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Direito Civil Resumo AV1

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AV1 
 
01-AULA 
 
Apresentação – Código Civil Brasileiro 
 
-Revisão: 
-Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto Lei 4.657/1942). 
-Fontes do Direito. 
-Interpretação e Hermenêutica. 
 
Direito Civil 
 
-Evolução Histórica do Direito Romano: 
-Direito Juscivile. 
-Direito Jusnaturales. 
-Direito Jusgentium (Direito do Estrangeiro). 
 
-Histórico: O nosso Direito Civil tem sua origem no Direito romano, que vislumbrava tal direito sob 3 aspectos: 
-O Jus Civile => Direito do Cidadão Romano, Direito do Particular. 
-O Jus Naturalis => Direito que a natureza conferia aos animais. 
-O Jus Getium => Direito dos Estrangeiros. 
 
-Conceito: O Direito Civil é o ramo do Direito Privado que se ocupa dos Particulares, ou seja, das relações entre 
pessoas (Naturais e Jurídicas) e entre pessoas e coisas. 
 
-Conteúdo: 
 
1-Parte Geral: Direito Civil – Conceito; Considerações Gerais; Pessoa Natural e Pessoa Jurídica; Bens: Fatos 
Jurídicos; Negócios Jurídicos; Ato jurídico ou Sentido Estrito e Ato Ilícito; Invalidade dos 
Negócios Jurídicos; Prescrição e Decadência. 
2-Direito das Obrigações. 
3-Direito dos Contratos. 
4-Direito das Coisas. 
5-Direito de Família. 
6-Direito das Sucessões. 
 
-A Constitucionalidade do Direito Civil: 
 
Atualmente não apenas o Código Civil disciplina matéria de ordem Civil. A Constituição de 1988, ora em vigor, 
também apresenta preceitos dessa ordem, como os artigos 226 e 227, dentre outros. É o fenômeno da 
Constitucionalização do Direito Civil. Além disso existem Leis Esparsas que também tratam de assuntos desse ramo 
do Direito Privado, que constituem verdadeiros microssistemas, tais como, a Lei do Inquilinato, o ECA (Estatuto da 
Criança e do Adolescente), Estatuto do Idoso, Lei dos Direitos Autorais, etc. 
 
 
02-AULA 
 
Codificação 
 
Codificar é organizar sistematicamente os Princípios Jurídicos de modo a estabelecer um todo unitário a 
determinadas disciplinas do Direito. 
A Doutrina diverge sobre as vantagens da Codificação: Alguns grandes juristas como Savigny e Gabba acham 
que constitui um retrocesso, alegando que o Direito não é estático, e a Codificação impediria sua evolução. 
Já os que são favoráveis à Codificação, argumentam que não há esse problema, pois a Lei Codificada pode 
ser alterada com o passar do tempo. Logo a Codificação é bastante utilizada para Legislações em geral. 
OBS: ver obra do jurista Teixeira de Freitas. 
 
Codificação no Brasil 
 
No Brasil Colônia, fomos regidos pelas Ordenações Filipinas e, mesmo após a Independência, essas 
ordenações ainda vigoraram por algum tempo. 
Com a Constituição de 1824, foi determinada a criação do Código Criminal em 1830, e o Código Comercial em 
1850. 
Quando o Código Civil, foi ele fruto de muitas tentativas e só aconteceu em 1916, vejamos as etapas: 
I – Em 1855, Teixeira de Freitas (criador do Código Comercial) foi incumbido da missão de elaborar o 
Projeto do Código Civil, tendo o jurista antes de efetivar o projeto, feito uma obra, denominada de 
“Esboços”, para depois (com as devidas alterações) transformá-la em projeto. Devido às críticas e 
pressões sofridas, desgostou-se e desligou-se da incumbência. 
II – Posteriormente, Nabuco de Araújo, Felício dos Santos, Coelho Rodrigues, dentre outros fizeram 
tentativas de elaboração do projeto, mas não tiveram êxito. 
III – Após a Proclamação da República, no governo de Campos Sales, o ministro Epitácio Pessoa 
convidou Clóvis Bevilaqua, professor da Faculdade de Direito da Recife, para realizar tal trabalho. 
Após a elaboração do projeto que duros alguns meses, este foi submetido à apreciação das Casas 
Legislativas por mais de 15 (quinze) anos, sendo alvo de muitas críticas, inclusive de Rui Barbosa, 
sendo finalmente aprovado em 1917. Surgiu então o 1° Código Civil Brasileiro, o Código Civil de 
1916. 
Apesar do Código Civil de 1916 ser uma obra extraordinária, foi ficando defasado com o passar do tempo, 
tendo sido bastante modificado e emendado por Leis Escassas. 
Diante disso, surgiram as tentativas de elaboração de propostas para um Novo Código Civil. Vejamos 
algumas: Nos anos de 1940, a comissão em que participava Orosimbro Nonato, apresentou projeto, mas não logrou 
sucesso em seu intento. No início de 1960, os professores Orlando Gomes e Caio Márcio também fizeram tentativas, 
que não prosperaram. Em 1969 Miguel Reale liderou comissão, a qual participava o professor Torquato de Castro, a 
qual fez anti-projeto, que foi apresentado ao Congresso em 1972. Após algumas alterações, transformou-se em 
projeto, e só em 2002 foi aprovado, e em janeiro de 2003 entrou em vigor. Surgira assim o 2° Código Civil Brasileiro, 
o Código Civil de 2002, que é a Lei 10.406/2002. 
 
Princípios Norteadores do Código Civil 
 
I) Princípio da Eticidade => De acordo com ele, o Código Civil deve se pautar por uma Ética, no sentido de 
amenizar o Rigorismo Técnico de algumas Instituições de ordem civil, privilegiando o Ser Humano 
(Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, é o Princípio Constitucional que respalda também as demais 
disciplinas, inclusive o Direito Civil). Exemplo: o atual Código Civil adequado à Constituição Federal, prevê 
a total igualdade entre os filhos, no Código Civil também no que concerne aos Contratos, faz-se alusão à 
boa-fé entre os contratantes, etc... 
II) Princípio da Socialidade => Diferentemente da Constituição Civil de 1916, o atual Código Civil prioriza o 
Social sobre o interesse Individual. A própria Constituição estabelece a Função Social da Propriedade, em 
decorrência disso, a Função Social do Contrato. 
Princípio da Operabilidade => Também conhecido como Princípio da Simplicidade. O Código Civil atual 
apresenta seus institutos de modo mais simples, como podemos verificar na Parte Geral, quando se estuda os 
Institutos da Prescrição e Decadência, onde estão colocados de forma mais acessível ao estudioso do Direito. Este 
Princípio também faculta ao Juiz uma maior amplitude na interpretação, como por exemplo, quando permite 
interpretar os Contratos de acordo com os usos e costumes do lugar. 
 
 
03-AULA 
 
Pessoa Natural (art. 1° e seguintes do Código Civil) 
 
-Personalidade, capacidade de Direito e gozo => é a faculdade que a pessoa tem de ser suscetível de direitos e 
deveres. 
 
-Capacidade de exercício ou de fato => é a aptidão que a pessoa tem de poder exercer esses direitos e deveres. 
 
-O ordenamento Jurídico brasileiro, abraça a Teoria Natalista (segundo a qual, o ser só é pessoa após o nascimento 
com vida). A essa teoria contrapõe-se a Concepcionista (o ser é pessoa a partir da concepção). Apesar disso, 
existem muitas polêmicas sobre a posição adotada pelo Código Civil Brasileiro. 
 
Incapacidades: 
 
Incapacidade Absoluta => (art. 3° do CC) não podem praticar atos jurídicos tendo de ser representados. 
 
Incapacidade Relativa => (art. 4° do Código Civil) podem prestar atos jurídicos com assistência de responsável. 
 
Emancipação => (art. 5° do CC) antecipação da maioridade, situação em que o menor se equipara ao maior de 18 
anos na Ordem Jurídica Cível. 
01-Emancipação Voluntária. (art. 5° do CC Inciso I 1ª parte). 
02-Emancipação Judiciária. (art. 5° do CC Inciso I 2ª parte). 
03-Emancipação Legal. (art. 5° do CC Inciso II). 
 
Morte Presumida => (art. 7° do CC). 
 
Comoriência => (art. 8° do CC) Simultaneidade de morte. 
 
 
04-AULA 
 
Direitos Naturais - Continuação 
 
Registro Civil (art. 9° do CC e Lei 6.015/1973) 
 
-É ato normalmente feito em cartório, que tem por fim dar publicidade a fato jurídico, bem como estabelecer 
autenticidade e segurança ao acontecimento ou ato relevante para o Direito. 
 
Averbação (art. 10° do CC) => É complemento do registro. 
 
Direitos de Personalidade (art. 11° e seguintes do CC e art. 5° da Constituição Federal) 
 
-São Direitos inerentes à pessoa,tendo por objeto ou atributos físicos, morais e psíquicos do ser. 
Exemplo: a à vida, à liberdade, à igualdade, à imagem, à inviolabilidade de domicílio, ao nome, os direitos morais do 
autor de obras intelectuais, artísticos e científicos, à incolumidade física, à segurança, à honra etc... 
 
Há 2 correntes que procuram explicar os direitos de personalidade: são elas: a) Positivista, segundo o qual é o 
Estado que deve determinar os direitos de personalidade das pessoas. B) a corrente Jus Naturalista estabelece que 
os direitos de personalidade são os consagrados mundialmente, aqueles inerentes ao ser humano. A essa posição 
nos filiamos. 
 
-Atributos dos Direitos de Personalidade 
 
1) Indisponibilidade (Intransmissibilidade e irrenunciabilidade). 
2) Extrapatrimonialidade. 
3) Generalidade => todas as pessoas têm direitos de personialidade. 
4) Absolutos => são oponíveis erga omnes (contra todos) imprescritibilade. 
 
Direito ao Nome 
 
 
05-AULA 
 
Pessoa Jurídica – Art. 40 e seguinte do Código Civil: 
 
Conceito => É entidade coletiva a que a Lei confere direitos e deveres. 
 
-Os direitos e deveres da Pessoa Jurídica não se confundem com o de seus componentes. 
-A existência da Pessoa Jurídica começa com o registro no órgão competente (no Registro Civil das Pessoas 
Jurídicas ou na Junta Comercial). 
 
Classificação das Pessoas Jurídicas: (art. 40 a 45 do Código Civil). 
 
I- Pessoas Jurídicas de Direito Público: (art. 40 a 43 do Código Civil). 
 
a) Externo (art. 42 do CC) => Ex. Argentina, Estados Unidos, França, ONU, MERCOSUL, OMC (Organização 
Mundial do Comércio), Santa Sé etc... 
b) Interno (art. 41 do CC) => Ex. União, Estados, Municípios e Territórios, Autarquias (INSS, SUDENE, INPI, 
Universidades), Associações Públicas, Entidades criadas por Lei (ANATEL, ANAEL, ANS). 
Autarquia => Entidade criada por Lei com orçamento próprio, dotada de autonomia, que realize atividade 
específica do poder público. Há aí uma descentralização, ou seja, o Governo confere a elas a faculdade de 
realizar tais atividades. 
 
II- Pessoas Jurídicas de Direito Privado: (art. 44 do Código Civil). 
 
1- Associações => (art. 53 e seguintes do CC). Ex. Associação de Moradores, Sindicatos, APAE (Associação 
de e Amigos dos Excepcionais), Clubes Sociais (AABB). 
2- Sociedades => (art. 981 do CC) Entidade formada por dois ou mais pessoas que se reúnem para realizar 
atividades econômicas, objetivando repartir os lucros entre eles (sócios). 
Espécies de Sociedade: 
a) Simples ou Civil => Realiza atividades econômicas, mas não de empresa. sociedade de médicos, de 
advogados, colégios, FACIPE etc... 
b) Sociedade Empresarial, Comercial ou Mercantil => Realiza atividades de Empresa (produção ou 
indústria, circulação de mercadorias ou comércio e prestação de serviços). Ex. Farmácia Brasileira Ltda. 
3- Fundação => (art. 62 do CC) Entidade constituída por conjunto de bens destinado por pessoa (denominada 
instituidor ou fundador) mediante escritura pública (doação) ou por testamento (ato de ultima vontade) para 
que seja utilizado em atividades econômicas (§ único do art. 12 do CC). Ex. Fundação Alice Figueira, 
Fundação Getúlio Vargas, Fundação Xuxa Meneguel e etc... 
4- Organizações Religiosas => (art. 44, inciso IV § 1° do CC) São entidades formadas por pessoas que 
cultuam uma mesma divindade ou divindades e não têm fins econômicos. Podem ser Religiões ou Seitas. 
Religião Católica e Evangélica, Umbanda etc... 
5- Organizações Não Governamentais (ONGs) => Podem adotar a forma de Associação ou Fundação, e sua 
constituição compreende além do Registro, uma Autorização do Governo, haja vista que sua atividade é em 
parceria com este. 
6- Partidos Políticos => (art. 44 § 3° do CC e art. 17 da CF) São entidades formadas por pessoas que 
comungam de uma mesma ideologia política e têm pretensões de chegar ao poder. Não tem fins lucrativos. 
Para ser constituído deverá ter o Registro no órgão competente Tribunal Superior Eleitoral. 
 
 
06-AULA 
 
EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada 
Lei 12.441/2011 
 
É a única Pessoa Jurídica de Direito Privado, prevista no C.C. (art. 44, VI), que não constitui entidade coletiva. 
A EIRELI é formada por apenas 1 (uma) pessoa, que deverá abrir empresa e sua responsabilidade deverá limitar-ser 
ao Capital inicial, investido na abertura da mesma. 
Para a EIRELI, o Capital deverá ser no mínimo, 100 vezes o maior salário mínimo do país. 
 
Desconsideração da Personalidade Jurídica da Pessoa Jurídica 
 Art. 50 do C.C. (Disregard Doctrine). 
 
Consiste esta teoria em desconsiderar-se a Personalidade Jurídica da Pessoa Jurídica, quando um ou mais 
sócios ou mesmo o administrador de uma sociedade, por exemplo, age com má-fé (abuso de Direito, desvio de 
finalidade, confusão patrimonial etc...), prejudicando assim os credores. Os prejudicados poderão requerer 
judicialmente a desconsideração da personalidade da sociedade que poderá ser concedida apenas naquela situação 
específica. Isso não significa a extinção da Pessoa Jurídica. 
 
A Doutrina denomina a teoria da desconsideração da personalidade jurídica da Pessoa Jurídica de Teoria 
Maior para diferenciar da Teoria Menor, que ocorre quando há a desconsideração da Personalidade da Pessoa 
Jurídica, independente do estabelecido no art. 50 do Código Civil. A aplicação da Teoria Menor dá-se no âmbito do 
Direito do Trabalho, Direito do Consumidor, do Direito Ambiental e do Direito Tributário. 
Lei 8.078/1990 (Código do Consumidor) => art. 28 §5°. 
 
Natureza Jurídica da Pessoa Jurídica 
 
Há 2 correntes que tentam explicar a personalidade Jurídica da Pessoa Jurídica: Os Negativistas negaram 
essa personalidade à Pessoa Jurídica, ao passo que os Afirmativistas, afirmam essa personalidade. Os primeiros 
não têm aceitação na maior parte das legislações atuais. 
Algumas Teorias Afirmativistas: 
I- Teoria da Ficção => para ela só a Pessoa Natural tem personalidade Jurídica; a pessoa jurídica é uma 
ficção. Crítica: se a Pessoa Jurídica for uma Ficção, o Estado que é Pessoa Jurídica, também seria 
uma ficção, e o Direito, sendo criação do Estado também seria ficção. 
II- Teoria da Realidade Objetiva ou Orgânica => segundo essa teoria, tanto a pessoa Natural como a 
Jurídica existem naturalmente e ambas tem personalidade jurídica. Essa teoria peca, quando diz que a 
Pessoa Jurídica tem existência natural, razão por quê ela não tem muita aceitação. 
III- Teoria da Realidade Jurídica ou Realidade Técnica => É Eclética e reconhece um pouco de verdade 
nas outras teorias. Apregoa ser a Personalidade Juráidica da Pessoa Jurídica decorrente de 
determinação e Lei. Refere-se ao fato de que houve época em que o próprio Estado retirou a 
personalidade de seres humanos, como no caso dos escravos. É a teoria mais aceita no mundo atual. 
 
Entes Despersonalizados ou de Personalidade Anômala art. 12 do Código de Processo Civil 
 
São aqueles que não são Pessoas Jurídicas (não têm personalidade Jurídica conferida por Lei), mas têm 
capacidade processual (inciso III, Massa Falida => é o conjunto de bens do falido, que a autoridade judiciária manda 
arrecadar, após a decretação da falência. Este acervo ficará à disposição da Justiça e será administrado e 
representado pelo Administrador Judicial – antigo Síndico). 
 
Herança Jacente e Vacante 
 
Previsto nos arts. 1.819 à 1823 do Código Civil. (VERRRR) 
 
Diz-se jacente a Herança, quando o falecido não deixa nenhum sucessor conhecido, e o juiz declara por 
sentença sua qualidade de jacente. 
Herança Vacante ocorre, quando após 1 ano da 1ª publicação do edital na jacente (para convocar possíveis 
herdeiros), sem ter aparecido sucessor, ela será Vacante, passando para o Poder Público. 
 
 
07-AULA 
 
Entes Despersonalizados – art. 12 do Código de Processo Civil (Continuação) 
 
-Espólio(art. 12, Inciso V) => É a herança deixada pelo falecido, quando se instaura o inventário. É representada 
pelo inventariante. O Espólio tem capacidade processual, pode demandar e ser demandado. 
 
-Sociedades sem Personalidades Jurídicas, Sociedades Irregulares ou Sociedades em Comum (art. 12 Inciso 
VII) (art. 986 do Código Civil) => Os sócios respondem integralmente pelos atos, não se limitam ao Capital Social, já 
que a Sociedade encontra-se irregular. 
 
-Condomínio (art. 12, Inciso IX) => É a propriedade de um único bem por mais de 1 (uma) pessoa. Pode ser: 
a) Condomínio em Geral => Exemplo: Márcio, Júlio e Ana são proprietários de uma única coisa (casa, Touro 
premiado, etc...). 
b) Condomínio Edilício ou por Edificações => Muito comum no tempo atual, devido as necessidades da vida 
moderna essa espécie de condomínio inclui áreas comuns, como salão de festas, quadras, corredores, jardim 
externo do prédio. É representado pelo Síndico. 
 
TÍTULO III (DO DOMICÍLIO) 
 
-Domicílio (art. 70 do Código Civil) 
 
-Conceito (art. 70 e 72 do C.C.) => 
-Em nosso direito, é permitido a multiplicidade de domicílios (art. 71 do C.C.) 
 
Espécies de domicílios: 
I- Domicílio Voluntário => Escolhido espontaneamente por pessoa capaz. 
II- Domicilio Necessário ou Legal (art. 76 do CC) => É estabelecido por Lei. 
III- Domicílio de Eleição ou Contratual => É estabelecido pelas partes contratantes (art. 77 do C.C.). 
 
Bens (art. 79 a 103 do Código Civil) 
 
-Há na doutrina muita discussão sobre o conceito de Bem e Coisa. 
-Grande parte dos doutrinadores, dentre os quais se encontram Scutto, Silvio Venosa e Maria Helena Diniz, 
posicionam-se no sentido de que Coisa é tudo que existe na natureza com exceção do ser humano (o sol, a lua, 
imóveis, jóias, cavalos etc...). Já Bem será a coisa economicamente avaliável. Diante de tal pensamento todo bem é 
Coisa, mas a recíproca não é verdadeira. Exemplo de Bens: casa, cavalos, jóias, automóvel, etc..). 
 
Exceção: os Bens Tutelados pelos Direitos de personalidade não são coisas. Exemplo: Vida, honra, liberdade e etc... 
 
Classificação dos Bens 
 
Dos Bens Considerados em Si Mesmo: 
 
I - Bens Corpóreos ou Tangíveis e Bens Incorpóreos ou Intangíveis 
 
-Bens Corpóreos ou Tangíveis => São Bens que podem ser tocados, tem corpo. Ex. casa, obra de arte, automóvel e 
etc... 
 
-Bens Incorpóreos ou Intangíveis => Não são tocados. Ex. Os Direitos de Autoria, direito de crédito e Direito à 
Sucessão Aberta. 
 
II – Bens Imóveis e Móveis 
 
-Bens Imóveis (art. 79 a 81 do C.C.). 
 
a) Imóveis por Natureza. Ex. o solo. 
b) Imóveis por Acessão Física ou Artificial. Ex. Edifício, casa, árvore plantada pelo homem, etc... 
c) Imóveis por Acessão Intelectual => quando intencionalmente a pessoa imobiliza móveis. Ex. o dono do 
imóvel guarnece sua casa de móveis e eletrodomésticos (pertenças). 
d) Imóveis por disposição de Lei (art. 80 do C.C.). 
 
Obs: Direito Real => é o direito da pessoa sobre uma coisa. Ex. Direito de Propriedade sobre um apartamento, 
Direito de Usufruto sobre uma casa, Direito à Hipoteca sobre um terreno, etc... 
 
Direito à Sucessão Aberta => é o Direito que o Herdeiro tem a uma porção ideal da herança após a morte do 
transmitente desta. 
 
 
08-AULA 
 
Bens Móveis (Art. 82 e 83) 
 
Podem ser. 
 
a) Móveis por natureza => Ex. Cachorro, carro, jóia etc... 
b) Móveis por antecipação => São aqueles que, embora imóveis por natureza, são intencionalmente 
convertidos em móveis. Ex. uma árvore poderá ser cortada e vendida como madeira por determinação do 
proprietário. 
c) Móveis por determinação da Lei (Art. 83). 
Incisivo I – Ex. Energia elétrica, hidráulico, eólica etc... 
Inciso II – Ex. Direito de propriedade sobre um automóvel, direito de penhor de uma jóia, etc... 
Inciso III – Ex. Direito de Crédito em relação ao devedor 
 
Bens Fungíveis e Infungíveis (Art. 85). 
 
Bens Fungíveis (Bens Móveis). Ex. Café, dinheiro, feijão etc... 
Bens Infungíveis (Bens Móveis e Imóveis). Ex. Automóvel, casa, obra de arte, etc... 
 
Bens Consumível e Inconsumíveis (Art. 86). 
 
Bens Consumíveis (Bens Móveis). Ex. Chocolate, refrigerante, livro, etc... 
 
Bens Inconsumíveis (Bens Móveis e Imóveis). Ex. Carro, casa, jóias, livro , etc... 
 
Atenção: o livro para o vendedor será consumível e para o comprador será inconsumível. 
 
Bens Divisíveis e Indivisíveis (Art. 87). 
 
Bens Divisíveis (Bens Móveis). Ex. terreno, chocolate, 
Bens Infungíveis (Bens Móveis e Imóveis). Ex. Animal, automóvel, vaca leiteira, bolsa, obra de arte. 
 
Bens Divisíveis (Art. 88). 
 
O módulo Rural (menor terreno existente destinado ao homem do campo) é Indivisível, por determinação da lei. 
O dinheiro, que normalmente é um bem divisível, pode tornar-se indivisível por convenção entre as partes. 
 
Bens Singulares e Coletivos (Art. 89 a 91). 
 
Bens Singulares podem ser: 
a) Simples => os bens determinados pela própria natureza. Ex. árvore, fruta, animal etc.... 
b) Compostos => são constituídos de partes integrantes por iniciativa humana. Ex carro, casa, avião etc..., 
Bens Coletivos (Art 90 e 91). Ex. rebanho, biblioteca, estabelecimento empresarial, espólio etc... 
 
Universalidade de Fato => é o conjuntos de bens que pela vontade de alguém (Pessoa Jurídica ou natural) terá 
uma destinação unitária econômica, podendo ser dissolvida pela vontade de quem a constituiu. Ex. Boiada, 
biblioteca, estabelecimento empresarial, etc.. 
 
Universalidade de Direito => é o conjuntos de bens que é constituído por determinação de lei, tendo destinação 
unitária e econômica. Só poderá ser extinta por determinação legal. Ex. Massa falida, herança e espólio. 
 
Dos Bens Reciprocamente Considerados (Art. 92 a 97) 
 
Bens Principais e Acessórios (Art. 92). 
 
Bens Acessórios: 
a) Pertenças (Art. 93 e 94). Ex. os móveis, eletrodomésticos, linha telefônica existentes em uma casa; o som e 
o arcondicionado de um veículo, etc... 
b) Os Frutos (Art. 95). São as utilidades que a coisa fornece periodicamente. 
Quanto a Natureza podem ser: 
I.- Frutos Naturais => Frutos das árvores e crias dos animais. 
II.- Frutos Civis => São rendimentos obtidos das coisa frugífera. Ex. Aluguel, juros etc... 
III.- Frutos Industriais =. São os obtidos da ação humana na produção de uma indústria. 
Quanto à ligação (posição) com a coisa principal podem ser: 
I. – Colhidos => Quando separados do bem principal 
II. Pendentes => quando ainda estão ligados à coisa principal. 
III. Percipientes => quando deveriam ter sido colhido, mas não foram. 
IV. Estantes => quando colhidos e armazenados para a venda. 
V. Consumidos => quando não mais existe. 
c) Produtos => são as utilidades fornecidas pela coisa sem periodicidade. Ex. metal de minério, pedra de 
pedreira etc.. 
 
 
Benfeitorias (Art. 96) 
 
São melhoramentos que se faz à coisa principal. 
 
a) Benfeitorias necessárias: Ex. trocar a madeira de uma casa que estava infestada de cupim; mudar viga 
estragada, trocar telha deteriorada que está caindo, etc. essas benfeitorias podem ser realizandas, mesmo 
sem a autoização do Dono) 
 
b) Benfeitorias Úteis; Ex. Melhora garagem, estrutura de uma casa alargando-a; construir uma grade em um 
terraço para melhorar a segurança do imóvel, etc... Esses benefícios devem ser realizados com autorização 
do proprietário do bem para serem suscetíveis de indenização. 
 
c) Benfeitorias voluntárias => ex. construir piscina em uma casa, promover decoração requintada em um jardim. 
Essas benfeitorias não são indenizáveis). 
 
 
Parentese 
Diferença de Penhor e Penhora: 
 
O Penhor => é um direito real de garantia sobre um bem móvel. Ex. Marcos Empenhou, uma obra de arte para 
garantir o pagamento de um “débito”. 
A Penhora => é um ato de Constrição Judicial: constitui a instauração de processo contra alguém, que não podendo 
pagar o débito,tem seu bem Penhorado por determinação judicial. 
 
 
09-AULA 
 
Bens Públicos e Particulares (Art. 98 a 103 do Código Civil) 
 
Art. 98 
I – Bens de uso Comum => Inalienável. 
II – Bens de uso Especial => Inalienável. Ex. Prédio onde funciona a Receita Federal, Colégio Municipal, etc... 
III- Bens Dominicais ou Dominiais => Alienável. Ex: Título de Dívida Pública, Terreno da Marinha, Terras 
Devolutas, etc...). Art. 176 e parágrafo 2° da Constituição Federal. 
 
Bens de Família (Art. 1711 e seguintes do Código Civil e Lei 8.009/1990) 
 
1- Bens de Família Voluntário => É quando a Entidade familiar instituem em Cartório e instituem por Escritura 
Pública como bem de família, normalmente é Impenhorável e Inalienável, com exceção de Tributos (IPVA e 
Dívida de Condomínio). A impenhorabilidade e inalienabilidade do Bem de Família Voluntário são Relativas. 
2- Bens de Família Legal => Quando a família tem apenas 1 (um) imóvel, pela lei ele é considerado Bem de 
Família, mas nesse caso é Impenhorável, mas pode ser Alienado. Sua Impenhorabilidade também é 
Relativa. 
 
Coisa Fora do Comércio 
 
Podem ser aqueles que têm em abundância na natureza, como a luz solar e a água do mar, como também as 
determinadas por lei. Ex: as estradas, prédio de repartição pública etc ou estabelecida pela pessoa em Convenções 
ou ato de última vontade. Ex: Marcos deixou imóvel para seu afilhado Júlio, por testamento, tendo determinado a 
inalienabilidade do bem. 
 
Res nullius = Coisa de Ninguém => Não tem dono. Ex: O animal proveniente da caça e da pesca. 
 
Res derelictae = Coisa abandonada => Ex; sapatos ou bijouterias jogadas no lixo. 
 
Estudo de Casos: 
 
1. Vitor, escritor famoso, cedeu os direitos autorais de um de seus livros, a cineasta, que fará sua adaptação ao 
cinema. Deverá a cessão (alienação) de tais direitos ser feita por escritura pública? Explique. 
Resposta: Não. Os Direitos Autorais são considerados bens móveis por determinação da Lei, não necessita 
de Escritura Pública, bastando apenas um contrato entre as partes. 
 
2. Cláudio vendeu casa a João, que reclamou o fato de os móveis e eletrodomésticos não terem acompanhado 
o imóvel. Alegou ele que os acessórios sempre deve seguir os bens principais. Você concorda com isso? Por 
quê? 
Resposta: Não. Os bens que guarnecem o imóvel são chamados de Pertenças, e são pessoais. Só ficaram 
se for acordado entre as partes, no contrato. 
 
3. O edifício Ilha da Madeira encontra-se em reforma. Foram retirados da construção vários tijolos e separados 
para serem utilizados novamente. Os tijolos reservados são bens móveis ou imóveis? Justifique. 
Resposta: De acordo com o Código Civil eles continuam na qualidade de imóveis, já que serão novamente 
utilizados no imóvel, agora no caso de terem sido separados sem a finalidade de reutulização no mesmo 
imóvel, neste caso os tijolos voltam a ser Bens Móveis. 
 
4. Guilherme tem uma loja de confecções masculina. Recentemente, Paulo comprou uma calça jeans. Este é 
um bem Consumível ou Inconsumível? Fundamente. 
Resposta: Para Guilherme será consumível (quem Vende) e para Paulo ele é considerado inconsumível 
(quem compra). 
 
5. Poderá um apartamento ser bem Fungível? Por quê? 
Resposta: Não porque ele é um bem Imóvel, e não pode ser substituído por outro, da mesma espécie, e 
qualidade, o objeto tem de ser o mesmo.

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