Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Anais do IX Simpósio de Cognição e Artes Musicais – 2013 � � Expertise e motivação na performance musical Anderson César Alves andces@uol.com.br Universidade de Brasília - UnB Ricardo Dourado Freire freireri@unb.com Universidade de Brasília - UnB Resumo: Neste artigo, será apresentado o conceito de expertise, o desen- volvimento das gerações de teorias sobre expertise, fundamentado a partir de pesquisas na psicologia cognitiva, e a aplicação da expertise no contexto musical. Serão também discutidos os conceitos fundamentais relaciona- dos ao desenvolvimento da expertise musical como: motivação para o es- tudo, motivação intrínseca e extrínseca e motivação parental. A partir dos referenciais teóricos de Frensch e Sternberg (1989), Ericsson (1993), Newell e Simon (1972), Newell, Shaw, & Simon (1958), Chase e Simon (1973) e Galvão (2001), será discutido os conceitos e o desenvolvimento da expertise na performance musical. Atualmente, o estudo sobre expertise é centrado em mecanismos e processos de aquisição e refinamento de habi- lidades e aprendizado, e o foco central da pesquisa em expertise é entender como um indivíduo atinge a excelência na performance musical. Palavras-chave: expertise, expertise musical, motivação Expertise and motivation in Music Performance Abstract: This article presents the concept of expertise and the theories of expertise related to music cognition. The discussion includes aspects of musical expertise such as: motivation for practice, intrinsic motivation, ex- trinsic motivation and parental motivation. The theoretical framework is based on Frensch and Sternberg (1989), Ericsson (1993), Newell and Simon (1972), Newell, Shaw, & Simon (1958), Chase and Simon (1973), and Galvão (2001). Nowadays, the research in expertise aims to investi- gate the mechanisms of learning and the process of acquisition and re- finement of abilities. The focus of the research is to understand how indi- viduals can achieve excellence in musical performance. Keywords: expertise, musical expertise, motivation Anais do IX Simpósio de Cognição e Artes Musicais – 2013 � � Os pesquisadores Frensch e Sternberg (1989) definiram expertise co- mo a “capacidade, adquirida pela prática, de desempenhar qualitativamente bem uma tarefa particular de um domínio”. Expertise é relacionada a proces- sos de acúmulo de conhecimento e de mecanismos para monitorar os pro- cessos cognitivos, como forma de desempenhar um conjunto de tarefas de forma eficiente, sendo um processo desenvolvido a longo prazo, resultado de experiências e práticas extensivas (Feltovich, Prietula, & Ericsson, 2006). Experts possuem habilidades para reestruturar, reorganizar e refinar as re- presentações do conhecimento, muitos conhecem mecanismos necessários para utilizar habilidades em seus ambientes de trabalho (Ericsson & Leh- man, 1996). Ericsson e Kintsch (1995) apontam que o fator essencial para o desen- volvimento da expertise em diferentes domínios dá-se por meio do acúmulo e do aumento dos padrões complexos na memória e que o conhecimento do expert pode ser evocado rapidamente na memória de longo prazo. O domínio do conhecimento adquirido tem sido a explicação mais relevante para entender as performances experts. O conhecimento expert é represen- tado em um formato elaborado que permite o acesso rápido a informações relevantes e apoio flexível às tarefas de domínio específico (Boshizen & Schimidt, 1992). O conhecimento musical compreende não somente o conhecimento sobre peças musicais, mas também mecanismos cognitivos de como representar e manipular o conhecimento relevante na memória. Desenvolvimento dos estudos sobre expertise No contexto da psicologia cognitiva, a pesquisa sobre expertise apresen- ta três gerações de teorias. A primeira foi influenciada pelos trabalhos inici- ais de Newell, Shaw e Simon (1958). Essa teoria partia da hipótese que um expert era alguém habilidoso para lidar com métodos heurísticos de forma geral, ou seja, era capaz de reduzir as repostas de um problema de forma criativa. Anais do IX Simpósio de Cognição e Artes Musicais – 2013 � � A segunda geração teórica buscou estudar a resolução de problemas e verificar os mecanismos que integram os processos de memória, atenção e raciocínio. Nesse caso, o conhecimento procedimental se tornou funda- mental para as pesquisas de Newell e Simon (1972). A segunda geração de teoria tinha como base a arquitetura cognitiva dos sistemas de produção serial, que foi uma nova regra incorporada às regras de resolução de pro- blemas (Newell, 1973). A terceira geração apresentou o conexionismo simbólico como forma de pensar a expertise. Os modelos conexionistas funcionam como meio de processar a informação e são interconectados a uma rede neural. A luz da perspectiva conexionista, os experts possuem habilidades de encontrar a melhor solução para um problema sem a necessidade de realizar uma pes- quisa de ordem serial (Vicente & Groot, 1990). Os princípios conexionistas fornecem mecanismos para implementar o conteúdo endereçável no sis- tema de recuperação da memória (Hinton & Anderson, 1981). Os pesquisadores Salomon e Perkins (1989) apontaram a importância de pensar sobre a expertise a partir dois tipos de experts. O primeiro é o expert de rotina, que é o indivíduo capaz de resolver tipos de problemas rotineiros com rapidez e precisão, porém, nesse caso, existem limitações na capacida- de de lidar com novos problemas. A segunda definição é relacionada ao expert adaptativo, que é o indivíduo capaz de criar procedimentos que pro- vêm de seu conhecimento expert. A expertise adaptativa é desenvolvida por meio de um entendimento conceitual profundo de um domínio específico. Na área de música, podem ser considerados experts os músicos que a- presentam um desempenho excepcional, muitas vezes designados como virtuoses instrumentais. Solistas de projeção internacional são aceitos como experts nas áreas de piano, violino, violoncelo e canto. No caso de instru- mentos que não possuem um repertório solista tão variado, as posições de solistas orquestrais são as funções que apresentam o maior grau de respeito e valorização, como os experts instrumentais de viola, contrabaixo, flauta, clarineta, oboé, fagote, trompa, trompete, trombone, tuba e percussão. Anais do IX Simpósio de Cognição e Artes Musicais – 2013 � � De acordo com a pesquisa do Ericsson et al (1993), são necessárias, pe- lo menos, 10 mil horas de prática deliberada para que um indivíduo possa atingir o nível de performance expert. Uma das características principais da expertise musical é a habilidade de reter e refinar as representações mentais, como forma de monitorar e ter controle sobre a performance. Essas habili- dades permitem ao músico ter acesso simultâneo aos resultados da perfor- mance e, consequentemente, descrever sobre as sequências mediadoras de pensamento (Ericsson, 1991). O conhecimento musical expert é resultado da prática deliberada indi- vidual de longo prazo. Dessa forma, a prática não se relaciona somente à aquisição da expertise, é também relacionada à manutenção da expertise por longos períodos (Ericsson & Smith, 1991; Ericsson et al, 1993; Ericson, 2003; Sloboda et al, 1996). Esses autores relatam que o estudo da prática deliberada tende ser maçante e desestimulante pela demanda dos esforços exigidos. Com isso, faz-se necessário desenvolver estruturas motivacionais como forma de sustentar o foco na prática deliberada, mantendo, assim, o nível de performance expert por longo prazo (Gomes, 2008). Motivação e expertise A motivação é um processo psicológico fundamental para o aprendi- zado e que auxilia na aquisição de comportamento que proverá melhor forma do indivíduousar todo seu potencial e realizar seus objetivos pessoais (McPherson & O`Neill, 2002). O construto psicológico motivação pode influenciar tanto na qualidade do aprendizado quanto nos resultados desse aprendizado (Hurley, 1993). Motivação pode ser considerada como um elemento necessário para a realização de uma tarefa e para atingir a excelên- cia, sem necessidade de recompensas externas (Ormrod, 2004). Hidi e Harackiewicz (2000) apresentam a hipótese de que criar ele- mentos para o estudante ter mais controle sobre seu aprendizado é um importante mecanismo para aumentar e desenvolver o interesse situacional em interesse constante de longo prazo. McPherson e Renwick (2000) pes- Anais do IX Simpósio de Cognição e Artes Musicais – 2013 � � quisou 133 estudantes de música com idade entre 7 e 9 anos. Os resultados mostraram que o desenvolvimento musical é influenciado pelos valores e expectativas individuais, e que o resultado do aprendizado musical das cri- anças é diretamente relacionado à vontade do aluno em tocar um instru- mento musical. Assim, a melhora efetiva desse aprendizado musical é rela- cionado à vontade individual, independente da quantidade de horas prati- cadas. Stipek (1996) aponta que tarefas desafiadoras podem estimular a mo- tivação intrínseca, porém, há a necessidade de que as avaliações externas sejam minimizadas, pois quanto maior forem essas avaliações, menor será o controle e o desenvolvimento da percepção do aluno. O efeito das avalia- ções externas depende do tipo de critério usado para julgar a performance. Stipek (1996) expõe dois critérios comparativos para julgar a performance. O primeiro tem como base a comparação de referência, que ocorre por meio da comparação da performance do aluno com um referencial estabe- lecido. O segundo é o critério normativo, que se baseia na comparação da performance com as regras estabelecidas; no critério de comparação nor- mativo, há a tendência de diminuir o nível de motivação do aluno. Ao considerar que a expertise musical é alcançada após dez anos de prá- tica deliberada, a motivação pode ser considerada fundamental para manter o foco nesse estudo de longo prazo. A motivação é elemento chave para sustentar os esforços que a prática deliberada exige. A motivação intrínseca e extrínseca são termos relacionados à natureza interna e externa de um indivíduo. A motivação intrínseca é derivada de tarefas ou experiências individuais, e a motivação extrínseca é resultante de forças externas ao indivíduo (Ormrod, 2004). Motivação intrínseca se refe- re à motivação que pode ser desencadeada pelo prazer pessoal, que contras- ta com a motivação extrínseca, que pode ser manipulada por reforços de contingência, ou seja, pelo desejo de recompensas externas ou como forma para evitar alguma punição (Guay et al, 2010). Preparar uma peça musical com a finalidade de crescimento profissional pode ser considerado como motivação intrínseca, enquanto preparar uma peça musical para uma audi- Anais do IX Simpósio de Cognição e Artes Musicais – 2013 � � ção ou aprovação em um concurso é considerada como motivação extrín- seca. Deci e Ryan (1985) apresentam que a motivação intrínseca é susten- tada pela autodeterminação e mantida por meio de desafios. Aponta-se que a motivação intrínseca pode se apoiar na satisfação espontânea, que é ine- rente no efeito de “ação volitiva” (a ação necessária para executar a tarefa). Nessa mesma pesquisa, considera-se que a motivação intrínseca, se compa- rada à motivação extrínseca, produz melhores resultados de aprendizado. Porém, pesquisa de Hidi e Harackiewicz (2000) contesta a afirmação de que recompensas externas prejudicam a motivação intrínseca e a relação entre motivação intrínseca versus motivação extrínseca depende do envol- vimento e da complexidade da tarefa; logo, a combinação entre motivação intrínseca e extrínseca pode trazer melhoras efetivas à performance. A moti- vação intrínseca pode ser considerada como um elemento importante para sustentar a prática por longo prazo (Hallam, 2002). Recompensas usadas como forma de controlar o comportamento ten- dem diminuir o nível de autodeterminação de um indivíduo (Decci et al, 1999). O autor aponta que os professores podem utilizar recompensas em certas ocasiões sem que haja danos, embora deva ser utilizada com precau- ção para que a boa performance do aluno não seja atrelada à recompensas externas. A motivação extrínseca é movida por meio de recompensas exter- nas, porém, se a tarefa for extremamente desafiadora, é possível que a moti- vação extrínseca se transforme em intrínseca, pois, dessa forma, o indivíduo pode ter a chance de mostrar suas capacidades. Tarefas intrinsicamente motivadoras dividem certas estruturas e características emocionais (Csik- zentmihalyi, 1990). A combinação entre nível de desafio versus nível das habilidades pessoais é um fator que pode ajudar na melhora efetiva da per- formance musical. O desenvolvimento do aprendizado musical é um processo que de- manda investimentos financeiros e investimento de tempo, e o apoio fami- liar é um elemento fundamental para o desenvolvimento da atividade musi- cal (Howe et al, 1996). Na mesma linha de pesquisa Olszewski et al (1987) Anais do IX Simpósio de Cognição e Artes Musicais – 2013 � � apoia a ideia de que os pais desempenham um papel fundamental no dire- cionamento de seus filhos na escolha de certas atividades. Pesquisa de Howe, Davidson, Moore e Sloboda (1996) entrevistou 250 pais de crianças envolvidas no estudo de um instrumento musical, e os resultados dessa pesquisa apontam que o envolvimento dos pais no treina- mento musical dos filhos era uma condição fundamental para o compro- metimento das crianças com a prática musical. Dessa forma, os pais desem- penham um importante papel na iniciação e na sustentação do treinamento musical das crianças pelo período necessário para desenvolvimento musi- cal. Pesquisa de Howe et al (1996) aponta que os pais de crianças bem su- cedidas nos estudos musicais eram totalmente envolvidos com os estudos de seus filhos e expõe uma tendência natural, que se refere ao maior envol- vimento dos pais no processo musical, durante o período das aulas de músi- ca de seus filhos. Porém, pesquisa de Kemp (1996) aborda uma preocupa- ção com o fato dos pais usarem as habilidades das crianças, como forma de satisfação pessoal, e aponta que a pressão externa é prejudicial ao desenvol- vimento de habilidades musicais, e pode, no futuro, gerar desistência dessa criança pelos estudos musicais. O apoio parental enfatiza valores motivacionais intrínsecos, enquanto o apoio extrínseco tende a diminuir a motivação intrínseca da criança. Tan- to a motivação intrínseca quanto a motivação extrínseca são necessárias para sustentar o processo de aprendizado por períodos prolongados, sendo o apoio parental um importante aspecto para o sucesso do aprendizado da criança (Gottfried & Fleming, 2001). Esse apoio desempenha uma função motivacional, que é importante para persistência e envolvimento da criança na realização de tarefas complexas (Olszewski et al, 1987). Anais do IX Simpósio de Cognição e Artes Musicais – 2013 � � Conclusão A psicologia cognitiva define expertise como a prática de desempenhar uma tarefa de forma qualitativa, relacionada ao acúmulo de conhecimento derivado de práticas elaboradas e extensivas. Um indivíduo expert pode ser definido como alguém que apresenta um alto nível em suas performances musicais. A aquisição e o refinamento do conhecimento expert demanda tempo, e essa hipótese é apoiada nas pesquisas de Ericsson, de que é neces- sário 10 mil horas de prática deliberada para se atingir a performance expert. Atualmente, a pesquisa sobre expertise não se limita somenteà resolu- ção de problemas. A abordagem dos estudos sobre expertise concentra-se nos processos cognitivos relacionados à aquisição do aprendizado e aos mecanismos para monitorar e controlar a estruturação desse conhecimen- to. Hoje as pesquisas sobre expertise trabalham com os processos de aquisi- ção de conhecimento, com os processos cognitivos envolvidos na aquisição e mantêm foco central em entender como é desenvolvida a expertise na performance musical. O construto psicológico motivação pode ser importante para sustentar os esforços que a prática musical exige. Essa motivação pode ser desenvol- vida por mecanismos internos ou intrínsecos ao indivíduo, ou por meca- nismos externos ou extrínsecos ao indivíduo. A motivação parental é um importante aspecto para o início, ajudando no desenvolvimento e na sus- tentação da prática musical das crianças. Pode-se observar que não existe expertise sem uma combinação de fatores de motivação intrínseca e extrín- seca na formação de um músico de alto nível. Referências Bibliográficas Boshuizen, H. P. A., & Schimidt, H. G. (1992). On the role of biomedical knowledge in clinical reasoning by experts, intermediates and novices. Cognitive Science, 16, 153-184. Anais do IX Simpósio de Cognição e Artes Musicais – 2013 � � Csikszentmihalyi, M. (1990). Literacy and intrinsic motivation. Daedalus, 119, 115-140. Chase, W. G., Simonm H. A. (1973). Perception in chess. Cognitive Psychol- ogy, 4, 55-81. Deci, E. L., Ryan, R. M. (1985). Intrinsic Motivation and Self Determination in human behavior. New York: Plenum Press. Deci, E. L., Koestner, R., & Ryan, R. M. (1999). A meta-analytic review of experiments examining the effects of extrinsic rewards on intrinsic mo- tivation. Psychological Bulletin, 125(6), 627–668. Ericsson, K. A., Krampe, R. T., & Tesch-Römer, C. (1993). The role of de- liberate practice in the acquisition of expert performance. Psychological Review, 100 (3), 363–406. Ericsson, K. Anders; Kintsch, Walter. Long-term working memory. Psychological Review, 102(2), Apr 1995, 211-245. Ericsson, K. A., & Smith, J. (Eds.). (1991). Toward a general theory of exper- tise. Prospects and limits. Cambridge, MA: Cambridge University Press. Ericsson, K. A.; Krampe, Ralf T.; Tesch-Römer, Clemens. (1993). The role of deliberate practice in the acquisition of expert performance. Psycho- logical Review, 100(3), Jul, 363-406. Ericsson, K. A., & Lehmann, A. C. (1996). Expert and exceptional perfor- mance: Evidence of maximal adaptation to task. Annual Review of Psychology, 47, 273-305. Ericsson, K. A. (1996). The Acquisition of Expert Performance in the Artes and Sciences, Sports and Games. Mahwah, New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates. Feltovich, P. J., Prietula, M. J. & Ericsson, K. A. (2006). Studies of Expertise from Psychological Perspectives. In: Anders Ericsson, N. Charness, P. Anais do IX Simpósio de Cognição e Artes Musicais – 2013 � � J. Feltovich e R. R. Hoffman (Eds.), The Cambridge Handbook of Exper- tise and Expert Performance. Cambridge: Cambridge University Press. Frensch, P. A., & Sternberg, R. J. Expertise and intelligent thinking: when is it worse to know better? In: R. J. Sternberg (Ed.) Advances in the psy- chology of human intelligence. New Jersey: Lawrence Erlbaum Associ- ates, 1989. v. 5, p. 157-188. Galvão, A. C. T. (2001). Teoria das significações: consequências para a psicologia social. In: Anais do XI Encontro da Associação Brasileira de Psi- cologia Social, v.1. p. 25 - 25, Florianópolis, SC. Gottfried, A. E., Fleming, J. S.; Gottfried, A. W. (2001). Continuity of academic intrinsic motivation from childhood through late adolescence: A longitudinal study. Journal of Educational Psychology, 93(1), Mar 2001, 3-13. Guay, F., Chanal, J., Ratelle, C. F., Marsh, H. W., Larose, S., & Boivin, M. (2010). Intrinsic, identified, and controlled types of motivation for school subjects in young elementary school children. British Journal of Educational Psychology, 80(4), 711-735. Hallam, S. (2002). Musical Motivation: Towards a Model Synthesising the Research. Music. Education Research, 4(2), 225-244. Hidi, S., & Harackiewicz, J. M. (2000). Motivating the academically unmo- tivated: A critical issue for the 21st century. Review of Educational Re- search, 70(2), 151–179. Hinton, G. E., Anderson, J. A. (1984). Parallel models of associative memory, Hillsdales Erlbaum. Howe, M. J. A; Davidson, J. W., Moore, D. G., & Sloboda, J. A. (1996), The role of parental influences in the development of musical performance. British Journal of Developmental Psychology, 14: 399–412. doi: 10.1111/j.2044-835X.1996.tb00714.x Anais do IX Simpósio de Cognição e Artes Musicais – 2013 � � Hurley, C. G. (1993). Cognitive achievement motivation research and young musicians: A review of the literature. Dialogue in Instrumental Music Education, 17, 17-31. Kemp, A. (1996) The musical temperament: Psychology and Personality of Musicians. Oxford University Press, Oxford. McPherson, G. E., Renwick, J. M. (2001). A longitudinal study of self- regulation in children's musical practice. Music Education Research, Taylor & Francis. Newell, Allen; Shaw, J. C.; Simon, Herbert A. (1958) Elements of a theory of human problem solving. Psychological Review, 65(3), May 1958, 151-166. Newell, A. e Simon, H.A. (1972). Human problem solving. Englewood Cliffs, N.J.: Prentice Hall. Newell, A. (1973). Production Systems: Models of Control Structures. In . W. Chase (Ed.), Visual Information Processing, 463–526. San Diego, Calif.: Academic. Ormrod, J. (2004). Human Learning. Merrill Prentice Hall. Upper Saddle River: Ed. Columbus. Olszewski, P., Kulieke, M. & Buescher, T. (1987). The influence on the family environment on the development of talent: A literature review. Journal for the Education of the Gifted, 11 (1), 6-28. Salomon, G. B; Perkins, D. N. (1989). Rocky roads to transfer: Rethinking mechanisms of a neglected phenomenon. Educational Psychologist, 24, 113-142. Schraw, G., & Moshman, D. (1995). Metacognitive theories. Educational Psychology Review, 7, 351-371. Stipek, D. J. (1996). Motivation and instruction. In D. C. Berliner & R. C. Calfee (Eds.), Handbook of Educational Psychology (pp. 85–113). New York: Macmillan. Anais do IX Simpósio de Cognição e Artes Musicais – 2013 � � Simon, H. A., & Newell: A (1958). Heuristic problem solving: The next advance in operations research. Operations Research, 6 (January- February):l-10. Sloboda, J. A. et al (1996). The role of practice in the development of expert musical performance. Br. J. Psychol. 87, 287–309. Vicente, Kim J.; de Groot, Adriaan D. (1990). The memory recall paradigm: Straightening out the historical record. American Psycholo- gist, 45(2), Feb, 285-287.
Compartilhar