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Tendência à sobreapreciação da taxa de câmbio BRESSER-PEREIRA, L. C. A tendência à sobreapreciação da taxa de câmbio. São Paulo: FGV/EESP, Texto para Discussão nº 183, 2009 Apreciação cambial Fonte: Ipeadata, elaboração própria 1,000 1,500 2,000 2,500 3,000 3,500 4,000 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0 180,0 20 00 .0 1 20 00 .0 5 20 00 .0 9 20 01 .0 1 20 01 .0 5 20 01 .0 9 20 02 .0 1 20 02 .0 5 20 02 .0 9 20 03 .0 1 20 03 .0 5 20 03 .0 9 20 04 .0 1 20 04 .0 5 20 04 .0 9 20 05 .0 1 20 05 .0 5 20 05 .0 9 20 06 .0 1 20 06 .0 5 20 06 .0 9 20 07 .0 1 20 07 .0 5 20 07 .0 9 20 08 .0 1 20 08 .0 5 20 08 .0 9 20 09 .0 1 20 09 .0 5 20 09 .0 9 20 10 .0 1 20 10 .0 5 20 10 .0 9 20 11 .0 1 20 11 .0 5 20 11 .0 9 20 12 .0 1 20 12 .0 5 20 12 .0 9 20 13 .0 1 20 13 .0 5 20 13 .0 9 Taxa de câmbio efetiva real (eixo esquerdo) e taxa de câmbio nominal (eixo direito) taxa de câmbio efetiva real (índice, média 2005 = 100) taxa de câmbio nominal Fonte: Ipeadata, elaboração própria 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14 0,16 199419951996199719981999200020012002200320042005200620072008200920102011 Volatilidade (coeficiente de variação) da taxa de câmbio efetiva real no Brasil Fonte: IPEA (2010) Brasil em Desenvolvimento, vol 1, p. 164 Fonte: IPEA (2010) Brasil em Desenvolvimento, vol 1, p. 165 Taxa de câmbio e crescimento • Recentemente, a política cambial passou a constituir objeto de estudo entre os economias preocupados com o crescimento – Estudos levaram à conclusão de que os padrões de crescimento asiático e latino-americano após a década de 1990 têm, entre outras diferenças, a trajetória da taxa de câmbio Taxas de câmbio competitivas X desvalorizadas • Bresser: – Doença holandesa e taxas de lucro e juros elevadas nos países em desenvolvimento são causa da tendência à apreciação cambial – Neutralizar esta tendência é necessário para o crescimento econômico dos países de renda média – A taxa de câmbio resultante não deve ser apenas depreciada, mas competitiva Relação entre taxa de câmbio e crescimento • Crescimento depende da taxa de investimento e da produtividade do capital • Investimento depende da existência de oportunidades de lucro – Somente uma taxa de câmbio competitiva estimulará os investimentos orientados para a exportação Doença holandesa • Natureza estrutural: países exportadores de commodities produzem uma taxa de câmbio compatível com o equilíbrio da conta corrente, mas incompatível com a competitividade dos setores de alta intensidade tecnológica Ingresso de capitais • Estratégia de crescimento com “poupança externa” • Estratégia de sobrevalorização cambial para promover estabilidade dos preços • “Populismo cambial” Populismo cambial • O câmbio sobrevalorizado tende a agradar: – Aos trabalhadores, porque significa aumento do poder de compra do salário; – Aos membros do governo, porque satisfaz os eleitores; e – Aos economistas do governo, porque ajuda a manter a inflação sob controle. Crises de balanço de pagamentos • Tendência à sobrevalorização cambial leva a crises periódicas do balanço de pagamentos Crises de balanço de pagamentos Fonte: Bresser-Pereira (2009: 21) Desvalorizar a taxa de câmbio é suficiente para solucionar os problemas supra-citados? • Taxa de câmbio desvalorizada X taxa de câmbio competitiva • Magnitude da desvalorização necessária à obtenção de um câmbio competitivo pode induzir a aceleração inflacionária Doença holandesa e industrialização • A industrialização é necessária? – Desenvolvimento como processo de aumento da produtividade da indústria • Transferência da mão de obra de setores de baixa produtividade para setores de alta produtividade – Pessimismo das elasticidades (Cepal) Doença holandesa e industrialização – É necessário aumentar as exportações para sustentar a demanda agregada? O país não poderia sustentá-la administrando o consumo e o investimento? • Em economias fechadas isto é difícil: inflação • Por que abrir mão da demanda externa?
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