Este aparato possui uma vasta gama de aplicações, que passam pela determinação experimental de grandezas utilizadas na teoria como a determinação do coeficiente de susceptibilidade magnética relativa e absoluta do meio, determinação das componentes horizontal e vertical do campo magnético terrestre; outrora, podemos utilizar as bobinas de Helmholtz para a calibração aparatos tecnológicos como de medidores de campo magnético de baixa frequência e de equipamentos de navegação, também se pode produzir o estudo dos efeitos de campos magnéticos em componentes ou equipamentos eletrônicos, o estudo de efeitos biomagnéticos ou ainda o estudo da performance de tubos de fotomultiplicadores em campos magnéticos; pode-se produzir ajuste de tubos de raios catódicos; medidas de magnetorresistência, desmagnetização de pequenas peças de materiais ferromagnéticos usados na ciência de naves espaciais. Podemos utilizar a Lei de Biot-Savart para calcular facilmente o campo magnético produzido por uma espira circular plana representada na figura 1-a. 𝑑𝐵%⃗ = 𝜇*𝐼4𝜋 𝑑𝑙 × 𝑟𝑟1 (1) onde 𝜇* é a permissividade magnética do vácuo, 𝑟 é o vetor que liga o elemento de comprimento do condutor 𝑑𝑙 ao ponto sobre o eixo 𝑧 que se deseja calcular o campo magnético 𝐵%⃗ . Eletromagnetismo 3 Figura 1 - Campo magnética de uma espira: a) no plano x-y. b) linhas de campo magnético. Sendo 𝑑𝑙 perpendicular à 𝑟, e estes perpendiculares à 𝑑𝐵%⃗ , podemos reescrever a equação (1) da seguinte forma 𝑑𝐵 = 𝜇*𝐼4𝜋 𝑑𝑙𝑟3 = 𝜇*𝐼4𝜋 𝑑𝑙𝑏3 + 𝑧3 (2) onde 𝑧 é a distância do centro da espira até o ponto que se deseja calcular o campo magnético. Pela figura 1-a podemos notar que o campo magnético 𝑑𝐵%⃗ pode ser decomposto em duas direções: uma radial (𝑑𝐵6) e outra axial (𝑑𝐵8). Ao realizarmos a integração da equação (2) podemos perceber que, para quaisquer dois elementos do fio condutor diametralmente opostos, teremos que suas componentes radiais serão cancelas por serem opostas e as componentes axiais serão somadas, uma vez que apontam na mesma direção – trata-se de uma questão de simetria. 𝐵6 = 0 (3) e o campo na direção do eixo 𝑧 passa ser dado, multiplicando a equação (2) pelo fator cos𝜃 e considerando que cada bobina tem um número 𝑁 de espiras, teremos: 𝐵 = 𝐵8 = 𝑁 𝜇*𝐼2 𝑏3(𝑏3 + 𝑧3)1 3⁄ (4) 6.5 Fields of rings and coils 299 We seem to have discarded the vector potential as soon as it per- formed one essential service for us. Indeed, it is often easier, as a prac- tical matter, to calculate the field of a current system directly, now that we have Eq. (6.49), than to find the vector potential first.9 We shall prac- tice on some examples in Section 6.5. However, the vector potential is important for deeper reasons. For one thing, it has revealed to us a strik- ing parallel between the relation of the electrostatic field E to its sources (static electric charges) and the relation of the magnetostatic field B to its sources (steady electric currents; that’s what magnetostatic means). Its greatest usefulness becomes evident in more advanced topics, such as electromagnetic radiation and other time-varying fields. (b) d B y x r z (a) b q I I dq Figure 6.15. The magnetic field of a ring of current. (a) Calculation of the field on the axis. (b) Some field lines. 6.5 Fields of rings and coils We will now do two examples where we use Eq. (6.49) to calculate a magnetic field. The second example will build on the result of the first. Example (Circular ring) A current filament in the form of a circular ring of radius b is shown in Fig. 6.15(a). We could predict without any calculation that the magnetic field of this source must look something like Fig. 6.15(b), where we have sketched some field lines in a plane through the axis of symmetry. The field as a whole must be rotationally symmetrical about this axis, the z axis in Fig. 6.15(a), and the field lines themselves (ignoring their direction) must be symmetrical with respect to the plane of the loop, the xy plane. Very close to the filament the field will resemble that near a long straight wire, since the distant parts of the ring are there relatively unimportant. It is easy to calculate the field on the axis, using Eq. (6.49). Each element of the ring of length dl contributes a dB perpendicular to r. We need only include the z component of dB, for we know the total field on the axis must point in the z direction. This brings in a factor of cos θ , so we obtain dBz = µ0I4π dl r2 cos θ = µ0I 4π dl r2 b r . (6.52) Integrating over the whole ring, we have simply ∫ dl = 2πb, so the field on the axis at any point z is Bz = µ0I4π 2πb2 r3 = µ0Ib 2 2(b2 + z2)3/2 (field on axis). (6.53) At the center of the ring, z = 0, the magnitude of the field is Bz = µ0I2b (field at center). (6.54) Note that the field points in the same direction (upward) everywhere along the z axis. 9 The main reason for this is that if we want to use A to calculate B at a given point, we need to know what A is at nearby points too. That is, we need to know A as a function of the coordinates so that we can calculate the derivatives in the curl. On the other hand, if we calculate B via Eq. (6.49), we simply need to find B at the one given point. 6.5 Fields of rings and coils 299 We seem to have discarded the vector potential as soon as it per- formed one essentialservice for us. Indeed, it is often easier, as a prac- tical matter, to calculate the field of a current system directly, now that we have Eq. (6.49), than to find the vector potential first.9 We shall prac- tice on some examples in Section 6.5. However, the vector potential is important for deeper reasons. For one thing, it has revealed to us a strik- ing parallel between the relation of the electrostatic field E to its sources (static electric charges) and the relation of the magnetostatic field B to its sources (steady electric currents; that’s what magnetostatic means). Its greatest usefulness becomes evident in more advanced topics, such as electromagnetic radiation and other time-varying fields. (b) d B y x r z (a) b q I I dq Figure 6.15. The magnetic field of a ring of current. (a) Calculation of the field on the axis. (b) Some field lines. 6.5 Fields of rings and coils We will now do two examples where we use Eq. (6.49) to calculate a magnetic field. The second example will build on the result of the first. Example (Circular ring) A current filament in the form of a circular ring of radius b is shown in Fig. 6.15(a). We could predict without any calculation that the magnetic field of this source must look something like Fig. 6.15(b), where we have sketched some field lines in a plane through the axis of symmetry. The field as a whole must be rotationally symmetrical about this axis, the z axis in Fig. 6.15(a), and the field lines themselves (ignoring their direction) must be symmetrical with respect to the plane of the loop, the xy plane. Very close to the filament the field will resemble that near a long straight wire, since the distant parts of the ring are there relatively unimportant. It is easy to calculate the field on the axis, using Eq. (6.49). Each element of the ring of length dl contributes a dB perpendicular to r. We need only include the z component of dB, for we know the total field on the axis must point in the z direction. This brings in a factor of cos θ , so we obtain dBz = µ0I4π dl r2 cos θ = µ0I 4π dl r2 b r . (6.52) Integrating over the whole ring, we have simply ∫ dl = 2πb, so the field on the axis at any point z is Bz = µ0I4π 2πb2 r3 = µ0Ib 2 2(b2 + z2)3/2 (field on axis). (6.53) At the center of the ring, z = 0, the magnitude of the field is Bz = µ0I2b (field at center). (6.54) Note that the field points in the same direction (upward) everywhere along the z axis. 9 The main reason for this is that if we want to use A to calculate B at a given point, we need to know what A is at nearby points too. That is, we need to know A as a function of the coordinates so that we can calculate the derivatives in the curl. On the other hand, if we calculate B via Eq. (6.49), we simply need to find B at the one given point. Eletromagnetismo 4 No centro da bobina, 𝑧 = 0, a intensidade do campo magnético é dada pela equação abaixo. 𝐵 = 𝑁 𝜇*𝐼2𝑏 (5) Vale notar que o campo magnético aponta sempre na mesma direção em todos lugares ao longo do eixo 𝑧 como apresentado na figura 1-b. Considerando a bobina que será utilizada em laboratório (𝑏 = 20 𝑐𝑚, 𝑁 =154 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎𝑠) sendo percorrida por uma corrente elétrica 𝐼 = 3 𝐴, podemos fazer uma previsão teórica para o campo produzido em seu centro. 𝐵(0) = 1,451 𝑚𝑇 (6) Como dito anteriormente, a ideia proposta por Helmholtz foi associar duas espiras idênticas em série e posicioná-las a uma distância igual ao raio. Estando associadas em série podemos garantir por meio da regra da mão direita – nos fornece a direção do campo magnético produzido por uma corrente – que as magnitudes dos campos das bobinas serão somadas (ver figura 2). Figura 2 - Campo magnético das Bobinas de Helmholtz. De acordo com a equação (4), estando as bobinas centradas na origem podemos obter a expressão para o campo magnético no ponto médio (centro das bobinas de Helmholtz). Eletromagnetismo 5 𝐵M = 𝐵 N𝑏2O + 𝐵 N−𝑏2O = 2 ∙ 𝐵 N𝑏2O (7) 𝐵 = 𝑁 𝜇*𝐼2 𝑏3N𝑏3 + RS3T3O1 3⁄ (8) Para o par de bobinas utilizadas no roteiro base deste relatório, podemos simplificar a expressar e escrevê-la da seguinte forma: 𝐵 = 0,716 𝑁 𝜇*𝐼𝑏 (9) cujo valor teórico previsto para o caso de ser percorrido por uma corrente elétrica 𝐼 =3 𝐴 é: 𝐵 = 2,0771 𝑚𝑇 (10) Dentre várias aplicações para o arranjo experimental proposto por Helmholtz, aquele que tem sido mais utilizado nas salas de aula devido seu caráter demonstrativo é aquele que foi utilizado em 1897 por Thomson para determinar a razão entre a carga e a massa do elétron. Se um elétron de massa 𝑚 é acelerado por uma diferença de potencial 𝑈, sua energia cinética é dada por: 𝑒𝑈 = 12𝑚𝑣3 (11) onde 𝑣 é a velocidade do elétron. Se esse elétron penetra numa região onde há um campo magnético 𝐵, surge sobre ele uma força de caráter magnético dado pela equação de Lorentz. �⃗� = 𝑒𝑣 × 𝐵%⃗ (12) Eletromagnetismo 6 Como sabemos essa força é simultaneamente perpendicular à velocidade e ao campo magnético, atuando como resultante centrípeta. Podemos escrever a velocidade do elétron nessa trajetória, onde 𝑟 é o raio da trajetória circular. 𝑣 = 𝑒𝐵𝑟𝑚 (13) Combinando as equações (11) e (13) escrevemos uma expressão para a razão entre a carga e a massa do elétron. 𝑒𝑚 = 2𝑈(𝐵𝑟)3 (14) Os valores atuais para a carga e massa do elétron nos levam a calcular a seguinte razão teórica que servirá de parâmetro para comparação dos resultados obtidos em laboratório. 𝑒𝑚 = 1,60217662 × 10Z[\ 𝐶9,10938356 × 10Z1[ 𝑘𝑔 = 1,75882002 × 10[[ 𝐶 𝑘𝑔b (15) 3. Materiais Na montagem dos circuitos foram necessários alguns equipamentos e componentes, que foram fornecidos pela instituição. Segue abaixo a listagem de materiais utilizados neste relatório. O experimento foi divido em duas partes, sendo a primeira representada pela figura 3 o circuito montado a fim de se estudar o campo magnético em uma espira e em um par de espiras na configuração proposta por Helmholtz. A segunda parte do experimento está representada nas figuras 4 e 5, através da qual busca-se encontrar a razão entre a carga e a massa do elétron. • Tubo de raios catódicos. • Um par de bobinas de Helmholtz. • Fonte de 0..18 V e fonte de CONSTANTER 0..50 V, 0..150 V, 0..300 V e 6,3 V. Eletromagnetismo 7 • Teslâmetro digital com sonda Hall. • Multímetros e réguas. • Braçadeiras de ângulo reto e base para suporte. Figura 3 - Aparato experimental Etapa 1: 1) Teslâmetro. 2) Sonda Hall. 3) Amperímetro. 4) Fonte. 5) Bobinas de Helmholtz. Figura 4 - Aparato experimental Etapa 2. Eletromagnetismo 8 Figura 5 - Esquema de conexão do tubo de raios catódicos filiformes. 4. Procedimentos A primeira parte do experimento foi dividido em dois momentos e consistiu na aferição do campo magnético de dois arranjos experimentais – representados na figura (3): uma bobina circular e duas bobinas circulares planas e paralelas associadas em série (Bobinas de Helmholtz). Foram utilizados dois suportes ajustados de maneira que a régua estivesse alinhada exatamente sobre o eixo axial da bobina – o ponto localizado no centro da bobina foi considerado a origem do sistemade referência. Utilizando uma fonte de tensão fez-se percorrer uma corrente elétrica de intensidade 𝑖 = 3 𝐴 pela bobina, com uma sonda Hall foram aferidos os valores do campo magnético sobre seu eixo axial; os dados aferidos estão representados na tabela (1). Na sequência conectou-se em série mais uma bobina, idêntica à primeira, e com o auxílio de uma braçadeira de ângulo reto foi montado o circuito que leva o nome de Bobinas de Helmholtz – o ponto médio entre as bobinas foi considerado como a origem do sistema de referência. Novamente a régua, através dos suportes, foi alinhada exatamente sobre o eixo axial do arranjo experimental. Foram realizadas duas medidas para as Bobinas de Helmholtz. Na primeira medida variou-se a corrente elétrica de zero a 3 𝐴 e se aferiu o campo magnético no centro geométrico do conjunto; os dados estão representados na tabela (2). Na segunda medida uma corrente elétrica de intensidade 𝑖 = 3 𝐴 foi fixada no circuito e a Eletromagnetismo 9 sonda Hall foi deslocada sobre o eixo de simetria das bobinas a fim de mapear o campo magnético ao longo desse eixo (na região interior das bobinas a sonda foi deslocada em intervalos menores); os dados estão representados na tabela (3). Na segunda parte do experimento, cujo objetivo era mensurar elementos para calcular a razão entre a carga e a massa do elétron, utilizou-se o esquema experimental mostrado nas figuras (4) e (5); o aparato experimental já havia sido montado na bancada pelo técnico laboratorial da UnB. Uma vez ajustados os valores para as tensões de aceleração e de enrolamento, o procedimento foi realizado com as luzes apagadas a fim de que o raio catódico fosse melhor visualizado. O tubo foi girado até que se obteve uma curva fechada. Foram feitas duas medições neste arranjo experimental. Na primeira, uma tensão de 99 𝑉 foi fixada e fez-se variar a corrente elétrica nas bobinas – para cada valor de corrente elétrica foi anotado o raio da trajetória descrita pelo raio catódico. Na segunda medição, a tensão de aceleração foi mantida constante e variou-se a corrente de enrolamento de forma a obter circunferências de diferentes raios; os valores estão representados na tabela (4). 5. Dados Após a realização dos procedimentos experimentais os dados de cada parte estão representados nas tabelas abaixo; a numeração e os títulos auxiliam na orientação dos dados apresentados. Tabela 1 - Valores para o campo magnético sobre o eixo axial da bobina em função da distância. Distância (cm) Campo Magnético (mT) -30 0,23 -25 0,33 -20 0,47 -15 0,70 -10 1,00 -5 1,29 0 1,44 5 1,30 10 1,00 Eletromagnetismo 10 15 0,70 20 0,49 25 0,34 30 0,22 Tabela 2 - Valores para o campo magnético no centro das bobinas em função da corrente elétrica. Corrente elétrica (A) Campo Magnético (mT) 0,000 0,020 0,235 0,130 0,404 0,260 0,613 0,400 0,802 0,510 1,011 0,660 1,210 0,740 1,411 0,870 1,608 1,000 1,815 1,160 2,050 1,320 2,202 1,430 2,407 1,560 2,602 1,700 2,803 1,840 3,043 2,000 Tabela 3 - Valores para o campo magnético sobre o eixo axial das bobinas em função da distância – i = 3 A. Distância (cm) Campo Magnético (mT) -30 0,71 -25 0,99 -20 1,28 -15 1,67 -10 1,95 -8 2,04 -6 2,04 -4 2,05 -2 2,08 0 2,08 2 2,09 4 2,08 6 2,07 8 2,03 10 1,97 15 1,68 20 1,26 25 0,95 30 0,67 Tabela 4 - Valores para os raios das trajetórias em função da corrente elétrica e da tensão de aceleração. U = 99 V i = 1,45 A i (A) raio (cm) U (V) raio (cm) 0,78 11,00 88 4 0,89 8,00 110 6 1,15 6,00 156 8 1,45 5,40 233 10 Eletromagnetismo 11 6. Análise de Dados A partir da equação (4) podemos calcular a intensidade do campo magnético teórico para o eixo de simetria com os valores de distância utilizados experimentalmente – dados apresentados na tabela (1). Podemos comparar os valores teóricos com os valores experimentais e vermos a diferença percentual entre tais valores, além de plotar o gráfico do campo magnético experimental em função da distância sobre o eixo axial. Tabela 5 - Comparação entre os valores teóricos e experimentais para o campo magnético sobre o eixo de simetria na bobina. Distância (cm) B teórico (mT) B experimental (mT) Dif % -30 0,2477 0,23 7,15 -25 0,3538 0,33 6,73 -20 0,5131 0,47 8,40 -15 0,7431 0,70 5,80 -10 1,0386 1,00 3,72 -5 1,3252 1,29 2,66 0 1,4514 1,44 0,79 5 1,3252 1,30 1,90 10 1,0386 1,00 3,72 15 0,7431 0,70 5,80 20 0,5131 0,49 4,50 25 0,3538 0,34 3,90 30 0,2477 0,22 11,18 Gráfico 1 - Campo magnético experimental em função da distância. 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 -35 -25 -15 -5 5 15 25 35 B (m T) d (cm) Campo magnético (mT) vs Distância (cm) Eletromagnetismo 12 Podemos notar a partir da tabela acima que os valores encontrados experimentalmente para o campo magnético sobre o eixo axial de uma espira circular possuem boa aproximação com o valor teórico; vale notar que o ponto central da bobina a diferença percentual foi praticamente nulo. Como podemos notar do gráfico (1) o campo magnético é máximo no ponto central da bobina assim como previsto pela teoria magnética. De acordo com a teoria apresentada na introdução teórica – bem representada na figura (2) e descrita pela equação (9) – para uma associação de bobinas como aquela proposta por Helmholtz, esperávamos encontrar uma região de campo magnético uniforme no volume delimitado pelas espiras e que fosse proporcional à corrente elétrica. Analisando a tabela (2), fixada a sonda Hall no centro geométrico das es espiras associadas, podemos construir o gráfico (2) e perceber que a relação entre corrente elétrica e intensidade do campo magnético mantêm entre si uma proporção linear. Gráfico 2 - Intensidade do campo magnético no centro das Bobinas de Helmholtz em função da corrente elétrica. A partir da tabela (3) o gráfico da intensidade de B em função da distância sobre o eixo axial pode-se construir o gráfico (3). Olhando para o resultado expresso na equação (10) esperávamos encontrar um valor de campo magnético cuja intensidade fosse 2,0771 𝑚𝑇 e se estendesse por todo o volume delimitado pelas espiras. 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 B (m T) i (A) Campo magnético (mT) vs Corrente elétrica (A) Eletromagnetismo 13 Gráfico 3 - Campo magnético axial das Bobinas de Helmholtz em função da distância. De acordo com os dados apresentados na tabela (3) vemos que o campo magnético experimental apresentou intensidade média de 2,0436 𝑚𝑇 na região interna às espiras, resultando assim em uma diferença percentual de apenas 1,61 %. Essa uniformidade do campo magnético também é facilmente identificada no gráfico (3). Para distâncias mais afastadas do centro da espira temos uma maior variação da diferença percentual calculada, acreditamos que este valor de campo seja produzido pelos diversos materiais do laboratório que podem interferir neste experimento, tais como: celulares, fios condutores transportando corrente, materiais ferromagnéticos nas proximidades das bobinas, entre outros. Estes materiais provavelmente produziram um campo resultante em sentido contrário ao das bobinascirculares utilizadas, pois tivemos um decréscimo no valor medido do módulo do campo magnético. Partindo dos dados apresentados na tabela (4) utilizamos a equação (9) em conjunto com a equação (14) nos fornece valores para a razão entre a carga e a massa do elétron mostrados na tabela (6). 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 -35 -25 -15 -5 5 15 25 35 B (m T) d (cm) Campo magnético (mT) vs Distância (cm) Eletromagnetismo 14 Tabela 6 - Valores para razão carga/massa do elétron – corrente elétrica variável. I (A) B (mT) raio (cm) e/m (1011 C/kg) 0,78 0,5404 11,00 0,5603 0,89 0,6166 8,00 0,8137 1,15 0,7967 6,00 0,8665 1,45 1,0046 5,40 0,6728 Faz todo sentindo quando fazemos variar a corrente elétrica e o campo magnético aumenta sua intensidade assim como já analisado nas primeiras partes deste relatório. Se o campo magnético aumenta a força resultante que atua sobre os elétrons aumenta também assim como previsto pela equação (12) e isso se reflete na diminuição do raio de curvatura. O valor médio para a razão carga/massa do elétron pode ser calculado e é igual a 0,7283 × 10[[ 𝐶/𝑘𝑔 que, comparada ao valor mais bem aproximado apresentado na equação (15), resulta numa diferença percentual de 58,6%. Podemos lançar um outro olhar sobre o experimento e repeti-lo com uma corrente elétrica fixa em 1,45 𝐴 e, consequentemente o campo magnético – 𝐵 =1,0046 𝑚𝑇, se fez variar a tensão de aceleração dos elétrons. Os valores para a razão carga/massa são apresentados na tabela (7). Tabela 7 - Valores para razão carga/massa do elétron – tensão de aceleração variável. V (V) raio (cm) e/m (1011 C/kg) 88 4 1,0899 110 6 0,6055 156 8 0,4830 233 10 0,4617 Como era de se esperar, se aumentarmos a tensão de aceleração os elétrons que compõem o raio catódico chegarão à região de campo magnético com maior velocidade, sofrendo, portanto, um menor desvio, ou seja, se aumentarmos a tensão esperávamos encontrar um raio maior. Para essa medição temos um valor médio para a razão carga/massa igual a 0,6602 × 10[[ 𝐶/𝑘𝑔 que diverge do valor mais aceito em 62,5%. Eletromagnetismo 15 Acreditamos que essa alta diferença percentual se deve ao fato de que as medidas foram feitas com as luzes apagadas, dificultando a leitura precisa da régua aferidora dos raios das trajetórias. Foi realizada apenas uma medição pela professora regente da turma e os dados da tabela (4) são comuns a todos colegas da turma. 7. Conclusão Quando falamos sobre campo magnético produzido por espiras chegamos a uma conclusão, assim como previsto na teoria, o valor máximo para uma bobina circular é aquele produzido em seu centro. Estando essas bobinas associadas em série e dispostas como Helmholtz propôs temos a formação de um campo magnético que pode ser chamado de uniforme com excelente aproximação assim como era nosso objetivo demonstrar. Para a razão entre a carga e a massa do elétron não encontramos um valor suficientemente próximo tal que pudéssemos afirmar que o nosso objetivo foi atingido nessa parte do procedimento experimental, mas gostaríamos de salientar as dificuldades enfrentadas na realização desta medição bem como o fato de ter sido feito apenas uma aferição. Acreditamos que esse procedimento não possa ser classificado como inválido para atingir o objetivo proposto e sim que fica a desejar quando a sua execução. 8. Bibliografia Instituto de Física – UnB. Roteiro do Experimento 5 – Deflexão elétrica e magnética de elétrons. 2018. NUSSENZVEIG, H. M. – Curso de Física Básica – Eletromagnetismo, vol 3 – Editora Edgard Blücher, 2ª Edição, 2015. YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Sears e Zemansky – Física III – Eletromagnetismo, 12a Edição. 2009.