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CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FÍSICO INICIAL PROFESSOR CÁSSIO ALMEIDA CASSIO@FAE.BR Os três primeiros anos são uma época de crescimento e desenvolvimento expressivo. Jamais uma pessoa irá crescer tanto ou mudar com tanta rapidez. Contudo, apesar de seu crescimento rápido, o desenvolvimento corporal ocorre de um modo ordenado e padronizado. Para que o crescimento seja ideal, boa nutrição e hábitos de alimentação saudáveis são importantes. (MARTORELL 2014) O princípio cefalocaudal, o crescimento ocorre de cima para baixo. Assim, a cabeça de um neonato é desproporcio- nalmente grande. Com 1 ano, o cérebro tem 70% de seu peso adulto, mas o resto do corpo tem apenas 10 a 20% do peso adulto. (MARTORELL, 2014). O desenvolvimento sen- sorial e motor segue o mesmo princípio; os bebês veem os objetos antes de poderem controlar seu torso e aprendem a usar as partes superiores do corpo antes das partes inferiores. (MARTORELL 2014) Segundo o princípio proximodistal, o crescimento e o desenvolvimento motor ocorre do centro do corpo para fora. Por exemplo, os bebês primeiro desenvolvem a capacidade de usar a parte superior de seus braços e pernas, depois os antebraços e as canelas, em seguida as mãos e os pés e, por fim, os dedos dos pés e das mãos. (MARTORELL 2014) Os bebês continuam crescendo de maneira muito rápida durante os dois primeiros anos, desacelerando após o terceiro. Meninos e meninas apresentam padrões de crescimento semelhantes; contudo, os meninos, em geral, são mais pesados e mais altos do que as meninas (McDowell, Fryar, Ogeden e Flegal, 2008) O fracasso em assegurar essas substancias essenciais pode ter efeitos que duram até bem depois dos primeiros anos de vida em áreas tão diversas quanto desenvolvimento cognitivo, saúde física, capacidade de trabalho e poder de ganho (Habicht e Martorell, 2010). Bebês que comem bem no primeiro ano de vida são mais inteligentes, fortes, saudáveis e preparados para os desafios da vida. (MARTORELL 103)MARTORELL, Gabriela. Estados Unidos e em alguns outros países industrializados. Em 1971, somente 25% das mães americanas ao menos tentaram amamentar (Ryan, 1997). Em 2010, o Facebook foi criticado por remover fotos de mães amamentando de seus perfis. O Facebook classificou as fotos como “indecentes” e inclusive desativou as contas de alguns usuários reincidentes. O que você acha? Essas fotos são indecentes Em 2010, o Facebook foi criticado por remover fotos de mães amamentando de seus perfis. O Facebook classificou as fotos como “indecentes” e inclusive desativou as contas de alguns usuários reincidentes. O que você̂ acha? Essas fotos são indecentes ■ São menos propensos a contrair doenças infecciosas como diarreia; infecções respiratórias; otite média (infecção no ouvido médio); e infecções por estafilococos, bacterianas e do trato urinário. ■ Têm menos risco de síndrome de morte súbita do lactente (SMSL) e de morte pós-neonatal. ■ Têm menos risco de doença inflamatória intestinal. ■ Têm melhor acuidade visual, desenvolvimento neurológico e saúde cardiovascular a longo prazo, incluindo níveis de colesterol. ■ São menos propensos a desenvolver obesidade, eczema, diabetes, linfoma, leucemia infantil e doença de Hodgkin. ■ São menos propensos a apresentar atrasos de linguagem e motores. ■ Obtém pontuações um pouco mais altas em testes cognitivos na idade escolar e no início da idade adulta, mas os benefícios cognitivos foram questionados. ■ Têm menos cáries e são menos propensos a precisar de aparelhos ortodônticos. (MARTORELL 2018) BEBÊS ALIMENTADOS COM LEITE MATERNO... ■ Recuperam-se do parto mais rapidamente e têm menos risco de sangramento pós-parto. ■ São mais propensas a voltar ao peso que tinham antes da gravi- dez e menos propensas a desenvolver obesidade a longo prazo. ■ Têm reduzido risco de anemia e menos risco de nova gravidez enquanto estão amamentando. ■ Dizem que se sentem mais autoconfiantes e menos ansiosas. ■ São menos propensas a desenvolver osteoporose ou câncer de mama antes da menopausa. MÃES QUE AMAMENTAM COM LEITE DO SEIO... Um estudo recente calculando os benefícios da amamentação determinou que se 90% das mães estadunidenses seguissem as recomendações da AAP de amamentar ao seio por seis meses, possivelmente 911 mortes de bebês poderiam ser prevenidas, e os Estados Unidos economizariam 13 bilhões de dólares por ano (Bartick e Reinhold, 2010). Contudo, diversos fatores sociais podem dificultar que as mulheres sigam essa iniciativa. Fatores como licença-maternidade curta ou ausente, falta de horários flexíveis, impossibilidade de fazer intervalos relativamente frequentes e prolongados no trabalho para bombear leite e falta de priva- cidade tornam difícil sustentar a amamentação (Guendelman et al. 2009). A amamentação materna é desaconselhável se a mãe estiver infectada com a síndrome da imunodeficiência adquiri- da (aids) ou qualquer outra doença infecciosa, se apresentar tuberculose ativa não tratada, se tiver sido exposta à radiação ou se estiver tomando qualquer medicamento que não seja seguro para o bebê (AAP Section on Breastfeeding, 2005). O risco de transmitir a infecção pelo vírus da imunodeficiên- cia adquirida (HIV) ao bebê continua pelo tempo que a mãe infectada o amamenta (Breastfeeding and HIV International Transmision Study Group, 2004), embora esse risco possa ser reduzido pelo uso de zidovudina e/ou nevirapina durante as primeiras 14 semanas de vida (MARTORELL 2018). A obesidade, definida como ter um peso para altura no 95o percentil, aumentou na infância como aconteceu em todas as faixas etárias nos Estados Unidos. Em 2009, a prevalência de obesidade em crianças de 0 a 4 anos foi de 14,7%, com as taxas mais altas encontradas em indígenas americanos ou nativos do Alasca (20,7%) e latinos (17,9%) (Polhamus, Dalenius, Mackintosh, Smith e Grummer-Strawn, 2011). Como os bebês tornam-se tão obesos? Eles podem ser alimentados em excesso? Os especialistas pediátricos recomendam que alimentos sólidos enriquecidos com ferro – em geral começando com cereais devem ser introduzidos gradualmente entre 6 e 12 meses de idade (AAP Section on Breastfeeding, 2005). Infelizmente, muitos pais não seguem essas diretrizes. De acordo com entrevistas telefônicas alea- tórias com pais e cuidadores de mais de 3 mil bebês e crian- ças pequenas nos Estados Unidos, 29% dos bebês recebem alimentos sólidos antes dos 4 meses, 17% bebem suco antes dos 6 meses e 20% consomem leite de vaca antes dos 12 me- ses. De 7 a 24 meses, o consumo médio de alimentos é de 20 a 30% acima das necessidades diárias normais (Fox, Pac, Devaney e Jankowski, 2004). Entre as crianças de 19 a 24 meses de idade, 30% não comem frutas, e batata frita é o legume mais comumente consumido nessa faixa etária; 60% comem sobremesas assadas; 20%, doces e; 44% ingerem be- bidas açucaradas diariamente (American Heart Association [AHA] et al., 2006). O crescimento do cérebro ocorre de uma forma intermitente denominada impulsos de crescimento cerebral. A partir de 3 semanas após a concepção, o cérebro gradualmente se de- senvolve de um longo tubo oco para uma massa esférica de células (Fig. 5.2). (MARTORELL 2013) No nascimento, o cérebro tem somente de um quarto a um terço de seu posterior volume adulto (Toga, Thompson e So- well, 2006). O cerebelo, a parte do cérebro que mantém o equilíbrio e a coordenação motora, cresce mais rápido duran- te o primeiro ano de vida (Knickmeyer et al., 2008). Com 3 anos, o cérebro de uma criança típica pesa 1,5 kg, quase 90% de seu futuro peso adulto(Gabbard, 1996). O corpo caloso é como uma mesa telefônica gigante de fibras conectando os hemisférios e permitindo que am- bos compartilhem informações e coordenem comandos. Ele cresce drasticamente durante a infância, atingindo o tamanho adulto em torno dos 10 anos. As regiões do córtex cerebral que controlam a visão, a audição e outras informações sensoriais crescem rapidamente nos primeiros meses depois do nascimento e estão maduras aos 6 meses, mas as áreas do córtex frontal responsáveis pelo pensamento abstrato, associações mentais, memória e respostas motoras deliberadas crescem pouco durante esse período e permanecem imaturas durante toda a adolescência. As regiões do córtex cerebral que controlam a visão, a audição e outras informações sensoriais crescem rapidamente nos primeiros meses depois do nascimento e estão maduras aos 6 meses, mas as áreas do córtex frontal responsáveis pelo pensamento abstrato, associações mentais, memória e respostas motoras deliberadas crescem pouco durante esse período e permanecem imaturas durante toda a adolescência (Gilmore et al., 2007).
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