Buscar

CRIMES CONTRA A HONRA

Prévia do material em texto

CRIMES CONTRA A PESSOA – Crimes contra a Honra
	
CALÚNIA
ART. 138 DO CPB
	Elementos Fundamentais:
Imputação de um fato;
O fato deve ser falso;
E ser definido como crime – não há que se falar em contravenção. 
	
	Classificação Doutrinária: crime comum (tanto quanto ao sujeito ativo como quanto ao sujeito passivo); formal (basta que o agente divulgue a terceiro); doloso (direto/específico = animus caluniandi – não admite a modalidade culposa); instantâneo.
	
	Sujeito Ativo: qualquer pessoa.
Sujeito Passivo: qualquer pessoa, inclusive pessoa jurídica (Lei 9605/98). 
	
	Consumação: quando um terceiro (que não o sujeito passivo) toma conhecimento da imputação falsa de fato definido como crime. 
Tentativa: é possível, dependendo do meio pelo qual é executado o crime. 
	
	Bem juridicamente protegido: a honra objetiva (conceito que a vítima goza em seu meio social – não exige a presença do ofendido) 
	
	Modalidades Específicas (§§ 1º e 2º):
Quem propala ou divulga: responde em coautoria;
Somente é punível a calúnia contra mortos.
	
	Exceção da Verdade (§3º) – consiste em demonstrar que os fatos narrados são verdadeiros. Contudo, torna-se impossível quando:
Tratar-se de crime de ação penal privada e o ofendido não tenha sido condenado definitivamente;
O fato é imputado ao Presidente da República ou chefes de governo estrangeiro;
O ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível do crime atribuído. 
*O arquivamento do Inquérito não afasta a exceção da verdade.
	
	Questão Relevante – Advogado e defesa em Juízo: o crime de calúnia não se insere na proteção material garantida ao advogado pelo art. 7º, §2º da Lei 8906/1994 (STJ) 
	
DIFAMAÇÃO
ART. 139 DO CPB
DIFAMAÇÃO
ART. 139 DO CPB
	Considerações Iniciais: consiste na imputação de fato (seja ele verdadeiro ou não) que incide na reprovação social, ferindo a reputação do indivíduo. 
	
	Classificação Doutrinária: crime comum (tanto quanto ao sujeito ativo, quanto ao sujeito passivo); doloso (direto/específico = animus diffamandi – não admite a modalidade culposa); comissivo; instantâneo. 
	
	Sujeito Ativo: qualquer pessoa.
Sujeito Passivo: qualquer pessoa, inclusive pessoa jurídica (Lei 9605/98).
	
	Consumação: quando terceiro (que não a vítima) toma conhecimento dos fatos ofensivos à sua reputação.
Tentativa: é possível, dependendo do meio pelo qual é executado o crime
	
	Bem juridicamente protegido: a honra objetiva (conceito que a vítima goza em seu meio social – não exige a presença do ofendido)
	
	Exceção da Verdade (parágrafo único): só será admitida se a vítima é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
	
INJÚRIA
ART. 140 DO CPB
	Considerações Iniciais: visa proteger a honra subjetiva, ou seja, o conceito que a vítima tem de si mesma; em regra não existe imputação de fatos e sim atributos pejorativos a pessoa da vítima. *NÃO cabe exceção da verdade
	
	Classificação Doutrinária: crime comum (tanto com relação ao sujeito ativo, quanto ao sujeito passivo); doloso (direto/específico = animus injuriandi – não admite a modalidade culposa); formal; comissivo; instantâneo. 
	
	Sujeito Ativo: qualquer pessoa.
Sujeito Passivo: qualquer pessoa física (impossível ser pessoa jurídica, vez que não possui honra subjetiva) 
	
	Consumação: no momento em que a vítima toma conhecimento das palavras, gestos, escritos ou símbolos que ofendam à sua dignidade ou decoro.
Tentativa: é possível, dependendo do meio pelo qual é executado o crime
	
	Bem juridicamente protegido: honra subjetiva (autoestima) 
	
	Perdão Judicial (§1º): 
Quando o ofendido tiver provocado a injúria;
No caso de retorsão imediata a outra injúria.
	
	Modalidades Qualificadas (§§ 2º e 3º):
Injúria Real = quando consiste em violência ou vias de fato (p.ex.: cuspir no rosto de uma pessoa);
Injúria Preconceituosa = quando praticada com a utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição da pessoa idosa ou portadora de deficiência – não se confunde com os crimes previstos na Lei 7716/1989, que são resultantes de discriminação ou preconceito de raça e cor.
	
	Suspensão condicional do processo: será possível nas três modalidades de injúria, desde que, no caso da preconceituosa não incida a majorante do art. 141 CPB. 
	
DISPOSIÇÕES COMUNS 
ART. 141 DO CPB
	Causa de aumento de pena – comum a todas as formas – se o crime é cometido:
Contra Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
Contra funcionário público, em razão de sua função;
Na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite sua divulgação;
Contra maior de 60 anos ou pessoa portadora de deficiência.
Se mediante paga ou promessa de recompensa, a pena será dobrada.
	
EXCLUSÃO DO CRIME
ART. 142 DO CPB
	Cabível apenas na injúria e na difamação.
	
	I- Quando a ofensa for irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou seu procurador:
É aquela produzida perante qualquer autoridade judiciária – imunidade judiciária;
Pode ser realizada intra-autos, ou seja, por escrito;
O advogado possui imunidade profissional, no exercício de sua função, em juízo ou fora dele (art. 7º, §2º do Estatuto da OAB);
A testemunha não está compreendida entre os beneficiários.
	
	II – Opinião desfavorável da critica literária, artística ou cientifica, salvo nos casos em que for evidente a intenção do agente em macular a honra da vitima. 
	
	III – Opinião desfavorável de funcionário público, emitida em cumprimento com o seu dever de ofício. 
	
	Exceção às imunidades: não estará acobertado pelas imunidades, o agente que dá publicidade as ofensas (parágrafo único). 
	
RETRATAÇÃO
ART. 143 DO CPB
	Somente pode haver até antes da publicação da sentença – tendo sido prolatada sentença, é possível a retração em grau de recurso;
Somente gera efeitos nos crimes de calúnia e difamação;
Trata-se de causa de extinção da punibilidade, prevista expressamente no art. 107, VI do CPB (o agente é isento de pena).
	PEDIDO DE EXPLICAÇÃO ART. 144 DO CPB
	Diz respeito a um procedimento anterior ao inicio da ação penal de iniciativa privada;
Dessa forma, antes mesmo de ingressar em juízo com a queixa crime, a vitima tem a possibilidade de ir a juízo pedir explicações.

Continue navegando