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Direito Penal Parte Geral e Principios

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Pedro Guilherme Galinari Costa Faria – Prova de Direito Penal – Parte Geral
Direito Penal: diploma legal, conjunto de normas que tem como objetivo definir os crimes e determinar a infração, proibindo ou impondo condutas, causando uma sanção para os imputáveis e buscando segurança para os inimputáveis.
Conjunto de normas e princípios jurídicos que tem por objetivo a determinação e definição da infração penal e suas sanções correspondentes. 
Infração penal: gênero – crime e contravenção penal.
sanção penal: medida que determina ilícito.
Características do Direito Penal:
Finalidade Preventiva: evitar a pratica de crimes.
Fragmentariedade: não protege todos os bens jurídicos.
Subsidiariedade: direito penal só protege os bens jurídicos que os demais ramos do direito não protegem – bens jurídicos mais importantes – ultima instancia.
Sancionador: aplicação de penas.
Direito Penal Objetivo x Direito Penal Subjetivo:
Destaca-se o Direito Penal Objetivo o conjunto de normas editadas pelo Estado, proibindo condutas sob ameaça de uma sanção ou medida de segurança.
Direito Penal Subjetivo é a possibilidade do Estado em agir ou punir sob determinada situação, executando as decisões condenatórias proferidas pelo poder Judiciário. É o próprio ius puniendi monopólio estatal.
Direito Penal Comum x Direito Penal Especial
O chamado Direito Penal Comum é aquele que as normas de direito penal são aplicadas a todos indistintamente e o Direito Penal Especial é aplicado a certas situações e para certas pessoas.
Funções do Direito Penal:
Proteção de bens jurídicos.
Prevenção.
Características da norma penal:
Norma Penal: comando imperativo veiculado pela lei penal. É impositiva e valorativa. Art. 121: Matar alguém – Pena: Reclusão de 6 a 20 anos. Norma Penal: NÃO MATAR. 
Genérica: se aplica a todas as pessoas.
Abstrata: não se refere a um caso especifico. 
Imperativa: imposição de uma sanção. 
Exclusiva: única que pode impor uma sanção penal de restrição de liberdade.
Relações do Direito Penal: 
Ciência do Direito Penal: tem por objetivo elaborar um sistema visando a interpretação e aplicação do Direito Penal.
Política Criminal: “É uma política relativa ao fenômeno criminal. É a ciência ou arte de selecionar os bens que devem ser tutelados juridicamente e penalmente e escolher os caminhos para efetivar tal tutela”
Criminologia: Estuda o fenômeno criminal; busca descrever a conduta criminosa, investigar as causas do crime e estudar o delinquente. Relação direta com a psicologia. 
Relações do Direito Penal com outras disciplinas jurídicas:
Direito Penal e Filosofia do Direito: Art. 59: culpabilidade / antecedentes / personalidade / conduta social / circunstância / motivos / comportamento. Há fundamentos filosóficos em alguns conceitos jurídicos como: delito, pena, imputabilidade, culpa, dolo... O Direito Penal faz um juízo de valor sobre a conduta humana, na aplicação da lei penal e fixação de sanção.
Direito Penal e Teoria Geral do Direito: Teoria Geral do Direito elabora conceitos e institutos jurídicos válidos para todos os ramos do direito.
Direito Penal e Direito Constitucional: “Os direitos fundamentais – direitos humanos constitucionalizados – adquirem, portanto, a função de estabelecer o objeto e os limites do direito penal nas sociedades democráticas” Salo de Carvalho. A esse trecho destaca-se que na elaboração e aplicação do direito penal deve haver respeito pelos princípios, estipulados pela Constituição Federal. E é através da Constituição Federal que os maiores bens jurídicos são identificados para a criação de leis penais brasileiras.
Direito Penal e Direito Administrativo: A administração pública assim como o direito penal possui função sancionatória e punitiva. As sanções administrativas decorrem do direito de punir do Estado em relação aos ilícitos praticados no âmbito da administração pública embora não tenham natureza penal. A pratica de um ilícito administrativo deve-se seguir a imposição de uma sanção administrativa correspondente.
Direito Penal e Direito Processual Penal: O Direito Penal só pode ser aplicado através do Direito Processual Penal com as garantias constitucionais e processuais.
______________________________________________________________________________
Princípios Constitucionais Penais: Tem a função de orientar o legislador a adotar um sistema de controle penal que respeite os direitos humanos fundamentais expressos na Constituição Federal, no Artigo 5º. Os princípios são enunciados jurídicos fundamentais com o objetivo de gerar uma harmonia do ordenamento jurídico.
Princípios Fundamentais de Direito Penal:
Normas hierarquicamente superiores.
Objetivo: Proteção dos Direitos Humanos.
Os princípios limitam o ius puniendi do Estado no momento da sua criação e promulgação das leis penais e nos momentos de aplicação do Direito Penal no caso concreto.
Princípio da Legalidade: Art. 5º, CF, XXXIX e Art. 1º, CP. Fundamento político: garantia da liberdade do cidadão ante a intervenção estatal arbitraria.
Garantias e Consequências do Princípio da Legalidade:
Não há crime sem lei anterior que defina, nem pena previa sem cominação legal. 
Somente a União pode legislar em matéria penal.
Proibição de analogia e incriminação pelo uso de costumes.
Art. 5º, LIII, CF: garantia jurisdicional, penitenciária e de execução penal. 
Art. 5º, XLVIII, CF: “A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, idade e o sexo do apenado”.
Art. 5º, XLIX, CF: “É assegurado aos presos o respeito a integridade física e moral”.
Art. 5º, LVII, CF: “Ninguém será considerado culpado até transito em julgado de sentença penal condenatória”.
Princípio da Irretroatividade da lei e sua execução:
A lei penal, em regra, é irretroativa, salvo para benefício do réu.
Fundamento constitucional: Art. 5º, XL, CF.
Fundamento penal: Art. 2º, CP
Trata-se de restringir o arbítrio legislativo e judicial na aplicação retroativa de lei prejudicial.
Garantia do princípio da legalidade
Conflito de leis penais no tempo: “Não há crime sem lei anterior que o defina”. A lei é válida para o futuro, não atingirá fatos passados. Exceto: Lei nova benéfica ao réu RETROAGE.
Ultra atividade da lei penal: a lei vigente na época do fato ultra age em benefício do réu. Acontece quando uma nova lei não beneficia o réu.
Art. 3º CP: “A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstancias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência” NÃO HÁ RETROAÇÃO. 
Princípio da Taxatividade: Principio está ligado diretamente a técnica redacional legislativa. Não basta existir uma lei que defina alguma conduta como crime. A norma incriminadora legal deve ser clara, compreensível, permitindo ao cidadão real consciência acerca da conduta punível do Estado. Uma descrição mais exata possível do fato punível e lei penal suficientemente clara. Evita o abuso do judiciário uma vez que a lei penal seja clara e objetiva o julgador deve interpretar e aplicar o escrito sem utilizar de outros métodos. 
Princípio da lesividade (ofensividade): Não basta que a conduta seja imoral ou pecaminosa, ela deve ofender um bem jurídico provocando uma lesão efetiva ou um perigo concreto ao bem.
Funções do princípio da ofensividade:
Proibir a incriminação de conduta interna – pensamento
Proibir a incriminação de conduta que não exceda o âmbito do próprio autor – lesão contra si mesmo.
Proibir a incriminação de simples estados ou condições existências – punição apenas pelos atos praticados.
Proibir a incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico. 
Princípio da proteção ao bem jurídico: Todo tipo penal (conduta proibidas ou impostas ao agente, sob pena de sanção penal) protege bens jurídicos essenciais, indispensáveis para a vida em sociedade, dignidade humana, vida do indivíduo. 
Princípio da culpabilidade: Não há pena sem culpabilidade. A pena não pode ultrapassar a medida da culpabilidade.O indivíduo é punido por aquilo que ele fez.
Art. 18, CP: “Diz o crime: I- doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. II- culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligencia ou imperícia”.
Art. 19, CP: “Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que houver causado ao menos culposamente”.
Art. 1º, III, CF: “A República federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estado s e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III- a dignidade da pessoa humana”.
Art. 4º, II, CF: “A República Federativa do Brasil rege-se a suas relações internacionais pelos seguintes princípios: II: prevalência de direitos humanos”.
Princípio da adequação social: Comportamentos aceitos pela sociedade ao longo do tempo devem ser excluídos do Direito Penal. Apesar de uma conduta ser consideravelmente criminosa se a sociedade passa a reconhecer e aceitar ela deixa de ser crime. 
Exemplo: Colocação de brinco em crianças recém nascidas.
Contra Exemplo: Pirataria de CDs e DVDs – a sociedade aceita mas não deixa de ser crime pois é levado em conta Direitos Autorais dos autores de obras. (Art. 184, CP)
Princípio da Insignificância: A ação ou omissão que importe em lesão mínima, afetando de forma insignificante um bem jurídico-penal é atípica. Não se justifica a imposição de pena quando a lesão ao bem jurídico é insignificante. Direito Penal não deve ser ocupar com bagatelas, ou seja, condutas que não apresentem relevância.
Princípio da pessoalidade e individualização da pena: A responsabilidade penal é sempre pessoal e subjetiva. Impede a punição por fato alheio. 
Art. 5º, XLV, CF: “Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido”.
Princípio da proporcionalidade: A pena deve ser proporcional ou adequada a intensidade da lesão ao bem jurídico e à periculosidade criminal do agente. A pena deve ser proporcional a gravidade do delito, considerando as qualidades pessoais do agente.
A proporcionalidade se aplica em 3 momentos:
Na criação das leis penais: legislativo.
Na aplicação da lei penal: judicial.
Na execução da pena: executória. 
OBS: O Direito Penal só deve incriminar fatos. No entanto, no momento da individualização da pena deve-se levar com consideração o rol de qualidades do agente e características subjetivas para obedecer a responsabilidade penal individual. Art. 5º, XLVIII, CF
Princípio da humanidade (ou humanização) das penas: Fundamenta-se no princípio da dignidade da pessoa humana. Nenhuma pena pode ser cruel, desumana ou degradante, proíbe-se a prisão perpetua e, em regra, a pena de morte.
Art. 5º, XLVII, CF: Não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra; b) de caráter perpetuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis.
Outros princípios: Princípio da igualdade: Todos são iguais perante a lei. (CF/88, art. 5º, caput). 
Princípio do “ne bis in idem”: É dizer que ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato.
Teoria da Norma Penal
Lei Penal: regra escrita feita pelo legislador com a finalidade de tornar expresso o comportamento considerado indesejável e perigoso pela coletividade. É o veículo por meio do qual a norma aparece e sua observância torna-se cogente. Caráter descritivo.
Norma Penal: Senso de justiça do povo. Comando imperativo veiculado pela lei penal, não podendo-se, portanto, que ambas entre em conflito. A norma penal é impositiva de um comportamento (positivo ou negativo) e valorativa (existe para a tutela de um valor). O infrator ao praticar algum crime não viola a lei penal, mas sim a norma penal. Seu comportamento corresponde exatamente ao que diz a lei penal (legalmente típico), mas conflita com a norma respectiva (antinormativo).
Exemplo: Art. 121, CP: Matar alguém – Pena: Reclusão, de 6 a 20 anos. 
Lei Penal: Matar alguém.
Norma Penal: Não Matar.
Exemplo: Art. 135, CP: Deixar de prestar assistência, quando possível faze-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa invalida ou ferida, ao desamparo ou em grave iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública – Pena: detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.
Lei Penal: Deixar de prestar assistência aos casos citados.
Norma Penal: Prestar assistência nos casos citados.

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