Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO – DA USURPAÇÃO ALTERAÇÃO DE LIMITES ART. 161, CAPUT DO CPB Elementos do tipo: Conduta de suprimir (eliminar, fazer desaparecer) ou deslocar (remover, afastar) tapume, marco ou qualquer sinal indicativo de linha divisória; Finalidade de apropriação no todo ou em parte de coisa imóvel alheia (especial fim de agir). Classificação Doutrinária: crime próprio (tanto quanto ao sujeito ativo, como quanto ao sujeito passivo); doloso (não há previsão da modalidade culposa); formal (não se exige a efetiva apropriação); de dano; comissivo; instantâneo. Sujeito ativo: somente proprietário e possuidor do imóvel limítrofe. Sujeito passivo: somente proprietário e possuidor do imóvel no qual são suprimidos ou deslocados indicativos de linha divisória. Consumação: quando o agente pratica um dos comportamentos típicos (ou seja, no momento que destrói, elimina ou modifica de lugar com a finalidade de apropriar-se total ou parcialmente de coisa alheia imóvel). Tentativa: admite-se. Bens juridicamente protegidos: propriedade e posse imóvel USURPAÇÃO DE ÁGUAS ART. 161, §1º, INC. I DO CPB Elementos do Tipo: Desviar (modificar o curso normal) ou represar (reter, interromper o curso); Em proveito próprio ou de outrem (a conduta deve trazer algum benefício para o agente ou para terceiro); Águas alheias (podendo ser públicas ou mesmo privadas). Classificação Doutrinária: crime comum (quanto ao sujeito ativo) e próprio (quanto ao sujeito passivo); doloso (não há previsão da modalidade culposa); de dano; instantâneo. Sujeito ativo: qualquer pessoa. Sujeito passivo: somente o proprietário ou possuidor. Consumação: no momento em que ocorre o desvio ou represamento de águas alheias. Tentativa: admite-se, se possível fracionar o inter criminis. Bens juridicamente protegidos: posse e propriedade - direito de uso das águas por seu titular. ESBULHO POSSESSÓRIO ART. 161, §1º, INC. II DO CPB Elementos do Tipo: A invasão de terreno ou prédio alheio; Com emprego de violência a pessoa ou grave ameaça; OU Mediante concurso de pessoas (concurso = +2 pessoas, ou seja, pelo menos 3 pessoas); Especial fim de agir: praticar esbulho possessório. *Se a invasão se der pacificamente, ou seja, sem emprego de violência física ou moral a pessoa e não tendo sido levada a efeito mediante o concurso de mais de duas pessoas, o fato será atípico com relação ao esbulho. Classificação Doutrinária: crime comum (em relação ao sujeito ativo) e próprio (em relação ao sujeito passivo); doloso (não há previsão da modalidade culposa); de forma livre; formal (não há necessidade de o agente permanecer na posse do imóvel como se fosse o legitimo proprietário/possuidor); instantâneo. Sujeito ativo: qualquer pessoa. Sujeito passivo: somente proprietário e possuidor Consumação: com a efetiva invasão no terreno ou prédio alheio, mesmo que por curto espaço de tempo. Tentativa: é admissível. Bens juridicamente protegidos: posse e propriedade imobiliária. EMPREGO DE VIOLÊNCIA ART. 161, §2º DO CPB Em qualquer das modalidades de usurpação, o agente deverá responder pela violência praticada em concurso formal de crimes (última parte do caput do art. 70 do CPB). Caso os delitos tenham sido praticados mediante emprego de violência, a competência será do juízo comum e não haverá possibilidade de proposta de suspensão condicional do processo. A violência a pessoa pode ser praticada não somente como meio para a invasão, mas também para a manutenção daquele que já havia invadido terreno/prédio alheio. SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE MARCAS EM ANIMAIS ART. 162 DO CPB SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE MARCAS EM ANIMAIS ART. 162 DO CPB Elementos do Tipo: A conduta de suprimir (fazer desaparecer) ou alterar (modificar, transformar) marca ou sinal indicativo de propriedade; Que essa supressão/alteração ocorra em gado (animal de grande porte = eqüinos e bovinos) ou rebanho (animal de pequeno porte = suínos, caprinos, ovinos) alheio; *Importante: a marca ou sinal deve ser preexistente a conduta do agente – não há necessidade de registro. Que seja indevida essa supressão/alteração. Classificação Doutrinária: crime comum (quanto ao sujeito ativo) e próprio (quanto ao sujeito passivo); doloso (não há previsão da modalidade culposa); de mera conduta; instantâneo. Sujeito ativo: qualquer pessoa. Sujeito passivo: proprietário ou possuidor do gado ou rebanho alheio. Consumação: no exato instante em que é realizada a supressão/alteração de marca ou sinal indicativo de propriedade em gado ou rebanho alheio. Tentativa: é admissível. Bens juridicamente protegidos: propriedade e a posse de gado ou rebanho alheio. Proposta de suspensão condicional do processo: será possível, considerando a pena mínima cominada (art. 89 da Lei 9.099/95)
Compartilhar