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PROF. DR. ARNALDO CALDAS * UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ FACULDADE DE ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM CURSO: ODONTOLOGIA DISCIPLINA: TERAPÊUTICA PROFESSOR: PATRICK QUELEMES ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO NA GRAVIDEZ ANDRÉ DANTAS LUCAS FORTES MONALISA PAIVA PARNAÍBA 2009 PROF. DR. ARNALDO CALDAS * PROF. DR. ARNALDO CALDAS As gestantes se constituem num grupo de pacientes que requer cuidados adicionais, especialmente quanto ao uso das soluções anestésicas locais e prescrição de medicamentos. Tragédia da TALIDOMIDA, 1962. PROF. DR. ARNALDO CALDAS PROF. DR. ARNALDO CALDAS * Uma vez constatado o estado de gestação, o cirurgião-dentista deve estar atento para identificar algumas alterações que ocorrem durante este período. MUDANÇAS FÍSICAS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS PROF. DR. ARNALDO CALDAS * ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NA GESTANTE Retardo de esvaziamento gástrico; Diminuição da motilidade intestinal; Aumento de volemia, débito cardíaco e fluxo plasmático renal; Diminuição relativa de proteínas plasmáticas; Alterações de metabolismo hepático; Aumento de diurese; PROF. DR. ARNALDO CALDAS * ALTERAÇÃO HORMONAL A placenta elabora grandes quantidades de gonadotrofina coriônica, estrogênios, progesterona e hormônio lactogênio placentário. NAUSEAS E VÔMITOS Elevação da gonadotrofina coriônica Hipoglicemia PROCESSOS INFLAMATÓRIOS Gengivite gravídica Granuloma gravídico (Granuloma piogênico) PROF. DR. ARNALDO CALDAS * A MULHER QUE ESTIVER SEM INFLAMAÇÃO GENGIVAL E COM BIOFILME CONTROLADO NO INÍCIO DA GESTAÇÃO, TERÁ APENAS 0.03 CHANCE DE TER GENGIVITE GRAVÍDICA PROF. DR. ARNALDO CALDAS * CÁRIE DENTAL E GRAVIDEZ Ao contrário do que divulga o senso-comum, a gravidez não é responsável pelo surgimento de cáries, mas sim pela progressão das lesões já existentes. A gravidez também não causa a perda de minerais dos dentes da mãe para formar as estruturas calcificadas do bebê; Há um aumento vertiginoso da sensação de fome no primeiro trimestre da gravidez. Assim, a mulher aumenta a freqüência de ingestão alimentar. Os hormônios da gravidez agem sobre a musculatura do estômago e dos intestinos, deixando a digestão mais lenta. Os gases aumentam e a eliminação fica mais difícil. Outra causa é a compressão do útero sobre o estômago. PROF. DR. ARNALDO CALDAS * USO DE DROGAS DURANTE A GRAVIDEZ Os medicamentos e as drogas são responsáveis por 2 a 3% de todos os defeitos congênitos; As drogas passam da mãe para o feto sobretudo basicamente através da placenta; PROF. DR. ARNALDO CALDAS * USO DE DROGAS DURANTE A GRAVIDEZ As drogas que uma mulher utiliza durante a gravidez podem afetar o feto de várias maneiras: Atuando diretamente sobre o feto, causando lesão, desenvolvimento anormal ou morte; Alterando a função da placenta, geralmente contraindo os vasos sangüíneos e reduzindo a troca de oxigênio e nutrientes entre o feto e a mãe; Causando contração forçada da musculatura uterina, lesando indiretamente o feto através da redução de seu suprimento sangüíneo. PROF. DR. ARNALDO CALDAS * ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO NA GRAVIDEZ CONSIDERAÇÕES: PRIMEIRO TRIMESTRE: AUMENTO DO PERIGO DE ABORTO; HIPEREXCITABILIDADE; DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS; TENDÊNCIA AO VÔMITO SEGUNDO TRIMESTRE: ESTABILIZAÇÃO DO ORGANISMO FRENTE AO TRABALHO FÍSICO E METABÓLICO; TERCEIRO TRIMESTRE: POSSIBILIDADE DA SÍNDROME DA VEIA CAVA PARTO PREMATURO PROF. DR. ARNALDO CALDAS * Normas gerais de conduta Relação entre cirurgião-dentista/médico/gestante Plano de tratamento odontológico; Avaliação do risco-benefício quanto ao uso de medicamentos; Tipo de procedimento Todo tratamento odontológico essencial pode ser feito durante a gravidez; As reabilitações oclusais extensas e as cirurgias mais invasivas devem ser programadas para o período pós parto. PROF. DR. ARNALDO CALDAS * Época de atendimento O 2º trimestre de gestação constitui-se na melhor época para o atendimento das gestantes; Durante esse período a organogênese está completa e o feto já desenvolvido. Horários e duração das consultas e posicionamento na cadeira As sessões de atendimento devem ser curtas, agendadas preferencialmente para a segunda metade do período da manhã, quando os episódios de enjôo são menos comuns. Como medida preventiva, deve-se colocar a paciente sentada ou deitada de lado por alguns minutos, antes de sair da cadeira e assumir a posição em pé. PROF. DR. ARNALDO CALDAS * No caso de urgências odontológicas, o tratamento não pode ser adiado, independentemente do período no qual a gestante se encontra, pois as consequencias da dor e da infecção podem ser muito mais maléficas a mãe e ao feto do que aquelas decorrentes do tratamento odontológico. PROF. DR. ARNALDO CALDAS * Procedimentos diagnósticos durante a gestação Os exames de imagem são muitas vezes essenciais para o diagnóstico. Normas básicas no caso de mulheres grávidas: Avaliar a real necessidade do exame radiográfico para o diagnóstico; Proteger com avental de chumbo; Empregar filmes ultra-rápidos, que permitem um menor tempo de exposição; Evitar erros técnicos na tomada radiográfica e processamento do filme. PROF. DR. ARNALDO CALDAS * Categorias de Segurança das Drogas Durante a Gravidez Segundo a FDA (Food and Drug Administration) PROF. DR. ARNALDO CALDAS * Se for considerada a categorização da FDA, selecionam-se preferentemente fármacos pertencentes às categorias A e B para serem usados na gestação, sendo proibitivo o uso dos pertencentes à categoria X. * Sedação consciente ou tranquilizantes PROF. DR. ARNALDO CALDAS PROF. DR. ARNALDO CALDAS * “Tranquilização verbal” Evitar sedação consciente por meios farmacológicos; Inalação da mistura de oxido nitroso com oxigênio; Consultar o obstetra para avaliar risco/benefício; PROF. DR. ARNALDO CALDAS * Anestésicos locais PROF. DR. ARNALDO CALDAS * Alguns aspectos a serem analisados Técnica anestésica; Quantidade da droga administrada; Ausência/presença de vasoconstritor; Efeitos citotóxicos (Scavuzzi; Rocha, 1999) PROF. DR. ARNALDO CALDAS * O anestésico local pode afetar o feto de duas maneiras: diretamente (quando ocorrem altas concentrações na circulação fetal); Indiretamente (alterando o tônus muscular uterino ou deprimindo os sistemas cardiovascular e respiratório da mãe); (Oliveira, 1990) PROF. DR. ARNALDO CALDAS * Anestesia local em gestantes A solução anestésica local deve ser aquela que proporcione melhor anestesia a gestante (ANDRADE, 1998). Conter vasoconstitor; Baixa toxicidade a mãe e ao feto PROF. DR. ARNALDO CALDAS * Fatores que determinam a quantidade e velocidade da transferência placentária: 1)Tamanho da molécula; 2)Grau de ligação a proteínas plasmáticas; → quanto maior o grau de ligação, maior a proteção ao feto PROF. DR. ARNALDO CALDAS * Tabela 1 - Ligação protéica (em %) dos anestésicos locais PROF. DR. ARNALDO CALDAS * A toxicidade dos anestésicos locais no feto vai depender: Da quantidade de droga livre; Velocidade de metabolização; A quantidade de ligação protéica fetal é aproximadamente 50% daquela observada nos adultos PROF. DR. ARNALDO CALDAS * A metabolização hepática da mepivacaína é 2 a 3 vezes mais lenta que a da lidocaína. Lidocaína a 2% com vasocontritor; PROF. DR. ARNALDO CALDAS * 3) Metemoglobinemia: hemoglobina é oxidada a metemoglobina, tornando a molécula funcionalmente incapaz de carrear O2 Fe no estado reduzido ou ferroso Oxidada a forma férrica ou Fe ++ +++ PROF. DR. ARNALDO CALDAS * Sistema enzimático da redução da forma férrica para a forma ferrosa: Hb + NADH -----------→ Hb + NAD Altas doses de prilocaína; +++ ++ Metemoglobina redutase PROF. DR. ARNALDOCALDAS * Outro problema relacionado a prilocaína: No Brasil todas contêm felipressina como vasoconstritor; Felipressina é derivada da vasopressina; É preferível evitar soluções com esse vasoconstritor na gestação PROF. DR. ARNALDO CALDAS * Anestésico de maior segurança para gestante é: A lidocaína a 2% com epinefrina 1: 100.000 O volume máximo recomendado é igual ao contido em 2 tubetes, por sessão, em injeção lenta(aproximadamente 2min para cada tubete de 1,8ml) após aspiração negativa PROF. DR. ARNALDO CALDAS * Antiinflamatório e analgésico O paracetamol é a droga de escolha para qquer período da gestação: 500 a 750 mg, a cada 6 h (3 X ao dia); Tempo restrito; PROF. DR. ARNALDO CALDAS * Antiinflamatório e analgésico A dipirona sódica pode ser usada, sendo contra-indicada durante os 3 últimos meses de gestação. PROF. DR. ARNALDO CALDAS * Antiinflamatório e analgésico Quando houver a real necessidade do uso de uma droga antiinflamatória, empregar a betametasona ou a dexametasona. Única dose de 2 a 4 mg. PROF. DR. ARNALDO CALDAS * Antiinflamatório e analgésico A aspirina e outros antiinflamatórios não-esteroidais dever ser evitados. Prolongamento do trabalho de parto; Sangramento materno, fetal ou neonatal; Fechamento prematuro do ducto arterial do feto; Alteraçõe na circulação pulmonar; Redução do fluxo sanguíneo renal. PROF. DR. ARNALDO CALDAS * Tratamento das infecções bacteriana Infecções com manifestações sistêmicas e apresentando sinais de disseminação: Indicado as Penicilinas ( penicilina V e amoxicilina) nas dosagens habituais. ATÓXICA: Agem em uma estrutura que só as bactérias possuem. PROF. DR. ARNALDO CALDAS * Tratamento das infecções bacteriana Em casos de história de alergia às penicilinas, deve-se optar pela eritromicina (estearato); Em infecções avançadas: penicilina+ metronidazol Azitromicina ou a clindamicina p/ gestantes alérgicas às penicilinas PROF. DR. ARNALDO CALDAS * Uso do flúor De acordo com FDA (Food and Drugs Administration), não há evidências suficientes para apoiar a prescrição de suplemento de flúor durante a gravidez. PROF. DR. ARNALDO CALDAS * A troca de informação com o obstetra é importante para se avaliar a relação risco/benefício do uso de medicamentos em gestantes. PROF. DR. ARNALDO CALDAS * PROF. DR. ARNALDO CALDAS OBRIGADO!!! PROF. DR. ARNALDO CALDAS
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