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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BARRA MANSA PRÓ-REITORIA ACADÊMICA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA TURBINA A GÁS E SUA APLICAÇÃO NO SETOR DE OLÉO E GÁS Bruna de Almeida Santos – 20151000090 Bruno Fidelis Barbosa - 20151000016 Bruno Richard R. dos Santos - 2015100091 Caio Henrique P. dos Santos - 201510000 Igor Medeiros Fontes da Silva – 20141001201 José Carlos Sandim - 20141001005 Juvenal Lucio da Silva Basilio Junior – 20151000093 Lucas Souza A. Silva - 20151000051 Marcos Vinicios de Carvalho Silva - 20151000007 Mateus Henrique Tolentino - 20151001414 Matheus Guimarães Alves - 20161000252 Thaiane Fernandes da Silva - 20151001460 Vinicius Silva da Cruz – 20151000088 BARRA MANSA 2018 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BARRA MANSA PRÓ-REITORIA ACADÊMICA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA TURBINA A GÁS E SUA A PLICAÇÃO NO SETOR DE OLÉO E GÁS Bruna de Almeida Santos – 20151000090 Bruno Fidelis Barbosa - 20151000016 Bruno Richard R. dos Santos - 2015100091 Caio Henrique P. dos Santos - 201510000 Igor Medeiros Fontes da Silva – 20141001201 José Carlos Sandim - 20141001005 Juvenal Lucio da Silva Basilio Junior – 20151000093 Lucas Souza A. Silva - 20151000051 Marcos Vinicios de Carvalho Silva - 20151000007 Mateus Henrique Tolentino - 20151001414 Matheus Guimarães Alves - 20161000252 Thaiane Fernandes da Silva - 20151001460 Vinicius Silva da Cruz - 20151000088 Trabalho apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica do Centro Universitário de Barra Mansa, como requisito parcial para a obtenção da nota 2 na disciplina de Máquinas Térmicas, sob a orientação do Professor Wilson Faria. Barra Mansa - RJ 2018 RESUMO A proposta desse trabalho, tem como objetivo realizar uma pesquisa bibliográfica sobre o tema de uma turbina a gás e suas aplicações no setor de óleo e gás, tem como a finalidade de obter conhecimento sobre a matéria abordada. Nessa pesquisa foi demostrado a linha cronológica do desenvolvimento de uma turbina a gás, como seus principais componentes atuando em um sistema termodinâmico e tipo de ciclo que é utilizando, logo identificando o tipo ciclo aberto ou fechado, funcionamento, combustíveis ideias que devem ser utilizados, principais defeitos dos materiais e falhas de materiais durante o tempo e os tipos de manutenção em uma turbina a gás. Com todas essas informações que obtemos com a pesquisa bibliográfica, podemos concluir que a turbina a gás é uma maquina térmica, na qual se aproveita diretamente a energia liberada na combustão que são armazenadas nos gases produzidos que ocasionalmente se expandem. Nos dias atuais utilizam-se turbina a gás para acionar equipamentos como compressores, bombas e gerados, devido a sua construção compacta, menor peso e a alta potência quando comparado com os motores tradicionais de combustão interna. Palavra-chave: Turbina à gás, expansão, combustão e partida ABSTRACT The purpose of this work is to carry out a bibliographical research on the subject of a gas turbine and its applications in the oil and gas sector, in order to obtain knowledge about the matter addressed. In this research was demonstrated the chronological line of the development of a gas turbine, as its main components acting in a thermodynamic system and type of cycle that is using, soon identifying the type open or closed cycle, operation, ideas fuels that should be used, major defects of materials and material failures over time and types of maintenance in a gas turbine. With all this information that we obtain with the bibliographical research, we can conclude that the gas turbine is a thermal machine, in which the energy released in the combustion is directly utilized that are stored in the gases that occasionally expand. Nowadays, a gas turbine is used to drive equipment such as compressors, pumps and generators, due to its compact construction, lower weight and high power when compared to traditional internal combustion engines. Keyword: gas turbine, expansion, combustion, match LISTA DE FIGURAS FIGURA 1: Primeira turbina a gás FIGURA 2: Primeiro motor de uma turbina a gás de uma aeronave. FIGURA 3: Ciclo de Brayton FIGURA 4: Ciclo Brayton aberto FIGURA 5: Ciclo Brayton Fechado FIGURA 6: Componentes de uma turbina a gás FIGURA 7: Representação de uma compressor. FIGURA 8: Representação da câmara de combustão. FIGURA 9: Representação da turbina FIGURA 10: Compressor axial FIGURA 11: Conjunto rotor do compressor axial de uma turbina. FIGURA 12: Compressor radial FIGURA 13: Esquema de uma fratura em eixo FIGURA 14: Fratura por fadiga em uma parafuso FIGURA 15: Exemplo de oxidação FIGURA 16: Motor de partida pneumática FIGURA 17: Partida por combustão (Triple-breech cartridge – cartucho culatra tripla) FIGURA 18: Trocador de calor FIGURA 19: Filtro de óleo LISTA DE TABELA TABELA 1: Valores característicos de combustíveis para turbina a gás TABELA 2: Temperaturas obtidas por termopares TABELA 3: Temperaturas obtidas por termopares SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 9 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFIA .................................................................... 10 2.1 HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO DA TURBINA A GÁS.10 2.2 PRINCIPIOS TERMODINÂMICOS ASSOCIADOS AS TURBINAS A GÁS 13 2.2.1 FUNCIONAMENTO EM CICLO ABERTO DE UMA TURBINA A GÁS 14 2.2.2 FUNCIONAMENTO EM CICLO FECHADO DE UMA TURBINA A GÁS 15 2.3 CLASSIFICAÇÃO DA TURBINA A GÁS ................................. 16 2.3.1 PRINCIPAIS COMPONENTES DE UMA TURBINA A GÁS 2.3.1.1 COMPRESSOR ............................................. 18 2.3.1.2 CÂMARA DE COMBUSTÃO ....................... 18 2.3.1.3 TURBINA ...................................................... 19 3. CARACTERISTICAS TÍPICAS DOS COMPRESSORES ..................... 20 4. CONSTRUÇÃO E PRINCÍPIOS DE OPERAÇÃO ................................ 23 4.1 MATERIAS ............................................................................... 23 4.2 COMBUSTIVEIS ...................................................................... 24 4.3 COMBUSTÃO .......................................................................... 24 5. COMPORTAMENTO DOS MATERIAIS ................................................ 25 5.1 FLUÊNCIA ................................................................................ 25 5.2 FADIGA ................................................................................... 26 5.3 CORROSÃO ............................................................................. 28 5.4 EROSÃO ................................................................................. 29 6. TIPO DE COMBUSTIVEIS ..................................................................... 30 6.1 COMBUSTIVEL SÓLIDO. ......................................................... 30 6.2 COMBUSTIVEL LÍQUIDO. ........................................................ 31 6.2.1 COMBUSTIVEL PESADO. ........................................... 31 6.2.2 ÓLEO CRU .................................................................. 31 6.2.3 DIESEL. ....................................................................... 32 6.2.4 ÓLEO DE XISTO. ........................................................ 32 6.2.5 ÁLCOOL. ..................................................................... 33 6.3 COMBUSTIVEIS GASOSOS..................................................... 33 6.3.1 GÁS POBRE. ................................................................ 33 6.3.2 GÁS NATURAL. .......................................................... 33 6.3.3 GASES DE ALTO FORNOS ......................................... 34 6.3.4 GASEIFICAÇÃO DE CARVÃO .................................... 34 6.4 DERIVADOS DE PETRÓLEO ..................................................... 35 7. SISTEMA DE PARTIDA E IGNIÇÃO ...................................................... 35 7.1 – SISTEMA DE PARTIDA ........................................................... 35 7.1.1 – PARTIDA ELÉTRICA................................................. 36 7.1.2 – PARTIDA PNEUMÁTICA ........................................... 36 7.1.3 – PARTIDA POR COMBUSTÃO ................................... 37 7.2 – SISTEMA DE IGNIÇÃO ........................................................... 37 8. NOÇÕES BÁSICAS DE MANUTENÇÃO ................................................ 38 8.1 – CONDIÇÕES QUE AFETAM A MANUTENÇÃO DAS TURBINAS A GÁS 39 8.1.1 – TIPO DE CARGA ................................................................... 39 9. ASPECTOS DE MANUTENÇÃO .................................................. 44 9.1 – MANUTENÇÃO CORRETIVA ........................................ 44 9.2 – MANUTENÇÃO PREVENTIVA ....................................... 45 9.3 – MANUTENÇÃO PREDITIVA ......................................... 46 10. SISTEMA DE PROTEÇÃO DA TURBINA A GÁS ....................... 47 10.1 – INSTRUMETAÇÃO ....................................................... 48 10.2 – PRINCIPAIS VARIAVEIS .............................................. 50 11. PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO DO CONTROLE DE COMBUSTIVEL ............................................................................................. 53 12. SISTEMAS AUXILIARES ........................................................................ 53 12.1 – SISTEMA DE AR DE COMBUSTÃO ........................................53 12.2 – CAIXA ACÚSTICA ....................................................................54 10 12.3 – SISTEMA DE AR DE VENTILAÇÃO........................................ 55 12.4 – SISTEMA DE ÓLEO DE LUBRIFICANTE ................................56 12.5 –SISTEMA DE ÓLEO PARA COMANDO. .................................... 60 12.6 – SISTEMA DE PARTIDA ............................................................ 61 12.7 – SISTEMA DE COMBUSTIVEL .................................................. 61 12.8 SISTEMA DE CONTROLE FLUXO DE AR ................................... 62 13. CONCLUSÃO ............................................................................................ 63 11 1. INTRODUÇÃO O desenvolvimento das turbinas a gás começou paralelamente ao desenvolvimento do motor a vapor. Somente a partir da década de 30, a turbina a gás tornou-se um produto comercial devido à necessidade da indústria aeronáutica de desenvolver propulsão com menor relação peso/potência. A turbina a gás é uma máquina térmica na qual se aproveita diretamente a energia liberada na combustão armazenada nos gases produzidos que se expandem, de forma parecida que o vapor nas turbinas a vapor, sobre as palhetas móveis de um rotor. O termo turbina a gás é mais comumente empregado em referência a um conjunto de três equipamentos: compressor, câmara de combustão e turbina propriamente dita. Esta configuração forma um ciclo termodinâmico a gás, cujo modelo ideal denomina-se Ciclo Brayton, concebido por George Brayton em 1870. A denominação turbina a gás pode ser erroneamente associada ao combustível utilizado. A palavra gás não se refere à queima de gases combustíveis, mas, sim ao fluido de trabalho da turbina, que é neste caso a mistura de gases resultante da combustão. O combustível em si pode ser gasoso, como gás natural, gás liquefeito de petróleo (GLP), gás de síntese ou líquido, como querosene, óleo diesel e até mesmo óleos mais pesados. 12 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFIA 2.1 HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO DA TURBINA A GÁS No período do século XVIII na Inglaterra John Barber, patenteou um método que elevaria o ar inflamável com efeito de adquirir movimentos, contribuindo com o desenvolvimento das operações industriais, o método possuía características semelhantes a de uma turbina a gás. No entanto, o criador da primeira turbina a gás, foi Egidius Elling (1861- 1949), um Norueguês engenheiro. Considerado, sendo o pai da turbina a gás, patenteou a primeira turbina em 1884. No ano de 1903, finalizou sua primeira turbina a gás, a mesma possuía um sistema de compressão do ar e a turbina giratória, capaz de produzir aproximadamente 11 cavalo força. Em 1912, o engenheiro desenvolveu um sistema de turbina, separando a turbina do compressor em série, seu maior desafio era desenvolver materiais capaz de resistir as altas temperaturas para que as turbinas possuísse uma boa potência em sua saída. No mesmo ano, sua turbina tinha a capacidade de suportar temperaturas aproximadamente 400º Celsius de entrada. Esse tipo de turbina era ideal para os aviões. 13 Figura 1: Primeira turbina a gás Fonte:www.omnia.ie/index.php?navigation_function=2&navigation_item=%2F2022608%2FNTM _NTM_C_4466&repid=1 Depois de vários anos, surgiu uma estudante de aeronáutica Frank Whittle (1907-1996), o mesmo estudou o trabalho realizado pelo engenheiro Egidius Elling, assim conseguindo desenvolver o primeiro motor de turbina a gás de uma aeronave. Em 16 de janeiro 1930, Whittle, solicitou sua primeira patente. Seu estudo exibia compressor com dois estágios axial seguido por um outro compressor centrífugo simples. O primeiro motor desenvolvido por whittle, teve seu funcionamento no ano de 1937. 14 Figura 2: Primeiro motor de turbina a gás de uma aeronave. Fonte: Pet metrologia e automação. A turbina a gás é uma máquina térmica que utiliza o ar como fluído motriz para geração de energia. O ar é acelerado, onde ganha um aumento de energia cinética. Para que esse fenômeno aconteça, o fluído tem um ganho de pressão e, logo é adicionado o calor, gerando a combustão. Devido o aumento da energia (entalpia), toda essa energia liberada se transforma em potência no eixo da turbina. Os componentes quando juntos atuam sobre a terceira lei de newton, que seria a seguinte: “Toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: as ações mútuas de dois corpos sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em sentidos opostos” (Isaac Newton.) 15 O comportamento das turbinas se da pelo deslocamento da força que é propulsionada, assim formando a criação de massa através da aceleração das partículas. 2.2 PRINCIPIOS TERMODINÂMICOS ASSOCIADOS AS TURBINAS A GÁS Na termodinâmica, a turbina a gás utiliza o ciclo padrão de ar Brayton é um ciclo ideal para turbinas a gás simples. O ciclo apresenta um diagrama esquemático de ciclo aberto, que atua um processo de combustão interna na turbina a gás simples, quanto ao ciclo fechado utiliza dois processos de transferência de calor (SONNATA; BORGNAKKE; VAN WYLEN, 2003). Figura 3 : Ciclo de Brayton Fonte: SONNATA; BORGNAKKE; VAN WYLEN, 2003 Uma das caracteristicas mais importante do ciclo Brayton, consisti em que o compressor utiliza grande quantidadede trabalho em sua operação, em relação ao confronto com o trabalho gerado na tubina. A potência utilizada no compressor com o relato de 40% a 80% de potência que e desenvolvida na turbina, isso e particulamente essencial quando se considera o ciclo real, devido ao efeito de perdas de cargas que requer uma maior quantidade de trabalho exercido no compressor e assim realizando uma menor quantidade de trabalho na turbina. Com o remdimento global diminui rapidamente, com a diminuição das eficiencias do compressor e da turbina. (SONNATA; BORGNAKKE; VAN WYLEN, 2003). 16 Principal diferença do ciclo da turbina a gás real do ciclo ideal está relacionada à irreversibilidade do compressor e da turbina, com isso a perda de carga nas passagens do fluido e na câmara de combustão. A principal importância do ciclo padrão a ar Brayton consiste no acontecimento de permitir analisar qualitativamente a influência de variáveis no desempenho do ciclo. 2.2.1 FUNCIONAMENTO EM CICLO ABERTO DE UMA TURBINA A GÁS Com a partida de uma turbina é necessário ter uma sistema de arranque, assim podendo por o compressor em funcionamento. Quando o compressor atinge uma determinada velocidade, o ar atmosférico é aspirado, logo o ar é comprimido e conduzido automaticamente até a câmara de combustão, onde é misturado com o combustível líquido ou gasoso. A energia resultante de combustão libera gases quentes que se expandem através da turbina, assim produzindo energia mecânica. O equilíbrio da combustão resulta com a temperatura na secção da turbina, mantendo através do controle da relação do ar e combustível. Após o ar comprimido passar pelo combustor, a temperatura se eleva devido a queima do gás, em seguida a mistura é direcionada para o acionamento da turbina. A pressão gerada é reduzida à pressão atmosférica e a redução da temperatura. Quando uma turbina estiver operando isoladamente, resultando no ciclo simples, como o ciclo das aeronaves, sua eficiência térmica é baixa, em média de 36%, ou seja, cerca de 64% do calor motivado pela queima do combustível é perdido nos gases de exaustão. Pode-se elevar a eficiência térmica através da elevação de temperatura e pressões de entrada. Com tudo, isso pode elevar o custo de construção e manutenções dos equipamentos dos processos. 17 Figura 4: Ciclo Brayton Aberto Fonte: www.researchgate.net/figure/264084421_fig1_FIGURA-1-Fluxogramas-das- turbinas-a-gas-a-Ciclo-aberto-b-Ciclo-fechado-Fonte 2.2.2 FUNCIONAMENTO EM CICLO FECHADO DE UMA TURBINA A GÁS Os gases do escape que sai da turbina é diretamente excluído em forma não reciclada, classificando como um ciclo aberto. No ciclo fechado, o processo de compressão e expansão tende os mesmos princípios, no entanto, o processo de combustão é substituído por um processo de troca de calor para que o aproveitamento da parte da energia seja perdida no ciclo em forma de calor. O clico Brayton fechado utiliza o calor perdido para gerar mais trabalho. Para realizar uma construção do ciclo Brayton fechado, é necessário que a câmara de combustão seja removida e que o caminho de fluido de trabalho seja quase integralmente refeito e acrescentando um trocador de calor ao sistema. A finalidade desse equipamento é preservar um parte do calor gerado dentro do processo, visando manter a temperatura de operação do ciclo 18 em valores altos de maneira à tirar várias vantagem, obtendo uma relação de boa eficiência de conversão do ciclo Brayton operando em altas temperaturas. Figura 5: Ciclo Brayton fechado Fonte: www.researchgate.net/figure/264084421_fig1_FIGURA-1-Fluxogramas-das- turbinas-a-gas-a-Ciclo-aberto-b-Ciclo-fechado-Fonte 2.3 CLASSIFICAÇÃO DA TURBINA A GÁS Apesar das muitas aplicações e dos diversos tipos de turbinas a gás, há entre elas uma série de aspectos que possibilitam uma classificação. Entre várias classificações, pode-se citar: Quanto ao Ciclo: Aberto e Fechado. Quanto à Construção: Leves (Jet-derived GT- derivadas de turbinas aeronáuticas) e Pesadas (Heavy-Duty GT). Quanto ao Método de Transmissão de Força: Livres, Transmissão Direta e Transmissão por Engrenagens (Caixa de Redução ou Ampliação da Rotação). 19 Quanto à Rotação: Operação em Velocidade Constante (turbo-alternadores)e Operação em Velocidade Variável (turbo-bombas e turbo-compressores). Quanto ao Número de Eixos: De um eixo e De vários eixos Quanto à Localização: On Shore (Interna), Offshore (Externa) e Móvel (on- board) ,especialmente aplicações marítimas. Quanto à Aplicação: Industrial, Marítima e Aeronáutica. 2.3.1 PRINCIPAIS COMPONENTES DE UMA TURBINA A GÁS A turbina a gás e composta por esses principais componentes como demostra figura: Figura 6: Componentes de uma turbina a gás Fonte: Magnetiismo.blogspot.com/2012/04/north-american-eagle.html. 2.3.1.1 COMPRESSOR O compressor de ar da turbina a gás pode ser centrifugo ou axial, ambos são construídos por um rotor e um difusor, assim podendo construir um 20 estágio. Geralmente, são constituídos por vários estágios, e que permite a instalações de resfriadores intermediários que melhoram o rendimento da instalação, ao reduzi a temperatura do ar entre uma compressão e outra. Ainda com relação ao rendimento, o compressor axial apresenta um maior rendimento que o compressor centrifugo. Figura 7: Representação de uma compressor. Fonte: www.aeromagazine.uol.com.br/artigo/onde-esta-turbina_3402.html 2.3.1.2 CÂMARA DE COMBUSTÃO A câmara de combustão pode ser simples ou múltipla. As múltiplas são sempre tubulares e as simples podem ser tubulares ou anulares. Por sua vez todos estes tipos podem ser de construção horizontal ou vertical. As que são construídas na horizontalmente são montadas em cima ou ao redor da turbina 21 já as que são construídas na vertical são montadas ao lado da turbina. A câmara de combustão realiza as seguintes operações: Pulverização do combustível. Vaporização do combustível. Faz a mistura ar-combustível. Inflamação e combustão da mistura. Diluição dos produtos de combustão. Figura 8: Representação da câmara de combustão. Fonte: www.aeromagazine.uol.com.br/artigo/onde-esta-turbina_3402.html 2.3.1.3 TURBINAS A turina a gás propriamente descrita como axial ou radial. As axiais são as mais utilizadas. São construídas de uma forma parecida com as turbinas a vapor e assim podendo ser de ação ou reação. 22 Figura 9: Representação da turbina. Fonte: : www.aeromagazine.uol.com.br/artigo/onde-esta-turbina_3402.html 3. CARACTERISTICAS TIPICAS DOS COMPRESSORES A compressão do ar é a primeira etapa do processo que ocorre dentro de uma turbina a gás. O compressor é responsável por capturar o ar atmosférico, em pressão e temperatura ambientes, comprimindo o ar antes de injetá-lo no combustor, onde a queima é realizada com o combustível. A entrada de ar e combustível no combustor deve ser estabelecido de forma correta a fim de promover uma queima eficiente. O compressor tem a responsabilidade de fornecer a vazão de ar comprimido necessária regulando a vazão de entrada do ar atmosférico. A manipulação da vazão do ar que entra é realizada pelo sistema de controle, que atua nas palhetas localizadas na entrada do compressor, chamadas de IGV (Inlet Guide Vanes), e que são capazes de modificar seu ângulo de abertura. 23 Existem dois tipos de compressoresque conseguem atingir os objetivos: compressor axial e compressor radial. Compressor axial: o fluxo segue um caminho praticamente paralelo ao eixo de rotação e há múltiplos estágios de compressão para conseguir alcançar a razão de compressão desejada. Cada estágio de um compressor axial é formado por uma fileira de palhetas rotativas, chamada rotor, seguida por uma fileira de palhetas fixas, chamada estator. Normalmente, os compressores axiais podem vir a ter até 19 estágios. Figura 10: Compressor axial Fonte: (COHEN, ROGERS e SARAVANAMUTTOO, 1996). Figura 11: Conjunto rotor do compressor axial de uma turbina. 24 Fonte: www.br.pinterest.com/pin/152981718576309178/ Compressor radial: redireciona o fluído de trabalho para uma caminho paralelo ao raio do seu rotor e seus estágios são formados por um rotor centrífugo e um difusor. Normalmente, os compressores radiais podem ter apenas 1 ou 2 estágios. 25 Figura 12: Compressor radial Fonte: (COHEN, ROGERS e SARAVANAMUTTOO, 1996). 4. CONSTRUÇÃO E PRINCÍPIOS DE OPERAÇÃO 4.1 MATERIAS A confiabilidade e disponibilidade das turbinas a gás são normalmente uma importante preocupação para seus operadores. Limitações à continuidade operacional das plantas, são frequentemente impostas por falhas prematura de componentes críticos das partes quentes, tais como palhetas e expansores ou camisas do combustor. Estes componentes operam em difíceis condições combinadas de tensão e temperatura, em um fluxo de gases a alta velocidade, que pode conter produtos agressivos, provenientes do combustível ou do ar ambiente. Os materiais usados para estes componentes precisam ter propriedades físicas e 26 mecânicas adequadas para atender às solicitações específicas impostas ao componente. Estes materiais usados nas partes quentes das turbinas a gás, compreendem um conjunto de ligas à base níquel ou à base de cobalto, conhecidas, por sua superior desempenho em temperaturas elevadas, como superligas (“superalloys”). As superligas de níquel são normalmente as preferidas para componentes rotativos, devido à sua ótima resistência à fluência, enquanto as superligas de cobalto são usualmente empregadas nos componentes estacionários, devido á ótima resistência à temperatura e a fadiga térmica. 4.2 COMBUSTIVEIS O combustível utilizado é especificado pelo ambiente em que a turbina se encontra. Os mais comumente usados são o gás natural e substratos líquidos do petróleo, óleo cru, diesel, querosene e gás liquefeito de petróleo (GLP) , embora atualmente também existam turbinas com sistema de dual-fuel, ou seja, podem operar com dois tipos de combustível, basicamente gás natural com combustíveis líquidos. 4.3 COMBUSTÃO O sistema de combustão da turbina a gás é bastante complexo por ser um processo que envolve dinâmica dos fluídos, combustão e design mecânico. Por muitos anos, o estudo dedicado a esta parte da turbina era feito com embasamento em tentativas e erros. Somente a partir do desenvolvimento de programas computacionais dedicados a análise da dinâmica dos fluídos, pode aprofundar nos conceitos teóricos do sistema de combustão. Para as aplicações offshore, serão levados em consideração os combustíveis citados acima e injeção constante, tendo em vista a não ocorrência de variações abruptas no meio externo. O que não é o caso de 27 aviões, que por conta das subidas e descidas em sua trajetória sofrem variações de pressão, temperatura externas, densidade ou vazão mássica de ar que entra no compressor. Estas variações se tornam uma complicação à medida que a proporção ar/combustível deve ser mantida, deste modo, a injeção do combustível deve ser ajustada constantemente para que a máquina não exceda sua temperatura limite. Em uma turbina a gás comum de ciclo aberto, a combustão é um processo contínuo no qual o combustível é borrifado e inflamado juntamente com o ar fornecido pelo compressor. O processo é iniciado por uma faísca elétrica uma única vez, a partir daí a chama é autossustentável. 5. COMPORTAMENTO DOS MATERIAIS 5.1 FLUÊNCIA A fluência é a deformação plástica que ocorre no material, sob tensão constante ou quase constante, em função do tempo. A temperatura tem um papel importantíssimo nesse fenômeno. A fluência ocorre devido à movimentação de falhas, que sempre existem na estrutura cristalina dos metais. Não haveria fluência se estas falhas não existissem. Existem metais que exibem o fenômeno de fluência mesmo à temperatura ambiente, enquanto outros resistem a essa deformação mesmo a temperatura elevada. As exigências de uso têm levado ao desenvolvimento de novas ligas que resistam melhor a esse tipo de deformação. A necessidade de testar esses novos materiais, expostos a altas temperaturas ao longo do tempo, define a importância deste ensaio. Palhetas de rotores de turbinas a gás sofrem fluência porque operam em temperaturas elevadas e estão submetidas a elevados esforços centrífugos. As condições combinadas de tensão e temperatura costumam ocorrer a meia altura da palheta, sendo nesta região que costumam ocorrer as fraturas por fluência. A fluência é o principal fator limitante da vida das palhetas principalmente quando a turbina trabalha com combustível isento de contaminante e em regime de operação contínua. 28 É bastante difícil definir antecipadamente à vida das palhetas considerando-se a fluência porque as condições operacionais da turbina influenciam bastante este tempo estimado. Uma maneira de fazer esta avaliação é medirmos o alongamento das palhetas, sendo uma prática comum substituí-las quando sua deformação atingir 0,5%. Uma outra maneira é monitorar as alterações sofridas pela microestrutura metalúrgica das palhetas e a partir daí determinar o estado de fluência das palhetas. O ponto ótimo para a troca é o inicio da fase terciária que pode ser identificado pelo aparecimento de vazios e micro trincas na estrutura metalúrgica do material. 5.2 FADIGA A fadiga é um processo que causa a falha do componente pela aplicação de tensões cíclicas. Quando estas tensões são pequenas e de alta frequência temos a fadiga de alta frequência. Quando as tensões são altas e baixa frequência temos a fadiga de baixa frequência. A aplicação repetitiva de gradientes térmicos transitórios em um determinado componente causa a fadiga térmica. A maioria dos componentes da parte quente de uma turbina a gás está sujeita a alguma forma de tensão cíclica e pode, portanto, falhar por fadiga. A fadiga de alta frequência nas turbinas a gás está associada à vibração mecânica de algum componente causada por uma força excitadora de alta frequência, por exemplo, uma frequência de passagem de palhetas. Fadiga de baixa frequência e fadiga térmica são problemas associados com os processos de partida e parada da turbina ou com variações de carga durante sua operação. Ambas são importantes causas de preocupação em turbinas de aviação, que operam em regime de partidas e paradas frequentes. Turbinas industriais, em muitos casos, são sujeitas também a este tipo de fadiga, devido à ocorrência de frequentes paradas, ocasionadas por proteções do próprio equipamento ou pelo próprio processo onde a turbina opera. Durante o processo de partida os discos e palhetas são fortemente tensionados por uma combinação de esforços de origem mecânica e térmica, 29 que após um determinado número de ciclos causam o aparecimento de pequenas trincas no material. Figura 13: Esquema deuma fratura em eixo Fonte: Apostila turbina á gás UMNAL Para garantir a segurança operacional da turbina é necessário submeter os componentes da parte quente a inspeções periódicas, usando técnicas não destrutivas de detecção de trincas. Expansores são componentes particularmente sujeitos à fadiga térmica porque as tensões induzidas pela dilatação térmica são acentuadas pela dificuldade estrutural de expansão destes componentes. O aparecimento de trincas por fadiga térmica no bordo de saída das pás dos expansões é um problema bastante frequente em turbinas a gás. 30 Figura 14: Fratura por fadiga em um parafuso Fonte: Apostila turbina a gás UMNAL 5.3 CORROSÃO A corrosão galvânica é o fenômeno associado à diferença de potencial elétrico que se estabelece na presença de materiais diferentes quando justapostos ou perante substâncias ativas que reagem com os metais com os quais entram e em contacto. Este fenômeno é agravado na presença de certas substâncias químicas como por exemplo sal (dissolvido na água do mar e é aspirado pela turbina durante os vôos sobre o mar ou quando a mesma está instalada próxima ao mar), substâncias ácidas (aspiradas durante os vôos sobre zonas altamente poluídas e produzidas pela combustão dos hidrocarbonetos presentes no combustível) e outros elementos químicos e na presença de temperaturas elevadas. A condensação do ar, já com a turbina parada, tende a concentrar-se nas partes baixas de algumas zonas do motor criando focos de corrosão por contacto com a água. Se água contiver agentes químicos nocivos o efeito será muito mais pronunciado. Por esta razão é aconselhável efetuar lavagens frequentes no compressor. A frequência das lavagens dependerá do grau de severidade do meio em que turbina opera. Uma das formas de combater a corrosão é efetuar da lavagem interna para eliminar as substâncias químicas, substâncias ácidas e outros elementos 31 químicos que aceleram o processo de corrosão. A principal função da lavagem interna da turbina, mais especificamente no compressor de ar, é de recuperar a eficiência da máquina, que é prejudicada devido a presença das sujeiras que são depositadas nas superfícies das blades e vanes. Estas sujeiras aumentam a rugosidade dificultando a passagem o ar, provocando perda de pressão de descarga, e por sua vez perda de potência. Outra finalidade é retirar as impurezas dos orifícios de refrigeração. Normalmente este processo de lavagem é usado água destilada misturado com um tipo de desengraxante especial para aviação. Figura 15: Exemplo de oxidação Fonte: Apostila turbina a gás UMNAL 5.4 EROSÃO A erosão está ligada à qualidade do ar aspirado pelo compressor e à qualidade do tratamento do combustível usado para a turbina a gás. A consequência deste fenômeno é a perda progressiva de material provocado pela colisão do fluxo de gases quentes contra a superfície da peça, com o ar fortemente comprimido e escoado a elevada velocidade nas superfícies 32 metálicas dos componentes e peças dos motores. O desgaste assim produzido origina perda de material, alteração de dimensões e diminuição de eficiência. Algumas formas de prevenir a erosão durante a operação do equipamento seria manter o sistema de filtragem eficiente, tratamento do combustível a ser utilizado e controle de combustível bem ajustado. 6. TIPOS DE COMBUSTIVEIS Normalmente os combustíveis são de origem fóssil, constituindo os hidrocarbonetos podem conter impurezas como enxofre e cinzas. Gases combustíveis sintéticos (artificiais) como gás de alto forno, carvão de madeira gaseificado também pode ser usado. No caso de circuitos fechados pode-se, ainda, utilizar calor de rejeito de processos químicos (uso de trocador) ou ainda calor proveniente de reator nuclear onde o hélio é usado como fluído de trabalho. A tabela a abaixo apresenta os principais combustíveis e suas principais características. Tabela 1: Valores característicos de combustíveis para Turbinas a Gás Fonte : VARELLA, Sebastião; Introdução às Turbinas à Gás; Apostila FUPAI Dos combustíveis tradicionais temos 3 tipos: sólido, líquido e gasoso. 6.1 COMBUSTÍVEL SÓLIDO Devido ao conteúdo de cinzas e demais impurezas (metal, enxofre, etc.), este tipo de combustível é geralmente utilizado em turbinas com circuitos 33 fechados (podendo, em alguns arranjos, ser um circuito aberto- caso onde há necessidade de um trocador de calor). Particularmente aqui no Brasil existe um potencial bastante grande para uso deste tipo utilizando cavaco de madeira ou bagaço de cana encontrados em abundância. 6.2 COMBUSTÍVEL LÍQUIDO Diversos tipos ocorrem desde os leves como a Querosene de uso aeronáutico até aos pesados como óleo cru (petróleo), cujo preço é o menor, porém com a desvantagem de ter um conteúdo de cinzas muito grande o que é altamente prejudicial ao funcionamento da turbina. 6.2.1 ÓLEO PESADO Conteúdo de cinza 0,010 – 0,04% Necessita chama muito quente Diminui vida útil - Diminui tempo carga parcial Formam depósitos - contém asfalto e betume (alcatrão) Perigo de formação de depósitos na câmara de combustão e nas pás Piora escoamento - perigo de danificação das pás devido ao desprendimento de pedaços de coque. Trabalho com temperatura 750ºC Deve conter pouco sódio. 6.2.2 ÓLEO CRÚ Bom, mas a maior parte dos componentes voláteis têm a tendência de formar coque Flutuante. 34 6.2.3 DIESEL O óleo diesel é um combustível fóssil, derivado do petróleo, formado basicamente por hidrocarbonetos, possuindo também uma pequena quantidade de oxigênio, nitrogênio e enxofre (DEMEC, 2009) O óleo diesel é um combustível considerado nobre e muito pouco utilizado para queima em caldeiras. Apresenta características como o baixo ponto de fulgor e alta inflamabilidade, o que facilita o seu manuseio e queima. O que praticamente inviabiliza o seu uso é o alto custo. É usado como combustível em motores de combustão interna, nos quais a ignição ocorre pelo aumento de temperatura ao invés de faiscação (ANP, 2009). O óleo diesel é considerado um óleo combustível leve por apresentar viscosidade menor do que dos óleos pesados. Apresenta poder calorífico inferior de 10.200 kcal/kg, e teor de enxofre de 0,05 % (CTGAS, 2009; RAVATO, 2009). 6.2.4 ÓLEO DE XISTO Óleo de xisto é obtido através do processamento do xisto betuminoso, sendo um produto de alto poder calorífico e se apresenta como uma melhor alternativa para os óleos combustíveis derivados de petróleo. Mostra-se um combustível energeticamente equivalente e com maior fluidez resultando em um fácil manuseio, reduzindo custos de operação para o usuário e eliminando os transtornos associados ao aquecimento do óleo. Apresenta características técnicas melhores que os óleos pesados. O óleo de xisto refinado é idêntico ao petróleo de poço, sendo um combustível muito valorizado. Os EUA detêm a maior reserva mundial, seguidos pelo Brasil, cujo principal depósito fica no Paraná na formação Irati (DALLABONA et al, 2007). Apresenta poder calorífico inferior de 9.700 kcal/kg, ponto de fluidez de 3 °C e teor de enxofre de 1 %. (RAVATO, 2009). 35 6.2.5 ÁLCOOL É adequado, porém o custo é alto. 6.3 COMBUSTÍVEIS GASOSOS Os principais são gás pobre (gás de alto forno) e gás natural. 6.3.1 GÁS POBRE - Subproduto barato - Baixo poder calorífico inferior - Necessita umadispendiosa Purificação (despoeiramento) - Grande volume - dutos e câmara de Combustão grandes. - Diferentes misturas podem causar corrosão. 6.3.2 GÁS NATURAL O gás natural (GN) é um combustível fóssil encontrado em rochas porosas no subsolo. Ele possui aplicações domésticas, industriais e automotivas, sendo composto por gases inorgânicos e hidrocarbonetos saturados, predominando o metano. A combustão do gás natural é limpa, isenta de fuligem e outros materiais que prejudicam o meio ambiente. Geralmente apresenta baixos teores de contaminantes como o nitrogênio, dióxido de carbono, água e compostos de enxofre (PETROBRÁS, 2009). Mostra-se como o combustível fóssil mais limpo entre os consumidos no mundo. Sua queima emite baixíssimas quantidades de dióxido de enxofre e material particulado. 36 Caracteriza-se principalmente por sua eficiência, limpeza e versatilidade. Contribui para reduzir o desmatamento e diminuir o tráfego de caminhões que transportam óleos combustíveis para as indústrias (PETROBRÁS, 2009). Apresenta o valor de poder calorífico inferior de 9.400 kcal/kg, massa específica de 0,7 kg/m3 e teor de enxofre de 70 mg/m3 . (CTGAS, 2009; CONPET, 2009). A Resolução ANP n° 16, de 17 de junho de 2008, estabelece a especificação do gás natural, de origem nacional ou importada, a ser comercializado em todo o território nacional. - É o combustível ideal para turbinas - Não há necessidade de limpeza - Pressão é suficiente para injetar diretamente na câmara de combustão. 6.3.3 GASES DE ALTO FORNOS Como a quantidade de pó neste combustível é geralmente elevada, deve ser instalado um filtro na entrada do compressor para sua utilização. Embora seja barato, não é um combustível ideal, pois sem poder calorífico por unidade de volume é baixo necessitando-se de grande quantidade do mesmo. 6.3.4 GASEIFICAÇÃO DE CARVÃO É também indicado, porém mais caro. No momento está em grande desenvolvimento 37 6.4 DERIVADOS DE PETRÓLEO Constituídos por hidrocarbonetos destilados (gasolina, querosene, óleo Diesel, nafta, etc.), são bastante convenientes desde que produzam pouca cinza. Algumas das principais características que devem ter os combustíveis para as turbinas a gás são: • ser abundante na natureza e ter extração rentável; • ter um poder calorífico por unidade de peso ou volume elevado; • produzir gases de combustão que não poluam tanto o meio ambiente; • não atacar as partes que estão em contato com ele ou com os seus produtos de combustão. 7. SISTEMA DE PARTIDA E IGNIÇÃO 7.1 SISTEMA DE PARTIDA Para a partida da turbina precisamos que exista um acessório para dar ao compressor uma rotação mínima a fim de que a massa de ar que está mandando para a câmara de combustão. Esses dois acessórios, motor de partida e sistema de ignição, são coordenados para funcionarem satisfatoriamente durante a partida, por um sistema automático, que corta a ignição após o motor atingir uma certa velocidade, em que a chama não se extinga. A partida pode ser: Partida Elétrica Partida Pneumática Partida por Combustão 38 7.1.1 PARTIDA ELÉTRICA Usa-se um menor acoplado diretamente à turbina, por meio de redução e embreagem. Esse motor elétrico deve girar o compressor até uma determinada velocidade, de acordo com uma curva de aceleração própria de cada turbina. A partir dessa rotação a turbina deverá ter potência suficiente para continuar a acelerar-se e girar todos os demais acessórios, bem como o compressor. 7.1.2 PARTIDA PNEUMÁTICA Consiste de uma pequena turbina a ar que serve para girar o compressor - Figura. O ar para acionar essa turbina deve provir de um compressor auxiliar externo (GPU). Em aviões com várias turbinas somente uma delas tem partida deste modo, enquanto que as demais usam ar do compressor do primeiro motor para acionar as respectivas turbinas de partida. Figura 16: Motor de partida pneumática Fonte: Apostila turbina a gás UMNAL 39 7.1.3 PARTIDA POR COMBUSTÃO Para pequenas turbinas para partidas em aeroportos mal equipados. Queima um combustível especial (por exemplo: nitrato de isopropril) que não precisa de oxigênio, fornecendo elevado torque de partida. Geralmente a carga desse combustível especial dá apenas para 2 ou 3 partidas, uma vez que seu peso irá comprometer a carga do avião . Figura 17: Partida por combustão (Triple-breech cartridge – cartucho culatra tripla) Fonte: Apostila turbina a gás UMNAL 7.2 SISTEMA DE IGNIÇÃO Durante o período de aceleração, na partida, o sistema de ignição é acionado e o combustível é alimentado nos queimadores. A vela (plug) de ignição é colocada próxima ou na zona primária, no caso da câmara de combustão cannular somente em um ou dois tubos de chama. No caso aeronáutico usa-se “Surface- discharge igniter” alta potência – 3 J/s. No caso industrial é o usado “Touch igniter” que é composto de uma vela de ignição e um queimador de pulverização auxiliar em uma carcaça comum. Observação: O queimador auxiliar utiliza combustível destilado 40 8. NOÇÕES BÁSICAS DE MANUTENÇÃO O enorme crescimento da demanda de energia elétrica nos últimos 10 anos e o crescimento estimado para as próximas décadas criaram uma grande oportunidade para usinas utilizando turbinas a gás industriais. O conceito de “pacotes” geradores demonstrou muitas vantagens que permitiram o surgimento de novas aplicações. Algumas características que aceleraram esse crescimento são: A flexibilidade da localização desses pacotes permitem acesso à áreas de demandas sem custosas linhas de transmissão e distribuição. O tamanho reduzido desses pacotes-usinas requerem o mínimo de terreno e obras civis. O tempo de instalação é mínimo, pois já vem praticamente montados da fábrica. O tempo de entrega pelo fabricante é relativamente curto. O R$/kW instalado compete com o de usinas térmicas maiores. O custo de operação está continuamente caindo. Os pacotes podem operar de acordo com condições de demanda, sendo ligados ou desligados em poucos segundos. Não compromete a ecologia, de acordo com as normas atuais. A aplicação do pacote para geração contínua é menos severa que a aplicação em pico devido aos frequentes ciclos térmicos. Entretanto, quando pensamos em termos de tempo decorrido da instalação da unidade, não haverá muita diferença. As instalações para pico são comumente controladas e operadas remotamente, necessitando consequentemente de maior grau de sofisticação do sistema de controle do que as operadas manualmente. O sistema de controle remoto, bem como os necessários dispositivos de supervisão é muitas vezes mais complexo do que aquele necessário para operação manual. Quando outros requisitos adicionais como: queima de dois tipos de combustíveis, partida sem energia, partida elétrica, partida com motor diesel ou com outras turbinas menores, operação em sistemas de energia total, 41 a complexidade do sistema de controle é aumentada. Esse alto grau de sofisticação resulta num novo aspecto de se encararem essas usinas, bem como na determinação da falha e manutenção desses equipamentos. Torna-se imprescindível o treinamento em eletrônica dos operadores e do pessoal de manutenção. A manutenção, em geral, não é bem vista pelo proprietário do grupo, por razões conhecidas. O procedimento de manutenção é muito controvertido. A gama de tipos de manutenção varia desde planejamento criteriosoe execução das inspeções e revisões com relatórios completos das ações e contabilidade de custos, à operação das turbinas até a falha de algum equipamento e, aí, fazendo reparo necessário. Enfim, cada companhia escolhe o tipo de manutenção que melhor se adapte as suas necessidades. Como as variáveis em jogo são muitas, um critério razoável para guiar a manutenção é o registro dos requisitos reais de manutenção de equipamentos similares operando em condições similares (quando disponíveis). Em geral, os custos de manutenção podem ser minimizados com operação correta do equipamento. Similarmente se obtém melhores resultados da manutenção quando esta tem um planejamento cuidadoso. Em geral é a operação imprópria do equipamento a causa de sua deterioração ou quebra. 8.1 CONDIÇÕES QUE AFETAM A MANUTENÇÃO DAS TURBINAS A GÁS 8.1.1 TIPO DE CARGA Geração contínua: A condição mais desejável de trabalho para uma turbina a gás é em carga máxima e continuamente. Esse tipo de operação resulta em menores custos de manutenção por MW.h. As temperaturas nas palhetas das turbinas são constantes e as altas temperaturas das partidas deixam de existir, isto é, as palhetas não são submetidas a ciclos térmicos. Geração contínua com picos: A máxima carga possível é jogada na turbina por pouco tempo. Nesse tipo de operação visto que as palhetas das turbinas trabalham até uns 500C acima da temperatura ideal, estas (bem como 42 todas a “parte-quente”) são prejudicadas. A fluência dos metais se torna mais acelerada. Geração de pico: Somente na hora de picos de demanda ou de emergência é que a turbina é acionada, recebendo carga normal ou sobrecarga por pequeno tempo, diariamente. Como o número de partidas é grande, a observância desse número é tão importante como a observância do número de horas de funcionamento da turbina. Durante à variação da temperatura durante a partida, cada partida pode ser comparada com 5 a 25h de funcionamento da parte quente do motor. Política de manutenção: É a expressão do modo com que a companhia pode melhor cuidar da manutenção. Deve estabelecer um programa prático, econômico e confiável. Deve ser uma combinação das recomendações dos fabricantes de recomendações que saiam dos dados adquiridos durante inspeções anteriores. Recomendações dos fabricantes: Obediência sega às recomendações dos fabricantes é obrigatória nos primeiros meses de uso. A vida provável da parte quente e os períodos entre inspeções e revisões são fixados de acordo com certos critérios, que variam de fabricante para fabricante. Programa de manutenção relatórios e dados: O programa deve ser prático a fim de que possa ser modificado em virtude de mudanças nas cargas das turbinas ou dos procedimentos de partida. Deve ser confiável a fim de garantir o funcionamento da turbina e deve também ser econômico. Turbinas para trabalho de pico diário devem ser inspecionadas diariamente. Turbinas para trabalho de pico em certas estações do ano devem ter o seu programa de manutenção para ser executado durante a época de baixa demanda. Turbinas para geração contínua devem ser inspecionada e revisadas de acordo com planos preestabelecidos, de tal forma que a geração de energia necessária não seja prejudicada. É nesses casos que a manutenção preventiva é de suma importância, para que uma turbina não fique fora de operação por longo período à necessidade de uma manutenção corretiva (há casos em que a turbina deve ser mandada para a fábrica para reparos). 43 É óbvio que é preciso ter um retrato fiel das condições internas da máquina em todo instante. Quando o registro manual de dados for possível, fichas de inspeções diárias, semanais, mensais, devem ser preenchidas criteriosamente. Em instalações remotas, funcionando sem operadores, devem- se providenciar registradores adequados. Esses dados, enviados aos fabricantes, possibilitam melhor assistência e a formulação de um programa de manutenção adequado. Programa de manutenção: Um programa de manutenção corretiva deve seguir as observações dos fabricantes e só pode ser iniciado após o conhecimento geral do equipamento. A experiência de manutenção ganha durante a operação do motor pode ser aproveitada para melhorar o programa e para formular outro programa de manutenção preventiva. Muitos usuários acham extremamente importante o preenchimento de fichas diárias, semanais anuais, compostas de itens que devem ser conferidos ou de trabalhos a serem feitos. Classificação da manutenção: Em geral, a manutenção de todos os tipos de turbinas a gás pode ser classificada nos seguintes itens: a) EM OPERAÇÃO É o tipo de manutenção que deve ser feita durante a operação da máquina e pode ser incluído normalmente nos trabalhos do operador. b) INSPEÇÕES DE ROTINA Nesse tipo de inspeção é necessário desligar a turbina por pequeno período (até uma semana), para inspeção e troca de peças. Ocorre comumente após 3000 a 6000h de funcionamento (ou 150 a 250 partidas). A câmara de combustão deve ser inspecionada para ver se apresenta rachaduras ou áreas de superaquecimentos. 44 c) REVISÃO PARCIAL Geralmente de ser feita após o 1 ano de uso: 8000h ou 250 partidas e um prazo de 7 a 30 dias pode ser previsto. Deve-se remover a parte da carcaça a fim de que se examine minuciosamente todo o caminho dos gases quentes. O aspecto geral desse caminho irá determinar o intervalo entre a revisão e a próxima. d) REVISÃO GERAL Requer de 1 a 2 meses de parada e é feito após 24. 000 horas de serviço ou 800 partidas e requer revisão geral do motor. e) OUTROS ASPECTOS A primeira inspeção ou revisão fornecem os mais importantes dados para a história da manutenção do motor e deve ser feito sob as vistas de engenheiro da fábrica. Todos os dados devem ser anotados e comparados com os padrões de fábrica para se saber há algum problema em curso. As inspeções subsequentes são também importantes no sentido de conferir as recomendações dos fabricantes e para ajudar na formação do programa de manutenção. Ao se aproximar a data para essas inspeções, deve-se procurar o fabricante para acertar tudo o que for necessário. Antes de se retirar a turbina deve-se fazer um teste geral de funcionamento, de preferência na presença de engenheiro da fábrica. Cuidados especiais devem ser tomados com referência a: Aumento ou mudança na vibração Mudança na temperatura ou pressão do óleo de lubrificação Vazamento de ar ou de gases através dos labirintos Leituras desconcertantes dos termopares Vazamentos Funcionamento das válvulas de controle de combustível 45 Variações das pressões hidráulicas de controle Barulho diferente no governador Aumento de barulho nas engrenagens de caixa de redução Funcionamento correto dos protetores de sobre velocidade Variação da temperatura de escape para mesma carga e condições ambientes Diminuição de queda de pressão através dos trocadores de calor. Como fixamos anteriormente, a turbina a gás deve ser inspecionada em períodos pré-estabelecidos a fim de detectar qualquer tipo de anormalidades do funcionamento ou do material. Em caso de motor aeronáutico, quando o motor atinge um certo número de horas ou quando se verifica qualquer defeito, o mesmo é retirado do avião e submetido à revisão parcial ou total. O tempo entre duas revisões (TBO) varia consideravelmente de motor para motor e é estabelecido por acordo entre fabricante, órgão oficial de aviação e operador. Nestas discussões, a idoneidade do fabricante, as condições climáticasdo local onde o motor irá operar, tipo de operação, experiência anterior, serão levados em conta. Houve muita discussão se considerava o motor revisado como novo, zerando suas horas e se levava em conta o total já utilizado. Hoje em dia a maioria dos fabricantes considera o motor que saiu de revisão geral como novo, dando-lhe todas as garantias. A importância da manutenção inclui fatores econômicos e de segurança. Assim sendo, a manutenção correta e periódica irá prolongar a vida do motor além de conservar suas características e confiabilidade. Entretanto, convém lembrar que a manutenção de um motor, pelas sérias implicações que pode acarretar, deve ser feita em oficina credenciada. Por oficina credenciada queremos entender uma que satisfaz os requisitos de pessoal e de material, da comissão de homologação de órgãos oficiais. Uma oficina de revisão credenciada deve ter condições para efetuar quaisquer tipos de reparos que sejam necessários para uma boa revisão. Por uma boa revisão não só entendemos a qualidade do serviço, mas também os 46 métodos e técnicas utilizadas. Uma oficina deverá ter uma disposição de setores bem estudada, para evitar estrangulamento e permitir o fluxo livre de materiais, necessitando ser, portanto, espaçosa. Pelo tipo e qualidade de serviço, as condições ambientes de uma oficina de revisão deverão ser ótimas, para permitir leituras precisas e constância na qualidade. Numa oficina de revisão, o setor mais solicitado deverá ser o de controle de qualidade. Esse departamento deverá ser autônomo, com poderes de rejeitar lotes de peças que entram no almoxarifado e oficina ou de parar a produção se julgar necessário, a bem da qualidade. 9. ASPECTOS DE MANUTENÇÃO A atividade da manutenção precisa, portanto deixar de ser apenas eficiente para se tornar eficaz; ou seja, não basta, apenas, reparar o equipamento ou instalação tão rápido quanto possível, mas principalmente, é preciso manter a função do equipamento disponível para a operação, evitar a falha do equipamento e reduzir os riscos de uma parada não programada, podemos também dizer como maior disponibilidade e confiabilidade ao menor custo possível. A maneira pela qual é realizada a manutenção nos equipamentos, sistemas ou instalações, caracteriza os vários tipos de manutenção, basicamente, as atividades de manutenção podem ser classificadas em três categorias: manutenção corretiva, manutenção preventiva e manutenção preditiva. 9.1 MANUTENÇÃO CORRETIVA Manutenção Corretiva é a atuação para a correção da falha ou do desempenho menor do que o esperado, não sendo necessariamente a manutenção de emergência. 47 Classicamente, é tida como um tipo de manutenção indesejada e que, por isso mesmo, deve ser evitada, pois pode indisponibilizar a turbomáquina num momento indevido e por um prazo indefinido que a compromete a produção envolvida. Um bom planejamento pode minimizar esse tipo de manutenção. A manutenção corretiva também pode ser dividida em dois aspectos: a) Manutenção corretiva não planejada; b) manutenção corretiva planejada; a) Manutenção corretiva não planejada: é a correção da falha aleatória, ou seja, é a atuação em um fato já ocorrido, seja ela a falha ou desempenho menor que o esperado. Ela implica em custos altos, pois acarreta algumas perdas, como na produção, qualidade e etc b) Manutenção corretiva planejada: é a correção do desempenho menor do que o esperado ou falha, porém por decisão gerencial, isto é, mesmo em função do acompanhamento preditivo ou pela decisão de operar até a quebra, é uma decisão conhecida e algum planejamento pode ser realizado quando a falha ocorre. 9.2 MANUTENÇÃO PREVENTIVA Manutenção preventiva é a atuação realizada de forma a minimizar ou evitar a falha ou queda no desempenho, dentro de um plano de manutenção previamente elaborado, baseado em INTERVALOS definidos DE TEMPO. Os intervalos são indicados pelos fabricantes com base principalmente na vida útil dos componentes. As informações nem sempre são precisa para adoção em um plano de manutenção e também existem outros fatores que implicam na degradação do componente, como as condições operacionais e ambientais. Em fases iniciais de operação há ocorrências de falhas antes de completar o período estimado 48 A manutenção preventiva nos permite um gerenciamento das atividades, previsibilidade de consumo de materiais e sobressalente. 9.3 MANUTENÇÃO PREDITIVA Manutenção Preditiva é a atuação realizada com base em modificação de parâmetro de condição ou desempenho. Seu objetivo é prevenir falhas nos equipamentos ou sistemas através de acompanhamento de parâmetros diversos, permitindo a operação contínua do equipamento pelo maior tempo possível. O termo está associado ao predizer as condições do equipamento, ou seja, a manutenção preditiva privilegia a disponibilidade à medida que não promove a intervenção do equipamento ou sistema, pois são efetuadas com o equipamento produzindo. Quando o grau de degradação se aproxima ou atinge o limite previamente estabelecido, é tomada a decisão de intervenção, podemos dizer que a manutenção prediz as condições dos equipamentos. São usualmente acompanhados via campanhas periódicas de coleta de dados no campo ou monitoração remota contínua (“on line”), podemos citar: Vibrações; Performance; Análise de óleo; Parâmetros operacionais (temperatura, pressão, etc) Para que a manutenção preditiva possa ser adotada existem condições básicas como, o sistema ou equipamento deve permitir algum tipo de monitoramento, custos, falhas devem ser oriundas de variáveis controladas e acompanhadas a progressão, estabelecer um programa de acompanhamento, análise e diagnóstico, sistematizado. A redução de acidentes por falhas “catastróficas” em equipamentos é significativa. Também a ocorrência de falhas não esperadas fica extremamente reduzida, o que proporciona, além do aumento de segurança pessoal e da 49 instalação, redução de paradas inesperadas da produção, as quais, dependendo do tipo de planta, implicam consideráveis prejuízos. Manutenção Preditiva é a que oferece melhores resultados, pois intervém o mínimo possível na planta, conforme mencionado anteriormente. 10. SISTEMA DE PROTEÇÃO DA TURBINA A GÁS Turbinas a gás são dotadas de uma válvula reguladora de velocidade e carga no gerador, equipadas com atuador hidráulico por ser de velocidade elevada, e uma outra válvula de fecho rápido para emergências por sobre velocidade. Estas válvulas de emergência normalmente são acionadas por dois ou três sistemas locais e autônomos distintos ( através de sensor eletrônico de rotação, interruptor centrifugo e pressão do óleo ). Em paralelo, estas máquinas são freadas naturalmente pela carga. No momento em que o disjuntor se abre o freio natural some repentinamente, e quando o rotor sofre uma verdadeira estilingada e a sua rotação tende ao infinito (caso a reguladora de velocidade não consiga controlar) nesta ocasião e que a válvula XV de fecho rápido entra em funcionamento. Em situação de emergência ou pane quando é desfeito o paralelismo em uma destas maquinas, normalmente a primeira a cair é a de menor potência. Por ser mais compacta e de menor custo estas válvulas são do tipo globo gaiola. Válvulas globo gaiola possuem uma superfície de guia entre o obturador e gaiola muito elevada em relação as válvulas globo convencional (menos compacta de custo mais elevado).Estas máquinas de menor potência normalmente também são acionadas por vapor geradoem caldeiras de menor pressão (20 ou 42 Kgf/Cm2) que não requer um tratamento químico da água tão eficiente. Caso o vapor possua alguma impureza por deficiência no tratamento da água , estas irão acumular nas guias entre a gaiola e o obturador (globo gaiola), pois a válvula de fecho rápido fica totalmente aberta, no momento de seu acionamento a mesma irá travar, provocando a sobre rotação e total destruição da turbina e gerador. 50 Para evitar este acidente, instala se antes da turbina uma outra válvula de bloqueio e fecho rápido “XV” de acionamento pneumático. Dimensionada para evitar perda de carga e queda no rendimento da turbina e com atuador ultra rápido (normalmente um atuador pneumático para válvula desta bitola leva 30 segundos para fechar). Acionada por um sistema redundante autônomo e monitorado pelo supervisório do sistema de utilidades. 10.1 INSTRUMENTAÇÃO Um de ensaios de turbinas, em testes de desenvolvimento ou de durabilidade, é vital o controle e registro do maior número possível de parâmetros. Os principais de medidas são: temperatura, pressão, vazão, vibração e ruído. Nesses tipos de testes não só é importante a precisão com que os instrumentos dão a leitura como também o conhecimento de matéria do pessoal que neles está trabalhando. São essas informações que permitirão ao fabricante desenvolver um produto que, além de responder à demanda, seja seguro quando em operação. Ciente de que seu produto satisfaz as exigências e regulamentos normalmente existentes nos países, o motor é entregue ao usuário sem a maior parte dos instrumentos que o acompanharam durante o desenvolvimento e ensaios de durabilidade, por serem praticamente desnecessários. Seguem com o motor apenas os instrumentos essenciais, como medidores de temperatura dos gases de escapamento (que dão indiretamente a temperatura de entrada no estágio de turbina), de pressão de óleo (uma vez que a lubrificação é vital nas turbinas), indicadores de RPM (comumente em % de RPM). Cada fabricante tem sua peculiaridade no que se refere às instruções para operação do motor ou do grupo. Para que a garantia possa ter variedade, os manuais devem ser seguidos à risca. Gostaria de enfatizar somente dois aspectos que são alarmantes no tocante á operação de turbinas, em geral. 51 O primeiro se refere à temperatura de entrada da turbina. Uma operação fora dos limites estabelecidos pelo fabricante pode inutilizar completamente o motor, com riscos de catástrofe total. Como exemplo, notemos que uma determinada turbina, com palhetas feitas de um determinado aço especial, apresenta a seguinte característica quanto à vida dessa pá. Tabela 2: Temperaturas obtidas por termopares TEMPERATURA NA ENTRADA DA TURBINA (ºC) NÚMERO DE HORAS DE VIDA 903 1000 916 600 932 300 957 100 980 40 Fonte: Apostila turbina à gás UMNAL A conclusão é evidente, bastando lembrar que um aumento da temperatura de 800C anula a vida da palheta. Assim, a observação constante dos termopares que indicam a temperatura de escapamento é um dos itens importantes da manutenção. A utilização de termopares adequados é outra observação a que nos devemos ater. Por exemplo, mesma temperatura se medida em termopares diferentes ligados a um mesmo aparelho calibrado para um determinado tipo de termopar, pode dar leituras errôneas. O aparelho lê a tensão do termopar e a converte para a escala desejada (por exemplo ºC). Uma tensão de 16 mV na saída dos termopares abaixo será interpretada como segue: 52 Tabela 3: Temperaturas obtidas por termopares TIPO DE TERMOPAR TEMPERATURA (ºC) Fe-constantã 290 Ni-Cr-Ni 391 Pt-Rh-Pt 1535 Fonte: Apostila turbina à gás UMNAL A ligação dos termopares aos indicadores deve ser cuidadosa e os fios de compensação devem ser utilizados O segundo aspecto se refere a rotação do grupo. 81 São projetados para trabalhar com segurança na RPM recomendada. Se, por algum motivo, passa a trabalhar em rotação mais elevada, as tensões nos discos e palhetes aumentam com o quadrado da rotação. Em alguns casos, como em turbinas pequenas cujos rotores são presos aos eixos por ajustagem fretada, pode haver o completo desprendimento do rotor. Além dos requisitos para operação da turbina deve- se levar em conta os estabelecidos pela parte de geração de energia, como no caso dos grupos geradores. 10.2 PRINCIPAIS VARIAVEIS As principais variáveis que este sistema protege são: Temperatura Excessiva Sobrevelocidades Vibrações Elevadas Deslocamento 53 TEMPERATURA DOS MANCAIS Os mancais são componentes importantes para o bom funcionamento da turbina, o peso dos conjuntos rotores e a alta velocidade de rotação aliada a alta temperatura que estes mancais estão sujeitos, principalmente no mancal traseiro, acarretando em um grande esforço que estão sujeitos durante o funcionamento da turbina. Na turbina industrial (heavy duty), normalmente, são usados mancais de deslizamento do tipo “tilt pad”, as pastilhas são de aço revestidos de metal patente (liga que contém estanho e chumbo). Dependendo de sua composição o metal começa a escoar a partir de 140ºC. Por razões de segurança, sua temperatura é limitada, geralmente em 125ºC para trip e em 110ºC para alarme, quando a medição é efetuada diretamente nos mancais. Geralmente são usados termopares ou RTD’s para este fim. É comum identificar medição indireta nos retornos de óleo dos mancais, apesar de não ser uma medição tão precisa quanto a leitura direta. O valor de alarme situa-se em 115ºC para trip e 90ºC para alarme. TEMPERATURA DE QUEIMA As partes quentes da turbina, constituídas pelos injetores de combustível, câmara de combustão, peça de transição, distribuições e rotores são submetidos a temperaturas muito altas devido à combustão e a consequente passagem dos gases. Os vários materiais, utilizados são resistentes às altas temperaturas, porém existem limites aos quais não podem ser ultrapassados durante a operação da máquina com 20ºC à 25ºC acima da temperatura dos gases de exaustão. 54 SOBREVELOCIDADE Os rotores possuem limites superior de velocidades devido a força centrífuga aos quais estão submetidos. Como também estão submetidos a alta temperatura a palheta está sujeita a “fluência” de sua estrutura molecular, o que poderá levar a quebra da palheta. Devido a isso, é importante o controle das rotações, evitando que ultrapasse a máxima rotação de GG ou PT e supervisão/Inter travamento para alarme e trip caso atinja a sobrevelocidade. A norma API 616 exige duplo sensores de velocidade PT, sendo que um sensor para controle e supervisão/intertravamento e o outro é usado exclusivamente para proteção máquina, através de um circuito redundante e externo ao circuito que realiza o controle. Os sensores são constituídos de uma bobina, no qual é passado uma corrente elétrica, criando um campo magnético, o sensor está montado junto a uma roda dentada acoplada ao eixo ou da turbinas GG ou da PT. A roda dentada ao girar permitirá a variação do fluxo magnético. Quando o sensor está em um vale da roda dentada, a relutância magnética é alta, portanto o fluxo magnético é baixo, quando o sensor está próximo ao dente, a relutância é baixa e consequentemente o fluxo é alto, com a variação do fluxo magnético, o sensor envia ao painel um trem de pulsos de frequência proporcional à velocidade da turbina. MONITORAÇÃO DE VIBRAÇÃO E DESLOCAMENTO AXIAL Devido a alta rotação do gerador à gás (GG) e da turbina de potência(PT)e as folgas entre estas partes rotativas e as partes estacionárias serem muito pequenas, na ordem de 0,1 à 0,6 mm, a monitoração das vibrações é importantíssima. Vibrações elevadas podem aumentar o desgaste dos mancais, contato de partes móveis nas partes fixas, esforços cíclicos elevados, fadiga, etc. Levando a queda na eficiência e dano permanente e com isso elevado índice de indisponibilidade. 55 DESLOCAMENTO Como a turbina é uma máquina de fluxo e o eixo GG e PT estão sujeitas a deslocamento axial, e o deslocamento excessivo do eixo da turbina pode levar ao contato dos rotores nas partes estatoras, portanto é necessário a monitoração do deslocamento axial. A monitoração de deslocamento axial é feita por meio dos mesmos sensores de proximidade e informando ao painel o passeio axial do colar. Os níveis de alarme e trip adotados são respectivamente 0,4 mm e 0,6 mm. 11. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO CONTROLE DE COMBUSTIVEL É constituído de um reservatório e um pulverizador de refluxo. Geralmente, a quantidade de combustível que chega ao injetor é constante e as variações na quantidade injetada se efetuam variando a quantidade de refluxo mediante uma válvula intercalada no conduto de retorno ao depósito. Quando um determinado combustível entra em combustão, dentro de uma câmara de combustão, gera gases que rapidamente se expandem dentro dela. Esses gases são expulsos do motor em forma de jato contínuo. Como existe um orifício na parte inferior do motor os gases saem comprimidos nessa direção. No sentido oposto os gases também empurram a parte superior do motor, formando um par de ação e reação. O somatório das forças decorrentes da expansão tem-se uma resultante no sentido oposto ao da ejeção dos gases que movimenta o conjunto. 12. SISTEMAS AUXILIARES 12.1 SISTEMA AR DE COMBUSTÃO Fornecer ar atmosférico filtrado, com grau de impureza, umidade e características controlados. Conduzindo o ar ao compressor da turbina e, também conduzir os gases da descarga para a atmosfera ou para o sistema de 56 recuperação, conforme a configuração do sistema, com menor ruído e mínimas perdas de cargas possíveis A principal função é eliminar as partículas superiores a 1 micra e desumidificar o ar externo e, consequentemente o sal que está em solução iônica na água. Este ar deve ser suficientemente puro para evitar incrustação, erosão, deterioração e corrosão dos componentes internos da turbina, principalmente as palhetas estatores e rotores do compressor de ar e das turbinas, como também evitar o entupimento dos canais de refrigeração das aletas e palhetas da turbina. Normalmente feita de aço carbono ou aço inox. caixa, em geral, é constituída de: Filtros e Telas: Usadas para retenção de insetos Venezianas: Proteção contra chuva e impacto de objetos de grandes dimensões. Estágio do tipo inercial: Elimina as partículas pesadas e gotas de água. A eficiência é diretamente proporcional a velocidade do fluxo do ar. Estagio do tipo Coalesce: Retém as partículas maiores que 8 a 10 micros, com a eficiência de 90%. Formado por fibras sintéticas. Sistema de recolhimento de água: Recolhe a água retira nos primeiros estágios com sifões para evitar a entrada do ar pelo mesmo. Estágio do tipo de Alta Eficiência: Retendo as partículas iguais ou maiores que 1 micro com a eficiência de 90%. Normalmente são usando filtros tipo bolsa. Janelas By-Pass: Abre evitando a excessiva pressão negativa, devido a alta perda de carga quando os filtros estão muitos sujos, evitando danos no Gerador de Gás (G) caso este succione os dutos ou filtros. 12.2 CAIXA ACÚSTICA É um invólucro para isolar a turbina, tendo como principal função a proteção acústica diminuindo o ruído até níveis aceitáveis, máximo de 85 Db a 57 1 metro de hood. Como funções secundárias temos a proteção térmica e o aumento da eficiência no combate a incêndio. Constituição do HOOD. Paredes Chapa externa: De aço carbono pintada ou de aço inox. Camada de material anti-vibratório de insonorização: Na parte interna da chapa. Camadas de lã de rocha: Lã de rocha de diferentes densidades, insonorizastes e anti-inflamáveis. Película de proteção: Contra respingos de óleo e hidrocarbonetos diversos, resistindo às temperaturas máximas do invólucro. Chapa perfurada: De aço inoxidável. Portas Duas a quatro grandes para manutenção e diversas portas menores de acesso com abertura anti-pânico e visor. Resistência de aquecimento Aquece o interior do hood diminuindo a umidade quando a máquina está em stand-by. 12.3 SISTEMA AR DE VENTILAÇÃO As lâminas (blades) e as palhetas (vanes) da turbina a gás devem ser resfriadas o tempo todo, para evitar que as temperaturas nestes componentes excedam os limites permissíveis. O ar de resfriamento usado com tal finalidade também faz o papel de selamento, prevenindo que gases quentes fluam 58 através das cavidades ocas do rotor e da carcaça da turbina, existentes devido a características de projeto. Como o ar de resfriamento deve ser fornecido em diferentes níveis de pressão para as várias fileiras de lâminas e palhetas, ele é extraído de quatro estágios específicos do compressor. Parte destes fluxos é direcionada radialmente para fora do compressor via linhas de extração conectadas à carcaça da turbina, e de lá distribuída para as palhetas dos quatro estágios da turbina. Adicionalmente, ar comprimido é extraído a jusante dos estágios 10 e 12 do compressor e injetado no interior da turbina através do rotor. O ar desta extração flui através de um eixo oco (hollow shaft) para uma tubulação que divide o ar, e daí até os discos do rotor da turbina, onde ele é distribuído por canais e orifícios para as lâminas individuais. 12.4 SISTEMA DE ÓLEO LUBRIFICANTE O circuito de óleo lubrificante é equipado com reservatório, bombas (principal mecânica, pré e pós lubrificação e emergência, hidráulica), filtro dúplex, resfriadores dúplex, válvulas controladoras de pressão e temperatura, válvulas de bloqueio, segurança e retenção, indicadores, sensores e transmissores de pressão, temperatura e nível. O sistema de óleo lubrificante tem por objetivo fornecer na pressão (1,5 a 4 kgf/cm²) e temperatura (40 a 70 °C) permitindo a lubrificação os mancais, engrenagens da caixa de acessórios, caixa multiplicadora ou redutora e equipamento acionado. O controle do ranger de pressão e temperatura dentro dos parâmetros admissíveis operacional, é importante para a integridade dos componentes devido a certo tipos de folgas extremamente apertadas, evitando intervenção precoce. Tanto a alta como a baixa temperatura alteram a viscosidade e consequentemente prejudica a lubrificação e retirada do calor dos componentes, como por exemplo mancais, tais fatos também podem ocorrer caso haja alteração na pressão. 59 O óleo utilizado no sistema de lubrificação das turbinas industriais é o mineral, além desse sistema de óleo lubrificante mineral temos um exclusivo para o gerador de gás que utiliza o óleo sintético. No sistema com óleo mineral o tanque tem grande capacidade, sendo este de 4.000 a 20.000 litros, principalmente se o mesmo tanque atende também ao sistema de óleo de selagem dos compressores de gás. O volume do tanque de óleo sintético é de 300 a 500 litros, os reservatórios são feitos de aço carbono ou inox. No sistema de lubrificação com óleo sintético normalmente encontramos duas bombas e no sistema com óleo mineral são três, a saber:
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