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CULTURA DA CENOURA (Daucus carota) Fotos: Urbano T. G. Silva Custo de produção de cenoura Custo de produção de cenoura: R$ 45.641,07/há (safra verão/2016) - Custo total (39.150 Kg/ha) – R$ 23,32/cx de 29 Kg (safra de verão/2016) - Custo por caixa de cenoura suja em 2017: R$ 12,66 (safra de inverno) - Safra de inverno de 2017: 86.200 Kg/ha (época com maior produtividade e aumento da área colhida) - Valor da cx em Fevereiro recebido pelo produtor de 2016: R$ 66,00 - Valor da cx em Fevereiro recebido pelo produtor de 2017: R$ 24,00 - Valor da cx em Julho de 2017 recebido pelo produtor: R$ 11,60 (abaixo dos custos) a R$ 16,00. Planta herbácea Parte comestível: raiz pivotante, carnuda, lisa, reta e sem ramificações, de formato cilíndrico ou cônico e de coloração alaranjada. Rica em betacaroteno: precursor da vitamina A. Planta bienal, mas cultivada como anual. Curiosidade: a cidade de São Gotardo (MG) é a maior produtora de cenoura do Brasil. Raiz principal Caule Folhas 40-60 cm Fonte: Vieira et al. (1997) Inflorescência: umbela Flores: hermafroditas/ masculinas Fecundação: alógama Sementes: diaquênio (800/g) Fotos: Urbano T. G. Silva Clima e época de plantio - ideal temperaturas amenas. - com a escolha da cultivar correta pode-se semear cenoura ao longo de todo o ano. - não resiste a geadas. Temperatura 10-15ºC: alongamento da raiz e desenvolvimento da coloração > 21ºC: formação de raízes curtas e de coloração deficiente > 30ºC: retarda crescimento inicial Temperatura baixa induz florescimento em cvs. de verão (até 50%) CLIMA E ÉPOCA DE PLANTIO Semeadura Raízes compridas e finas Raízes comerciais 60 dias FASE VEGETATIVA 40-60 dias Baixas temperaturas seguidas por fotoperíodo crescente Emissão das hastes florais, florescimento e produção de sementes FASE REPRODUTIVA CULTIVARES Fonte: Topseed (2003) Altura: 25-35 cm Raiz: cilíndrica Coloração: alaranjada clara Comprimento: 15-20 cm Diâmetro: 3-4 cm Resistência/tolerância: queima-das-folhas, florescimento precoce Baixa incidência de ombro verde Ciclo: 85-100 dias Plantio: outubro-fevereiro Brasília Fonte: Topseed (2003) Altura: 25-35 cm Raiz: cilíndrica Coloração: alaranjada intenso Comprimento: 14-18 cm Diâmetro: 3-4 cm Resistência/tolerância: nematóides, queima-das-folhas, pendoamento Baixa incidência de ombro verde Ciclo: 75 dias Plantio: Agosto-fevereiro Alvorada Fonte: Topseed (2003) Altura: 50 cm Raiz: cônica Coloração: alaranjada escura Comprimento: 15-20 cm Diâmetro: 3-4 cm Resistência/tolerância: queima-das-folhas, florescimento precoce Ciclo: 100 dias Plantio: outubro-fevereiro Kuroda Fonte: Takii (2003) Altura: 30 cm Raiz: cilíndrica Coloração: alaranjada escura Comprimento: 15-18 cm Diâmetro: 3-4 cm Ciclo: 90-110 dias Plantio: abril a julho Nantes Altura: 30 cm Raiz: cônica Coloração: alaranjada escura Comprimento: 18 cm Diâmetro: 6,3 cm Tolerância: média a Alternária Ciclo: 115 dias Plantio: abril a julho Coral II Solo e Adubação - exigente em solo com boas condições físicas (textura, estrutura e permeabilidade); - ideal solos de textura média, leves, soltos e arejados; pH ideal = 5,7 a 6,8; Adubação de plantio (realizada alguns dias antes da semeadura): N: 20 Kg/ha P: 250-400 Kg/ha K: 100-130 Kg/ha Adubação de cobertura: N: 60-100 Kg/ha K: 40-90 Kg/ha Parcelados em 3 aplicações (15, 30 e 50 dias após a emergência) TABELA 1 – Sugestão de adubação NPK para a cultura da cenoura Textura do solo Disponibilidade de P ou de K Argilosa Média Arenosa Dose Total ---------Dose de P2O5-------- K2O N -----------------------------kg/ha--------------------------- Baixa 400 320 240 320 120 Média 320 240 160 240 120 Boa 240 160 80 160 120 Muito Boa 160 80 0 80 120 Fonte: Comissão (1999) Plantio: 30% do N, 40% do K2O e todo o P2O5 2-3 kg de B e/ou Zn Cobertura: 15, 30 e 50 dias após a emergência Implantação da Cultura Cenoura: absolutamente intolerante ao transplante. Devido a isso se realiza a semeadura diretamente no canteiro definitivo. No semeio com semeadoras são realizadas em 4-5 fileiras longitudinais, distanciadas 20-25cm, sendo a profundidade de semeadura de 10-15mm. Já no semeio manual se dá a preferência por semear em linhas transversais espaçadas de 15cm. Semeadura manual: mais trabalhosa menos eficiente maior gasto de sementes (6 kg/ha) Semeadura mecânica: Sementes peletizadas mais eficiente menor gasto de sementes (2 a 3 kg/ha) Levantamento dos canteiros Fonte: Vieira et al. (1997) (Vídeo) Semeadura mecanizada Fonte: Vieira et al. (1997) (Vídeo) Tratos culturais Desbaste aumentar a disponibilidade de luz, água e nutrientes imprescindível na semeadura manual ou mecânica realizada de 25-30 dias após a semeadura espaçamento entre plantas: 3-5 cm Eliminação de plantas daninhas métodos culturais: aração e gradagem manual ou mecânica: realizada por ocasião do desbaste herbicidas Cobertura palhosa Manter umidade Controlar plantas daninhas e temperatura do solo Material: casca de arroz, serragem, palha de capim Camada: 1 – 1,5 cm de espessura Fonte: Vieira et al. (1997) Tratos culturais Desbaste Controle químico de plantas daninhas Grupos de Plantas Daninhas Controladas Nome comum dos herbicidas Época ou modo de aplicação (*) 1 – Folhas largas Linuron Pré e pós Prometryne Pré 2 – Folhas estreitas (Gramíneas) Clethodim Pós Oxadiazon Pré e pós Trifluralin Pré e Ppi (*)ppi = pré-plantio-incorporado; pré = pré-emergência; pós = pós-emergência. Anomalias fisiológicas Rachadura longitudinal Ocasionada por flutuação hídrica no solo e por carência de B no solo. Cenouras bifurcadas Obstáculos mecânicos no leito do canteiro Adubo nitrogenado em excesso Matéria orgânica em excesso Nematóides Ombro verde ou roxo exposição à luz desenvolvimento da clorofila ou antocianina ANOMALIAS FISIOLÓGICAS Rachadura Fonte: Lana & Vieira (2000) Cenouras bifurcadas Fonte: Lana & Vieira (2000) Fonte: Lana & Vieira (2000) Ombro verde ou roxo Controle fitossanitário Queima-das-folhas É a doença mais comum, e, sob temperatura e pluviosidade elevadas, a cultura pode ser totalmente destruída. Causada por fungos e bactérias. Sintomas necrose inicial nas folhas que evolui para desfolha da planta Controle Cultivares resistentes: Brasília, Kuronan Químico PRINCIPAIS DOENÇAS Queima-das-folhas Nematóide-das-galhas Sintomas crescimento reduzido amarelecimento nas folhas raízes pequenas e deformadas com formação de galhas Controle Rotação de culturas: gramíneas e adubos verdes (100-110 dias) Arações profundas em dias quentes e secos Alqueive (pousio): deixar o terreno limpo sem vegetação Cultivares resistentes: Kuronan (moderada) Brasília e Tropical (resistentes) Fonte: Henz & Lopes (2000) Nematóides-das-galhas (Meloidogyne incognita, M. javanica, M. arenaria e M. hapha) Fonte: Henz & Lopes (2000) Fonte: Henz & Lopes (2000) Principais pragas Lagarta rosca (Agrotis spp.) Raspam a folha e cortam plântulas na região do colo Ataque: 30-40 dias após a semeadura Controle: Arações Incorporação de restos culturais Eliminação de plantas daninhas Rotação de culturas (mucuna e crotalária) Inseticidas Fonte: Vieira et al. (1997) Lagarta rosca (Agrotis spp.) PRINCIPAIS PRAGAS Pulgões (Dysaphis spp.; Cavariella aegopodii spp.) Colonizam o colo da planta Causam definhamento da planta Transmissão de doença Controle Eliminação de restos culturais Eliminação de plantas hospedeiras Inseticidas Fonte: Vieira et al. (1997) Pulgões(Dysaphis spp.; Cavariella aegopodii spp.) Colheita - ciclo da semeadura direta até a colheita: 85-110 dias; - sinais de amadurecimento: amarelecimento e o secamento das folhas inferiores; - produtividade: 40-60 t/ha; - tamanho ideal de comercialização: 16-22cm; Beneficiamentos Seleção Deterioradas Murchas Deformadas Quebradas Rachadas Ramificadas Com galhas Ombros verde e roxo Provenientes de plantas florescidas Classificação Embalagens: sacos de polietileno ou polipropileno – IV caixa K – madeira caixa papelão ondulado caixas de plástico filmes flexíveis de plástico, redes ou caixetas plásticas cenouras com folhas em molhos de 1 a 2 kg - podem ser frigorificadas sob temperatura de 0-2ºC, conservando-se por 4-5 meses. Fonte: Lana & Vieira (2000) COLHEITA Fonte: Lana & Vieira (2000) (Vídeo Colheita Semi mecanizada e Mecanizada) Fonte: Vieira et al. (1997) Lavagem Fonte: Lana & Vieira (2000) Lavador com jato de água Fonte: Lana & Vieira (2000) Lavadores cilíndricos Fonte: Lana & Vieira (2000) Lavador de esteira - descarregamento Fonte: Lana & Vieira (2000) Primeira lavagem Lavador de esteira Segunda lavagem (escovas) Secagem Lavador de esteira Aplicação de produtos químicos Fonte: Lana & Vieira (2000) Fonte: Lana & Vieira (2000) Seleção de raízes Classificação TABELA 2 – Classes de raízes de cenoura em função do comprimento e diâmetro das raízes Classes Comprimento (cm) Diâmetro (cm) Longa 17-25 < 5,0 Média 12-17 > 2,5 Curta 5-12 > 1,0 Fonte: Brasil. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Portaria nº 76, de 25/02/75. TABELA 3 – Tipos de raízes de cenoura em função da porcentagem máxima de defeitos permitidos por caixa TIPOS DEFEITOS 1 (Extra) 2 (Especial) 3 4 Raiz rachada 0 0 0 0 Raiz deteriorada 0 0 0 3 Raiz deformada 0 5 10 15 Raiz murcha 0 2 5 10 Raiz com danos mecânicos e/ou pragas 0 2 5 5 Raiz de cor verde e/ou arroxeada 2 5 8 10 Raiz com radícula 2 5 8 10 Fonte: Brasil. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Portaria nº 76, de 25/02/75 Rachada Deteriorada Fonte: Lana & Vieira (2000) Danos larvas de crisomelídeos Deformada Fonte: Vieira et al. (1997); Lana & Vieira (2000) Ombro verde e roxo Fonte: Lana & Vieira (2000) Filme de polipropileno Fonte: Lana & Vieira (2000) Embalagens A – Caixa K, suja, com lascas, excesso de produto B – Cenouras arrumadas Fonte: Lana & Vieira (2000) Caixas de papelão Fonte: Lana & Vieira (2000) Caixas de plástico Fonte: Lana & Vieira (2000) Caixeta de plástico Fonte: Lana & Vieira (2000) Sacos de ráfia Fonte: Lana & Vieira (2000) Bandeja de isopor com filme PVC Fonte: Lana & Vieira (2000)