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SEMENTES CRIOULAS
Estudantes: Egídio Neto e Emilly Tavares
Disciplina: Agrobiodiversidade e Melhoramento Vegetal
Professora: Erica Moraes
Introdução
As sementes crioulas são conhecidas no exterior como Heirloom que se traduz literalmente como “Relíquias de família”, no sentido de herança. São denominadas sementes crioulas todas as variedades produzidas por agricultores familiares, quilombolas, indígenas ou assentados da reforma agrária com determinadas características reconhecidas pelas comunidades que as cultivam. Onde essas sementes são passadas de geração em geração sendo de suma importância econômica e social para as comunidades (TRINDADE, 2006).
As sementes crioulas sempre fizeram parte do patrimônio de diversos povos que ao longo dos tempos vêm resgatando, selecionando, conservando e valorizando as variedades e mantendo a agrobiodiversidade adaptada a cada região (NUÑEZ & MAIA, 2006). 
“As sementes crioulas auxiliam os camponeses na sua sobrevivência, pois possibilita a produção do seu próprio alimento e ainda a comercialização do excedente da sua produção, sendo esta uma alternativa para a melhoria da qualidade de vida. Além de alimento, a semente representa muito mais, pois retrata a cultura de cada comunidade, que é um elemento central no modo de vida do camponês, é onde se preserva as práticas sócio-culturais, cria identidades locais e ambientais”. GARNINDO, 2009.p.10.
Utilizadas desde os tempos pré-coloniais pelos índios, as sementes crioulas chegaram aos dias atuais pela prática da agricultura tradicional, na qual os lavradores conservam-nas, selecionam, melhoram e as trocam entre si. Seu nome muda de acordo com o estado: são as sementes “da paixão” na Paraíba, “da fartura” no Piauí, “da resistência” em Alagoas, “da liberdade” em Sergipe, e “da gente” em Minas Gerais. Agora, as comunidades vêm se organizando para a criação de bancos de sementes crioulas, que podem ser familiares, comunitários ou regionais.
Desenvolvimento das sementes
Segundo Lévi-Strauss, apud DIEGUES, o conhecimento tradicional das populações indígenas é de grande importância no que consiste em garantir a existência de técnicas muitas vezes complexas que, por exemplo, transformam grãos ou raízes tóxicas em alimentos. O próprio autor afirma que, em determinados grupos humanos, existe “uma atitude científica, uma curiosidade assídua e alerta, uma vontade de conhecer pelo prazer de conhecer”, devido às pequenas observações e experiências poderia fornecer resultantes das práticas que são utilizadas de imediato.
Essas técnicas ancestrais conseguiram fazer com que as sementes crioulas passassem por várias gerações. Elas passaram pela polinização aberta e que não foram expostas a reprodução híbrida. Isso significa que sempre plantaram e colheram a mesma qualidade de semente das plantas-mães, podendo se repeti quantas vezes quiserem.
Essas sementes não podem sofrer polinização cruzada, para que possam manter a qualidade genética.
Benefícios do Uso
As sementes crioulas trazem alguns benefícios em relação as outras:  os vegetais de semente crioulas são mais saborosos, supostamente são também mais nutritivos, pode-se guardar as sementes que resultarão vegetais de mesma qualidade, etc.
As sementes crioulas são mais resistentes e dependem menos de insumos, pois são adaptadas às características do local de onde são nativas. Para o ambiente, o benefício é a manutenção da biodiversidade. Além disso, o cultivo contribui com o fortalecimento da agricultura familiar. Os diferentes grãos viram artesanato e enriquecem a gastronomia.
Ademais, o uso de variedades locais possui diversas outras vantagens ligadas à sustentabilidade da produção como resistência a doenças, pragas e desequilíbrios climáticos, e podem ter as sementes armazenadas para as safras seguintes, o que diminui o custo de produção (PÍPOLO, et al., 2010).
Lei de sementes e Comercialização
A versão original submetida ao Congresso Nacional não previsse nenhuma abertura legal para o emprego das variedades crioulas nos programas governamentais, os movimentos sociais e as ONGs, mobilizadas em torno da Articulação Nacional da Agroecologia (ANA), conseguiram influenciar o conteúdo da legislação, o que incluiu, pela primeira vez, o reconhecimento oficial dessas sementes, permitindo sua produção, comércio e uso. Então a lei n° 10.771, de 05 de agosto de 2003, conhecida como “nova lei de sementes e mudas” apresenta diversos aspectos de reconhecimento das “sementes crioulas”. 
	Por não possuírem cadastro no Registro Nacional de Cultivares (RNC), devido a um registro com alto nível de uniformidade genética que não existe nas variedades crioulas, a comercialização das sementes é bem restrita. 
O Decreto 5.153/2004 faz, portanto, uma distinção que a Lei de Sementes não faz: a lei afirma que os agricultores familiares, os assentados da reforma agrária e os indígenas podem distribuir, trocar e vender sementes e mudas sem a necessidade de registro, desde que o façam entre si.
No Art. 2º, inciso XVI, da lei no 10.771, as cultivares locais, tradicionais ou crioulas são reconhecidas como sendo “variedade desenvolvida, adaptada ou produzida por agricultores familiares, assentados da reforma agrária ou indígenas, com características fenotípicas bem determinadas e reconhecidas pelas respectivas comunidades e que, a critério do MAPA, considerados também os descritores socioculturais e ambientais, não se caracterizam como substancialmente semelhantes às cultivares comerciais”.
No Art. 8º, § 3º, é estabelecido que “ficam isentos da inscrição no Renasem os agricultores familiares, os assentados da reforma agrária e os indígenas que multipliquem sementes ou mudas para distribuição, troca ou comercialização entre si”.
Os Artigos 11 e 48 estabelecem respectivamente, que “as variedades crioulas são isentas da inscrição no Registro Nacional de Cultivares (RNC)” e que, é proibida a restrição à inclusão de sementes e mudas em programas de financiamento ou programas públicos de distribuição ou troca de sementes.
Armazenamento
As sementes até hoje são preservadas por famílias de agricultores, guardiões ou bancos de sementes. Em todos os casos, toda a riqueza está armazenada em silos, garrafas pets ou em latões, sob a benção dos santos prediletos. As sementes da paixão são símbolos da vida em abundância, heranças deixadas pelos antepassados, cuidadas na atividade para que as futuras gerações continuem tendo acesso a esse importante bem (ALMEIDA & FREIRE, 2003).
As sementes crioulas em especial, foram selecionadas por décadas, passadas de geração em geração e seguem até hoje preservadas por famílias de agricultores, guardiões ou bancos de sementes.
Um dos maiores inimigos da semente é a umidade. Uma boa secagem é o primeiro passo para a garantia de sementes de qualidade. O ideal é que a semente fique com umidade entre 11 e 13%, ou menos. Os agricultores costumam verificar se a umidade da semente já está boa pelo dente, mordendo a semente.
Referencias
Disponível em: <http://comofazerhorta.com.br/hibrida-transgenica-organica-crioula-os-diferentes-tipos-de-sementes/>. Acesso em 21 de outubro de 2018
TRINDADE, C, C. Sementes crioulas e transgênicos, uma reflexão sobre sua relação com as comunidades tradicionais. Universidade do Estado do Amazonas. 2006. Disponível em: < http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/manaus/estado_dir_povos_carina_carreira_trindade.pdf>. Acesso em 21 de outubro de 2018
ALMEIDA, Paula; TARDIN, José Maria; e PETERSEN, Paulo. Conservando a Biodiversidade em ecossistemas cultivados: Ação comunitária na manutenção de variedades locais no Agreste da Paraíba e no Centro-Sul do Paraná. Disponível em <http://aspta.org.br>. Acesso em 20 de outubro de 2018
http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/LEIS/2003/L10.711.htm

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