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Apostila de Clínica Cirúrgica

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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 1 
 
Módulo N1 
ABDÔMEN AGUDO 
Definição: 
 Síndrome dolorosa abdominal aguda que requer tratamento imediato clínico ou cirúrgico. 
Então, nem todo abdômen agudo é cirúrgico. Exemplo: Paciente chega ao PS referindo dor abdominal há 30 dias. Qual a chance de 
ser cirúrgico? Grande ou pequeno? Pequena. A não ser, que o mesmo relate que há 30 dias tem essa dor, mas há 3 esta dor 
piorou, nesse caso a chance é um pouco maior de ser cirúrgico. 
 Se o quadro clínico não for tratado ocorre uma deterioração do estado geral do paciente e risco de morte. 
Isso, porque o paciente entra num quadro inflamatório, obstrutivo ou perfurativo, que no final acaba levando o paciente a um quadro 
de choque séptico. 
 Dor abdominal que persiste por mais de 6hs na maioria das vezes é cirúrgico. É o paciente que chega ao PS porque 
realmente a dor está incomodando. Devemos estar atento durante a abordagem desse paciente. Quando começou a dor? 
1 há 2 dias. Nesse caso, já devemos ficar atentos. 
 
Classificação do abdômen agudo segundo causas abdominais 
Gastrointestinais Apendicite*, obstrução intestinal, perfuração intestinal, 
isquemia mesentérica**, úlcera perfurada, diverticulite de 
Meckel, diverticulite do colón, doença inflamatória 
intestinal 
Pâncreas, vias biliares, fígado e baço Pancreatite, colecistite aguda, colangite, hepatite, abscesso 
hepático, ruptura esplênica, tumores hepáticos hemorrágicos 
Peritoneal PBE-peritonite bacteriana espontânea 
Peritonites secundárias a doenças de órgão abdominais e/ou 
pélvicos (Exemplo: Peritonine secundária a uma apendicite) 
Urológica Cálculo ureteral, cistite e pielonefrite 
Retroperitonial Aneurisma de aorta e hemorragias 
Ginecológica Cisto ovariano roto, gravidez ectópica, endometriose, torção 
ovariana, salpingite e rotura uterina 
Parede abdominal Hematoma do músculo reto abdominal 
 
*Apendicite aguda é uma das causas mais comum. **Isquemia mesentérica não é algo comum. Nem todas as causas citadas acima 
são de tratamento cirúrgico. 
* Em mulheres devemos sempre estar atentos à dor abdominal aguda e lembrar-se de relacionar as suspeitas clínicas á causas 
ginecológicas. Então, na mulher é muito mais difícil de fazer o diagnóstico do que nos homens. 
* Hematoma do músculo reto abdominal não é uma das primeiras causas a se pensar. Sempre quando pegarmos um quadro de 
abdômen agudo devemos pensar primeiro no que é mais comum. O raciocínio é sempre dessa forma. 
 
Classificação do abdômen agudo segundo causas extra-abdominais 
Torácicas IAM, pneumonia, infarto pulmonar, embolia, pneumotórax, 
pericardite, derrame pleural 
Hematológica Crise falciforme, leucemia aguda 
Neurológica Herpes zoster, tabes dorsal, compressão da raiz nervosa 
Metabólica Cetoacidose diabética, porfiria, hiperlipoproteinemia, crise 
Addisoniana. 
Relacionadas a intoxicações Abstinência de narcóticos, intoxicação chumbo, picada de 
cobra e insetos 
Etiologia desconhecida Fibromialgia 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 2 
 
Obs.:>>Nem todo paciente com dor abdominal a causa é somente intrabdominal. Há também causas extra-abdominais. Exemplo: 
Idoso, diabético, que queixa de dor epigástrica devemos pensar em infarto. É muito importante está fazendo esses tipos de 
diagnóstico diferencial, associando com faixa etária. Exemplo: Pneumonia_ principalmente, em crianças, o paciente com 
acometimento de base pulmonar e muitas vezes apresenta um quadro de dor abdominal. 
 Quando o paciente chega com quadro de dor abdominal, o que é importante para você como clínico? 
1° Saber se é cirúrgico ou não. 
Para isso, deve ser avaliada bem a dor abdominal através de uma história clínica completa. Questionando: Qual a 
característica da dor? Irradia? Duração? Importante perguntar ao paciente se já sentiu este tipo de dor antes, porque dependendo 
do que se está suspeitando, a chance de ser cirúrgico é menor. Exemplo: Apendicite aguda. Você já sentiu isso antes? Sim. A 
chance de ser apendicite diminui um pouco. 
HDA 
 Localização da dor 
 Quando iniciou e onde iniciou? Muito importante perguntar, pois muitas dores são migratórias. Ex: Apendicite aguda 
(começa no epigástrio, região periumbilical, e depois migra para fossa ilíaca direita). 
 Tipo de dor 
 Irradiação 
 Fatores de melhora e piora 
 Intensidade 
 Evolução e tratamento realizado. O senhor (a) acha que essa dor melhorou, piorou ou está à mesma coisa? Se, melhorou 
a dor, qual a chance de ser cirúrgica? Pequena. O paciente que tem uma dor de indicação cirúrgica é uma dor que 
aumenta de intensidade progressivamente. Se ela continua da mesma forma, pode ter ou não indicação de cirúrgica, mas 
ficamos mais nos questionando, pode ter ou não? Depende. 
 Sintomas semelhantes anteriores e sintomas associados 
Importância da idade 
 Intussuscepção: é mais comum em crianças abaixo de 2 anos de idade. * Intussuscepção: Quando uma alça intestina 
invagina para dentro de outra. 
 Colecistite é rara antes de 20 anos. 
 Obstrução colônica: é rara antes de 35 anos. É raro em jovens, porque a causa mais comum de obstrução colônica são 
neoplasias. E neoplasias não são comuns nessa idade. 
 Apendicite: Pensar sempre em crianças de 8-9 anos e em adultos jovens. 
DOR 
 Sintomas mais importantes na avaliação do abdome agudo 
Visceral: 
 Imprecisa, cólica ou queimação, paciente inquieto. 
 Causas da dor visceral: Distensão, contração, inflamação ou isquemia. 
 Geralmente acompanhada de náusea e vômito. 
Parietal (somática profunda): aguda, intensa e persistente. 
 Quando acomete o peritônio parietal. 
 Localização precisa. 
 Frequentemente acompanhada de contratura da musculatura abdominal. 
 Leva o doente a permanecer quieto. 
Ex: Apendicite aguda a dor inicialmente é visceral, quando a inflamação acomete o peritônio parietal é momento em que o paciente 
consegue indicar a localização da dor. 
Dor referida ou irradiada: 
 Dor de origem intra-abdominal que se manifesta em área anatomicamente distante, por compartilhar os mesmos circuitos 
neurais centrais. 
 Exemplo: dor no ombro por irritação do diafragma (Sinal de Kher). Como por exemplo, um paciente está no 1° dia de pós-
operatório de uma laparotomia, tinha muito pus em cavidade, depois no 5° dia de pós-operatório começa uma dor no 
ombro. Devemos, nesse caso, pensar que o paciente esteja fazendo uma nova coleção de pus próximo ao diafragma e 
isso possa está irritando o diafragma. 
 
 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 3 
 
 
Causas de abdome agudo não traumático e suas prováveis etiologias de acordo com a localização. 
QSD QSE QID QIE Difusa 
Hepatite aguda Pancreatite aguda Apendicite aguda Obstrução intestinal Pancreatite aguda 
Pancreatite aguda Úlcera duodenal Obstrução intestinal Diverticulite no 
sigmoide 
Obstrução intestinal 
Colangite** Ulcera gástrica Diverticulite Prenhez ectópica Dissecção aórtica 
Colecistite aguda** IAM Prenhez ectópica Endometriose Apendicite aguda (fase 
inicial) 
Colelitíase** Pericardite Endometriose Hérnia Infarto mesentérico 
Úlcera duodenal Pneumonia Hérnia Adenite mesentérica Ruptura de aneurisma 
de aorta abdominal 
Abscesso hepático Abscesso esplênico Doença intestinal 
inflamatória* 
Litíase renal Crise falcêmica 
Hepatopatia com ICC Infarto esplênico Síndrome cólon 
irritável 
Doença intestinal 
inflamatória 
Peritonite*** 
Herpes zoster Ruptura esplênica Litíase renal Torsão de ovário 
IAM Adenite mesentérica Doença inflamatória 
pélvica 
 
Pericardite Diverticulite de Meckel 
Apendicite retrocecal* 
Pneumonia 
*Acima mostra a importância de saber localizar a dor, pois induz à uma hipótese diagnóstica. 
**Estão assinalados em negrito o que devemos 1° pensar (mais comum) quando a dor está localizada nesses, respectivos, 
quadrantes abdominais. 
Apendicite retrocecal*: É um achado intra-operatório ou de imagem. Pode acontecer, mas não é comum. 
*No QSE é mais difícil, não tem muitas coisas nesse quadrante que possa nos levar a algo mais específico. 
Peritonite*** Pode ser localizada ou generalizada. A generalizada é quando tem pus em toda a cavidade abdominal. 
QUANTO AO TIPO DE DOR 
Cólica _ é uma que não é contínua, vai-e-volta, começa forte depois vai diminuindo. 
O que devemos pensar? 
1. Cólica biliar 
2. Obstrução intestinal 
3. Cólica nefrética 
Queimação_ É muito inespecífica, e não dar para direcionar o raciocínio diagnóstico. Exemplo: 
1. DRGE 
2. Isquemia (principalmente intestinal) 
QUANTO AO INÍCIO DA DOR 
Dor súbita: 
Pode ser o quê? 
1. Isquemia mesentérica *Não é muito comum. 
2. Perfuração de víscera oca * O órgão que mais comumente perfura é o estômago. Para isso deve ter ocorrido uma patologia 
prévia, qual a mais comum? Úlcera gástrica. É a primeira causa que devemos pensar, quando pensamos em abdômen 
perfurativo. 
3. Dissecção aguda de aorta * Normalmente, o paciente já chega morto ao hospital. Quando ocorre é difícil o paciente 
sobreviver. 
4. Litíase renal* Dor forte na região lombar que irradia para o abdômen. 
5. Gravidez ectópica rota 
Nota: Tudo que “rompe” dá uma dor súbita. 
Insidioso_ Dor que vai aumentando paulatinamente. Quando o paciente está muito ruim, é que busca atendimento médico. 
 
O que devemos pensar? 
1. Apendicite 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 4 
 
2. Colecistite 
3. Pancreatite 
4. Diverticulite 
5. DIPA 
6. ITU 
QUANTO Á IRRADIAÇÃO DA DOR 
Hipóteses: 
 Dor epigástrica que irradia para fossa ilíaca direita: 
1. Apendicite* A dor começa leve, o paciente inicialmente associa a alguma coisa que comeu. É uma dor insidiosa. 
2. Úlcera gástrica profunda * A dor já é súbita, o paciente sente quando a úlcera perfura, perfura de uma vez, depois irradia 
para fossa ilíaca direita. 
 Dor epigástrica que irradia para hipocôndrio direito (HCD) e dorso: 
1. Colelitíase 
2. Colecistite aguda 
3. Pancreatite* Qual o padrão característico da dor de pancreatite? Dor em faixa, barra. 50% dos pacientes tem esse tipo de 
dor. 
 Dor epigástrica que irradia para o dorso em barra: 
1. Pancreatite 
 Dor abdominal irradiada ou referida em ombro: 
1. Sangue ou pus sob o diafragma. *O paciente com grande quantidade de sangue na cavidade abdominal, dificilmente vai 
referir dor, chega ao PS apresentando sinais de choque que induz ao diagnóstico. O sangue não é muito irritativo para o 
peritônio. 
2. Patologia de vias biliares * Não muito comum a dor referida no ombro, mas pode ser. 
 Dor lombar irradiada para flanco, fossa ilíaca, escroto/grandes lábios: 
1. Litíase renal 
FATORES DE MELHORA E PIORA 
 Dor que melhora com a posição genupeitoral: 
1. Pancreatite aguda 
 Dor que piora com a movimentação: 
1. Peritonite difusa/localizada * É o paciente que tem apendicite, quando deita, flexiona a perna, prefere ficar quieto. 
 Dor que melhora com a flexão de perna direita: 
1. Apendicite 
2. Psoíte * O apêndice pode estar em cima do psoas, e inflamá-lo. 
 Dor que piora com a alimentação: 
1. Obstrução intestinal 
2. Cólica biliar 
3. Pancreatite 
4. Diverticulite 
5. Perfuração intestinal 
Fora isso, o que o(a) senhor(a) está sentindo? 
 SINTOMAS ASSOCIADOS 
 Febre 
 Náuseas e vômitos 
 Anorexia * Alguns falam “Apendicite sem anorexia, não é apendicite”. Mas, na prática não é assim. Tem paciente que está 
com a apendicite necrosada, e está morrendo de fome. Na minha prática clínica, não levo esse dito em consideração. 
 Constipação 
 Diarréia 
 Perda ponderal 
Caso: Paciente masculino, 60 anos, dor abdominal há 5 dias em fossa ilíaca direita, febre e com perda de 5Kg nos últimos 2 meses. 
É apendicite? Pode ser, mas pode ser um câncer de intestino grosso, isso devido à idade. 
Febre 
 Febre alta: 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 5 
 
40°C de febre é cirúrgico? Não. A não ser, que o paciente tenha uma história arrastada, já esteja complicando, séptico, aí pode ser 
que tenha indicação. 
Devemos pensar em diagnóstico diferencial: 
1. Pielonefrite 
2. DIPA 
3. Pneumonia 
4. Colangite * Colangite é cirúrgico? A princípio não. 
5. Complicações: abscesso, isquemia intestinal. 
Náuseas e vômitos 
Ocorre em pacientes que estão obstruídos. 
 Aspecto: 
 Bilioso 
 Fecalóide Exemplo: Paciente chega com abdômen distendido e vomita (com cheiro de fezes) na sua frente, esse paciente 
está obstruído. 99,9% de ser um caso de indicação cirúrgica. 
 As náuseas e vômitos vieram antes ou depois da dor? 
 Antes da dor: pouca chance de ser cirúrgico 
 Depois da dor → Geralmente o paciente tem indicaçãocirúrgica. 
Diarréia 
 Dor abdominal + diarréia aguda + vômitos? 
- A princípio, antes de examinar o paciente, devemos pensar em que? 
 Gastroenterite (GECA) 
 Dor abdominal + diarréia crônica com sangue ou muco + perda ponderal? 
 Doença inflamatória intestinal (DII) 
 Abscesso pélvico *Paciente tem um quadro de apendicite clássica e está com diarréia, nesse caso ele pode estar 
fazendo um quadro de abscesso pélvico. Temos que tomar cuidado, pois não é nem apendicite e nem só diarréia. 
Outros: 
 Disúria + Dor hipogástrio? 
1. ITU 
Toda vezes, que for avaliar um paciente com dor abdominal, principalmente dor em fossa ilíaca direita, e que esteja 
suspeitando de abdômen agudo inflamatório, algumas coisas são obrigatórias ser questionadas, como: Se tem sinais de infecção 
urinária. Tem disúria? Tem hematúria? Quando em mulher sempre perguntar a data da última menstruação (DUM) e se tem 
corrimento vaginal. 
Caso: Certo dia, pediram uma avaliação da cirurgia para uma mulher que estava com uma dor em baixo ventre e com leucocitose, 
pois pensavam que era apendicite. Quando perguntamos se a mesma estava com corrimento vagina, ela refere que sim. Então, não 
era apendicite e sim uma DIPA. 
 Dor abdominal em FID + idoso + perda ponderal + anemia? 
1. Tumor de ceco 
HISTÓRIA MEDICAMENTOSA 
Faz parte da anamnese. Quando fazemos uma anamnese devemos perguntar sobre a história da doença atual e uma história 
patológica rápida (Perguntar: patologias do paciente, cirurgias prévias, alergia medicamentosa e medicações que ele usa) 
 Corticoide: predispõe a úlcera e perfuração, diminui o limiar de dor. * Às vezes o paciente chega com a cavidade 
peritoneal cheia de pus, e não sente nada. Obs.: Devemos tomar cuidado com pacientes diabéticos, acontece à mesma 
coisa, às vezes está com 3 litros de sangue ou pus na cavidade e não sente nada. 
 Anticoagulante: podem causar hemorragia intrabdominal, meso, intestinal. *Não é muito comum. O médico deve saber se 
o paciente usa anticoagulante, pois antes de operar o paciente, deve-se reverter a anticoagulação do paciente. 
 Cocaína: pode causar dor abdominal. 
 Dor epigástrica + uso recente de AINE: úlcera 
HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA 
 Cirurgia abdominal prévia + dor tipo cólica + distensão? 
1. Obstrução por bridas 
Exemplo: O paciente está distendido, obstruído. O que nessa hora devemos perguntar para esse paciente? O senhor já operou 
alguma vez? Isso porque, a BRIDA É UMA DAS PRINCIPAIS CAUSAS DE ABDOMEN OBSTRUTIVO. 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 6 
 
 História de úlcera péptica + dor abdominal difusa + abdome em tábua? 
1. Úlcera perfurada 
HISTÓRIA GINECOLÓGICA* Importantíssima e obrigatória!!!! 
O que devemos perguntar uma mulher que esteja sendo avaliada por uma dor abdominal? 
1. DUM 
2. Corrimento vaginal 
 Dor abdominal + atraso menstrual? 
1. Gravidez ectópica? 
2. Gravidez ectópica rota? 
Obs.: Não devemos confiar na paciente quando refere que não está grávida. Sempre devemos solicitar beta-HCG, isso é rotina!!! 
Exceto, se a paciente for histerectomizada. 
 Dor abdominal + corrimento vaginal + dispareumia? 
1. DIPA 
EXAME FÍSICO 
 Posição do paciente?Posição decúbito dorsal, braços estendidos ao longo do corpo e pernas juntas. 
 Posição do examinador?Do lado direito do paciente. 
 O que avaliar? 
1. Sinais vitais * Normalmente, o paciente já vem da triagem com todos os sinais anotados, se não vier, pelo menos é 
importante avaliar a FC, pois se paciente estiver bradicardio, pode estar em choque, séptico ou nervoso. 
2. Posição antálgica 
3. ACV 
4. AR 
5. Abdome 
 Hipotensão e taquicardia: 
1. Peritonite difusa (sepse) 
2. Hemorragia * Não é comum. Qual patologia intrabdominal não-traumática que pode cursar com choque hemorrágico? 
Ruptura de aorta abdominal, ruptura de baço espontânea (não é comum), gravidez ectópica rôta. 
Caso: Paciente com dor abdominal, taquicardia, PA 140mmhg e sem trauma, o que pode ser? Choque hipovolêmico, choque 
séptico. 
 Sinas de insuficiência cardíaca congestiva: 
1. Hepatomegalia congestiva* Por isso precisamos sempre fazer a ausculta. Paciente está com sinais de IC e dor no 
hipocôndrio direito? Pode ser uma hepatomegalia congestiva. 
 Fibrilação atrial: 
1. Paciente com dor abdominal e Fibrilação atrial? →Isquemia mesentérica → choque séptico. Por isso, é importante 
auscultar quando você suspeita de algo que tenha relação com algum sintoma cardíaco. 
 Sinais de pneumonia: Devemos pensar na pneumonia como causa de dor abdominal. 
1. Principalmente em crianças. 
INSPEÇÃO 
O que devemos pensar? 
 Distensão abdominal: 
1. Obstrução 
2. Ascite 
3. Sangue 
4. Bile 
5. Íleo paralítico 
Nota: Geralmente sangue e bile causa íleo paralitico que leva a obstrução intestina. 
 Hematomas periumbilicais e em flancos 
 Cicatriz cirúrgica 
 Abaulamento localizado*Pode ser massa tumoral. 
 Movimentos peristálticos 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 
 
Sinal de Cullen 
Nota:O Sinal de Cullen é um sinal médico que é caracterizado
retroperitoneal, associada principalmente à ruptura de gravidez ectópica, mas também eventualmente presente na pancreatite 
aguda. Sinal de Grey-Turner refere a equimose
de pancreatite aguda, é um sinal raro. 
PERCUSSÃO: 
Na prática clínica, onde muitas vezes não temos tempo para fazer um exame físico completo, 
devem ser percutidos que nos auxilia no diagnóstico mais rápido. 
em semiologia, percutir em todos os quadrantes. 
 Macicez em HCE = aumento do baço. 
 Timpanismo em HCD= pneumoperitônio, principalmente por úlcera perfurada 
quando ocorre perfuração de víscera
 Macicez: 
 Ascite 
 Massa 
 Bexigoma 
Sinal de Giordano: para avaliar os rins. Qual patologia dar sinal de Giordano + ? Pielonefrite, abscesso e cálculo renal. 
PALPAÇÃO 
 Cuidados: deixar o local doloroso por último
 O que procurar? [Em um paciente que você acha que é cirúrgico
1. Tensão abdominal localizada ou difusa
2. Dor abdominal á palpação* Você fez a percussão e o paciente já sentiu dor, isso significa indiretamente que ele deve ser 
encaminhado ao cirurgião. Temos que ter cuidado com paciente que simulam dor!
3. Sinais de irritação peritoneal: difusa ou localizada
Sinal de irritação peritoneal= descompressão brusca. Como pesquisar se o paciente tem uma irritação peritoneal?
Blumberg. Quando que ele é positivo? Á 
pesquisar se o paciente tem sinal de irritação peritoneal, pois achance dele ser cirúrgico é grande.
4. Massas ou visceromegalias 
 Abdome tenso: 
A. Peritonite localizada 
B. Peritonite difusa 
NMOTI Clínica Cirúrgica
 
 
 Sinal de Cullen 
 Sinal de Grey-Turner 
é um sinal médico que é caracterizado por equimose azul-preta na região periumbilical devido à hemorragia 
retroperitoneal, associada principalmente à ruptura de gravidez ectópica, mas também eventualmente presente na pancreatite 
a equimose nos flancos. Este sinal leva 24-48 horas para aparecer e prediz um ataque severo 
clínica, onde muitas vezes não temos tempo para fazer um exame físico completo, há alguns locais espec
devem ser percutidos que nos auxilia no diagnóstico mais rápido. Obs.: Em provas, devemos colocar o esquema que aprendemos 
em semiologia, percutir em todos os quadrantes. 
= aumento do baço. * espaço de traube o som normal é timpânico. 
= pneumoperitônio, principalmente por úlcera perfurada (1ª hipótese que devemos pensar 
quando ocorre perfuração de víscera oca). *O som normal do HCD é macicez. 
rins. Qual patologia dar sinal de Giordano + ? Pielonefrite, abscesso e cálculo renal. 
deixar o local doloroso por último 
Em um paciente que você acha que é cirúrgico] 
Tensão abdominal localizada ou difusa? * Se for um abdômen flácido já diminui a chance de ser cirúrgico.
* Você fez a percussão e o paciente já sentiu dor, isso significa indiretamente que ele deve ser 
Temos que ter cuidado com paciente que simulam dor! 
ais de irritação peritoneal: difusa ou localizada? * Muda diagnóstico e conduta cirúrgica
Sinal de irritação peritoneal= descompressão brusca. Como pesquisar se o paciente tem uma irritação peritoneal?
o? Á simples compressão, o paciente já queixa de muita dor, ele grita. Temos que 
pesquisar se o paciente tem sinal de irritação peritoneal, pois a chance dele ser cirúrgico é grande.
Clínica Cirúrgica 
 Página 7 
na região periumbilical devido à hemorragia 
retroperitoneal, associada principalmente à ruptura de gravidez ectópica, mas também eventualmente presente na pancreatite 
48 horas para aparecer e prediz um ataque severo 
há alguns locais específicos que 
Obs.: Em provas, devemos colocar o esquema que aprendemos 
(1ª hipótese que devemos pensar 
rins. Qual patologia dar sinal de Giordano + ? Pielonefrite, abscesso e cálculo renal. 
abdômen flácido já diminui a chance de ser cirúrgico. 
* Você fez a percussão e o paciente já sentiu dor, isso significa indiretamente que ele deve ser 
cirúrgica, pois muda o local da incisão. 
Sinal de irritação peritoneal= descompressão brusca. Como pesquisar se o paciente tem uma irritação peritoneal? Sinal de 
o paciente já queixa de muita dor, ele grita. Temos que 
pesquisar se o paciente tem sinal de irritação peritoneal, pois a chance dele ser cirúrgico é grande. 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 
 
Abdômen em tábua é um abdômen que está rígido. Classicamente,
Porém, paciente que está com apendicite aguda n
abdômen em tábua, apresentará uma peritonite generaliza. 
 Presença de massa: 
1. Plastrão → processo inflamatório em determinado local, o organismo no intuito de bloquear esse processo infl
direciona o omento e intestino delgado para o l
2. Tumor 
3. Aneurisma 
 Ponto de Mc Burney- localização???
 
Descompressão brusca positiva em todo o abdome
Sinal de Mc Burney na suspeita de apendicite. 
 Sinal de Murphy Positivo? Parada da inspiração devido 
 Onde é o ponto de Murphy? A pesquisa do sinal é feita no ponto 
subcostal direita, na linha hemiclavicular. 
Ocorre em qual patologia sinal de Murphy Positivo? 
Paciente com suspeita de apendicite aguda, você irá
Você pesquisa de acordo com sua suspeita clínica. Exemplo
e você suspeita que ele tenha colecistite, ai sim você faz sinal de Murphy. 
 Sinal do psoas: patologia do retroperitônio
1. Apendicite retrocecal 
2. Abscesso perinefrético 
3. Abscesso de psoas 
4. Ca de ceco perfurado para retroperitônio
 
NMOTI Clínica Cirúrgica
 
n que está rígido. Classicamente, quem apresenta abdômen em tábua tem úlcera per
apendicite aguda num processo tardio, com infecção, logicamente que não vai 
uma peritonite generaliza. 
processo inflamatório em determinado local, o organismo no intuito de bloquear esse processo infl
intestino delgado para o local da inflamação, formando uma massa. 
localização??? 
Ponto de Mc Burney
Descompressão brusca positiva em todo o abdome. 
Sinal de Mc Burney na suspeita de apendicite. 
Parada da inspiração devido à dor durante a compressão do ponto cístico
 
A pesquisa do sinal é feita no ponto Cístico, que corresponde ao ponto localizado na borda 
Ocorre em qual patologia sinal de Murphy Positivo? Colecistite. 
ta de apendicite aguda, você irá pesquisar o sinal de Murphy? Lógico que não, para quê?!
om sua suspeita clínica. Exemplo: paciente com uma dor importante no pulmão, do tipo cólica, teve febre 
cistite, ai sim você faz sinal de Murphy. 
patologia do retroperitônio 
retroperitônio 
Clínica Cirúrgica 
 Página 8 
apresenta abdômen em tábua tem úlcera perfurada. 
logicamente que não vai apresentar um 
processo inflamatório em determinado local, o organismo no intuito de bloquear esse processo inflamatório, 
Ponto de Mc Burney 
dor durante a compressão do ponto cístico 
, que corresponde ao ponto localizado na borda 
pesquisar o sinal de Murphy? Lógico que não, para quê?! 
or importante no pulmão, do tipo cólica, teve febre 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 9 
 
 
Manobra do psoas 
Sinal do psoas 
TOQUE RETAL 
Toque retal tem importância? Depende o que você está avaliando. Por exemplo, paciente com dor abdominal e com sangramento 
retal, deve ser feito o exame de toque. Em pacientes com obstrução intestinal deve ser feito o exame de toque, isso porque o 
paciente pode ter um tumor de reto baixo, fecaloma ou não ter fezes na ampola retal, e toque retal ajuda nesse diagnóstico. 
 Tumor de reto 
 Se houver sangue, pode ser: 
 Neoplasia 
 Isquemia intestinal 
ROTINA DE ABDOMEN AGUDO 
Obrigatório todos os abaixo citados: 
1. Rx de tórax 
2. Rx de abdome em pé e deitado 
3. Hemograma completo 
4. Sumário de urina 
5. Amilase 
6. Beta HCG 
Obs.: Outros exames podem ser solicitados, dependendo da suspeita clínica. 
Rx de Tórax 
Melhor incidência para avaliar: 
 Pneumoperitônio 
 Pneumopatias 
Na prática, você está achando que o abdômen do paciente está em tábua, que é um abdômen perfurativo e pede um Rx de 
abdômen. Nesse caso, dificilmente, com Rx de abdômen você vê alguma coisa, a não ser que peça o Rx com visualização de 
cúpula diafragmática. Na literatura, fala que com Rx de abdômen se vê pneumoperitônio, mas na prática não. Por isso, que se pede 
o Rx de tórax. O paciente deve estar em pé ou sentado, não adianta está deitado. No caso, da impossibilidade do paciente levantar, 
deve ser solicitado o Rx tórax em decúbito lateral. 
Rx de abdomen_ Na prática, não ajuda muito, ajuda na suspeita de obstrução intestinal. Normalmente, visualizamos a bolha 
gástrica e o colón. O intestino delgado costuma não ser visualizado Rx deabdômen. Ao Rx de abdômen, também, conseguimos 
visualizar o psoas e quando há alguma patologia intrabdominal inflamatória, observamos o apagamento do psoas. 
 Volvo de ceco: alça ovalada ou redonda na linha media 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 10 
 
 Cálculos biliares e renais * Na literatura diz que 90% é radiopaco, mas dificilmente conseguimos visualizar pelo Rx. 
 Obstrução de ID: 
 Vários níveis hidroaéreos em posição central 
 Dilatação de alças 
 Válvulas coniventes 
 Íleo paralítico: é um paciente que apresenta um quadro de obstrução intestinal, mas que não tem uma causa para se 
justificar. O intestino simplesmente para de funcionar, distende-se, e causa como se fosse uma falsa obstrução intestina. 
Exemplo: Paciente com quadro de apendicite e apresentando pus dentro da cavidade, acaba que fica obstruído. 
Caso: Paciente, sexo masculino, 35 anos, começou com uma dor epigástrica que irradiou para a fossa ilíaca direita e agora refere 
que todo abdômen está doloroso. Há 3 dias, que não evacua, não solta flatus, está vomitando e teve febre. A história clássica dele 
é de apendicite. Mas, porque ele está obstruído? Porque ele está fazendo um íleo paralítico, as alças deixaram de funcionar por 
causa do pus na cavidade. 
 Níveis desde o estômago até o reto 
 Para que serve o Rx de abdômen deitado? Delinear a distribuição de gases e visualizar uma alça sentinela. 
 Rx de abdômen em pé: É melhor. Podemos ver níveis hidroaéreos (obstrução intestinal) ou uma alça sentinela na fossa 
ilíaca direita (pode sugerir apendicite). 
 Apagamento do psoas: 
1. Presença de sangue 
2. Presença de pus 
3. Presença de bile 
Hemograma 
Para que pedir hemograma? Para avaliar se o paciente tem: 
 Leucocitose: Se o paciente tiver leucocitose, aumenta a chance de ser cirúrgico. Se o hemograma tiver normal, não 
descarta a possibilidade de ser cirúrgico, mas auxilia. Se você tem suspeita e o hemograma está infeccioso, nesse caso 
ajuda você. No entanto, nem todo hemograma infeccioso é cirúrgico, vice-versa. 
 Anemia + dor abdominal em FID + idoso: Ca de Ceco 
Outra coisa é anemia. Paciente chega com hb= 7%, é estranho. Então, hemograma ajuda a pensar em outras hipóteses 
diagnósticas. 
Sumário de urina 
Para que pedir exame de urina? Para descartar infecção urinária e nefrolitíase como causa de dor abdominal. 
Descartar outras causas de dor abdominal não cirúrgico. 
Resultados na suspeitar de: 
1. ITU= No exame, os leucócitos estarão aumentados. Na apendicite os leucócitos estarão aumentados muito mais,> 15 de 
leucócitos. Importante estar atento a esse diagnóstico diferencial, pois muitas vezes pacientes com apendicites são 
confundidos com infecção urinária, e sendo mandado para casa com tratamento de ITU. Então, a clínica é soberana, o 
exame de urina é complementar. Mas, é importante saber fazer uso dessa diferenciação quanto ao número de leucócitos. 
Atenção para isso!!!!! 
2. Nefrolítiase= hematúria * Obs. Se for mulher, devemos perguntá-la se está menstruada. 
 Piúria pode ocorrer em casos onde o apêndice está em contato com a bexiga. 
Amilase 
Descartar pancreatite como causa da dor abdominal. Pois, a pancreatite a princípio não tratamento cirúrgico. 
 Cuidado!!Isquemia intestinal e perfuração intestinal aumentam um pouco a amilase. Já na pancreatit, amilase aumenta 3X 
o normal. 
 Isquemia intestinal 
 Perfuração de intestino 
Beta HCG 
Descartar gravidez ectópica como causa de dor abdominal. 
TIPOS DE ABDOME AGUDO 
 Inflamatório: Dor insidiosa, progressiva, febre, peritonite localizada, é o tipo apendicite aguda. A diverticulite é uma 
apendicite no lado esquerdo, sendo muito aparecidos. 
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em período menstrual
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 11 
 
 Quais as causas de abdômen agudo inflamatório? Várias. Apendicite, diverticulite, colecistite, pancreatite, anexite, 
abscesso hepático e adenite mesentérica. Nem todos os exemplos citados anteriormente são cirúrgicos, mas são 
quadros de abdômen agudo inflamatório (geralmente tem febre). 
 Perfurativo: Dor súbita, intensa, aguda e persistente; peritonite generalizada; o paciente pode entrar em choque séptico 
(não é o hemorrágico) se não tratada. 
 Quais as causas de abdômen agudo perfurativo? Úlceras, trombos, diverticulite ou tumores. No entanto, vamos 
pensar numa úlcera gástrica duodenal. 
 Obstrutivo: Ele queixa de dor abdominal, mas o que incomoda mais o paciente é distensão abdominal, ele não elimina 
flatus e fezes, e não consegue comer. 
 Quais as causas de abdômen agudo obstrutivo? As bridas e aderências são as mais comuns. Mas, para 
pensarmos em brida e aderência o paciente de ter alguma cirurgia prévia. Por isso, você deve perguntar ao paciente 
se ele já fez alguma cirurgia, se sua suspeita for de abdômen agudo obstrutivo. Já se suspeitamos de algo obstruindo 
do cólon, a causa mais comum é neoplasia. Outras causas: Diverticulite, intussuscepção (pensamos em criança, pois 
não é comum em adultos), bezoar (Bolo de cabelo), parasita, cálculo biliar e hérnia encarcerada. 
 Hemorrágico: Dor súbita. O que predomina num paciente com abdômen agudo hemorrágico é instabilidade 
hemodinâmica. O paciente chega pálido, PA baixa, taquicárdico e sem irritação peritoneal. Pode ter dor abdominal e 
abdômen distendido (distendido não porque tem muito sangue, e sim por que fez íleo paralítico por causa da presença do 
sangue na cavidade abdominal) 
 Quais as causas de abdômen agudo hemorrágico? A causa mais comum em mulher é gravidez ectópica rôta. E 
aneurisma de aorta rôto também é comum. Agora ruptura espontânea de bexiga não é comum. 
 Vascular/isquêmico: Muito difícil de fazer o diagnóstico. Geralmente, quando se faz o diagnóstico o paciente já está num 
estágio de necrose. O que chama a atenção é a dor desproporcional ao exame físico. O paciente está com abdômen 
flácido, quando palpamos com pouca intensidade, ele já refere muita dor, desproporcional a intensidade da palpação. 
Nesse estado, ele já está num estágio de necrose, apresentando já uma peritonite difusa. 
Estabelece diagnóstico sindrômico. 
Exames de imagens em Abdômen agudo inflamatório: 
Em abdômen agudo inflamatório, o Rx ajuda e o USG geralmente define. Exemplo: Você está suspeitando de apendicite 
aguda, o USG é o primeiro exame de escolha, caso não consiga o diagnóstico clinicamente. Então, na maioria dos casos de 
abdômen agudo inflamatório é pelo o USG, exemplo: colecistite, diverticulite (difícil de ver, vemos mais na TC). TC só para 
diverticulite e apendicite aguda grave. Mas, não há necessidade de faz TC, se pela clínica você já fez o diagnóstico, pois às vezes 
se pede exames desnecessariamente. 
Exames de imagens em Abdômen agudo perfurativo: 
Na sua prática, Rx de tórax, na prova Rx de abdômen. USG de abdômen não ajuda no diagnóstico. Se o Rx não visualiza, a TC 
visualiza. 
Exames de imagens em Abdômen agudo obstrutivo: 
 Rx simples de abdômen geralmente define diagnóstico, não sendo necessário outro tipo de exame. Decúbito, ortostase e 
cúpuladiafragmática. 
 USG abdômen não ajuda! * Pois, o abdômen vai estar cheio de gás e não vamos visualizar nada com o USG. 
 TC Abdômen com contraste VO e VE se não houver resolução em 48h de tratamento clínico ou de acordo com suspeita 
clínica 
Exames de imagens em Abdômen agudo hemorrágico: 
 Rx simples de abdômen: decúbito, ortostase e cúpula diafragmática (apenas para descartar outras causas) 
 USG Abdômen é o exame mais importante, pode ser necessária USG transvaginal. Porque sempre que pensamos em 
abdômen agudo hemorrágico, pensamos em gravidez ectópica rôta como a causa em caso de mulheres. 
 TC de Abdome em casos selecionados. 
Exames de imagens em Abdômen agudo vascular: 
 Radiografia simples de abdome: decúbito, ortostase e cúpula diafragmática. 
 USG abdome não ajuda! 
 TC Abdome com contraste EV e VO não ajuda muito. 
 O exame de escolha: Angio TC (fase arterial e portal) é o melhor exame 
 
 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 12 
 
GRAVIDADE DO ABDOME CIRÚRGICO 
Imediato risco de morte Urgência cirúrgica Apresentação variável 
Dissecção de aorta Apendicite Colecistite aguda 
Aneurisma roto Diverticulite (nem sempre) Colangite ascendente 
Trombose mesentérica Torção de ovário Cisto de ovário 
Gravidez ectópica rota Torção de testículo Abscesso intra-abdominal 
Perfuração de vísceras Abscesso perirrenal Hérnia encarcerada 
Laceração de baço ou fígado Pancreatite aguda 
 
 Quando operar? 
 Sinais de peritonite (*nem sempre, mas se tem, a chance de ser cirúrgico é maior) 
 Dor grave e progressiva 
 Dor + sinais de sepse 
 Pneumoperitônio (* é indicativo de cirurgia) 
- Pode persistir por 1-2dias após LE 
 Uso de corticoide com dor persistente, mas sem sinais de irritação peritoneal. 
 Preparo pré-operatório 
1. Se o paciente não estiver bem, tem que corrigir o distúrbio; 
2. Hidratação 
3. Sonda vesical 
4. Sonda nasogástrica 
5. Manter débito urinário de 0,5ml/kg/ 
6. PA sistólica> 100mmHg 
7. Pulso< 100bpm 
Nota: Devemos sempre manter o paciente estável, por isso esse preparo pré-operatório. 
 Contra-indicação de laparoscopia: 
1. Múltiplas cirurgias anteriores 
2. Distensão abdominal 
3. Instabilidade hemodinâmica 
 Acurácia diagnóstico da laparoscopia 93-100% 
ABDOME AGUDO VASCULAR /ISQUÊMICO 
 50% A 70% mortalidade 
 Geralmente são pacientes internados em UTI 
 Diagnóstico e tratamento precoces (até 6h do início da dor) aumentam a sobrevida, mas já foi falado anteriormente que é 
um diagnóstico muito difícil, porque não há nenhum sinal característico. 
 Requer alto indicie de suspeição, pois os sintomas são inespecíficos no início do quadro. 
 Pode ser confundido com quadro de obstrução intestinal. Pois, o paciente faz um íleo paralítico secundário aquela 
isquemia, podem se apresentar com um quadro de abdômen agudo obstrutivo. 
Quando desconfiar que o paciente possa ter um abdômen agudo vascular? 
Fatores de risco: 
 Idade avançada 
 Cardiopatias: fibrilação arterial, doenças valvares, IAM 
 Doenças vasculares prévias 
 Hipercoagulação 
Exemplo: Paciente com DM, HAS, fibrilação atrial, inicia um quadro de dor abdominal de início súbito, intenso, mas que á palpação 
abdominal está flácido. 
Quadro clínico: 
 Inespecífico 
 Dor abdominal súbita e intensa na região periumbilical, que evolui para abdome agudo franco. 
 Dissociação entre intensidade da dor e exame físico 
 Diferenciação entre isquemia e necrose é difícil ao exame físico 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 13 
 
Nota: Normalmente, o embolo, trombo, empacam na Artéria mesentérica superior. No tronco celíaco não é muito comum e nem na 
mesentérica inferior. 
Quanto á etiologia 
1. Embolia arterial: 
 Causa mais comum 
 Dor abdominal difusa e intensa, sem irritação peritoneal 
 Como suspeitar? Doença associadas: FA, ICC dilatada, IAM, AA, AVC, procedimento endovascular. 
 Tratamento: Embolectomia da MAS ou fibrinólise. 
 Se necrose: ressecção e reabordagem 
2. Trombose Arterial: 
O paciente tem um antecedente de angina mesentérica. Já tem um quadro de dor abdominal crônica (*Pois ele já tem uma 
trombose, e sempre que nos alimentamos o intestino requer sangue, e como a artéria está trombosada o paciente refere dor) que de 
repente se agudiza. 
 Dor abdominal difusa intensa, sem irritação peritoneal 
 Antecedente angina mesentérica 
 Doença associadas: DAOC, AVC, operação vascular prévia 
 Tratamento: revascularização de MAS ou fibrinólise (fibrilar até dissolver o trombo). Mas, normalmente acabamos entrando 
na parte de ressecção. 
 Se necrose: ressecção e reabordagem 
3. Isquemia arterial não oclusiva: * Não há nada dentro da artéria que a deixe ocluída. A artéria faz um vaso espasmo 
devido a uma baixa perfusão. Já a isquemia arterial oclusiva, ocorre oclusão por um embolo. A Trombose arterial é uma 
artéria que já doente e que acaba trombosando. 
 Paciente crítico com distensão abdominal, febre, leucocitose, sangramento digestivo. 
 Doença associadas: ICC grave, uso DVA, Pós-operatório de cirurgia cardíaca, cocaína, ergot. 
 Tratamento: Infusão intra-arterial de vasodilatadores (papaverina) 
 Se necrose: ressecção e reabordagem 
4. Trombose venosa: 
 Dor e distensão abdominal mais insidiosa 
 Sangramento digestivo comum 
 Doenças associadas: trombofilias, cirrose hepática, neoplasias, ACOH 
 Tratamento: Anticoagulação plena. Se necrose: ressecção e reabordagem 
Exames complementares 
 Hemograma completo: Ajuda, mas não muito, pois o paciente pode estar hemoconcentrado devido á: 
o Hipovolemia, a alça intestinal começa a sequestrar água para o terceiro espaço. 
 Eletrólitos e gasometria arterial, normalmente apresentam: 
o Distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos. 
 Amilase: pode estar um pouco aumenta. 
 Rx, ultrassom e TC são poucos específicos. 
 Angiografia tem altos índices de especificidade (80%) e sensibilidade (100%). É o exame que geralmente defini o 
diagnóstico. 
ABDOME AGUDO PERFURATIVO 
 Elevada taxa de mortalidade 
 Inicialmente: Peritonite química localizada → difusa → peritonite infecciosa 
Quadro clínico 
 Início súbito com dor localizada na topografia do órgão acometido. Geralmente, a dor é epigástrica e depois passa a ser 
generalizada. 
 Dor generalizada 
 Intensidade da dor depende do local 
o Estômago: dor intensa 
o Íleo: dor discreta Colón: sinais de sepse precoce 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 14 
 
 Exame físico: 
o Abdome tenso: “tábua” 
o Sinais de peritonite generalizada 
o Sinais de sepse 
o Paciente quieto e imóvel no leito 
o Sinal de Jobet *A presença de timpanismo na região da linha hemiclavicular direita onde normalmente se encontra macicez 
hepática, caracteriza pneumoperitônio. 
 Diagnóstico: 
o Leucocitose 
o Aumento de amilase 
o Diagnóstico: Rx de tórax ou Rx de abdome com visualização de cúpula diafragmática. 
o TC de abdome 
ESÔFAGO 
 Causa mais comum: iatrogênica 
o Após dilatação ou retirada de corpo estranho por EDA 
 Locais: cervical, torácico ou abdominal. 
 Tratamento: cirúrgico 
o Esofagostomia / gastrostomias 
o Rafia da lesão/ esofagectomia 
 Síndrome de Boerhaave 
o Ruptura espontânea do esôfago 
o Devido á vômitos incoercíveis: grávidas ou etilistas 
ESTÔMAGO/DUODENO 
 Úlcera péptica 
 Mais comum: duodeno- perde anterior do bulbo 
o HDA: 10% 
 Mais grave: estomago (idoso) 
o Antro 
 Bloqueio de fígado, delgado, omento: sintomas mais brandos. 
 Dor epigástrica de início súbito, com irradiação para todo abdômen. 
 Vômitos são raros 
 Febre 
 
ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO (AAO) 
 
Introdução: 
 Parada da progressão do conteúdo intestinal; 
O conteúdo intestinal para o seu percurso normal. 
 Corresponde a 20% dos abdomes agudos; 
 Causas mais comum: aderências e hérnias (hérnias internas e externas); 
 4 causas principais: 80%; 
 Aderências; 
 Hérnias (principalmente hérnia inguinal encarcerada); 
 Tumores de colón – 15% dos tumores cursam com AAO no primeiro momento; 
 Diverticulite; 
 ↑ morbi-mortalidade; 
 3 a 7% nas obstruções simples; 
 20 a 30% nas obstruções complicadas. 
Classificação: 
 Mecânica ou funcional; 
 Parcial ou total; 
 Com ou sem sofrimento vascular; 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 15 
 
 Alta ou baixa; 
 Causa mecânica: 70% a 80% das causas estão no intestino delgado. 
Quando a causa é mecânica, a maioria delas se apresenta no intestino delgado. A obstrução mecânica é quando tem algo físico 
obstruindo o intestino, por exemplo: tumor, ascaris, bezoar. 
Obstrução Mecânica 
 
 
 
1) Causas extrínsecas (essas causas não tem nada relacionado com o órgão em si). 
 Aderência: geralmente, ela ocorre após cirurgias abdominais baixas, por exemplo, um paciente que fez uma 
colecistectomia, não é uma cirurgia que ocorrerá aderência posteriormente, porém uma paciente que realizou 
uma histerectomia tem mais chances de ter uma aderência. Então, em cirurgias ginecológicas, em 
apendicectomia (cirurgias baixas) é mais comum ocorrer aderência; 
 Hérnia interna: é uma protusão de uma víscera oca (intestino) através de um orifício existente no peritônio ou 
mesentério, sendo eles anatômicos ou adquiridos; 
 Hérnias externas: inguinal, umbilical, epigástrica e incisional. Geralmente, a hérnia inguinal encarcera, 
causando obstrução; 
 Abscesso intra-abdominal é muito extenso e pode ocluir o intestino, não é muito comum; 
 Volvo: é uma torção de uma alça do intestino ao redor de seu ponto de fixação mesentérica, geralmente 
produzindo obstrução intestinal; 
 Neoplasias: carcinomatose é quando o paciente tem um tumor metastático que espalhou para todo o abdômen 
ou focos de tumor dentro do abdômen, e neoplasias extraintestinais, por exemplo, uma neoplasia de ovário que 
comprime o sigmoide isso causa uma obstrução; 
 Síndrome da Artéria Mesentérica Superior, a a. mesentérica superior passa na terceira porção do duodeno e 
isso pode comprimir o duodeno e causar sintomas de obstrução intestinal, uma síndrome muito rara. 
2) Lesões intrínsecas da parede 
 Hematoma com estenose isquêmica pós-trauma; 
 Neoplasias; 
 Endometriose pode ocorrer em qualquer órgão, porém é mais comum em ovário; 
 Actinica pós-radioterapia é doença causada por radiações ionizantes. Pode ser aguda (durante o tratamento ou 
logo após), quando é geralmente autolimitada. Tem como sintomas diarréia, sangramento eventual, perda de 
muco ou constipação, quando tardia pode aparecer até dois anos após o tratamento e seus sintomas são mais 
graves: perda de muco, dor, urgência retal, sangramento, ulceração, estenose e até fistulas retovaginais. 
 Intussuscepção; 
 Lesões congênitas: Má rotação, duplicação, atresia, estenose; 
 Inflamação: Crohn (uma das principais complicações da doença de Crohn é a estenose), Tuberculose, 
Diverticulite. 
3) Lesões intraluminais; 
 Cálculo biliar; 
 Bezoar, geralmente obstrui na saída gástrica; 
 Corpo Estranho; 
 Tumor polipoide; 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 16 
 
 Áscaris é comum em crianças; 
 Íleo meconial, é uma forma de obstrução intestinal que ocorre em recém-nascidos causados por um intenso 
espessamento meconial na válvula ileocecal. 
 CAUSA MAIS COMUM DE OBSTRUÇÃO DE INTESTINO DELGADO? 
Aderências (bridas) e hérnias em segundo lugar. 
 CAUSA MAIS COMUM DE OBDTRUÇÃO DE CÓLON? 
Neoplasias 
 QUANDO SUSPEITAR QUE O PACIENTE TENHA UM ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO? 
1- Dor abdominal; 
2- Distensão abdominal; 
3- Parada da eliminação de flatos e fezes; 
4- Náuseas e Vômitos. 
Quando o paciente procura o PS não é tanto pela dor, mas sim porque ele está distendido, não esta eliminando flatos. Entre flatos e 
fezes o mais importante são os flatos, pois fezes o paciente elimina porque esta depois da obstrução, mas flatos não. Devemos ter 
atenção se o paciente parou de eliminar flatos. 
Dor Abdominal 
 Qual tipo de dor clássica da obstrução intestinal? 
Dor em cólica; aparece em crises. 
O paciente sente uma dor depois desaparece, daqui a 5 minutos volta novamente. Essa dor é característica da obstrução intestinal, 
dor difusa. 
 Se a dor se tornar localizada, constante, intensa e associada à sensibilidade dolorosa á percussão ou sinais de peritonite? 
Este paciente pode estar isquemiando, pois normalmente ele não tem esse sintoma localizado, por isso devemos ter 
atenção pode ser um Sofrimento intestinal. 
 Sinais que sugerem obstrução incompleta? 
Passagem de pequena quantidade de fezes e flatos. 
Às vezes o paciente tem uma obstrução incompleta, ele elimina flatos e fezes em pequena quantidade, às vezes a obstruçãoé 
completa e o paciente está eliminando fezes, isso ocorre, pois a obstrução era alta e ele tinha fezes em toda porção do cólon. Não 
significa que o paciente que está eliminando fezes ele não esteja obstruído. Devemos estar atentos, pois é um conjunto de sinais e 
sintomas. 
 Qual a diferença clínica entre obstrução alta e baixa? 
Alta: vômitos são precoces e distensão mínima, alteração precoce do estado geral. 
Baixa: vômitos tardios e distensão precoce, dor mais discreta, estado geral conservado. Quanto mais baixa a obstrução mais 
distendido se encontra o paciente. 
Por exemplo, o paciente está com uma obstrução no jejuno proximal, ele vai distender muito? Não, pois posteriormente temos o 
duodeno e o estomago. Paciente que tem obstrução no cólon fica muito distendido. 
Por que o paciente com obstrução alta tem alteração do estado geral? Pois com os vômitos ele tem perdas de eletrólitos, ele fica 
desidratado. 
Distensão Abdominal 
 Mais acentuado na obstrução de cólon esquerdo, quanto mais distal for a obstrução mais distendido fica o paciente; 
 Mais acentuado quando a obstrução é baixa; 
 Discreta ou ausente na obstrução alta. 
Vômitos 
 Inicialmente com conteúdo gástrico, depois bilioso e por fim fecalóide; 
 Aliviam a dor e a distensão; 
 Agravam os distúrbios metabólicos. 
Quando o vômito tem aspecto fecalóide, devemos ter atenção, pois esse paciente poderá estar obstruído. 
 
Paciente com AAO, obstrução baixa, com vômitos logo no início dos sintomas, devemos pensar em que? Que este paciente está 
complicando, isquemiando. 
 Estrangulamento; 
 Vômitos frequentes e precoces; 
 Obstrução alta. 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 17 
 
Febre 
 Por que a febre é um sinal que preocupa o cirurgião? 
Pois o paciente pode estar sofrendo um estrangulamento ou perfuração. 
Exemplo: paciente há 5 dias sem evacuar, está vomitando, com abdome distendido. Perguntar se o abdome sempre foi daquele 
tamanho... O que mais devemos procurar? 
 SE MINHA HIPOTESE É DE AAO, O QUE MAIS DEVO PROCURAR NA ANAMNESE? 
1) Cirurgia prévia; 
2) Alteração do hábito intestinal de início recente, o intestino ficou diferente nesses últimos dias, teve sangramento; 
3) Perda ponderal; 
4) Epidemiologia para doença de Chagas, o paciente pode ter megacólon chagásico, sendo assim ele pode complicar 
com vólvulo ou fecaloma; 
5) História de cólica biliar; 
6) História de hérnia inguinal; 
7) Doença de Crohn. 
Obs.: Apesar de a hérnia ser umas das causas principais de abdome agudo obstrutivo, o paciente que tem hérnia não vai ao PS 
com quadro de abdome obstrutivo, ele vai pela dor da hérnia que encarcerou. 
 PACIENTE, 25 ANOS, COM AAO E HISTÓRIA DE APENDICECTOMIA HÁ DOIS ANOS? HD? 
Bridas (aderência). 
História de constipação de início recente, perda ponderal ou alteração no calibre das fezes, para um senhor de 50 anos, sugere 
neoplasia de cólon. 
 EPIDEMIOLOGIA PARA DOENÇA DE CHAGAS SUGERE? 
Vólvulo de sigmóide ou fecaloma. 
 E SE TRATANDO DE UM TUMOR DE CÓLON, QUAL SEGMENTO MAIS ACOMETIDO? O sigmóide, pois ele é o 
segmento mais estreito do intestino, o ceco é muito distensível raramente um tumor de ceco vai causar obstrução. 
 HISTÓRIA DE CÓLICA BILIAR SUGERE? 
Íleo Biliar. (prova residência) 
Tríade de Rigler: (aparece no íleo biliar) 
1) Obstrução intestinal; 
2) Aerobilia, ar nas vias biliares; 
3) Cálculo ectópico. 
A tríade de Rigler ocorre no íleo biliar por um cálculo que impactou na válvula ileocecal, no íleo terminal. 
 Onde o cálculo impacta? 
Íleo terminal 
 O que é a síndrome de Bouveret? (prova) 
Quando o cálculo impacta na saída gástrica. 
Existe uma fistula da vesícula com o trato gastrointestinal, tem pacientes que tem crise de colecistite forma uma fistula com o 
estômago, o cálculo migra e impacta na saída gástrica, a vesícula também forma uma fistula com o duodeno. 
 Representa condição em que um cálculo vesicular entra no trato intestinal por uma fístula bilioentérica e se aloja no duodeno 
proximal ou estômago distal, levando à obstrução da via de saída gástrica. As fistulas podem ser: colecistoduoneal (60%), 
colecistocólica (17%), colecistogástrica (5%) e coledocoduodenal (5%). (Unifesp). 
Exame Físico 
 Quais alterações podem ser encontradas no exame físico geral? 
1) Mucosa hipocorada; 
2) Desidratação; 
3) Oligúria; 
4) Hipotensão, choque; 
5) Taquicardia; 
6) Dispnéia, pois existe uma dificuldade de movimentação diafragmática, estando o abdômen distendido dificultando a 
respiração, sendo assim o abdômen limita o diafragma, e pode ocorrer dispneia por sepse. 
Paciente idoso, 65 anos, relata dor abdominal intensa desproporcional ao exame físico, tem sinais de fibrilação atrial e distensão 
abdominal. O paciente pode estar sofrendo uma isquemia mesentérica. 
 QUAL A CAUSA DE DESIDRATAÇÃO? 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 18 
 
1) Perda para o terceiro espaço, as alças começam a ficar edemaciadas; 
2) Edema de parede de alça- pode transudar para a cavidade peritoneal agravando mais ainda a desidratação; 
3) Diminuição da absorção de líquido entérico; 
4) Aumento da secreção da mucosa; 
5) Vômitos. 
CHOQUE NA OBSTRUÇÂO INTESTINAL 
 
Podem ocorrer dois tipos de choque, inicialmente hipovolêmico, e posteriormente, se retardar o diagnóstico e tratamento, o paciente 
entrar no caso de perfuração ou isquemia, evoluindo para choque séptico. Além disso, tem alteração da flora intestinal, que absorve 
toxinas e entra em um processo infeccioso. 
Exame Físico Abdominal 
 Quais alterações que poderiam ser encontradas na inspeção? 
1) Distensão abdominal; 
2) Peristalse Visível; 
3) Cicatriz Cirúrgica; 
4) Hérnia Encarcerada. 
 Qual o componente principal da distensão abdominal? 
Presença de gases. 
 Qual a principal fonte de gases? 
Ar deglutido- 68%, quando o paciente fala, quando alimenta, ele deglute ar. O Paciente que fica ansioso ele tem muita sensação de 
distensão abdominal, pois ele conversa muito sendo assim engole muito ar. 
 AO PERCURTIR O ABDOME, QUE SOM SERÁ GERADO? 
Hipertimpanismo. 
 O QUE PODEMOS ENCONTRAR NA PALPAÇÃO ABDOMINAL? 
Abdome tenso, pois está distendido; 
Dor a palpação; 
Sinal de irritação peritoneal, não é comum, se esse paciente apresentar sinais de irritação peritoneal ele pode estar complicando; 
Massas:Tumor, fecaloma. Dificilmente conseguiremos palpar porque o abdome está distendido de uma forma geral, e não 
conseguimos palpar os órgãos abdominais. Às vezes o paciente tem um fecaloma e está distendido do lado direito, podendo ser 
palpar o fecaloma do lado esquerdo. 
 O QUE SE ESPERA ENCONTRAR NA AUSCULTA ABDOMINAL? 
Ruídos hidroaéreos diminuídos, aumentados ou ausentes, dependendo do estágio da obstrução. 
Na ausculta abdominal encontramos diminuição dos ruídos hidroaéreos, pois não tem peristalse. No início, a peristalse vai estar 
aumentada, pois o intestino tenta romper a barreira que está obstruindo, mas depois os movimentos peristálticos vão diminuindo 
devido a uma “fadiga” intestinal, até chegar a quadro de silêncio abdominal. 
 QUAL OUTRO EXAME DEVE SER FEITO DE ROTINA NESSES PACIENTES? 
Toque retal é obrigatório nesses pacientes, pois ele pode ter um fecaloma, ou até mesmo um tumor de reto baixo e assim a 
conduta terapêutica será diferente. No tumor de reto baixo descomprimimos o paciente, ele vai para radioquimioterapia, e depois faz 
a ressecção. Durante a cirurgia descomprimimos o paciente com uma pequena incisão, pois a obstrução é baixa, faz-se colostomia. 
 QUAL A IMPORTÂNCIA DO TOQUE RETAL? 
Verificar a presença de uma obstrução: Tumor e a presença ou ausência de fezes; 
-Toque retal com sangue pode ser Câncer; 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 19 
 
- Isquemia colônica (não é comum). 
 QUAIS SINAIS INDICAM SOFRIMENTO VASCULAR (fase de isquemia)? 
1) Taquicardia; 
2) Febre; 
3) Sinais de irritação peritoneal; 
4) Dor contínua em vez de dor em cólica; 
5) Leucocitose (não é comum ter leucocitose em um paciente que está obstruído, devemos ter atenção no 
hemograma). 
 QUAIS EXAMES COMPLEMENTARES DEVEM SER SOLICITADOS? 
1) Rx de tórax; 
2) Rx de Abdome em pé; 
3) Rx de Abdome deitado; 
4) Hemograma; 
5) Amilase (o paciente pode ter um íleo paralítico secundário a pancreatite, por isso solicitar amilase); 
6) Creatinina : deve ser solicitada, pois pode haver insuficiência renal - pré, pós e renal. Se o paciente tem uma creatinina 
de 4.0 (normal é até 2.0), ele tem uma insuficiência renal por desidratação,sendo assim temos que hidratar o paciente; 
7) Eletrólitos. Qual distúrbio esse paciente vai fazer em termos de eletrólitos? Hipopotassemia é o principal distúrbio que 
esse paciente vai fazer, se estiver vomitando. 
Hemograma Completo 
 Leucopenia ou leucocitose elevada sugerem: 
Estrangulamento (isquemia) e perfuração. (Sugere paciente complicando). 
 Hemoconcentração, pois o paciente está desidratado, então é um sinal que já esperamos encontrar; 
 Anemia, não é comum, se o paciente apresentar anemia ficar atento, pois pode ser uma neoplasia. 
Amilase 
 Aumento de amilase, por pancreatite ou pode ser perfuração e isquemia faz aumentar a amilase. 
 
Eletrólitos 
 Perda de Na, K e Cl; 
 Hipopotassemia (HipoK) é mias intensa quanto mais distal a obstrução; 
 LDH, amilase e TGO: indicam sofrimento. Não é necessário pedir TGO e LDH para todos os pacientes. 
LDH: a Lactato Desidrogenase é uma enzima chave do metabolismo dos glícidos e que pode ser encontrada na maioria dos 
principais tecidos. Os níveis séricos de LDH são elevados numa grande variedade de patologias, sobretudo em doenças cardíacas e 
hepáticas. (internet). 
TGO: Transaminase Glutâmica Oxalacética é indicador sensível de dano hepático em diferentes tipos de doenças. (internet). 
Rx de Abdome Deitado 
 Distensão proximal a obstrução; 
 Ausência de gás distalmente e no reto (ausência de gás no reto pode indicar uma obstrução completa, pois em um RX 
normal encontra se gás no reto); 
 Dilatação do intestino grosso sem visualização do intestino delgado: 
Válvula ileocecal competente (obstrução em alça fechada). Geralmente tem se distensão de cólon e de delgado, o que acontece? 
Vai distendendo e vai passando para o delgado, se não passou para o delgado quer dizer que a válvula ileocecal é competente, ela 
não deixa retornar nada para o intestino delgado; chamamos isso de obstrução em alça fechada. O risco é que pode distender muito 
e romper o ceco. Por exemplo, vólvulo de sigmoide é uma obstrução em alça fechada? Sim, pois tem dois lugares de obstrução. 
(Prova). 
Quando a obstrução é no intestino grosso, a válvula íleocecal, que fica na transição dos dois intestinos, se competente, não permite 
que o conteúdo reflua para o delgado, podendo haver a ruptura do ceco com graves consequências. (Internet) 
 Nesse caso, qual cuidado devemos ter? 
Observar dilatação do ceco e transverso; 
Se dilatação maior que 10 cm no ceco ou 8 cm no transverso, há mais risco de perfuração. 
Rx de Abdome em Pé 
 Níveis Hidroaéreos; 
 Intestino Delgado: níveis centrais, em escada, ausência de distensão do cólon e distensão de delgado; 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 20 
 
 Intestino Grosso: Alças de cólon distendido em volta das alças de intestino delgado, isso se a válvula for incompetente, 
geralmente a válvula é incompetente. 
 
Esse RX demonstra níveis hidroaéreos, significa que este paciente está obstruído mecanicamente? Nível hidroaéreo diz muito a 
favor de obstrução. 
É um vólvulo de sigmóide. 
A USG não vai ser útil nesse caso, pois ela não vai demonstrar nada. Se você tem uma dúvida diagnostica, solicite uma tomografia 
de abdome e pelve, que irá te ajudar no diagnóstico. Mas, geralmente, fechamos o diagnóstico com história clínica, exame físico e 
RX, e assim irá decidir o melhor tratamento, se clínico ou cirúrgico. 
Tc de Abdome e Pelve 
 Quando há dúvida diagnóstica; 
 Sensível para diagnostico, local e causa da obstrução; 
 Menos sensível para obstrução parcial; 
 Útil para determinar estrangulamento, mas quando aparece na TC já denota isquemia irreversível e necrose. 
QUAL O PAPEL DO CIRURGIÃO? 
Diferenciar a obstrução mecânica da funcional; 
Obstrução simples ou estrangulada; 
Tentar definir o local da obstrução: intestino grosso ou delgado; 
Definir o tipo de tratamento: clínico ou cirúrgico. 
Tratamento 
Se o paciente estiver em choque, estabilizá-lo primeiramente, realizando os procedimentos abaixo. 
 Qual o tratamento inicial? 
Colocar sonda nasogástrica; 
Correção de distúrbios hidroeletrolíticos; 
Hidratar o paciente. 
 Outros procedimentos? 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 21 
 
Antibiótico, para evitar translocação bacteriana; 
Passar sonda vesical de demora, para avaliar a diurese; 
Isso tudo depende do estado do paciente, se o paciente estiver ruim realizar todos esses procedimentos, se estiver bem realizar 
tratamento clínico. 
 QUAL O OBJETIVO DA SONDA NASOGASTRICA? 
Remover o líquido no interior do estômago; 
Impede o acumulo de ar deglutido; 
Descomprimir o intestino, aliviar a distensão; 
Reduzir o risco de aspiração. 
Se durante a passagem da sonda sair conteúdo fecalóide, existe grande possibilidade desse paciente ser encaminhado para 
cirurgia. 
 CORREÇÃO DE DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS 
Hidratação Venosa; 
Corrigir Hipopotassemia e outras alterações hidroeletrolíticas. 
 Como saber se a hidratação está sendo adequada? Pela diurese, pela pressão arterial. Pois se ele estiver desidratado vai 
estar hipotenso, taquicardico. E quando a hidratação estiver adequada ele vai ter temperatura normal, a frequência 
cardíaca vai melhorar. 
 Qual o valor mínimo que devo manter de debito urinário? 
1) 0,5ml/Kg/h 
A correção dos distúrbios hidroeletrolíticos deve ser feita em 8 horas. 
 ANTIBIOTICOTERAPIA 
 Deve ser feito? 
1) Sim, devido à translocação de bactérias. 
 Quais germes devem cobrir? 
1) Gram negativos e anaeróbios. 
 Quais esquemas podem fazer? 
1) Cefoxetina; 
2) Ciprofloxacino e metronidazol; 
3) Rocefin e metronidazol. 
 Por quanto tempo posso tentar o tratamento clínico? 
12-24 horas 
 Quando não tem indicação? 
Obstrução em alça fechada; 
Sinais de peritonite; 
Piora Clínica; 
Febre e leucocitose; 
 
Geralmente não tem indicação de obstrução de cólon. 
Tratamento Cirúrgico 
 Qual via de acesso escolher? 
Laparotomia mediana xifo púbica; 
Supra infro umbilical, uma laparotomia exploratória da cavidade abdominal. Após a incisão fazer o inventario da cavidade, procurar o 
local e o que está obstruindo, pode uma aderência, ou um tumor, um vólvulo, é uma obstrução por cálculo ou isquemia. 
 Inventario da Cavidade? (Após a incisão a primeira ação a ser feita sempre). 
Aderência? 
Tumor? 
Vólvulo? 
Obstrução da luz por cálculos? 
Isquemia? Perfuração? 
Obstrução de Intestino Delgado 
 Se for doença de Crohn e o paciente tiver um estreitamento, qual tipo de cirurgia recomendada? 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 22 
 
Estrituroplastia desse estreitamento ou ressecção (enterectomia) e anastomose (enteroanastomose se ocorrer em intestino 
delgado). 
Aderência 
 Desfazer somente a aderência que está causando a obstrução, pois se desfazer as outras aderências pode prejudicar o 
paciente. 
Necrose 
 Enterectomia e anastomose primária; 
 Drenagem? Vamos drenar quando tem algo fixo, por exemplo, um abscesso hepático vai ser drenado, pois o fígado é fixo. 
Porém o intestino delgado não é fixo, exemplo, faz uma anastomose, mas estou com dúvida nela, pois ela pode abrir. 
Então coloco o dreno, pois se ela abrir a secreção irá sair por ele. Mas não tem sentido colocar um dreno em intestino 
delgado porque ele se movimenta muito. 
 Recidiva após a cirurgia? 10% 
Isquemia Intestinal 
 Como avaliar a viabilidade da alça intestinal? 
Pela Coloração; 
Batimentos das arcadas; 
Peristalse; 
Se houver dúvida, colocar uma compressa úmida e morna durante 15-20 min para ver se volta à coloração (rosado) normal. 
Tumor de Cólon 
 Principal local? 
Descendente Sigmoide; 
 Tipo de Cirurgia? 
1) Sempre que possível fazer a ressecção do segmento acometido; 
2) Hartmann: é um procedimento em estágios, onde o cólon sigmóide é retirado, o reto é fechado e uma colostomia é 
realizada. A colostomia é então fechada tardiamente (geralmente cerca de 3 meses após), com restauração da 
continuidade do cólon. Este procedimento em estágios apresenta alguns problemas, que incluem a necessidade de 
uma segunda intervenção, a formação de cicatriz retal e possível dificuldade em completar a anastomose; (internet). É 
a cirurgia mais rápida para intestino grosso. 
3) Fistula mucosa, é uma segunda abertura do intestino (coto distal) quando há realização de uma colostomia temporária: 
enquanto o orificio (abertura à pele) do intestino ascendente elimina fezes, a abertura do intestino descendente apenas 
apresentará exteriorização de muco. 
 Se não for possível ressecar, qual a opção? 
Colostomia descompressiva. Por exemplo, paciente tem um tumor de reto baixo, perto do canal anal. E esta obstruído, o tratamento 
ideal para ele não é cirúrgico, será a radioquimioterapia neoadjuvante (antes da cirurgia), faz uma colostomia com o transverso e 
descomprime. Isso tira o paciente da urgência, para fazer o tratamento e depois realizar a cirurgia definitiva. 
Diverticulite 
Pode complicar com obstrução intestinal, mas não é comum. 
 Ressecção e colostomia terminal (Cirurgia Hartmann). 
Fecaloma 
 Diagnóstico? 
Toque Retal. O fecaloma na ampola retal tem consistência de uma argila dura, na tem consistência de fezes amolecidas, por isso 
tem que fazer quebra digital para desobstruir. Se ocorrer consistência macia, desconfiar, pois pode ser um tumor. Se não conseguir 
eliminar as fezes pela quebra digital encaminhar para cirurgia. 
 Tratamento? 
Quebra digital e lavagem. 
Vólvulo de Sigmoide 
 Tratamento clínico: 
Retosigmoidoscopia e sonda retal vão “desvoltar”, ele volta para o lugar, e retira o paciente do quadro agudo, melhora as condições 
clínica dele e logo após faz cirurgia definitiva. Se apresentar sinais de isquemia encaminhar para cirurgia. 
Obstrução com Estrangulamento 
 Mais comum no intestino delgado do que no cólon; 
 Causas mais comum: aderência associada à hérnia interna e hérnia externa encarcerada. 
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DRª VIVIANE TIEMI KENMOTI Clínica Cirúrgica 
 
Autora: Mayra Parente 
 Medicina 2015/1 Página 23 
 
 Então estrangula ocorre diminuição do suprimento sanguíneo. Tem algo impedindo esse suprimento sanguíneo,

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