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SERÁ QUE O CAFÉ TURBINA O CÉREBRO?
O café é uma das matérias-primas de maior importância no comércio internacional, ademais ocupa um lugar de relevância e destaque na história do desenvolvimento do país, sendo um produto primordial das exportações do Brasil.
Seu elevado consumo, o qual se estipula que no período compreendido entre novembro de 2011 e outubro de 2012 foi de quase 83 litros para cada brasileiro, converte o Brasil no segundo maior consumidor global de café, atrás apenas dos Estados Unidos (Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic)).
Não é à toa que beber café tornou-se um hábito universal presente em todos os lares, oferecido em qualquer ocasião. Porém, beber um cafézinho pode trazer mais benefícios à saúde do que só o prazer de degustá-lo. E é devido a isto, que a comunidade científica aumenta cada vez mais o interesse de estudar o café e seus efeitos no organismo.
Segundo o autor Lima, D.R. (s.d) “nas pesquisas científicas realizadas no Brasil, Estados Unidos, Europa e Japão, vêm se descobrindo as propriedades medicinais do café, destacando seus relevantes efeitos no mecanismo de gratificação cerebral e as possibilidades de seu uso na prevenção da depressão e suas consequências. Também relevantes são os efeitos sobre a atenção, concentração, memória e aprendizado. Café não é só cafeína. “
O café é realmente um alimento rico em minerais, açúcares, gorduras, aminoácidos e vitamina do complexo B, e ao mesmo tempo é uma planta cujos benefícios ajudam ao cérebro humano, estimulando o sistema de vigília, aumentando a capacidade de atenção, concentração e memória, sendo por isto uma bebida recomendada para ser tomada durante o dia, logo após o acordar.
Lima, D.R diz que os níveis e efeitos da cafeína no sangue duram entre 2 e 4 horas, a dose ideal parece ser de 4 xícaras ao dia tomadas na dose e no horário conforme o quadro a seguir:
Fonte: O CAFÉ PODE SER BOM PARA A SAÚDE. LIMA, D.R (s.d)
Antes de conhecer e aprofundar nos efeitos que o café produz no cérebro, vamos conhecer um pouco sobre a história do café e a importância que o café apresentava para nossos antepassados.
 
A História do Café
Existem muitas teorias e lendas sobre a origem do café, talvez a mais conhecida é sobre um pastor chamado Kaldi, na Etiópia, aproximadamente no ano 600 d.C. Um dia ele observou que algumas de suas cabras, que em geral eram calmas, após fugir para as montanhas e voltar, ficavam excitadas, correndo intensamente pelas colinas.  Posteriormente, intrigado por esse comportamento, o pastor decidiu segui-las até as montanhas e o que descobriu foi impressionante; as cabras estavam comendo uns frutos vermelhos, então ele decidiu que também ia ingerir esse fruto, tornando o Kaldi um pasto alegre e bem humorado. (Oliviera, D. e Lima, D.R., 2003)
Os árabes foram também os primeiros em descobrir as muitas possibilidades oferecidas pelo café. Inclusive, a primeira informação sobre o café, data no século X d.C., na região Kaffa, no que hoje se conhece como Etiópia.   Onde Avicena no “Cânone da Medicina[1]” descreve o café da seguinte forma: “Sua infusão fortifica os membros, limpa a cútis, seca os tumores malignos e dá um cheiro excelente ao corpo”. (Fundación española del café, 2008)
 
Efeitos do Café no Cérebro
Como sabemos, um dos componentes do café é a cafeína, mas o que caracteriza esse componente é seu poder psicoativo[2]. Segundo Alves et al. (2009.) as manifestações mais perceptíveis ocorrem após ingestão de doses baixas a moderadas (30-50mg) deste composto (cafeína), se expondo uma melhora no desempenho cognitivo e psicomotor, levando a uma melhora do estado de alerta, da capacidade de concentração, do desempenho em tarefas simples, da vigilância auditiva, do tempo de retenção visual e diminuição da sonolência e do cansaço.
Esse mecanismo de ação da cafeína se deve à similitude estrutural entre a adenosina e a cafeína, o que aumenta a chance da cafeína se ligar aos receptores da adenosina, bloqueando-os. A adenosina tem efeitos sedativos e inibitórios sobre a atividade neuronal, mas ela fica impedida pela ação da cafeína, gerando um efeito estimulante, diminuindo o sono e criando um estado de vigia.
Junto com a estimulação da vigia, as funções visuais e auditivas também podem ser modificadas, ficando intensificadas. Estes efeitos são proporcionais à dose total administrada, isto é, mais intensos com grandes quantidades de cafeína.
Entretanto, o efeito do café e a resposta do cérebro variam de pessoa para pessoa, já que alguns consomem ocasionalmente e outros, diariamente. No consumo diário é comum o aparecimento de tolerância aos efeitos da cafeína.
Segundo Lima, D.R. e Encarnação, O. R. (2003) “Algumas pessoas possuem uma grande sensibilidade à cafeína e apresentam uma estimulação exagerada após seu uso. Outras apresentam até mesmo uma resposta diferente, como aqueles que somente conseguem dormir após a ingestão de um café bem forte e quente”.
Durante a ingestão do café, o estado emocional também se vê alterado, segundo Reis, M.S dos; Peron, A.P.; Vicentini, V.E.P. (2001) a cafeína aumenta os níveis de dopamina no sangue (assim como fazem as anfetaminas e a cocaína). Inicialmente, começa como um estado de alerta e atenção, seguindo-se uma sensação de ansiedade ou mesmo franco nervosismo e sensações desagradáveis.
Estes efeitos indesejáveis são mais comuns em pessoas que não ingerem bebidas com cafeína ou que fazem um uso esporádico e intermitente, enquanto que o usuário crônico de café apresenta quase sempre efeitos agradáveis. (Lima, D.R., s.d.)
Igualmente é importante saber que a dopamina é também um neurotransmissor relacionado com o prazer, o que faz aumentar a suspeita de que estes sejam uns dos motivos que levam ao vício na cafeína.
Outro efeito observado no consumidor crônico de café foi um aumento da capacidade intelectual e uma melhor associação das ideias, o que leva a uma estimulação da capacidade e velocidade de leitura, sem aumentos de erros.
Lima, em seu texto “café pode ser bom para a saúde” nos diz que “Estudos mais modernos descobriram que a cafeína age diretamente em células ligadas ao estado de ânimo das pessoas. Quando um indivíduo fica aborrecido, algumas substâncias químicas neurotransmissoras, como a adenosina, são liberadas e estimulam receptores das células do humor. A cafeína bloqueia estes receptores no cérebro, impedindo-as de agir, deixando a pessoa bem-humorada”.
Mesmo a cafeína tendo grandes benefícios é importante sinalizar que grandes doses de cafeína podem produzir ansiedade, e sintomas idênticos aos de uma neurose de ansiedade, incluindo insônia, cefaleia, irritabilidade, tremores, náuseas e diarréia.  Esta sensibilidade varia entre pessoas, dependendo da tolerância, grau de absorção e metabolização da cafeína, da idade, características da personalidade e fatores psicológicos do momento. Pessoas com alterações psiquiátricas como reações de pânico, esquizofrenia e sintomas maníaco-depressivos são mais sensíveis aos efeitos indesejáveis da cafeína. (Lima, D.R, s.d.)
Mudando o Cérebro
De agora em diante beber café ou qualquer outra bebida que contenha cafeína (Chá, refrigerante) não vai ser só para ficar acordado.  Já que segundo dois pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciência, de Rehovot, Israel, o café pode mudar o cérebro, mas não há motivo para preocupação, ao contrário, pode ser que a cafeína ajude a memória de longo prazo. Descobriram o efeito da cafeína em pequenas estruturas das células nervosas chamadas espinhas dendríticas. Os dendritos são os prolongamentos ramificados da célula nervosa que recebem impulsos e os transmitem para o corpo celular.
Estudos com células em laboratório (neurônios da região cerebral chamada hipocampo, ligada ao aprendizado e à memória) mostraram que a cafeína fez com que elas liberassem maior quantidade de cálcio. Em seguida, notou-se um aumento de 33% no tamanho das espinhas dendríticas existentes e mesmo a formação de novas.  Mais informações sobre esteestudo podem se encontrar na revista científica “Proceedings of the National Academy of Sciences”.
Pesquisas básicas como essa ajudam os cientistas a descobrir como funciona detalhadamente o mecanismo de transmissão de impulsos nervosos no cérebro e como a memória é armazenada. Em longo prazo, podem ajudar a desenvolver medicamentos para problemas neurológicos ligados à memória e ao aprendizado. (Folha de São Paulo, 2001)
Agora, sabendo como o café age dentro do nosso organismo, especificamente nosso cérebro, só fica o convite para beber um café e porque não com um pão de queijo.
[1]  O Canone da Medicina é uma enciclopédia médica de 14 volumes escrita pelo cientista e físico muçulmano persa Ibn Sina (Avicena). O livro se baseava em uma combinação de sua própria experiência pessoal, de medicina islâmica medieval, assim como da antiga medicina persa e árabe. (Wikipedia)
[2] Psicoativo: toda sustância química de origem natural o sintético que ao se introduzir por qualquer via (oral-nasal-intramuscular-intravenosa) exerce um efeito direto sobre o sistema nervoso central (SNC) alterando a função cerebral e temporariamente mudando a percepção, o humor, o comportamento e a consciência.
BIBLIOGRAFIA
Alves, et al (2009). BENEFÍCIOS DO CAFÉ NA SAÚDE: MITO OU REALIDADE?. Quim. Nova, Vol. 32, No. 8. Portugal
Lima, D.R. (s.d.). O café pode ser bom para a saúde. Palestra. I Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil
Fundación española del café (2008). Café ciencia y salud: Boletin informativo sobre la investigación científica del café y la salud. No. 1
Lima, D.R e Encarnação, O. R. (2003). Café e saúde Humana. Embrapa Café. Documentos, 1.
Consumo de café do brasileiro bate recorde e chega a 83 litros por ano (6 de fevereiro de 2013). Economia OUL. Recuperado de http://economia.uol.com.br/
Reis, M.S dos; Peron, A.P.; Vicentini, V.E.P. (2001). Ação do café e da cafeína no organismo. Arq. Apadec, 5(2):21-27.
Folha de São Paulo. Cafeína pode provocar mudanças no cérebro. 2001.

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