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do Ba lan ço Soc ial Um po uco da his tória Informações Sociais e Ambientais Módulo 1 Responsabilidade Social e Ambiental 2 Aula 1 - Um pouco da história do Balanço Social Objetivo do estudo Ao final do estudo você deverá ser capaz de argumentar sobre a evolução histórica do balanço social, entender o conceito de responsabilidade social; e sobre o compromisso de todos os setores sociais com a responsabilidade social e ambiental; identificar relatórios sociais e ambientais que evidenciem as influências que a empresa exerce sobre o meio ambiente e sobre a sociedade em geral. Antes de iniciarmos início dessa história é importante que você compreenda primeira- mente o que vem a ser Balanço Social. O Balanço Social é um instrumento de informações da empresa para a sociedade, por meio do qual a justificativa para sua existência deve ser explicitada. Balanço Social Saiba mais Conforme você pode observar, em síntese, esta justificativa deve provar que seu custo – beneficio é positivo, porque agrega valor à economia e à sociedade, porque respeita os direitos humanos de seus colaboradores e, ainda, porque desenvolve todo o seu processo operacional sem agredir o meio ambiente. O Balanço Social tem em média três vertentes que são: os recursos humanos, ambiental e valor adicionado. Elas podem ser tratadas isoladamente, como também em conjunto. Conversaremos sobre esse assunto em outro momento 3 Módulo 1 Responsabilidade Social e Ambiental Responsabilidade social http://www.responsabilidadesocial.com/institucional/institucional_view.php?id=1 Saiba mais Falando da história... Foi nos Estados Unidos, um país de grande liberalismo capitalista, que, a partir dos anos 30, a idéia de responsabilidade social foi introduzida no mundo dos negócios (CARNEIRO, 1994 apud OLIVEIRA; BATISTA, 2000). A guerra do Vietnã, o uso de armamentos sofisticados prejudicando o homem e o meio ambiente, e a insistência da discriminação de raça e sexo no emprego, fizeram com que a sociedade norte-americana discutisse o posicionamento social das empresas, não permitindo as organizações produzir e vender o que desejassem (TINOCO, 2001). Diante do exposto, sobre a origem da responsabilidade social, observou-se que a iniciativa para almejar o bem estar social, partiu da própria sociedade, e os empresários viram se na condição de se enquadrarem às exigências, uma vez que estariam perdendo participação no mercado consumidor. Pois bem, a maioria das empresas norte-americanas prepara relatórios para os usuários externos, como relata Tinoco (2001, p. 126), englobando pouca informação econômica aos seus trabalhadores, ficando à publicação de informação socioeconômica atrelada: Módulo 1 Responsabilidade Social e Ambiental 4 - Ao comportamento a respeito da poluição; - Á participação em obras culturais; - Á contribuição da empresa aos transportes coletivos na cidade e a outros benefícios à coletividade. Segundo Araújo (2003), os movimentos sociais trabalhistas, surgidos na Europab (Ale- manha) na década de 1920, que lutavam por informações sobre emprego e condições de trabalho nas empresas, deram origem ao balanço social. O referido autor comenta ainda que na França, desde 1977, o balanço social passou a ser exigido às empresas com mais de 750 funcionários, através da Lei nº 77.769, de 12-07-1977, tornando-se o primeiro país do mundo a possuir lei sobre o assunto (TINOCO, 2001). Essa obrigatoriedade se estendeu, em 1982, às empresas com mais de 300 empregados. Na Holanda, o relacionamento entre funcionários e patrão, segundo Tinoco (2001) é de parceria. Ele ainda destaca, que esse país foi o primeiro do mundo a publicar relatórios sociais, seja como jornal interno da empresa ou junto com os relatórios anuais dos acio- nistas, tendo como objetivo principal informar as condições de trabalho e as estatísticas sobre o emprego, mas possuindo também considerações econômicas. A situação da Bélgica pode ser comparada com a Holanda, quanto às informações socioeconômicas divulgadas aos diversos usuários da informação (TINOCO, 2001). Nesse país, o balanço social foi regulamentado por intermédio de um decreto real instituído em 27 de novembro de 1973. Mas esse autor comenta que apesar dessa obrigatoriedade, ele fornece um número demasiadamente reduzido de indicadores econômicos e sociais. Os portugueses também aderiram à idéia do balanço social, com a primeira experiência em 1977, através de estudo realizado com as 100 maiores empresas que continha dados quantitativos, balanço social e estrutura das remunerações do pessoal, conforme Tinoco (2001). Esse autor acrescenta (2001, p.132), que no início da década de 80 “cerca de 20 empresas elaboraram o Balanço Social, influenciadas [...] pela legislação francesa, ou seja, um balanço fortemente inspirado no pessoal das organizações”. Em 1985, por meio da Lei nº 141, de 14-11-1985, o governo português passou a exigir a divulgação das empresas que tivessem mais de 100 empregados (KROETZ, 2000). Na Espanha, apesar de não existir obrigação legal de elaborar e publicar o balanço social, muitas empresas o faz, por entender que devem ser o mais transparente possível, divulgando informações não apenas para os acionistas, outros investidores e o estado, mas também para os funcionários, comunidade local, sindicatos e demais interessados (NEGRA; TEIXEIRA; CARMO, 2002). E no Brasil? No Brasil, a discussão sobre o tema balanço social iniciou-se com a mobilização em prol da responsabilidade social dos dirigentes empresariais promovida pela Associação dos 5 Módulo 1 Responsabilidade Social e Ambiental dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), sendo que uma das primeiras divulgações só ocorreu em 1977 no 2º Encontro Nacional de Dirigentes de Empresas, em que o assunto foi tema central do evento (TINOCO, 2001). As primeiras pesquisas brasileiras surgiram em 1980, baseadas nas experiências de outros países, intensificando-se as discussões em meados dos anos noventa, e que por decorrência, algumas empresas deram os primeiros passos rumo à elaboração e divulgação dessa nova peça contábil (ARAÚJO, 2003). No entanto, a idéia só ganhou força através da iniciativa do sociólogo Herbert de Souza (1935-1997), quando lançou campanha nacional para incentivar a publicação do balanço social no Brasil, com o objetivo das empresas brasileiras prestarem contas do que fazem pela qualidade de vida, tanto dentro quanto fora da organização (NEGRA; TEIXEIRA;CARMO, 2002). Nesse mesmo ano, o Congresso Nacional discutia o Projeto de Lei nº 3.116/97, que pretendia tornar obrigatório a publicação do balanço social para as empresas públicas, estatais e para as empresas que tivessem mais de 100 empregados (ARAÚJO, 2003). Atualmente, o referido projeto transformou-se na proposta nº 32/99 e tramita na câmara dos deputados (TINOCO, 2001). Hebert de Sousa http://www.aids.gov.br/betinho/betinho.htm Saiba mais Projeto de Lei nº 3.116/97 www.balancosocial.org.br/media/PL_3116-97.doc Saiba mais Empresa cidadã Saiba mais Apesar de não ter sido aprovado o projeto de lei proposto em 1997, existem duas iniciativas municipais relativas ao tema, que se distingue do projeto de lei federal pela substituição da obrigatoriedade da apresentação pela espontaneidade associada ao incentivo. Continuando a nossa trajetória.... Em São Paulo, foi aprovada a Resolução nº 05/98 instituindo o Dia da Empresa Cidadã e o Selo Empresa Cidadã para estimular e reconhecer as empresas que apresentarem qualidade em seu balanço social. E em Porto Alegre também foi instituído o Selo da Cidadania, sendo obrigatório à publicação para as empresas com sede na cidade e com mais de 20 funcionários (KROETZ, 2000). Módulo 1 Responsabilidade Social e Ambiental 6 Depois do brevelevantamento histórico de alguns países sobre a divulgação de informações sociais, observa-se que na Europa surgiu a partir dos movimentos sociais trabalhistas, que buscavam maiores informações sobre as condições de trabalho e qualidade de vida, e nos Estados Unidos surgiu do interesse dos empresários em retirar a imagem negativa das empresas perante os consumidores com iniciativas sociais, os quais se recusavam a comprar produtos ligados a organizações que financiavam a guerra do Vietnã. Com isso, pode-se analisar que as informações contidas no balanço social possuem duas vertentes, uma ligada às questões trabalhistas que possuem a obrigatoriedade dentro do direito trabalhista (leis trabalhistas), e logo, mesmo que a empresa não publique o novo demonstrativo contábil, possui a obrigação de cumprir as exigências trabalhistas perante o governo. E a outra está ligada às ações sociais junto à comunidade, como por exemplo, iniciativas de preservação ao meio ambiente ou assistência social a entidades carentes. A saber, o surgimento do balanço social no Brasil foi decorrente da influência das duas vertentes, englobando tanto fatores compulsórios - influência dos países europeus - quanto os não compulsórios – influência dos Estados Unidos, revelando a importância de analisar os modelos existentes para diferenciar os indicadores, tornando o demonstrativo mais completo para os usuários das informações financeiras, econômicas e sociais. Visão Teórica do Balanço Social Para o projeto de lei nº 3.116, apresentado ao Congresso Nacional (1997) e elaborado pelas deputadas federais Marta Suplicy, Maria da Conceição Tavares e Sandra Starling, no art. 2º, publicado no diário do Senado Federal (1997), diz que: Balanço Social é o documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitam identificar o perfil da atuação social da empresa durante o ano, a qualidade de suas relações com os empregados, o cumprimento das cláusulas sociais, a participação dos empregados nos resultados econômicos da empresa e as possibilidades de desenvolvimento pessoal, bem como a forma de sua interação com a comunidade e sua relação com o meio ambiente. Por sua vez, Tinoco (2001, p. 14), tendo uma visão mais ampla sobre os usuários das informações contábeis, o define como: “[...] um instrumento de gestão e de informação que visa evidenciar, da forma mais transparente possível, informações econômicas e sociais, do desempenho das entidades, aos mais diferenciados usuários, dentre estes os funcionários”. Para o IBASE (2005), o balanço social é um demonstrativo publicado anualmente pela empresa reunindo um conjunto de informações sobre os projetos, benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade. É também um instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o exercício da responsabilidade social corporativa. Passando a limpo... Observa-se que os conceitos, apresentados, convergem para um mesmo ponto, ou seja, a estrutura do demonstrativo contém informações direcionadas aos funcionários, que 7 Módulo 1 Responsabilidade Social e Ambiental valoriza o corpo funcional das entidades, formuladas dentro de uma visão contemporânea do balanço social, bem como a idéia de responsabilidade social em termos econômicos e sociais, e por trazer a inclusão da preocupação com o meio ambiente. A elaboração do balanço social vai possibilitar as empresas à identificação dos seus prin- cipais problemas, nos campos humano e social. E sendo elaborado de forma correta, não apenas destacando as ações de beneficência, o balanço social torna-se uma ferramenta fundamental para incrementar a competitividade das empresas. O balanço social deve ter por objetivo demonstrar o resultado da interação da empresa com o meio em que está inserida, levando em consideração os aspectos de recursos humanos, contribuição para o desenvolvimento econômico, social e ambiental. Tinoco (2001, p.34) comenta que “o Balanço Social tem por objetivo ser eqüitativo e evidenciar informação que satisfaça à necessidade de quem dela precisa, [...] reportar in- formação contábil, financeira, econômica, social, física, de produtividade e de qualidade”. Kroetz (2000, p.71) explica que “o balanço social deve demonstrar quais as políticas praticadas e quais os reflexos no patrimônio, objetivando evidenciar sua participação no processo de evolução social”. E ainda afirma que sem essa prática, jamais uma entidade poderá apresentar pleno êxito em programas de qualidade, pois essa intenção exige quebra de preconceitos, transparência administrativa e uma constante e ininterrupta ligação da organização com seus funcionários, acionistas, fornecedores e sociedade em geral. O balanço social, segundo pesquisa realizada por Batista (2005) , tem a finalidade também de ser um instrumento de motivação para o empresário e para os seus colaboradores: para o empresário porque ele deve estar pronto a melhorar, constantemente, a sua atuação social; para os colaboradores porque tomam conhecimento da evolução da responsabi- lidade social da empresa em que trabalha, visto que, através desse demonstrativo, há possibilidade de fazer um comparativo de um ano para o outro. instrumento de motivação Saiba mais Portanto, entende-se que a função principal do balanço social é tornar pública a responsabilidade social empresarial, construindo maiores vínculos entre a empresa, a sociedade e o meio ambiente (PINTO; RIBEIRO, 2004). Tudo entendido até aqui? Módulo 1 Responsabilidade Social e Ambiental 8 IBASE http://www.ibase.br/ Balanço Social 2008 (Modelo IBASE) http://www.hotsitespetrobras.com.br/rao2008/i18n/pt/balanco-social-e-ambiental/anexos/balanco- social-2008-modelo-ibase.aspx Balanço Social Link para o arquivo pdf balancosocial 3 mod 1 aula 1na pasta da aula 1 Saiba mais Entre em contato com o Orientador Acadêmico através da Sala Virtual ou consulte os horários do plantão do Orientador no laboratório de Informática da sua unidade UNISUAM. Dúvidas Chegamos ao final da primeira aula do Módulo 1! Esperamos que tenha compreendido todos os assuntos abordados até aqui. Para continuar acesse a Aula 2 e continue estudando. Anexo - Atividades Responsabilidade Social Bloco de notas e anotações Este espaço é para você anotar suas observações com relação a disciplina estudada. Us uá rio s d as i nfor maçõ es Sociais Informações Sociais e Ambientais 2 Módulo 2 Responsabilidade Social e Ambiental Aula 2 - Usuários das informações Sociais Dando continuidade ao estudo do módulo 1, nesse tópico aborda- remos sobre os usuários das informações sociais. Antes de começar, é importante recordarmos o tópico anterior, quando estudamos sobre a evolução histórica do balanço social e conhecemos como os setores sociais desenvolvem e organizam-se em prol do compromisso com a responsabilidade social e ambiental Vamos em frente ! Pois bem, Tinoco (2001) comenta que a empresa representa um círculo de interesses e cita a posição dos empregados, explicando que a organização não é constituída com o propósito de implantar o bem-estar para os funcionários, mas, como a satisfação dos funcionários implica motivação para aumentar a produtividade e consequentemente maior lucro, as entidades têm reconhecido a importância do corpo funcional. E ocorre da mesma forma com os demais interessados, ou seja, a troca mútua de interesses. Segundo o Ibase (2005), o balanço social favorece todos os grupos que interagem com a empresa. Além dos dirigentes e funcionários, favorece os fornecedores e investidores, informando como a empresa enfrenta suas responsabilidades em relação aos recursos humanos e à natureza; os consumidores, evidenciando a postura dos dirigentes e a qualidade do produtoou serviço oferecido; e o Estado ao ajudar na identificação e na formulação de políticas públicas. Por fim, como dizia Betinho, “o balanço social não tem donos, só beneficiários”. Portanto, o balanço social tem por objetivo demonstrar ao universo de usuários, de forma confiável, uma prestação de contas para que possam conhecer e avaliar a qualidade dos investimentos, a aplicação de recursos e o cumprimento das destinações orçamentárias. Elaboração do balanço social O balanço social, por ser um demonstrativo da responsabilidade social e ecológica da empresa, a qual irá buscar relacionar a organização com a sociedade, deve observar alguns pontos quanto às informações a serem divulgadas, pois, de acordo com Kroetz (2000), existem alguns limites essenciais para a sua elaboração, definidos a seguir: Privacidade – todas as informações devem ter aceitação das partes interessadas, a menos que seja exigido pela legislação. Sigilo – as informações que possam comprometer a continuidade da empresa, por serem de caráter imprescindível para a organização, não podem ser apresentadas no demonstrativo. 3 Módulo 2 Responsabilidade Social e Ambiental Subjetividade – a demonstração só deve conter informações verídicas, sendo vedada a publicação de informações subjetivas, como opiniões ou suposições. Uniformidade – a uniformidade é importante para as comparações entre um balanço e outro, objetivando acompanhar a evolução de seus componentes. Utilidade – as informações contidas no demonstrativo devem atender às necessidades dos mais diversos usuários interessados. Economicidade – o custo para a elaboração do balanço social não deve ser maior que os benefícios gerados por ele. De acordo com essas definições, as empresas precisam reconhecer os limites para compreender as necessidades e não comprometer o trabalho realizado para a publicação que possam causar problemas futuros para a entidade. E como no Brasil não há lei federal que obrigue as empresas a elaborar e divulgar seu balanço social, aquelas que decidem fazê-lo voluntariamente, acabam não tendo padrão formal a seguir, o que ocasiona, como observado na pesquisa de Siqueira e Vidal (2003), dentre outros problemas: falta de comparabilidade entre empresas até do mesmo setor, falta de identificação do responsável pelas informações, divulgação de dados insuficientes para análise e falta de confiança nas informações apresentadas, em virtude de não haver auditoria externa. Podemos dizer que quatro aspectos são considerados por Siqueira e Vidal (2003) na análise da qualidade dos balanços sociais. Leia com atenção! Abrangência O primeiro ponto a ser observado diz respeito à abrangência, que é a contemplação das quatro vertentes propostas por Iudícibus, Martins e Gelbcke (2003) no Manual de contabilidade das sociedades por ações. Segundo esses autores, um balanço social deverá conter: O balanço ambiental; O balanço de recursos humanos, os benefícios e contribuições para a sociedade; e A demonstração do valor adicionado (DVA). A contemplação dessas vertentes proporciona aos usuários uma visão geral sobre o que a empresa vem fazendo em todas as esferas de influência, que são: Meio ambiente; Funcionários; Sociedade em geral; e Distribuição da riqueza na atividade econômica Padronização A padronização refere-se à necessidade de comparabilidade dos demonstrativos sociais entre distintos períodos e empresas, da mesma forma que ocorre com os demonstrativos 4 Módulo 2 Responsabilidade Social e Ambiental financeiros. Se não há uma forma predeterminada a ser seguida, poderão ocorrer inconsistências até mesmo de um ano para o outro, dentro de um mesmo relatório, em consequência da inclusão ou adição de indicadores por razões não reveladas, levando à quebra na sequência de informações (Siqueira; Vidal, 2003). Viés para potencialização de resultados O viés para potencialização de resultados diz respeito à evidenciação das contribuições positivas para a sociedade e para o meio ambiente, em detrimento da exposição de aspectos negativos, fazendo com que esta demonstração se aproxime de um instrumento de marketing. Essa distorção pode fazer com que fatos nocivos ocorridos sejam tratados com pouca atenção ou até mesmo com um estranho viés positivo, como se fosse algo desejado pela sociedade (Siqueira; Vidal, 2003). Baixa transparência. Por fim, a transparência das informações evidenciadas está relacionada a três pontos cruciais: a inclusão de notas explicativas aos demonstrativos sociais, a identificação do responsável pelas informações contidas nas demonstrações e sua revisão por uma entidade independente. Essas medidas evidenciariam maior comprometimento com o fornecimento das infor- mações (Siqueira; Vidal, 2003). Por que é necessário fazer o balanço social ? Porque é ético... Ser justo, bom e responsável já é um bem em si mesmo. Porque agrega valor... O balanço social traz um diferencial para a imagem da empresa que vem sendo cada vez mais valorizado por investidores e consumidores no Brasil e no mundo. Porque diminui os riscos... Nos dias de hoje, num mundo globalizado, onde informações sobre empresas circulam pelos mercados internacio- nais em minutos, uma conduta ética e transparente tem que fazer parte da estratégia de qualquer organização. Porque é um moderno instrumento de gestão... O balanço social é uma valiosa ferramenta para a empresa gerir, medir e divulgar o exercício da responsabilidade social em seus empreendimentos. Porque é instrumento de avaliação... Os analistas de mercado, investi- dores e órgãos de financiamento (como BNDES, BID e IFC) já incluem o balanço social na lista dos documentos necessários para conhecer e avaliar os riscos e as projeções de uma empresa. Porque é inovador e transformador... Realizar e publicar balanço social anualmente é mudar da antiga visão, indiferente à satisfação e ao bem- estar dos funcionários e clientes, para uma visão moderna, em que os objetivos da empresa incorporam as práticas de responsabilidade social e ambiental. 5 Módulo 2 Responsabilidade Social e Ambiental Demonstração do valor adicionado DVA Modelo Americano Resolução CFC nº 1.010/04 Saiba mais Entre em contato com o Orientador Acadêmico através da Sala Virtual ou consulte os horários do plantão do Orientador no laboratório de Informática da sua unidade UNISUAM. Dúvidas Tudo entendido até aqui? Anexo - Atividades Responsabilidade Social Bloco de notas e anotações Este espaço é para você anotar suas observações com relação a disciplina estudada. Re sp on sab ilid ade soci al das empresas Informações Sociais e Ambientais 2 Módulo 1 Responsabilidade Social e Ambiental Aula 3 - Responsabilidade social das empresas Continuando... A autorização para constituição da empresa e sua continuidade devem estar condicio- nadas aos resultados da avaliação dos seus impactos sobre o meio ambiente. Esse tipo de avaliação permite conhecer os benefícios gerados em função da existência de uma empresa específica e identificar aquelas que geram prejuízos sociais ou que não acrescentam nenhum valor à qualidade de vida da comunidade onde estão inseridas. 3 Módulo 1 Responsabilidade Social e Ambiental Instrumentos necessários Saiba mais As empresas que geram empregos proporcionam benefícios sociais. Entretanto, há que avaliar se o montante de impostos pagos (ou sua isenção por determinado prazo) e a ocupação da mão de obra local são compatíveis com os gastos governamentais para prover a infraestrutura necessária à manutenção da empresa, como fornecimento de água e energia elétrica, serviços de esgotos, de saneamento básico, de manutenção das vias públicas, infraestrutura hospitalar. Além disso, há que consideraros impactos sobre o patrimônio natural, geralmente não passíveis de mensuração, mas que originam relevantes reduções do mesmo e, portanto, diminuição (se não eliminação) da qualidade e das alternativas de continuidade de vida humana local. A contabilidade, como ciência que estuda a situação patrimonial e o desempenho econômico-financeiro das empresas, possui os instrumentos necessários para contribuir para a identificação do nível de responsabilidade social dos agentes econômicos. Esses instrumentos se traduzem no balanço social. 4 Módulo 1 Responsabilidade Social e Ambiental Em sua concepção mais ampla, o balanço social envolve a demonstração da interação da empresa com os elementos que a cercam ou que contribuem para sua existência, incluindo o meio ambiente natural, a comunidade e economia locais e recursos humanos. Em termos ideais uma empresa somente poderia exercer suas atividades se o custo- benefício de sua existência fosse positivo. A empresa que agride o meio ambiente coloca consequentemente em risco a continuidade da vida humana ou reduz a qualidade dela; aquela que não propicia condições adequadas de trabalho contribui para a degeneração psicológica e social dos trabalhadores; e aquela que não adiciona valor à economia local faz com que a aplicação de recursos governamentais não resultem nos benefícios esperados na região onde estão situadas. A responsabilidade social das empresas voltada para seu público interno (colaboradores) Por força das pressões dos movimentos sindicalistas, governamentais e de direitos humanos surgiu a consciência de responsabilidade social sob o aspecto humano. Atualmente as empresas são obrigadas a implementar e manter condições adequadas quanto à segurança e à saúde ocupacional de seus colaboradores e estão proibidas de utilizar mão de obra infantil, além de terem de limitar a ocupação de seus colaboradores a oito horas diárias ou menos, conforme as características da atividade desenvolvida. Aliado a isso, há o fato de que as entidades de classe passaram a exigir remunerações condizentes com os cargos ocupados, na forma direta (salários) ou indireta (planos de assistência médica, vale-transporte, vales-refeição, cesta básica alimentar etc.). O conjunto desses fatores que remuneram o trabalho da mão de obra empregada resulta na satisfação, realização e valorização pessoal do colaborador social, econômica e psicologicamente, e, por conseguinte, da sociedade como um todo. O empresário conscientizou-se de que eram necessários benefícios adicionais aos determinados por lei para estimular seus colaboradores. Do ponto de vista empresarial, esses benefícios visam à otimização dos resultados esperados das atividades. Apesar das resistências iniciais quanto à sua instituição, percebe-se que eles contribuem para a produtividade da empresa. Voltando aos aspectos sociais: a concessão desses benefícios mostra o comprometimento da empresa com a melhoria das condições de vida da sociedade, essencialmente dos habitantes da comunidade onde está instalada 5 Módulo 1 Responsabilidade Social e Ambiental Responsabilidade social http://www.responsabilidadesocial.com/ Responsabilidade social sob o aspecto humano http://www.responsabilidadesocial.com/article/ article_view.php?id=423 Responsabilidade social corporativa http://www.institutovotorantim.org.br/pt-br/RSC/Paginas/rsc.aspx Saiba mais Entre em contato com o Orientador Acadêmico através da Sala Virtual ou consulte os horários do plantão do Orientador no laboratório de Informática da sua unidade UNISUAM. . Dúvidas O balanço social propõe que a empresa demonstre: - A quantidade de colaboradores que emprega - Sua distribuição por sexo, idade e formação escolar - Cargos ocupados - Total da remuneração - Benefícios oferecidos como - Treinamento; - Assistência médica e social; - Auxilio alimentar; - Transportes; e - Bolsa de estudos. Essas informações, além de evidenciar a responsabilidade social da empresa, podem auxiliar no processo de melhorias dos serviços públicos, na medida em que são identi- ficados os setores não atendidos ou menos beneficiados. Anexo - Atividades Responsabilidade Social Bloco de notas e anotações Este espaço é para você anotar suas observações com relação a disciplina estudada.
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