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Renata Bittar MEDICINA UNIT CARCINOMA BASOCELULAR Carcinoma de células basais É o câncer invasivo mais comum em humanos, com quase 1 milhão por ano nos EUA. 4x + comum que o CCE. Crescimento lento e raramente sofrem metástase, quando ocorre, geralmente é por contiguidade Possuem tendência a ocorrer em sítios expostos ao sol e em pessoas levemente pigmentadas. Assim como no CCE, a incidência do CBC surge claramente com a imunossupressão e em pessoas com defeitos hereditários no reparo do DNA, tais como a xerodermia pigmentosa. OBS: XERODERMIA PIGMENTOSA É uma desordem genética na qual há falha no reparo do DNA que foi lesado pelos raios ultravioleta. Isto pode levar ao desenvolvimento de CCE, CBC e até melanomas. Os pacientes desenvolvem rapidamente lesões degenerativas na pele, tais como efélides (sardas), manchas e diversos tipos de cânceres. CLÍNICA Se manifestam como pápulas peroladas que muitas vezes contêm vasos sanguíneos subepidérmicos dilatados, proeminentes (telangiectasias). Alguns tumores contêm melanina e, por isso, parecem similares aos nevos melanocíticos ou melanomas. A lesões avançadas podem ulcerar e a extensa invasão local dos ossos ou seios da face pode ocorrer depois de muitos anos de negligência ou em tumores raramente agressivos, justificando o termo antigo “úlceras roedoras”. Renata Bittar MEDICINA UNIT CARCINOMA BASOCELULAR SUPERFICIAL É uma variante comum importante e manifesta-se como uma placa eritematosa, ocasionalmente pigmentada que pode ser semelhante às formas precoces do melanoma. HISTOPATOLOGIA As células tumorais lembram aquelas observadas na camada de células basais normais da epiderme. Originam-se da epiderme ou do epitélio folicular e não ocorrem nas superfícies mucosas. 2 padrões são observados: a) Tipo Superficial Multifocal Crescimentos multifocais derivados da epiderme e algumas vezes se estendendo por vários centímetros quadrados ou mais na superfície cutânea b) Tipo Nodular Lesões nodulares que crescem em direção à porção inferior da derme profunda como cordões e ilhas de células com basofilia variável com núcleos hipercromáticos, embebidos em uma matriz mucinosa e frequentemente circundadas por muitos fibroblastos e linfócitos. As células na periferia das ilhas de células tumorais tendem a ser arranjadas radialmente com seus longos eixos em alinhamento paralelo (em paliçada). Nos cortes teciduais, o estroma se retrai do carcinoma, criando fendas ou artefatos de separação que ajudam a diferenciar os carcinomas de células basais de certo tumores de anexos que também são caracterizados por proliferação de células basaloides, tais como tricoepitelioma. (Fonte: Robbins) a) Menos Agressivos Nodular Superficial b) Mais Agressivos Micronodular Infiltrativo Esclerodermiforme (Fonte: Capítulo de Luis Roberto Terzian) Renata Bittar MEDICINA UNIT FATORES DE RISCO A exposição à radiação ultravioleta é o principal fator causador do CBC. Está associado à exposição solar intermitente em um padrão semelhante ao do melanoma maligno, e não à exposição solar crônica ou ocupacional, como ocorre para os carcinomas espinocelulares. O CBC é mais frequente em pessoas de pele clara, com sardas, que tiveram queimaduras solares intensas na infância. É raro em negros e orientais, sendo mais de 99% dos casos detectados em pessoas brancas. EPIDEMIOLOGIA Câncer mais comum nos caucasianos. 4 vezes mais comum que o CCE. Homens. Idade média em torno de 69 anos. Baixa mortalidade. Regiões mais acometidas: cabeça e pescoço. PATOGENIA *SÍNDROME DO CARCINOMA DE CÉLULAS BASAIS NEVOIDES (SCCBN ou SÍNDROME DE GORLIN) Desordem autossômica dominante caracterizada por múltiplos carcinomas de células basais. A maior parte se desenvolve antes dos 20 anos e é acompanhada por várias outras condições, incluindo os tumores (particularmente os meduloblastomas e fibromas ovarianos), queratocistos odontogênicos e marcas nas palmas e nas solas. Também podem estar presentes múltipas manifestações sistêmicas: calcificação intracraniana, fenda labial e palatina, segmentação anormal da vértebra e anomalias da costela (costela bífida, fundida, ausente, expandida). É raro e o gene associado é a proteína PTCH, gene supressor tumoral homólogo humano do gene do desenvolvimento da Drosophila patched. Na SCCBN, a ausência de PTCH causa Renata Bittar MEDICINA UNIT a ativação constitutiva de SMO, levando ao desenvolvimento do carcinoma de células basais. O SMO é uma outra proteína transmembrana que forma um complexo receptor com a PTCH. Quando o SMO não é inativado, ele causa a indução dos genes-alvo hedgehog através de uma cascata de sinalização que envolve o fator de transcrição GLI1. CCB esporádico comum: Mutação e inativação do gene PTCH (30%) e mutação ativadora de SMO. Assinatura UV: mutações (transcrição C T) – 60% Mutação da p53 - 40 a 60% O crescimento do CBC é dependente do estroma produzido pelos fibroblastos e esta deve ser a razão de não metastizar. Renata Bittar MEDICINA UNIT CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS ou ESPINOCELULAR Segundo tumor mais comum que surge em sítios expostos ao sol em pessoas de idade mais avançada, superado apenas pelo carcinoma de células basais. Com exceção das lesões na parte inferior das pernas, esses tumores têm uma incidência mais alta em homens do que em mulheres. Geralmente são descobertos quando pequenos e podem ser excisados. Menos de 5% desses tumores sofrem metástase para os linfonodos regionais; essas lesões geralmente são bastante invasivas e envolvem a subcútis. Mutação em vários genes, dentre eles a p53 e RAS. CLÍNICA Os carcinomas que não atingirem a membrana basal (carcinoma in situ) aparecem como placas eritematosas, escamosas e bem definidas. Na fase avançada, as lesões invasivas são nodulares, apresentam produção variável de queratina (clinicamente como escama hiperqueratótica) e podem ulcerar. Legenda A: lesão nodular hiperqueratótica localizada na orelha e associada com metástase de um proeminente linfonodo pós-auricular. No CCE in situ, as células com núcleos atípicos (aumentados e hipercromáticos) envolvem TODOS os níveis da epiderme, diferentemente da queratose actínica. O CCE invasivo mostra diferentes graus de diferenciação, variando de tumores compostos por células poligonais arranjadas em lóbulos ordenados com grandes áreas numerosas de queratinização, a neoplasias associadas à necrose geográfica consistindo em células altamente anaplásicas que exibem apenas queratinização celular abortiva (disqueratose). Estes tumores podem ser tão pouco diferenciados de modo que as reações imunohistoquímicas para as queratinas são necessárias para confirmar o diagnóstico. Renata Bittar MEDICINA UNIT OBS: QUERATOSE ACTÍNICA Lesão precursora do CCE, altas mutações de p53 em caucasianos. OBS: QUERATOACANTOMAAlguns autores o consideram como uma variante do CCE bem diferenciado, outros como uma entidade distinta. Difere do CCE pois, após um período de rápido crescimento, regride espontaneamente. Macroscopicamente é um tumor em forma de cálice, simétrico com uma depressão central preenchida com debris de queratina. Histologicamente, o tumor é formado por lóbulos de células escamosas com citoplasma vítreo que sofrem queratinização sem uma camada granular intermediária. Uma vez estabelecidos, os queratoacantomas induzem uma ativa resposta linfocítica e eosinofílica do hospedeiro. PATOGENIA Causa mais importante lesão do DNA induzida pela exposição à luz UV. A incidência do tumor é proporcional à exposição solar durante a vida, diferentemente do CBC que depende da exposição que ocorreu na infância. A luz solar, além do seu efeito lesivo no DNA, parece causar um defeito na imunidade cutânea ao afetar a função de vigilância imune das células de Langerhans epidérmicas. 2º causa importante Imunosupressão (principalmente a crônica como resultado da quimioterapia e transplante de órgãos). A IMUNOSUPRESSÃO atua na carcinogênese por reduzir a vigilância do hospedeiro e aumentar a susceptibilidade dos queratinócitos à infecção e transformação por vírus oncogênicos, particularmente os subtipos 5 e 8 do HPV. Renata Bittar MEDICINA UNIT OBS: EPIDERMODISPLASIA VERRUCIFORME Condição autossômica recessiva rara que está associada aos subtipos 5 e 8 do HPV e possui alta susceptibilidade aos CCE cutâneas. OUTROS FATORES DE RISCO: Carcinógenos industriais (alcatrão e óleo) Úlceras crônicas Osteomielite drenante Cicatrização de queimaduras antigas Ingestão de arsênicos Radiação ionizante Mastigação de tabaco (cavidade oral) e noz de betel Na queratose actínica, que é uma lesão precursora do CCE, há alta quantidade de mutações na p53 nos caucasianos, sugerindo que a disfunção em p53 é um evento precoce no desenvolvimento dos tumores induzidos pela luz solar. A proteína p53 é um gene supressor de tumor. O dano no DNA causado pela luz UV é percebido pelas cinases (ATM e ATR) que irão enviar sinais e estabilizar o p53. O p53, por sua vez, irá interromper as células na fase G1 do ciclo celular e promove o reparo do DNA ou eliminação das células lesadas. Entretanto, diante da mutação no p53, este tem sua função perdida e a lesão no DNA é “reparada” por mecanismos sujeitos ao erro, criando mutações que são transmitidas às células-mãe. Renata Bittar MEDICINA UNIT MELANOMA Neoplasia relativamente comum e mortal se não percebida nos estágios iniciais do seu curso. A maioria surge principalmente na pele. Outros sítios de origem: mucosa oral e anogenital, esôfago, meninges e o olho. Visto que os melanomas evoluem com o tempo, das lesões cutâneas localizadas para tumores agressivos que sofrem metástase e são resistentes à terapia, o reconhecimento precoce e a excisão completa são essenciais. O melanoma de pele geralmente é assintomático, embora o PRURIDO ou a DOR possam ser manifestações precoces. A maioria das lesões apresenta diâmetro maior que 10mm ao diagnóstico. Sinais clínicos mais consistentes: cor, tamanho ou forma da lesão pigmentada. Ao contrário dos nevos benignos, os melanomas exibem variações notáveis na cor, aparecendo em tons de preto, marrom, vermelho, azul-escuro e cinza. Na ocasião, as zonas de hipopigmentação branca ou da cor da pele também aparecem, algumas vezes devido à regressão focal do tumor. As bordas dos melanomas são irregulares e frequentemente com chanfraduras, não lisas, esféricas e uniformes como os nevos melanocíticos. SINAIS DE ALERTA = ABC DO MENALOMA A = Assimetria B = Bordas irregulares C = Cor variegada Outro aspecto que deve ser considerado: diâmetro maior que 6mm, qualquer alteração no aspecto e reinício do prurido ou dor. Renata Bittar MEDICINA UNIT Para compreender a progressão do melanoma, é necessário entender o conceito de FASES DE CRESCIMENTO RADIAL E VERTICAL. 1. CRESCIMENTO RADIAL Descreve a disseminação horizontal do melanoma na epiderme e na derme superficial. Durante o estágio inicial, as células tumorais parecem perder a capacidade de se metastatizar. Os tumores em fase de crescimento radial são divididos em várias classes clínico-patológicas, incluindo: lentigo maligno, geralmente presente como uma lesão indolente na face dos homens mais velhos e que podem permanecer na fase de crescimento radial por várias décadas. A disseminação superficial, o tipo mais comum de melanoma, geralmente envolvendo a pele superexposta. O melanoma lentiginoso acral/mucoso que não está relacionado à exposição solar. Após um período variável e imprevisível de tempo, o melanoma muda da fase radial para uma fase de crescimento vertical. 2. CRESCIMENTO VERTICAL As células tumorais invadem em direção às camadas dérmicas mais profundas como uma massa expansível. É frequentemente anunciada pelo aparecimento de um nódulo e está correlacionada ao surgimento de um clone de células com potencial metastático. Ao contrário dos nevos melanocíticos, a maturação está ausente da porção invasiva mais profunda do melanoma. Renata Bittar MEDICINA UNIT A probabilidade de metástase se correlaciona com a profundidade de invasão, que, por convenção, é a distância da camada de células granulosas da epiderme superficial às células tumorais intradérmicas mais profundas: ESPESSURA/ESPESSURA DE BRESLOW. Outros aspectos histológicos: número de mitoses e a presença de ulceração. As células individuais do melanoma em geral são consideravelmente maiores que os melanócitos normais ou as células encontradas nos nevos melanocíticos. Contêm grandes núcleos com contornos irregulares, cromatina que é caracteristicamente aglomerada na periferia da membrana nuclear e nucléolos avermelhados (eosinofílicos) proeminentes. O aspecto das células tumorais é similar nas faz duas fases de crescimento. Enquanto a maioria dos nevos e dos melanomas é facilmente diferenciada com base no seu aspecto, uma minoria de lesões “atípicas” ocupa uma zona histológica cinzenta e é denominada tumores melanocíticos de potencial maligno indefinido e requerem a excisão completa e fecham o seguimento clínico. FATORES PROGNÓSTICOS 1. Espessura de Breslow a. (profundidade do tumor) 2. Número de mitoses 3. Evidência de regressão do tumor a. (presumivelmente devido à resposta imune do hospedeiro) 4. A presença e o número de linfócitos infiltrantes do tumor (LITs) 5. Sexo 6. Localização (extremidade ou parte central do corpo) MELHOR PROGNÓSTICO Tumor < 1,7mm Pouca ou nenhuma mitose Resposta ativa dos LITs Ausência de regressão Sexo feminino Localização em uma extremidade OBS: a espessura do tumor e a presença ou ausência de ulceração têm significado prognósticoindependente. Visto que a maioria dos melanomas inicialmente sofre metástase para os linfonodos regionais, a informação prognóstica adicional pode ser obtida pela realização de uma biópsia do linfonodo sentinela, como no câncer de mama. Isso envolve a identificação, remoção e o exame cuidadoso do linfonodo que é o sítio Renata Bittar MEDICINA UNIT inicial de drenagem dos vasos linfáticos intratumorais. O envolvimento microscópico de um linfonodo sentinela mesmo por um pequeno número de células do melanoma (micrometástase) confere um mau prognóstico. PATOGENIA Os 2 fatores predisponentes mais importantes são: GENES HERDADOS EXPOSIÇÃO SOLAR Os melanomas originam-se com maior frequência em regiões expostas ao sol, principalmente na parte superior das costas em homens e pernas em mulheres. Indivíduos de pele clara têm maior risco. A relação melanoma/exposição ao sol não é tão simples. Alguns estudos sugerem que as queimaduras graves de sol no início da vida representam o fator de risco mais importante. Visto que os melanomas ocorrem em indivíduos de pigmentação mais escura e em sítios corpóreos que não são expostos ao sol, a luz solar claramente NÃO É O ÚNICO FATOR PREDISPONENTE e outros fatores ambientais podem contribuir para o risco também. 10 a 15% dos melanomas são familiais e muitos daqueles com melanoma familial também apresentam nevos displásicos. Vários dos genes responsáveis pelo melanoma familial codificam supressores tumorais bem caracterizados e são mutados também em tumores esporádicos. Outro variantes genéticos ligados ao risco de desenvolvimento de melanoma em população de pele clara controlam a PRODUÇÃO DE MELANINA MC1R, ASIP e TYR. Esses genes de pigmentação têm poucos efeitos. As mutações que diminuem a atividade das proteínas tumorais do retinoblastoma (RB) são comuns tanto no melanoma familial como no esporádico CDKN2A (40%) O CDKN2A é um lócus complexo que codifica 3 supressores tumorais diferentes: p15/INK4b p16/INK4a p14/ARF Renata Bittar MEDICINA UNIT A perda de p16/INK4a é claramente envolvida no melanoma humano. Existe um papel também para p14/ARF. A p16/INK4a inibe a cinase dependente de ciclina 4 (CDK4) dependente de ciclina 6 (CDK6) e aumenta a atividade das proteínas supressoras de tumor da família RB. p14/ARF aumenta a atividade do supressor de tumor p53 por meio da inibição da atividade da oncoproteína MDM2. A CDKN2A é mutada em +- 10% dos melanomas esporádicos a mutação da CDKN2A anula a produção de p16/INK4a e afetam o p14/ARF. 30 a 70% dos melanomas perda da expressão p16/INK4a Resultado de todos esses efeitos: proliferação melanocítica aumentada e escape da senescência celular induzida pelo oncogene. O segundo grupo mais comum de lesões moleculares no melanoma esporádico aumento aberrante na sinalização de RAS e PI3K/AKT, vias que promovem o crescimento e a sobrevida celular. As mutações ativadoras em BRAF, que codificam cinases que regulam positivamente o RAS, são observadas em 60 a 70%, enquanto as mutações ativadoras em NRAS, que regula positivamente o RAS, ocorrem em 10 a 15%. Por isso, os melanomas que se originam em sítios não expostos ao sol têm maior probabilidade de apresentar mutações ativadoras na cinase receptora de c-KIT, que promove a regulação positiva tanto de RAS como PI-3K/AKT, do que em NRAS ou BRAF. As lesões moleculares desses 2 tipos são necessárias mas não suficientes para o desenvolvimento do melanoma. Os nevos melanocíticos têm as mesmas mutações ativadoras em NRAS e BRAF que são encontradas nos melanomas, mas, raramente, se tornam malignas, provavelmente porque a sinalização RAS desenfreada conduz a senescência celular induzida pelo conogene, e na sua ausência a proliferação persiste, colocando os melanócitos em risco de transformação para um melanoma. O melanoma metastático é resistente tanto à quimioterapia como à radioterapia. BASOCELULAR ESPINOCELULAR MELANOMA Metástase rara Tem potencial de metástase (< Tem potencial de Renata Bittar MEDICINA UNIT agressivo que em mucosas) metástase (espessura de Breslow) Neoplasia mais comum Segunda mais comum Menos comum Mutações na via Hedgehog/ Gene PTCH Gene p53 e RAS Gene p53, p16/INK4a, NRAS, RAS, BRAF Exposição solar na infância + imunossupressão + defeitos hereditários (xerodermia pigmentosa) Exposição solar ao longo da vida + Imunosupressão (e outros) Gene herdado + exposição solar Pápulas peroladas com telangiectasias Pápula eritematosas e/ou nódulos queratinizados ABCD do Melanoma Tipo CBC superficial e tipo CBC Nodular X X Menos fatal Menos fatal Mais fatal Assintomático Assintomático Assintomátic o + prurido/dor
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