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2ª Prova RESPOSTAS

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Avaliação II (REPOSTAS) 
1) A introdução de espécies exóticas é uma das principais causas da queda da 
biodiversidade em nível global e, muitas vezes ocorrer por interesses econômicos. A 
raposa do ártico (Alopex lagopus) foi introduzida nas ilhas Aleutas, para exploração 
de suas peles. As ilhas eram, originalmente, ecossistemas com solos pobres, de 
origem vulcânica, que eram constantemente enriquecidos com o guano 
(excremento) das mais de trinta espécies de aves aquáticas residentes no local, nos 
quais se encontrava uma rica comunidade de gramíneas. No entanto, a introdução 
foi bem sucedida em cerca de metade das ilhas e, nesses locais, houve diminuição 
em abundância e riqueza de espécies de aves, dada a predação exercida pelas 
raposas. Nesse contexto, o solo pobre foi prontamente colonizado por vegetação de 
tundra e em apenas 100 anos todo o ecossistema tinha sido alterado. 
 
a) Eu poderia dizer que existe uma cascata trófica desencadeada pela introdução 
das raposas. Como ela funciona? 
A cascata trófica é mecanismo que influencia na dinâmica entre níveis tróficos 
através da propagação de efeito de uma perturbação em um determinado nível 
para os demais níveis da cadeia alimentar (efeito cascata). No caso das raposas 
existiu uma cascata trófica que emergiu a partir de efeitos diretos entre 
populações, pois a introdução destes animais gerou um distúrbio na comunidade. 
As raposas consumiram suas presas de forma desenfreada, diminuindo a 
abundância das aves, o que influenciou em outros níveis tróficos, alterando toda a 
comunidade, inclusive a forma de vegetação. 
 
b) Como seria possível resolver o problema, caso o extermínio das raposas fosse 
inviável? 
Inserindo um predador das raposas a fim de que ocorra um balanceamento das 
populações, permitindo um possível retorno da normalidade do número de 
diversidade de aves. 
 
2) O fogo pode iniciar-se por fatores naturais, e isso ocorre através do acúmulo de 
biomassa seca, baixa umidade, alta temperatura. O atrito entre rochas e o atrito do 
pelo de alguns animais com a mata seca, também podem desencadear queimadas. 
Sobre o assunto, o coordenador da área de ecossistemas da Secretaria Especial do 
Meio Ambiente (SEMA), Leopoldo Klosoviski, disse que não há discussão: “O fogo, de 
maneira geral, natural ou não, é sempre prejudicial.” (22/05/2012, Revista 
Superinteressante). 
 
a) Você concorda com a afirmação do Secretário do SEMA? Justifique sua resposta. 
Não. Pois, segundo a hipótese de distúrbio intermediário, níveis intermediários de 
perturbações (em intensidade e frequência) podem promover a maior diversidade. 
Isso porque os distúrbios atuam sobre as comunidades biológicas em diferentes 
escalas espaciais e temporais. Sendo assim, as comunidades podem ser compostas 
por fragmentos em diferentes estágios sucessionais. Esse mosaico de novos 
habitats (heterogeneidade de habitats) pode aumentar a biodiversidade, uma vez 
que favorece a coexistência de espécies de estágios sucessionais iniciais, 
intermediários e avançados dentro de uma mesma paisagem. 
 
A queimada é considerada como um distúrbio e, quando causada de forma natural 
e intermediária, pode contribuir para o aumento de diversidade. Além disso, 
existem espécies que necessitam do fogo para romper a dormência de suas 
sementes. Um exemplo disso são as Acácias. 
 
b) Qual o papel do fogo na ciclagem de nutrientes e fluxo de energia? Leve em 
consideração também a relevância para as espécies vegetais. 
Ciclagem de nutrientes refere-se ao ciclo dos nutrientes que são absorvidos do 
solo pelas raízes das plantas, estas ao se decomporem, voltam a disponibilizar 
esses nutrientes nas camadas mais superficiais. A queima da palha seca e morta 
traz de volta à superfície do solo, por meio das cinzas, os nutrientes anteriormente 
indisponíveis. Sendo assim, o fogo pode aumentar a concentração de nutrientes na 
superfície do solo. Porém, é importante ressaltar que nem toros os nutrientes 
volta à superfície: grande parte deles é perdida através da fumaça. Felizmente, os 
nutrientes que ficam em suspensão na atmosfera sob a forma de névoa da 
queimada retornam ao solo, seja pela ação da força da gravidade, seja por serem 
arrastados pelas gotas de chuva. 
 
Fluxo de energia é a transferência da energia ao longo dos níveis tróficos. Logo, 
como mencionado, o fogo pode disponibilizar nutrientes antes não passíveis de 
serem absorvidos pelas plantas, desencadeando essa transferência de energia 
entre os níveis tróficos retomando o fluxo de energia. Vale ressaltar que existem 
espécies que necessitam do fogo para quebrar a dormência de suas sementes. 
 
3) O conceito de água virtual define que água virtual é a água incorporada nas 
commodities. A produção de bens e serviços requer água; a água utilizada 
para produzir produtos agrícolas ou industriais é chamada a água virtual 
do produto. O volume global de fluxos de água virtual relacionados ao 
comércio internacional de mercadorias é de 1.600 Km³/ano (1m (1m³ = 1 L). 
Cerca de 80% desses fluxos de água virtual dizem respeito ao comércio de 
produtos agrícolas, enquanto o restante está relacionado ao comércio de 
produtos industriais. A produção de 1 quilograma de: arroz requer 3.000 
litros de água; o milho requer 900 litros de água; o trigo exige 1.350 litros 
de água; a carne bovina requer 16.000 litros de água. A partir dessa visão e 
com base na seguinte equação, Balanço de água de ecossistema = 
Quantidade de água que entra + Quantidade de água que sai, defina como 
temos alterado o ciclo de água do planeta. 
 
Percebe-se que a quantidade de água gasta pelo agronegócio é exacerbada e, 
considerando que menos de 1% da água disponível no mundo é potável, nota-se 
que o consumo está desenfreado, além de que o alimento produzido não é 
distribuído igualitariamente e o índice de fome no mundo continua aumentando. 
Pela equação é possível constatar que o ciclo da água pode ser alterado, visto 
que a quantidade de água que sai (sendo desperdiçada e às vezes até mesmo 
contaminada pelo agronegócio) é maior do que a quantidade que entra. Muitos 
países já vêm enfrentando problemas com a seca e as fronteiras agrícolas 
também contribuem para processos de desertificação. Sendo assim, fica evidente 
que o homem interfere nos ciclos naturais do planeta. 
 
4) Leia a tirinha abaixo e responda: 
 
 
a) O recurso alimentar é um componente essencial para a manutenção de 
uma teia trófica e está diretamente relacionado ao fluxo de energia. 
Discorra sobre a ligação da leia trófica com o fluxo de energia e explique 
porque uma maior entrada inicial de energia pode significar uma teia 
trófica com cadeias de maiores comprimentos. 
A partir dos organismos fotossintetizantes, que captam a energia solar e a 
transformam em energia química, o fluxo de energia dos níveis tróficos é 
iniciado. Alguns organismos se alimentam desses seres fotossintéticos, como 
os animais herbívoros. Estes, por sua vez, são predados por animais 
carnívoros. Outros animais podem predar estes organismos e a energia 
continua sendo transferida ao longo dos níveis tróficos. Os organismos 
decompositores e detritívoros também são de grande importância no ciclo de 
energia: eles transformam a energia contida em organismos mortos, 
devolvendo uma série de compostos orgânicos para os ambientes, 
“adubando” os organismos fotossintéticos. A perda de energia ao longo dos 
diferentes níveis tróficos ocorre principalmente pelo fato dos organismos 
produzirem calor como resultado de suas reações metabólicas (respiração 
celular, etc.). Como os produtores primários são extremamente importantes 
por ser a base a cadeia alimentaruma maior concentração destes organismos 
significa um possível incremento de mais níveis tróficos por possibilitar a 
chegada de mais herbívoros, que “atraem” mais predadores e assim por 
diante. 
 
b) Sabe-se que complexidade e estabilidade são propriedades emergentes 
relacionadas às teias tróficas. Explique como esses dois parâmetros 
estão relacionados aos conceitos de resistência e resiliência dos 
ecossistemas e discorra sobre a importância do entendimento destes 
conceitos para o manejo sustentável de ecossistemas. 
Os parâmetros de estabilidade e complexidade estão intrinsecamente 
relacionados à resistência e resiliência de ecossistemas. Pois, em ecologia, 
resiliência é a capacidade de um sistema restabelecer seu equilíbrio após este 
ter sido rompido por um distúrbio, ou seja, sua capacidade de recuperação. O 
que difere de resistência, que é a capacidade de um sistema de manter sua 
estrutura e funcionamento após um distúrbio. Alguns autores acreditam que 
estabilidade de resistência e estabilidade de resiliência em um ecossistema 
são características mutuamente excludentes, dessa forma, um sistema não 
poderia possuir altos índices de ambos os fatores. 
 
Um ecossistema possui diversas propriedades interligadas, possuindo a 
característica de se manterem mais estáveis frente às perturbações externas 
conforme eles crescem e se tornam mais complexos, apresentando maior 
resiliência ou resistência conforme suas características. 
 
Realizar o manejo de recursos naturais de forma sustentável significa, 
basicamente, buscar modos de atua sobre eles, beneficiando a sua 
preservação e, ao mesmo tempo, possibilitando sua utilização em prol do 
desenvolvimento econômico e social das áreas em que estão inseridos. 
Portanto, faz-se interessante realizar um estudo completo e complexo da área 
para ter conhecimento de quais distúrbios podem afetar o ambiente de forma 
que estes não suportem seu restabelecimento. Assim, torna-se possível 
selecionar práticas que não agridem o meio ambiente. 
 
5) O texto abaixo foi retirado de uma notícia publicada pela Scientific Amerca 
Brasil em 2015: 
 
Paradoxo ecológico: ecossistemas decaem, mas a vida melhora. 
 
“Durante décadas, ambientalistas apocalípticos (e outros) têm alertado da 
desgraça iminente da humanidade, em grande parte como resultado da nossa 
utilização não sustentável e os impactos sobre os sistemas naturais do planeta. 
A mais recente avaliação global dos ecossistemas descobriu que 60% estão em 
declínio. No entanto, nesse momento a mesma humanidade nunca esteve 
melhor. Nossos números continuarão crescendo, a esperança de vida 
aumentando, a mortalidade infantil em declínio e o recorde de crescimento 
econômico. (...) Os autores, liderados pela geógrafa Ciara Raudsepp-Hearne, 
da McGill University, oferecem quatro hipóteses para este paradoxo 
ecológico: os seres humanos são na verdade piores do que pensávamos; a 
capacidade de produzir alimentos supera todos os outros serviços do 
ecossistema; a tecnologia nos permitiu transcender o ambiente e os efeitos 
nocivos da degradação ambiental; o pior ainda está para vir” 
Com base no texto e em seus conhecimentos, responda: 
a) De que maneira o consumo desenfreado atualmente estimulado pela 
sociedade e pelo sistema econômico nos quais estamos inseridos pode 
afetar os ciclos que organizam os ecossistemas naturais? 
O consumo desenfreado de recursos naturais como combustíveis fósseis, 
minérios e água está levando a um desequilíbrio ecológico. Isso devido ao 
fato de que este consumo não é realizado com responsabilidade. Os 
combustíveis contaminam a atmosfera, levando ao efeito de “ilhas de calor”. 
As explorações de minérios contaminam o solo e lençóis freáticos. O caso de 
Mariana é um exemplo de tamanha magnitude em prejuízos ambientais, 
provocando vasta alteração de paisagens comprometendo diversas espécies 
animais e vegetais para a implantação do agronegócio, os latifúndio retiram a 
mata original e inserem espécies gramíneas que, além de contribuir com a 
queda da biodiversidade, comprometem com a chegada de novas espécies. A 
utilização de transgênicos é um assunto ainda em constante debate devido a 
uma possível contaminação genética que essas plantas podem gerar, o que 
possui efeitos incalculáveis para a diversidade biológica. O Brasil também é 
um dos países que mais consomem agrotóxicos, o que também gera 
contaminação dos solos e de seus alimentos. 
 
b) Como desenvolvimento sustentável pode ser a garantia para a 
conservação dos ecossistemas e de um aumento continuado nos 
indicadores de qualidade de vida humana? 
Desenvolvimento sustentável pode ser definido como a capacidade de 
atender às necessidades coletivas atuais, sem comprometimento das gerações 
futuras, considerando os pressupostos econômicos e ecológicos. Sendo 
assim, pode-se inferir que com a sustentabilidade dos ecossistemas e saúde 
humana. Além disso, a água passa a ser utilizada com responsabilidade de 
consumo, o que pode diminuir a chance seca. As perdas e os desperdícios de 
alimentos também são fatores que entram no quesito sustentabilidade. 
Reduzir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e 
abastecimento, incluindo as perdas pós-colheita e também o desperdício 
global de alimentos per capita no varejo e no consumo é uma das metas para 
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). 
 
6) Depois da última prova de Ecologia de Comunidades e Ecossistemas você se 
assenta em casa, aliviado por ter se saído muito bem na disciplina, e abre 
uma cerveja enquanto assiste a um programa de televisão. O primeiro 
programa sintonizado exibe um quadro em que um ambientalista faz a 
seguinte declaração: “A pior coisa que já aconteceu na natureza foi o 
aparecimento do distúrbio, junto com a espécie humana! A natureza não 
deveria sofrer qualquer perturbação, mas permanecer sempre intocada e sem 
qualquer tipo de intervenção.”. Ainda dominado pelo conteúdo aprendido 
durante o semestre, você resolve escrever uma carta para a redação do 
programa. Aponte os erros cometidos pelo ambientalista, ressaltando a 
importância de distúrbios (perturbações) para a manutenção de processos 
ecológicos. 
 
Carta ao diretor do programa: 
 
Caro diretor, em razão da última exibição de seu programa ambientalista, venho 
ressaltar alguns erros conceituais graves que foram discutidos durante a 
exibição. O convidado ao debate disse que os distúrbios são elementos 
pejorativos para o desenvolvimento da natureza e que esta deveria permanecer 
intocada. De acordo com os conhecimentos em ecologia, sabe-se que existe uma 
teoria denominada “Teoria do Distúrbio Intermediário” que prevê que os 
maiores valores de riqueza sejam encontrados em locais com perturbações de 
intensidade e/ou frequência intermediárias, pois se não houvesse perturbações, 
haveria exclusão competitiva. Sendo assim, os distúrbios são necessários e 
benéficos para o desenvolvimento do ambiente. Porém, ressalto que tal fala 
poderia ser melhor interpretada se fosse enfatizado que os distúrbios 
ocasionados pelo homem são severos (intensos) e ocorrem frequentemente, 
gerando um desequilíbrio ambiental. 
 
Outro quesito importante é que alguns organismos, principalmente plantas, 
necessitam de que distúrbios ocorram para completar seu ciclo de vida. As 
queimadas, por exemplo, atuam na quebra de dormência de algumas sementes 
de espécies do Cerrado. O fogo, gerado por fatores naturais, também auxilia na 
ciclagem de nutrientes no solo para as plantas e o ciclo de vida é retomado. 
 
Deste modo, faz-se interessante emitir uma nota de correção destes erros a fim 
de que a população seja devidamenteinformada, o que caracteriza um programa 
de reconhecimento e credibilidade. 
 
7) A sucessão depende somente das espécies de plantas do local, já que o 
clímax é previsível. Avalie essa afirmação e discuta os possíveis resultados 
da aplicação desse pensamento num plano de recuperação de ecossistemas. 
 
A sucessão ecológica consiste na substituição progressiva de uma comunidade 
por outra em uma determinada área. Ela é controlada pela comunidade, embora 
o ambiente físico determine o padrão e a taxa de mudança e, muitas vezes, limite 
a extensão do desenvolvimento. Quando a sucessão não é interrompida por 
forças externas, ela é razoavelmente direcional e, portanto, previsível (teoria 
Clementesiana). Sendo assim, a ecologia de restauração aplica a teoria ecológica 
envolvida nas sucessões ecológicas para a restauração de locais, ecossistemas e 
paisagens perturbados, pois consegue-se distinguir a prática ideal a ser utilizada 
devido a previsibilidade de como o clímax poderá se estabelecer. Por exemplo, 
se a base da cadeia alimentar, as espécies vegetais, não produzem frutos, isso 
será pouco atrativo para espécies animais de maior porte. Portanto, o clímax 
conterá plantas, insetos e pequenos herbívoros. Se o plano de recuperação 
envolvia um fragmento de mata, faz-se necessário a utilização de plantas nativas 
que muito se assemelham à condição original a fim de que as cadeias tróficas 
sejam estabelecidas. 
 
8) A recuperação de áreas degradadas evoluiu de uma visão estrutural para 
uma visão funcional. Como isso altera a forma como recuperamos áreas 
impactadas hoje em dia? 
 
A recuperação de áreas degradadas em uma perspectiva estrutural, visa, 
principalmente, a cobertura de solos expostos, evitando erosão, lixiviação e 
deslizamento de encostas. Este modo de recuperação muitas vezes envolve 
espécies vegetais como eucaliptos e bambus, que não produzem frutos, sendo 
pouco atrativos para espécies animais. Percebe-se também que neste modo de 
recuperação muitas vezes não são utilizadas nativas. A recuperação em uma 
perspectiva funcional já se preocupa em retomar uma dinâmica mais próxima da 
original. Por exemplo, utilizando espécies nativas da região e vegetais que 
possam atrair animais no intuito de restabelecer a dinâmica entre níveis tróficos 
incluindo plantas e animais. 
 
9) Você tem um amigo fazendeiro que, notando a diminuição dos cursos 
d’água em sua propriedade, decidiu recuperar as matas ciliares e as 
nascentes. Para isso, solicitou a um biólogo que fizesse um plano de 
recuperação ambiental para a área com maior concentração de nascentes, 
que atualmente se encontra como um pasto abandonado há cerca de dez 
anos, próxima a um fragmento de mata nativa, mas ainda com acesso ao 
gado e cercado por plantações de cana (que são incendiadas para a 
colheita). Após a emissão do plano, seu amigo pediu para que você revisasse 
e desse sua opinião sobre as estratégias de manejo sugeridas. Seguem 
abaixo as principais recomendações do biólogo: 
1. Por se tratar de antiga área produtiva o solo não precisa de manejo 
especial algum. 
2. Devem se criar poleiros artificiais para as aves, dado que não há árvores 
que suportem a chegada de dispersores de sementes. 
3. Deve se fazer o plantio de espécies iniciais e tardias (não necessariamente 
nativas) na proporção de 2:8, no sistema de chuva de sementes, 
4. Formigas cortadeiras foram verificadas em quantidade bastante alta, 
mas o manejo não é necessário, já que são parte do ecossistema nativo. 
5. Não é necessário cercar. 
Após ler os comentários, avalie os erros e acertos do biólogo contratado, 
descreva que soluções você daria para os itens que considerar incorretos e 
que outras técnicas utilizaria, se for o caso, para promover a restauração 
desse habitat de forma mais eficaz. 
 
1º. No item um, o biólogo diz que o solo não precisa de manejo especial algum, 
o que é errado. Devido ao solo ter sido utilizado como pasto para gado, 
certamente ele se encontra altamente compactado, o que irá prejudicar o 
estabelecimento e absorção de nutrientes de outras plantas. Além disso, com o 
uso frequente de queimadas ao entorno da área, possivelmente o solo se encontra 
pobre em nutrientes. 
 
2º. No item número dois, a criação de poleiros é uma tática funcional, pois, 
como no entorno da área há mata nativa, que provavelmente contém árvores 
frutíferas, os pássaros serão atraídos e contribuirão para a dispersão de sementes 
na área de pastagem, contribuindo para a restauração do ambiente. Os poleiros 
auxiliarão na chegada de pássaros na pastagem trazendo as sementes das árvores 
do entorno. 
 
3º. Em relação ao item três, há duas críticas a fazer-se. Primeiro: técnicas de 
restauração têm o compromisso de restituir o ecossistema original, portanto é 
essencial que as plantas utilizadas sejam nativas da região, permitindo uma 
maior realidade do ambiente que ali existia antes da ação antrópica. Segundo: é 
necessário o plantio de maior número de espécies iniciais, pois estas poderão ser 
facilitadoras para a chegada de outras plantas. 
 
4º. Em relação ao item quatro, é necessário o manejo das formigas cortadeiras, 
pois se apresentam em grande quantidade. As formigas cortadeiras são as 
principais pragas dos reflorestamentos brasileiros, pois atacam intensamente as 
plantas em qualquer fase de desenvolvimento, cortando folhas, flores, brotos e 
ramos finos, causando morte de mudas e redução do crescimento de árvores. 
 
5º. Em relação ao item cinco, faz-se necessário cercar para que o gado não entre 
na área novamente e compacte o solo. 
 
10) Não há qualquer relação entre perda de biodiversidade e funcionamento do 
ecossistema, afinal de contas, a maioria dos ciclos de matéria continuaria 
ocorrendo sem a presença de vida. Avalie essa informação e discuta os erros 
conceituais contidos nela. 
 
Efeitos negativos no funcionamento de ecossistemas devem-se não apenas à 
perda de espécies propriamente ditas, mas também à velocidade com que estão 
desaparecendo. Portanto, a velocidade de perda de biodiversidade atual supera 
largamente a velocidade com que a natureza consegue efetuar uma compensação 
e se adaptar. Mesmo que algumas espécies sejam redundantes em termos de 
função que desempenham, elas geralmente têm diferentes condições ambientais 
favoráveis ao seu crescimento e reprodução, o que é uma proteção contra as 
mudanças no ecossistema se as condições ambientais se alterarem. 
Consequentemente, a perda de espécies pode não só causar efeitos diretos num 
ecossistema, mas também afetar sua capacidade de proteção contra futuras 
mudanças ambientais. Assim, no caso de perda de espécies, o funcionamento do 
ecossistema poderia ser afetado negativamente seja pelo aumento da 
competição, seja pela lacuna de nicho ou pela perda de interações facilitadoras. 
Os efeitos são certamente imprevisíveis. A perda de espécies vegetais alteraria a 
base da cadeia alimentar, o que prejudicaria todos os níveis tróficos 
subsequentes, alterando pejorativamente o ecossistema. 
 
11) “Os ecossistemas de água doce na Amazônia estão ameaçados pelo 
desmatamento e, em especial, pela interrupção da conectividade. Estão 
planejadas mais de 250 novas represas de usinas hidrelétricas nessa região. 
Se todas elas se concretizarem, apenas três rios afluentes do Rio Amazonas 
manterão seu fluxo livre. Isso compromete todo o sistema fluvial, bem como 
o fornecimento dos serviços ambientais para a sociedade e a economia 
daquela região, dos países da América do Sul e do mundo todo” (WWF, 
13/04/2015) 
 
a) Qual a relação do desmatamento com os ciclos de matéria e qual o seu 
efeito em relaçãoa conservação de ecossistemas aquáticos? 
Toda matéria química ou orgânica passará por um processo de reciclagem. 
Após seu ciclo de vida, os animais e as plantas são decompostos por micro-
organismos, gerando mais nutrientes para o solo, isso é chamado de ciclo da 
matéria. Com o desmatamento, o que passa a acontecer é um fluxo de 
matéria, pois os nutrientes não são repostos e o solo empobrece. Além disso, 
é comprovado que o desmatamento também altera o ciclo da água, 
diminuindo o índice de chuvas e aumentando as chances de ocorrência de 
secas. As matas ciliares fornecem energia e nutrientes para os ecossistemas 
aquáticos e, dessa forma, quando retirada, compromete a base da cadeira 
alimentar do ecossistema aquático, o que irá refletir nos demais níveis 
tróficos. 
 
b) Como a desestruturação desses ecossistemas pode afetar a qualidade de 
vida das populações ribeirinhas sob a ótica dos serviços ecossistêmicos? 
Com o incremento de hidrelétricas, ocorre a desestruturação de ecossistemas 
que além de comprometer a biodiversidade do local, podendo levar espécies 
a extinção ou até mesmo extinguir espécies que sequer são conhecidas, há 
prejuízos para comunidades indígenas e ribeirinhas. A construção de 
hidrelétricas provoca impactos socioeconômicos em populações que 
dependem dos rios para garantirem sua sobrevivência através da pesca. O 
deslocamento compelido dessas populações ribeirinhas causa um processo 
de exclusão, não só física, como econômica e social. Sendo assim, as 
pessoas envolvidas têm de lidar com uma multiplicidade de riscos de perdas 
econômicas que compreendem a categoria de desempregado, sem terra, sem 
teto, marginalizado, como também, ampliação de morbidez, perda de 
recursos comuns, precariedade alimentar, e desarticulação comunitária, que 
tem como resultado a perda de elasticidade sociocultural. 
 
12) Por que devemos ter cuidado ao comparar diferentes trabalhos realizados 
ao nível de organização biológica que compreende os ecossistemas? 
Os ecossistemas são compostos por vários elementos que podem agrupar-se em 
unidades menores para facilitar o seu estudo e compreensão: espécies, 
populações e comunidades. O fato de compara-se diferentes ecossistemas é que 
cada qual possui suas peculiaridades: com diferentes habitats, fitofisionomias, 
amplitudes térmicas, níveis de pluviosidades, geografias, etc., além de fatores 
bióticos mediados pela competição e predação, por exemplo. Todos estes fatores 
influenciam na composição de espécies e suas dinâmicas nos ecossistemas e é 
por este motivo que comparar diferentes ecossistemas é necessário ter cautela, a 
fim de evitar resultados errôneos. 
 
13) “Um novo estudo liderado por pesquisadores brasileiros mostra que importantes 
ecossistemas do país podem ser danificados por novas propostas de legislação 
ambiental. Na pesquisa publicada em 5/11/2014 na revista Science, os cientistas 
afirmam que o país precisa se manter alerta para não perder a posição de 
liderança ambiental alcançada na última década por meio de medidas 
governamentais. A análise tem como foco principal o Projeto de Lei 3.682, de 2012, 
que destina à mineração até 10% das terras consideradas unidades de 
conservação, atualmente protegidas por lei. A equipe de pesquisadores, liderada 
por Joice Ferreira, bióloga do projeto Embrapa Amazônia Oriental, calculou que 
20% da área das unidades de conservação e terras indígenas do Brasil têm pedidos 
de mineração pendentes. Caso o projeto de lei, que está em discussão em primeira 
instância na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, seja 
aprovado, a exploração dessas áreas pode ser permitida. (...) O projeto propõe que 
a empresa responsável pela mineração se responsabilize por fazer uma área de 
compensação, com o dobro do tamanho, em outra região. Segundo os 
pesquisadores, porém, essa proposta não cobre os danos causados ao meio 
ambiente. 
 
a) Você concorda com os pesquisadores? Baseado em seus conhecimentos 
de metacomunidades, funcionamento de ecossistemas e teias tróficas, 
analise a afirmação em negrito e justifique sua resposta 
Sim. O fato de fazer uma área de compensação não “inibe” a poluição 
causada pela mineração. A água será contaminada, o solo pode tornar-se 
inóspito e populações indígenas serão prejudicadas pela invasão de suas 
terras. 
 
Uma metacomunidade ecológica é o conjunto de comunidades que estão 
ligadas pela dispersão de várias espécies que podem interagir umas com as 
outras. Sendo assim, alterar uma comunidade pode alterar várias ao seu 
entorno e, pelo fato dessa comunicação entre comunidades, as teias tróficas 
podem ser rompidas em razão de uma possível eliminação de populações 
gerando desequilíbrio ambiental. Além disso, espécies nunca descritas, das 
quais podem ter funções medicinais, podem ser extintas antes mesmo de 
serem conhecidas. 
 
14) Por que é inviável a sustentação de uma cadeia trófica com número 
ilimitado de consumidores? 
Cadeia trófica ou rede alimentar é a estrutura de relações alimentares que 
interliga os seres vivos. Cada organismo possui um papel funcional na rede. Uns 
dão início e sustentam toda a cadeia: são os organismos produtores, como 
plantas, algas, etc. Os produtores vão servir de alimento aos consumidores 
primários ou herbívoros, que por sua vez vão nutrir os consumidores 
secundários ou carnívoros. Esta estruturação é bastante importante do ponto de 
vista do funcionamento dos ecossistemas, já que o funcionamento da cadeia 
trófica está intimamente ligado com dois fatores fundamentais para a viabilidade 
de qualquer ecossistema: a transferência de matéria e de energia. Sendo assim, 
se houver número ilimitado de consumidores, torna-se inviável a realização de 
uma sustentação dessa cadeia trófica, visto que seria necessário repor recursos 
intensivamente e constantemente. 
 
15) As comunidades biológicas estão sujeitas a perturbações em diferentes 
níveis, desde a abertura de uma clareira numa mata até a destruição e/ou 
criação do habitat físico antes inexistente (ex. atividade vulcânica). 
Independente de sua magnitude, a perturbação desencadeia uma sequência 
de mudanças ou atividades biológicas. 
a) Como as perturbações estão ligadas ao processo de sucessão ecológica de 
um ecossistema? Explique se baseando em como as comunidades se 
desenvolvem após as perturbações. 
Sucessão ecológica é o nome dado a sequência de comunidades, desde a 
colonização até a comunidade clímax de determinado ecossistema. Estas 
comunidades vão sofrendo mudanças ordenadas e graduais. Uma teoria 
descritiva da sucessão, proposta por Frederic Clements é hoje vista como 
uma teoria ecológica clássica. Para o autor, a sucessão começa com uma 
perturbação/distúrbio, responsável por alterar o ambiente o qual se 
restabelece com estágios sucessivos de desenvolvimento. 
Após o distúrbio, o primeiro estágio de sucessão é denominado de estágio 
pioneiro, característico por conter espécies herbáceas, como gramíneas e 
espécies anuais. O próximo estágio de desenvolvimento é chamado de tardio 
ou intermediário, que já apresenta arbustos e poucas árvores. Ao final da 
sucessão, o estágio é denominado como clímax e já apresenta plantas de 
maior porte e maior complexidade das cadeias tróficas. Em geral, a biomassa 
aumenta durante a sucessão enquanto a produção líquida e a diversidade 
tendem a ser maiores em estágios iniciais. 
 
b) Que tipo(s) de sucessão ecológica ocorre(m) após o resfriamento da lava 
oriunda da atividade vulcânica marítima? Explique. 
Se após a ocorrência da erupção marítima houver formação de uma ilha, o 
tipo de sucessão ecológica é denominada sucessão primária, pois ocorreu emum local onde não existia vida (ilha vulcânica recém formada). A sucessão 
primária ocorre, portanto, em ambientes desprovidos de vida anteriormente, 
como dunas de areia, rochas varridas pela erosão, um fluxo de lava, um lago 
recém-formado, etc.

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