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Hormônios: Regulação e Classificação

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Hormônios. 
Todos os processos que ocorrem no organismo é regulado por um ou mais hormônios. A coordenação do metabolismo nos órgãos dos mamíferos é executada pelo sistema neuroendócrino. Células individuais em um tecido detectam alteração nas condições do organismo e respondem secretando um mensageiro químico extracelular que passa para outra célula no mesmo tecido ou em outro, onde se liga a uma molécula receptora e desencadeia uma mudança nessa segunda célula. 
Sinalização neuronal – o mensageiro viaja rapidamente em um pequeno espaço, através da fenda sináptica, até o neurônio seguinte. (Neurotransmissores);
Sinalização hormonal – Os hormônios são transportados no sangue entre órgãos e tecidos distantes até encontrar sua célula alvo. 
A epinefrina e noraepinefrina funcionam como neurotransmissores em certas sinapses do cérebro e musculo liso e também como hormônios, regulando o metabolismo energético no fígado e no músculo. 
Todos os hormônios agem através de receptores específicos localizados nas células-alvo sensíveis ao hormônio, aos quais se ligam com alta afinidade. A especificidade da ação de um dado hormônio resulta da complementaridade entre ele e seu receptor; essa interação é extremamente seletiva, permitindo que hormônios com estruturas semelhantes tenham efeitos diferentes, e a alta afinidade da interação permite que as células respondam a concentrações muito baixas dos hormônios. 
O local de encontro entre o hormônio e o receptor pode ser extracelular, citosólico ou nuclear, dependendo do tipo de hormônio. As consequências intracelulares da interação hormônio-receptor são de pelo menos seis tipos gerais: 
1) alteração no potencial de membrana que resulta na abertura ou fechamento de um canal iônico; 
2) uma enzima receptora é ativada pelo hormônio extracelular;
3) um segundo mensageiro é gerado dentro da célula e atua como um regulador alostérico de uma ou mais enzimas;
4) um receptor sem atividade enzimática intrínseca ativa uma proteína quinase (fosforila) solúvel no citosol e esta passa o sinal adiante;
5) um receptor por adesão na superfície celular interage com moléculas presentes na matriz extracelular e transmite a informação ao citoesqueleto;
6) um esteroide ou molécula assemelhada causa uma mudança no nível de expressão de um gene ou mais, com a mediação de um receptor de hormônio proteico presente no núcleo. 
Hormônios peptídicos e solúveis em agua (insulina, epinefrina) agem extracelularmente pela ligação a receptores localizados na superfície celular cuja estrutura atravessa a membrana plasmática. Após a ligação do hormônio ao seu domínio extracelular o receptor sofre uma mudança conformacional análoga a produzida pela ligação de uma enzima alostérica. 
Ao formar o complexo hormônio-receptor, uma única molécula de hormônio ativa um catalisador que produz muitas moléculas do segundo mensageiro; assim, o receptor serve não somente como um transdutor, mas também como um amplificador do sinal. 
Hormônios insolúveis em agua passam através da membrana plasmática das suas células alvo para alcançarem suas proteínas receptoras no núcleo. A resposta dada por esses hormônios é mais lenta, ocorre após horas ou dias. 
Enquanto os hormônios que agem através de receptores localizados na membrana plasmática geralmente desencadeiam respostas bioquímicas ou fisiológicas muito rápidas. Essas diferenças nos tempos de resposta correspondem aos diferentes modos de ação. Em geral os hormônios de ação rápida promovem mudanças na atividade de uma ou mais enzimas preexistentes na células, por mecanismos alostéricos ou por modificações covalentes. Os hormônios de ação lenta geralmente alteram a expressão gênica, resultando na síntese de mais ou menos proteínas reguladoras. 
Classificação dos hormônios
Os hormônios podem ser classificados de acordo pela via que tomam quando são secretados. 
Hormônios endócrinos – São liberados no sangue e levados até as células alvo distribuídas por todo organismo (insulina, por exemplo). 
H. parácrinos – São liberados no espaço extracelular e se difundem ate as células alvos vizinhas.
H. autócrinos – São liberados por uma célula e afetam a ele mesma pela ligação a receptores na sua superfície. 
Hormônios peptídicos – de 3 a 200 aminoácidos. Incluem hormônios pancreáticos, insulina, glucagon e somatostina, o hormônio paratireoidano, calcitonina e todos os hormônios do hipotálamo e da pituitária.
Hormônios catecolaminas – compostos solúveis em agua epinefrina (adrenalina) e norepinefrina (noradrenalina) são calecolaminas. São sintetizadas a partir da tirosina. 
As catecolaminas produzidas no cérebro e em outros tecidos nervosos funcionam como neurotransmissores, mas a adrenalina e noradrenalina são também produzidas e secretadas pelas glândulas adrenais. São liberadas por exocitose e atuam através de receptores de superfície para gerar mensageiros secundários intracelulares. 
Os H. Eicosanóides são derivados do ácido graxo poliinsaturado de 20 carbonos, o araquidônico. Não são armazenados, só são produzidos quando necessários. São hormônios paracrinos e atuam-nas células vizinhas.
Os H. esteroides são sintetizados a partir do colesterol em vários tecidos endócrinos. Eles são ligados a proteínas carreadoras e levados pela corrente sanguínea ate as suas células alvos. 
Glicorticoides – afetam o metabolismo de proteínas; (cortisol)
Mineralocorticoides – regulam a concentração de eletrólitos no sangue; (aldosterona)
Andrógenos (testosterona) e estrógenos são sintetizados nos testículos e nos ovários.
Hormônio vitamina D – Calcitriol, é produzido a partir da vit. D por meio de enzimas de hidroxilação no fígado e ns rins. A vit. D é obtida por dieta ou por fotolise (7-desidrogenase colesterol) na pele exposta a luz solar. Trabalha em conjunto com o hormônio da paratireoide na homeostase do Cálcio, regulando a concentração dele no sangue e o equilíbrio entre o deposito e a retirada do cálcio do osso. 
Hormônios retinóides, regulam o crescimento, a diferenciação e a sobrevivência celular através de receptores nucleares específicos. É sintetizado primariamente a partir da vitamina A e muitos tecidos convertem o retinol no hormônio ácido retinoico. Todos os tecidos são alvo para os hormônios retinoides e todos os tipos celulares tem pelo menos uma forma de receptor nuclear para eles. Em adultos, os principais tecidos alvos são córnea, pele, epitélio dos pulmões e da traqueia. O ac. retinoico regula a síntese de proteínas essenciais para o crescimento e diferenciação celular. E pode provocar defeitos congênitos. 
Os hormônios tireoidianos são sintetizados na glândula tireoide a partir de uma proteína precursora, a tireoglobulina. Os hormônios tireoidianos agem através de receptores nucleares estimulando o metabolismo energético, especialmente no fígado e musculo, ativando a expressão de genes que codificam enzimas catabólicas importantes. 
Oxido nítrico é um radical livre relativamente estável sintetizado a partir do oxigênio molecular e do nitrogênio da arginina em uma reação catalisada pela NO sintase. Essa enzima é encontrada em muitos tecisos. O NO atua próximo ao local em que é liberado, ele entra na célula-alvo e ativa a enzima citosólica guanililciclase que catalisa a formação do segundo mensageiro. 
Basicamente o sistema nervoso central é quem regula os níveis hormonais. O snc recebe informações de muitos sensores internos e externos, por ex. fome, ingestão alimentar, sinais de perigo, e rege a produção de sinais apropriados pelos tecidos endócrinos. 
O hipotálamo é o centro de coordenação do sistema endócrino, ele recebe e integra mensagens do sistema nervoso central. Em resposta, o hipotálamo produz hormônios reguladores que passam diretamente para a glândula pituitária através de neurônios e vasos sanguíneos. 
As cascatas hormonais resultam em grande amplificação do sinal inicial e permitem um ajuste fino adequado da liberação dos últimos hormônios da sequência. A cada nível da cascata, um sinal pequeno provoca uma respostamaior.

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