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localiza 98% dos tumores pancreáticos e a EDA transoperatória facilita a localização de tumores duodenais. ÚLCERA PÉPTICA PERFURADA Ocorre em pacientes jovens entre 20 e 40 anos. Apenas 20% dos pacientes têm mais de 60 anos de idade. Local mais comum: duodeno. 7% dos portadores de ulceras gástricas perfuradas têm na verdade carcinomas perfurados, por isso que na UG deve ser feito biópsia. Obs: Paciente com irritação peritoneal difusa, abdome em tábua, sinal de Jobert e tem UG na parede anterior (sinais de úlcera perfurada) Conduta:cirurgia + biópsia (sempre); Nas UD não é necessário biópsia, pois neoplasias duodenais são raras e não se apresentam como úlceras. Mais comum em homem. Mais grave: gástrica. Idoso e comorbidades, atraso no diagnóstico. Localização mais comum da úlcera duodenal: Junção piloro duodeno. Localização mais comum da úlcera gástrica: parede anterior do antro. A perfuração pode ser a primeira manifestação da doença, porém 60% dos pacientes têm queixas anteriores. Causas de perfuração: o Úlcera aguda – uso de AINE o Úlcera crônica – mais comum o Trauma o Tumor Obs: Agentes implicados na úlcera péptica aguda e que devem ser questinados na anamnese: uso de álcool, AINE/corticoide e AAS. Obs: História de dor epigástrica e emagrecimento sugerem tumor. Quando suspeitar de úlcera perfurada? Dor epigástrica intensa, difusa e súbita. Extravasamento pela goteira parieto-cólica direita e se a dor se instalar em quadrante inferior direitofazer diagnóstico diferencial com apendicite Dor generalizada DRª Viviane Tiemi Kenmoti Clínica Cirúrgica Autora: Mayra I. Pontes Parente Medicina 2015/1 Página 122 Fator de piora da dor movimentação do abdome e diafragma: faz com que o paciente fique quieto no leito e tenha respiração superficial Não é comum náuseas e vômitos Dor em ombro e irritação diafragmática. Obs: Quando o paciente chega, ele já vem com quadro de dor difusa, com peritonite. Ele sabe quando a úlcera perfurouporque a dor é intensa. Exame físico: O que pode ser encontrado no exame físico geral? Febre, hipotensão e taquicardiasinal de choque, neste caso é sepse. SIRSReação inflamatória desencadeada pelo organismo frente a qualquer agressão infecciosa ou não infecciosa. Com presença de pelo menos 2 dos seguintes: o T < 36C ou > 38C o FC > 90 bpm o Taquipnéia: FR > 20irpm ou PaCO2< 32 mmHg o Leucócitos > 12.000 ou < 4.000 cel/mm3 ou presença > 10% de bastões Sepse Quando a SIRS é decorrente de processo infeccioso comprovado. Sepse grave Sepse com presença de hipoperfusão tecidual ou disfunção orgânica como acidose lática, oligúria, alteração do nível de consciência ou hipotensão artérias (Pas< 90 mmHg). Choque séptico Quando a hipotensão ou hipoperfusão induzida pela sepse é refratária à reanimação volêmica adequada, ou seja, falência circulatória. Apresenta baixa resistência vascular periférica. O que podemos encontrar no exame físico abdominal? Posição antálgica, com pernas fletidas sobre o tronco. Abdome em tábua Distensão abdominal Peritonite difusa Sinal de Jobert refere-se ao desaparecimento da macicez e aparecimento de hipertimpanismo na região hepática Qual a conduta? Rotina de abdome agudo hemograma, amilase, urina I, beta-HCG, raio-x de abdome AP em pé e deitado, raio-x de tórax. Se tiver certeza que é abdome agudo perfurativo solicitar raio-x de tórax Quais alterações podem ser encontradas nos exames laboratoriais? Leucocitose e elevação amilase Diagnóstico: Qual o primeiro exame a ser solicitado? o Raio-X de tórax em pé ou sentado o Raio-X de abdome simples em ortostatismo ou decúbito lateral esquerdo com raios horizontais Se a suspeita for grande e o raio-x não visualizar pneumoperitônio, quais as possibilidades para dar o diagnóstico? o Sonda nasogástrica + insuflação de ar (300mL) o EED (seriografia) com contraste hidrossolúvel o TC Raio-X de abdome: o Distensão de alças, principalmente de delgado. Obs: Pneumoperitônio ocorre em 75% dos casos. Obs: Perfuração causada pelo tumor pode não haver pneumoperitônio, devido a invasão neoplásica de órgãos vizinhos. DRª Viviane Tiemi Kenmoti Clínica Cirúrgica Autora: Mayra I. Pontes Parente Medicina 2015/1 Página 123 Isso não é obstrução é perfuração íleo paralítico, principalmente se houver pus na cavidade. Tratamento: Geralmente cirúrgico Tipo de cirurgia para UP perdurada crônica: rafia da úlcera com epiploplastia (cirurgia de Graham- Steele) + biópsia se UG e limpeza da cavidade Conservador: o Úlcera duodenal perfurada + paciente estável + úlcera tamponada demonstrada por EED Tipo de cirurgia para ulcera péptica perfurada aguda: o Sutura da perfuração com ou sem epiploplastia (cirurgia de Graham-Steele) e limpeza da cavidade Tipos de cirurgia para úlcera duodenal: o Rafia + tratamento do H. Pylori o Vagotomia troncular + piloroplastia Cirurgia para Ulcera gástrica crônica: o Se houver condições a cirurgia mais indicada é a gastrectomia o Retirar bordas da lesão para Biopsia Prescrição pós-operatória: Dieta zero Hidratação35mL/kg de Ringer lactato Antibióticocobrir gram negativos e anaeróbios em todas as cirugias do TGI: o Metronidazol 500mg EV 8/8h (+ usado– anaeróbio) ou clindamicina o Rocefim 2g EV 6x/dia (gram -) ou ciprofloxacino Analgesia Antiemético: nausedron, plasil Protetor gástrico: omeprazol Obs: Tratamento para H. pylori após paciente voltar a se alimentar. Obs: O paciente pode voltar a se alimentar quando abdome flácido, ausência de dor, elimina flatos, ausência de vômitos. Módulo N3 Divertículo de Meckel Anomalia congênita mais comum do Intestino Delgado. A incidência é de 1-3%. É remanescente ao ducto onfalomesentérico. Durante a embriogênese o intestino sai da cavidade e depois volta para cavidade, durante essa volta o ducto onfalomesentérico não se desfaz; É um Divertículo verdadeiro, os paratraqueais também são verdadeiros. Pode conter tecido do intestino delgado, colón, mucosa gástrica (é o tecido ectópico mais comum) ou tecido pancreático. Ele se situa a 10-90 cm da Válvula Íleo Cecal (alguns falam entre 45-60 cm) quando operamos uma pessoa com quadro de apendicite aguda e não é, pensar em divertículo. Em divertículos sintomáticos, o tecido gástrico é o mais comum de ser encontrado. Mas na maioria das vezes são assintomáticos. Geralmente tem uma boca larga de +- 5 cm de comprimento e 2 cm de diâmetro. Risco de complicação de 4%; Mais comum em crianças; 40% das complicações ocorrem antes de 40 anos; DRª Viviane Tiemi Kenmoti Clínica Cirúrgica Autora: Mayra I. Pontes Parente Medicina 2015/1 Página 124 40% das complicações são hemorragias; 50% dos pacientes que sangram tem menos de 2 anos de idade; O sangramento é mais comum em crianças do que em adultos; Anomalias Associadas: atresia de esôfago e ânus imperfurado. Quadro Clínico: A maioria é descoberto ao acaso. Mas, quando cursam com algum tipo de sintoma, são: Sangramento, obstrução e diverticulite. o Sangramento: é o mais comum, ocorre em 25-50% dos pacientes. É o sintoma mais comum em crianças menores de 2 anos. Hemorragia Digestiva Baixa maciça indolor, anemia (perda de sangue), episódios recorrentes de sangramento. Fonte de sangramento: úlcera crônica induzida pelo acido no íleo adjacente. o Obstrução intestinal: as causas de obstrução são vólvulo do intestino delgado sobre o cordão fibrótico que une o íleo a parede, intussuscepção, encarceramento na hérnia inguinal (hérnia de Littre- raro).Intussuscepção: invaginação do divertículo de base larga para dentro do intestino delgado. Pode ser uma invaginação intestinal