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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE FARMÁCIA DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE SAPONIFICAÇÃO EM AZEITE DE DENDÊ GOIÂNIA, GOIÁS MAIO DE 2018 1 Merita Pereira Gonçalves Prof. Dr. Eduardo Ramirez Asquieri Turma A02 Trabalho No 03 como exigência da disciplina de Química e Bioquímica de Alimentos. SUMÁRIO 1. REVISÂO..................................................................................................................3 2. MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................................4 2.1. Materiais..........................................................................................................4 2.1.1. Reagente...............................................................................................4 2.1.2. Equipamentos......................................................................................4 2.1.2. Dissolução alcoólica de KOH.............................................................4 2.1.2. Amostra................................................................................................4 2.2. Procedimentos................................................................................................4 3. RESULTADOS..........................................................................................................5 4. DISCUSSÃO.............................................................................................................5 5. CONCLUSÃO...........................................................................................................6 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................7 2 1. REVISÂO O azeite de dendê, ou óleo de palma como é conhecido internacionalmente, consiste de um óleo vegetal, extraído do mesocarpo do fruto da palmeira Elaeis guineensis e possui importante participação na indústria de alimentos em âmbito internacional, sendo atualmente o óleo mais produzido e consumido no mundo (BRASIL, 2003; ABRAPALMA, 2013; OIL WORLD, 2012, MPOC, 2013 ). As principais frações do azeite de dendê são a oleína (fração líquida) e a estearina (fração sólida) (CODEX, 2005; LIN, 2011). A maior diferença entre o óleo de palma e os outros óleos vegetais é a sua maior proporção de ácido palmítico (C16) que, por ser saturado, confere ao azeite de dendê maior estabilidade térmica, tonando-o um dos mais estáveis à oxidação (Almeida et al., 2013; ECONOMIC PLANNING UNIT, 2010). Também por conter pequenas quantidades de ácido linoléico (10%) e traços de linolênico, os quais são muito susceptíveis a oxidação; e alto teor ácidos graxos monoinsaturados e de antioxidantes naturais: carotenoides, tocoferóis e tocotrienóis, o que faz com que ele resista por mais tempo a elevadas temperaturas (BAHARIN et al., 2001; BERGER, 2005; EDEM, 2002). No entanto, Almeida (2009; 2013) e Edem (2002) ressaltam que a exemplo de outros óleos vegetais, a sua qualidade inicial é determinante para a boa condução do processo de fritura, e o azeite de dendê da Bahia tem apresentado acidez inicial média de 18% quando deveria, em condições normais, registrar 5% (BRASIL, 2011). No entato, os graxos essenciais São os ácidos graxos importantes para o funcionamento do corpo humano mas que o nosso organismo não é capaz de produzir, sendo necessário adquiri-los por meio da alimentação. Na infância, uma baixa ingestão destes ácidos graxos essenciais pode retardar o crescimento e causar problemas de pele e fígado. Além disso, o azeite de dendê, possui esteróis, que são substâncias que dificultam a absorção de colesterol no intestino, e o beta caroteno, que é antioxidante, ou seja, combate os radicais livres. Os ácidos graxos podem ser do tipo saturados, monoinsaturados ou poli-insaturados; tal característica é determinante para a forma como esse nutriente será utilizado pelo organismo. O excesso de gorduras saturadas na alimentação foi associado em muitas pesquisas a doenças cardíacas e vários tipos de câncer (TYAGI; VASISHTHA, 1996; FOOD STANDARD AGENCY, 2002). A ANVISA também classificado o azeite de dendê, como categoria de óleos e gorduras vegetais um alimento de baixo risco à saúde e criou Resolução RDC/ANVISA 270/2005, consta a designação do azeite de dendê como óleo de palma bruto (Elaeis guineensis Jacquin), apresenta limite de acidez (máximo 10 mg KOH/g) e índice de peróxidos menor que 15 mEq/Kg para os óleos virgens, conforme descreve o Codex Alimentarius (CODEX, 2005; BRASIL, 2005). A rancificação auto-oxidativa, uma das principais reações de deterioração dos alimentos, implica no aparecimento de sabores e odores anômalos (ranço). Essa reação de deterioração provoca redução no valor nutritivo do alimento, como conseqüência da perda de ácidos graxos essenciais, sendo alguns produtos resultantes da reação potencialmente tóxicos. A rancificação limita o tempo de conservação de muitos alimentos, já que pode ocorrer em conteúdo de gordura de apenas 1% (ORDÓÑEZ et al., 2005). Os principais substratos da reação de oxidação lipídica são os ácidos graxos insaturados, pois as ligações duplas são centros ativos que podem reagir com o oxigênio. Os ácidos graxos insaturados oxidam-se mais facilmente quando estão livres e o grau de insaturação também influi na velocidade da reação (HAMILTON, 1994). O presente trabalho tem por objetivo a determinação do índice de saponificação em azeite de dendê. 3 2. MATERIAIS E METODOS 2.1. MATERIAIS 2.1.1. Reagentes Ácido clorídrico 0,5 N; Hidróxido de potássio alcoólico 0,5 N; Fenolftaleína a 1% em solução alcoólica (1g de fenolftaleína em 60 mL de álcool 95GL e completar para 100 mL. 2.1.2. Vidrarias e aparelhagem Erlenmayer de 250 mL; Buretas de 25 mL de capacidade; Pipetas; Condensador para refluxo; Destilador de álcool; Banho-maria. 2.1.3. Amostra Oleo de Palma ou Azeite de dendê 2.1.4. Dissolução alcoólica de hidróxido de potássio para eliminar aldeídos do álcool. Ferveu-se a refluxo 1,2 – 1,5 litros de etanol com 5 – 10 g de KOH e 5 g de Al durante 30 a 60 minutos. Destilou-se e recolheu-se um lito de álcool e descartou-se os 50 – 75 ml de álcool. 2.2. Procedimento o Pesou-se 2,010 g de amostra de azeite de dendê em um Erlenmayer de 250 mL de capacidade, previamente tarado. Colocou-se 25 mL de KOH 0,5N em solução alcoólica, medidos em uma bureta e esquentou-se em banho-maria durante 30 a 60 minutos, com refrigeramento de refluxo. Após este tempo colocou- se 1 mL de fenolftaleína e titulou-se a quente com HCl 0,5N ate a desaparição da cor rosa. Fez-se um teste em branco, empregando iguais quantidades de reativos e operando da mesma forma que com a amostra problema. 3. RESULTADOS Para a determinação do índice de saponificação foi utilizado a fórmula representada abaixo: I .S .= (V−V 1) x 28,05 P Onde: I.S. = Índice de saponificação; V = Volume mL gastos na prova em branco; V1 = Volume mL gastos na amostra; P = Peso da amostra. 4 Volume obtido na titulação do branco = 29,5 mL Volume obtido na titulação da amostra = 12,9 mL Peso da amostra = 2,01 g de azeite de dendê I .S .= (29,5−12,9) x28,05 2,01 =231,65mgKOH /g Assim: PesoMolecular= 3 x56 x 1.000 Indecede saponificação PesoMolecular=3 x56 x1.000 231,65 =725,23 4. DISCUSSÃO O índice de saponificação é definido como a quantidade em mg de hidróxido de potássio necessária para saponificar totalmente 1 grama de óleo ou gordura. O valor obtido indica indiretamente a quantidade em peso de ácidos graxos, obtidos após saponificação, pois é inversamente proporcional ao peso molecularmédios dos ácidos graxos dos glicerídeos presentes. É importante para demonstrar a presença de óleos ou gorduras de alta proporção de ácidos graxos de baixo peso molecular em mistura com outros óleos e gorduras. O óleo é saponificado por meio de uma solução alcoólica de hidróxido de potássio 0,5 M. O excesso de álcali não utilizado para a saponificação é dosado por meio de uma solução de ácido clorídrico 0,5 M. A diferença entre a prova em branco e o problema nos dá a quantidade de hidróxido de potássio utilizado na saponificação do alimento lipídico. parâmetro importante para se estabelecer as relações estequiométrica para as reações. O índice de acidez determinado para o óleo de palma é relativamente baixo. Como o catalisador utilizado neste trabalho é bifuncional, ou seja, capaz de catalisador reações de esterificação e transesterificação, espera-se que essa pequena quantidade de ácidos graxos livres tenha sido consumida no processo de produção dos acilgliceróis (RAMOS et al, 2015; OLIVEIRA et al, 2006). De acordo com Moretto et al e e Azevedo e Lima, que A reação de saponificação pode estabelecer o grau de deterioração e a estabilidade de um óleo. Então o resultado Indice samponificação obtivo 231,65 mg KOH g-1 e esse valor esta superior com o valor preconizado na legislação (185 – 196 mg KOH/g), estando dentro dos limites de aceitação. O padrão britânico estabelece que para um óleo ser considerado de primeira qualidade deve apresentar índice de saponificação na faixa de 177 a 187 mg KOH g- 1 de amostra mas esses valores são estabelecidos para óleos refinados (FREIRE, 2001), o que não é o caso dos óleos analisados nesta estudo. Quanto maior for o índice de saponificação, maior é sua aplicação para fins alimentícios, o que justifica de azeite de dendê (palma) ser muito requisitados como fonte de energia e vitaminas principalmente para famílias de baixa renda. 5 Comparando com o resultado obtive de Oliveira, 2008, resultados de indice de samponificação nesse estudo bem diferente e foi superio e estudos realizados por MELLO & PINHEIRO (2012) no qual foram analisados as características físico- químicas de azeites, apresentaram valores de I.S. de 150 e 142,22, valores estes que estão abaixo da faixa estabelecida pela ANVISA nº 270/2005.20. Os valores encontrados indicam que os azeites contém uma composição predominante em ácidos graxos de alto peso molecular. Valores de I.S. mais baixos que o limite mínimo legal. 5. CONCLUSÃO De acordo com a legislação da ANVISA de 2005, para que os óleos vegetais sejam comercializados, eles devem se adequar aos padrões exigidos pela legislação, onde a mesma diz que é necessário as seguintes analises: acidez, índice de peroxido, índice de saponificação e índice de iodo. Neste sentido, a aula prática visa proporcionar o conhecimento necessário para análise de determinado produto, neste caso em específico o azeite de dendê, fazendo com que os alunos estejam preparados para enfrentar o mercado de trabalho, principalmente aqueles que desejam ingressar na vasta área de alimentos. E importante destacar o empenho da professora em orientar cada etapa, logo no inicio ela teve um grau de didática muito boa ao explicar o procedimento não colocando sobre nos algo mecânico, portanto ela não nos entregou apenas um roteiro a ser seguido, pelo contrario, mostrou a importância de cada etapa além do seu significado, destaca-se o papel da monitora que auxiliou a turma acerca de duvidas e de uso dos materiais, deixando os alunos seguros com relação a pratica realizada, outro ponto singular esta na rigidez e empenho cobrado pela professora, ou seja, isso faz com que os alunos tenham um grau de comprometimento com a pratica é importante destacar que cada aluno fez sua pratica, realizando os cálculos a pesagem e a titulação, isso sem duvida melhorou o grau de entendimento fazendo com que não ocorresse de algum aluno esperar pelo o outro é claro que é louvável os desdobramento da professora e monitora para auxiliar cada um sendo que se trata de uma turma muito grande. 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