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Plano de Aula: Sistema de Custeamento por Ordem de Produção CONTABILIDADE E APURAÇÃO DE CUSTOS - GST1210 Título Sistema de Custeamento por Ordem de Produção Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 11 Tema Sistema de Custeamento por Ordem de Produção Objetivos Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de: Compreender o custeio por ordem de produção; Identificar as características do sistema de acumulação de custos por ordem de produção; Acumular custos nas ordens de produção Estrutura do Conteúdo Os Sistemas de Acumulação de Custos se referem às formas pelas quais os custos são registrados e transferidos internamente na empresa. Está diretamente associado à decisão de como deve ser mensurado o custo do produto. O sistema de acumulação de custos corresponde ao ambiente básico no qual operam os métodos de custeio. 11.1 SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Segundo Leone (2000), o objetivo dos sistemas de acumulação de custos é identificar e acumular os custos fabris aos produtos no decorrer da produção, ou seja, é determinar o valor destes, levando -se em conta a forma de organização produtiva das empresas. Os dois sistemas básicos de acumulação de custos que se destinam a custear produtos e serviços são os seguintes: 1. Sistema de custeamento por ordem de produção. 2. Sistema de custeamento por processo. Características do Sistema de custeamento por ordem de produção. Os custos são acumulados em contas representativas de cada produto (Ordem); O custo de uma encomenda é o somatório dos custos acumulados durante todo o período de fabricação e só é conhecido quando o produto está concluído (MEGLIORINI, 2012, p.73). A produção é elaborada sob especificações dos clientes ou em atendimento às exigências dos clientes. Sistema produtivo predominantemente descontínuo, produzindo bens ou serviços não padronizados. No sistema de custeio por Ordem de Produção (ou Encomenda), os custos são acumulados em folhas (ou registros eletrônicos) denominados Ordens de Produção ou Ordens de Fabricação. A soma das Ordens de Produção em Aberto representa o Estoque de Produtos em Processo. Quando os produtos ou serviços são completados, as Ordens são encerradas e os custos são transferidos para o estoque de produtos acabados ou CPV. Cada encomenda constitui um produto, logo não há formação de estoque de produtos acabados. Características Sistema de custeamento por processo. Os custos são acumulados por processo e associados a um dado volume de produção; O custo unitário de um produto é a soma dos custos unitários dos processos, sendo calculado dividindo - se esses custos por sua produção equivalente (MEGLIORINI, 2012, p.73). A diferença fundamental entre os dois sistemas está no objeto do custeio. Enquanto que para o sistema de ordens de produção o objetivo é determinar o custo do produto ou serviço, para o sistema por processos, a finalidade primeira é acumular o custo dos processos. 11.2 SISTEMAS DE CUSTEAMENTO POR ORDEM - Aplicação nos setores econômicos SETOR DE SERVIÇOS Auditoria; Empresas de consultoria; Agencias de publicidade SETOR COMERCIAL Envio de itens de pedido especial pelo correio; Promoção especial de novos produtos na loja SETOR INDUSTRIAL Montagens de aviões; Construção civil Nesta aula veremos com mais detalhes o sistema de custeamento por ordem de produção. Quando a empresa realiza produção por encomenda, o melhor sistema é o de custeamento por Ordem de Produção e, nesse caso, os produtos são diferenciados e são feitos de acordo com as especificações do cliente. Conforme Leone (2000, p. 192), "o sistema de custos por ordem de produção é um sistema no qual cada elemento de custo é acumulado separadamente, segundo ordens específicas de fabricação, também chamadas de OPs, emitidas pela área industrial, de serviços ou comercial". O sistema de Contabilidade de Custos deve ser estruturado e codificado para que cada ordem de produção receba somente os custos relativos ao seu consumo. O processo de produção por ordem identifica produtos ou lotes de produtos, características e clientes e requer definição quanto à forma de atribuição dos custos às ordens de produção. 11.3 ETAPAS PARA ATRIBUIÇÃO DE CUSTOS EM UMA ORDEM DE PRODUÇÃO Horngren, Foster e Datar (2003, p.92) definem 7 etapas para atribuição de custos em uma ordem de produção. Etapa 1: Identificar a ordem realizada com o objeto de custo escolhido; Etapa 2: Identificar os Custos Diretos da ordem; Etapa 3: Selecionar bases de alocação de custos a serem usadas para alocar CIF à ordem. Etapa 4: Identificar os custos indiretos associados a cada base de alocação de custos Etapa 5: Calcular a taxa por unidade de cada base de alocação de custos usadas para alocar os custos às ordens Etapa 6: Calcular os CIF alocados à ordem. Etapa 7: Calcular o Custo Total da encomenda. Apropriação dos custos de materiais, mão-de-obra e custos indiretos às ordens de produção. Na produção por ordem os custos diretos são acumulados numa só conta, denom inada pelo nº da OP. Esta conta só para de receber custos diretos quando a ordem for encerrada. Se um exercício terminar e o produto ainda estiver em elaboração, o saldo da conta será totalmente classificado como Produtos em Elaboração. Neste caso a Ordem de Produção não será encerrada! Quando o produto estiver totalmente fabricado, ou seja, a ordem estiver completa, o saldo da conta Produtos em Elaboração será transferido para as contas Produtos Acabados ou Custo dos Produtos Vendidos. Os Custos Indiretos são acumulados nos departamentos para depois serem alocados aos produtos (ordens de produção), utilizando-se os mesmos procedimentos relativos às Taxas de Aplicação de CIF. Posteriormente, estes serão rateados às ordens de produção e, consequentemente aos produtos. O que vem a ser uma OP? A Ordem de Produção é o documento que inicia o processo de fabricação do produto, relacionando todos os componentes e as etapas de fabricação determinadas pela sua estrutura, através de um OP se pode rastrear um produto com algum problema, permitindo saber a qual lote pertence, a matéria-prima utilizada etc. COMO EXECUTAR UMA OP? Veja as formas de execução dessa tarefa e em quais situações elas são recomendadas: 1. CASO O SISTEMA SEJA INTEGRADO: Utilizando software integrado de gestão (ERP), que realiza a geração das ordens de produção automaticamente, a partir dos pedidos de vendas ou programação da produção. Após o processamento da produção o estoque, o preço de venda e os custos dos produtos fabricados são atualizados. 2. CASO O SISTEMA SEJA ELETRÔNICO MANUAL: Utilizando programas simples ou planilhas eletrônicas de apoio para inserção de todos os insumos utilizados na fabricação, quantidades a serem produzidas e instruções de produção. Os apontamentos são feitos manualmente, já que estas informações não estão integradas com os demais processos internos. 3. CASO O SISTEMA SEJA MANUAL: Utilizando um controle feito em papel ou mesmo por meio das lembranças de experiências passadas para definir as especificações aproximadas e instruções para produção dos bens. 11.4 APURAÇÕES DOS RESULTADOS DE UMA PRODUÇÃO POR ORDEM (OP) No custeamento por ordem os custos serão apropriados tendo em conta o tempo de fabricação, pois, uma ordem de serviço (produção) pode ser concluída em poucos dias (curto prazo) ou até alguns anos (longo prazo). A OP acumula custos conforme o andamento da produção, sendo encerrada somente quando concluída. Em relação forma de apuração do resultado, esta pode variar conforme o tempo de fabricação. Caso a encomenda seja de curto prazo, os custos acumulados durante a fabricaçãosão acumulados em conta própria, identificada pelo número da OP, transferidas para CPV ao final da produção. A receita será igual ao valor contratado, acrescido de reajustes, se houver. Considere que uma encomenda seja concluída após dois anos de seu início, ou seja, uma encomenda de longo prazo. É normal que o preço acertado na data da contratação do serviço ou da produção e mesmo os custos, fiquem defasado. A regra é reconhecer a Receita no momento da entrega da encomenda ao cliente. Veja o exemplo a seguir. Considere, por exemplo, uma indústria que fabrica, sob encomenda, produtos que demoram mais de dois anos para serem concluídos. É possível que, ao aceitar um pedido, não encerre nenhuma encomenda no primeiro ano, ou termine um número reduzidos delas. Neste caso como deverá apurar o seu resultado do exercício? A regra é transferir para o resultado, como CPV, os custos acumulados no exercício social. Mas, e qual deverá ser o valor da receita, já que nada foi entregue ao cliente? E se o cliente pagou adiantado, é possível considerar esse adiantamento como Receita? Exemplo Prático 1: A Empresa Caldeirão Ltda, fabrica caldeiras sob encomenda. O custo estimado da caldeira é de R$ 30.000,00 e o preço de venda contratual, R$ 42.000,00. Sabe -se que a empresa deseja uma margem de lucro de 40%. A empresa aceitou uma encomenda conforme contrato, cujo prazo de entrega é de três anos. Não houve adiantamento por parte do cliente. Qual deverá ser a Receita do primeiro ano, considerando que os custos acumulados no exercício totalizaram R$ 8.000,00? Para resolver essa questão será necessário adotar um dos critérios, a saber: - Proporcionalidade do custo total; - Proporcionalidade do custo de conversão. Pelo critério da Proporcionalidade do custo total: Deve-se determinar a Receita proporcionalmente aos custos acumulados, as sim: CUSTO ESTIMADO...............................30.000,00 PREÇO DE VENDA...............................42.000,00 MARGEM DE LUCRO 40%..................12.000,00 RELAÇÃO PREÇO/CUSTO..................1,40 Significa que para cada R$ 1,00 de custo apropriado à encomenda, será atribuído R$ 1,40 de Receita. Logo, No 1º exercício social a Receita será: Receita = Custo acumulado * R$ 1,40 Receita = R$ 11.200,00 No 2º exercício social ocorre: 1. Revisão dos custos estimados em 20% superior ao estimado. 2. Revisão do preço de venda em 35% 3. Custos acumulados no 2º ano: R$ 15 mil. 4. Alteração da margem de lucro para 57,5% No 3º exercício social ocorre: 1. O término da ordem de produção; 2. A entrega da caldeira ao cliente e 3. O faturamento do produto. Pelo critério do custo de conversão: É utilizado quando há componentes já prontos de terceiros que tenham participação no custo estimado para uma encomenda. Por estar no custo total incluída parcela relativa a itens que não representam esforços da própria empresa, e sim valores adquiridos prontos de terceiros, prefere-se muitas vezes, excluir esse item do cálculo, não se apropriando o lucro sobre eles. Aplicação Prática Teórica EXERCÍCIO - AULA 11 1. Uma empresa fechou um contrato para entrega de um equipamento dali a 3 anos, estimando custos de R$ 4.800.000,00 e o preço de venda contratual de R$ 6.000.000,00. No ato da assinatura do contrato, a empresa recebeu como adiantamento a importância de R$ 2.000.000,00. Ao término do primeiro ano, a contabilidade havia acumulado R$ 2.000.000,00 de custos nessa encomenda. Não houve revisões dos custos estimados nem no preço de venda contratual. No segundo ano, a contabilidade acumulou R$ 2.500.000,00 de custos nessa encomenda. Os custos estimados foram revisados, passando para R$ 6.000.000,00, já o preço de venda foi reajustado em 20%. Sabe-se que o faturamento dessa encomenda, ao término da produção, foi de R$ 11.000.000,00, e que os custos acumulados desde o início da fabricação totalizaram R$ 8.000.000,00. Pede-se: Calcule o valor da receita para cada exercício social pelo critério da proporcionalidade do custo total.
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