Buscar

A CONTRIBUIÇÃO DAS BRINCADEIRAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO 
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE 
 
 
 
A CONTRIBUIÇÃO DAS BRINCADEIRAS PARA O 
DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM NA 
PERSPECTIVA DA PSICOMOTRICIDADE 
 
 
 
LETICIA MELLO NUNES DE LIMA 
 
 
 
ORIENTADORA: GENI 
 
 
 
2009 
 
 2 
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO 
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE 
 
 
 
 
A CONTRIBUIÇÃO DAS BRINCADEIRAS PARA O 
DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM NA 
PERSPECTIVA DA PSICOMOTRICIDADE 
 
 
 
 
Monografia entregue ao Instituto 
A Vez do Mestre - Universidade 
Candido Mendes como parte dos 
requisitos para obtenção do Grau 
de Especialista em 
Psicomotricidade. 
POR: Leticia Mello Nunes de 
Lima. 
 
 
 
 
 
2009 
 3 
RESUMO 
 
 O presente trabalho apresenta o tema brincar como peça fundamental 
no desenvolvimento infantil sob um enfoque psicomotor. Trata da análise da 
inserção do lúdico no processo ensino aprendizagem das crianças e procura 
mostrar como o jogar e o brincar interferem, beneficamente, na motivação dos 
alunos e traz melhorias para desenvolvimento do trabalho do professor. O 
lúdico, nas últimas décadas, tem sido tema de investigação em diversos 
campos do saber e, primordialmente, na educação; pois, trata-se de um 
instrumento pedagógico que possibilita melhorias no desenvolvimento 
individual da criança, seja na linha da socialização, da criatividade, da 
expressão corporal, da auto-afirmação ou da participação pessoal no próprio 
processo de aprendizagem. Sendo assim, cabe aos orientadores infantis – 
psicomotricistas, psicopedagogos, professores e responsáveis – reconhecerem 
a importância do brincar no desenvolvimento das crianças, proporcionando um 
ambiente, onde possa existir espaço e tempo para o ato de brincar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
METODOLOGIA 
 
 Fundamentar teoricamente, através de uma pesquisa bibliográfica, que a 
atividade lúdica é uma necessidade infantil, ocupando um lugar especial no 
mundo das crianças. O brincar e o jogar, para elas representam uma razão de 
viver, o que faz com que as crianças se entreguem ao fascínio da brincadeira.
 Para tal trabalho compararam-se as pesquisas de alguns autores em 
torno da contribuição da brincadeira no processo ensino aprendizagem. 
Aristóteles, século IV a.C., já defendia que o ser humano para ter seu 
desenvolvimento completo precisa passar por três etapas de vida: aprender, 
fazer e brincar. 
 Vygotsky e Piaget também defendem a necessidade da brincadeira 
nesse processo. Vygotsky afirma que toda ação pedagógica, no 
âmbito do jogo e da brincadeira deve possibilitar que as crianças façam coisas 
juntas, ou com a ajuda de um adulto. Para ele, o relacionamento com o outro 
possibilita um maior desenvolvimento do raciocínio favorecendo a 
aprendizagem infantil. 
 Piaget, por sua vez, acredita que os jogos não são apenas maneiras de 
fazer a criança gastar energia, mas meios que contribuem e enriquecem o 
desenvolvimento intelectual. Para ele, através da atividade lúdica e do jogo, a 
criança pode formar conceitos, selecionar idéias, melhorar sua coordenação 
motora e se preparar para o aprendizado futuro. 
 Sendo assim, é possível identificar a brincadeira como um elemento 
essencial no desenvolvimento infantil adequando o ato de brincar a uma 
proposta preventiva e estimulatória no processo ensino aprendizagem na 
perspectiva da psicomotricidade. 
 
 
 
 5 
SUMÁRIO 
 
• Introdução ____________________________________________ 06 
 
• Capítulo I: A brincadeira no desenvolvimento psicomotor da 
criança ______________________________________________ 
 
08 
 
• Capítulo II: Aprendizagem como uma integração das atividades 
lúdicas psicomotoras com o currículo escolar_________________ 
 
 
20 
 
• Capítulo III: A função do psicomotricista na relação da brincadeira 
com o processo ensino aprendizagem ______________________ 
 
 
30 
 
• Conclusão ____________________________________________ 
 
40 
 
• Bibliografia ___________________________________________ 
 
42 
 
• Índice _______________________________________________ 
 
44 
 
 
 
 
 6 
 
INTRODUÇÃO 
 
 O objetivo central desse estudo foi, essencialmente, a análise das 
possibilidades de inserção do lúdico, sob a forma de jogos e brincadeiras, na 
escola, e seus benefícios para o desenvolvimento psicomotor do processo 
ensino aprendizagem de crianças entre cinco e dez anos, alunos dos primeiros 
anos do Ensino Fundamental. 
 Ele tem o objetivo de resgatar a importância da utilização das 
brincadeiras, como uma das diversas maneiras de contribuir para o 
desenvolvimento das habilidades físicas e intelectuais das crianças em idade 
escolar, encurtando assim à distância entre o ensino teórico e os benefícios da 
prática. 
 Serão demonstradas algumas das contribuições que as brincadeiras 
podem trazer às crianças, através da sua participação no processo de criação, 
estruturação e execução dos jogos. 
 É importante ressaltar que as atividades psicomotoras têm sido 
descobertas como um instrumento pedagógico extremamente válido, uma vez 
que traz benefícios em várias áreas do desenvolvimento individual e motiva a 
criança estimulando-a a crescer em várias direções. 
 Os valores e benefícios educacionais dos jogos são reconhecidos em 
todas as idades do homem pela sua prática, e podem ser comprovados, a partir 
dos primeiros anos de vida. Durante a infância os jogos não são meros 
passatempos, as brincadeiras facilitam o desenvolvimento da resistência física, 
da força e da coordenação motora sem falar no favorecimento de uma ótima 
socialização, pela atuação em várias esferas sociais que se constituem para a 
vida afetiva. O jogo facilita o desenvolvimento intelectual pelo exercício da 
atenção e da imaginação, na brincadeira do faz de conta. 
 7 
 Sendo assim é correto afirmar que as atividades lúdicas psicomotoras , 
como jogos e brincadeiras, constituem a base da educação da criança e são de 
fundamental necessidade. 
 É, pois da maior importância analisar como jogar interfere no aprender 
infantil. É relevante, também, demonstrar como o jeito de ensinar do professor 
será igualmente influenciado pelo lúdico. 
 Para tal intuito, mapeou-se o desenvolvimento psicomotor como 
processo de socialização e o uso e o objetivo da brincadeira enquanto 
facilitadora e possibilitadora do processo ensino aprendizagem. 
 Baseando-se nestas observações, o presente trabalho pretende refletir 
sobre a importância da brincadeira no desenvolvimento infantil, sobre a 
contribuição da integração das atividades lúdicas psicomotoras com o currículo 
escolar bem como sobre o trabalho desenvolvido pelo psicomotricista neste 
processo. 
 Estas reflexões estão organizadas em capítulos, os quais serão 
apresentados a seguir. Sendo assim, observa-se que este trabalho trata do 
brincar, um jeito de ensinar e aprender. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
 
 
CAPÍTULO I 
 
A BRINCADEIRA NO DESENVOLVIMENTO 
PSICOMOTOR DA CRIANÇA 
 
 O desenvolvimento infantil é um processo de mudança durante o qual a 
criança é capaz de alcançar o seu potencial físico, mental, emocional e social 
único. O desenvolvimento de cada uma dessas dimensões deve acontecer 
simultaneamente, através de uma ação recíproca com o ambiente da criança, e 
deve ser visto como um processo de existência contínuo. 
 As necessidadese prioridades da criança devem ser levadas em 
consideração no contexto de suas famílias, sua relação com outras crianças, 
seu convívio escolar, na comunidade e na sociedade. As crianças são vistas no 
contexto de sua cultura, e os valores comunitários devem ser levados em 
consideração. 
 A brincadeira é forma rica e poderosa de estimular a atividade 
construtiva da criança. Devem-se ampliar cada vez mais as vivências da 
criança com o ambiente físico, com brinquedos, brincadeiras e, principalmente, 
com outras crianças. 
 Vygotsky (1998) considera que o desenvolvimento ocorre ao longo da 
vida e que as funções psicológicas superiores são construídas ao longo dela. 
Segundo ele, a criança usa as interações sociais como formas privilegiadas de 
acesso a informações: aprendem a regra do jogo, por exemplo, através dos 
outros e não como o resultado de um engajamento individual na solução de 
problemas. Desta maneira, aprende a regular seu comportamento pelas 
reações, quer elas pareçam agradáveis ou não. 
 9 
 Na visão sócio-histórica de Vygotsky, a brincadeira é uma atividade 
específica da infância, em que a criança recria a realidade usando sistemas 
simbólicos. Essa é uma atividade social, com contexto cultural. É uma atividade 
humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade interage na 
produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de ação 
pelas crianças, assim como de novas formas de construir relações sociais com 
outros sujeitos, crianças e adultos. 
 
A brincadeira cria para as crianças uma zona de 
desenvolvimento proximal que não é outra coisa 
senão à distância entre o nível atual de 
desenvolvimento, determinado pela capacidade 
de resolver independentemente um problema, e 
o nível de desenvolvimento potencial, 
determinado através da resolução de um 
problema, sob a orientação de um adulto, ou de 
um companheiro mais capaz. (VYGOTSKY apud 
WAJSKOP, 1999, p. 35). 
 
 Dessa maneira, as brincadeiras que são oferecidas à criança devem 
estar de acordo com a zona de desenvolvimento em que ela se encontra 
possibilitando às manifestações corporais encontrarem significado pela 
ludicidade presente na relação que as crianças mantêm com o mundo. 
 
1.1 - O Desenvolvimento Infantil - Processo de Socialização 
 
O desenvolvimento humano é um processo de crescimento e mudança a 
nível físico, do comportamento, cognitivo e emocional ao longo da vida. Em 
cada fase surgem características específicas. As linhas orientadoras de 
desenvolvimento psicomotor aplicam-se a grande parte das crianças em cada 
fase de desenvolvimento. No entanto, cada criança é um indivíduo e pode 
atingir estas fases de desenvolvimento mais cedo ou mais tarde do que outras 
crianças da mesma idade, sem se falar, propriamente, de problemáticas. 
 Para entender o desenvolvimento psicomotor da criança é necessário 
saber que fatores interferem nesse processo. As influências do meio, tanto as 
 10
do ambiente interno (aspectos biológicos e psicológicos) como as externas 
(ambiente social), começam a atuar mesmo antes do nascimento e continuam 
durante toda a vida dos indivíduos. 
Entre os fatores internos que influenciam no desenvolvimento infantil 
destacam-se a hereditariedade e a maturação. O primeiro consiste na herança 
individual que cada criança recebe de seus pais ao ser concebida. É por isso 
que todos os seres humanos são diferentes entre si. 
Já o segundo fator interno que influencia no desenvolvimento psicomotor 
da criança é o processo de mudança do organismo determinado de dentro para 
fora: tamanho dos órgãos, a forma que assumem com o crescimento, o 
desenvolvimento de habilidades como andar, correr, pular, falar, entre outras. É 
evidente que nenhuma dessas mudanças ocorre sem qualquer contribuição do 
ambiente. A maior parte dos comportamentos, além da maturação interna, 
necessita de treinamento e aprendizagem para se desenvolver. 
O grupo social em que a pessoa vive é um fator externo que vai 
influenciar de uma maneira muito acentuada no comportamento da criança. 
Além do grupo social, no qual é incluída a família, a escola e a classe social, 
isto é, o ambiente social da criança, a alimentação e a preservação da natureza 
também são citados como fatores externos importantes. 
O ambiente social é colocado em primeiro lugar, pois, dependendo da 
família, da classe social e do tipo de sociedade em que nasce, a criança 
poderá encontrar ou não uma alimentação satisfatória e uma atmosfera 
favorável ao seu desenvolvimento. 
Uma alimentação suficiente e adequada é outro fator ambiental 
importante. Para um desenvolvimento saudável e integral, a criança precisa de 
ar fresco, espaço e alimentos naturais. 
Atualmente, a preservação da natureza vem sendo considerada um fator 
importante para o desenvolvimento psicomotor humano. A poluição ambiental 
(dos rios, dos lagos, do mar e da atmosfera) coloca em risco a própria 
sobrevivência da humanidade. 
 11
Nas grandes cidades, a criança é prejudicada em seu desenvolvimento 
físico e mental e em seu aproveitamento escolar, pela poluição atmosférica; o 
excesso de barulho dificulta a concentração e o estudo e prejudica o aparelho 
auditivo; a poluição do ar provoca doenças respiratórias, entre outras 
dificuldades. 
Quando se pensa no desenvolvimento psicomotor da criança é preciso 
ter em mente que a história de um bebê vem sendo “escrita” há muito tempo, 
ou seja, vem percorrendo um caminho que passa de geração para geração, 
onde a família e, em especial, os pais possuem um papel fundamental. 
 Sabe-se que o bebê humano, devido sua imaturidade ao nascer, não 
sobrevive sozinho. Por isso a importância da família: mãe-pai-bebê. Assim, 
este pequeno ser vai adquirindo, através da relação com o outro, as 
capacidades necessárias para enfrentar o árduo caminho do processo de 
crescimento. 
 O processo de construção saudável desta identidade acontece através 
de uma crescente sociabilização. A criança aprende quem é, e quem pode vir a 
ser, ao se tornar um ser social, histórico e cultural, ao se sentir parte integrante 
e ativa de um ou mais grupos interligados, como a família e a escola. 
 
Quando a criança chega à escola, traz consigo 
toda uma pré-história, construída a partir de 
suas vivências, grande parte delas através da 
atividade lúdica. (NEGRINE, 1994, p. 20). 
 
 Desta forma, torna-se fundamental para os profissionais ligados a 
Infância o conhecimento do saber que a criança construiu na interação com o 
ambiente familiar e sociocultural, auxiliando os pais na difícil tarefa de 
contribuírem para o crescimento físico e psíquico de seus filhos e para uma 
evolução satisfatória das relações familiares. 
 Na primeira infância, a criança vai se desenvolvendo em termos 
qualitativos, de elaboração do pensamento, pelo processo simbólico. Aos 
poucos, vai substituindo o concreto pelo abstrato, podendo usar suas 
 12
representações mentais para interagir no mundo de relações e lhe dar suporte 
para a maturação mental, afetiva e social. É o tempo de fazer e compreender. 
 A família é, sem dúvida, o principal agente socializador da criança, 
enquanto ainda pequena. O tipo de ambiente familiar adotado pelos pais, na 
prática do dia-a-dia, resultará em maior ou menor capacidade da criança para 
enfrentar situações positivas ou negativas. Também influenciará no conceito 
que a criança tem de si mesma, enquanto pessoa. 
 Dessa maneira, é possível dizer que a família constitui o grupo de 
socialização primária para a criança. Nos seus primeiros anos de vida, ela 
depende física e psiquicamente de um adulto. 
 A socialização secundária ocorrerá na escola,espaço destinado para a 
criança se relacionar com outras pessoas de sua idade, interagir com as 
mesmas, aprender a dividir, aceitar o outro e a conviver. Na escola há o 
empenho em promover a interação entre adultos e crianças, bem como das 
crianças entre si, obtendo, assim, através de uma comunicação criativa, a 
aceitação recíproca que irá permitir uma maior participação na vida social. 
 É importante destacar que no ambiente escolar é necessário que haja 
um bom relacionamento, tratando o grupo de maneira igual, respeitando as 
individualidades e capacidades de cada criança. A harmonia que o professor 
estabelece em sala de aula resulta na relação de confiança com a criança, 
elevando sua auto-estima e proporcionando o bom desenvolvimento em todos 
os aspectos psicomotores. 
 Sendo assim, é possível perceber que o processo de socialização é um 
processo contínuo que propicia a formação da identidade do ser humano. O 
meio social é decisivo para que a criança consiga internalizar os processos de 
desenvolvimento adquiridos e passe a assumir como seus os dados da 
realidade apreendidos pela aprendizagem. 
 
1.2 - O ato de brincar e a criança 
 
 13
 O ato de brincar é uma atividade psicomotora espontânea e natural da 
criança, e é benéfico por estar centrado no prazer, despertar emoções e 
sensação de bem estar, libertar das angústias e funcionar como saída para 
emoções negativas, ajudando a criança a lidar com esses sentimentos que 
fazem parte da vida cotidiana. 
 Os antigos já sabiam e demonstravam a importância do brincar para o 
homem. Aristóteles, pensador grego, dividiu o homem em homo sapiens 
(homem que aprende), homo faber (homem que faz) e homo ludens (homem 
que brinca), e, em nenhum momento, uma dessas características se 
sobressaiu às outras, pois ele as considerava todas relevantes. 
 Brincar é um direito da criança. Brincando ela aprende a lidar com o 
mundo e forma sua personalidade. Recria situações do cotidiano e experimenta 
sentimentos básicos como o amor e o medo. 
 As experiências lúdicas psicomotoras de uma criança, desde bebê, lhe 
mostram o universo social em que está inserida. Pelo brinquedo acontecem as 
adaptações, os acertos, os erros e as soluções de problemas que vão ajudá-la 
a construir sua autonomia. 
 A natureza da criança é lúdica, de movimento, de curiosidade, de 
espontaneidade. Ao se observar uma criança brincando, verifica-se o quanto se 
concentra no que está fazendo. Naquele momento, ela toma pra si suas 
próprias fantasias e reproduz cenas do seu cotidiano através do “faz-de-conta”, 
liberando assim, seus sonhos ou medos, partindo em busca de um lugar 
familiar e social pela construção do seu próprio ego. 
 Brincar é mais do que uma atividade sem conseqüência para a criança. 
Brincando, ela não apenas se diverte, mas recria e interpreta o mundo em que 
vive, se relaciona com este mundo. Brincando, a criança aprende. 
 Uma criança com possibilidades lúdicas variadas terá mais riqueza de 
criatividade, relacionamentos, capacidade crítica e de opinião. O contato, a 
exploração do meio ambiente, brinquedos, expressão musical, artes, dança, 
teatro e vivências corporais ampliam sua visão de mundo na medida em que 
 14
com ele interage. Assim sendo, ela própria vai instituindo seus limites, desafios 
e criando novos brinquedos. 
 Através do brincar a criança está experimentando o mundo, os 
movimentos e as reações, tendo assim elementos para desenvolver atividades 
psicomotoras mais elaboradas no futuro. 
 Através do simbólico jogo da brincadeira, a criança irá entender o mundo 
ao redor, testar habilidades físicas (correr, pular), funções sociais (ser o 
construtor, a enfermeira, a secretária), aprender as regras, colher os resultados 
positivos ou negativos dos seus feitos (ganhar, perder, cair), registrando o que 
deve ou não repetir nas próximas oportunidades (ter mais calma, não ser 
teimosa). A aprendizagem da linguagem e a habilidade motora de uma criança 
também são desenvolvidas durante o brincar. 
 A brincadeira permite um extravasar dos sentimentos, auxilia na reflexão 
sobre a situação, criando várias alternativas de conduta para o desfecho mais 
satisfatório ao seu desejo. 
 O ato de brincar com outras crianças favorece o entendimento de certos 
princípios da vida, como o de colaboração, divisão, liderança, obediência às 
regras e competição. 
 Com relação ao jogo, Piaget (1998) acredita que ele é essencial na vida 
da criança. De início tem-se o jogo de exercício que é aquele em que a criança 
repete uma determinada situação por puro prazer, por ter apreciado seus 
efeitos. 
 Em torno dos dois e seis anos nota-se a ocorrência dos jogos 
simbólicos, que satisfazem a necessidade da criança de não somente 
relembrar mentalmente o acontecido, mas de executar a representação. 
 Em período posterior surgem os jogos de regras, que são transmitidos 
socialmente de criança para criança e por conseqüência vão aumentando de 
importância de acordo com o progresso de seu desenvolvimento social. Para 
Piaget, o jogo constitui-se em expressão e condição para o desenvolvimento 
 15
psicomotor da criança, já que as crianças quando jogam assimilam e podem 
transformar a realidade. 
 Com a modernidade e a era da informática, os brinquedos virtuais 
aparecem, tomando conta de quase todo o tempo livre das crianças. Não cabe 
negá-los, mas sim possibilitar vivências lúdicas corporais em vários ambientes 
e espaços, com materiais e equipamentos que vão, efetivamente, contribuir no 
desenvolvimento psicomotor. 
 Uma criança, ao entrar no universo do brinquedo, estará vivenciando e 
lidando com a sua própria estruturação e desenvolvimento da inteligência. 
 O brinquedo traduz o real para a realidade infantil. Suaviza o impacto 
provocado pelo tamanho e pela força dos adultos, diminuindo o sentimento de 
impotência da criança. Brincando, sua inteligência e sua sensibilidade estão 
sendo desenvolvidas. A qualidade de oportunidades que estão sendo 
oferecidas à criança através de brincadeiras e brinquedos garante que suas 
potencialidades e sua afetividade se harmonizem. A ludicidade, tão importante 
para a saúde mental do ser humano, é um espaço que merece atenção dos 
pais e educadores, pois é o espaço para expressão mais genuína do ser, é o 
espaço e o direito de toda criança para o exercício da relação afetiva com o 
mundo, com as pessoas e com os objetos. 
 Um bichinho de pelúcia pode ser um bom companheiro, uma bola é um 
convite ao exercício motor, um quebra-cabeça desafia a inteligência e um colar 
faz a menina sentir-se bonita e importante como a mamãe. Enfim, todos são 
como amigos, servindo de intermediários para que a criança consiga integrar-
se melhor. 
 Para que o brinquedo seja significativo para a criança é preciso que 
tenha pontos de contato com a sua realidade. Através da observação do 
desempenho das crianças com seus brinquedos é possível avaliar o nível de 
seu desenvolvimento psicomotor. No lúdico, manifestam-se suas 
potencialidades e ao observá-las pode-se enriquecer sua aprendizagem, 
fornecendo através dos brinquedos os nutrientes ao seu desenvolvimento. 
 16
 Portanto, as crianças tendo a oportunidade de brincar, estarão mais 
preparadas emocionalmente para controlar suas atitudes e emoções dentro do 
contexto social, obtendo assim melhores resultados gerais no desenrolar de 
sua vida. 
 As situações problemas contidas na manipulação dos jogos e 
brincadeiras fazem a criança crescer através da procura de soluções e de 
alternativas. O desempenho psicomotor da criança enquanto brinca, alcança 
níveis que só mesmo a motivação intrínseca consegue,ao mesmo tempo 
favorece a concentração, a atenção, o engajamento e a imaginação. Como 
conseqüência a criança fica mais calma, relaxada e aprende a pensar, 
estimulando sua inteligência. 
 A criança trata os brinquedos conforme os recebeu. Ela sente quando o 
está recebendo por razões subjetivas do adulto, que muitas vezes, compra o 
brinquedo que gostaria de ter tido, ou que lhe dá status, ou ainda para comprar 
afeto e outras vezes para servir como recurso para livrar-se da criança por um 
bom espaço de tempo. É indispensável que a criança sinta-se atraída pelo 
brinquedo e é preciso mostrar a ela as possibilidades de exploração que ele 
oferece, permitindo tempo para observar e motivar-se. 
 A criança deve explorar livremente o brinquedo, mesmo que a 
exploração não seja a esperada. Não é recomendado interromper o 
pensamento da criança ou atrapalhar a simbolização que está fazendo. É 
importante sugerir, estimular, explicar, sem impor a forma de agir, para que a 
criança aprenda descobrindo e compreendendo, e não por simples imitação. A 
participação do adulto é para ouvir, motivá-la a falar, pensar e inventar. 
 Brincando, a criança desenvolve seu senso de companheirismo. 
Jogando com amigos, aprende a conviver, ganhando ou perdendo, procurando 
aprender regras e conseguir uma participação satisfatória. 
 No jogo, ela aprende a aceitar regras, esperar sua vez, aceitar o 
resultado, lidar com frustrações e elevar o nível de motivação. 
 Nas dramatizações, a criança vive personagens diferentes, ampliando 
sua compreensão sobre os diferentes papéis e relacionamentos humanos. 
 17
 As relações cognitivas e afetivas da interação lúdica psicomotora 
propiciam amadurecimento emocional e vão pouco a pouco construindo a 
sociabilidade infantil. 
 O momento em que a criança está absorvida pela brincadeira é um 
momento mágico e precioso, em que está sendo exercitada a capacidade de 
observar e manter a atenção concentrada e que irá inferir na sua eficiência e 
produtividade quando adulto. 
 A capacidade de brincar é intrínseca ao ser humano. É extrema a 
importância da brincadeira para o desenvolvimento psicomotor da criança. O 
início das relações entre a criança e o mundo se dá através do brincar. 
Brincando, a criança descobre, experimenta, conhece, cria, relaciona, 
compreende, transforma e começa lentamente a construir sua história. 
 O espaço de brincar é o laboratório, e o brinquedo promove o 
experimento. No universo infantil, a criação de possíveis espaços e brinquedos 
é inesgotável: a imaginação é a grande recicladora de ambientes e 
significados. A riqueza de vivências da criança com espaços e brinquedos 
diferentes é um fator estimulante para seu desenvolvimento integral. 
 Através do brincar, a criança estabelece relações e produz 
conhecimentos diversos. As conquistas obtidas pelo ato de brincar se 
estendem a todos os campos do desenvolvimento humano. 
 O processo de desenvolvimento psicomotor acontece a partir da 
construção que a criança faz interagindo com os meios físico e social. A 
criança conhece o mundo a partir de sua ação sobre ele. 
 O papel do adulto no brincar da criança é fundamental. A forma de 
relação estabelecida por ele irá incidir diretamente no desenvolvimento integral 
da criança, e sua postura poderá facilitar ou dificultar o processo de 
aprendizagem infantil. 
 Brincar junto reforça os laços afetivos. É uma manifestação de amor à 
criança. Todas as crianças gostam de brincar com os pais, com a professora, 
com os avós ou com os irmãos. 
 18
 A participação do adulto na brincadeira da criança eleva o nível de 
interesse, enriquece e contribui para o esclarecimento de dúvidas durante o 
jogo. Ao mesmo tempo, a criança sente-se prestigiada e desafiada, 
descobrindo e vivendo experiências que tornam a brincadeira o recurso mais 
estimulante e mais rico em aprendizado. 
 Guardar os brinquedos com cuidado pode ser desenvolvido através da 
participação da criança na arrumação feita pelo adulto. O hábito constante e 
natural dos pais e da professora ao guardar com zelo o que utilizou, faz com 
que a criança adquira automaticamente o mesmo hábito, ocorrendo inclusive 
satisfação tanto no guardar como no brincar. 
 A brincadeira de faz-de-conta é muito importante porque ajuda a criança 
a desenvolver sua imaginação, sua vontade de aprender como vive sua família. 
Ao brincar de faz-de-conta a criança vai procurar agir como os adultos fazem, 
vai criar situações imaginárias a partir de histórias que viu na televisão, ouviu 
as pessoas contando ou lendo nos livros para ela. 
 Nessa brincadeira, a criança mostra o que aprendeu como certo e 
errado o que sua família valoriza, por exemplo: suas crenças, os amigos, o 
trabalho dos pais. E repete ainda agressões, violência se ela vê este tipo de 
situação na televisão, na comunidade ou sofre isso na família. 
 Por isso, o faz-de-conta também ajuda a criança a lidar com situações 
difíceis ou proibidas. Ela está mostrando que já tem a capacidade de criar 
idéias em sua mente sobre coisas que ouve falar, de lembrar do que viu e de 
tentar fazer o que as pessoas fazem. 
 É importante que o adulto tenha consciência dos prazeres e frustrações 
provenientes de um processo de interação educacional que apresenta a 
complexidade característica das relações humanas. A sensibilidade, a 
flexibilidade e a criatividade são pré-requisitos essenciais ao responsável pelo 
espaço de brincar, e o exercício da capacidade de refletir deve se tornar uma 
constante em seu cotidiano. 
 
 19
Quando toda criança, indiscriminadamente, 
puder brincar em espaços alternativos, com 
equipamentos diversificados, jogar com outras 
crianças de várias faixas etárias, descobrir o 
novo, manipular e construir brinquedos, desafiar 
seus limites, construir regras, ser intuitiva e 
espontânea – transformando-se em bruxa, 
super-homem, batman, rainha... – estará 
atingido o principal objetivo que é o de fazer com 
que ela incorpore sua essência e constitua-se 
num sujeito mais inteligente e social. 
(RODRIGUES, 2000, p. 27). 
 
 Cabe às famílias, escolas e instituições que atuam na fase da infância 
disponibilizar espaços que darão oportunidades para o desenvolvimento de 
programas lúdicos psicomotores para o mundo infantil que, por natureza, é 
infinitamente rico, criativo e curioso, possibilitando crianças mais felizes e mais 
preparadas para o aprendizado escolar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20
CAPÍTULO II 
 
APRENDIZAGEM COMO UMA INTEGRAÇÃO DAS 
ATIVIDADES LÚDICAS PSICOMOTORAS COM O 
CURRÍCULO ESCOLAR 
 
 Houve um tempo em que era extremamente nítida a separação entre o 
brincar e o aprender. Os momentos de uma atividade e de outra eram 
separados por um grande abismo e não se concebia que era possível aprender 
quando se brincava. 
 Mais tarde, essa idéia foi lentamente sendo substituída por outra, que 
preconizava que existiam "brincadeiras apenas lúdicas" cuja finalidade era 
somente animar, alegrar e distrair, e outras, que poderiam ensinar um ou outro 
conceito e desenvolver esta ou aquela habilidade. A maior parte das pessoas 
adultas, distantes dos novos estudos sobre a mente humana e a maneira como 
ela opera o conhecimento e constrói convicções, ainda pensa de uma ou de 
outra maneira. Para elas, o brincar sempre se distancia do aprender e é natural 
que existam brinquedos com a finalidade de alegrar e divertir e outros que 
possuem um único objetivo, educar. 
 Essas idéias foram literalmente superadas por tudo o que hoje se 
conhece sobre a mente infantil, e não há mais dúvidas de que é no ato de 
brincar que a criança se apropriada realidade imediata, atribuindo-lhe 
significado. Em outras palavras, jamais se brinca sem aprender e, caso se 
insista em uma separação, esta é a de organizar o que se busca ensinar, 
adequando o ensino com brincadeiras para que melhor se aprenda. 
 Para Antunes (2004), brincando, a criança desenvolve a imaginação, 
fundamenta afetos, explora habilidades e, na medida em que assume múltiplos 
papéis, fecunda competências cognitivas e interativas. Ainda segundo o 
professor a brincadeira bem conduzida estimula a memória, exalta sensações 
 21
emocionais, desenvolve a linguagem interior — e, às vezes, a exterior —, 
exercita níveis diferenciados de atenção e explora com extrema criatividade 
diversos estados de motivação. 
 Brincar e aprender são dois processos diferentes que acontecem em um 
mesmo espaço, o espaço da criatividade, o espaço do jogar. 
 Longe de ser apenas uma atividade natural da criança, a brincadeira é 
uma aprendizagem social. As brincadeiras dos adultos com as crianças 
pequenas são essenciais nessa aprendizagem, pois a brincadeira permite 
decidir, pensar, sentir emoções distintas, competir, cooperar, construir, 
experimentar, descobrir, aceitar limites, surpreender-se, visto que o brincar é o 
principal meio da aprendizagem da criança. 
 Deve se considerar sempre pensar que o mais importante não é ensinar, 
mas criar condições para que a aprendizagem aconteça. 
 Todas as crianças precisam brincar, mas nem todas têm oportunidade. 
Algumas porque precisam trabalhar, outras porque não têm com o que brincar, 
outras porque precisam estudar e conseguir notas altas. 
 Existem também, crianças socialmente prejudicadas. Aquelas que não 
usufruem os benefícios de um lar e uma família organizada e muitas vezes 
sentem dificuldades em adaptar-se à escola. 
 São infinitas as oportunidades de descobrir e criar que estão presentes 
nas brincadeiras infantis. A brincadeira é uma forma de atividade social infantil 
cuja característica imaginativa e diversa do significado cotidiano da vida 
fornece uma ocasião educativa única para as crianças. 
 Brincar tem características peculiares como o prazer, o desafio, limites e 
liberdade. Exige movimentos, flexibilidade e tem para a criança um caráter 
sério que não é feito de qualquer maneira, pois ela se empenha para realizar o 
seu melhor. 
 Brincando ela aprende a viver e a formar conceitos, avançando dessa 
forma, etapas importantes para o seu crescimento. Brincando a criança adquire 
experiências que serão indispensáveis no seu dia-a-dia, pois provoca, exercita, 
 22
desenvolvendo assim, o funcionamento de seu pensamento explorando suas 
potencialidades. 
 Jean Piaget (1998) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das 
atividades intelectuais da criança. Estas não são apenas uma forma de 
desafogo ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que 
contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Ele afirma: 
 
o jogo é, portanto, sob as suas duas formas 
essenciais de exercício sensório-motor e de 
simbolismo, uma assimilação da real à atividade 
própria, fornecendo a esta seu alimento 
necessário e transformando o real em função 
das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os 
métodos ativos de educação das crianças 
exigem todos que se forneça às crianças um 
material conveniente, a fim de que, jogando, elas 
cheguem a assimilar as realidades intelectuais 
que, sem isso, permanecem exteriores à 
inteligência infantil. (PIAGET, 1998, p. 160). 
 
 A importância da brincadeira está intrinsecamente ligada ao seu valor 
operatório, pois, implica em assimilação de esquemas. 
 Pela necessidade que a criança tem de brincar é preciso criar sempre 
oportunidades em casa e na comunidade para que ela possa brincar 
livremente. Nenhuma criança brinca só para passar o tempo, brincar é a sua 
linguagem secreta. 
 Além de deixar qualquer criança feliz, o brincar desenvolve os músculos, 
a mente, a sociabilidade, a coordenação motora e auxilia-a na superação de 
suas dificuldades. Brincar é muito importante, pois enquanto estimula o 
desenvolvimento intelectual da criança, também ensina, sem que ela perceba, 
os hábitos necessários ao seu desenvolvimento. 
 Existem dois tipos de brincar: o brincar livre e o brincar dirigido. O 
brincar livre, conceitua-se pelo lúdico informal, geralmente no espaço familiar: 
de passeios, de comunicação, de informação, de descobertas, de assistir 
televisão, enfim, brincadeiras que, apesar de serem de iniciativa da criança, 
sem pretensões educativas, assumem características de aprendizagens 
 23
consideráveis para ela, que se utilizando de conhecimentos pré-adquiridos, 
possibilitam a apreensão de novos conhecimentos, para apropriar-se de seu 
entorno, desenvolvendo sua cultura lúdica. 
 Agindo de forma lúdica, há possibilidade de a criança assimilar a cultura 
do seu grupo social e interpretar os modos de vida adultos de forma 
participativa permitindo que essa cultura lúdica constitua uma bagagem cultural 
para a criança e se incorpore de modo dinâmico a uma cultura mais ampla. 
 É preciso lembrar que a cultura lúdica que evolui com a criança é em 
parte, determinada por suas capacidades psicológicas, as quais podem permitir 
ou impossibilitar algumas ações ou representações, pois o pensamento da 
criança evolui a partir de suas ações, por isso as brincadeiras são importantes 
para o desenvolvimento do pensamento infantil. 
 No que diz respeito ao brincar dirigido, ele é entendido como a atividade 
lúdica direcionada para fins de aprendizagem e a criança vive experiências em 
níveis diferentes de complexidade e envolve assim através do brincar, suas 
capacidades cognitivas, ou seja, o brincar dirigido como um procedimento que 
pode compor o processo diagnóstico do psicopedagogo. 
 Portanto para dar mais sentido às brincadeiras, deve-se propor 
atividades que exercitem sua imaginação, criatividade, equilíbrio, agilidade de 
movimentos e raciocínio. Conseqüentemente, que o brincar livre e o brincar 
dirigido, desenvolvem-se em uma inter-relação positiva. No brincar livre, a 
criança utiliza sua cultura lúdica aliada ao que aprendeu no brincar dirigido. Por 
sua vez, será observado no brincar dirigido as experiências adquiridas pelo 
brincar livre com outras crianças. 
 Assim sendo, as crianças precisam de tempo, espaço, companhia e 
material para brincar. Desta maneira a escola pode e deve reunir experiências 
para que aprendam e assimilem nesse processo de descobertas que é 
fundamental para o seu desenvolvimento. 
 Na área da educação, a preocupação com o lúdico deve se manifestar 
não apenas pela qualidade dos brinquedos disponíveis no acervo, mas também 
pelos significados que esses objetos carregam, no intuito de compreender a 
 24
especificidade e importância da intervenção e prevenção que pode existir na 
brincadeira, atentando para o fato de que hoje já não se pode mais educar 
apenas com lápis, papel, mesa e cadeiras. 
 O educador pode, portanto, construir um ambiente que estimule a 
brincadeira em função dos resultados desejados. 
 Na sua influência para com o desenvolvimento infantil o brincar pode ser 
utilizado como uma ferramenta para estimular déficits e dificuldades 
encontradas em alguns aspectos desenvolvimentais. Entretanto, os 
profissionais que lidam com estas crianças devem estar atentos ao 
desenvolvimento global infantil e não se deterem a aspectos isolados, uma vez 
que todos os aspectos estão interligados e exercem influências uns para com 
os outros. 
 No que se refere à aprendizagem, utilizar a brincadeira como um recurso 
é aproveitar a motivação interna que as crianças têm paratal comportamento e 
tornar a aprendizagem de conteúdos escolares mais atraente. 
 A utilização do brincar como uma estratégia a mais para a 
aprendizagem trará benefícios tanto para as crianças, que terão condições 
mais facilitadoras para a aprendizagem, quanto para os professores, que 
poderão se utilizar de mais um recurso para atingirem seu principal objetivo: a 
aprendizagem de seus alunos. 
 
2.1 - Brinquedos criados para ensinar 
 
 Friedrich Froebel foi um dos primeiros educadores a considerar o início 
da infância como uma fase de importância decisiva na formação das pessoas. 
Para ele, a brincadeira é o primeiro recurso no caminho rumo à aprendizagem. 
Não é apenas diversão, mas um modo de criar representações do mundo 
concreto com a finalidade de entendê-lo. (Revista Nova Escola, março de 
2006). 
 25
 Por meio de brinquedos que desenvolveu depois de analisar crianças de 
diferentes idades, Froebel previu uma educação que ao mesmo tempo permite 
o treino de habilidades que as mesmas já possuem e o surgimento de novas. 
Dessa forma é possível aos alunos exteriorizar seu interior e interiorizar as 
novidades vindas de fora – um dos princípios do aprendizado, segundo o 
pensador. 
 As atividades e o material escolar seriam determinados anteriormente, 
para oferecer o máximo de oportunidades para a aprendizagem em atividades 
lúdicas. 
 As brincadeiras devem ser acompanhadas de músicas, versos e dança. 
Os objetos criados por Froebel, chamados de “dons” ou “presentes”, possuem 
regras para usá-los, que precisariam ser dominadas para garantir o 
aproveitamento pedagógico. As brincadeiras devem ser, quase sempre, ao ar 
livre para que a turma interaja com o ambiente. 
 
2.2 - Cenários Lúdicos 
 
 Os cenários lúdicos, ou cantinhos pedagógicos foram desenvolvidos por 
Celéstin Freinet que durante seu trabalho, demonstrou o desejo de transformar 
a escola de sua época em uma escola popular, ativa e dinâmica, e estas 
transformações deveriam começar pelo professor em sua prática diária. 
 Freinet questionava as tarefas repetidas opostas às atividades lúdicas e 
aos jogos. Ele valorizava a livre expressão dos alunos e organizava a sua sala 
de aula como uma cooperativa, e as atividades aconteciam nos cantos 
específicos. 
 Hoje em dia, muitos educadores utilizam as idéias de Freinet quanto à 
organização dos cantos em sala de aula, sem saber a origem desta prática; no 
entanto, conseguem perceber no dia-a-dia como esta organização é proveitosa 
para o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças. Isto acontece porque 
estes espaços lúdicos propiciam a estruturação das funções simbólicas, 
 26
incentivam as ações lúdicas e estão centrados no prazer do brincar e do faz-
de-conta. 
Estes espaços atendem às características da 
faixa etária, às necessidades do grupo e seus 
interesses, às possibilidades de interação com 
os colegas, bem como à oportunidade de 
realizarem atividades independestes sem a 
presença do adulto ao seu lado. (Uso de 
espaços lúdicos na Educação Infantil, Revista do 
Professor, ano XXII, nº 86, p. 41). 
 
 Então, quando o professor planeja e constrói os cantinhos deve ter em 
vista possibilitar às crianças que elas os utilizem de forma autônoma. A 
organização destes espaços deve fazer parte integrante da ação pedagógica 
do professor e, por isso, precisa ser cuidadosamente planejada. Isso significa 
não somente ter cuidado na escolha dos materiais que irão integrar os espaços 
lúdicos, mas também ter consciência de que, mais importante do que organizar 
esses espaços é trabalhar o brincar na sala de aula, compreendendo que as 
crianças marcam o seu espaço principalmente pelo brincar e, portanto, devem 
participar deste planejamento e desta construção. 
 O uso destes espaços pelas crianças promove a identidade pessoal, o 
desenvolvimento de competências, a construção de diferentes aprendizagens, 
as sensações de segurança e confiança, bem como as oportunidades para o 
contato pessoal e a privacidade. 
 
2.3 - A brincadeira e a escola 
 
 O início da aprendizagem se dá em casa. Quando a criança vai para a 
escola, ela já aprendeu aquilo que a torna apta para iniciar o tipo de 
aprendizagem mais sistematizada que a escola propõe. 
 As primeiras noções de tamanho, de quantidade, os primeiros exercícios 
com operações matemáticas, a aprendizagem de nomes, juntam-se às 
habilidades de andar, falar, vestir, comer, já aprendidas em casa e importantes 
para a freqüência à escola. 
 27
 Essa aprendizagem realizada em casa depende da confiança que a 
criança tem na aceitação e na proteção dos pais. Somente assim ela vai poder 
experimentar as possibilidades do amadurecimento, livre da ansiedade ou do 
medo que inibem sua ação. 
 A escola tem critérios mais objetivos na avaliação do desempenho 
infantil. Ela dá ênfase ao pensamento formal – diferentemente da família, que 
apresenta forte apelo pelo emocional – preparando para o conhecimento 
científico em um contexto social de cooperação. 
 É através de conteúdos escolhidos, tarefas específicas e atividades 
programadas que a escola constrói uma metodologia e realiza seu objetivo. 
 A escola, nos dias de hoje, tem a obrigação de preservar o direito de 
brincar às nossas crianças, visto que os avanços tecnológicos e a modernidade 
contribuem, cada vez mais, para que a brincadeira seja deixada de lado. 
 A relação entre a atividade lúdica e a construção da inteligência na teoria 
de Piaget tem despertado o interesse dos professores pelos aspectos do jogo 
infantil, implicando novos modos de estruturação de práticas pedagógicas. 
 Estas não são apenas uma forma de entretenimento das crianças, mas 
meios que contribuem para o desenvolvimento e enriquecem o intelecto, 
estabelecendo relações entre os mecanismos de acomodação, assimilação e 
equilibração, o que correspondem à entrada sensorial, a aprendizagem e a 
organização das linguagens psicomotoras da criança, respectivamente. 
 O brinquedo também deve ser objeto de estudo, pois oferece à criança 
muito da cultura em que está inserido. É possível dizer que o brinquedo é 
dotado de um forte valor cultural e rico de significados que permitem 
compreender determinada sociedade e seus costumes. Essa cultura lúdica é 
impregnada de tradições diversas, as brincadeiras tradicionais e as mais 
contemporâneas, que são muito influenciadas pela mídia, todas pertencentes a 
um núcleo constante que passa de geração em geração. 
 28
 O brincar é visto como uma das atividades mais importantes da infância. 
Mais do que ser uma atividade natural da infância, o brincar proporciona 
desenvolvimento e aprendizado ao indivíduo que brinca. 
 Devido a sua importância para o desenvolvimento cognitivo, emocional, 
físico e social da criança, o educador deve inserir o brincar em um projeto de 
trabalho, de forma a qualificar esta atividade. O que diferencia o brincar em 
casa e o brincar na escola é a intencionalidade pedagógica do professor, ou 
seja, o educador faz dos momentos de brincadeira das crianças ocasiões para 
observação do desenvolvimento de seus alunos e, a partir destas observações, 
planeja atividades e estratégias para tornar viável a aprendizagem. 
 Durante muito tempo confundiu-se "ensinar" com "transmitir" e, nesse 
contexto, o aluno era um agente passivo da aprendizagem e o professor um 
transmissor. A idéia de um ensino despertado pelo interesse do aluno acabou 
transformando o sentido do que se entende por material pedagógico. Seu 
interesse passou a ser a força que comanda o processo da aprendizagem, 
suas experiências e descobertas, o motor de seu progresso e o professor um 
gerador de situaçõesestimuladoras e eficazes. 
 É nesse contexto que a brincadeira ganha um espaço como ferramenta 
ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse do 
aluno. A brincadeira ajuda-o a construir suas novas descobertas, desenvolve e 
enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva 
o professor à condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem. 
 Existem dois aspectos cruciais no emprego das brincadeiras como 
instrumentos de uma aprendizagem significativa. Em primeiro lugar a 
brincadeira ocasional, distante de uma cuidadosa e planejada programação, é 
tão ineficaz quanto um único momento de exercício aeróbico para quem 
pretende ganhar maior mobilidade física, e em segundo lugar, uma grande 
quantidade de brincadeiras reunidas em um manual somente terá validade 
efetiva, quando rigorosamente selecionadas e subordinadas à aprendizagem 
que se tem em mente como meta. 
 29
 Desta forma, o profissional interessado em analisar e explorar o 
potencial de aprendizagem das brincadeiras infantis deve selecioná-las de 
acordo com os objetivos a serem alcançados, pois estes são ferramentas que 
promovem o estabelecimento de relações entre o mundo psíquico e o físico. 
 O educador que trabalha numa perspectiva lúdica procura transformar a 
sala de aula em um ambiente cuidadosamente planejado para propiciar 
atividades neste sentido. 
 A escola, tendo como princípio básico “adaptar o indivíduo à sociedade”, 
deve aproveitar todas as manifestações de alegria que a criança exprime 
naturalmente e direcioná-las através de jogos e técnicas recreativas. Esse 
método lúdico essencialmente socializante é considerado de grande 
importância pelos benefícios que proporciona à saúde física e mental da 
criança. 
 Atualmente as brincadeiras tornaram-se característica básica nas 
escolas como meio decisivo que favorece a fixação de conteúdos formais visto 
que, elas enriquecem a formação da personalidade humana, agindo 
eficientemente na vida cooperativa do grupo, e ajuda a criar uma ordem social 
plena de vida e felicidade. A alegria que deriva desse espírito de cooperação é 
essencial para a tranqüilidade e a ordem. Mesmo os jogos que envolvem a 
participação coletiva não impedem que a criança também se sobressaia ou 
tenha algum êxito. O importante é que todos colaborem diretamente para a 
vitória do grupo. 
 O objetivo essencial dos jogos e das brincadeiras na educação escolar é 
satisfazer naturalmente as necessidades motoras da criança, bem como 
colaborar no seu desenvolvimento mental e social. 
 Ao mesmo tempo, os jogos visam atingir o desenvolvimento da memória, 
da atenção, da observação, do raciocínio, da criatividade, da aquisição de 
hábitos e estimular o companheirismo e a cooperação. 
 
 
 30
 
 
 
 
CAPÍTULO III 
 
A FUNÇÃO DO PSICOMOTRICISTA NA RELAÇÃO DA 
BRINCADEIRA COM O PROCESSO ENSINO 
APRENDIZAGEM 
 
 A escola é um processo coletivo, no qual a aprendizagem precisa 
circular e acontecer. Em cada momento histórico, em cada cultura, ela 
necessita de uma configuração para atender à necessidade das pessoas, de 
seu tempo e espaço. 
 A escola já existiu em casa de professores; já aconteceu sem a 
existência de um espaço específico, com aulas dentro e fora de diversas 
paredes; já foi muito autoritária e preocupada com a repetição do conteúdo a 
ser aprendido; já foi extremamente liberal; já buscou a conscientização do 
sujeito não somente em relação ao seu papel como aluno, mas também ao seu 
papel na sociedade; já se preocupou com aprendizagem significativa, com a 
compreensão do conteúdo trabalhado e já enfatizou as relações a fim de que a 
interação para a aprendizagem aconteça. 
 O conceito de escola é fruto de uma construção social vinculado à 
cultura e ao momento histórico vivido. Dessa maneira questiona-se: que escola 
é necessária nos dias atuais para atender um mundo informatizado, para que 
possamos exercer nossa cidadania, aperfeiçoar nossa condição humana e 
aprender a preservar nosso planeta? Que conhecimento deve ser veiculado na 
 31
escola num mundo diverso, no qual cada um deveria ser reconhecido em sua 
singularidade, porém sendo fortalecido pela pluralidade? 
Hoje a escola ganhou uma nova ferramenta: a psicomotricidade. Ela 
deve ser entendida como uma educação corporal básica na formação integral 
da criança, que vai desde a expressividade motora e do movimento, até o 
acesso à capacidade de descentração. A prática psicomotora reestrutura a 
relação. 
 O objetivo da psicomotricidade é trabalhar o individuo como um todo, 
sua mente, seu corpo, sua respiração entre outros. 
 A Psicomotricidade é importante já que oferece recursos para estruturar 
um projeto educativo que contemple não só a emoção, mas também a 
compreensão dessa emocionalidade, que em algumas situações, pode ser 
excessiva, em outra inibida ou agressiva. Ela faz com que a criança exista 
como um ser original, e, ao adulto, a de articular as estratégias 
psicopedagógicas que permitam aos alunos a realização de seu próprio 
processo de maturação, partindo se suas competências e ajudando em suas 
evoluções. 
 
Psicomotricidade é CORPO, AÇÃO E 
MOVIMENTO. (Alves, Fátima, 2008). 
 
 A psicomotricidade lida com as crianças, com os familiares e com os 
professores, levando em conta aspectos sociais, culturais, econômicos e 
psicológicos. A Psicomotricidade juntou a observação com a ação, 
intensificando a percepção, 
 A importância da psicomotricidade frente às dificuldades de 
aprendizagem começa a configurar-se quando se toma consciência das 
dificuldades dos alunos, já que ela trabalha muito bem com espontaneidade 
dando às crianças autonomia deixando-as articuladas. 
 Diante do baixo desempenho acadêmico, as escolas estão cada vez 
mais preocupadas com os alunos que têm dificuldades de aprendizagem, não 
 32
sabem mais o que fazer com as crianças que não aprendem de acordo com o 
processo considerado normal e não possuem política de intervenção capaz de 
contribuir para a superação dos problemas de aprendizagem. 
 Neste contexto, o psicomotricista realiza seu trabalho, dando assistência 
aos professores e as crianças buscando a melhoria das condições do processo 
ensino aprendizagem, bem como para prevenção dos problemas de 
aprendizagem. 
 Por meio de métodos próprios, o psicomotricista possibilita uma 
intervenção psicomotora visando à solução de problemas de aprendizagem em 
espaços institucionais. Juntamente com toda a equipe escolar, está mobilizado 
na construção de um espaço adequado onde permitem que as crianças 
possam viver suas experiências a partir do prazer do movimento e da relação 
com os outros e com o espaço de forma a evitar comprometimentos. Elege a 
metodologia e/ou a forma de intervenção como o objetivo de facilitar e/ou 
desobstruir tal processo. A Psicomotricidade investiu na relação com uma 
crítica ao tecnicista. 
 Os desafios que surgem para o psicomotricista dentro da instituição 
escolar relacionam-se de modo significativo. A sua formação pessoal e 
profissional implica a configuração de uma identidade própria e singular que 
seja capaz de reunir qualidades, habilidades e competências de atuação na 
instituição escolar. 
 A psicomotricidade é uma área que estuda e lida com o processo de 
aprendizagem e com os problemas dele decorrentes. Acredito que, se 
existissem nas escolas psicomotricistas trabalhando com essas dificuldades, o 
número de crianças com problemas seria bem menor. 
 
3.1 - A brincadeira e processo ensino aprendizagem 
 
 Durante muito tempo se confundiu ensinar com transmitir, onde o aluno 
eraconsiderado um agente passivo e o professor um transmissor do 
 33
conhecimento e o que é pior o aprender ocorria pela repetição, sendo que o 
aluno que não sabia era responsável por essa deficiência e era castigado. 
 Atualmente essa idéia é tão absurda, pois se sabe que não existe 
aprendizagem, se esta não acontecer através de uma construção de saberes, 
sendo o professor um facilitador do processo em busca do conhecimento. 
 Nesta perspectiva Antunes (2004) mostra que o interesse dos alunos 
passou a ser a força que comanda o seu aprendizado, sendo que o professor 
passa a ser um gerador de situações estimulantes e eficazes. Dentro deste 
contexto, o jogo ganha seu espaço e passa a ser ferramenta ideal para a 
aprendizagem, ajudando o aluno a continuar suas descobertas e enriquecer 
sua personalidade. 
 Assim, à medida que a criança cresce e se desenvolve, surgem novos 
interesses, novas situações de troca, novos aprendizados e conseqüentemente 
os jogos vão se modificando, proporcionando uma estreita relação entre os 
processos de maturação, crescimento e desenvolvimento (afetivo, cognitivo e 
social) bem como o aparecimento de novos interesses e objetivos. 
 Para que esse desenvolvimento ocorra tem que haver uma organização 
desses jogos que são explicados por Piaget por meio da estrutura da própria 
inteligência da criança. Desta forma a criança quando joga, opera com 
significado o movimento e suas ações, tomando assim consciência das suas 
escolhas e decisões, por isso o jogo apresenta-se como elemento básico no 
processo educacional, proporcionando mudanças em relação àquele que 
aprende. 
 O jogo como recurso pedagógico proporciona à criança um aprendizado 
mais prazeroso, possibilitando oferecer um conjunto de novas propostas 
durante as aulas. Dentro deste contexto o jogo deixa de ser somente lúdico e 
se torna também educacional, não perdendo é claro suas características já 
acima mencionadas, pois a aprendizagem através do movimento envolve 
relações entre o corpo e a mente. 
 A idéia de aplicar o jogo à educação partiu do princípio de que, toda 
criança tem necessidade de uma educação integral, assegurada pelo 
 34
desenvolvimento de habilidades, movimentos e atitudes. Por isso pode-se dizer 
que a criança quando joga se expressa, assimila e constrói sua realidade. 
 Por esse motivo, a participação em jogos contribui para formação de 
atitudes como respeito mútuo, solidariedade, cooperação, obediência às regras 
e responsabilidade; jogando a criança aprende o valor do grupo e seu próprio 
valor. A brincadeira é uma importante força educativa, pois o jogo proporciona 
à criança reproduzir suas vivências, transformando o real de acordo com seus 
desejos e interesses, assim expressando e construindo sua realidade. 
 
3.2 - Diversos olhares sobre o brincar 
 
 Estudiosos contemporâneos como Jean Piaget, Vygotsky, Maria 
Montessori, Alicia Fernández e Lino de Macedo deram um destaque especial 
ao brincar da criança atribuindo-lhe papel decisivo na evolução dos processos 
de desenvolvimento humano. 
 Para Vygotsky, no brincar, a criança está sempre acima de sua idade 
média, acima de seu comportamento diário. Assim na brincadeira, as crianças 
manifestam certas habilidades que não seriam esperadas para sua idade. Daí 
vê-se o quanto o brincar é benéfico ao aprendizado, pois a pessoa está em 
condição favorável para aprender. 
A promoção de atividades que favoreçam o 
envolvimento da criança em brincadeiras, 
principalmente aquelas que promovem a criação 
de situações imaginárias, tem nítida função 
pedagógica. A escola e, particularmente, a pré-
escola poderiam se utilizar deliberadamente 
desse tipo de situações para atuar no processo 
de desenvolvimento das crianças. (VYGOTSKY 
apud OLIVEIRA, 2004, p. 67). 
 
 Para ele a imaginação em ação ou brinquedo é a primeira possibilidade 
de ação da criança numa esfera cognitiva que lhe permite ultrapassar a 
dimensão perceptiva motora do comportamento. O brinquedo concede as 
estruturas básicas necessárias para as mudanças das necessidades e da 
 35
consciência infantil, vivenciando uma experiência, no ato de brincar, como se 
fosse bem maior do que realmente é. 
 Piaget reconhece a brincadeira como um instrumento que favorece o 
desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social principalmente nos períodos 
sensório-motor e pré-operatório. 
Agindo sobre os objetos, as crianças, desde 
pequenas, estruturam seu espaço e o seu 
tempo, desenvolvem a noção de causalidade, 
chegando à representação e, finalmente, à 
lógica. (PIAGET apud KISHIMOTO, 1996, p. 95). 
 
 Desse modo, deve-se então respeitar o interesse do aluno e trabalhar a 
partir da sua espontaneidade, formulando os desafios necessários à sua 
capacidade e acompanhando seu processo de construção do conhecimento. 
 Para esse autor, também é a representação em atos, através do jogo 
simbólico, a primeira possibilidade de pensamento propriamente dito, 
marcando a passagem de uma inteligência sensório-motora, para uma 
inteligência representativa pré-operatória. 
 Uma outra importante contribuição nesta temática foi a de Maria 
Montessori que desenvolveu um método e debruça-se sobre uma proposta 
educacional. Nela, o aluno é o sujeito de sua própria educação proporcionando 
a possibilidade de vivenciar os valores que se propõe atingir ao longo da ação 
educativa que exerce, bem como, propiciar a liberdade de movimentos, a 
autodisciplina e a autodeterminação. O educando é educador de si mesmo, 
tendo a possibilidade de escolher seu trabalho, de se mover por conta própria, 
de se tornar responsável pelo seu progresso e crescimento. 
 O método Montessori não foi inventado, foi construído no dia a dia da 
criança. Coloridas peças sólidas de tamanhos, formas e texturas diferenciadas 
fazem parte das estratégias propostas que aguçam os pequenos a abrir, 
fechar, encaixar, abotoar, tatear, calcular, contar e uma infinidade de outros 
atrativos que provocam o raciocínio e auxiliam todo tipo de aprendizado, do 
sistema decimal à estrutura da linguagem. O material dourado é um exemplo 
 36
dos materiais criados por Maria Montessori que ainda hoje é largamente usado 
nas escolas públicas e particulares do Brasil e do mundo todo. 
 As contribuições dessa pedagoga para a área educacional são ainda 
hoje, universais como se percebem na utilização da disposição circular dos 
alunos, os jogos pedagógicos sempre disponíveis, os cubos lógicos de madeira 
para o ensino de Matemática, como também na utilização do preceito da 
criança ser o condutor do próprio aprendizado; o educador ser um mediador do 
conhecimento e ainda, a educação voltada para o desenvolvimento de seres 
humanos autoconfiantes e independentes que visam tanto o bem individual 
quanto o bem coletivo. 
 
Dada a amplitude dos fatores que intervêm na 
determinação das causas de dificuldades ou 
problemas de aprendizagem, o diagnóstico e 
tratamento psicopedagógico, além de outros, 
muito se vale dos procedimentos utilizados na 
psicoterapia e no psicodiagnóstico, dentre os 
quais encontra-se o jogo ou o brincar. (PAIN 
apud SISTO, 2001, p. 174). 
 
 As crianças fazem da brincadeira uma ponte para o imaginário e a partir 
dele muito pode ser trabalhado. Contar, ouvir histórias, dramatizar, jogar com 
regras, entre outras atividades, constituem meios prazerosos de aprendizagem. 
Além disso, expressam suas criações e emoções, refletem medos e alegrias, 
desenvolvem características importantes para a vida adulta. 
 Com efeito, o brincar se constitui como recurso da psicomotricidade, 
tanto para tratar dos distúrbios, quanto levantar hipóteses diagnósticas, a 
respeitoda estruturação lógica do pensamento nos fornecendo informações 
sobre como estão organizados o pensamento da criança, seu nível operatório e 
sua elaboração prática nos processos de vencer situações problemas nos 
aspectos afetivos, sociais e cognitivos. 
 Mas como precisar a importância do brincar na escola? Como pensar no 
brincar como construção do conhecimento? Lino de Macedo faz uma 
argumentação eficaz quanto a isso: 
 37
O conhecimento tratado como um jogo pode 
fazer sentido para a criança. Não se trata de 
ministrar os conteúdos escolares em forma de 
jogo, mas possibilitar que aprendam com 
seriedade, com leveza e prazer; sem medo. 
(MACEDO, 1997, p. 139). 
 
 Neste sentido, embasados na teoria sobre o tema em questão, pode-se 
dizer que as crianças precisam vivenciar experiências suficientes e 
enriquecedoras do brincar, preparando-se assim, para o ingresso no ensino 
fundamental. 
 Conscientizar a família, professores e a comunidade sobre o sentido e a 
importância da educação diferenciada, estabelece um melhor aproveitamento 
das habilidades e capacidades desenvolvidas pelas crianças. 
 Um buscar constante, criando estratégias diferenciadas para a 
aprendizagem e para a construção da qualidade de vida. Esse é um desafio 
para quem escolheu tornar o espaço escolar e familiar o mais mágico possível, 
pois é esse espaço que lá no futuro, as crianças de hoje vão lembrar, em 
sonhos, fantasias, lembranças, brincadeiras. 
 Uma das contribuições da psicomotricidade na instituição escolar é levar 
a vivência aos pequeninos, para que descubram o prazer de pensar que 
conduz certamente a uma aprendizagem e a um desenvolvimento pleno. 
 A postura psicomotricista é propiciar modalidades de aprendizagem que 
possibilitem para cada ser aprendente sua singularidade através de 
experiências. 
O jogar-brincar da criança não só é produtor do 
sujeito enquanto sujeito desejante, mas também 
enquanto pensante. A inteligência se constrói a 
partir do jogar-brincar. (Fernández 2001, p. 71). 
 
 Resgatar o prazer em aprender, já desconhecido por muitas crianças, e 
conseqüentemente proporcionar mais e melhores condições de 
desenvolvimento se faz necessário e urgente. 
 O brincar pode aumentar certos tipos de aprendizagens, em particular, 
aqueles que requerem processos cognitivos mais elaborados. Através da 
 38
imaginação e da exploração, as crianças desenvolvem suas próprias teorias do 
mundo, que permitem a negociação entre o mundo real e o imaginado por elas. 
 Assim, dando tempo para brincar, um ambiente para explorar e materiais 
que favoreçam as brincadeiras, os adultos estarão promovendo a 
aprendizagem das crianças. 
 As brincadeiras proporcionam o aprender fazendo e brincando, 
possibilita à criança apreender novos conceitos, adquirir informações e até 
mesmo superar dificuldades que venham a encontrar em suas tentativas de 
aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 39
 
CONCLUSÃO 
 
 Em geral quando se pensa em jogos ou brincadeiras, imagina-se uma 
atividade lúdica a ser desenvolvida esporadicamente, em momentos de 
descontração. Normalmente em momentos finais de aula, ou de preferência ao 
final da semana. 
 Para que as brincadeiras possam ser recursos importantes nas escolas, 
para que possam ajudar os alunos a desenvolver o raciocínio e a autonomia 
precisa-se mudar esta concepção. 
 O lúdico é tudo aquilo referente aos jogos e brincadeiras. Associado à 
infância, ao descompromisso e ao prazer, normalmente não é visto como 
instrumento de aprendizagem. No entanto, com o desenvolvimento dos estudos 
acerca desta questão, diversos teóricos têm constatado sua importância no 
processo ensino aprendizagem, trazendo, aos alunos, motivação e apreensão 
eficaz, aumento da capacidade criadora e transformadora do conhecimento. 
 Através dos jogos e brincadeiras, a criança desenvolve mecanismos 
para compreender melhor o mundo, atuar nele e encontrar suas próprias 
formas de representação. 
 No desenvolvimento deste estudo, tratou-se do aprendizado através 
da utilização de jogos e brincadeiras. Constatou-se que, além de trazer 
motivação à criança, o lúdico também facilita o trabalho de professores e 
psicomotricistas possibilitando que os mesmos estimulem seus alunos fazendo 
com que o conteúdo seja assimilado mais facilmente. 
 A brincadeira é importante não só para o desenvolvimento psicomotor, 
como também para o desenvolvimento da linguagem e para a socialização. 
Portanto é primordial ressaltar que o educador deve participar dos jogos 
orientando, estimulando a criação de regras e propondo desafios, pois afinal a 
inteligência caracteriza-se pela descoberta. 
 40
 O lúdico não pode ser esquecido no processo ensino aprendizagem das 
crianças. A brincadeira é uma grande aliada do educador, pois a criança 
desenvolve-se melhor e mais rápido brincando, sente vontade de instruir-se e 
entender os mecanismos de tudo aquilo que lhe está sendo propiciado como 
experiência de vida. 
 O brincar apresenta esquema semelhante ao aprender. A palavra do 
adulto, na criança, é substituída pela brincadeira e pelo jogar. Uma criança é 
capaz de passar através do jogo a um outro aquilo que lhe está faltando. 
 Na situação do jogo e da brincadeira, as crianças vão reproduzir 
esquemas próprios da vida e, dentro dos esquemas prévios de relação, vão 
surgindo os esquemas de suas vidas e os ensaios de papéis futuros que elas 
irão assumir durante a vida. 
 O psicomotricista pode trabalhar essas noções através de histórias 
contadas, as quais serão recontadas pela criança, com cenários e com 
personagens e, nesse sentido, estará possibilitando a ela a aquisição desses 
conceitos. 
 É importante destacar que, primeiramente a criança brinca com o próprio 
corpo; depois com os objetos do mundo externo e só mais tarde inclui o outro 
através dos jogos psicomotores. Nesse momento, o adulto entra como 
organizador do ambiente ao oferecer o que é adequado à criança. 
 Sendo assim, o brincar se destaca novamente para nos revelar que os 
esquemas que a criança usa para organizar as brincadeiras são os mesmos 
que ela usa para lidar com o conhecimento. Nessa perspectiva, é fundamental 
esse entendimento a fim de que o psicomotricista possa identificar e intervir 
positivamente nas dificuldades da criança. 
 
 
 
 
 41
 
BIBLIOGRAFIA 
 
 
§ ALMEIDA, Paulo Nunes de. Dinâmica Lúdica: Técnicas e Jogos 
Pedagógicos. São Paulo: Edições Loyola, 1974. 
§ ALVES, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. Rio de 
Janeiro: Wak, 2008. 
§ ALVES, Fátima. Como aplicar a psicomotricidade: uma atividade 
multidisciplinar com amor e união. Rio de Janeiro: Wak, 2009. 
§ ANTUNES, Celso. Educação Infantil: prioridade imprescindível. 
Petrópolis: Vozes, 2004. 
§ ARNAIZ SÁNCHES et al. A Psicomotricidade na educação infantil: uma 
prática preventiva e educativa, Artmed, Porto Alegre, 2003. 
§ A. DE MEUR et al.Psicomotricidade – Educação e reeducação, Manole, 
São Paulo, 1984. 
§ ____________. Dificuldades de aprendizagem: o que são? Como tratá-
las? Porto Alegre: Artmed, 2000. 
§ BROUGÉRE, Gilles. Brinquedo e cultura, Cortez, São Paulo, 1997. 
§ CHATEAU, Jean. O jogo e a criança, Summus, São Paulo, 1990. 
§ FERRARI, Márcio. Revista Nova Escola. O educador das crianças 
pequenas. Ano XXII, São Paulo, nº 190, março de 2006, págs. 57 a 60. 
§ FREINET, Celéstein. Pedagogia do bom senso. São Paulo: Martins 
Fontes, 2004. 
§ GREGOR, Cynthia Mac. 150 jogos não-competitivos para crianças. São 
Paulo: Madras, 2000. 
 42
§ KISHIMOTO, Tisuko Morchida.Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a 
Educação. São Paulo: Cortez, 1996. 
§ MACEDO, Lino de. Quatro cores, senha e dominó: oficinas de jogos 
construtivistas e psicopedagógica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997. 
§ MURCIA, Juan Antonio Moreno. Aprendizagem através do jogo. Porto 
Alegre: Artmed, 2005. 
§ NEGRINE, Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto 
Alegre: prodil, 1994. 
§ OLIVEIRA, Marta Kohl. Aprendizado e Desenvolvimento. Um processo 
sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 2004. 
§ OLIVEIRA, Vera Barros de. Rituais e Brincadeiras. Rio de Janeiro: 
Vozes, 2006. 
§ PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. Rio de Janeiro: Forense 
Universitária, 1998. 
§ Revista do Professor. Brinquedos e brincadeiras: um resgate de 
ludicidade. Ano XXI, Porto Alegre, nº 84, outubro a dezembro de 2005, págs. 
34 a 40. 
§ Revista do Professor. Uso de espaços lúdicos na Educação Infantil. Ano 
XXII, Porto Alegre, nº 86, abril a junho de 2006, págs. 40 a 44. 
§ RODRIGUES, Rejane Penna. Brincalhão: uma brinquedoteca itinerante. 
Rio de janeiro: Vozes, 2000. 
§ VYGOTSKY. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade 
escolar. São Paulo: Ícone, 1998. 
§ WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré-escola. São Paulo: Cortez, 1999. 
 
 
 
 
 43
ÍNDICE 
• Folha de rosto _________________________________________ 02 
• Resumo _____________________________________________ 03 
• Metodologia __________________________________________ 04 
• Sumário _____________________________________________ 05 
• Introdução ____________________________________________ 06 
• Capítulo I: A brincadeira no desenvolvimento infantil ___________ 08 
• 1.1 - O desenvolvimento Infantil - Processo de Socialização _ 09 
• 1.2 - O ato de brincar e a criança 12 
• Capítulo II: Aprendizagem – uma integração das atividades 
lúdicas com o currículo escolar____________________________ 
20 
• 2.1 - Brinquedos criados para ensinar __________________ 24 
• 2.2 - Cenários Lúdicos ______________________________ 25 
• 2.3 - A brincadeira e a escola _________________________ 26 
• Capítulo III: A função do psicopedagogo na relação da brincadeira 
com o processo ensino aprendizagem ______________________ 
30 
• 3.1 - A brincadeira e o processo ensino aprendizagem _____ 32 
• 3.2 - Diversos olhares sobre o brincar __________________ 34 
• Conclusão ____________________________________________ 39 
• Bibliografia ___________________________________________ 41 
• Índice _______________________________________________ 43

Outros materiais