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Manejo de doenças do milho com 
associação de fungicidas de amplo 
espectro 
 
 11 
Marcelo Madalosso - Instituto Phytus 
Nédio Tormen – Universidade de Brasília 
Juliano Uebel, Felipe Frigo Pinto e Ricardo Balardin - Universidade Federal de Santa Maria 
 
A cultura do milho (Zea mays L.) tem grande importância no agronegócio brasileiro e 
mundial, pelo fato de sua produção ser utilizada tanto na alimentação humana, animal e 
combustível. Hoje, no Brasil, o milho é cultivado numa área de aproximadamente de 15,4 
milhões de hectares com produção alcançando os 65,9 milhões de toneladas de grãos 
(CONAB, 2012). 
O crescente incremento de áreas e/ou sucessão do cultivo podem predispor a cultura a 
alguns fatores que colocam em risco a produtividade da lavoura. Com isso, a expressão do 
potencial produtivo e da qualidade do milho está intrinsicamente atrelado à sua sanidade 
foliar. Este último tem ganhado importância principalmente pela nova normativa do MAPA 
reduzindo as taxas de grão ardido permitidas. 
O sistema de plantio direto, aliado à áreas irrigadas, híbridos suscetíveis e, associadas 
aos plantios de ‘safrinha’, aceleram a progressão das doenças por proporcionarem maior 
sobrevivência dos patógenos no campo. Dentre elas, merecem destaque, mancha de 
turcicum (Excerohilum turcicum) [Figura 1], mancha de cercospora (Cercospora zeae-
maydis) [Figura 2], mancha de feosféria (Phaeosphaeria maydis) [Figura 3] e mais 
recentemente a mancha de cabatiela (Kabatiella zeae) [Figura 4], são exemplos de 
patógenos capazes de comprometer a produtividade de grãos de milho (EMPRAPA, 2010; 
Santos et al., 2007). 
 
 12 
 
Figura 1 – Sintomas de mancha de turcicum (Excerohilum turcicum) em folhas de milho. 
Planaltina, 2012. 
 
 
Figura 2 – Sintomas de mancha de cercospora (Cercospora zeae) em folhas de milho. 
Planaltina, 2012. 
 
 13 
 
Figura 3 – Sintomas de mancha de feosféria (Phaeosphaeria maydis) em folhas de milho. 
Planaltina, 2012. 
 
 14 
 
Figura 4 – Sintomas de mancha de cabatiela (Kabatiella zeae) em folhas de milho. 
Planaltina, 2012. 
 
Na tentativa de redução das perdas com controle de doenças na parte aérea, o uso de 
fungicidas tem aumentado substancialmente, principalmente em zonas de alta produtividade 
da cultura. Nestas condições, híbridos com altos tetos produtivos trazem consigo menor 
rusticidade necessitando impreterivelmente, de proteção química. Assim, a maior duração 
da área foliar sadia interfere na quantidade de luz absorvida, a qual é responsável pelos 
processos de absorção de água e nutrientes pelas raízes e translocação de carboidratos na 
planta. 
Atualmente estão disponíveis fungicidas com boa eficácia, entretanto, a busca de 
novos produtos ou combinações pode, além de representarem novas alternativas, serem 
importantes ferramentas para evitar a resistência de patógenos aos fungicidas hoje 
utilizados. 
 15 
Os fungicidas são compostos químicos de amplo uso no controle de doenças de 
plantas, alguns com ação curativa, outros sistêmicos e também protetores. Estes últimos 
estiveram distantes do seu uso em grandes culturas, ficando restrito somente a triazóis, 
benzimidazóis e estrobilurinas. No entanto, este grupo apresenta virtudes importantes do 
ponto de vista de controle e ações anti-resistência. Alguns ativos como mancozebe 
(Etilenobisditiocarbamato de manganês com íon zinco) é um exemplo de fungicida não 
penetrante e protetor. Este é classificado pelo FRAC (Fungicide Resistance Action 
Committee) como fungicida de ação multi-sítio, por interferir em diversos processos 
bioquímicos dentro do citoplasma da célula fúngica e mitocôndrias (Kaars Sijpesteijn, 1984). 
Ainda segundo o autor, o efeito direto de mancozebe nos processos bioquímicos nucleares 
do fungo, resulta na inibição da germinação de esporos dos fungos. Após a aplicação sobre 
a planta alvo, o composto permanece sobre a superfície da folha podendo haver uma 
redistribuição com umidade sobre a superfície foliar. A natureza multi-sítio do modo como o 
mancozebe atua, mostra sua ação contra uma gama de fungos incluindo ascomicetos, 
oomicetos, basidiomicetos e fungos imperfeitos (Kaars Sijpesteijn, 1984). Essa característica 
também pode explicar o fato dessa molécula ter reduzida capacidade de causar resistências 
de fungos ao fungicida. 
Já a atividade antifúngica das estrobilurinas provém da sua capacidade de inibir a 
respiração mitocondrial pela ligação no sítio Q0, chamado de complexo citocromo bc1, 
localizada na membrana interna das mitocôndrias de fungos e outros eucariontes. Quando 
ligados neste complexo, as estrobilurinas bloqueiam a transferência de elétrons entre o 
citocromo b e citocromo c1, que, por sua vez, interrompe o ciclo de energia dentro do fungo 
parando a produção de ATP (Bartlett, 2002). 
Em estudos com azoxistrobina (Godwin et al., 1997 & Godwin et al., 1994) e 
piraclostrobina (Ammermann et al., 2000 & Stierl et al., 2000), demonstraram que a 
germinação dos esporos e a motilidade de zoósporos são os estágios do desenvolvimento 
dos fungos sensíveis a este grupo químico. Isso pode ser explicado pelo seu modo de ação 
bioquímico, ou seja, interrupção da produção de energia, sendo particularmente eficazes 
contra estas fases pela alta demanda de energia para o desenvolvimento do fungo (Bartlett, 
2002). 
Atualmente as estrobilurinas são amplamente utilizadas em aplicações preventivas 
nas culturas agrícolas. Logo, o uso dessas moléculas associado à outras com 
características químicas e de atuação distintas nos fungos como o caso dos 
ditiocarbamatos, em especial o mancozebe, pode ser uma alternativa para áreas de grande 
pressão de doenças principalmente necrotróficas. Com a redução da evolução rápida e 
 16 
precoce das doenças nessas condições citadas, a possibilidade de dano na área foliar da 
planta diminui, culminando em menor transferência de patógenos dos tecidos verdes para o 
grão, terminando no grão ardido. Resultados internos demonstraram-se positivos para o 
trigo, com redução significativa de giberela nos grãos. 
Com esse intuito, em 02 de dezembro de 2011, foi semeado um experimento com o 
híbrido de milho Pioneer 3862H no município de Planaltina/DF (14°40’00” S, 47°20’06” O e 
854m A). A população de plantas estabelecidas foi 88 mil plantas por hectare e o 
espaçamento de 0,45 m entre linhas. O estabelecimento dos patógenos E. turcicum, C. 
zeae-maydis, K. zeae e P. maydis deu-se de forma natural na área experimental. Assim, os 
tratamentos foram arranjados em blocos ao acaso com quatro repetições, avaliadas 
severidade da doença, fitotoxicidade e produtividade de grãos. 
Quanto à distribuição dos patógenos ocorrentes no ensaio, E. turcicum foi o primeiro 
a se estabelecer e o primeiro a ter iniciado as avaliações de severidade nas plantas de 
milho. Logo em seguida, C. zeae-maydis, K. zeae e P. maydis tiveram suas ocorrência mais 
tardiamente constatadas. 
No momento da primeira aplicação as plantas de milho apresentavam sintomas 
visuais de manchas de turcicum e cercospora , enquanto que as doenças de mancha de 
feosféria e cabatiela apenas após a segunda aplicação dos tratamentos. 
A partir da análise dos dados obtidos, houve diferenças significativas dos 
tratamentos fungicidas na severidade de todas as doenças avaliadas comparados à 
testemunha, sem tratamento. Os tratamentos padrões piraclostrobina e azoxistrobina, bem 
como suas misturas com mancozebe (1,0 e 1,3 kg.ha-1 respectivamente), foram eficientes 
no controle de E. turcicum, C. zeae-maydis, K. zeae e P. maydis controlando a doença até 
35 DAA2 (Dias Após Aplicação 2), com eficácias de controle superiores a 80% (Gráfico1). 
Isoladamente os tratamentos com uso de mancozebe em suas maiores doses (1,6 e 
2,4 kg.ha-1 i.a) foram eficazes (>80%) no controle de C. zeae-maydis até 35 DAA2, enquanto 
que em suas duas menores doses (0,8 e 1,2 kg.ha-1 i.a) apresentaram eficácia apenas até 
os 21 DAA2. Para a menor pressão dos alvos P. maydis e K. zeae, os tratamentos com 
mancozebe nas suas quatro doses foram eficazes. 
Também, vale ressaltar que a baixa severidade de P. maydis no ensaio pode 
também estar relacionado ao nível de tolerância ao patógeno pelo híbrido utilizado, 
conforme informações da empresa produtora do material. Já para o alvo E. turcicum o uso 
de apenas mancozebe não apresentou eficácia de controle em nenhuma das doses 
testadas. 
 17 
Todos os tratamentos fungicidas promoveram ganhos na produtividade de grãos de 
milho quando comparados à testemunha sem aplicação, destacando os tratamentos com 
mancozebe adicionado a mistura com estobilurinas, incrementando em torno de 25%. Pinto 
(1997) também encontrou resultados semelhantes, utilizando mancozebe sobre P. maydis, 
resultando em aumentos significativos de produtividade em relação à testemunha sem 
fungicida. 
A redução da produtividade de grãos acontece pelo grande impacto das doenças na 
cultura, devido ao fato dos patógenos colonizarem partes dos tecidos das plantas, 
diminuindo a área foliar fotossintetizante, levando a senescência precoce e, reduzindo 
consequentemente o rendimento de grãos (Brito et al., 2007). 
É oportuno ressaltar que não foram observados sintomas de fitotoxicidade pela 
aplicação dos tratamentos e que além dos benefícios quantitativos, a mistura com fungicidas 
de amplo espectro poderá reduzir os níveis de grãos ardidos pela maior sanidade dos 
tecidos vegetais. Assim, poderá ter efeito também na menor contaminação do grão, que 
ocorre durante o enchimento e principalmente pelo contato palha contaminada-grãos por 
ocasião da colheita e armazenamento. 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 1 – Representação da eficácia de controle de mancha de turcicum e 
cercospora com incremento produtivo de grãos de milho. Planaltina/DF, 2012. *0,5% 
óleo mineral. 
 
 
Gráfico 2 – Área Abaixo da Curva de Progresso de Feosféria e Cabatiela na 
cultura do milho. Planaltina/DF, 2012. *0,5% óleo mineral.

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