Buscar

AULA+1+TEORIA+GERAL+DOS+CONTRATOS+EVOLUÇAO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

12/02/2015
1
TEORIA GERAL DOS 
CONTRATOS
Wesley Monteiro – DIREITO CIVIL III
Introdução
Inegavelmente, o contrato representou, desde as
civilizações mais remotas, um instrumento
indispensável para garantir o bem-estar do
homem. Por óbvio, o contrato surgiu com a
própria vida em sociedade, e tal como o homem,
originariamente de forma extremamente simples e
rudimentar, como o escambo em sociedades
tribais, sendo que sua evolução jurídica, que se
iniciou na Grécia Antiga e que foi adequadamente
aprofundado e sistematizado pelo Direito Romano
nas Institutas de Justiniano, acompanhou a
evolução da vida social, passando pelo inevitável
declínio da Idade Média sem perder importância
no Direito Canônico, e obtendo resgate devido no
Direito Moderno.
Conceituação
Na visão clássica de Caio Mário da Silva Pereira o “contrato é um
acordo de vontades, na conformidade com a lei, e com a
finalidade de adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar
ou extinguir direitos” (Instituições de Direito Civil, V.III, , 8ª ed., Rio
de Janeiro: Forense, 1990) e na não menos tradicional lição do mestre
Orlando Gomes, o “contrato é assim, o negócio jurídico bilateral,
ou plurilateral, que sujeita as partes à observância de conduta
idônea à satisfação dos interesses que regularam”, e ainda,
“contrato é todo acordo de vontades destinado a constituir uma relação
jurídica de natureza patrimonial e dotado de eficácia obrigacional”
(Contratos, 12ª ed./6ª tiragem. Rio de Janeiro. Forense. 1993).
Conceituação
No entanto, sob a moderna ordem constitucional vigente, o
contrato aparece mais socializado e regido por boa-fé objetiva
em sua estrutura, por exemplo, consoante conceito de Pablo
Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, para quem o
contrato é o “negócio jurídico por meio do qual as partes
declarantes, limitadas pelos princípios da função social e
boa-fé objetiva, autodisciplinam os efeitos patrimoniais
que pretendem atingir, segundo a autonomia de suas
próprias vontades” (Novo Curso de Direito Civil – V 4, T. I, 2ª
ed. – São Paulo: Saraiva, 2006).
Conceituação
Maria Helena Diniz destaca que o contrato “é o acordo de duas ou
mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a
estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes,
com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações
jurídicas de natureza patrimonial” (“Curso de Direito Civil Brasileiro
– V. 3 – Teoria das Obrigações Contratuais e Extracontratuais” – 24ª
ed., São Paulo: Saraiva, 2008, p. 14/16), destacando a renomada
jurista que da noção de contrato podem ser extraídos dois elementos,
sendo um deles o elemento “estrutural”, decorrente da justaposição
de duas ou mais vontades antagônicas, e outro denominado de
“funcional”, que encerra a composição desses interesses para
constituir, modificar ou extinguir obrigações de cunho patrimonial.
Distinção entre o negócio e o instrumento e
seu conteúdo
Na prática, a idéia de contrato é utilizada em acepções distintas, ora para
designar o negócio jurídico gerador de obrigações, ora para designar o
instrumento em que se formaliza o acordo de vontades. No plano teórico,
contudo, por contrato devemos entender apenas o negócio jurídico
propriamente entendido por acordo de vontades provido de força jurígena,
ou seja, capaz de criar direitos ou obrigações, ao passo que sua
materialização em escrito público ou particular, ou ainda por comunicação
verbal ou mímica, deve ser tido como sendo o instrumento contratual.
Esse instrumento contratual que todos nós conhecemos, normalmente é
composto de duas partes, denominadas de PREÂMBULO e CONTEXTO. O
preâmbulo apresenta as partes contratantes e indica a natureza do negócio
jurídico, ao passo que o contexto encerra todas as cláusulas que contém as
disposições contratuais específicas.
12/02/2015
2
Evolução
O contrato, como instrumento determinante da autonomia da vontade
está em transformação. Se no passado era visto como fato gerador de
um vínculo obrigacional absoluto com força de lei entre os
contratantes, sobretudo com o pensamento iluminista que elevou a
figura do homem ao topo do Direito, culminando com o Código de
Napoleão, fazendo contaminar todo o enfoque jurídico moderno dado
ao contrato até o fim do Século XIX.
Mais recentemente, após a Revolução Industrial, aquela força
vinculante e obrigatória intransponível foi gradativamente cedendo
espaço a uma interpretação jurídica menos antropocêntrica e bem
mais social, sobretudo com a contribuição do pensamento jurídico
germânico materializado no famoso Código Civil Alemão.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes