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Avaliação II (REPOSTAS) 1) A introdução de espécies exóticas é uma das principais causas da queda da biodiversidade em nível global e, muitas vezes ocorrer por interesses econômicos. A raposa do ártico (Alopex lagopus) foi introduzida nas ilhas Aleutas, para exploração de suas peles. As ilhas eram, originalmente, ecossistemas com solos pobres, de origem vulcânica, que eram constantemente enriquecidos com o guano (excremento) das mais de trinta espécies de aves aquáticas residentes no local, nos quais se encontrava uma rica comunidade de gramíneas. No entanto, a introdução foi bem sucedida em cerca de metade das ilhas e, nesses locais, houve diminuição em abundância e riqueza de espécies de aves, dada a predação exercida pelas raposas. Nesse contexto, o solo pobre foi prontamente colonizado por vegetação de tundra e em apenas 100 anos todo o ecossistema tinha sido alterado. a) Eu poderia dizer que existe uma cascata trófica desencadeada pela introdução das raposas. Como ela funciona? A cascata trófica é mecanismo que influencia na dinâmica entre níveis tróficos através da propagação de efeito de uma perturbação em um determinado nível para os demais níveis da cadeia alimentar (efeito cascata). No caso das raposas existiu uma cascata trófica que emergiu a partir de efeitos diretos entre populações, pois a introdução destes animais gerou um distúrbio na comunidade. As raposas consumiram suas presas de forma desenfreada, diminuindo a abundância das aves, o que influenciou em outros níveis tróficos, alterando toda a comunidade, inclusive a forma de vegetação. b) Como seria possível resolver o problema, caso o extermínio das raposas fosse inviável? Inserindo um predador das raposas a fim de que ocorra um balanceamento das populações, permitindo um possível retorno da normalidade do número de diversidade de aves. 2) O fogo pode iniciar-se por fatores naturais, e isso ocorre através do acúmulo de biomassa seca, baixa umidade, alta temperatura. O atrito entre rochas e o atrito do pelo de alguns animais com a mata seca, também podem desencadear queimadas. Sobre o assunto, o coordenador da área de ecossistemas da Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), Leopoldo Klosoviski, disse que não há discussão: “O fogo, de maneira geral, natural ou não, é sempre prejudicial.” (22/05/2012, Revista Superinteressante). a) Você concorda com a afirmação do Secretário do SEMA? Justifique sua resposta. Não. Pois, segundo a hipótese de distúrbio intermediário, níveis intermediários de perturbações (em intensidade e frequência) podem promover a maior diversidade. Isso porque os distúrbios atuam sobre as comunidades biológicas em diferentes escalas espaciais e temporais. Sendo assim, as comunidades podem ser compostas por fragmentos em diferentes estágios sucessionais. Esse mosaico de novos habitats (heterogeneidade de habitats) pode aumentar a biodiversidade, uma vez que favorece a coexistência de espécies de estágios sucessionais iniciais, intermediários e avançados dentro de uma mesma paisagem. A queimada é considerada como um distúrbio e, quando causada de forma natural e intermediária, pode contribuir para o aumento de diversidade. Além disso, existem espécies que necessitam do fogo para romper a dormência de suas sementes. Um exemplo disso são as Acácias. b) Qual o papel do fogo na ciclagem de nutrientes e fluxo de energia? Leve em consideração também a relevância para as espécies vegetais. Ciclagem de nutrientes refere-se ao ciclo dos nutrientes que são absorvidos do solo pelas raízes das plantas, estas ao se decomporem, voltam a disponibilizar esses nutrientes nas camadas mais superficiais. A queima da palha seca e morta traz de volta à superfície do solo, por meio das cinzas, os nutrientes anteriormente indisponíveis. Sendo assim, o fogo pode aumentar a concentração de nutrientes na superfície do solo. Porém, é importante ressaltar que nem toros os nutrientes volta à superfície: grande parte deles é perdida através da fumaça. Felizmente, os nutrientes que ficam em suspensão na atmosfera sob a forma de névoa da queimada retornam ao solo, seja pela ação da força da gravidade, seja por serem arrastados pelas gotas de chuva. Fluxo de energia é a transferência da energia ao longo dos níveis tróficos. Logo, como mencionado, o fogo pode disponibilizar nutrientes antes não passíveis de serem absorvidos pelas plantas, desencadeando essa transferência de energia entre os níveis tróficos retomando o fluxo de energia. Vale ressaltar que existem espécies que necessitam do fogo para quebrar a dormência de suas sementes. 3) O conceito de água virtual define que água virtual é a água incorporada nas commodities. A produção de bens e serviços requer água; a água utilizada para produzir produtos agrícolas ou industriais é chamada a água virtual do produto. O volume global de fluxos de água virtual relacionados ao comércio internacional de mercadorias é de 1.600 Km³/ano (1m (1m³ = 1 L). Cerca de 80% desses fluxos de água virtual dizem respeito ao comércio de produtos agrícolas, enquanto o restante está relacionado ao comércio de produtos industriais. A produção de 1 quilograma de: arroz requer 3.000 litros de água; o milho requer 900 litros de água; o trigo exige 1.350 litros de água; a carne bovina requer 16.000 litros de água. A partir dessa visão e com base na seguinte equação, Balanço de água de ecossistema = Quantidade de água que entra + Quantidade de água que sai, defina como temos alterado o ciclo de água do planeta. Percebe-se que a quantidade de água gasta pelo agronegócio é exacerbada e, considerando que menos de 1% da água disponível no mundo é potável, nota-se que o consumo está desenfreado, além de que o alimento produzido não é distribuído igualitariamente e o índice de fome no mundo continua aumentando. Pela equação é possível constatar que o ciclo da água pode ser alterado, visto que a quantidade de água que sai (sendo desperdiçada e às vezes até mesmo contaminada pelo agronegócio) é maior do que a quantidade que entra. Muitos países já vêm enfrentando problemas com a seca e as fronteiras agrícolas também contribuem para processos de desertificação. Sendo assim, fica evidente que o homem interfere nos ciclos naturais do planeta. 4) Leia a tirinha abaixo e responda: a) O recurso alimentar é um componente essencial para a manutenção de uma teia trófica e está diretamente relacionado ao fluxo de energia. Discorra sobre a ligação da leia trófica com o fluxo de energia e explique porque uma maior entrada inicial de energia pode significar uma teia trófica com cadeias de maiores comprimentos. A partir dos organismos fotossintetizantes, que captam a energia solar e a transformam em energia química, o fluxo de energia dos níveis tróficos é iniciado. Alguns organismos se alimentam desses seres fotossintéticos, como os animais herbívoros. Estes, por sua vez, são predados por animais carnívoros. Outros animais podem predar estes organismos e a energia continua sendo transferida ao longo dos níveis tróficos. Os organismos decompositores e detritívoros também são de grande importância no ciclo de energia: eles transformam a energia contida em organismos mortos, devolvendo uma série de compostos orgânicos para os ambientes, “adubando” os organismos fotossintéticos. A perda de energia ao longo dos diferentes níveis tróficos ocorre principalmente pelo fato dos organismos produzirem calor como resultado de suas reações metabólicas (respiração celular, etc.). Como os produtores primários são extremamente importantes por ser a base a cadeia alimentaruma maior concentração destes organismos significa um possível incremento de mais níveis tróficos por possibilitar a chegada de mais herbívoros, que “atraem” mais predadores e assim por diante. b) Sabe-se que complexidade e estabilidade são propriedades emergentes relacionadas às teias tróficas. Explique como esses dois parâmetros estão relacionados aos conceitos de resistência e resiliência dos ecossistemas e discorra sobre a importância do entendimento destes conceitos para o manejo sustentável de ecossistemas. Os parâmetros de estabilidade e complexidade estão intrinsecamente relacionados à resistência e resiliência de ecossistemas. Pois, em ecologia, resiliência é a capacidade de um sistema restabelecer seu equilíbrio após este ter sido rompido por um distúrbio, ou seja, sua capacidade de recuperação. O que difere de resistência, que é a capacidade de um sistema de manter sua estrutura e funcionamento após um distúrbio. Alguns autores acreditam que estabilidade de resistência e estabilidade de resiliência em um ecossistema são características mutuamente excludentes, dessa forma, um sistema não poderia possuir altos índices de ambos os fatores. Um ecossistema possui diversas propriedades interligadas, possuindo a característica de se manterem mais estáveis frente às perturbações externas conforme eles crescem e se tornam mais complexos, apresentando maior resiliência ou resistência conforme suas características. Realizar o manejo de recursos naturais de forma sustentável significa, basicamente, buscar modos de atua sobre eles, beneficiando a sua preservação e, ao mesmo tempo, possibilitando sua utilização em prol do desenvolvimento econômico e social das áreas em que estão inseridos. Portanto, faz-se interessante realizar um estudo completo e complexo da área para ter conhecimento de quais distúrbios podem afetar o ambiente de forma que estes não suportem seu restabelecimento. Assim, torna-se possível selecionar práticas que não agridem o meio ambiente. 5) O texto abaixo foi retirado de uma notícia publicada pela Scientific Amerca Brasil em 2015: Paradoxo ecológico: ecossistemas decaem, mas a vida melhora. “Durante décadas, ambientalistas apocalípticos (e outros) têm alertado da desgraça iminente da humanidade, em grande parte como resultado da nossa utilização não sustentável e os impactos sobre os sistemas naturais do planeta. A mais recente avaliação global dos ecossistemas descobriu que 60% estão em declínio. No entanto, nesse momento a mesma humanidade nunca esteve melhor. Nossos números continuarão crescendo, a esperança de vida aumentando, a mortalidade infantil em declínio e o recorde de crescimento econômico. (...) Os autores, liderados pela geógrafa Ciara Raudsepp-Hearne, da McGill University, oferecem quatro hipóteses para este paradoxo ecológico: os seres humanos são na verdade piores do que pensávamos; a capacidade de produzir alimentos supera todos os outros serviços do ecossistema; a tecnologia nos permitiu transcender o ambiente e os efeitos nocivos da degradação ambiental; o pior ainda está para vir” Com base no texto e em seus conhecimentos, responda: a) De que maneira o consumo desenfreado atualmente estimulado pela sociedade e pelo sistema econômico nos quais estamos inseridos pode afetar os ciclos que organizam os ecossistemas naturais? O consumo desenfreado de recursos naturais como combustíveis fósseis, minérios e água está levando a um desequilíbrio ecológico. Isso devido ao fato de que este consumo não é realizado com responsabilidade. Os combustíveis contaminam a atmosfera, levando ao efeito de “ilhas de calor”. As explorações de minérios contaminam o solo e lençóis freáticos. O caso de Mariana é um exemplo de tamanha magnitude em prejuízos ambientais, provocando vasta alteração de paisagens comprometendo diversas espécies animais e vegetais para a implantação do agronegócio, os latifúndio retiram a mata original e inserem espécies gramíneas que, além de contribuir com a queda da biodiversidade, comprometem com a chegada de novas espécies. A utilização de transgênicos é um assunto ainda em constante debate devido a uma possível contaminação genética que essas plantas podem gerar, o que possui efeitos incalculáveis para a diversidade biológica. O Brasil também é um dos países que mais consomem agrotóxicos, o que também gera contaminação dos solos e de seus alimentos. b) Como desenvolvimento sustentável pode ser a garantia para a conservação dos ecossistemas e de um aumento continuado nos indicadores de qualidade de vida humana? Desenvolvimento sustentável pode ser definido como a capacidade de atender às necessidades coletivas atuais, sem comprometimento das gerações futuras, considerando os pressupostos econômicos e ecológicos. Sendo assim, pode-se inferir que com a sustentabilidade dos ecossistemas e saúde humana. Além disso, a água passa a ser utilizada com responsabilidade de consumo, o que pode diminuir a chance seca. As perdas e os desperdícios de alimentos também são fatores que entram no quesito sustentabilidade. Reduzir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e abastecimento, incluindo as perdas pós-colheita e também o desperdício global de alimentos per capita no varejo e no consumo é uma das metas para Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). 6) Depois da última prova de Ecologia de Comunidades e Ecossistemas você se assenta em casa, aliviado por ter se saído muito bem na disciplina, e abre uma cerveja enquanto assiste a um programa de televisão. O primeiro programa sintonizado exibe um quadro em que um ambientalista faz a seguinte declaração: “A pior coisa que já aconteceu na natureza foi o aparecimento do distúrbio, junto com a espécie humana! A natureza não deveria sofrer qualquer perturbação, mas permanecer sempre intocada e sem qualquer tipo de intervenção.”. Ainda dominado pelo conteúdo aprendido durante o semestre, você resolve escrever uma carta para a redação do programa. Aponte os erros cometidos pelo ambientalista, ressaltando a importância de distúrbios (perturbações) para a manutenção de processos ecológicos. Carta ao diretor do programa: Caro diretor, em razão da última exibição de seu programa ambientalista, venho ressaltar alguns erros conceituais graves que foram discutidos durante a exibição. O convidado ao debate disse que os distúrbios são elementos pejorativos para o desenvolvimento da natureza e que esta deveria permanecer intocada. De acordo com os conhecimentos em ecologia, sabe-se que existe uma teoria denominada “Teoria do Distúrbio Intermediário” que prevê que os maiores valores de riqueza sejam encontrados em locais com perturbações de intensidade e/ou frequência intermediárias, pois se não houvesse perturbações, haveria exclusão competitiva. Sendo assim, os distúrbios são necessários e benéficos para o desenvolvimento do ambiente. Porém, ressalto que tal fala poderia ser melhor interpretada se fosse enfatizado que os distúrbios ocasionados pelo homem são severos (intensos) e ocorrem frequentemente, gerando um desequilíbrio ambiental. Outro quesito importante é que alguns organismos, principalmente plantas, necessitam de que distúrbios ocorram para completar seu ciclo de vida. As queimadas, por exemplo, atuam na quebra de dormência de algumas sementes de espécies do Cerrado. O fogo, gerado por fatores naturais, também auxilia na ciclagem de nutrientes no solo para as plantas e o ciclo de vida é retomado. Deste modo, faz-se interessante emitir uma nota de correção destes erros a fim de que a população seja devidamenteinformada, o que caracteriza um programa de reconhecimento e credibilidade. 7) A sucessão depende somente das espécies de plantas do local, já que o clímax é previsível. Avalie essa afirmação e discuta os possíveis resultados da aplicação desse pensamento num plano de recuperação de ecossistemas. A sucessão ecológica consiste na substituição progressiva de uma comunidade por outra em uma determinada área. Ela é controlada pela comunidade, embora o ambiente físico determine o padrão e a taxa de mudança e, muitas vezes, limite a extensão do desenvolvimento. Quando a sucessão não é interrompida por forças externas, ela é razoavelmente direcional e, portanto, previsível (teoria Clementesiana). Sendo assim, a ecologia de restauração aplica a teoria ecológica envolvida nas sucessões ecológicas para a restauração de locais, ecossistemas e paisagens perturbados, pois consegue-se distinguir a prática ideal a ser utilizada devido a previsibilidade de como o clímax poderá se estabelecer. Por exemplo, se a base da cadeia alimentar, as espécies vegetais, não produzem frutos, isso será pouco atrativo para espécies animais de maior porte. Portanto, o clímax conterá plantas, insetos e pequenos herbívoros. Se o plano de recuperação envolvia um fragmento de mata, faz-se necessário a utilização de plantas nativas que muito se assemelham à condição original a fim de que as cadeias tróficas sejam estabelecidas. 8) A recuperação de áreas degradadas evoluiu de uma visão estrutural para uma visão funcional. Como isso altera a forma como recuperamos áreas impactadas hoje em dia? A recuperação de áreas degradadas em uma perspectiva estrutural, visa, principalmente, a cobertura de solos expostos, evitando erosão, lixiviação e deslizamento de encostas. Este modo de recuperação muitas vezes envolve espécies vegetais como eucaliptos e bambus, que não produzem frutos, sendo pouco atrativos para espécies animais. Percebe-se também que neste modo de recuperação muitas vezes não são utilizadas nativas. A recuperação em uma perspectiva funcional já se preocupa em retomar uma dinâmica mais próxima da original. Por exemplo, utilizando espécies nativas da região e vegetais que possam atrair animais no intuito de restabelecer a dinâmica entre níveis tróficos incluindo plantas e animais. 9) Você tem um amigo fazendeiro que, notando a diminuição dos cursos d’água em sua propriedade, decidiu recuperar as matas ciliares e as nascentes. Para isso, solicitou a um biólogo que fizesse um plano de recuperação ambiental para a área com maior concentração de nascentes, que atualmente se encontra como um pasto abandonado há cerca de dez anos, próxima a um fragmento de mata nativa, mas ainda com acesso ao gado e cercado por plantações de cana (que são incendiadas para a colheita). Após a emissão do plano, seu amigo pediu para que você revisasse e desse sua opinião sobre as estratégias de manejo sugeridas. Seguem abaixo as principais recomendações do biólogo: 1. Por se tratar de antiga área produtiva o solo não precisa de manejo especial algum. 2. Devem se criar poleiros artificiais para as aves, dado que não há árvores que suportem a chegada de dispersores de sementes. 3. Deve se fazer o plantio de espécies iniciais e tardias (não necessariamente nativas) na proporção de 2:8, no sistema de chuva de sementes, 4. Formigas cortadeiras foram verificadas em quantidade bastante alta, mas o manejo não é necessário, já que são parte do ecossistema nativo. 5. Não é necessário cercar. Após ler os comentários, avalie os erros e acertos do biólogo contratado, descreva que soluções você daria para os itens que considerar incorretos e que outras técnicas utilizaria, se for o caso, para promover a restauração desse habitat de forma mais eficaz. 1º. No item um, o biólogo diz que o solo não precisa de manejo especial algum, o que é errado. Devido ao solo ter sido utilizado como pasto para gado, certamente ele se encontra altamente compactado, o que irá prejudicar o estabelecimento e absorção de nutrientes de outras plantas. Além disso, com o uso frequente de queimadas ao entorno da área, possivelmente o solo se encontra pobre em nutrientes. 2º. No item número dois, a criação de poleiros é uma tática funcional, pois, como no entorno da área há mata nativa, que provavelmente contém árvores frutíferas, os pássaros serão atraídos e contribuirão para a dispersão de sementes na área de pastagem, contribuindo para a restauração do ambiente. Os poleiros auxiliarão na chegada de pássaros na pastagem trazendo as sementes das árvores do entorno. 3º. Em relação ao item três, há duas críticas a fazer-se. Primeiro: técnicas de restauração têm o compromisso de restituir o ecossistema original, portanto é essencial que as plantas utilizadas sejam nativas da região, permitindo uma maior realidade do ambiente que ali existia antes da ação antrópica. Segundo: é necessário o plantio de maior número de espécies iniciais, pois estas poderão ser facilitadoras para a chegada de outras plantas. 4º. Em relação ao item quatro, é necessário o manejo das formigas cortadeiras, pois se apresentam em grande quantidade. As formigas cortadeiras são as principais pragas dos reflorestamentos brasileiros, pois atacam intensamente as plantas em qualquer fase de desenvolvimento, cortando folhas, flores, brotos e ramos finos, causando morte de mudas e redução do crescimento de árvores. 5º. Em relação ao item cinco, faz-se necessário cercar para que o gado não entre na área novamente e compacte o solo. 10) Não há qualquer relação entre perda de biodiversidade e funcionamento do ecossistema, afinal de contas, a maioria dos ciclos de matéria continuaria ocorrendo sem a presença de vida. Avalie essa informação e discuta os erros conceituais contidos nela. Efeitos negativos no funcionamento de ecossistemas devem-se não apenas à perda de espécies propriamente ditas, mas também à velocidade com que estão desaparecendo. Portanto, a velocidade de perda de biodiversidade atual supera largamente a velocidade com que a natureza consegue efetuar uma compensação e se adaptar. Mesmo que algumas espécies sejam redundantes em termos de função que desempenham, elas geralmente têm diferentes condições ambientais favoráveis ao seu crescimento e reprodução, o que é uma proteção contra as mudanças no ecossistema se as condições ambientais se alterarem. Consequentemente, a perda de espécies pode não só causar efeitos diretos num ecossistema, mas também afetar sua capacidade de proteção contra futuras mudanças ambientais. Assim, no caso de perda de espécies, o funcionamento do ecossistema poderia ser afetado negativamente seja pelo aumento da competição, seja pela lacuna de nicho ou pela perda de interações facilitadoras. Os efeitos são certamente imprevisíveis. A perda de espécies vegetais alteraria a base da cadeia alimentar, o que prejudicaria todos os níveis tróficos subsequentes, alterando pejorativamente o ecossistema. 11) “Os ecossistemas de água doce na Amazônia estão ameaçados pelo desmatamento e, em especial, pela interrupção da conectividade. Estão planejadas mais de 250 novas represas de usinas hidrelétricas nessa região. Se todas elas se concretizarem, apenas três rios afluentes do Rio Amazonas manterão seu fluxo livre. Isso compromete todo o sistema fluvial, bem como o fornecimento dos serviços ambientais para a sociedade e a economia daquela região, dos países da América do Sul e do mundo todo” (WWF, 13/04/2015) a) Qual a relação do desmatamento com os ciclos de matéria e qual o seu efeito em relaçãoa conservação de ecossistemas aquáticos? Toda matéria química ou orgânica passará por um processo de reciclagem. Após seu ciclo de vida, os animais e as plantas são decompostos por micro- organismos, gerando mais nutrientes para o solo, isso é chamado de ciclo da matéria. Com o desmatamento, o que passa a acontecer é um fluxo de matéria, pois os nutrientes não são repostos e o solo empobrece. Além disso, é comprovado que o desmatamento também altera o ciclo da água, diminuindo o índice de chuvas e aumentando as chances de ocorrência de secas. As matas ciliares fornecem energia e nutrientes para os ecossistemas aquáticos e, dessa forma, quando retirada, compromete a base da cadeira alimentar do ecossistema aquático, o que irá refletir nos demais níveis tróficos. b) Como a desestruturação desses ecossistemas pode afetar a qualidade de vida das populações ribeirinhas sob a ótica dos serviços ecossistêmicos? Com o incremento de hidrelétricas, ocorre a desestruturação de ecossistemas que além de comprometer a biodiversidade do local, podendo levar espécies a extinção ou até mesmo extinguir espécies que sequer são conhecidas, há prejuízos para comunidades indígenas e ribeirinhas. A construção de hidrelétricas provoca impactos socioeconômicos em populações que dependem dos rios para garantirem sua sobrevivência através da pesca. O deslocamento compelido dessas populações ribeirinhas causa um processo de exclusão, não só física, como econômica e social. Sendo assim, as pessoas envolvidas têm de lidar com uma multiplicidade de riscos de perdas econômicas que compreendem a categoria de desempregado, sem terra, sem teto, marginalizado, como também, ampliação de morbidez, perda de recursos comuns, precariedade alimentar, e desarticulação comunitária, que tem como resultado a perda de elasticidade sociocultural. 12) Por que devemos ter cuidado ao comparar diferentes trabalhos realizados ao nível de organização biológica que compreende os ecossistemas? Os ecossistemas são compostos por vários elementos que podem agrupar-se em unidades menores para facilitar o seu estudo e compreensão: espécies, populações e comunidades. O fato de compara-se diferentes ecossistemas é que cada qual possui suas peculiaridades: com diferentes habitats, fitofisionomias, amplitudes térmicas, níveis de pluviosidades, geografias, etc., além de fatores bióticos mediados pela competição e predação, por exemplo. Todos estes fatores influenciam na composição de espécies e suas dinâmicas nos ecossistemas e é por este motivo que comparar diferentes ecossistemas é necessário ter cautela, a fim de evitar resultados errôneos. 13) “Um novo estudo liderado por pesquisadores brasileiros mostra que importantes ecossistemas do país podem ser danificados por novas propostas de legislação ambiental. Na pesquisa publicada em 5/11/2014 na revista Science, os cientistas afirmam que o país precisa se manter alerta para não perder a posição de liderança ambiental alcançada na última década por meio de medidas governamentais. A análise tem como foco principal o Projeto de Lei 3.682, de 2012, que destina à mineração até 10% das terras consideradas unidades de conservação, atualmente protegidas por lei. A equipe de pesquisadores, liderada por Joice Ferreira, bióloga do projeto Embrapa Amazônia Oriental, calculou que 20% da área das unidades de conservação e terras indígenas do Brasil têm pedidos de mineração pendentes. Caso o projeto de lei, que está em discussão em primeira instância na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, seja aprovado, a exploração dessas áreas pode ser permitida. (...) O projeto propõe que a empresa responsável pela mineração se responsabilize por fazer uma área de compensação, com o dobro do tamanho, em outra região. Segundo os pesquisadores, porém, essa proposta não cobre os danos causados ao meio ambiente. a) Você concorda com os pesquisadores? Baseado em seus conhecimentos de metacomunidades, funcionamento de ecossistemas e teias tróficas, analise a afirmação em negrito e justifique sua resposta Sim. O fato de fazer uma área de compensação não “inibe” a poluição causada pela mineração. A água será contaminada, o solo pode tornar-se inóspito e populações indígenas serão prejudicadas pela invasão de suas terras. Uma metacomunidade ecológica é o conjunto de comunidades que estão ligadas pela dispersão de várias espécies que podem interagir umas com as outras. Sendo assim, alterar uma comunidade pode alterar várias ao seu entorno e, pelo fato dessa comunicação entre comunidades, as teias tróficas podem ser rompidas em razão de uma possível eliminação de populações gerando desequilíbrio ambiental. Além disso, espécies nunca descritas, das quais podem ter funções medicinais, podem ser extintas antes mesmo de serem conhecidas. 14) Por que é inviável a sustentação de uma cadeia trófica com número ilimitado de consumidores? Cadeia trófica ou rede alimentar é a estrutura de relações alimentares que interliga os seres vivos. Cada organismo possui um papel funcional na rede. Uns dão início e sustentam toda a cadeia: são os organismos produtores, como plantas, algas, etc. Os produtores vão servir de alimento aos consumidores primários ou herbívoros, que por sua vez vão nutrir os consumidores secundários ou carnívoros. Esta estruturação é bastante importante do ponto de vista do funcionamento dos ecossistemas, já que o funcionamento da cadeia trófica está intimamente ligado com dois fatores fundamentais para a viabilidade de qualquer ecossistema: a transferência de matéria e de energia. Sendo assim, se houver número ilimitado de consumidores, torna-se inviável a realização de uma sustentação dessa cadeia trófica, visto que seria necessário repor recursos intensivamente e constantemente. 15) As comunidades biológicas estão sujeitas a perturbações em diferentes níveis, desde a abertura de uma clareira numa mata até a destruição e/ou criação do habitat físico antes inexistente (ex. atividade vulcânica). Independente de sua magnitude, a perturbação desencadeia uma sequência de mudanças ou atividades biológicas. a) Como as perturbações estão ligadas ao processo de sucessão ecológica de um ecossistema? Explique se baseando em como as comunidades se desenvolvem após as perturbações. Sucessão ecológica é o nome dado a sequência de comunidades, desde a colonização até a comunidade clímax de determinado ecossistema. Estas comunidades vão sofrendo mudanças ordenadas e graduais. Uma teoria descritiva da sucessão, proposta por Frederic Clements é hoje vista como uma teoria ecológica clássica. Para o autor, a sucessão começa com uma perturbação/distúrbio, responsável por alterar o ambiente o qual se restabelece com estágios sucessivos de desenvolvimento. Após o distúrbio, o primeiro estágio de sucessão é denominado de estágio pioneiro, característico por conter espécies herbáceas, como gramíneas e espécies anuais. O próximo estágio de desenvolvimento é chamado de tardio ou intermediário, que já apresenta arbustos e poucas árvores. Ao final da sucessão, o estágio é denominado como clímax e já apresenta plantas de maior porte e maior complexidade das cadeias tróficas. Em geral, a biomassa aumenta durante a sucessão enquanto a produção líquida e a diversidade tendem a ser maiores em estágios iniciais. b) Que tipo(s) de sucessão ecológica ocorre(m) após o resfriamento da lava oriunda da atividade vulcânica marítima? Explique. Se após a ocorrência da erupção marítima houver formação de uma ilha, o tipo de sucessão ecológica é denominada sucessão primária, pois ocorreu emum local onde não existia vida (ilha vulcânica recém formada). A sucessão primária ocorre, portanto, em ambientes desprovidos de vida anteriormente, como dunas de areia, rochas varridas pela erosão, um fluxo de lava, um lago recém-formado, etc.
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