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Resumo do cap 7 e 8 do livro JUSTIÇA de Sandel

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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Faculdade Nacional de Direito
Disciplina: Teoria do Estado
Docente: Maria Francisca
Aluna: Ariane Brito de Oliveira
Resumo dos capítulos 7 e 8 da obra "Justiça: O que é fazer a coisa certa" de Michael S. Sandel. 
Capítulo 7 - A ação afirmativa em questão. 
O presente capítulo conta a história de Cheryl Hopwood, uma jovem branca que não nasceu em família abastada e se sentiu injustiçado ao não conseguir ingressar na Faculdade de Direito da Universidade do Texas, pois candidatos negros ou descendentes de Mexicano nascidos no Estados Unidos que obtiveram médias menores que a dela, conseguiram ingressar. Isso se deve a política de cotas adotada pela universidade que privilegiava as minorias. A jovem Hopwood então, levou o caso a Justiça Federal, que alegou adotar essa política para aumentar a diversidade racial e étnica da carreira de direito no Texas. Segundo o texto, Wopwood não é a primeira pessoa a desafiar a ação afirmativa nos tribunais, então, entra em questão o que os tribunais andam enfrentando, que é definir se as políticas de emprego e de admissão das açãos afirmativas violam a garantia da Constituição dos Estados Unidos de que as leis protegerão a todos igualmente. No entanto, deixando de lado a questão constituicional e entrando na questão moral para saber se é injusto ou não, o autor apresenta, analisando, três razões de defensores da ação afirmativa para que a raça e a etnia sejam levadas em consideração no mercado de trabalho e na admissão à universidade. São eles: 
1 - Correção de distorções em testes padronizados: Os testes vem sendo questionados pois " o jovem Martin Luther King, que viria a ser um dos maiores oradores da história americana, teve uma avaliação abaixo da média em aptidão oral." Estudantes negros e espânicos ficam abaixo da média obtida pelos estudantes brancos, mesmo após correções por classes economicas serem aplicadas. Seja qual for a causa dessa diferença nos resultados, o uso de testes padronizados para prever o sucesso acadêmico deve levar em consideração antecedentes familiares, sociais, culturais e educacionais dos estudantes. 
2 - Compensação dos erros do passado: Este argumento considera a ação afirmativa como uma solução para remediar as injusticas do passado. Ou seja, alunos de minoria devem ter preferência para compensar o histórico de discriminação do passado que os colocam como inferiores. Porém, esse argumento dá base para uma contestação de que os estudantes que se beneficiam não foram os que foram injustiçados no passado, e que os estudantes beneficiarios são de minorias de classe média que não passaram por dificuldades que atingem os jovens negros de áreas mais pobres. Logo, entra o questionamento do porquê um jovem negro rico deve ter preferência, ao inves da jovem Hopwood, que passou por dificuldades econômica muito maiores? Devido à isso, usam o argumento de que se for para ajudar pessoas em desvantagem, a ação afirmativa deve ser por classe social, e não por raça. No entanto, se a ação afirmativa for com a intenção de compensar a injustiça histórica da escravidão e segregação, entra em tese o conceito de responsabilidade coletiva. O autor alega que, para entender sobre nossa responsabilidade coletiva, devemos ter em mente nossas obrigações morais como individuo. Abordado mais a frente. 
3 - Promoção da diversidade: Esse argumento defende que um corpo estudantil com maior diversidade racial permite que os estudantes aprendam mais entre si do que se todos tivessem antecedentes semelhantes. Diante do caso de Wodwoop, o Decano da Faculdade de Direito do Texas usou este argumento. No entanto, há uma objeção que diz que a ação afirmativa com esse argumento oferece mais problemas do que alcançar seus objetivos, pois provaca indignação entre os grupos étnicos brancos que acham que também deveriam receber as oportunidades.
Tirando os argumentos dos críticos, o autor tenta definir o que é justiça ou injustiça no caso da raça como critério. E, a resposta para a pergunta "As preferências raciais violam os direitos?" depende única e exclusivamente a missão da universidade. Se esta, tem em sua missão, aumentar a diversidade racial e étnica de sua instituição, não há alguma violaçao dos direitos individuais. 
Michael Sandel analisa o caso de Starrett City que, visando ser uma comunidade de integração racial, utilizada 40% de cota destinado a população negra, para reafirmar o argumento segundo a concepção de Rawls sobre o mérito moral, que diz que "(...)ninguém tem o direito de ser beneficiado em um projeto habitacional ou incluído em uma turma de calouros de acordo com seus méritos, definidos de forma independente. O que é considerado mérito só pode ser determinado quando a autoridade habitacional ou a diretoria da faculdade definirem sua missão." O autor ressalta que, este fato não consiste em uma injustiça, e cita Dworkin que mostra que muitos fatores além de nosso controle são utilizados para admissão, não apenas o caso das raças e etnias, mas também o caso das famílias que conseguem comprar vaga para seus filhos através de leilão, o que não é possível para as famílias mais pobres.
Capítulo 8 - Quem merece o quê/ Aristóteles
A fim de definir quem merece o quê, o autor nos apresenta a teoria de justiça de Aristóteles onde há duas concepções centrais: A primeira nos sugere que a justiça é teleológica, ou seja, para definir os direitos precisamos definir primeiro o télos (propósito) de tal coisa. A segunda diz que a justiça é honorífica, ou seja, compreender o télos de alguma coisa significa compreender as virtudes que ela deve honrar. 
Segundo a primeira concepção de Aristóteles, o autor cita um exemplo sobre a distribuição de frautas e, para Aristóteles, as melhores frautas devem ser distribuidas para os melhores frautistas. Porém, o intuito não é produzir as melhores músicas, mas sim porque as melhores frautas devem ser dos melhores frautistas para elas serem muito bem tocadas, pois é para isso que elas foram feitas, esse é o objetivo das frautas. Parafraseando a justiça teleológica de aristóteles com a admissão nas universidades, é preciso definir o télos nas universidades para definir os critérios de admissão. Já na política, há um procedimento que permite que as pessoas escolham suas finalidades por conta própria, através da votação. O objetivo pelo qual a comunidade política existe é para implantar políticas sábias tornando melhor a vida de todos e honrar e recompensar a virtude cívica, sendo assim, os aspectos honoríficos e teleológicos da justiça estão interligados. E, para Aristóteles, a política é uma atividade para se obter a vida boa, induz o bom hábito, formam um bom caráter e nos coloca no caminho da virtude cívica. Entretando, tudo isso deve acontecer na prática, e nao apenas na teoria.
Contudo, o autor Michael Sandel conclui que discussões sobre direitos e justiça ilustram a teoria de justiça de Aristóteles, pois são discussões que levam à descobrir quais são o propósito das coisas e das instituições sociais e as virtudes que elas valorizam e recompensam. E que, para manter a neutralidade da lei e determinar o que é justo devemos antes discutir a natureza da vida boa.

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